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“Os Maias” – Capítulo III

Gonçalo Rodrigues (nº 6) e Leonel Valadas (nº12) – 11º CSE-A

Síntese:

 Vilaça, o procurador dos Maias, visita a Quinta de Santa Olávia, onde se encontram Carlos
e Afonso da Maia.
 Carlos tem uma educação liberal, com um educador inglês, Brown (amigo de Afonso da
Maia), que dá primazia à força, músculo e saúde.
 São apresentadas as personagens Silveiras: Teresinha, a primeira namorada de Carlos, a sua
mãe (D. Eugenia), a sua tia (D. Ana), e o seu irmão Eusebiozinho, o oposto de Carlos,
muito frágil, tímido, medroso e estudioso.
 É sobretudo um capítulo de contraste entre dois métodos educativos: o português
(Eusebiozinho) e o inglês (Carlos).
 Vilaça informa Afonso da Maia do paradeiro de Maria Monforte e da sua filha. Segundo ele
a sua neta morrera em Londres.
 Pai de Vilaça morre, o seu filho ocupa o seu lugar como procurador da família.
 Carlos faz exame de candidatura à universidade.

Espaço Físico e Social

A ação decorre durante a primavera, nas vésperas da Páscoa, na Quinta de Santa Olávia,
uma quinta agrícola nas margens do rio Douro.

O espaço é, tipicamente, de natureza aristocrática que corresponde ao estatuto da


família, dado que é um espaço luxuosamente decorado, possui trabalhadores na sua casa como
uma governanta (Gertrudes) e um mordomo (Teixeira). Tal como é exemplificado nos seguintes
elementos textuais: “…a velha governanta…”; "As três portas envidraçadas estavam abertas
para o terraço, que se estendia ao sol, com a sua balaustrada de mármore coberta de
trepadeiras...".

Juventude

Neste capítulo é abordada a juventude de Carlos, que é passada na Quinta de Santa


Olávia com o avô. A sua juventude é marcada pelo rigor e disciplina, estando este tema ligado
ao da educação.
A sua juventude é evidenciada nas intervenções que Vilaça faz ao chegar à quinta: “Oh!
Meu menino, meu querido! Meu querido menino que lindo que está! Que crescido que está…”

Educação

Neste episódio são apresentados dois métodos educativos: o método de ensino inglês e o
método de ensino português.

O método inglês é aplicado pela personagem Brown, a Carlos, a favor do seu avô,
Afonso da Maia. Neste é priorizado o contacto com a natureza, saúde e o exercício físico. Como
se comprova nos elementos textuais: “Correr, cair, trepar às árvores, molhar-se…” e “Estou
cansado, governei quatro cavalos”. Algo que era contrário ao método de ensino que era
defendido pela religião, uma educação fundamentalmente teórica e rigida. Exemplificado em:
“…tinha sido educado com uma vara de ferro!” e “…pediram-lhe que dissesse o Acto de
Contrição… Que nunca em tal ouvira falar”.

Já o método português era aplicado no Eusebiozinho, a favor de Vilaça, das Silveirinhas


e de Abade Custódio. Consistia numa educação mais conservadora, que valorizava a
aprendizagem dos clássicos, do latim, e das passagens da bíblia. Além disso, é também
concentrada na proteção. Como se verifica em “levava ao colo o Eusebiozinho”; “a decorar
versos, páginas inteiras do Ceticismo de Perseverança”. Porém, era uma educação fraca a níveis
de atividade física e saúde, “Não tem saúde para essas cavaladas” e “excesso de lombriga dava
uma moleza e amarelidão de manteiga”.

Crítica Social

No capítulo III, Eça de Queirós critica a educação portuguesa como sendo inútil, não
dando bases práticas para a vida. Além disso, é também criticado o facto de a educação ainda
ser bastante marcada pela religião, ao contrário daquilo que os liberais defendiam.

Ex: " – A instrução para uma criança não é recitar Tityre, tu patulae recubans.... É saber factos,
noções, coisas úteis, coisas práticas..."

Recursos Expressivos

 Eufemismo: “Nunca mais o tornamos a ver” – O valor expressivo consiste em amenizar


a morte do pai de Vilaça.
 Ironia: “É possível – respondeu a inteligente Silveira.” – Fica-se subentendido que a
Silveira não é inteligente.

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