PLANO ESTRATÉGICO PARA RECOMPOSIÇÃO DAS APRENDIZAGENS

DOS ESTUDANTES DA ESCOLA ESTADUAL MANOEL MACHADO

FRANCO

PROFESSORA: DÉBORA CRISTINA GOMES OLIVEIRA

IPABA, 13 DE MAIO DE 2023.

1. OBJETIVO

Este plano foi desenvolvido com o objetivo apresentar informações sobre

as aprendizagens dos estudantes do 1º ano do ensino médio da Escola
Estadual Manoel Machado Franco para a organização de estratégias com a
finalidade de recompor as aprendizagens, visando a redução das
desigualdades educacionais e o desenvolvimento de conhecimentos,
habilidades e competências adequadas a cada etapa.

Após longos meses de pandemia, reconhecemos que fomos obrigados a

passar por um período de isolamento social para conter a transmissão do vírus.
Os efeitos foram sentidos em todos os aspectos da vida privada e coletiva e
impactaram fortemente a educação. Em 2020, educadores e alunos precisaram
se adaptar ao uso das tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem.

A maior parte das famílias dos estudantes que a Escola Estadual Manoel
Machado Franco atende é de baixa renda. No período pandêmico foram
impressos muitos materiais e fornecidos aos educandos, porém, tais materiais,
muitas vezes, retornavam em branco, devido à falta de acesso à internet de
qualidade e também as novas formas de trabalho (remoto e híbrido) que
dificultava o processo de ensino-aprendizagem. Outro fator importante é a falta
de acompanhamento familiar no âmbito escolar.

Culminante a isso, a saúde emocional e/ou mental dos nossos

estudantes foi afetada negativamente provenientes das dificuldades, dores,
medos, conflitos, violências, perdas e da incerteza que a pandemia causou a
muitos. Todos esses fatores corroboram para aumento das defasagens e
dificuldades em consolidar as habilidades trabalhadas nas salas de aula.

Os estudantes carregam consigo defasagens ao longo dos anos

somando a pandemia acarretaram mais danos educacionais a estes
estudantes. Percebe-se, que, atualmente a escola não consegue trabalhar
aplicabilidade do currículo de plano de curso, porque na maioria das vezes os
estudantes não consolidaram as habilidades dos anos anteriores e
consequentemente não acompanham o ano escolar na qual está inserido.
Mesmo o currículo sendo integrador, o estudante, tem muita dificuldade em
consolidar as habilidades vigentes no plano de curso.

2. HABILIDADE

Segundo o SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da

Educação Pública) por meio da realização da primeira avaliação diagnóstica de
2023 nos primeiros anos do ensino médio na escola Estadual Manoel Machado
Franco foi disponibilizado o seguinte resultado parcial: 67% dos se encontram
no nível de defasagem, 23% no aprendizado intermediário e apenas 10% no
aprendizado adequado. Também consta que menos de 40% dos estudantes
conseguiram alcançar a proficiência nos descritores: H 03 (D19_P) Reconhecer
formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do
mesmo tema; H 08 (D33_P) Reconhecer posições distintas relativas ao mesmo
fato ou mesmo tema; H 12 (D44_P) Identificar marcas linguísticas em um texto;
H 10 (D39_P) Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas em um
texto; H 11 (D42_P) Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de
figuras de linguagem em textos.

Dentre os descritores citados acima, foi selecionado o “H 03 (D19_P)

Reconhecer formas de tratar uma informação na comparação de textos
que tratam do mesmo tema que corresponde à habilidade do Plano de Curso:
(EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na
produção como na leitura/escuta, considerando a construção
composicional e o estilo do gênero, usando/reconhecendo
adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam
para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temática, e
organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as
relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência;
tese/argumentos; problema/solução; definição/exemplos, etc.).

A habilidade EM13LP02 é de grande relevância para a compreensão e

funcionalidade em um texto. Ela é necessária para que o estudante identifique
o tema (assunto que será abordado), compreenda que na Língua Portuguesa
há uma variedade de textos (gêneros textuais) que podem ser utilizados para
se tratar do mesmo tema, entenda que um texto precisa ser adequado em
função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será
recebido.

3. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA DE ENSINO

Conforme a neurocientista Leonor Guerra (especialista em Neurociência e

Educação) do ponto de vista cerebral, a aprendizagem ocorre por meio de
estímulos que o estudante recebe durante uma aula chegam ao cérebro pelos
órgãos de sentidos e ativam diferentes conjuntos de neurônios, conectados
entre si, cada um deles envolvido com uma função mental importante para a
aprendizagem. A atenção seleciona as informações e o cérebro dá um
significado a elas. As emoções geram a motivação necessária para que as
funções executivas planejem estratégias em favor da aprendizagem. Através
do sono consolidamos as informações aprendidas em nossa memória.
Associando esses conhecimentos a Taxonomia de Bloom, sugerimos as
seguintes estratégias:

3.1 Listagem de gêneros textuais:

Solicitar aos estudantes que citem os textos que escutam no seu dia a
dia, tais como: músicas, podcasts, entre outros. Os textos não verbais que
apresentam somente imagens, como placas de trânsito, emojis e outros. Os
textos que contém a linguagem verbal e não verbal como memes, charges, etc.
E os textos que eles mais escrevem no seu contexto, como pôsteres nas redes
sociais e outros. Dessa maneira, os órgãos dos sentidos serão ativados para
receberem o aprendizado.

3.2 Explicação sobre gêneros textuais.

Perguntar aos alunos como definiriam a palavra texto. Após ouvir as

respostas enfatizar que texto é uma produção, verbal ou não verbal, que se
constitui com algum código, no intuito de comunicar algo a alguém. Depois
explicarei sobre os gêneros textuais, suas características e finalidades. Para
uma melhor fixação do conteúdo poderá ser organizado uma apresentação de
Power Point com vários gêneros textuais, dando ênfase aos digitais. No final da
dessa aula, a turma será formada em duplas para que um aluno explique para
o outro o que foi compreendido. Desse modo, essa estratégia daria ao aluno a
oportunidade de usarem a memória operacional para fazerem associações e
comparações com outros conhecimentos e experiências que já armazenadas
na memória relacionando ao que foi apresentado.

3.3 Utilização do gênero textual: diário de bordo.

Com os avanços tecnológicos, em uma era digital, temos o um grande

desafio de fazer com que o aluno leia e escreva. Para estimular a escrita será
incrementado nas aulas de Língua Portuguesa, o diário de bordo (um caderno
por turma) na qual o aluno terá uma página com o seu nome escrito
(manualmente) e responderá às seguintes perguntas: Como você avalia a
qualidade do seu sono? Como se sente nesse momento? Você conseguiu
aprender algo hoje? Esse diário será construindo no final de cada aula por um
período. O intuito dessa estratégia, além de estimular a escrita é que o aluno
consiga fazer a assimilação da associação do sono, das emoções e do
aprendizado como elas estão relacionadas para a construção do próprio
aprendizado.

3.4 Produção textual.

Neste momento, cada aluno irá analisar as suas próprias respostas que
foram inseridas no diário de bordo para construírem suas reflexões e
conclusões. Em seguida, eles irão produzir um relatório descrevendo essa
experiência, as reflexões e conclusões que adquiriram sobre o aprendizado. O
relatório será redigido manualmente na sala de aula com a ajuda do professor.
Posteriormente, se o aluno desejar poderá reescrever o relatório digitando-o.

3.5 Leitura dos relatórios.

Nesta aula selecionarei alguns relatórios para que os alunos façam a

leitura para a turma, a seleção será feita devido ao fato de que as turmas do 1º
ano contêm cerca de 40 alunos impossibilitando a leitura de todos. No término
das leituras, os alunos irão relacionar e anotar: o tema dos textos, os fatos ou
vivências em comum, as opiniões distintas, tipologia textual na qual pertence e
construção das críticas que foram observadas nos relatórios apresentados.

4. RESULTADO A SER ALCANÇADO

O gênero textual é multidisciplinar, envolve várias áreas de conhecimento,

contribuindo diretamente para o aprendizado significativo de prática de leitura,
produção e compreensão.
O gênero textual na sala de aula é primordial para o desenvolvimento da
leitura e da escrita. Sendo assim, um dos resultados a ser alcançado é a
recomposição das aprendizagens na área da leitura e escrita. A leitura e a
escrita, além de importantes para a cognição humana, elas possuem a função
social de interação e comunicação. A proficiência em leitura e escrita se dá
através do acesso a diversos textos. A habilidade EM13LP02 é uma das
prioritárias para que o estudante avance na interpretação e produção textual,
sendo estes, os principais resultados a serem alcançados.
Portanto, é de suma importância trabalhar os gêneros envolvendo as
experiências dos alunos e por meio da capacidade de interpretação provoca
reflexão, senso crítico, contribuindo para que o aluno se torne autônomo no
processo de ensino e aprendizagem.

5. REFERÊCIAS

COSENZA, Ramon Moreira; GUERRA, Leonor Bezerra. Neurociência e

Educação: Como o Cérebro Aprende. 1. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2011,
151p.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Sistema Mineiro de

Avaliação e Equidade da Educação Pública – SIMAVE. Disponível em:
<https://simave.educacao.mg.gov.br >. Acesso em: 3 de maio de 2023.