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Tendências da análise de desempenho tático em esportes
coletivos: preenchendo a lacuna entre pesquisa, treinamento e competição
Júlio Garganta
https://doi.org/10.5628/rpcd.09.01.81
ABSTRATO
O desempenho nos esportes coletivos é realizado através de um longo prazo
e processo de treinamento metódico planejado para melhorar habilidades e
competência necessária para lidar com as demandas competitivas.
Apesar dessa restrição tática desempenhar um papel importante na equipe
Desempenho esportivo a história de sua análise científica tem
tem sido impulsionado pela abordagem fisiológica e biomecânica, prestando pouca
atenção ao comportamento tático dos jogadores e
organização da equipe. Para treinadores e pesquisadores, a análise tática pode ser
útil, pois oferece a oportunidade de identificar
combinar regularidades e características aleatórias dos eventos do jogo. O
informações sobre o desempenho são cruciais para alcançar
e eficácia da equipe, também porque constitui um critério básico
para processo de treinamento. Uma vez identificadas as principais características táticas,
eles podem informar programas de treinamento e melhoria de desempenho.
Independentemente do progresso tecnológico, a análise de
o desempenho tático em esportes coletivos continua sendo um campo subestimado,
uma vez que não houve uma quantidade significativa de pesquisas
empreendidos para identificar os factores mais importantes que sustentam o
desempenho. Assim, parece relevante descobrir conceitos
e métodos que permitem reunir e organizar o conhecimento
sobre a complexidade do jogo e as propriedades de interação dinâmica de
as equipes. O principal objetivo deste artigo é apontar que
quadro conceitual sobre indicadores táticos em esportes coletivos
deve ser uma orientação importante para preencher a lacuna entre
investigação, formação e competição.
Palavras-chave: esportes coletivos, tática, análise de desempenho
Centro de Investigação, Educação, Inovação e
Intervenção no Desporto (CIFI2D)
Faculdade de Esportes
Universidade do Porto
Portugal
RESUMO
Tendências da análise do desempenho táctico nos jogos desportivos:
em busca da harmonia entre investigação, treino e competição
A performance nos jogos desportivos colectivos é viabilizada, em grande
parte, pelo recurso a processos de treino metódicos e planeados a longo
prazo para desenvolver habilidades e competências que permitam lidar de
modo eficaz com as exigências das competições. Apesar de, reconhecidamen
te, os constrangimentos tácticos desempenharem um papel nuclear nos jogos
desportivos colectivos, a investigação tem sido predominantemente orienta
da para as abordagens fisiológicas e biomecânicas, em detrimento da aten
ção devotada ao comportamento táctico dos jogadores e das equipas.
A análise da performance táctica pode ser profícua para treinadores e
investigadores, na medida em que possibilita a identificação de regulari dades e
contingências, com base na observação do modo como jogadores e
equipas engendram e gerem os eventos de jogo. Assim sendo, a informa ção sobre o
desempenho táctico torna-se crucial para perseguir a eficácia
individual e colectiva, também porque constitui um preceito fundamental
para dar coerência ao processo de treino, na relação com a competição que
o legitima. Uma vez identificadas as principais características e exigências
tácticas, a partir delas é possível tornar o treino mais específico e adequar
outros programas de aprimoramento do desempenho.
Deste modo, o défice de investigação empreendida para identificar os
constrangimentos mais relevantes que condicionam o rendimento nos
jogos desportivos colectivos, nomeadamente no que se reporta ao desem penho táctico,
justifica a necessidade de agenciar conceitos e métodos
que permitam organizar o conhecimento sobre a complexidade do jogo e
as propriedades de interacção dinâmica das equipas.
O propósito principal deste artigo é aduzir argumentos que mostrem que a
procura e a identificação de indicadores tácticos relevantes em jogos des portivos
colectivos constitui uma orientação fundamental para demandar a
harmonia entre pesquisa, treino e competição neste grupo de modalidades.
Palavras-chave: jogos desportivos colectivos, táctica, análise da per formance
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Júlio Garganta
INTRODUÇÃO
Os limites do desempenho humano são continuamente
desafiados de acordo com o lema olímpico: 'mais forte,
mais alto, mais rápido'(60). Com efeito, cientistas desportivos,
treinadores e atletas procuram continuamente formas de
proporcionar uma ligeira vantagem legal no desempenho
atlético (49).
Esportes Coletivos (TS) referem-se a jogos disputados entre
duas equipes adversárias. Os jogadores interagem direta
e simultaneamente para atingir um objetivo que envolve
membros da equipe facilitando a movimentação de uma bola
ou item similar de acordo com um conjunto de regras, a fim
de marcar pontos e evitar que o adversário marque( 14,38,62 ).
Nessas modalidades esportivas, o desempenho é realizado
por meio de um processo de treinamento metódico e de longo
prazo, planejado para melhorar as habilidades técnicas
e táticas, bem como a competência estratégica, necessárias
para lidar com as demandas do jogo.
No TS, a actividade dos jogadores e das equipas desenvolve-
se através da alteração de condições, sendo que a
preponderância das características tácticas depende de
(14): 1) o tipo de oposição entre adversários e o tipo de
cooperação entre companheiros de equipa; 2) os enormes
graus de liberdade e variabilidade; 3) as características
das competências técnicas para atuar em condições específicas.
Gréhaigne(22) destaca que a ST traz três categorias principais
de problemas, relacionados com: a) espaço e tempo; b)
informação ec) organização. Portanto, o autor francês destaca
facetas táticas e estratégicas do jogo.
Tendo em conta o movimento básico dos jogadores nas suas
diferentes modalidades (em pé, caminhada, jogging,
corrida de velocidade moderada, sprint, …), é possível afirmar
que as verdadeiras razões da sua expressão devem basear-
se constantemente numa lógica táctica/estratégica. propósito;
o jogador fica parado ou se posiciona em algum lugar, com
maior ou menor intensidade, em determinado momento, em
relação à configuração do jogo.
Dado que qualquer acção deve ter um objectivo táctico, a
análise de indicadores como a distância percorrida durante
o jogo, a frequência cardíaca dos jogadores, ou o tempo de
movimento, pode adquirir uma maior pertinência quando
relacionada com as solicitações tácticas do jogo,
nomeadamente o estilo de jogo. jogo, os métodos de jogo
ofensivos e defensivos e o status posicional e funcional dos jogadores(14, 15).
Assim, no cenário da ST, o slogan olímpico parece incompleto
– “mais forte, mais alto, mais rápido” – porque lhe falta o
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palavra “mais inteligente”. A inteligência em TS refere-se à
capacidade de lidar com restrições de espaço, tempo e
tarefas, não apenas para reagir aos diferentes cenários de
jogo, mas também para agir de forma a criá-los.
Apesar das restrições táticas desempenharem um papel
principal na ET, apenas alguns artigos tratam
explicitamente da abordagem científica sobre o cenário
tático. Na verdade, a história da análise científica em TS
tem sido orientada por abordagens fisiológicas e
biomecânicas, prestando pouca atenção ao comportamento
tático dos jogadores e à organização da equipe.
O objetivo central deste artigo é argumentar que a
pesquisa sobre características táticas, principalmente no que
diz respeito à organização da equipe, nas diferentes fases do
jogo (jogo ofensivo, defensivo e de transição), deve ser uma
orientação importante para preencher a lacuna entre
pesquisa, treinamento e competição em TS.
MODELAGEM TÁTICA: CONCEITOS E IDEIAS
Para treinadores e pesquisadores, a modelagem tática pode
ser útil porque oferece a oportunidade de identificar
regularidades de jogo e características aleatórias de eventos
de jogo de acordo com o jogo ofensivo e defensivo.
Obviamente a informação sobre o desempenho é crucial para
alcançar a eficácia individual e de equipa, até porque
constitui um critério básico para treinar
processo.
Vários autores têm tentado delinear características
significativas do desempenho tático no TS(7, 9, 14, 20, 21,
29, 38, 41, 48, 51, 56). Nessa faixa, a modelagem de jogos
tem sido utilizada para fornecer detecção de padrões entre
os eventos do jogo, de acordo com as características que
proporcionam o sucesso ou fracasso dos jogadores e da equipe.
Conforme afirmam Lames & Hansen(37), é importante
perguntar se os modelos contêm os atributos essenciais do
esporte original observado. É por isso que, recentemente,
a investigação em desportos desportivos tomou consciência
de que outro aspecto do processo de construção do modelo
talvez não tenha recebido atenção suficiente: o propósito do
modelo.
Para obter uma visão mais profunda do jogo tático do TS, é
necessário registrar as ações táticas substanciais em ordem
cronológica e sequencial, para que o fluxo do
comportamento tático possa ser reconhecido(55).
Considerando a TS como o composto de interações
complexas, a abordagem sistêmica nos leva a
considerar, entre outros, dois níveis organizacionais principais:
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“partida” e “equipe”(25). Um match1 constitui um
sistema complexo e a noção central de oposição
nos leva a considerar duas equipes como sistemas organizados em
interação(24).
O jogo pode ser pensado como vivendo nas regiões
de metaestabilidade (ver Kelso(34), onde indivíduo
ações podem servir para desestabilizar ou (re)estabilizar o
sistema. A facilidade com que um invasor ou um
defensor pode desestabilizar ou (re)estabilizar o sistema
seria considerado uma marca de qualidade no esporte
concorrência. Em termos gerais, a capacidade de uma equipe de
desestabilizar ou (re)estabilizar um sistema pode ser examinado
em momentos críticos de um jogo, por exemplo, na ocorrência de
uma mudança inesperada de posse de bola.
Modelar um sistema dinâmico significa mapear não
apenas seus componentes e comportamento de entrada-saída, mas
também em particular a interação de seus componentes(4, 14, 24,
41, 53). Sob esse ponto de vista, as informações sobre
os processos de interação gerados pela interatividade entre
companheiros e adversários passam a mostrar
uma relevância notável porque observar como
interação em uma situação concorrente e competitiva
ocorre pode facilitar a concepção de uma preparação específica e
vantajosa.
Até o momento, a pesquisa não progrediu significativamente além
do trabalho original de McGarry & Franks(43)
e Hughes et al.(31) para desenvolver novos e inclusivos
métodos de análise dinâmica de competições esportivas, e
particularmente em TS. No entanto, sistemas dinâmicos
análises podem ser a chave para desbloquear o “escondido
lógica” do desempenho esportivo e variabilidade com in(19). O
potencial destes modelos para concentrar
comportamento enormemente complexo em expressões simples
foi confirmado(4, 30, 31, 38, 53, 55) e oferece uma
vantagem significativa sobre o trabalho intensivo e
abordagem ineficiente exigida na análise notacional tradicional.
Para descrever e interpretar sequências de jogos em
diferentes esportes, Anguera et al.(2) sugerem uma ferramenta
digna de nota - a Metodologia Observacional. Nisso
escopo alguns autores têm usado sequencial
análise e técnica de coordenadas polares em seus
funciona(1, 5, 11, 12, 40, 52, 56, 59).
Garganta(14) apresentou uma abordagem para observação de jogos
baseada em um plano de análise de dois níveis: i) o
criação de um mapa teórico com correspondência relevante
indicadores de desempenho em relação à organização tática
Análise tática em esportes coletivos
ção; ii) a observação das sequências do jogo e
exploração de dados provenientes tanto de dados qualitativos
e análise quantitativa da equipe e do jogador
organização.
Tal intenção é muito desafiadora devido à natureza
e diversidade das restrições que competem pela
sucesso em TS, nomeadamente: i) a complexidade relativa
as relações abundantes entre os jogadores(24,64):
ii) o facto de os eventos do jogo não corresponderem a um
sequência previsível de ações(8,13); iii) o agudo
sensibilidade dos comportamentos da equipe e dos jogadores ao
condições iniciais, tendo em conta a grande
quantidade de variáveis e sua interação(14, 39). Para
por exemplo, em disciplinas esportivas como futebol,
No Basquete ou no Handebol, as equipes competem pela posse
da bola, que deve passar por um
gol, enquanto no Vôlei as equipes passam a bola
uma tentativa de colocá-lo em contato com uma área do
campo de jogo dos adversários.
As equipes envolvidas em uma partida se comportam de maneira semelhante a
sistemas auto-organizados em busca de ordem e forma
em um plano macroscópico, de acordo com as interações
produzidos pelos jogadores(18). A individualidade e
graus de liberdade de desempenho da equipe são
depende de vários jogadores e de seus possíveis
interações no jogo(39). Cada equipe pretende perturbar
ou quebrar o equilíbrio dos adversários, com a intenção de gerar
desordem na sua organização. No
por outro lado, as equipas pretendem garantir a sua própria
estabilidade e organização. Dessa forma, as ações realizadas
ao longo das partidas tendem a garantir espaço e tempo
vantagem sobre o concorrente, o que significa que o
confronto determina, geralmente, um vencedor e um
perdedor.
Dado que as equipas representam sistemas dinâmicos2 organizados
de acordo com princípios e prescrições,
o comportamento dos jogadores e da equipe é gerado a partir do
tensão entre regularidades (14, 44, 57) e produção de novidade (14,
21). Nesse sentido, as equipes procedem como
sistemas especializados fortemente dominados pela estratégia
e competências heurísticas(18).
Há alguns anos, Leon Teodorescu(61) afirma que é
não é aconselhável reduzir TS a qualquer modelo de algoritmo,
porque a ação da equipe não representa previsibilidade
sequências. Gréhaigne(23) apela a um tipo de raciocínio heurístico e
reforça esta ideia referindo-se
que se a cascata de decisões for restrita a
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num algoritmo de escolha binária, ocorre necessariamente
um empobrecimento, provocando uma limitação na análise do
jogo. Lames & Hansen(37) alegaram que a estrutura
multicausal do diagnóstico na ST exige uma abordagem
interpretativa e não algorítmica.
A análise da organização táctica da equipa e do jogador permite
a possibilidade de identificar eventos de jogo, nomeadamente
a identificação de algum padrão que expresse modos ou formas
preferenciais de acção, e os caracteres distintivos que mostrem
a variabilidade de comportamentos e eventos (14, 17) .
Lames & McGarry(38) afirmam que o que vemos ao observar
um jogo esportivo é um processo dinâmico de interação em
que medidas e contramedidas são tomadas na tentativa de
superar o adversário. Isto implica que o comportamento
produzido não é principalmente a expressão de propriedades
estáveis dos jogadores individuais. Neste contexto, o
comportamento de tomada de decisão é melhor considerado
ao nível da relação entre o executor e o ambiente e visto como
emergente das interações dos indivíduos com restrições
ambientais ao longo de objetivos funcionais específicos ao
longo do tempo(3).
Portanto, a dificuldade é que uma interpretação adequada dos
dados numéricos e visuais deve considerar circunstâncias
individuais (táticas, estratégia), mas também aspectos
situacionais como processos físicos e cognitivos durante
o jogo, a qualidade do adversário e o nível de preparação(37 ) .
O papel fundamental dos indicadores de desempenho
tático Nos últimos anos, assistimos a uma investigação
considerável sobre a análise do desempenho da competição
desportiva (para uma revisão, ver 28). A introdução da tecnologia
informática facilitou o registo detalhado e a análise dos
comportamentos desportivos e ocupou o centro do
desenvolvimento inicial de vários sistemas de notação.
A suposição implícita em muitos desses estudos iniciais era
que as variáveis registradas eram relevantes para o resultado
do desempenho. Nessa expectativa, o treinador buscaria
as características críticas de desempenho para mudar
comportamentos futuros com base nas informações coletadas
em desempenhos passados(41).
Embora não neguemos a importância da tecnologia de vídeo,
dos métodos matemáticos ou da melhoria de software e
hardware, a estratégia real deve
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concentrar-se no esforço de montagem de indicadores que
possam descrever os principais acontecimentos do jogo,
considerando a oposição e as relações de cooperação entre os
jogadores e as equipes. Muito mais do que números, a
informação decorre da notação e interpretação da quantidade
de modelagem tática do jogo.
Isto implica compreender o jogo para além dos sistemas de
análise e notação. Os analistas de jogo devem ser capazes de
verificar a relevância e o poder descritivo dos indicadores de
desempenho e distinguir as principais características do jogo.
Segundo Hughes & Bartlett(33), um indicador de desempenho
é uma seleção, ou combinação, de variáveis de ação que
visa definir alguns ou todos os aspectos de um desempenho. É
claro que, para serem úteis, os indicadores de desempenho
devem estar relacionados com um desempenho ou resultado
bem sucedido. Analistas e coaches utilizam indicadores de
desempenho para avaliar o desempenho de um indivíduo,
de uma equipe ou de elementos de uma equipe.
Também Hughes & Bartlett(33) afirmam que a seleção e
utilização de indicadores de desempenho dependem das
questões de pesquisa colocadas. Equipes e jogadores são
“atores” ou “reatores”. Os atores têm maior probabilidade de
iniciar uma perturbação e desestabilizar o equilíbrio,
enquanto os reatores têm maior probabilidade de responder a
uma perturbação e de restaurar o equilíbrio para alguma
aparência de estabilidade. Desta forma, a equipe que lidera
a relação de fase (ação) pode levar vantagem sobre a equipe
que está na relação de fase defasada (reação), o que deve
se materializar em um resultado vencedor.
A noção de que uma perturbação pode levar a uma perturbação
no comportamento desportivo tem sido analisada no futebol.
(veja 24, para uma consideração relacionada às mudanças de configurações).
Hughes et al.(31) definiram uma perturbação no futebol como
um incidente que altera o fluxo rítmico de ataque e defesa,
levando a uma oportunidade de chute.
Por exemplo, uma perturbação pode ser identificada a partir de
um passe penetrante, um drible, uma mudança de ritmo ou
qualquer habilidade que crie uma perturbação na defesa e
permita ao atacante uma oportunidade de remate. Em alguns
casos, uma perturbação da defesa pode não resultar em um
chute, devido às habilidades defensivas ou à falta de habilidade
no ataque. Este raciocínio supõe que a equipa defensora
procura (re)estabilizar o sistema recentemente desestabilizado,
amortecendo ou “suavizando” a perturbação causada pela
perturbação. Se uma perturbação resultar numa oportunidade
de tiro, então
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este evento é denominado 'incidente crítico'. Usando isso
definição, Hughes et al.(31) relataram diferenças significativas nas
razões meta-perturbação entre
equipes bem-sucedidas e malsucedidas em 1996
Campeonatos Europeus. Tal análise supunha que um incidente
crítico (um chute a gol) deveria
ser precedido por uma perturbação - isto é, algum aspecto
de habilidade que perturbou o ritmo normal do
jogo.
O comportamento coletivo de um sistema complexo não pode
ser explicado a partir de investigações separadas do
comportamento de suas partes(45). Em vez disso, o sistema deve
ser visto em sua totalidade e depois reduzido a um conjunto mínimo,
mas universal, de princípios, em vez de
as propriedades elementares(35).
Foi reconhecido que algumas características
sistemas dinâmicos – nomeadamente períodos transitórios de
instabilidade – ocorriam naturalmente dentro dos limites observados.
desempenho esportivo. McGarry et al.(41), portanto, raciocinou e
posteriormente confirmou(46) que uma perturbação perturbadora
da estabilidade ocorria quando o estado estável usual
o ritmo do jogo foi perturbado por elementos extremos
de alta ou baixa habilidade. Ficou claro que a análise
das perturbações no esporte ofereceu uma visão mais crítica e
método dinâmico de investigação sobre a “configuração dinâmica do
jogo”(24) e, portanto, um passo significativo
para um apoio eficaz aos treinadores e desempenho
ança.
ONDE OLHAR PARA “VER” TÁTICO
INDICADORES RELEVANTES?
Um jogo de equipe é um evento global composto por vários
microeventos relacionados. Os membros individuais devem
harmonizar-se numa unidade eficaz, a fim de alcançar o
resultado desejado. Nesses contextos, a avaliação de
o quão bem a equipe está jogando e o quanto os indivíduos
contribuem para o esforço da equipe representam um desafio
tanto para o treinador quanto para os cientistas do esporte(6).
Perl & Weber(54) sustentaram que os processos no esporte podem
ser descritas como séries temporais de padrões, que podem
caracterizar bem as situações (por exemplo, posições no
playground) como atividades (por exemplo, movimentação de jogadores).
Ferramentas como redes neurais permitem reconhecimento e
classificação desses padrões.
No cenário TS, Schöllhorn(58) ilustra algumas
qualidades da equipe para descrever o comportamento de uma equipe
no espaço e no tempo como um todo, ou seja, o curso do tempo
Análise tática em esportes coletivos
es de movimentos no campo, a área coberta por
jogadores, a forma geométrica do time no tempo e o
movimento do centro geométrico da equipe.
Nos últimos anos, alguns estudos têm tentado
fornecer uma base teórica para pesquisas de análise de
desempenho em termos de identificação de características(10, 14, 51)
e variáveis essenciais que caracterizam os padrões de jogo no
TS(30, 32, 51). No entanto, a nossa compreensão
comportamentos críticos ainda está em sua infância.
Em grande parte de diversas obras, os autores reúnem
e caracterizar quantidades de dados e descrever o
comportamento das variáveis do jogo, restringindo sua análise
às situações que levam à pontuação. No entanto, o
descrição do processo ofensivo e avaliação da sua eficácia com
base apenas no placar
oportunidades, permitem apenas uma compreensão muito
restrita da dinâmica de jogo e do desempenho da equipe
ança(15, 27).
Para investigadores e treinadores, parece relevante
focar não apenas nas ações de pontuação, mas também em
outros que permitem perceber a produção das equipes,
em conformidade com a cascata de propósitos relativos ao ataque,
defesa e turnovers. Desta maneira,
as análises holísticas que apontam a organização da equipe,
através da identificação de regularidades e
características aleatórias das ações do jogo, considerando a eficácia
ofensiva e defensiva, poderiam ser vantajosas. Isto
justifica a busca por indicadores vitais relativos
eventos do jogo e por isso é necessário examinar minuciosamente o
transições e metamorfoses que mostram a
fluxo dinâmico do desempenho do jogador e da equipe.
Por exemplo, Lago & Martin(36) fizeram um estudo empírico
pesquisa sobre os determinantes da posse de bola
como indicador de desempenho no futebol; e
Garganta(14) sugere que os indicadores de desempenho tático
devem reproduzir a importância relativa
variáveis latentes ilustrativas, por exemplo, tempo, espaço e
tarefas de jogo (Figura 1), bem como como os jogadores e as
equipes exploram esses aspectos do desempenho.
Isso se refletirá na maneira como os indivíduos
e as equipes atacam e defendem, como usam o
espaços na superfície de jogo e a variedade de ações lúdicas(14,
17, 42).
Como tal, o tema principal da análise tática deve
não sejam as ações do jogador, tomadas de forma desarticulada, mas
as sequências de jogo resultantes das ações
que ocorrem durante as diferentes fases da partida.
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Júlio Garganta
Figura 1. Exemplo de variáveis
latentes e táticas
indicadores de desempenho no Futebol
[Adap. Garganta(15)].
Os comportamentos são significativos se perturbarem o equilíbrio
ataque/defesa do adversário, ou porque
exibem uma certa permanência na variabilidade de
ações.
Deste ponto de vista, tal mudança implica a
construção de sistemas observacionais e notacionais
tendo em conta (Figura 2): a organização do jogo, a partir das
características das ações sequenciais
(unidades táticas), executadas pelas equipes; as características
das sequências que levam a diferentes resultados; e as situações
em que, seja uma pontuação
ocorre ou não, há uma perturbação no equilíbrio
ataque/defesa.
Embora o desafio vital para os jogadores em TS seja gerar e
gerenciar a interação a fim de organizar
a própria equipe e frear o equilíbrio do adversário,
as características táticas devem ser entendidas como “unidades
funcionais” do jogo, contendo as informações cruciais
sobre a organização do match play e sua eficácia.
Assim, é possível utilizar informações sobre o
padrões de organização revelados por uma equipe ao longo de
vários jogos para chegar a conclusões sobre o
eficácia do comportamento dos jogadores em outros jogos.
Partindo de uma análise deste tipo parece pertinente
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tentando projetar modelos que formalizem a organização da equipe
de acordo com variações e regularidades que
configurar eventos de match play, de acordo com o jogo
fases, ou seja, jogo de ataque, defesa e transição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Independentemente do progresso tecnológico, a modelação táctica
continua a ser um campo pouco teorizado, uma vez que existe
não houve uma quantidade significativa de pesquisas realizadas para
identificar características táticas que sustentam o desempenho
em TS. Assim, parece relevante descobrir conceitos
e métodos que permitem montar e organizar
conhecimento sobre a complexidade e dinâmica do jogo
propriedades de interação das equipes. Uma vez tático
características focais e sua pertinência são identificadas, elas
pode informar treinamento e melhoria de desempenho
programas. Portanto, é necessário realizar um acoplamento
relevante de informações provenientes da observação do jogo e da
processo de treinamento de jogadores e equipes(37).
A questão é, como afirma Perl(53), como a modelagem tática pode
ajudar a analisar e compreender o estado atual, bem como prever
o comportamento futuro de um
sistema dinâmico, a fim de atualizar o treinamento e
concorrência. Devido à sua complexa inter-interna
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Figura 2. Evolução de
análise de partida em equipe
Esportes [Adap.
Garganta(15)].
ações, o comportamento dependente do tempo da dinâmica
sistemas não podem ser previstos usando descrição estática
apenas modelos. Em vez disso, devem ser desenvolvidos modelos
que refletem a dinâmica do sistema e ajudam a simular o seu
comportamento.
Memmert & Perl(47) referem que para avaliar dados de desempenho
de TS, normalmente métodos qualitativos e quantitativos são usados
separadamente, e sugerem
a combinação de análises qualitativas baseadas em rede
e análises quantitativas estocásticas para melhorar o
significativamente a produção de informações.
Neville, Atkinson & Hughes(49) observam que apesar
muitos tipos de métodos e técnicas de pesquisa para
modelar desempenho no esporte (ou seja, modelagem empírica,
modelagem estocástica, sistemas dinâmicos, modelos neurais
redes e lógica difusa), usadas isoladamente ou em combinação, até
o momento, os resultados têm sido decepcionantes
praticamente.
Na verdade, durante os últimos anos o uso de computadores
e software sofisticado se desenvolve claramente mais rápido
do que o aprimoramento de conceitos e ideias sobre
como observar e aprender desde o início tático
configuração do jogo e suas propriedades dinâmicas.
No entanto, e sendo essencial decidir que informação é importante e
se pode ser utilizada para
melhorar o desempenho(6), as decisões relativas
estratégias de coleta de dados, processamento de informações e
apresentação de resultados estão conectadas com
a forma de pensar(4).
Por essa razão, os métodos e ferramentas para modelar o desempenho
em TS não precisam ser exclusivos de cada um.
outro. Um tipo híbrido de descrição (ou modelo) pode
ser apropriado no futuro. Assim, novas pesquisas
em competições esportivas usando vários tipos de sistema
descrições são garantidas 49.
Análise tática em esportes coletivos
Não ousamos duvidar da importância relativa
desenvolvimento tecnológico em análise de desempenho em TS.
No entanto, defendemos que a sofisticação tecnológica não é
suficiente para observar
e observar com eficiência os recursos do jogo, nem
entender suas configurações. Análise de desempenho
torna-se útil sempre que corresponde ao progressivo refinamento e
extensão das variáveis observacionais, no sentido de aumentar a
sua
potencial descritivo e explicativo de acordo com
os eventos representativos do jogo.
Consequentemente, as interações dinâmicas expressas por
o equilíbrio e o desequilíbrio da organização da equipe,
parecem ser características-chave para descrever e moldar o
desempenho em TS. Considerando a complexidade e
incerteza de TS (14, 63), modelagem determinística
parece não ser adequado estabelecer uma análise de desempenho.
Como afirmam Balagué & Torrents 4 e Lames &
McGarry(37), por trás do uso de modelagem matemática, técnicas de
simulação ou técnicas computacionais, é imperativo incluir
métodos de pesquisa para chegar à inferência necessária
para a prática esportiva.
Em busca de identificação e interpretação de
comportamento de jogo substancial, é imperativo reunir informações
com base em quantidades de qualidade de jogo
jogando. Neste sentido devemos estar atentos ao “jogo
fluxo” e suas alterações(16), desenvolvendo conceitos e
ferramentas da abordagem de sistemas dinâmicos e da ciência da
computação para lidar com a complexidade(4).
Primeiro devemos encontrar (as variáveis e indicadores precisos);
então temos que procurar sua expressão em
o jogo. Em outras palavras, o jogo pode responder
a todas as nossas perguntas... se soubermos como e o que fazer
perguntar.
Como parece pertinente criar e melhorar
ferramentas sensíveis à dinâmica para entender a lógica do jogo
em TS, de acordo com o fluxo tático (ver Gréhaigne,
Mahut & Fernandez(26), analistas de jogos e match
os observadores devem ser especialistas em esportes coletivos antes de
especialistas tecnológicos. Pode ser que esta seja uma das chaves
para colmatar a lacuna rumo a uma ligação abrangente
entre investigação, formação e competição.
RECONHECIMENTOS
O autor deseja agradecer a Marc Verlinden (Vrije
Universiteit Brussel) pela sua ajuda, sugestões e
opinião.
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NOTAS
1 Segundo Lebed(39), “jogo” é um sistema de informações ordenadas,
um código de regras que restringe e define os comportamentos dos
participantes em condições especialmente construídas de espaço,
tempo e meios; “combinação” é um processo em que os lados
(sistemas) participantes competem entre si; “jogo” é um sistema que
funciona diretamente em condições de competição esportiva. Um único
jogador ou uma equipe de jogadores pode representar tal sistema.
2 Segundo McGarry & Franks(45), um sistema dinâmico é um tipo de
sistema complexo, no qual a regularidade se auto-organiza a partir de
dentro como resultado de trocas de informações que ocorrem tanto
dentro quanto fora do sistema (ou seja, entre as partes que compreendem
o sistema e entre o sistema e as restrições circundantes,
respectivamente).
REFERÊNCIAS
1. Amaral R, Garganta J (2005). A modelação do jogo em Futsal.
Análise sequencial do 1x1 no processo ofensivo.
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 3 (5): 298-310.
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