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Os Maias, de Eça de Queirós

Leitura e estudo do excerto do capítulo III – «A educação de Carlos da Maia»


Pág. 224-225
1.1. O Teixeira comenta com Vilaça a educação de Carlos, com a qual não
concorda, tal como o abade, considerando-a excessivamente rigorosa e sem
qualquer dimensão religiosa.
2. A educação de Carlos, à inglesa, defendida pelo avô é baseada no contacto
com a natureza. Este modelo valoriza as regras, o rigor e o método, o esforço, o
exercício físico e o estudo das línguas, sem mimos. Assim, a criança tornou-se
«rija», curiosa, perspicaz e forte (ll.20 a 23). Pelo contrário, Eusebiozinho teve uma
educação tradicional portuguesa, baseada na memorização, no ensino da doutrina,
na falta de vitalidade e até de cor («quieto como se fosse de gesso», l.33), de
energia («molengão e triste», l.37) na superproteção («não se descolava das saias
da titi», l.37), daí ser um mimado, um fraco («para que o terno prodígio não aluísse
sobre as pernas flácidas», l.38).
3. O diminutivo pode ser utilizado para demonstrar o carinho ou caricaturar e
ridicularizar.
Assim, no primeiro exemplo, Vilaça usa o diminutivo para demonstrar o carinho que
tinha por Carlos.
Já no segundo caso, a intenção do narrador é ridicularizar a postura de
Eusebiozinho, a sua educação e a sua dependência da mãe e da tia. De referir que
o diminutivo serve para caricaturar a personagem («mãozinhas», «Eusebiozinho»).
4. O recurso ao advérbio «preciosamente», reforça a inatividade, a passividade
de Eusebiozinho e contribui para caracterizá-lo como uma criança frágil e
demasiado protegida.

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