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Mundialização

e Globalização

ECONOMIA C
12ºCSE-A

Gonçalo André, nº6


Leonel Valadas, nº10

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Índice

Introdução ................................................................................................................ 3

Diferença entre Mundialização e Globalização ........................................................... 4

A evolução do processo de Mundialização ................................................................. 5

O recuo da mundialização na primeira metade do século XX ...................................... 7

A aceleração da mundialização económica a partir de 1945 ........................................ 8

Conclusão................................................................................................................ 10

Referências ............................................................................................................. 11

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Introdução
Muitos dos produtos que utilizamos no dia a dia são produzidos fora do nosso país.
Isso acontece porque, por um lado, a produção nacional é insuficiente para assegurar as
necessidades da população e, por outro, muitos dos bens que consumimos não são
produzidos em território nacional. Tradicionalmente, os bens são produzidos nos países
que têm maior facilidade de acesso às matérias-primas ou que dispõem de mão-de-obra
ou outras condições que favorecem a produção desses bens. Por essa razão, são
realizadas trocas entre países para se conseguir obter os bens de que se necessita.

O comércio é a atividade de troca que permite o escoamento de bens. Deste


conceito, surge um outro, o comércio internacional, que é relativo ao comércio praticado
entre os diferentes países do mundo. Nas últimas décadas, o comércio Internacional tem
vindo a desenvolver-se de forma muito acelerada. A mundialização das trocas,
juntamente com a globalização, tem provocado profundas alterações na forma como os
países relacionam os conjuntos. Mesmo a própria mundialização e a globalização não têm
tido uma evolução linear, ou se quisermos, regular.

Assim, no âmbito da disciplina de Economia C e do estudo da globalização e da


regionalização económica do mundo, irão ser explorados os conceitos de mundialização
e globalização, a diferença entre ambos, a evolução do processo de mundialização, o
recuo do processo de mundialização na primeira metade do século XX e a aceleração
económica da mundialização a partir de 1945.

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Diferença entre Mundialização e Globalização
A expressão mundialização é uma expressão muito pouco utilizada pelos
economistas sendo substituída normalmente pela expressão globalização. Apesar de
serem palavras muito próximas em termos de conceitos, estas não são equivalentes.

No que toca ao conceito de mundialização, este é, essencialmente, de natureza


económica, estando associado à circulação de capitais pelo mundo, à deslocalização de
empresas, à transferência do poder regulador dos Estados para instâncias supranacionais
(como por exemplo a União Europeia) e às trocas comerciais que são realizadas à escala
mundial, consequência direta da liberalização das trocas comerciais.

Já a globalização ocorre quando as transações de bens, serviços e capitais entre


países influenciam os domínios sociais e culturais dos países. Quando os padrões de
consumo, os produtos relacionados com uma cultura específica e os estilos de vida
universalizam-se, atingindo uma dimensão global.

Por vezes, a globalização, é entendida como um processo que, de maneira


metafórica e quase utópica, suprimiu as barreiras entre diferentes territórios e criou um
espaço global unificado, dando origem ao conceito de aldeia global.

Tanto a mundialização como a globalização, estão ligadas à evolução dos meios de


transporte e de comunicação, nomeadamente das TIC.

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A evolução do processo de Mundialização
As origens do fenómeno da mundialização não são dos dias de hoje, remontando
à Idade Média, mais concretamente ao século XVI e ao período dos Descobrimentos,
período esse em que se verificou um grande desenvolvimento das trocas comerciais e
um aumento da dimensão dos movimentos migratórios que atingiram várias zonas do
globo. O processo de mundialização económica do mundo teve as seguintes fases:

• A 1.ª “Europeização” do mundo;


• A 1.ª Revolução Industrial;
• A 2.ª Revolução Industrial;
• A 1.ª Metade do século XX – O recuo;
• A 3ª Revolução Industrial.

É no final do século XVI e inícios do século XVII que surge a 1ª “Europeização” do


mundo, ou seja, o centro do comércio mundial é a Europa. É a partir do continente
europeu que se faz o controlo do comércio. A procura europeia de produtos e matérias-
primas oriundas de outros
continentes (África, Ásia, América
e Oceânia) é a principal razão para
que o comércio entre as
diferentes regiões do mundo
tenha sido impulsionado.

Durante este período,


destaca-se o comércio triangular,
ou seja, o comércio realizado
entre África (possuidora de mão
de obra escrava), América
(produtora de matérias-primas) e a Europa (possuidora e transformadora de capital).

No final do século XVIII, surge na Inglaterra a 1ª Revolução Industrial. Esta tem


como base um conjunto de transformações a nível produtivo que causaram um aumento
da produção, do investimento e da população, surgimento de novas fontes de energia (o
vapor), novos métodos de produção e de transporte. Originou-se uma mecanização dos
fatores produtivos e uma nova organização do trabalho (a produção deixou de ser feita

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em oficinas, mas sim em fábricas). As manufaturas foram substituídas pela produção
industrial.

Para o surgimento da 1ª Revolução Industrial contribuíram diversos fatores, como


a inovação tecnológica (ex: máquina a vapor, o comboio, etc.), o capital acumulado pela
Europa (fruto do comércio de mercadorias), o fornecimento de matérias-primas (muitas
delas oriundas dos mercados coloniais), a mão de obra abundante e o aumento da
procura no mercado interno europeu e dos mercados externos coloniais (resultado do
aumento do crescimento demográfico, dos rendimentos e do consumo).

A procura internacional estimulou a produção industrial, provocando a


modernização da atividade produtiva e dos transportes, em especial o ferroviário e o
marítimo, contribuindo para uma maior produtividade e uma diminuição de preços. No
espaço económico internacional, o triângulo Grã-Bretanha, França e EUA constitui a
estrutura dominante do sistema mundial de trocas.

No fim do século XIX, verifica-se uma revolução nos transportes e comunicações,


marcando assim o início da 2ª Revolução Industrial. Ocorreu ainda a integração de novos
espaços no comércio internacional (ex: Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, etc.) e um
reforço do domínio europeu no comércio mundial.

Na primeira metade do século XX, verificou-se um fim de um ciclo que já durava há


séculos. Durante este período, o comércio mundial esteve bastante condicionado pela I
Guerra Mundial (1914-1918), pela Grande Depressão (1929-1933) e pela II Guerra
Mundial (1939-1945).

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A retração do comércio mundial verificou-se juntamente com a crise económica
mundial, interrompendo o processo de mundialização registado no período anterior.

Após a II Guerra Mundial, as inovações realizadas de âmbito militar começaram a


ser aplicadas em todos os setores da atividade económica, intensificando, assim, o
crescimento do comércio internacional, para o qual a liberalização das trocas constitui
um fator determinante. Surge assim a 3ª Revolução Industrial que perdura nos dias de
hoje.

O recuo da mundialização na primeira


metade do século XX
Ao contrário daquilo que aconteceu nos séculos anteriores, especialmente no
século XIX, quando ocorreu a 1.ª e a 2.ª Revolução Industrial, o aumento dos movimentos
migratórios, acompanhado do aumento da saída de capitais, contrai completamente o
processo de crescimento da mundialização.
A primeira metade do século XX ficou marcada pela I Guerra Mundial, pela crise
dos anos 30, a Grande Depressão, e pela II Guerra Mundial.
O comércio internacional, durante a primeira metade do século XX, apresentou
taxas de crescimento pouco relevantes como consequência do bloqueio dos movimentos
de capitais e das restrições impostas aos movimentos migratórios. Os países de
acolhimento e os países de emigração, principalmente países nacionalistas (ex: Alemanha
e Itália) acabaram por colocar restrições aos movimentos migratórios para tentar
proteger o emprego do país, dando preferência aos trabalhadores nacionais.

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Portanto, o recuo verificado da mundialização na primeira metade do século XX,
teve origem na retração do comércio mundial, causada pela recessão económica que
atingiu as economias abertas e pelas duas guerras mundiais.

A aceleração da mundialização económica a


partir de 1945
Com a II Guerra Mundial, o mundo foi obrigado a se desenvolver para poder estar
a par dos acontecimentos, algo que acabou por incentivar a inovação, como a tecnologia
informática e a tecnologia nuclear, além das telecomunicações. Exemplo disso, é a
criação, por parte dos Estados Unidos, do primeiro computador e da primeira bomba
atómica. Este desenvolvimento tecnológico arrastou-se rapidamente para as atividades
industriais e serviços, como os transportes, banca, educação, telecomunicações, entre
outros, o que facilitou o comércio mundial e o fluxo de informações.

Após o fim da II Guerra Mundial muitos países precisaram de reconstruir as suas


economias, pois, estas, encontravam-se devastadas pela guerra. A reconstrução da
Europa constituiu uma oportunidade para as empresas, maioritariamente norte-
americanas, fornecerem os bens e serviços necessários aumentando as condições para a
prática do comércio internacional através de uma maior abertura das economias ao
exterior.

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No âmbito da liberalização do comércio mundial e visando a reconstrução dos
países afetados pela guerra, foram criadas vários organismos de âmbito internacional,
em que se destacam: o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT - General Agreement
on Trade and Tariffs), que se tratava de um acordo criado em 1947, visando a redução
das tarifas aduaneiras entre os estados-membros, que acabou por ser substituído pela
OMC em 1995, o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD),
criado em 1945 com a finalidade de conceder empréstimos para financiar a reconstrução
das economias, acabando por ser aplicado em conjunto com o Plano Marshall, o Fundo
Monetário Internacional (FMI), entre outros.

Além disso, foram criadas organizações de âmbito regional. Nestes, destacam-se


as organizações: Comunidade Económica Europeia (CEE), atual UE, criada em 1957, em
que se estabelece um mercado e impostos alfandegários com o exterior comuns, além
de outras políticas de desenvolvimento, e a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA
- European Free Trade Association), criada em 1960, onde se criou uma área de comércio
livre onde o produtos importados entre estados-membros estavam isentos de impostos
aduaneiros, o que, contribui para o aumento das trocas entre os estados-membros.

Estes fatores ajudaram a impulsionar a mundialização económica e a aumentar a


interdependência global das economias e das empresas. A partir da década de 1990, a
globalização acelerou ainda mais com a revolução digital, permitindo a conectividade
global em tempo real e o comércio eletrónico.

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Conclusão
Em síntese, muitos dos produtos que utilizamos no dia a dia são produzidos fora
do nosso país. Isso acontece porque, por um lado, a produção nacional é insuficiente para
assegurar as necessidades da população e, por outro, muitos dos bens que consumimos
não são produzidos em território nacional. Surge assim o conceito de comércio
internacional, comércio que é praticado entre os diferentes países do mundo. A
mundialização das trocas, juntamente com a globalização, tem provocado profundas
alterações na forma como os países relacionam os conjuntos. Mesmo a própria
mundialização e a globalização não têm tido uma evolução linear, ou se quisermos,
regular.

A mundialização é um conceito puramente económico, associado às trocas entre


países, à circulação de capitais pelo mundo, à deslocalização de empresas e à
transferência de poder regulador dos Estados para instituições supranacionais. Já a
globalização ocorre quando as transações económicas se estendem ao domínio
sociocultural, como a troca de informações, estilos de vida, etc.

Tanto a mundialização como a globalização, estão ligadas à evolução dos meios de


transporte e de comunicação, nomeadamente das TIC.

O processo de mundialização económica do mundo teve cinco fases: a 1.ª


“Europeização” do mundo, a 1.ª Revolução Industrial, a 2.ª Revolução Industrial, o recuo
da primeira parte do século XX e a 3ª Revolução Industrial.

O espaço económico internacional, dominado até ao fim da primeira metade do


século XIX pela Grã-Bretanha, França e Estados Unidos da América, foi integrando
progressivamente outros países e regiões (América Latina, países do norte da Europa,
região do Mediterrâneo, Índia, entre outros), graças às novas inovações, quer nos
transportes (ex: comboio), quer nas comunicações (ex: criação do telégrafo).

A primeira metade do século XX caracterizou-se por um recuo do processo da


mundialização devido à I Guerra Mundial, à Grande Depressão dos anos 30 e a II Guerra
Mundial, mas, após 1945, as inovações realizadas e a sua aplicação na atividade
económica intensificaram o crescimento do comércio Internacional e,
consequentemente, o processo de mundialização económica do mundo.

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Referências
Manual de Economia C, 12º ano, Editora Texto, 2015
Manual de Economia A, 11º ano, Editora Texto, 2020
Mundialização - Infopédia (infopedia.pt) (consultado a 20/03/2023)
Mundialização: o que é, história, tipos (uol.com.br) (consultado a 20/03/2023)
Word - Mundialização das economias (instituto-camoes.pt) (consultado a 20/03/2023)

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