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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
ÁREA DE ESPANHOL

As sequências didáticas no ensino e aprendizagem de Espanhol LE: uma


proposta para minimizar o bullying escolar

JÉSSICA GONÇALVES REZENDE

Goiânia - 2022
JÉSSICA GONÇALVES REZENDE

As sequências didáticas no ensino e aprendizagem de Espanhol LE: uma


proposta para minimizar o bullying escolar

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como


requisito para a conclusão da disciplina TCC-2, 8º
Período do Curso de Graduação em Letras -
Espanhol, Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Goiás (FL-UFG).

Orientadora: Profª. Drª. Sara Guiliana Gonzales


Belaonia

Goiânia
2022
JÉSSICA GONÇALVES REZENDE

As sequências didáticas no ensino e aprendizagem de Espanhol LE: uma


proposta para minimizar o bullying escolar

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito para a conclusão da


disciplina TCC-2, 8º Período do Curso de Graduação em Letras-Espanhol,
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (FL-UFG). Submetido à
apreciação do Leitor Crítico e aprovado em, 07/09/2022.

____________________________________________________
Profa. Dra. Sara Guiliana Gonzales Belaonia. – FL/UFG
Orientadora

____________________________________________________
Prof. Dr. Juan Chacón –FL/UFG
Leitor Crítico
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus e a Nossa Senhora por terem me amparado


espiritualmente, me concedendo forças em todo resto para continuar em meio ao caos e
dificuldades. Pois acredito que a fé move montanhas, e por muitas vezes, havia montanhas
dentro de mim mesma.

Agradeço à minha orientadora Sara Guiliana Gonzales Belaonia, pela oportunidade de


conhecer mais sobre a língua espanhola e por me proporcionar um ensino de uma forma mais
humana.

Agradeço aos professores da Faculdade de Letras, especialmente aos do Curso de


Letras-Espanhol por ter-me proporcionado conhecimentos valiosos no decorrer do curso sobre a
prática em sala de aula. Muito obrigada professor Antón, professoras Cleidimar, Lucielena,
Margarida, Patrícia.

Agradeço ao professor Juan Chacón que, embora não tenha sido o meu professor
durante o meu curso de graduação em Letras-Espanhol e hoje integre o quadro de professores
dessa licenciatura, aceito ser Leitor Crítico do meu estudo.

Agradeço também aos meus amigos em especial Iasy, Jackson, Thalita e Camila pelas
doses diárias de força, ânimo, troca de alegrias, tristeza e lutas. Agradeço à minha família pelo
suporte e por suportar tudo junto comigo.

E embora, mesmo que às vezes não tenham sido tão prazerosas, também agradeço pelas
experiências da minha vida, me fizeram ser quem eu sou, pensar como eu penso e me fizeram
fazer escolhas que me trouxeram até aqui.
“Não gostaria de voltar onde já estive
Sigo sem pressa de chegar em algum lugar
Dou um passo de cada vez
Paro, observo e conheço o momento
Aprendi a esperar
Assim vou apreciando a delícia de estar”.
Jéssica Gonçalves
RESUMO

Neste estudo apresentamos uma sequência didática antibullying, destinada a alunos do 1° ano
do ensino médio. Com o objetivo de contextualizar melhor o estudo, inicialmente fizemos uma
pesquisa bibliográfica dos principais conceitos e legislações que giram em torno ao bullying
escolar, dos temas transversais, da importância das atividades lúdicas no ensino e
aprendizagem de línguas no combate ao bullying e, logo, apresentamos a sequência didática
antibullying. Este trabalho constituirá em sua metodologia, um levantamento bibliográfico e
também, terá como base as experiências observadas nos estágios supervisionados. A partir
disso, será apresentada uma proposta de uma sequência didática direcionada aos alunos do 1°
ano do ensino médio, voltado para o ensino da língua espanhola, onde a música terá um
importante papel, abordando o tema bullying, como objetivo de ‘conscientizar os alunos e
provocar uma reflexão nos alunos para levantar possíveis maneiras de minimizar a violência do
bullying dentro do ambiente escolar.

Palavras-chave: Sequência didática; Bullying; Música; Atividades lúdicas; Espanhol.


RESUMEN

En este estudio presentaremos una secuencia didáctica antibullying direccionada a alumnos del
1° año de la enseñanza secundaria. El objetivo es contextualizar mejor el estudio, donde
primero haremos una pesquisa bibliográfica de los principales conceptos y legislaciones que
están acerca del bullying escolar, de los temas transversales, de la importancia de las
actividades lúdicas en la enseñanza y aprendizaje de lenguas contra el bullying y enseguida,
presentaremos la secuencia didáctica antibullying. Este trabajo basará su metodología en un
amparo bibliográfico y también se basará en las experiencias obtenidas en las observaciones de
las prácticas docentes supervisadas. Partir de esto, será presentada una secuencia didáctica
direccionada a los alumnos del 1° año de la enseñanza secundaria, orientada a la enseñanza de
la lengua española, donde la música hará un papel importante, partiendo del tema bullying con
el objetivo de concienciar a los alumnos y promover la reflexión para que los alumnos puedan
presentar posibles formas de minimizar la violencia del bullying en los ambientes escolares.

Palabras clave: Secuencia didáctica; Acoso; Música; Actividades lúdicas; Español.


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Legislação antibullying


Quadro 1: Legislação antibullying

LISTA DE IMAGENS

Imagem 1: Temas Transversais - PCNs


Imagem 2: Temas Contemporâneos Transversais - DCNs
Imagem 3: Esquema de Sequência Didática
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................

2. REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................
2.1 O ensino de línguas estrangeiras: perspectivas transversal e interdisciplinar........

2.2 O ensino de línguas e a música..............................................................................

2.4 O bullying...............................................................................................................

2.4.1 Bullying: Uma prática nova ou antiga..........................................................

2.4.2 O bullying nas escolas..................................................................................

2.4.3 Políticas públicas contra o bullying..............................................................

2.4.4 Olhares atentos no combate ao bullying.......................................................

2.5 A sequência didática...............................................................................................

3. METODOLOGIA............................................................................
3.1. A pesquisa bibliográfica.......................................................................................

3.2. Legislação antibullying.........................................................................................

4. A proposta da sequência didática....................................................

5. CONSIDERAÇÕES.........................................................................

6. REFERÊNCIAS................................................................................

7. ANEXOS...........................................................................................
ANEXO A: Bomba Estéreo - Soy yo ..........................................................................
ANEXO B: Bomba Estéreo estrena video de “Soy yo” con un mensaje contra el
bullying……………………………………………………………………………….
ANEXO C: Las diversas formas de bullying en la escuela………………………….
1. INTRODUÇÃO

Sabemos que a escola é um dos principais ambientes de interação dos jovens, pois dentro
dela ocorrem trocas de experiências sociais entre diferentes culturas e, por tanto um dos seus
princípios é cultivar a ideia da preservação do convívio pacifico para uma educação produtiva.
Embora muito se fale da importância do respeito ao próximo e da tolerância, dentro do
ambiente escolar o fenômeno bullying tem sido alvo de preocupação entre os responsáveis pela
educação, de acordo com Fante (2005) “a violência escolar nas últimas décadas adquiriu
crescente dimensão, o que a torna questão preocupante devido à grande incidência de sua
manifestação em todos os níveis de escolaridade.” (FANTE, 2005 p.20).

No Brasil, o bullying vem sido debatido desde os anos 2000, e tem sido desde então
amparado por legislações que caracterizam o fenômeno como crime passível de penalidades,
porém, ainda há muito a ser trabalhado para que as escolas tenham programas para enfrentar
este problema, pois, “a maioria das escolas ainda não está preparada para o seu enfrentamento.
Algumas por desconhecimento, outras por omissão, muitas por comodismo e negação do
fenômeno” (FANTE; PEDRA, 2008).

Os primeiros estudos sobre o fenômeno bullying destacam não se tratar de um problema


recente e sim, que sempre existiu, principalmente no meio familiar, na figura dos pais ou de
irmãos através de atitudes autoritárias e cruéis; no trabalho, através de atitudes opressoras,
perversas e dissimuladas de colegas e de chefes. (Fante e Pedra, 2008, p. 34).

Dan Olweus, professor de psicologia é considerado o pioneiro nessa área, desenvolve


estudos sobre o fenômeno bullying na década dos 70. Em suas pesquisas sobre a natureza e a
ocorrência do bullying, esse teórico define um conjunto de sinais que poderiam ajudar na
identificação, apontando a importância de “desenvolver regras claras contra o bullying nas
escolas, alcançar um envolvimento ativo por parte dos professores e dos pais, aumentar a
conscientização do problema para eliminar mitos sobre o bullying e prover apoio e proteção
para as vítimas”. (OLWEUS apud FANTE e LEÃO, 2010 p.3).

Sendo assim, podemos dizer que o trabalho para enfrentar o bullying deve ser uma ação
pensada em conjunto entre escola, família e sociedade, para que reconheçam o problema que se
inicia dentro de um meio e acaba sendo reproduzido em outro, neste caso, dentro do ambiente
escolar, assim, conscientizando os jovens da importância do respeito ao próximo pensando na
formação do caráter desses jovens para que sejam adultos dignos e tolerantes.
Partindo do objetivo da conscientização, neste trabalho apresentamos uma sequência
didática que visa promover a conscientização dentro da escola sobre o fenômeno bullying como
uma forma de exercitar nos alunos a reflexão sobre o tema, fazendo com que os próprios alunos
pensem em maneiras de minimizar o fenômeno dentro do ambiente escolar.

Quanto à estruturação, este estudo está composto por quatro partes, introdução,
metodologia, referencial teórico e a proposta. Além disso, conta com as considerações,
referência e anexos.

Tendo explicitado os traços gerais deste estudo, no próximo apartado será abordado o
referencial teórico.
2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo iremos apresentar os fundamentos que o trabalho terá como suporte para
aprofundar nas perspectivas do ensino de línguas estrangeiras abordando os temas transversais e
interdisciplinares, e também trataremos sobre o ensino de línguas e a música.

2.1. O ensino de línguas estrangeiras: perspectivas transversal e interdisciplinar

Desde os tempos antigos, independente da razão, sempre houve a necessidade de ter


contato com falantes de outros idiomas.

Historicamente, supõe-se que as primeiras aprendizagens de língua estrangeira


ocorreram diretamente por meio do contato com um falante nativo de um determinado país.
Quando falamos no ensino de Línguas Estrangeiras (LE), estamos lidando com os diferentes
âmbitos do conhecimento envolvidos nesse processo nesse sentido, Leffa (2016) ressalta:

São dois universos que desdobram e que precisam ser estudados em dois
planos diferentes: um que está dentro de nós, estranhando em nossa mente -
envolvendo, como já vimos os domínios, cognitivo, afetivo e psicomotor -, e
um outro, externo a nós, envolvendo áreas de conhecimento como a
Linguística Aplicada, Psicología, Pedagogía, Antropología etc. (LEFFA,
2016. p. 9).

Leffa (2016) destaca que o ensino de LE é fundamentado nos domínios da


aprendizagem: cognitivo, afetivo e psicomotor. A aproximação da inteligência e emoção é um
dos princípios para conexão do prazer em aprender que pode ocorrer tanto por meio biológico
como por meio sociointeracional. Como podemos perceber, devido à globalização a
aprendizagem de uma língua estrangeira foi, e sem dúvida é uma atividade de extrema
relevância nos dias atuais.
Em relação à globalização Abreu (2008) afirma que:

A globalização e as origens históricas do processo educacional brasileiro são


aspectos relevantes a serem interpretados para situar a função e o objetivo do
idioma espanhol, como segunda língua, nas escolas públicas ou privadas. É
evidente que o cenário mudou, com relação aos estudos desta língua que, em
décadas anteriores, estavam quase extintos no meio educacional. Ainda,
segundo os dados do Plano Trienal de Educação, texto oficial do
MERCOSUL, foi dado grande relevância à educação como fator de integração
regional, à medida que poderia contribuir de forma expressiva para a
superação das disparidades regionais, para consolidação da democracia e para
o desenvolvimento econômico e social. (ABREU, 2008. p. 2)

Ainda sobre a aprendizagem de línguas e a globalização, o ser fluente em um segundo


idioma aumenta as possibilidades de crescimento social, pois, por exemplo, uma das
consequência deste fenômeno no Brasil é o grande aumento de turistas. Face à localização
geográfica do Brasil, na região sul do país esse fato é ainda mais intenso, onde o ramo de
turismo necessita de pessoas qualificadas e que saibam mais de um idioma. Com relação ao
idioma espanhol, Favretto (2012, p. 50) comenta que muitos

fatores têm contribuído para a valorização do espanhol no Brasil,


particularmente, no mercado turístico, como o aumento da demanda,
principalmente de embarques e desembarques internacionais vindos da
Argentina, que tem sido o país que mais visita o Brasil. (Tradução da autora
do texto).

Assim, torna-se importante para que o estudante se prepare para ser um cidadão
proativo nessa sociedade e contribuir para sua formação de indivíduo. Porém, atrair a atenção
do aluno para um determinado conteúdo é um desafio para o educador. Às vezes, o material
didático fornecido pela escola não é o suficiente para fazer com que o aluno se motive e tenha
um desenvolvimento esperado pelo professor da matéria que está sendo ensinada. Com isso, o
papel do professor, é também buscar novos recursos para tornar o ensino mais atrativo e
produtivo.

Outro dos aspectos de extrema relevância do ensino de línguas na formação dos alunos
do ensino básico regular brasileiro é que “talvez seja uma das experiências mais visivelmente
mobilizadoras de questões identitárias no sujeito” (SERRANI-INFANTE, 1998, in BRASIL,
2006, p. 148), pois, embora
a utilidade do conhecimento para fins escolares ou profissionais seja real, não
se pode esquecer que dominar uma língua estrangeira supõe conhecer,
também e principalmente, os valores e crenças presentes em diferentes grupos
sociais, que certamente entrarão em contato – um contato que tanto pode se
dar harmonicamente como em forma de atrito – com os próprios valores e
crenças já em circulação no grupo social em que está inserido o aprendiz, já
que a língua, nesse caso a primeira língua. (BRASIL, 2006, p. 147 – 148)

Uma vez que refletir sobre as crenças e valores da cultura do outro, mobiliza e traz
reflexões sobre autopercepção social de cada indivíduo, levando em conta não só a língua
estrangeira, mas, também os temas transversais do local onde se dá o seu ensino (BRASIL,
2006, p. 149), aproximando o ensino da língua estrangeira de um dos objetivos sugeridos nas
OCN para o ensino da língua espanhola, inserido no item “educação: sistema educativo,
estrutura educacional, inclusão/exclusão (social e étnica), função política e social da educação
etc” (BRASIL, 2006, p. 150).

Em relação aos Temas Transversais, cabe citar que desde 1997 se consolidam como
uma proposta da educação voltada para a cidadania, com o objetivo de inserir no currículo
escolar questões sociais para aprendizagem e reflexão e, embora

não serem uma proposta pedagógica nova, com a homologação da Base


Nacional Comum Curricular (BNCC) nas etapas da Educação Infantil e do
Ensino Fundamental, em dezembro de 2017, e na etapa do Ensino Médio, em
dezembro de 2018, eles ampliaram seus alcances e foram, efetivamente,
assegurados na concepção dos novos currículos como Temas Contemporâneos
Transversais (TCTs) (BRASIL, 2019, p. 4).

Os Temas Transversais, embora contemplada no currículo a sua natureza didática e


sejam considerados dentro da mesma importância dos temas convencionais, requerem questões
sociais que estejam sendo vivenciadas intensamente “pela sociedade, pelas comunidades, pelas
famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano” (BRASIL, 1997, p. 25), em busca de
soluções e de alternativas, que visam ao confronto de “posicionamentos diversos tanto em
relação à intervenção no âmbito social mais amplo quanto à atuação pessoal” (BRASIL, 1997,
p. 26), ou seja, são

questões urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que
está sendo construída e que demandam transformações macrossociais e
também de atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem de
conteúdos relativos a essas duas dimensões. (BRASIL, 1997, p. 29).
De tal forma construir-se-ão transformações sociais que vão do micro (a escola) ao
macro (a sociedade). O micro se referindo às relações e situações vivenciadas intramuros
escolares, isto é, dentro e fora da sala de aula, envolvendo a comunidade escolar. E o macro, se
referindo à sociedade em geral. Todavia, importa reafirmar que, tais problemas inicialmente
atravessam a sociedade em geral.

A organização dos Temas Transversais considerada nos Parâmetros Curriculares de


Nacionais (PCNs), de 1997, conforme apresentada no quadro a seguir, é dividida em seis eixos:
ética, orientação sexual, pluralidade cultural, meio ambiente, trabalho e consumo e saúde.

Imagem 1: Temas Transversais - PCNs

Fonte: Brasil, 2019.

Os Temas Transversais considerados na BNCC, sob nomenclatura Temas


Contemporâneos Transversais (TCTs), conforme apresentados no quadro a seguir, contemplam
o caráter atual dos temas Meio Ambiente, Economia, Saúde, Cidadania e Civismo,
Multiculturalismo e Ciência e Tecnologia, não como recomendações, mas conferindo aos
temas transversais uma maior relevância ao indicar que “os conhecimentos científicos
deveriam ser trabalhados de maneira alinhada à vida social e cidadã dos estudantes” (BRASIL,
2019, p. 9), ou seja, levando em conta que à diferença dos Parâmetros Curriculares que se
situam como recomendações, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e os documentos
educativos decorrentes delas são normas de caráter obrigatório. (BRASIL, 2019).
Imagem 2: Temas Contemporâneos Transversais - DCNs

Fonte: Brasil, 2019.

Em síntese,

Para Moraes, entre outros (2002), a abordagem atual dos Temas


Contemporâneos Transversais pode contribuir para a construção de uma
sociedade igualitária, pois tais estudos permitem a apropriação de conceitos,
mudanças de atitudes e procedimentos onde cada estudante participará de
forma autônoma na construção e melhorias da comunidade em que se insere.
(BRASIL, 2019, p. 11).

Em função da peculiaridade dos eixos temáticos propostos por ambas as versões dos
Temas Transversais e a sua vinculação a todas as ciências teoricamente sistematizadas no
currículo escolar, o Conselho Nacional de Educação (CNE), ao se manifestar em seu Parecer
Nº 7, de 7 de abril de 2010, entende que partido da

compreensão interdisciplinar do conhecimento, a transversalidade tem


significado, sendo uma proposta didática que possibilita o tratamento dos
conhecimentos escolares de forma integrada. Assim, nessa abordagem, a
gestão do conhecimento parte do pressuposto de que os sujeitos são agentes
da arte de problematizar e interrogar, e buscam procedimentos
interdisciplinares capazes de acender a chama do diálogo entre diferentes
sujeitos, ciências, saberes e temas (CNE/CEB, 2010, p. 24).
Portanto, transversalidade e interdisciplinaridade se complementam. A transversalidade
se ocupa da dimensão didático-pedagógica, ao passo em que, a interdisciplinaridade aborda o
como acontece a produção do conhecimento, organizando e integrando os eixos temáticos nas
disciplinas (BRASIL, 2019).

A modo de esclarecimento, cabe conceituar que o termo interdisciplinaridade, não


pressupõe ruptura entre as disciplinas escolares, ao contrário, alimenta-se do diálogo e da
integração disciplinar (LENOIR, 2005). A “interdisciplinaridade implica um diálogo entre os
campos dos saberes, em que cada componente acolhe as contribuições dos outros, ou seja, há
uma interação entre eles” (BRASIL, 2019, p. 18), rompe com a ruptura do saber advinda do
positivismo, questionando a

segmentação entre os diferentes campos de conhecimento produzida por uma


abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência entre eles —
questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a
escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu (BRASIL, 1998, p.
29).

Pese a que a interdisciplinaridade possui várias dimensões ou finalidades (científica,


escolar, profissional e prática), pelo direcionamento deste estudo, ao falar de
interdisciplinaridade me refiro à interdisciplinaridade escolar. E, ao delimitar a sua
abrangência, podemos entender que entre as disciplinas científicas e as disciplinas escolares há
diferenças. E, embora as disciplinas escolares tomem empréstimos das disciplinas científicas,
não resultam em cópias ou transposição de saberes eruditos (LENOIR, 2005).

É mais, várias das disciplinas escolares


são categoricamente divorciadas de sua disciplina original, e outras nem
mesmo se originam de uma disciplina científica. Reconhecendo, portanto, que
as matérias escolares são organizadas "segundo um dispositivo que, sem ser
idêntico, é similar ou análogo" (Sachot 1994a) àquele das disciplinas
científicas, suas finalidades são diferentes, seus objetos são diferentes, suas
modalidades de aplicação são diferentes, seus referenciais são diferentes.
Portanto, o que une esses dois tipos de disciplina é o fato de que elas
compartilham uma lógica científica (LENOIR, 2005, p. 47).

Visto de tal forma, segundo Lenoir (2005), a interdisciplinaridade escolar pode ser
estudada em três planos: interdisciplinaridade curricular, interdisciplinaridade didática e
interdisciplinaridade pedagógica.
Quadro 2: Os planos da Interdisciplinaridade escolar em Lenoir –
2005
Interdisciplinaridade Interdisciplinaridade Interdisciplinaridade
Curricular Didática Pedagógica
Se caracteriza pela
Caracteriza a atualização
colaboração de diferentes
em sala de aula da
disciplinas escolares em
Se caracteriza por suas Interdisciplinaridade
termos de igualdade,
dimensões conceituais e didática. Ela assegura, na
assegurando a cada
antecipativas e trata da prática, a colocação de um
disciplina escolar um lugar
organização e da avaliação modelo ou de modelos
e uma função específica no
da intervenção educativa. didáticos interdisciplinares
currículo. E, exclui toda
inseridos em situações
tendência à hierarquização
concretas da didática.
dominante.
Fonte: Tabela elaborada pela autora do texto a partir de Lenoir 2005.

Conforme podemos perceber, os três planos da interdisciplinaridade escolar se


entrelaçam de modo a contribuir para que a difusão de conhecimento aconteça estabelecendo
ligações não hierárquicas entre todas as disciplinas do currículo escolar, assegurando o vínculo
teoria-prática.

Diversos são os desafios apresentados na atualidade, entre eles muitos presentes nos
eixos temáticos propostos como Temas Contemporâneos Transversais – DCNs. Dentre eles,
um dos que mais tem se destacado e tem afetado a sociedade psicologicamente, destruindo o
bom convívio social e afetando profundamente o desempenho escolar é o bullying. Assim
sendo, como já mencionado, neste estudo apresentamos uma proposta didática antibullying.
Portanto, o próximo apartado, se destina a alguns apontamentos teóricos sobre o bullying.

2.2. O ensino de línguas e a música

A música pode ser usada como um material didático, que possibilita um processo lúdico
de aprendizagem, conforme Lauar; Mattos (2014, p. 9): “O lúdico não só favorece a
aprendizagem como possibilita que sejam desenvolvidas a criatividade e a autonomia do
discente na abordagem do conteúdo”. Assim, a música é um gênero discursivo que, além de ser
uma fuga do tradicional de uma sala de aula (livros, quadro e pincel), justifica o seu uso em
sala de aula porque leva à sala de aula aspectos sociolinguísticos, linguísticos e poéticos. É
também uma motivação para despertar no aluno o interesse pela língua, neste caso, pela língua
espanhola. Interesse esse que leva o aluno a conhecer, aprender e investigar para compreender
a letra de canções e cantá-las, sendo assim, um estímulo para a aprendizagem. Sobre isso,
Cassany; Luna; Sanz (1994, p. 409) comentam que

escuchar, aprender y cantar canciones en clase es una práctica de valor


didáctico incalculable. Son textos orales ideales para practicar aspectos como
el ritmo, la velocidad y la pronunciación correcta… Además, como actividad
lúdica, las canciones suponen una alternativa a otros ejercicios de repetición
poco motivadores.

Canções, letras musicais, poemas musicados são recursos pedagógicos que podem ser
usados como aliados do professor em uma aula de língua estrangeira, segundo Gobbi (2001)
felizmente, já é bem notório o reconhecimento por parte dos professores da utilização da
música em suas aulas, principalmente no ensino de línguas estrangeiras para criar um ambiente
prazeroso e descontraído, capaz de estimular o aprendizado.

Entre tanto, a utilização de músicas no ensino não é algo da atualidade, Gobbi (2001)
destaca, que o uso de canções como estratégias de aprendizagem de línguas estrangeiras não é
novidade visto que essa temática remonta a Idade Média, quando os gregos as utilizavam como
ferramenta de educação social. Essa retomada tem despontado desde o início do século XX.

Com os recursos tecnológicos disponíveis, o acesso à música se torna algo cada vez
mais simples, facilitando para o professor inseri-la em uma aula.

Para Bréscia (2003, p. 38) “Os poderes da música estão calcados, sem dúvida, na sua
abrangência. Ela é acessível a todos, independentemente de idade, religião, raça, sexo ou nível
econômico. Está disponível a qualquer momento, sendo, inclusive, gratis." Além do uso de
recursos tecnológicos para trabalhar a música em uma sala de aula, o professor pode utilizar
instrumentos musicais, voz, tornando o ensino da língua espanhola mais interativo e
possibilitando momentos para que o aluno se expresse.

Bastian, em seu livro “Música na Escola” (p. 42), diz que “a prática da música e a
educação musical podem estimular em um mesmo processo de aprendizagem, as capacidades
cognitivas, criativas, estéticas, sociais, emocionais e psicomotoras.” Sendo assim, a música
pode contribuir em muitos aspectos, portanto é uma aliada eficaz na sala de aula.
Face aos motivos citados, a música pode ser uma estratégia complementar a ser
trabalhada dentro da sala de aula, pois ela promove a interação dentro do ambiente escolar e
aproximação de aluno-aluno e aluno-professor. Além de ser uma ótima maneira de trabalhar
com os alunos temas que refletem a valores sociais e culturais, por ser uma despertadora de
emoções, reflexões e expressões.

Ao ser trabalhada dentro da sala de aula, a música cumpre um papel fundamental, pois
“é a linguagem que traduz formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações,
sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o
som e o silêncio. (...) A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos,
assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo à
linguagem musical.” (BRASIL, 1998).

Portanto, percebemos que a linguagem musical pode ser utilizada como estratégia com
o propósito de promover o interesse e a motivação do aluno no ensino de várias disciplinas.

Tendo apresentado a teoria em que se ampara este estudo, no próximo apartado


apresento uma proposta prática antibullying.

2.3 O Bullying

Como bem sabemos, o ambiente escolar é uma extensão da sociedade, assim sendo,
enquanto professores e/ou futuros professores, cabe a nós compreender a escola, não como uma
comunidade padronizada, mas sim como um espaço onde a diversidade dos seres humanos se
vivencia de forma plena. Nesse sentido, para superar os preconceitos e a marginalização, se faz
necessária uma reflexão orientada a, inicialmente, tentar compreender as características e a
possível origem de situações de preconceito e bullying. Face a isso, esta parte do estudo será
dividida em quatro partes. A primeira parte se destina a falar brevemente sobre o histórico do
bullying; a segunda parte trataremos sobre o bullying dentro da escola; na terceira parte,
falaremos sobre políticas públicas destinadas para tratar o bullying como violência; e na quarta
e última parte, abordaremos pontos que visam o combate contra o bullying.
2.3.1 Bullying: uma prática nova ou antiga?

Desde os tempos primórdios a violência está presente em meio a sociedade humana em


batalhas, lutas por sobrevivência, lutas por territórios, poderes de reis e governantes, dentre
outros, se propagando por diversos grupos sociais: famílias, vizinhanças, aldeias, tribos,
comunidades e até nações, e por fim, chegando ao ambiente escolar que, desde a educação
infantil situar-se-á como

espaços que garantam o imprevisto (e não a improvisação) e possibilitem o


convívio das mais variadas diferenças, apontando para a arbitrariedade das
regras (daí o jogo e a brincadeira serem essenciais nesta fase da vida,
permitindo o exercício da contradição, da provisoriedade e da necessidade de
transformações). (BRASIL, 1998a, p. 95).

Ou seja, o ambiente escolar deve situar-se como um ambiente de respeito à diversidade


para favorecer a aprendizagem e influenciar na formação do caráter humano. No entanto, a
violência na escola, ganhou força ao longo dos anos o que causou uma preocupação na
sociedade, instituições e governantes, tornando-se uma questão mundial, por suas extremidades
estarem gerando consequências para toda sociedade.

Essa violência ao longo do tempo adquiriu diversas formas e características, sendo que
na atualidade uma das mais preocupantes é a denominada bullying, denominação que,
conforme Silva (2010), procede da língua inglesa e não possui tradução na língua portuguesa.
O termo bullying, segundo Silva (2010) se refere aos atos de agressividade reproduzidos de
maneira intencional e recorrente contra um ou mais indivíduos que, por sua vez, se encontram
em papel vulnerável e se sentem impossibilitados de reagir às agressões. No mesmo caminho,
Lopes Neto (2005) ressalta que a amplitude do vocábulo bullying em inglês e suas variadas
definições, não traduzíveis a outras línguas, dificultou a sua compreensão. Nesse sentido, o
referido autor comenta:

A adoção do termo bullying foi decorrente da dificuldade em traduzi-lo para


diversas línguas. Durante a realização da Conferência Internacional Online
School Bullying and Violence, de maio a junho de 2005, ficou caracterizado
que o amplo conceito dado à palavra bullying dificulta a identificação de um
termo nativo correspondente em países como Alemanha, França, Espanha,
Portugal e Brasil, entre outros. (LOPES NETO, 2005, p. 165).

Chalita (2008) comenta que, em nível internacional, apesar de sua existência ser antiga,
o bullying virou pauta de discussões somente nos anos setenta, quando é investigado por, no
passado, ter comprometido a vida de estudantes. Porém, antes dessa década não há registros
concretos sobre o bullying. E, é somente com “pesquisas realizadas em 1972 e 1973, na
Escandinávia, que as famílias perceberam a seriedade dos problemas decorrentes da violência
escolar” (CHALITA, 2008, p. 100).

Já no Brasil, o bullying foi visto como uma problemática só nos anos 90, sendo assim,
definido para se tornar alvo de pesquisa sobre a violência. Sobre esse fato, o relatório de
pesquisa “Bullying escolar no Brasil” (2010, p. 4) informa que é, “na década de 1990 que um
novo conceito passa a ser considerado no campo de estudos sobre a violência entre pares: o
bullying”.

Em relação à definição do bullying, nesse mesmo documento, ao igual que em nível


internacional, no Plan Brasil (2010, p. 4) o bullying é igualmente “definido como atitudes agressivas
de todas as formas, praticadas intencional e repetidamente” e sem motivação evidente, sendo

adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia,


e são executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos
repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as
características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.
(BRASIL, 2010, p. 4).

Os atos do bullying não possuem motivações justificáveis, é perpetrado por pessoas que
acreditam ser mais "fortes" e utilizam pessoas mais frágeis como um alvo para proporcionar a
si mesmos uma sensação injustificável de prazer, diversão e poder, com o intuito de maltratar,
intimidar, humilhar e amedrontar as suas vítimas (SILVA 2010).

Os praticantes do bullying são chamados de "bullies", estes buscam atingir pessoas em


uma posição de desigualdade de poder, seja socioeconômica, faixa etária, porte físico ou algo
que diferencie a vítima dos demais de um grupo específico, como, timidez, alguém
introspectivo, porte físico magro ou obeso, religião, raça, orientação sexual, etc. (SILVA,
2010). É válido destacar que, de acordo com Silva (2010), embora não haja justificativas que
expliquem a seleção de vítimas, certamente se trata de pessoas que não conseguem expressar
uma reação diante das agressões sofridas.

Quanto aos bullies, isto é, os agressores, Silva (2010) indica que possivelmente se trate
pessoas que não receberam de seus cuidadores estabilidade emocional, nem habilidades para
resolver conflitos por meio do diálogo e da negociação. Assim sendo, pode se tratar de pessoas
que não receberam no seio da formação familiar afeto, referenciais positivos de convivência
pautadas no diálogo e não tiveram a oportunidade de vivenciar modelos de respeito à
alteridade.

Sobre o século XXI, Silva (2006, sp) ressalta que a educação de jovens e adultos

tem se tornado algo muito difícil, devido a ausência de modelos e de


referências educacionais. Os pais de ontem, mostram-se perdidos na educação
das crianças de hoje. Estão cada vez mais ocupados com o trabalho e pouco
tempo dispõem para dedicarem-se à educação dos filhos. Esta, por sua vez, é
delegada a outros, ou em casa de famílias de menor poder aquisitivo, os filhos
são entregues à sorte.

A partir do dito anteriormente, depreende-se que a educação social, isto é, os princípios


de respeito advindos do seio familiar são muito importantes na etapa da formação das crianças
e adolescentes, pois a rejeição ao bullying também se pauta na interação social, isto é, se
espelham nos bons exemplos paternos ou dos responsáveis pela educação das crianças e, pela
ausência destes exemplos podem ser geradas falhas no comportamento social e emocional.

Sobre a problemática do bullying, a escola, ao ser um contexto socialmente constituído,


não tem ficado alheia a essa problemática, por isso, no apartado a seguir abordaremos
especificamente o bullying no contexto escolar.

2.3.2 O bullying nas escolas

Conforme comentado anteriormente, nesta parte do estudo abordaremos o bullying


especificamente no contexto escolar. Inicialmente, abordaremos a escola como areia de
relações interpessoais e manifestações cotidianas, logo traremos um levantamento realizado
com estudantes que pauta sobre a prática do bullying nas escolas e abordaremos um programa
que tem como objetivo conscientização dos efeitos do bullying dentro da escola.

Sabemos que as escolas são um espelho de diversidade humana, tais como das étnicas,
religiosas, raciais, culturais, da orientação sexual, etc, contexto esse importante para qualquer
ser que tenha consciência do exercício da inclusão de todos, porém para os bullies, são esses
pontos para a identificação de suas vítimas e para a prática do bullying. Neste sentido, para
Lins, (2010) os atos praticados pelos bullies, estão relacionados à não aceitação das diferenças,
seja por religião, condição econômica, deficiência física, diferenças de ordem psicológica ou
sexual, raça ou aspectos físicos, força, coragem, habilidades esportivas ou intelectuais.
De tal forma, o bullying escolar é entendido como violência que acontece no ambiente
escolar, isto é, no pátio, nos corredores ou nos arredores da escola (FRACARI 2014).
Portanto, o contexto escolar, visualizado como espaço de interações sociais, se torna alvo de
preocupação dos professores e responsáveis pela rede de ensino, pois a escola é um dos
principais provedores das relações interpessoais de crianças e adolescentes, já que dentro do
ambiente escolar, são reproduzidos pensamentos, sentimentos e manifestações que partem das
vivências cotidianas da comunidade escolar.

Sobre a violência escolar, Tocarnia (2021) fez um estudo sobre o bullying nas redes
sociais, no qual entrevistou 188 mil estudantes, de entre 13 e 17 anos, envolvendo 4.361
escolas de 1.288 municípios de todo o país. Nesse estudo a referida autora comenta que, na
atualidade, um de cada dez adolescentes já se sentiu ameaçado e humilhado, sendo que, ao
considerar “apenas as meninas, esse percentual é ainda maior, 16,2%. Entre os meninos é
10,2%”. O cenário apontado, abre uma alerta preocupante no contexto educativo sobre como
minimizar esses dados e tornar a escola um ambiente de melhor convivência social.

Ainda sobre a violência escolar ou bullying escolar, Silva (2006) destaca que a escola
apresenta dificuldades para trabalhar a afetividade com os alunos devido a diversos fatores.
Entre eles, o desgaste emocional que alguns professores apresentam em consequência da
sobrecarga profissional.

Outro fator que, de acordo com Pereira et al. , (2011), se contrapõe à minimização do
bullying escolar é que muitos dos alunos trazem à escola comportamentos agressivos, que na
maioria das vezes são a reprodução de comportamentos advindos da educação doméstica,
reflexo de maus-tratos, de exclusão ou da falta de limites que pode ser observada a partir de
suas relações interpessoais externos à escola.

Além dos comportamentos agressivos, fruto das relações interpessoais externas à


escola, outro fator que contribui para o bullying escolar se dá internamente, já que, muitas
vezes, os professores contribuem com o agravamento do bullying ao rotular os alunos com
apelidos pejorativos ou reagindo de forma agressiva ao comportamento indisciplinado de
alguns dos mesmos (SILVA, 2006).

As consequências causadas pelo bullying são terrivelmente arrasadoras em todos os


sentidos. Afetam todos os envolvidos, sendo a vítima a maior afetada, já há probabilidades de
se perpetuar durante toda a sua vida os danos originados das agressões, podendo ter prejuízo na
formação de sua personalidade, em suas relações profissionais, constituição de família e
educação dos filhos (LINS, 2010). Ainda, para Lins, o bullying passou a ser considerado como
problema de saúde pública devendo ser reconhecido e acompanhado por profissionais
especializados na área.

Por esse motivo, acreditamos que, enquanto comunidade escolar, temos a obrigação de
identificar os pontos frágeis e motivações que pairam o fenômeno bullying, garantindo que o
ambiente escolar, não seja apenas um provedor de ensino, mas também seja um lugar seguro e
de bons exemplos para que os alunos possam com integridade, garantir seu direito à educação.

Para reforçar o combate do bullying dentro das escolas de todo Brasil, o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) lançou uma campanha que visa ajudar os pais dos alunos e
professores a identificarem, prevenir e enfrentar o bullying quando estiver acontecendo dentro
do âmbito escolar e também na comunidade. A cartilha é composta por materiais que tem como
objetivo ensinar a lidar com o fenômeno bullying que vem causando prejuízo no
desenvolvimento das crianças e adolescentes que sofrem a violência. A campanha, composta
por spots e cartilha, foi escrita pela médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, que também
é autora do livro “Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas” sobre o mesmo tema. O objetivo da
campanha contra o bullying é promover uma aproximação do Poder Judiciário e as instituições
de ensino do país para que juntos possam lutar no combate e na prevenção dos problemas que
vem afetando crianças e adolescentes, sendo o CNJ responsável pela frente da Justiça na Escola
e tem como parceria as Coordenadorias de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça de
todo o país, associações de magistrados e órgãos ligados à educação.
Em sua proposta, o programa visa

“debater temas como combate às drogas, bullying, violência nas escolas,


evasão escolar, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e cidadania,
com a participação de juízes, professores, educadores, técnicos em psicologia
e serviço social, alunos e pais e demais interessados. Por meio dessas
discussões, busca-se estimular o trabalho articulado entre as instituições de
Justiça e de Educação.” (CNJ, 2011).

No estado de Goiás, um programa que tem como uns de seus intuitos a “redução do
comportamento agressivo nas escolas”; Alertar sobre o “Bullying em ambiente escolar”; E
conscientizar sobre a “influência da sociedade atual neste tipo de comportamento” é oferecido
como um curso na modalidade EAD, uma iniciativa da Escola de Governo do Município de
Valparaíso de Goiás. O curso Enfrentamento do Bullying nas Escolas, tem uma carga horária
de 60 horas, é aberto tanto para os profissionais da educação como para toda a população e
busca promover um alerta em relação ao tema. Destacamos aqui os seus conteúdos
programáticos:

Definição de bullying, Violência na escola, Influência na sociedade, As


conseqüências do bullying, Bullying em ambiente escolar, Manifesto por uma
escola cidadã, O perigo nas escolas chamado: bullying, Comportamento
agressivo entre estudantes, O fenômeno bullying e suas consequências
psicológicas, Influência da sociedade atual neste tipo de comportamento.
(Escola de Governo. s/d).

Esses indivíduos, vítimas das práticas do bullying, são parte do grupo de evasão escolar,
pois estes não conseguem enfrentar a pressão sofrida e também por não encontrarem um apoio
no espaço escolar, seja por medo de denunciar a violência ou por essas violências passarem
despercebidas pelos professores e responsáveis pelo ambiente educacional. De acordo com Lins
(2010, p. 7), há três tipos de vítimas nessas situações:

Vítima típica: são aquelas que servem de "bode expiatório" para um grupo.
Geralmente são os alunos que apresentam pouca ou nenhuma habilidade de
socialização, são tímidas ou reservadas não conseguindo reagir às
provocações e agressões dirigidas a elas.
Vítima provocadora: são aquelas capazes de despertar em seus colegas
reações agressivas contra si mesmas e com as quais não consegue lidar com
eficiência. Brigam ou discutem quando são insultadas ou atacadas, mas, de
maneira ineficaz exacerbando ainda mais as agressões dos outros.
Vítima agressora: a vítima agressora é aquela que diante dos maus tratos
sofridos reage igualmente com agressividade ou reproduzindo-os como forma
de compensação, procurando outro alvo ainda mais frágil para canalizar toda
a sua insatisfação contida e reprimida pelas agressões anteriores. (Lins, 2010,
p. 7).

Devido à dificuldade na identificação do problema já citado acima, torna- se inviável a


tomada de medidas no caso e a vítima acaba por optar de se isolar deste ambiente e, de outros
como o meio social, o que pode gerar grandes consequências. Essas consequências causadas
pelo bullying são variadas e em cada indivíduo ela atinge de forma diferente, pois depende da
sua personalidade, do seu equilíbrio emocional e da intensidade das agressões sofridas. Mas o
fato é que todas as vítimas sofrem com qualquer que seja os ataques de maus tratos do bullying.
Para confirmar Silva (2010), ainda ressalta:
Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas
psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno de
pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade
generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas pré-
existentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é
submetida ponto em casos mais graves, podem ser observar quadros de
esquizofrenia homicídio e suicídio. (SILVA, 2010, SP).

As consequências causadas pelo bullying são terrivelmente arrasadoras em todos os


sentidos. Afetam todos os envolvidos sendo a vítima a maior afetada onde pode haver
probabilidade de continuar sofrendo com os danos causados pelo resto de sua vida pode ter
prejuízo na formação de sua personalidade, nas suas relações profissionais, constituição de
família e educação dos filhos. (Lins, 2010). Ainda, para Lins, o bullying passou a ser
considerado como problema de saúde pública devendo ser reconhecido e acompanhado por
profissionais especializados na área.

Nesse sentido, acreditamos que, enquanto comunidade escolar, temos a obrigação de


identificar os pontos frágeis e motivações que pairam o fenômeno bullying para garantir que o
ambiente escolar, não seja apenas um provedor de ensino, mas também seja um lugar seguro e
de bons exemplos para que os alunos possam com integridade, garantir seu direito à educação.

2.3.3 Políticas públicas contra o bullying


Nesta parte do estudo dialogamos sobre as leis que vão contra a prática do bullying e
visam promover e garantir a conscientização social sobre os efeitos desse tipo de agressão, pois
bem sabemos que é direito das crianças e adolescentes a proteção e garantia de bem-estar
social, neste sentido, as leis que apresentaremos, conceituam o antibullying e buscam, através
da promoção da conscientização dentro do ambiente escolar, a minimização desse fenômeno.

De acordo com BRASIL (2010), nenhuma criança ou adolescente será objeto de


negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, pois esse tipo de ações
contra crianças ou adolescentes serão causa de punição na forma da lei, seja por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais.

Ainda sobre os direitos fundamentais das crianças e adolescentes, o Estatuto da criança


e adolescente, no artigo 3º ordenam
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. (BRASIL, 2010,
p. 12).

Já no artigo 4º desse mesmo estatuto, ao falar sobre os responsáveis pela garantia dos
direitos das crianças e adolescente, o referido Estatuto comenta que é

dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público


assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária. (BRASIL, 2010, p. 12).

Conforme podemos perceber, os avanços sobre a compreensão das necessidades,


fragilidades e garantias do desenvolvimento saudável das crianças na atualidade não garantem
unicamente alimentação, mas também o dever garantido da proteção e assistência em todas as
circunstâncias, ser prioridade em atendimentos de serviços públicos ou de relevância pública
incluindo a formulação e execução das políticas sociais públicas e destinação de recursos
públicos nas áreas que correspondem a proteção à infância e juventude. (BRASIL, 2010).

De acordo com a Lei n° 13.185, que está em vigor desde 2015, fica instituido que a
intimidação sistemática é quando ocorre violência física ou psicológica em atos de humilhação
e/ou discriminação. Isso também inclui insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos,
entre outros tipos de violência. E inclui também o cyberbullying ou bullying virtual, que é a
intimidação sistemática no mundo digital, por este meio, fazem depreciação por comentários,
discurso de ódio, incitam a violência, compartilham fotos e dados alterados com o intuito de
criar constrangimento psicossocial na vítima. A Lei nº 13.185, destaca-se em seu Art. 1° a
determinação da validação do Programa de Combate à intimidação sistemática (antibullying)
em todo território nacional (BRASIL, 2015).

Para reforçar a ação de forma ampla contra o bullying a lei n° 13.663 em vigor desde 14
de maio de 2015 estabelece a "promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de
combate a todos os tipos de violência e a promoção da cultura da paz entre as incumbências dos
estabelecimentos de ensino". Neste sentido, as escolas passaram a ter um papel importante para
que essa prática do bullying venha a ser desconstituída dentro das escolas e fora do ambiente
escolar.

Como uma forma de reafirmar a importância do combate ao bullying dentro do contexto


escolar, foi instituído pela lei n° 13.227, de 29 de abril de 2016 onde determina o dia 7 de abril
com o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, essa data em questão está
relacionada à tragédia de realengo, onde o ex-aluno a Escola Municipal Tasso da Silveira,
Wellington Menezes de Oliveira, invadiu duas salas matandos 12 crianças e deixando 12
feridas e tirando sua própria vida.. Que segundo relatos de pessoas que conviveram com o
responsável pelo atentado e até mesmo relatos deixados pelo autor da tragédia como forma de
justificar, o mesmo sofria bullying durante o período em que estudava na escola em que
ocorreu tudo.

Além das legislações antibullying e, como já citado anteriormente, incluir os Temas


Transversais no currículo escolar é uma ação político-educativa recomendada no combate a
ações que “se apresentam como obstáculos para a concretização da plenitude da cidadania,
afrontando a dignidade das pessoas e deteriorando sua qualidade de vida”. (BRASIL, 1998, p.
25). Sendo o bullying uma ação contrária à plenitude da cidadania, que afronta a dignidade das
pessoas e, deteriora a qualidade de vida, se insere no eixo Cidadania e Civismo.

Neste sentido, podemos perceber que as leis que visam o antibullying estão sempre
implementando ações para que haja um maior direcionamento por parte do poder público no
sentido de promover a conscientização das escolas e da sociedade em geral a se atentarem
sobre o assunto e, assim evitar a propagação do fenômeno entre crianças e adolescentes,
buscando a proteção dos mesmo a fim de evitar outras grandes tragédias.

2.3.4 Olhares atentos no combate ao bullying


No ambiente escolar é importante que tenhamos um olhar mais atento para com os
alunos, tanto para o seu desenvolvimento escolar como em relação ao seu comportamento. É
comum que o professor perceba que certos alunos possuem dificuldades para se relacionar com
os colegas por serem tímidos, pois algumas características denunciam comportamentos
diferentes dos seus colegas. Entre essas características podem ser percebidas insegurança, baixa
estima, comportamentos mais retraídos dentre outros. Essas características podem se evidenciar
porque essas crianças acreditam que não atendem certos padrões impostos pela mídia, condição
econômica ou diversos motivos.
Ainda sobre a detecção do bullying, Silva (2010) reforça a necessidade da atenção dos
profissionais da educação aos sinais de bullying, e acrescenta que, essa atenção deve somar o
apoio dos responsáveis pelas crianças e adolescentes, uma vez que, tanto as vítimas quanto os
praticantes de bullying devem ser observadas nos diversos ambientes por eles frequentados.

De acordo com Alameda (2010) é fundamental para criança e adolescente possuírem


uma boa relação com seus colegas na escola, pois uma má relação pode ser prejudicial no seu
desenvolvimento social, uma vez que o estresse psicossocial prejudica a saúde do indivíduo.
Alameda (2010) também recomenda que a criança ou adolescente vítima do bullying seja
estimulado a enfrentar o problema, a participar de grupos sociais e, ser incentivado a comunicar
alguém caso sofra alguma agressão ou mesmo presenciar atos de violência. Sobre os
educadores, é necessário que haja um treinamento para que sejam capazes de identificar
situações de bullying e que neste caso, consigam lidar com os alunos envolvidos no processo,
dando a devida atenção e encaminhamento aos profissionais da Saúde.

Ao identificar o bullying, é preciso combatê-lo. E, para que esse combate seja feito de
forma segura e eficaz, faz se necessário uma rede de apoio que conta com o profissional da
Saúde, responsáveis pelas crianças ou adolescentes e professores, visto que, é um trabalho que
requer ações conjuntas e suporte, não somente dentro da escola, mas também fora dela.

Uma vez identificado o bullying e construídas as redes de apoio na comunidade


educativa, é necessário planejar ações, cujo objetivo não seja unicamente fazer uso da
legislação para punir, mas principalmente conscientizar a comunidade educativa em relação aos
malefícios originados do bullying, por isso, neste estudo propomos uma sequência didática,
temática essa que abordaremos a seguir.

2.4 A sequência didática

Para mediar os conteúdos a serem trabalhados dentro da sala de aula, o professor deve
ter um planejamento de como será inserido o conteúdo preparado, como será desenvolvido, o
que espera, etc. Diante desses questionamentos e para que o ensino ocorra de maneira
ordenada, torna-se indispensável a elaboração de um planejamento, a seleção de uma
abordagem metodológica, definir o material didático a ser usado, definir datas e objetivos. Isto
é, organizar o que vai ser feito, definindo o como e o porque.
Para esta proposta foi selecionada uma sequência didática. A sequência didática se define
como “um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de
certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecido tanto pelos
professores como pelos alunos” (ZABALA, 1998, p.18).

Indo de acordo com o que dizem Zabala, Dolz, Noverraz e Shenewlzy (2004, p. 97), a
sequência didática se descreve como "um conjunto de atividades escolares organizadas, de
maneira sistemática, em torno de um gênero textual, oral ou escrito”.

No ensino de língua estrangeira, utiliza-se para delimitar e focar exatamente no conteúdo


planejado que será proposto aos alunos para, de forma sistematizada, cumprir o objetivo de
aprender, entender e realizar o que será proposto. Assim, na elaboração de atividades, com foco
na língua espanhola, as sequências didáticas são de extrema importância, conforme, Dolz,
Noverraz e Scheneuwlzy (2004, p. 51) sistematizam-se em "módulos de ensino organizado
conjuntamente para melhorar uma determinada prática de linguagem”.

Veja-se, no esquema a seguir, Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 98) mostram


claramente as etapas da sequência didática. No entanto, cabe ressaltar que nem sempre
precisam ser três, conforme a imagem, os módulos podem variar de acordo com os objetivos e
necessidades da ação didática a ser implementada.

Imagem 3: Esquema de Sequência Didática

Fonte: Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 98)

Observe-se, no esquema anterior, que a sequência didática permite que o aluno percorra
um caminho, que envolve conhecimento, entendimento, preparação e produção final.

Portanto, a partir da proposta, o professor deverá apresentar a situação proposta aos


alunos, ou seja, deve compartilhar com os alunos a proposta do trabalho. Em seguida, o
professor deve se atentar e verificar se os alunos possuem um conhecimento sobre o tema ou
gênero que irá ser trabalhado. Os módulos são as atividades que devem ser elaboradas de
maneira organizada e sistematizada. E por fim, temos a produção final, que constitui a última
etapa da sequência didática, onde os alunos irão colocar em prática todo conhecimento
adquirido durante todo o processo, assim, o professor pode avaliar o avanço do processo de
aprendizagem dos alunos.

Desta maneira, entende-se que a “avaliação inclui a observação dos avanços e da


qualidade da aprendizagem alcançada pelos alunos ao final de um período de trabalho”
(BRASIL, 1998, p. 98). Portanto:

A avaliação final é subsidiada pela avaliação contínua, pois o professor


recolhe todas as informações sobre o que o aluno aprendeu ao acompanhá-lo
sistematicamente. Esses momentos de formalização da avaliação são
importantes por se constituírem em boas situações para que os alunos e
professores formalizem o que foi e o que não foi aprendido (BRASIL, 1998,
p. 98).

Uma sequência didática pode conter diversos tipos de atividades, entre elas atividades
semi-controladas. Na proposta apresentada se optou por atividades semi-controladas, pois
costumam ser muito produtivas no ensino de línguas e exigem do aluno certa autonomia na
construção do resultado final dos projetos de ensino ou, como no caso deste estudo, das
sequências didáticas. No entanto, pese a autonomia, é necessária a orientação do professor, ou
seja, os alunos podem determinar como fazer, mas seguindo as orientações delimitadas do
professor, pois na "prática semi-controlada (exercício comunicativo) a atividade dos alunos
ocorre por meio da reprodução com um nível de independência, mas ainda com a supervisão do
professor”. (EURED, s.d. - tradução da autora do texto).

Em função de uma hora-aula escolar equivaler a 50 minutos, favorecer a prática da


oralidade e contribuir de forma lúdica para o enriquecimento da fluência na língua estrangeira,
na sequência proposta se pretende trabalhar com música.

Nessa perspectiva, a música pode contribuir com a aprendizagem como um recurso


didático, pois, através dela nas aulas de língua espanhola podemos ampliar o vocabulário,
praticar a entonação e a pronuncia, abordar a gramática além de um rico conhecimento da
cultura e da história de outro país.

Acredito que a música é um elemento atrativo para várias idades. No âmbito educativo,
para os jovens, ela pode ser uma grande aliada no processo de ensino aprendizagem já que tem
como parâmetro a linguagem. Sendo assim, ao inserir a música em uma sala de aula, além de
motivar o aluno, proporcionará uma ampliação da aprendizagem da língua espanhola.
2. METODOLOGIA

Neste capítulo abordaremos os conceitos teóricos que fundamentam a pesquisa


bibliográfica; apresentaremos as legislações que giram em torno do bullying escolar e,
conceituaremos a sequência didática.

2.1 A pesquisa bibliográfica

Após a escolha do problema (tema) levantado na pesquisa, é necessário buscar um tipo


de metodologia que ampare e se adeque teoricamente à pesquisa, pois a escolha da metodologia
permitir-nos-á delimitar quais caminhos tomará a pesquisa que, no caso de um trabalho de
conclusão de curso, de acordo com Severino (2013, p. 177), “pode ser um trabalho teórico,
documental ou de campo”.

Este estudo segue uma abordagem qualitativa e se configura como um estudo


bibliográfico. Para Gil (2002), a pesquisa bibliográfica se desenvolve a partir de fontes
bibliográficas, isto é, com a finalidade de obter informações e conhecimentos sobre o tema que
está sendo abordado toma como fonte de estudo material já elaborado. E, conforme Fonseca
(2002, p. 32) “qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que
permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto”.

Para desenvolver um estudo bibliográfico o pesquisador deve fazer um levantamento


sobre seu objeto de estudo, neste caso o bullying, delimitar objetivos e, através do estudo e
análise do material teórico pesquisado, apoiar-se para o levantamento de uma hipótese de
solução para o problema.

Neste sentido, Amaral (2007) afirma que a pesquisa bibliográfica

[...] é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará


todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico
em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento
e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa (AMARAL, 2007, p.
1).

Para Gil (1991) o levantamento bibliográfico se desenvolve a partir de materiais já


existentes. Suas fontes principais são livros e artigos científicos. Confirmando Severino (2007),
diz que a pesquisa bibliográfica tem seu percurso realizado por um
[...] registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos, como livros, artigos, teses etc. Utilizam-se dados de categorias
teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os
textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha
a partir de contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos
textos (SEVERINO, 2007, p. 122).

Assim podemos afirmar que a pesquisa bibliográfica é fundamental na delimitação e


direcionamento dos passos da pesquisa. Para confirmar ainda mais sua importante função em
uma pesquisa, em seu livro Métodos e técnicas de Pesquisa Social, Gil (1987) ressalta que nos
estudos bibliográficos é necessário apresentar detalhadamente quais foram os procedimentos
utilizados na investigação, pois a clareza sobre como foram obtidos os dados é tão relevante
quanto os resultados.

Sendo assim, a opção pela abordagem bibliográfica se justifica porque, enquanto


futura professora, preciso tentar entender o contexto escolar em que atuarei profissionalmente
em toda a sua amplitude. E, como bem podemos constatar em jornais e outros veículos de
comunicação, o bullying é uma problemática muito frequente na sociedade e,
consequentemente, afeta profundamente o desempenho escolar. Portanto, no presente trabalho
se valida o levantamento bibliográfico sobre o tema bullying, seus conceitos e as legislações
inerentes ao contexto escolar como parte do corpo do referencial teórico desta pesquisa.
Igualmente, no referencial teórico se justificam os conceitos do ensino lúdico a partir da
música, a transversalidade e o ensino da língua espanhola como ferramentas que podem
potencializar o bom desempenho escolar e boa convivência social.

Já na temática referente às sequências didáticas, no referencial teórico, me detenho em


uma apresentação teórica e, no apartado proposta, apresento uma proposta prática. Isso
porque, enquanto professora, deverei observar, identificar e analisar a problemática que gira
em torno do contexto escolar e tentar soluções para a sua resolução de problemas ou conflitos
inesperados. Nesse sentido, conforme ensina Gil (2002, p. 41,) adquirir “maior familiaridade
com o seu problema com vistas a torná-lo mais explícito” e tentar constituir hipóteses com
vistas a tentar resolver o problema.
2.2 Legislação antibullying

Para tratarmos sobre as maneiras de combater o fenômeno bullying, foi necessário


recorrer aos parâmetros constitucionais que amparam a promoção da conscientização contra o
bullying e a prevenção do mesmo dentro do âmbito escolar, trazemos aqui as principais leis que
caracterizam a prática do bullying como crime acarretando penalidade. A partir das leis
apresentadas é possível ter um maior entendimento sobre a importância de reforçar as
consequências decorrentes da violência cometida através do bullying, seja ela psicológica ou
física e, mesmo que ocorram dentro da escola, é um dever de toda a comunidade estar atento à
violência, unindo esforços da comunidade escolar em prol da garantia dos direitos de segurança
das crianças e adolescentes.

Assim sendo, a maneira de resumo, no Quadro 1 apresento a legislação antibulying que


forma parte deste estudo.

Quadro 1: Legislação antibullying

Lei Natureza

Combate à intimidação sistemática


13.185/2015
(bullying)

13.227 29 abr. 2016


Combate ao bullying

Promover a conscientização e prevenção


13.663/ 14 mai. 2018
ao bullying

Fonte: Quadro 1: Elaborado pela autora do texto

Tendo apresentado os conceitos teóricos relacionados à metodologia que fundamenta


este estudo, a seguir apresentamos o referencial teórico que fundamenta o estudo.
4. A PROPOSTA

Neste capítulo, apresento a proposta de uma sequência didática antibullying, cujo


objetivo é trabalhar a problemática do bullying desde a de conscientização perspectiva dos
alunos. Esta proposta prevê a elaboração de um trabalho final que visa o combate e prevenção
do fenômeno bullying na aula de língua espanhola. Esta proposta surge a partir de minha
experiência enquanto estagiária de uma escola pública do Estado de Goiás. Durante as
observações tive oportunidade de presenciar um episódio de bullying com uma aluna imigrante
de nacionalidade venezuelana. O tipo de bullying consistia em exclusão por parte dos
colegas de aula, isto é, os demais colegas não a incluíam em suas atividades porque a aluna em
questão ainda não falava a língua portuguesa e, portanto, não conseguia se comunicar
fluentemente.

A situação de bullying já se manifestava uma preocupação para a professora de língua


espanhola da escola concedente, pois ela tinha percebido que a aluna se apresentava apática,
sem vontade de continuar frequentando a escola e, certo distanciamento entre ela e os demais
colegas da escola. Além disso, a aluna venezuelana não estava conseguindo acompanhar o
ritmo dos colegas de aula no desempenho escolar, situação essa que agravava ainda mais a
vontade da alunar de continuar frequentando a escola.

Em reunião com a professora de espanhol da escola concedente e os outros estagiários


de língua espanhola da UFG que também faziam as práticas docentes nesse contexto, ao refletir
sobre as observações do contexto escolar e possíveis formas de resolver o conflito detectado,
decidimos intervir para minimizar o problema. Na reunião decidimos que o primeiro passo era
oferecer à aluna apoio linguístico e pedagógico nas aulas das outras disciplinas, pois, como
dito anteriormente o problema do desempenho escolar insuficiente da aluna decorria das
dificuldades com a língua portuguesa. Ao finalizar o semestre escolar percebemos que a aluna
apresentava melhorias no desenvolvimento da aprendizagem.

Acredito que a intervenção citada teve resultado positivo, no entanto, também acredito
que é necessário idealizar outras ações que venham a contribuir com a minimização do
bullying. Por isso, penso que a reflexão dos alunos seria o caminho mais adequado. Assim
sendo, a seguir apresento uma sequencia didática, que pode ser o início de muitas outras, que
venham a minimizar o bullying.
5.1. A proposta da sequência didática

Nessa parte do estudo será apresentada a proposta da sequência didática elaborada para
trabalhar com os alunos do 1º ano do ensino médio. A sequência seguirá o exemplo do quadro
citado anteriormente de Dolz, Noverraz e Schneuwly e se constituirá em quatro momentos.

Objetivo Geral:
Reflexionar sobre o bullying e as suas consequências.
Objetivos específicos:

Discussão e reflexões sobre o fenômeno bullying


Partindo da perspectiva dos alunos, levantar possíveis soluções para minimizar o
bullying nas escolas
Desenvolvimento e prática das quatro habilidades comunicativas em língua espanhola
Prática do léxico referente ao tema bullying
Revisão das estruturas e verbos de opinião

Direcionamento:
Alunos do 1° ano do ensino médio (Quantos alunos?)

Tempo: Esta parte não está clara para mim, verifica se é isso mesmo.

Primeiro momento: 2 aulas de 50 minutos cada


Segundo momento: 1 aula de 50 minutos
Terceiro momento: 1 aula de 50 minutos
Quarto momento: 2 aulas de 50 minutos cada

Primeiro momento:
Tempo: 2 aulas de 50 minutos cada

Materiais:
Videoclipe da música "Soy yo"
Fotocopia com a letra da música "Soy yo"
Quadro
Pincel

Aula 1:
Reflexão sobre o tema bullying e a mensagem retratada na música
O foco será nas habilidades de compreensão e expressão oral
Ações didáticas:
Será apresentado ao grupo de alunos um videoclipe da música em espanhol "Soy yo"
do grupo Bomba estéreo.
Será solicitado aos alunos que ouçam a música e identifiquem o significado
contextualizado do léxico desconhecido.

Aula 2:
Se entregará uma folha com a letra da música "Soy yo" (Anexo A), solicitando a leitura
silenciosa do texto.
Após isso se promoverá um debate sobre o conteúdo da letra da música.

Questionamentos para observação e debate:


Você se identifica com a garotinha do videoclipe?
¿Te identificas con la niñita del videoclip?

O que vocês acham das críticas que aparentemente ela sofre?


¿Qué piensan de las críticas que aparentemente ella sufre?

O que vocês acham da atitude da garotinha?


¿Qué piensan de la actitud de la niñita

Segundo momento:
Tempo: 1 aula de 50 minutos

Materiais:
Fotocopia do texto Bomba Estéreo estrena video de “Soy yo” con un mensaje contra el
bullying (Anexo B)
Fotocopia do texto Bullying: acoso escolar en adolescentes (Anexo C)
Quadro
Pincel

Objetivos específicos:
Aprofundar o entendimento dos alunos em relação ao tema e provocar reflexão que
venha contribuir para o terceiro momento
Pensar em maneiras de prevenção e enfrentamento ao bullying
Prática oral e correção fonética

Ações didáticas:
Inicialmente será apresentado aos alunos o texto “Bomba Estéreo estrena video de
‘Soy yo’ con un mensaje contra el bullying” e se fará uma leitura conjunta
Logo se apresentará aos alunos o texto “Las diversas formas de bullying en la
escuela”, os alunos serão convidados a se voluntariar para a leitura em voz alta

Terceiro momento:
Objetivos específicos:
Debate sobre o bullying que oriente ao exercício da reflexão crítica
Expressão oral em língua espanhola
Prática do léxico referente ao tema bullying
Revisão das estruturas e verbos de opinião

Ações didáticas:
Será solicitado aos alunos que se dividam 5 em grupos de 6 alunos
Cada grupo receberá um envelope com uma pergunta que será respondida por um
dos membros do outro grupo
Os grupos poderão indicar qual dos seus integrantes responderá a pergunta

Nos envelopes, às perguntas levantaram as seguintes questões:


Qual é a sua opinião sobre o bullying?
¿Cuál es su opinión sobre el bullying?

Você conhece alguém que sofre ou já sofreu bullying? Por qual motivo?
¿Conoce a alguien que pasa por la situación del bullying lo que ya ha pasado? ¿Cuál es
la motivación de la violencia?

Quais as consequências emocionais afetam a vítima do bullying?


¿Cuáles son las consecuencias emocionales que afectan la víctima del bullying?

Quais as possíveis soluções para minimizar o bullying em ambientes escolares?


¿Cuáles son las posibles soluciones para que se pueda disminuir el bullying en los
ambientes escolares?

Em sua opinião, você acha que a escola toma medidas para minimizar o bullying?
En su opinión, ¿Crees que la escuela busca acciones para la minimización del bullying?

Quarto momento:
Tempo: 2 aulas de 50 minutos cada

Materiais:
Fotocopia com instruções sobre a atividade que deverão desenvolver
Quadro
Pincel

Objetivos específicos:
Construção de uma música em espanhol, abordando o tema bullying
Prática da expressão escrita em língua espanhola

Aula 1:
Ações didáticas:
Dividir os alunos em grupos de 6, podem ser mantidos os grupos do debate
Cada grupo deverá construir de forma conjunta uma música de no mínimo 3 estrofes,
onde abordarão o tema bullying. Para tanto, se inspirarão na mensagem que a música
“Soy yo” lhes transmitiu e nas respostas do debate da aula anterior
A letra da músico poderá levantar questões como: Conscientização ao respeito ao
próximo em relação às diferenças; Contra a violência nas escolas
O ritmo é livre e, se possível, poderão utilizar instrumentos musicais

Aula 2:
Tarefa final: A execução do trabalho acontecerá em uma apresentação, cujo objetivo é
conscientizar os alunos sobre o perigo do bullying nas escolas

Cada grupo deve apresentar a sua produção


Cada grupo terá entre 5 e 7 minutos para apresentar a sua produção
Ademais da nota atribuída pelo(a) docente, os alunos se auto-atribuirão uma nota
considerando a sua produção e envolvimento na atividade.
6. CONSIDERAÇÕES

A partir dos estudos realizados, podemos concluir que o fenômeno bullying deve ser
um assunto que deve estar sempre em pauta, não só dentro das escolas entre os jovens, mas
sim, no meio da sociedade, pois sabemos que os jovens são reflexo de exemplos e ações que
vêm de seus responsáveis. Devemos cobrar das autoridades programas de combate e
conscientização mais aprofundados contra a violência do bullying e que sejam sempre
lembrados para que o assunto não caia no esquecimento voltando à tona somente quando
ocorre uma tragédia, como por exemplo, a de Realengo que foi citada no decorrer do trabalho.

Como futura professora, acredito na importância de se ter sensibilidade e estar atento


aos sinais de algum comportamento diferente que possa ser demonstrado por um aluno dentro
de uma sala de aula, para em união com os responsáveis de a escola buscar soluções para
identificar o fenômeno bullying, enfrentar e promover medidas de conscientização. Com isso,
contatar os responsáveis do aluno, que muitas vezes desconhecem o que pode estar ocorrendo,
pois nessas situações o apoio familiar é fundamental para a vítima.

A escola deve manter uma prática de conscientização antibullying de forma contínua,


para que os alunos tenham conhecimento sobre o conceito do bullying, de suas consequências,
sendo o fenômeno bullying considerado uma forma de violência (crime). O ambiente escolar,
também deve reforçar entre os alunos e praticar o respeito ao próximo e a todos os tipos de
diversidades.
7. REFERÊNCIAS
ABREU, Zilpa Helena Lovisi de. A Língua Espanhola, o Mercosul e o Brasil. Juiz de Fora: UFJF, 2008. p. 2.

AMARAL, J. J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. Fortaleza, CE: Universidade Federal do Ceará,
2007. Disponível em: <http://200.17.137.109:8081/xiscanoe/courses-
1/mentoring/tutoring/Como%20fazer%20pesquisa%20bibliografica.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2022

BOMBA ESTÉREO VEVO. Bomba Estéreo - Soy Yo (Official Video). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=bxWxXncl53U>. Acesso em: 18 ago. 2022.

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. Disponível
em:<http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 26 jun. 2022.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos
do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Bullying no ambiente escolar. Brasil. 2010. CNJ, Portal. Bullying. 2011. Disponível em:
<https://www.cnj.jus.br/campanha/bullying/>. Acesso em: 18 ago. 2022.

BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente. – 7. Ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara,
2010. 225 p. – (Série legislação; n. 25) ISBN 978-85-736-5344-1 Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 e
legislação correlata.

BRASIL. Lei nº 13.663, de 14 de maio de 2018. Brasília. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13663.htm>. Acesso em: 17 ago. 2022.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 17 ago. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/, 1997.

BRASIL. Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de Instituições de Educação Infantil. Brasília,


DF: MEC/SEF, 1998.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia da Amizade: Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores. São Paulo:
Gente, 2008.

CNE/CEB (Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica). Parecer Nº 11, de 7 de outubro de


2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da
União, Brasília, 9 de dezembro de 2010, seção 1, p. 28. apud BNCC. (2019). Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf>.
Acesso em: 25 jun. 2022.

DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação
de um procedimento. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004. Trad. e org. de Roxane Rojo e Glaís Sales
Cordeiro.

FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed.
Campinas, SP: Verus, 2005.

FANTE, Cleo; PEDRA, José Augusto. Bullying escolar: perguntas & respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

GIL, Antônio Carlos, 1946- Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. — 3. ed. — São Paulo :
Atlas, 1991.

GIL, Antônio Carlos, 1946- Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. - 4. ed. - São Paulo : 0
Atlas, 2002.
GOBBI, Denise. A música enquanto estratégia de aprendizagem no ensino de língua inglesa. Dissertação
(Mestrado em Letras). Porto Alegre: UFRGS, 2011.

LAUAR, Sirley Jardim; MATTOS, Adenilson Mariotti. A dança na escola como elemento lúdico e suas
contribuições para aprendizagem. Publicado em 2014. Disponível em:
<http://www.cdof.com.br/danca10.htm>. Acesso em: 25 de jun. de 2022.

LEFFA, Vilson J. Língua estrangeira. Ensino e aprendizagem. Vilson J. Leffa. - Pelotas: EDUCAT, 2016.

Lopes Neto AA. Bullying – comportamento agressivo entre estudantes. J Pediatr (Rio J). 2005;81(5 Supl):
S164-S172. P. 2. Disponível
em:<https://www.scielo.br/j/jped/a/gvDCjhggsGZCjttLZBZYtVq/?lang=pt&format=pdf >. Acesso em: 5 ago.
2022.

SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo, SP: Cortez, 2007.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 1. ed. -- São Paulo : Cortez, 2013.

SOLUÇÕES, P. Escola de Governo de Valparaíso de Goiás. Disponível em:


<https://escoladegoverno.valparaisodegoias.go.gov.br/cursos/curso.php?id=20>. Acesso em: 5 ago. 2022.

Tipologia de classes. Disponível em:<https://www.ecured.cu/Tipolog%C3%ADa_de_clases>. Acesso em: 26


jun. 2022.

TOKARNIA, Mariana. IBGE: um em cada dez estudantes já foi ofendido nas redes sociais. Rio de Janeiro.
2021. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-09/ibge-um-em-cada-dez-estudantes-
ja-foi-ofendido-nas-redes-sociais>. Acesso em: 5 ago. 2022.

ZABALA, A. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Não sei se você já incluiu estas referências dos textos:

https://peopleenespanol.com/article/bomba-estereo-estrena-video-de-soy-yo-con-un-mensaje-
contra-el-bullying/

https://www.euroresidentes.com/estilo-de-vida/adolescentes/adolescentes-bullying
ANEXO A: Bomba Estéreo - Soy yo

Me caí, me paré, caminé, me subí


Me fui contra la corriente y también me perdí
Fracasé, me encontré, lo viví y aprendí
Cuando te pegas fuerte más profundo es el beat

Sigo bailando y escribiendo mis letras


Sigo cantando con las puertas abiertas
Atravesando todas estas tierras
Y no hay que viajar tanto pa' encontrar la respuesta

Y no te preocupes si no te aprueban
Cuando te critiquen, tú solo di
Soy yo Soy yo Soy yo (soy, soy, soy, soy, soy, soy, soy)
Soy yo (yo, yo, yo, yo, yo, yo, yo)

Sigo caminando y sigo riendo


Hago lo que quiero y muero en el intento
A nadie le importa lo que estoy haciendo
Lo único que importa es lo que está por dentro
A mí me gusta estar en la arena
Bañarme en el mar sin razón, sin problema
Estar sentada sin hacer nada
Mirando de lejos y estar relajada

Y no te preocupes si no te aprueban
Cuando te critiquen, tú solo di
Soy yo Soy yo Soy yo (soy, soy, soy, soy, soy, soy, soy)
Soy yo (yo, yo, yo, yo, yo, yo, yo)

Soy así, soy así, soy así (Relaja)


Y tú ni me conoces a mí (Bien relaja)
Soy así, soy así, soy así (Relaja)
Y tú ni me conoces a mí (Bien relaja)
¿You know what I mean? ¿You know what I mean? Sí, papá

Y no te preocupes si no te aprueban
Cuando te critiquen, tú solo di
Soy yo Soy yo Soy yo (soy, soy, soy, soy, soy, soy, soy)
Soy yo (yo, yo, yo, yo, yo, yo, yo)
En la cama (Relajá)
Con mi encanto
Con pijama, soy yo
Así soy yo…
ANEXO B: Bomba Estéreo estrena video de “Soy yo” con un mensaje contra
el bullying

La agrupación colombiana Bomba Estéreo presentó el video musical de su éxito


“Soy yo”. Liliana Li Saumet, su vocalista, nos reveló detalles sobre la temática del
sencillo.

Bomba Estéreo estrenó este miércoles el video de su popular tema “Soy yo”, que
contiene un mensaje a favor de aceptarnos como somos y aceptar a los demás como
son.

“Es una letra muy sencilla, [es algo] que no todo el mundo se atreve a decir. Creo
que muchas personas se sienten identificadas. A la mayoría de los seres humanos
nos ha pasado que nos hemos sentido encajados por la sociedad, por la gente, por
nuestros gustos”, compartió en entrevista con People en Español Liliana Li Saumet,
vocalista del grupo colombiano, que nos reveló detalles sobre la temática que toca
la canción.

“No te preocupes si no te aprueban, cuando te critiquen tú solo di: ‘Soy yo'”, repica
el coro del tema. “El mensaje que queremos llevar es el de no dejarse afectar por X
o Y razón. Tiene que ver sobre todo con la aceptación de uno mismo, de lo que uno
es”, apuntó la cantante.

“El video se enfoca en los niños, haciendo referencia al bullying que sucede en el
colegio”, resaltó sobre su clip musical, que es protagonizado por una niña muy
auténtica que no se deja intimidar de nadie.
ANEXO C: Las diversas formas de bullying en la escuela

¿Qué clases de bullying en la escuela existen y cuáles son los rasgos


característicos de cada uno?

En el post de hoy, te contamos de qué se trata, cómo anticiparse a él y qué medidas


podemos utilizar en la prevención de situaciones de acoso escolar, teniendo en cuenta a los
niños y niñas, al centro educativo, a las familias y a las administraciones.

Además, recuerda que en escuela ELBS puedes especializarte en la detección, prevención e


intervención de este tipo de conductas y situaciones complejas en el entorno escolar con
nuestro Máster en Acoso Escolar, una especialización 100% online, con tutor personal y
certificación experto.

Bullying en la escuela: Causas y consecuencias


Cuando nos referimos al concepto de acoso escolar o bullying en la escuela, hablamos de
situaciones basadas en la desigualdad entre los compañeros, que normalmente se
producen dentro del aula o en el patio del colegio. Podríamos describirlo a través de
acciones o conductas dónde uno o más alumnos insultan, amenazan, chantajean, difunden
rumores, golpean o ignoran a otros de manera sistemática y prolongada en el tiempo.

Estos actos producen en los niños y niñas víctimas de acoso escolar, sentimientos de
inferioridad y un constante maltrato de tipo físico, verbal o psicológico.

Causas:
Se estima que cuanto mayor es el centro escolar, mayor riesgo de acoso escolar puede
existir. Esto se debe a que las instituciones educativas, ya sean públicas o privadas, muchas
veces ven limitada su capacidad de control físico y de vigilancia en los centros educativos.

Entre las causas o factores más comunes que provocan el acoso escolar o bullying en la
escuela encontramos las de tipo personal, familiar o escolar:

Personal: Baja autoestima del acosador y una manera de suplir la poca confianza en
sí mismo. También es una causa personal el apoyo al acosador de otros compañeros
del aula.
Familiar: Su origen puede encontrarse en situaciones de violencia doméstica
experimentadas en la infancia y un modelo parental agresivo y violento. También,
puede influir la tensión económica de la unidad familiar, la relación deteriorada
entre los progenitores, los valores y la ausencia de normas en la convivencia etc.
Escolar: Falta de control físico y vigilancia en el centro educativo y ausencia de un
modelo generador de comportamientos sociales adecuados.
Consecuencias:
Los efectos psicológicos del bullying en la escuela en los más pequeños son realmente
preocupantes y alarmantes. Y es que según algunos estudios científicos, sus efectos en la
salud pueden perdurar en el tiempo durante toda la vida de la persona afectada. Algunos
de estos efectos son: el estrés, la ansiedad y la depresión, las somatizaciones, el suicidio así
como, los problemas de sociabilización y de adaptación al entorno laboral.

Tipos de bullying en la escuela


Como ya hemos comentado anteriormente, el bullying o acoso escolar se puede manifestar
de muchas formas entre un mismo grupo de iguales. Desde patadas, empujones y
amenazas hasta rumores y notas hirientes con la finalidad de convencer a los demás que no
se acerquen o relacionen con él o ella.

Hasta el momento, existen 6 tipos de bullying en la escuela, dándose frecuentemente


situaciones de varios tipos de acoso escolar hacia la misma víctima durante meses e incluso
años. A continuación, vamos a explicar las diferentes formas en las que se puede
manifestar el bullying en la escuela hacia un menor:

Bullying físico:
Se entiende por agresión física, aquellas acciones que los agresores realizan de forma
manual, que puede afectar a la vida de la víctima existiendo un contacto físico con ésta o
no. Podemos clasificarla en:

Empujones, golpes o zancadillas


Novatadas
Chantajes, amenazas o notas anónimas
Quitarle el dinero para el desayuno o almuerzo
Deteriorar o romper sus pertenencias personales

Bullying verbal o psicológico:


Entendemos por agresión de tipo verbal, todo aquel daño que los agresores y sus
ayudantes son capaces de hacer a la víctima con la ayuda de la palabra. Algunos ejemplos
son:

Motes o apodos degradantes


Insultos tanto a ellos como a sus familiares
Ofensas debidas a sus características físicas o psicológicas
Rumores y/o mentiras
Bullying sexual:
Se trata de aquellas actividades dirigidas a solicitar favores de tipo sexual a otra persona en
contra de su consentimiento. Pueden ir desde agresiones de tipo verbal hasta toques o
agresiones físicas.

Bullying social o relacional:


Se entiende que alguien es excluido socialmente por parte de su grupo de “amigos” y
cuando no se le permite permanecer a él de forma intencionada. Algunas formas de
exclusión son:

Excluirlo o alejarlo de las actividades que se están realizando


No dejarlo participar en juegos y actividades
Discriminarlo por su situación económica, intelectual, emocional y/o racial

Bullying cibernético o ciberbullying:


Con la llegada de las nuevas tecnologías también podemos encontrar casos de ciberacoso
en los centros escolares. Este tipo de bullying se puede considerar uno de los más dañinos a
nivel psicológico debido al gran alcance que puede llegar a tener. Se puede realizar a través
de tablets, ordenadores, páginas web y blogs, entre otros dispositivos tecnológicos.

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