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Cadernos PDE
II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA
TURMA – PDE/2014
- Nome: ___________________________________________________
- Idade:___________________________________________________
___________________________________________________ __________________
______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
- Prefere ler sozinho ou gosta que outras pessoas leiam para você?
______________________________________________________________________
__________________________________________________________________
- Depois que você escreve um texto costuma relê-lo para ver se ficou bem escrito?
_______________________________________________________________________
- Você costuma fazer uso do dicionário quando fica em dúvida sobre o significado de
_____________________
- Com o que você acha que é mais importante nos preocuparmos quando escrevemos
um texto?
_______________________________________________________________________
- Se fosse para você produzir uma história, sobre o que você gostaria de escrever?
_______________________________________________________________________
Ainda na introdução, para recolhermos uma primeira produção
narrativa dos alunos, peça que façam um pequeno texto a partir da
sequência de imagens abaixo. Elas foram copiadas do site
http://sitededicas.ne10.uol.com.br/ctsem.htm onde há várias outras
sugestões de atividades. Vale a pena visitar!
Este texto será retomado no final do trabalho, para que o próprio
aluno faça sua revisão e reescreva-o, fazendo as adequações
necessárias. Espera-se que ele já esteja capacitado para fazer essa
atividade de forma autônoma.
NO SILÊNCIO DA NOITE
2)
1)
3) 4)
5) 6)
7) 8)
9)
CAPÍTULO 2 ( 6 AULAS)
LEITURA
Felicidade Clandestina
(disponível em:
http://redebibliotecas.municipioarraiolos.pt/images/BIBLIOTECA/clarice_lispector_contos.pdf )
MÃOS À OBRA
4) Apesar da menina dona do livro ser descrita como má e irritante, ela tinha algo
que a narradora invejava. O que era?
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
5) Você consegue descobrir onde essa história se desenrola? Em que partes do
texto é possível saber disso?
R: _______________________________________________________________
__________________________________________________________________
6) Reveja este trecho “ O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e
diabólico.” A que plano a narradora se refere?
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
7) Por que a narradora não comprava simplesmente o livro tão desejado, por que
se humilhava todos os dias indo à casa da garota? Isso está escrito no conto? Em
que parte?
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
8) Nos três últimos parágrafos podemos até dizer que ela havia iniciado “um
namoro” com o tão desejado livro. Qual sentimento está presente nesse
relacionamento?
R: _______________________________________________________________
_________________________________________________________________
9) É possível que essa história tenha mesmo acontecido ou é só uma invenção da
autora? Dê sua opinião.
R: _______________________________________________________________
_________________________________________________________________
Professores, no site
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28047 há
outra opção de trabalho com esse conto.
É possível encontrar mais sobre a obra de Clarice Lispector e algumas
atividades que podem ser feitas com alunos do Ensino Médio no site
http://www.santanapg.com.br/felicidade.pdf
SINOPSE – O QUE É?
Podemos definir sinopse como sendo um texto curto, objetivo e preciso,
da estrutura narrativa, a partir do enredo principal, destacando-se elementos de
espaço, tempo, personagens principais e situações-chave. Não há necessidade de
dar todos os detalhes resumidos da história. Colocam-se apenas as informações
que serão capaz de dar ao leitor uma noção geral sobre ela. O suspense precisa
ser mantido, para que o leitor fique curioso, pois é através dela que se estimula ou
não o leitor a seguir com a leitura ou assistir à obra em questão. É uma espécie de
chamariz.
É possível fazer sinopses de livros, textos, filmes, novelas e outras
narrativas. É um recurso muito comum em TV e cinema, meios que por causa do
alto investimento financeiro exigem divulgação do trabalho, apresentando, através
da sinopse, a história que se pretende contar.
A sinopse deverá seguir algumas regras básicas para conseguir chamar
a atenção do público, como: Apresentar a história de forma resumida, sem contar o
final; caracterizar os personagens; contextualizá-los e dar o tom da narrativa.
Editora: Rocco
Ano de edição: 1998
Páginas: 159
A Mansão Mágica
Título original: The House of Magic
Título em português
Título original
Local em que foi produzido
Ano em que foi produzido
Quem dirigiu
Quem são os atores
Gênero do filme
Duração
Censura
3) Você sentiu vontade de assistir a esse filme somente lendo a sinopse? Por
quê?
R: _____________________________________________________________
__________________________________________________________________
4) Você se lembra de um filme a que tenha assistido e do qual tenha gostado?
Você é capaz de fazer uma sinopse para que seus colegas o conheçam e queiram
assistir ao filme? Não precisa colocar o nome dos atores, do diretor, de onde foi
gravado, em que ano e o título original, se não for um filme brasileiro. Apenas
monte a sinopse, falando do nome do filme, dos personagens, onde e quando a
história acontece e os fatos principais, como foi feito em “A Mansão Mágica”:
R: ____________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
• Releia o seu texto e analise se está bem escrito. Lembre-se, mais do que
escrever ortograficamente correto, você deve verificar se ele está adequado
aos objetivos da sinopse, se o seu leitor irá compreendê-lo e se ele é fiel
aos acontecimentos do filme.
• Passe-o a limpo em uma folha de papel A4, com uma letra bem legível.
Coloque o nome do filme em letras maiores e centralizado.
• Você pode recortar e acrescentar uma imagem que esteja de acordo com a
história.
• Então, você e seus colegas devem montar cartazes com as sinopses para
serem colocados no mural, como se fosse uma página do jornal que
utilizamos para nossa atividade anterior.
Professores, os textos deverão ser corrigidos se houver necessidade e os
apontamentos sobre as adequações deverão ser feitos individualmente,
durante a atividade. Analisar o texto na presença do aluno/autor ou fazer
um acompanhamento durante a produção permite a internalização e
compreensão das sugestões para o aperfeiçoamento e reorganização das
ideias. Destacamos aqui que revisar não é apenas corrigir, pode ser
também alterar o texto em aspectos que não estão “errados”, tornando-o
mais adequado à proposta.
Após todos terminarem a atividade, montar cartazes em cartolina ou
papel bobina/craft, para ser colocado no mural, sugerindo a montagem
como no Caderno G.
Se você achar interessante, ao invés de pedir uma sinopse de um filme a
que eles assistiram, peça para que inventem um roteiro, em que eles
mesmos serão os atores, criando personagens e o enredo!
Leia:
Júlia Lopes de Almeida, escritora brasileira, em seu conto intitulado “A
Caolha”, nos apresenta o drama de uma mãe que passa todas as
dificuldades para criar seu filho e mais tarde se sente rejeitada por ele
devido a sua aparência física. A preocupação com o que os outros falam
leva o personagem Antonico a fazer coisas pelas quais sente remorso e
culpa. Será então que o amor de mãe é capaz de superar todos os
problemas?
Para conversar:
alfaiate; ela lavava a roupa para os hospitais e dava conta de todo o serviço da casa
inclusive cozinha. O filho, enquanto era pequeno, comia os pobres jantares feitos
5) Na frase final “Pobre filho”, o adjetivo pobre tem o mesmo significado de “comia
os pobres jantares”? Explique:
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________
6) No texto você pode perceber que há muitas palavras e expressões que não são
usadas no nosso dia a dia e talvez você não saiba o significado delas. Vamos
pesquisar então: escolha 5 palavras que você não conhece, anote-as abaixo e,
após procurar no dicionário, anote o significado que melhor se encaixa ao texto:
- ___________ : ___________________________________________________
- ___________ : ____________________________________________________
- ___________ : ____________________________________________________
- ___________ : ____________________________________________________
- ___________ : ____________________________________________________
7) Antonico saiu muito cedo da escola, com que idade e por quê?
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
http://www.cchla.ufpb.br/ccl/images/ELAINE_PESSOA_GUEDES_DA_
SILVA_A_problematização_do_bullying_no_conto_A_COALHA.pdf
Você pode perceber que neste texto há várias expressões para referir-se a
Antonico, como:
- filho : “O filho, enquanto era pequeno, …”
- ele: “ele se queixava aos mestres...”
- o filho da caolha: “- Taí, isso é para o filho da caolha!...”
- rapaz: “O rapaz saiu cabisbaixo,...”
- o afilhado: “O afilhado tornou-se lívido...”
Isso ocorre para que não se repita várias vezes a palavra Antonico, para
que o texto não fique cansativo e sem graça. Vamos reescrever os trechos abaixo
substituindo o termo que se repete, por outra palavra que o represente? Veja como
o texto fica melhor!
a) “Maria era uma menina baixinha, cabelos encaracolados e um olhar esperto.
Maria sempre saía de casa com a mãe, pois Maria não conhecia bem a cidade.”
R: ______________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
10) Complete os diagramas abaixo com alguns adjetivos que se referem à Caolha
e a Antonico:
LOCUÇÕES ADJETIVAS são conjuntos de palavras que têm a função
de adjetivo. Às vezes elas podem ser substituídas por adjetivos, mas
nem sempre isso é possível:
ex.: amor de mãe – amor materno
vaso de barro – vaso ?????
11) Nos trechos do texto “expressão de desprezo” , “gritos de dor” e “botão de
rosa” ocorrem locuções adjetivas, em que de desprezo caracteriza o substantivo
expressão, de dor é característica de grito e de rosa refere-se a botão.
Utilize os substantivos abaixo para criar locuções adjetivas para os termos dados:
pai – noite – rio – algodão – raiva - aula
a) período _______________________________
b) preocupação ___________________________
c) água _________________________________
d) sala __________________________________
e) casaco ________________________________
f) rugidos ________________________________
12) No texto a palavra infeliz também é usada como adjetivo e como substantivo.
Veja os trechos abaixo e indique em qual ela é usada como substantivo e em qual
é um adjetivo:
a) “A infeliz mulher contou ao mestre toda a história do filho... “
R: ____________________________________________________________
______________________________________________________________
Vamos produzir:
Faça você uma sinopse desse conto. Não vale copiar a sinopse já
estudada. Reflita sobre os pontos fortes do conto, cite o título, nome da autora e
procure deixar os detalhes do desfecho da história como suspense, para que seu
interlocutor sinta vontade de conhecer a obra.
Não se preocupe,
A atividade deve ser entregue à professora, que irá
a identidade do autor
colocar algumas sinopses no quadro para analisá-las em
será preservada!
conjunto, observando se há necessidade de
reescrevê-las, quais os pontos fortes e o que devemos
observar para aperfeiçoá-las, tornando a sinopse um texto bem interessante.
(disponível em:
http://www.biblio.com.br/conteudo/JuliaLopesdeAlmeida/molduraobras.htm )
MARÍLIA PÊRA: Filha dos atores Dinorah Marzullo
Pêra e Manoel Pêra, Marília nasceu no Rio de Janeiro. Aos
quatro anos estreou na tragédia grega “Medéia”. Na
juventude foi bailarina chegando a se apresentar no exterior
e dançando na lendária montagem de “My fair lady”, com
Bibi Ferreira e Paulo Autran.
Tragédias, comédias, dramas e musicais, por todos esses gêneros teatrais deixou sua
marca. Seria impossível destacar alguns poucos espetáculos dentre os quase sessenta
protagonizados por Marília Pêra, mas “Brincando em cima daquilo” em 1984 foi
considerado pela crítica teatral um marco na atuação de uma atriz para o teatro brasileiro.
Mais recentemente, sua atuação em “Mademoiselle Chanel”, que fez temporada em
Paris, rendeu vigorosa saudação por parte da imprensa especializada francesa.
Em televisão já atuou em quase cinquenta programas, contando novelas, minisséries,
humorísticos, especiais, seriados, etc. Sua primeira aparição foi em “Rosinha do
sobrado” de 1965, na Rede Globo, onde fez a protagonista Rosinha. Dentre seus
personagens mais marcantes podemos citar a perversa Juliana na adaptação de “O primo
Basílio”, a doce Ana em “Quem ama não mata”, a brejeira Rafaela de “Brega e chique”, a
imponente Sarah Kubitschek, na minissérie “JK” e a irresistível Darlene no seriado “Pé
na cova” ainda no ar.
No cinema trabalhou em quase 30 filmes de longa-metragem, lembrado que na
prostituta Suely de “Pixote” e na beata Perpetua de “Tieta do agreste”, Marília ganhou
relevantes prêmios nos mais importantes festivais do mundo, incluindo o
prestigiadíssimo National Society Critics Awards de melhor atriz em 1982. Vale ressaltar
ainda as personagens Ana Moreno em “Bar Esperança” e as impagáveis Magda e Magali,
duas irmãs gêmeas no filme “Polaróides urbanas”, de Miguel Falabella.
Sendo uma artista completa, além de coreógrafa, bailarina, cantora e atriz, Marília
Pêra também é autora com dois livros publicados, diretora de teatro e de shows, dirigindo
atores como Ney Latorraca e Marco Nanini em “O mistério de Irma Vap” e cantores
como Wanessa Camargo e a dupla Christian e Ralph em espetáculos que correram todo o
Brasil . E, reafirmando todo esse histórico de sucesso, Marília reúne mais de setenta
premiações, homenagens e comendas recebidas.
( disponível em: http://mariliapera.com.br/?page_id=60 )
CAPÍTULO 4 (5 aulas)
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas
da noite. E logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando
entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete
que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na
lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida
pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido.
Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e
espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol
voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes
pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de
escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave
era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de
escuridão, dormia tranquila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e
pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca
conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E
aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo
aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da
ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de
pluma, e foi entrando em sua vida.
Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que
teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos,
logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser
nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo,
agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para
os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.
— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer
resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e
salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite
chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem
parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para
ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta
à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de
luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o
que queria fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior
que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom
estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com
novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre,
sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao
contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido.
Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e
o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e
sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e,
espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro
dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-
lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E
foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha
do horizonte.
Fonte: COLASANTI, Marina. Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento. Global Editora ,
Rio de Janeiro, 2000.
VOCABULÁRIO
Vamos conhecer o significado nesse texto de algumas palavras diferentes:
pender: inclinar-se; estar pendurado
lançadeira: peça de tear por onde passa o fio da tecelagem
penumbra: sombra incompleta; meia-luz
pente: peça onde passam os fios de um tecido
entremear: misturar; intercalar
emplumado: enfeitado com plumas ou penas
aprumado: alinhado, arrumado
batente: rebaixo onde janela e porta se encaixam ao fechar
estrebaria: lugar onde se recolhem cavalos e arreios
capricho: desejo, extravagância
Agora, liste outras palavras que você não conhece no texto, procure seu
significado no dicionário e anote aquele que melhor se aplica ao texto:
- ___________________________________________________________
- ___________________________________________________________
- ___________________________________________________________
- ___________________________________________________________
R: _______________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
8) Qual foi a decisão que ela tomou depois que se deu conta de sua tristeza?
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
9) Com base no texto, marque a opção que você acha que é a mensagem principal
do texto:
( ) Antes só do que mal acompanhado.
( ) Cada um de nós é responsável pelo próprio destino.
( ) A riqueza não traz felicidade.
( ) Nunca é tarde para recomeçar.
Toda a narrativa possui alguns momentos que fazem parte da sua estrutura
e funcionam como um esqueleto para dar forma ao texto. São eles:
Apresentação: é o momento em que o narrador apresenta os fatos iniciais, as
personagens, e às vezes, o tempo e o espaço. Também pode ser chamado de
situação inicial.
Esse trabalho pode ser feito voltando aos contos já lidos e com
anotações no quadro.
NARRADOR
Quem conta a história é chamado de narrador. Existe o narrador em
1ª pessoa: é um narrador-personagem que participa da história. Por exemplo, no
conto Felicidade Clandestina, quem conta a história é a própria personagem:
Atividades:
1) Vamos ver se ficou bem entendido? Diga se em cada trecho o
narrador é em 1ª pessoa (1ª) ou em 3ª pessoa (3ª):
a) ( ) “ Contei o dinheiro que tinha na bolsa e cheguei à conclusão
que dava para pagar todos os doces que ainda restavam.” ( MARTINS, Georgina.
A menina e as balas.)
b) ( ) “Custava acreditar que estivesse agora se aproximando dessa
fonte de claridade. Sentiu bater mais depressa o coração. E desejou que o dia
raiasse logo. “ ( MACHADO, Aníbal. Viagem aos seios de Duília.)
c) ( ) “O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai
acontecida cinco meses antes, foi de conseqüências decisivas para a felicidade
familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato
da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves
dificuldades econômicas.” ( ANDRADE, Mário. Peru de Natal.)
d) ( ) “ Na sombra do camarote, Inocêncio sente que ele não pode,
não deve participar daquela glória. Foi um mau marido. Um péssimo pai. Viveu na
vagabundagem, enquanto a mulher se matava no trabalho.” ( VERISSIMO, Erico.
As mãos de meu filho.)
e) ( ) “ De longe vi logo que tinha mais gente que de costume na
porta da loja. Gente diferente da que ia lá; algumas mulheres.” (FONSECA ,
Rubem. A força humana.)
PRODUZINDO:
Depois de produzida a sua sinopse, você trocará o texto com seu colega
e fará uma análise da sinopse dele, respondendo a essas perguntas:
Para conversar:
O Homem Nu
Vocabulário:
vigarice: Ato de trapaça; fraude.
lanço: Parte de uma escada entre dois patamares sucessivos; o mesmo que
lance.
grotesco: Ridículo, extravagante.
encetar: Iniciar, começar.
em pelo: Nu, pelado.
pesadelo de Kafka: Referência ao escritor checo Franz Kafka, que criou histórias
fantásticas com toques de terror e situações incomuns. Muitas vezes, seus
personagens se sentiam assustados e em agonia, como se vivessem um
pesadelo.
Regime do Terror: Referência ao período da Revolução Francesa compreendido
entre 31 de maio de 1793 e 27 de julho de 1794, em que milhares de pessoas
foram executadas na guilhotina por se oporem ao governo e às ideias de
Maximilien de Robespierre.
estarrecida: Espantada, horrorizada, perplexa.
radiopatrulha: Veículo da polícia, equipado com rádio.
Professores, boa parte dos autores consideram esse texto uma crônica,
o próprio autor publicou-o em um livro de crônica. Mas, além dele
apresentar todas as características de um conto, o autor Ítalo
Moriconi, inclui-o em seu livro “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do
Século”, por isso optamos por abordá-lo em nosso trabalho.
Estudo do texto:
c) Conflito: O homem não tem dinheiro para pagar a prestação da TV e não quer
atender o cobrador e ter que se explicar, então resolve não atender à porta quando
ele vier cobrar, passando essas instruções para a esposa. No entanto, após se
despir para o banho, ele vai ao corredor do apartamento nu e a porta bate,
deixando-o do lado de fora.
d) Clímax: ___________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
5. Você acha que esta história pode ter acontecido no nosso tempo atual? Que
fatos comprovam isso?
___________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
6. Retire do texto “O homem nu” três palavras ou expressões que marcam o
tempo na narrativa.
R: ________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
8. Por que uma vizinha grita que o padeiro está nu? Essa era a profissão do
homem?
R: ________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
DISCURSO DIRETO E INDIRETO: FORMAS DE COLOCAR A FALA
DOS PERSONAGENS
2) Passe alguns trechos do texto para o discurso indireto, ou seja, o narrador conta
o que falou o personagem:
Exemplo: Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
R: Ele bateu com o nó dos dedos e chamou em voz baixa a esposa Maria, pedindo
que abrisse porque era ele.
3) Agora faça o contrário nas frases abaixo, passando-as para o discurso direto.
Não esqueça de usar o travessão e os verbos de elocução (disse, pediu,
comentou...) para explicar de quem é a fala:
a) O filho perguntou ao pai o que era eletricidade.
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________
b) Atendeu o telefone e disse com voz grossa que não havia ninguém lá com
esse nome.
R: _______________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
c) Maria pediu gentilmente o vestido emprestado para Ana.
R: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________
d) A mãe explicou ao filho que aquele barulho eram apenas fogos de artifício.
R: ________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
4) Veja essa tira do Hagar:
“Ao ser provocado por um viking encrenqueiro, Hagar disse não querer
brigar porque _____________________________ do tipo quieto e sensível, mas o
viking provocou-o dizendo que ele ______________________________ com
medo e ___________________________ de gordão. Hagar então derrubou-o com
um soco e Eddie justificou a atitude do amigo dizendo que Hagar
_________________________ especialmente ______________________ sobre
o seu ______________________ de peso. “
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Produção:
Voltando ao texto “O Homem nu”, Faça uma sinopse desse texto. Não
esqueçam que uma cópia será entregue aos alunos das outras turmas, para que
eles queiram conhecer o texto de Fernando Sabino. Lembre-se que sua produção
também será colocada no varal de textos da escola.
Anote as informações mais importantes do texto, produza sua sinopse,
leia com atenção e corrija o que for necessário
Seu texto deverá conter o título do conto, o autor, quem é ou são os
personagens principais, onde e quando a história ocorre e qual é o conflito que cria
a história. Use os verbos no tempo presente e procure instigar o desejo do seu
interlocutor para conhecer o texto. Lembre-se, sua sinopse é um texto curto e
objetivo.
Após a 1ª escrita, faça uma análise do seu texto. Para isso sugerimos o
seguinte roteiro:
ITEM ESTÁ BOM PRECISA
MELHORAR
Informações básicas como título, autor...
Apresentação dos personagens
Diz onde e quando isso se passa
Dá uma ideia geral da história
Cria um suspense que faz o leitor querer mais
Está bem escrito
lado de um matagal, no final da sua rua, mas seus pais não permitem, então
ele sempre inventa uma história: que há um trabalho a ser feito na escola,
bola que rolou para baixo dos arbustos, Pedro vê uma cena que o deixa
aterrorizado. Pega a bola e diz aos amigos que precisa ir, não contando
nada a ninguém. E agora? Como poderá contar aos pais o que viu, se eles não
sabem que ele estava lá? Com quem poderia contar? Ou esconderia aquele
segredo para sempre? Em meio a esse dilema, as coisas pioram: ele também
foi visto.”
CONFLITO
CLÍMAX
DESFECHO
_________________________________________________________________
Lugar: ____________________________________________________________
Tempo: ___________________________________________________________
b) o conflito: ___________________________________
c) o clímax: ___________________________________
d) o desfecho: _________________________________
Após este trabalho de revisão, você está pronto para escrever a versão
definitiva do seu texto, que será colocada na nossa coletânea.
Compare as duas versões e veja como você melhorou!
ORGANIZANDO NOSSAS ATIVIDADES:
sempre bem escritos. Para isso faça sempre as revisões e reescreva a versão
SITES ACESSADOS:
http://dicasderoteiro.com/2010/01/30/sinopses-sao-um-perigo/ ( acesso em
10/10/2014)
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/10/mulher-e-flagrada-
correndo-sem-roupa-em-parque-de-porto-alegre.html ( acesso em 27/11/2014)
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