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Incêndios florestais atingem Europa em meio à onda de calor

Da Redação16 de jul de 2022(atualizado 16/07/2022 às 18h01)


Crise climática é o principal fator de agravamento do fenômeno durante verão no hemisfério
norte. Fogo já atingiu regiões de Espanha, Portugal e França

UMA VISÃO DE ÁRVORES QUEIMANDO EM MEIO A UM INCÊNDIO FLORESTAL PERTO DE LANDIRAS,


FRANÇA

Os incêndios florestais têm devastado nos últimos dias países europeus como Portugal,
França e Espanha, forçando milhares de pessoas a saírem de suas casas enquanto as altas
temperaturas de verão colocam autoridades em alerta. A crise climática, de acordo com
cientistas, está tornando as ondas de calor cada vez mais intensas e duradouras.
Mais de 12.200 pessoas já foram retiradas da região francesa de Gironda, na manhã deste
sábado (16), enquanto mais de 1.000 bombeiros tentam controlar as chamas, informaram
autoridades regionais em comunicado.
Na vizinha Espanha, os bombeiros lutam contra uma série de incêndios após dias de
temperaturas excepcionalmente altas que chegaram a atingir 45ºC. A onda de calor que já dura
quase uma semana causou 360 mortes relacionadas às altas temperaturas, de acordo com
dados do Instituto de Saúde Carlos 3º. Mais de 3.000 pessoas já foram retiradas de suas casas
devido a um grande incêndio neste sábado perto de Mijas, uma cidade na província de Málaga.
Em Portugal, incêndios têm se alastrado por regiões de florestas no país. Mais de 38 mil
hectares foram consumidos. Essa é uma área maior que as queimadas de 2017, quando uma
série de incêndios causaram mais de cem mortes no país. O primeiro óbito da nova onda de
queimadas foi registrado na sexta-feira (15), quando um avião que combatia o fogo caiu na
região de Vila Nova de Foz Côa, no norte do país, matando o piloto. Segundo dados da
Proteção Civil, pelo menos 187 pessoas já ficaram feridas, incluindo quatro em estado grave.
Na sexta-feira, o Reino Unido emitiu pela primeira vez um alerta vermelho de "calor extremo"
para os próximos dias. A expectativa é que os termômetros possam superar os 40°C a partir de
segunda (18), o que seria inédito no país. As noites também devem ser excepcionalmente
quentes, sobretudo nas áreas urbanas, afirmou o Escritório de Meteorologia britânico. No outro
extremo do continente, duas pessoas morreram na Grécia, após a queda de um helicóptero
que combatia as chamas na quarta-feira (13).
Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/extra/2022/07/16/Inc%C3%AAndios-florestais-atingem-Europa-
em-meio-%C3%A0-onda-de-calor

1. Qual é a finalidade do texto que você acabou de ler?


( ) vender ( ) informar ( ) instruir ( ) problematizar

2. Por que a manchete apresenta um layout diferente do restante do texto? Descreva como ela
aparece na notícia que você leu.
3. A manchete “Incêndios florestais atingem Europa em meio à onda de calor”, assim como a
maioria das demais frases que compõem a notícia, estão escritas na ordem direta, isto é,
sujeito + verbo + complemento.
a) Retire do texto três exemplos em que isso acontece.

b) De que forma essa construção frasal contribui para o entendimento da notícia?

4. Quanto aos verbos empregados na notícia:


a) Identifique, na manchete “Incêndios florestais atingem Europa em meio à onda de calor”, o
verbo e o tempo em que ele se encontra.

b) No corpo da notícia, os verbos também estão no mesmo tempo verbal? Justifique sua
resposta retirando alguns verbos do texto e identificando seu tempo, bem como refletindo sobre
o que esse uso pode significar na construção de uma notícia.

c) Em que modo os verbos presentes na notícia se encontram?


( ) modo indicativo ( ) modo subjuntivo ( ) modo imperativo

d) Que efeitos de sentido o emprego desse modo verbal traz à notícia?

5. Percebemos que os sinais de pontuação - interrogação e exclamação - não aparecem em


nenhum momento na notícia. Em sua opinião, por que isso acontece?

6. Releia o primeiro parágrafo da notícia e complete a tabela abaixo com os elementos que
compõem o lide (ou 'olho' da notícia):

O quê?

Quem?

Quando?
Onde?

Como?

Por quê?

7. Sabemos que a notícia está sempre relacionada a fatos recentes. Localize no texto
expressões que situam o tempo em que os fatos ocorreram e comprovem a atualidade do fato
noticiado.
8. Leia o trecho “[...] os bombeiros lutam contra uma série de incêndios após dias de
temperaturas excepcionalmente altas que chegaram a atingir 45ºC.”. Tendo em vista o termo
em destaque, responda:
a) Que termo está sendo modificado por esse advérbio?

b) Que efeito de sentido o advérbio em destaque causa?

c) Que outro advérbio poderia substituir “excepcionalmente” sem alteração do sentido proposto
pelo enunciado original?

9. No trecho: “Mais de 12.200 pessoas já foram retiradas da região francesa de Gironda, na


manhã deste sábado (16), enquanto mais de 1.000 bombeiros tentam controlar as chamas [...]
” o termo em destaque introduz ideia de:
a) proporção b) conformidade c) proporção d) modo e) tempo

10. Pensando nas características do gênero notícia, é possível afirmar que o texto em análise:
a) tem a função de chamar a atenção dos leitores para a crise climática,
b) traz informações sobre um acontecimento real, para isso apresenta fatos e onde, quando,
com quem, como e porque eles ocorreram,
c) traz informações sobre um fato que pode ocorrer, caso medidas não sejam tomadas pelos
governos europeus,
d) foi escrita numa linguagem informal, para atingir um maior público de leitores,
e) é possível perceber o ponto de vista do autor (jornalista) sobre o fato noticiado.

Vamos explorar, agora, a reportagem “O que explica a nova onda de calor e o que deve
ser feito contra a crise” e estabelecer relação com a notícia "Incêndios florestais atingem
Europa em meio à onda de calor”

O que explica a nova onda de calor e o que deve ser feito contra a crise
A disparada nos termômetros, sobretudo na Europa, provoca uma vital reflexão sobre como
frear o aquecimento global
Por Amanda Péchy Atualizado em 29 jul 2022, 21h11 - Publicado em 22 jul 2022, 06h00

Termômetros em disparada no verão do Hemisfério Norte vêm sendo uma constante nestes
tempos de planeta aquecido, mas nunca se viu um conjunto tão impressionante de eventos
simultâneos decorrentes das elevadíssimas temperaturas como nos últimos dias, sobretudo na
Europa. No Reino Unido, deu-se o quase insuportável recorde histórico de 40,3 graus na terça-
feira 19 — motivo para um alerta vermelho de “calor excepcional”, anunciado pelas autoridades
sanitárias —, e a população abarrotou as praias como nunca antes, , voos foram suspensos já
que as pistas do aeroporto fritavam e até os rigidamente estáticos soldados postados à porta
do Palácio de Buckingham tiveram de se mexer para beber água no meio do expediente e do
público.

A FÚRIA DO FOGO - Incêndio na França: o ar quente do Saara se espalha – Thibaud Moritz/AFP

Na Itália, onde havia 200 dias que não caía uma gota de chuva, a seca — que, aliás, ameaça
a metade do continente — já fazia faltar uma tríade essencial à mesa: arroz para risoto,
azeitona e vinho.O tormento francês, que passa pela escassez de mostarda, item de
sobrevivência nacional, foi tanto que as pessoas se lançaram às fontes em estilo art nouveau
no meio da rua e milhares precisaram evacuar de uma região ao sul do país que ardia em
chamas. Também em Portugal e na Espanha, com registro de 1 700 mortes, as intensas
labaredas dos incêndios florestais eram triste sinal da severa mudança climática em marcha.
Para moradores de cidades como Rio de Janeiro, por exemplo, habituados à inclemência dos
40 graus, tamanho estrago provocado por temperaturas semelhantes pode causar espanto.
Mas muitos fatores explicam por que para os europeus é mais penoso. Em vários países da
UE, os edifícios são projetados para reter calor, justamente pensando na temporada do
inverno, essa, sim, uma preocupação desde sempre. “Cria-se uma espécie de efeito estufa nas
casas”, diz o climatologista Viktor Roezer, da London School of Economics. A infraestrutura é
toda concebida para um clima mais ameno — tanto assim que os trilhos de trem britânicos
correm o risco de se deformar acima dos 35 graus. Curiosamente, até o aspecto fisiológico
ajuda a entender o profundo impacto do calor europeu sobre a população. “Como é raríssimo,
o corpo demora mais a se adaptar podendo levar a efeitos fatais, caso não se tomem os
devidos cuidados”, alerta Roezer.

Não é apenas a Europa que ferve. Nos Estados Unidos, 70 milhões de pessoas (21% da
população) vivem em áreas sobre as quais pairam previsões perigosas de calor para o atual
verão. Mas os europeus sofrem mais agora por causa de um fenômeno que tem os pés
fincados no aquecimento global — o qual já fez os termômetros escalarem 1,1 grau na
comparação com o período pré-industrial.

O que ocorre neste momento é que o aumento de temperatura está embaralhando ainda mais
os patamares climáticos conhecidos ao alterar o sistema de pressão atmosférica, uma
dinâmica que costumava seguir um roteiro previsível. Com a baixa pressão atmosférica, abre-
se caminho para os ventos despejarem o ar quente do Deserto do Saara na Península Ibérica,
que de lá se espalha pelo continente. Não é um episódio, infelizmente, isolado. Segundo
estudo publicado no periódico Nature Communications, as ondas de calor na Europa têm
aumentado em frequência e vigor nas últimas quatro décadas. “É inegável que ondas de calor
se tornaram significativamente mais prováveis devido às mudanças climáticas”, afirma Swenja
Surminski, diretora de clima e sustentabilidade do gigante de seguros Marsh McLennan.

Para reverter a subida dos termômetros, cujas nefastas consequências agora batem à porta
das pessoas, a recomendação do IPCC, o painel global das mudanças climáticas da ONU, é
reduzir as emissões dos gases do efeito estufa ao ritmo de 7% por ano. Isso exige, porém, uma
reviravolta no modo de viver e produzir que ainda soa distante. O resultado é que, no lugar de
retroceder, as emissões avançam 2% anualmente, o que agrava a ira de ativistas como os do
Just Stop Oil (veja abaixo). A guinada é trabalho para começar já e colher os frutos lá na frente.
“Com uma ação imediata, as temperaturas globais podem voltar a cair até os anos 2100”,
calcula Roezer, da London School of Economics. Por ora, a Organização Meteorológica
Mundial prevê dias ainda bastante abafados e não descarta novos recordes que ninguém quer
bater. Leia mais em: https://veja.abril.com.br/agenda-verde/o-que-explica-a-nova-onda-de-calor-e-o-
que-deve-ser-feito-contra-a-crise/

1. Sobre que assunto trata a reportagem que você acabou de ler? Qual é a sua finalidade de
uma reportagem dessa natureza? Em que ela diferente da notícia que lemos sobre o mesmo
assunto?

2. Aponte, pelo menos, três diferenças e três semelhanças entre a notícia e a reportagem que você
leu nesta aula.

DIFERENÇAS SEMELHANÇAS

3. Em relação à construção temporal da reportagem, qual o tempo verbal predominante?


Comprove com exemplos do texto sua resposta. Depois, responda:

a)Que efeito de sentido esse uso causa no leitor?

b)Em que isso se aproxima ou se difere do que vimos no uso dos verbos na construção da
notícia?

4. Na reportagem, encontramos o nome de Amanda Péchy, a jornalista responsável pela


produção do texto. As marcas de seu posicionamento a respeito do tema abordado ficam
nítidas nos comentários avaliativos. Localize no texto alguma passagem que exemplifique essa
afirmação.

5. A que fontes a jornalista recorre para fundamentar seu texto? Como reconhecemos isso no
texto? Como tal recurso é importante para dar credibilidade à reportagem?

6. Sobre a pergunta e a afirmação que encerram a reportagem: “Vão conseguir? Quem viver
verá - literalmente”, reflita:

a) A quem se refere a expressão “vão conseguir”? Por que a jornalista usa uma pergunta para
encerrar seu texto?

b) Explique o efeito de sentido ocasionado uso do advérbio “literalmente” nesse momento do


texto.

7. O título da reportagem nos dá uma orientação sobre o conteúdo que será abordado. Agora
que você já leu o texto todo, apresente uma síntese (1) explicando o(s) motivo(s) da nova onda
de calor e (2) o que pode ser feito contra o aquecimento global.

8. Pensando no que você leu e na síntese produzida na resposta à questão anterior, de que
forma(s) o aquecimento global tem interferido no clima europeu? Vamos debater esse tema
coletivamente?

9. Você acredita que no Brasil também podemos perceber alterações climáticas em função do
aquecimento global? Você já teve acesso a essa informação? Se sim, por qual mídia? Vamos
debater esse tema coletivamente?

10. E no contexto da sua escola, do seu bairro ou da sua cidade, que fato atual poderia ser
abordado em uma notícia ou, até mesmo, em uma reportagem? Onde esse(s) texto(s) poderia
circular para que mais leitores pudessem ter acesso? Vamos listar uma série de temas que
poderiam ser transformados em um projeto de classe, envolvendo a escrita de uma notícia e/ou
uma reportagem sobre eles?

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