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CICLO 3 – Práticas de estudo e pesquisa: resumo e esquema visual

Período: 23/08 a 30/08


Formador/a: Fernanda Bartikoski e Anderson Carnin

Olá, professoras e professores!

Bem-vindas/os ao nosso segundo roteiro de estudos do terceiro ciclo de 2022. Este roteiro tem
como objetivo principal apresentar e discutir estratégias pedagógicas para o trabalho com leitura e
escrita nas aulas de Língua Portuguesa, em turmas de 1º, 2º e 3º Anos do Ensino Médio. Vamos
experimentar, analisar e propor atividades didáticas que podem ser feitas a partir dos gêneros
resumo e esquema visual, ambos relacionados ao campo das práticas de estudo e pesquisa.
Esperamos que este seja mais um ciclo de trocas e de construção conjunta de conhecimentos e de
fomento a práticas pedagógicas cada vez mais sintonizadas com as demandas e direitos de
aprendizagem de nossos/as estudantes!

Parte 1

A pandemia de Covid-19 forçou o ensino presencial a migrar para o remoto/on-line, de uma forma
muitas vezes abrupta e até um pouco confusa... Tal mudança evidenciou ainda mais as lacunas
educacionais. Um dos motivos foi que o ensino remoto e/ou híbrido requereu dos/as alunos/as
muito mais autonomia, seja de gestão do tempo, seja de estudar sozinho em casa, sem a mediação
física do/a professor/a.
Desenvolver a autonomia não é tarefa fácil, sabemos. No entanto, mais do que nunca, a realidade
escolar “pós-pandemia” (ou de retorno à presencialidade) nos mostra o quanto essa habilidade é
fundamental. E como nós, professores/as de língua portuguesa, podemos auxiliar nessa questão?
Uma possibilidade é, desde cedo, já nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental,
introduzirmos sistematicamente a prática de tomada de nota, que nada mais é do que realizar
anotações a partir da explicação dada pelo/a professor/a em sala de aula, e o destaque de questões
importantes de textos lidos, podendo ser feito, por exemplo, por meio de marcações com caneta
marca-texto, sublinhado ou outros recursos multimodais. Ainda no final do Ensino Fundamental e
ao longo do Ensino Médio, podemos progredir, no sentido de propor a elaboração de textos-síntese,
infográficos, resumos, esquemas e mapas mentais.
Em suma, os gêneros de texto mencionados se orientam, prioritariamente, para o campo das práticas
de estudo e pesquisa. No entanto, além de circularem em outros campos, tais gêneros podem (e
devem) estar articulados a outras áreas de conhecimento, uma vez que resumir/sintetizar e
esquematizar (habilidades em que as práticas de leitura e de escrita estão presentes) são atividades
necessárias nos demais componentes curriculares. Há, aqui, uma potente abertura para o trabalho
com leitura e escrita de modo interdisciplinar - sabemos que não é tarefa apenas do/a professor/a de
português trabalhar com leitura e escrita, mas a nossa competência técnica ajuda muito nisso!
Pensando adiante: quando você pensa no campo das práticas de estudo e de pesquisa, que gêneros
vêm à sua mente, tendo em vista o desenvolvimento da autonomia dos/as seus/suas aluno/as de
Ensino Médio? Como esses gêneros podem fazer sentido na sua sala de aula, a partir do trabalho
articulado entre a leitura e a escrita? Reflita sobre isso e participe da discussão em nossa live, no dia
23/08/2022.

Parte 2

Como veremos (ou vimos, dependendo de quando você estiver lendo esse roteiro) em nossa live, as
práticas de leitura e de escrita são atividades complexas, que exigem uma série de conhecimentos e
habilidades distintos. Tais práticas, entendidas desde uma perspectiva socialmente situada,
constituem o que costumamos nomear como práticas de letramento (KLEIMAN, 2007; ROJO,
2004; SIMÕES et al, 2012) e estão no cerne do que a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL,
2018, p. 481, grifo no original) enuncia em suas primeiras páginas relativas à área de Linguagens e
suas Tecnologias no Ensino Médio ao rememorar a trajetória que vimos construindo juntos/as na
Educação brasileira, especialmente na área de língua portuguesa, que esta: "têm se comprometido
com uma formação voltada a possibilitar uma participação mais plena dos jovens nas
diferentes práticas socioculturais que envolvem o uso das linguagens".
As 7 competências gerais da área de Linguagens (disponíveis na p. 490 da BNCC) dão corpo a esse
trabalho com o uso das linguagens no Ensino Médio, alargando nosso horizonte de expectativas e
possibilidades. Entretanto, consideramos essencial iniciarmos pelo que é mais cotidiano e presente
na nossa vida (escolar e extraescolar): a escrita. Se, no ciclo anterior, enfatizamos o trabalho com a
leitura, neste, buscarmos articular leitura e escrita (em sua dimensão textual) em sala de aula. Para
isso, seguiremos guiados pelos resultados da avaliação diagnóstica, pelas orientações oficiais e,
acima de tudo, pelas necessidades e direitos de aprendizagem de nossos/as estudantes!

Professor/a:

Algumas habilidades ligadas ao campo e ao gênero explorados neste roteiro de estudo são listadas a
seguir, para potencializar o seu trabalho de seleção e adaptação ao seu contexto de trabalho e de
ensino. Essas habilidades subjazem à proposta aqui apresentada, mas podem (e devem) ser mais
bem exploradas por você em seu projeto de ensino.

(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de
produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos
de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as
possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes
situações.

(EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como na


leitura/escuta, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, usando/reconhecendo
adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam para a coerência, a
continuidade do texto e sua progressão temática, e organizando informações, tendo em vista as
condições de produção e as relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência;
tese/argumentos; problema/solução; definição/exemplos etc.).

(EM13LP03) Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a


explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a
compreensão de paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades.

(EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha


de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras,
dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico da língua.

(EM13LP08) Analisar elementos e aspectos da sintaxe do português, como a ordem dos


constituintes da sentença (e os efeito que causam sua inversão), a estrutura dos sintagmas, as
categorias sintáticas, os processos de coordenação e subordinação (e os efeitos de seus usos) e a
sintaxe de concordância e de regência, de modo a potencializar os processos de compreensão e
produção de textos e a possibilitar escolhas adequadas à situação comunicativa.

(EM13LP32) Selecionar informações e dados necessários para uma dada pesquisa (sem excedê-los)
em diferentes fontes (orais, impressas, digitais etc.) e comparar autonomamente esses conteúdos,
levando em conta seus contextos de produção, referências e índices de confiabilidade, e percebendo
coincidências, complementaridades, contradições, erros ou imprecisões conceituais e de dados, de
forma a compreender e posicionar-se criticamente sobre esses conteúdos e estabelecer recortes
precisos.

Pensando nisso, a proposta a seguir apresenta um conjunto de atividades voltadas ao trabalho com
as práticas de leitura e de produção textual escrita, articuladas em torno de dois gêneros: resumo e
esquema visual. Vamos ler essa proposta e discutir sua viabilidade em nossas turmas? Para isso,
fique atento/a a:
● Reconhecer os objetos e objetivos de aprendizagem explorados e sua pertinência à etapa
escolar das propostas.
● Identificar as estratégias de leitura e de escrita exploradas e sua adequação ao trabalho em
sala de aula, considerando o diagnóstico da avaliação da rede estadual de ensino e as orientações da
BNCC.
● Discutir modos de documentar as aprendizagens fomentadas pela proposta.
Atividade inicial de sondagem

Solicitar aos/às alunos/as que escrevam em seus cadernos um resumo sobre um filme ou série que
eles assistiram no dia anterior (pode também ser do último final de semana ou feriado, o que parecer
mais adequado ao momento). Essa produção pode ser entregue ao/à professor/a para registro e
diagnóstico das competências e habilidades já dominadas pelos alunos/as na produção inicial desse
texto.
Após o término da escrita, discutir com a turma, em formato de roda de conversa, as seguintes
questões, lembrando de fazer registros no quadro das principais respostas/tendências de resposta e
pedindo que eles/as anotem também em seus cadernos:
● Como foi produzir esse resumo? Foi fácil ou foi difícil? Por quê?
● Que informações vocês trouxeram nos resumos? Por que essas informações foram
escolhidas?
● Que informações vocês deixaram de fora? Por quê?
● Vocês já produziram algum resumo? Onde? Para quem? Com que objetivo?
● Vocês já leram algum resumo? Onde? Qual? Com que objetivo?

Lembre-se: os textos utilizados e as propostas oriundas deles, presentes neste roteiro, são apenas
sugestões. Cada professor/a pode adaptar ou dimensionar para o trabalho com suas turmas de 1º, 2º
e 3º Anos do Ensino Médio.

Atividades de leitura e de produção textual escrita

Primeira etapa

Solicitar que os/as alunos/as se organizem em duplas para a atividade a seguir. Entregar a cada
dupla (ou projetar para a turma toda) cópias de dois resumos: (1) o resumo da obra literária A
escrava Isaura; e (2) o resumo científico do trabalho de pesquisa intitulado Skeed: uma rede social
como recurso pedagógico para o Ensino Médio.

PORTAL G1 EDUCAÇÃO. A Escrava Isaura. Disponível em:


http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-escrava-isaura.html#:~:text=Na
%20nova%20cidade%20Isaura%20conhece,%2C%20por%C3%A9m%2C%20defende%20a
%20amada. Acesso em 22 ago. 2022.

MOSTRATEC. Caderno de Resumos. Disponível em:


https://www.mostratec.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Mostratec-2019-resumos-final.pdf.
Acesso em 22 ago. 2022. p. 151.
Antes de realizar as atividades, é importante que cada dupla leia ambos os textos. Na sequência, o/a
professor/a pode realizar questões orais para estar a par dos conhecimentos prévios da turma sobre o
livro A escrava Isaura (pode-se questionar se já leram o livro ou, até mesmo, se assistiram a novela
inspirada na obra) e sobre seus conhecimentos sobre o que é um trabalho científico e, também, se já
ouviram falar/já visitaram/já participaram de feiras científicas, como a Mostratec - ou feiras de
iniciação científica de sua escola ou cidade. Esses conhecimentos podem ser levantados no grande
grupo e registrados no quadro. O/a professor/a pode complementar, trazendo mais informações1.

Questões para explorar a leitura de resumos

1. Após a leitura dos dois resumos, converse com sua dupla e responda às questões presentes no
quadro a seguir:

Resumo de obra Resumo acadêmico ou


literária (resumo científico
escolar)

Em que contexto/suporte
foi publicado o resumo
lido?

Qual é o objetivo do
resumo lido? O que ele
sintetiza?

Há indicação de quem
é(são) o(s) autor(es)? Se
sim, qual(is) informações
estão disponíveis sobre
ele(s)?

Quem é(são) o(s) leitor(es)


presumido(s) de cada
texto? Que pistas textuais
nos orientam para isso?

Que tipo de informação


está presente no resumo
(por ex.: contexto ou
objetivo, obra ou pesquisa
sintetizada, metodologia,
resultados, síntese geral da
obra resumida, etc.)?

1 Pode-se destacar que o trabalho do qual o resumo lido teve origem foi um dos destaques da Mostratec 2019 na
categoria Prêmio ABRIC de Excelência em Pesquisa.
No resumo lido, há menção
a outros textos além do que
é objeto do resumo? Se
sim, como são
mencionados?

No resumo lido, há
apresentação de opinião
pessoal do(s) autor(es)?
Justifique.

A linguagem empregada no
resumo é familiar a você?
Alguma palavra, expressão
ou forma de organização
frasal causou
estranhamento ou
despertou desejo em
conhecer mais sobre seu
uso? Se sim, qual? Por
quê?

Ao final da leitura do
resumo, você considera
interessante ir atrás de mais
informações sobre o texto
resumido? Por quê?

2. Vimos que podemos fazer resumos de livros e de trabalhos científicos. Que outras obras ou textos
podem ser resumidos como o propósito de sintetizar informações, atrair os/as leitores/as para o
texto/obra original?

3. Hoje, como estudantes do Ensino Médio, que textos, para vocês, são importantes e precisam ser
resumidos, tendo em vista suas necessidades nessa etapa de escolarização?

4. Que outros tipos de resumos vocês costumam (ou não) ler? Resumos de séries? De filmes? Onde
vocês costumam ler esses resumos?

5. E em termos de produção de resumos, o que vocês consideram mais difícil? O que ainda querem
saber mais sobre a produção de textos dessa natureza?

6. Por fim, depois de ter lido um resumo de obra literária (ou resumo escolar) e um resumo
acadêmico ou científico, vamos definir critérios que adotaremos para a produção de um resumo
escolar? Precisamos definir questões ligadas à autoria (do texto-base x do resumo), ao destinatário,
ao local onde o resumo poderá circular e o objetivo do resumo.
Sugerimos que você discuta com a turma as respostas e procure, na medida do possível, evidenciar
que esse trabalho visa ao desenvolvimento de habilidades e competências de leitura e escrita
necessárias à escola e à vida social. Essencial aqui é evidenciar a diferença entre o ato de resumir
como a condensação de informações e o resumo como um gênero de texto compreensível por si
mesmo, ainda que faça remissão a outro texto ou obra completa.

Segunda etapa

Em uma roda de conversa, relembrar aos/às alunos/as que, no próximo mês, mais exatamente, no
dia 20 de setembro, o Rio Grande do Sul celebra a Revolução Farroupilha, uma das mais
importantes revoluções da história de nosso estado.

O/a professor/a pode questionar a turma sobre o que eles lembram a respeito dessa data, antes de
entregar/apresentar o texto O que você precisa saber sobre a Guerra dos Farrapos, retirado do site
da Revista Galileu.

MARASCIULO, M. O que você precisa saber sobre a Guerra dos Farrapos. Revista Galileu.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2019/07/o-que-voce-
precisa-saber-sobre-guerra-dos-farrapos.html. Acesso em 22 ago. 2022.

Durante a leitura, solicitar que cada aluno/a destaque, da forma como achar mais pertinente, as
ideias principais do texto. Após, pode-se fazer uma dinâmica de leitura como forma de registar
essas ideias principais e, ainda, comparar entre os/as alunos/as o que foi destacado. Essa dinâmica
pode ser intitulada Não repita a informação, inspirada na obra de Rangel (1990). Ela consiste em
solicitar que cada estudante traga uma ideia nova a respeito do texto lido. As informações podem
ser escritas no quadro, para que todos/as possam visualizar e discutir. Além disso, você, professor/a,
pode também propor questões de leitura desse texto, com base no que discutimos em nossos
encontros anteriores de formação (especialmente, questões ligadas à leitura e compreensão e
leitura e réplica). Neste roteiro, vamos avançar na articulação das práticas de linguagem relativas à
leitura e à escrita, por isso apresentaremos questões ligadas à articulação entre esses dois eixos. Não
deixe de aprofundar nossa proposta de acordo com a sua realidade e possibilidades de ensino.

Questões para articular leitura e produção escrita

1. O ato de resumir não pode significar apenas a junção de informações importantes em frases
isoladas ou unidas em um bloco de texto. Nesse sentido, é importante reconhecer o tema do texto-
base (texto que será resumido) e como ele é retomado ao longo de cada parágrafo ou seção
desenvolvido pelo/a autor e como esse tema é articulado. Uma forma de facilitar esse entendimento
é por meio da produção de um esquema visual. Vamos fazer isso após a leitura do texto O que você
precisa saber sobre a Guerra dos Farrapos? Uma sugestão de esquematização visual é proposta a
seguir. Você pode se inspirar nela e organizar de modo a não perder nenhuma informação essencial
sobre o texto-base. Lembre-se de incluir apenas tópicos em cada item, com as suas próprias
palavras.

Seção 1 (causas):

Seção 2 (conflito):
Tema Central:

Seção 3 (declínio):

2. Você deve ter percebido que há palavras e/ou expressões que contribuem para a coesão do texto,
isto é, para a conexão entre suas partes, retomando uma informação que já foi apresentada ao/à
leitor/a usando outras expressões que sinalizam para a progressão temática. Na seção "Causas" do
texto lido, encontramos os seguintes parágrafos:

Causas

Em 1831, o imperador Dom Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho Dom Pedro II. O
problema é que ele ainda era criança na época, e não obedecia às determinações de maioridade
da antiga Constituição para de fato reinar o país. Deu-se início a um período de Regência, um
governo de transição para administrar o Brasil até que o novo imperador tivesse idade suficiente
para governar.

Mas os gaúchos, que já andavam insatisfeitos com os altos impostos cobrados sobre os produtos
rio-grandenses, como charque, erva mate, couro, sebo e graxa, não gostaram nada disso.
Também simpatizavam com ideais republicanos e buscavam maior autonomia. Em 1835,
Antônio Rodrigues Fernandes Braga foi nomeado presidente da província, em princípio para
acalmar os ânimos. Mas suas ideias não agradaram os liberais, provocando atrito.
a) Os dois usos da palavra "mas", destacadas acima, produzem uma relação de concordância
ou adversidade no parágrafo em questão? O segundo uso desta palavra poderia ser substituído,
sem prejuízo ao sentido original, por que outra expressão?
b) O pronome "disso" se refere ao primeiro ou ao segundo parágrafo da seção? O que ele
sintetiza?
c) A expressão "também simpatizavam" remete a que termo já apresentado na frase anterior?
Que outro termo ou expressão poderia ser empregado em seu lugar, mantendo a referência
proposta pela autora?

3. No texto que lemos anteriormente, encontramos no título a expressão Guerra dos Farrapos e, ao
longo da leitura, nos deparamos com a retomada deste termo de outras formas ao longo das três
seções do texto. Quais? Liste-as.

4. A substituição da expressão Guerra dos Farrapos por outros termos, identificados na questão
anterior, amplia ou restringe o sentido dessa expressão? Essas mudanças contribuem para a
progressão do texto? Tornam mais agradável ao leitor a experiência de leitura? Por quê?

5. Que outras expressões você poderia usar para se referir à Guerra dos Farrapos? Por quê?

6. Além das informações apresentadas no texto lido, você sabe mais alguma coisa sobre essa Guerra
ou seus efeitos? Se sim, apresente aos/às colegas e discuta com eles se eles já sabiam dessa
informação. Lembrem-se de fazer uma lista de notas (no caderno) sobre as informações partilhadas.
Elas contribuem para a ampliação do seu repertório cultural e temático. Você também pode
perguntar ao/à professor/a de História o que ele/a acha dessa lista produzida pela turma. O que mais
ele/a acrescentaria?

7. O texto que acabamos de ler detalha as causas da Guerra dos Farrapos, como ela ocorreu e como
terminou. Caso fôssemos sinterizar esse texto, poderíamos usar estratégias para condensar as
informações, apresentando só aquilo que é essencial a um/a leitor/a que não teve acesso ao texto
completo ou como recurso à nossa memória, se fôssemos usar essas informações para uma prova,
por exemplo. Vamos tentar fazer isso com algumas passagens do texto? Reescreva os excertos
abaixo, buscando deixar apenas as informações essenciais em uma única frase.

a) “Entre os anos 1835 e 1845, uma revolução tomou conta do Rio Grande do Sul, então
província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Promovida principalmente por fazendeiros e
criadores de gado, a Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha,
tinha caráter republicano e lutou contra o domínio do governo imperial.”

b) “Em 1840, Dom Pedro II assumiu o trono e tentou pacificar o país, que tinha revoltas
também em outras províncias além do Rio Grande do Sul. A partir de 1842, as forças militares
de seu governo, comandadas por Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, começaram a
conter a revolta, tomando de volta cidades dominadas pelos farroupilhas.”
8. Forme uma dupla e leia as frases produzidas por seu/sua colega enquanto ele/a lê as suas. Anote
pontos essenciais que você quer chamar a atenção de seu/sua colega sobre a síntese das frases
anteriormente apresentadas que ele produziu. Destaque ao menos um aspecto positivo e um que
pode ser melhorado/revisto.

9. Converse com seu/sua colega sobre suas observações acerca do trabalho dele/a. Ouça as
considerações que ele/a fez sobre o seu trabalho. Agora, identifiquem quais das estratégias abaixo
foram adotadas por vocês dois e quais ainda podem ser adotadas:

Estratégias Sim Não

Retirada de palavras ou
expressões que são
inferíveis por meio de
nosso conhecimento de
mundo

Retirada de palavras ou
expressões que indicam
explicação

Retirada de palavras ou
expressões que indicam
explicação

Retirada de exemplos

Reformulação de trechos,
usando outros termos
sinônimos e mais
genéricos

Conservação de dados
essenciais, dada a sua
importância para
compreensão do fato
resumido

Apresentem para a turma as constatações da dupla. Com ajuda do/a professor/a, façam uma síntese,
no quadro da sala, sobre quais são as estratégias que a turma toda usou e quais ainda podem ser
mais bem exploradas.
10. Pensando no que já estudamos até o momento, agora é a sua vez de produzir um resumo. Seu
texto-base será o texto O que você precisa saber sobre a Guerra dos Farrapos, da Revista Galileu.
Para isso, tenha como ponto de partida a ideia de que esse resumo será usado para você estudar para
uma avaliação na aula de História ou, até mesmo, servir como fonte de informação para um debate
sobre esse tema nas aulas de Língua Portuguesa.

Terceira etapa

Em uma roda de conversa, destacar que além do próprio resumo que os/as alunos/as acabaram de
produzir, o esquema visual é também um excelente recurso para sistematizar informações e, claro,
para estudar. Sua produção necessita prioritariamente de um texto-base, como uma obra literária,
um artigo científico, um texto didático etc., e sua estrutura contempla a organização e a associação
de palavras-chave e de recursos visuais, como formas, linhas e cores.

Algumas questões podem iniciar a discussão:


● Você já viu/leu ou estudou a partir de um esquema visual? Fale sobre a sua experiência.
● Você tem o hábito de produzir esquema(s) visual(is)? Se sim, qual(is)? De que tipo? Para
qual objetivo?
● Na sua opinião, os esquemas visuais ajudam a organizar ideias para estudar?

Em seguida, apresentar dois tipos de esquemas visuais: (1) sobre a Guerra Fria, entre os Estados
Unidos e a União Soviética e (2) sobre a divisão dos Três Poderes no Brasil.

Esquema visual 1
Fonte: http://leonidasfelipe.blogspot.com/2015/11/guerra-fria.html. Acesso em: 21 ago. 2022.

Esquema visual 2

Fonte: https://blog.sossaber.com.br/direito-administrativo-para-concurso/aula-09-direito-administrativo-
poderes-do-estado-ou-poderes-da-republica/ . Acesso em: 21 ago. 2022.

Solicitar aos/às alunos/as que analisem os esquemas visuais:


● Quais seriam suas palavras-chave e a importância delas na construção do esquema? Por que
elas sintetizam o tema do texto?
● Como os recursos visuais contribuem para a organização e construção do esquema? Que
recursos você acha que facilitam a sua apreensão das informações e a relação entre elas?
● Você prefere produzir esquemas visuais à mão ou com recursos digitais? Quais você tem
acesso mais rotineiramente?
● Você já produziu esquemas visuais para estudar conteúdos escolares? Que dicas você tem
sobre isso para compartilhar com seus/suas colegas?

Com base no texto que lemos e no resumo que você já produziu, elabore um esquema visual sobre a
Guerra dos Farrapos. Não esqueça de selecionar palavras-chave coerentes com o assunto e inserir
recursos visuais atrativos e adequados. Depois, vamos compartilhar com a turma e eleger o esquema
visual que mais agradou aos/às colegas.

Por fim, vamos listar o que é essencial em um esquema visual para nossa turma e como podemos
utilizá-lo mais vezes para organizar nossa rotina de estudos? Essa lista pode ser materializada em
um cartaz que ficará (se possível) na parede de nossa sala até o final deste ano letivo.

Professor/a,
Abaixo, listamos alguns sites gratuitos apropriados para a elaboração de esquemas visuais, dada a
diversidade de recursos e ferramentas que disponibilizam. Lembramos que esses sites são um
recurso a mais, pois nada impede que os esquemas sejam produzidos à mão, no caderno ou em
folhas de ofício.
● Canva - https://www.canva.com/
● Genial - https://app.genial.ly/
● GoConqr - https://www.goconqr.com/pt-BR
● Google Jambord - https://jamboard.google.com/
● Na modalidade off-line, pode-se usar o PowerPoint, do pacote Office.

Parte 3
Para você praticar!
Professor/a,
Considerando a realidade de suas turmas de 1º, 2º e 3º Anos do Ensino Médio, quais direitos de
aprendizagem/habilidades relativos à leitura e à escrita devem ser priorizados neste semestre se
você levar em conta os gêneros de texto que circulam no campo das práticas de estudo e pesquisa?
Somando a sua leitura sobre a realidade de suas turmas, a avaliação diagnóstica realizada e as
orientações da BNCC, vamos pensar em que outros gêneros do campo das práticas de estudo e
pesquisa podem ser explorados em sala de aula, tendo em vista o investimento na autonomia dos/as
seus/suas alunos/as para estudar, sintetizar suas aprendizagens? Como as práticas de leitura e de
escrita podem ser contempladas? Que habilidades podem/precisam ser desenvolvidas no momento?
Registre no quadro abaixo as respostas para essas questões.

Nossa sugestão é que você faça essa tarefa, se possível, com outros/as colegas que atuam na área de
Língua Portuguesa na sua escola, de modo a pensar numa progressão de trabalho com esse campo
durante este segundo semestre. Outra possibilidade é adaptar e aprofundar o trabalho com o gênero
resumo e/ou com o gênero esquema visual iniciado na Parte 2, acima, adaptando para os diferentes
anos e propósitos de aprendizagem do Ensino Médio.

Campo das práticas de estudo e pesquisa

Turma Gênero(s) Práticas de leitura e de Habilidades de leitura e


escrita de escrita (BNCC)

1o Ano

2o Ano

3o Ano

Material de apoio (referências adicionais)

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.


KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 3ed. São Paulo: Contexto,
2018.
KLEIMAN, Angela. Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna. Signo, v. 32,
n. 53, p. 1-25, 2007. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/242.
Acesso em: 10 out. 2021.
KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, São Paulo: Pontes, 2004.
KLEIMAN, A. Letramento na contemporaneidade. Bakhtiniana, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 72-91,
ago./dez. 2014.
MACHADO, A.R.; LOUSADA, E.G.; ABREU-TARDELLI, L.S. Resumo. São Paulo: Parábola
Editorial, 2004.
RANGEL, M. Dinâmicas de leitura para a sala de aula. Editora Vozes, 1990.
ROJO, R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004.
Texto apresentado em Congresso realizado em maio de 2004.
SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado de Letras,
2004.
SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. 6ª. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
SIMÕES, L. et al. Leitura e autoria: planejamento em Língua Portuguesa e Literatura. Erechim:
Edelbra, 2012.

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