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MÓDULO 1
ALICE NO PAÍS
DAS MARAVILHAS
LEVIS CARROLL
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Olá!

Sejam bem vindas à primeira aula da


minha biblioteca clássica.

Eu sou a professora Lorena Barbosa e junto comigo vocês vão embarcar em 12


módulos para estudar livros considerados atemporais e clássicos. E o livro de
hoje dessa primeira aula é um dos meus livros favoritos e um livro que marcou a
sociedade. É um livro que de fato dividiu a escrita literária para criança, que é o
livro Alice no País das Maravilhas. Trata-se de um livro escrito em inglês
britânico por um autor que se chamava Charles Dodgson, sob o pseudônimo de
Lewis Carroll. Charles Dodgson era um homem de 23 anos, professor de
matemática da Universidade de Oxford da Christ church , em Oxford. Era um
cara inteligentíssimo que, além de escrever esse conto de fadas moderno,
escreveu poemas, escreveu tratados. Era um homem exímio na matemática. Foi
um grande destaque da sua época como aluno. Tanto é que logo ele terminou
os seus estudos normais. Ele ingressou na Universidade de Oxford para dar aula.
Então ele era um pequeno prodígio daquela época na matemática. Ele era
protestante e viveu naquele círculo de Oxford, ali da era vitoriana, que era um
círculo efervescente, tanto cultural quanto intelectualmente falando. E o livro
Alice no País das Maravilhas é publicado exatamente nesse contexto. Ele é
publicado em 1865, em plena era Vitoriana quando a gente fala de era vitoriana,
significa que a gente está falando de um período histórico que no qual a rainha
Vitória da Inglaterra reinava. A era vitoriana foi uma era extremamente
próspera para a Inglaterra, porque a gente sabe que a Inglaterra ali é o berço da
revolução industrial. A gente tem ali uma série de mudanças sociais
acontecendo e durante esse período vitoriano, várias invenções acontecem a
sociedade é modificada ao extremo. A sociedade, na verdade, passa por várias
rupturas durante esse período de reinado dela, porque muitas coisas vão
acontecendo, tanto em termos culturais quanto em termos filosóficos, quanto
em termos religiosos. E a sociedade vai vivendo tudo isso, não só a sociedade
britânica, como a sociedade mundial que naquela época, por conta de uma
expansão marítima gigantesca e bem nutrida, a rainha Vitória conseguiu
desenvolver basicamente o maior exército da época. Então a Inglaterra se
tornou o país mais poderoso, porque a gente tinha esse exército. Era um
exército que era responsável por garantir isso, a Rainha Vitória. Então ela era
uma monarca que, apesar de não ter tido mãos de ferro, ela foi uma monarca
de mão segura durante o seu reinado. A Inglaterra, apesar de muitos defeitos,
teve muito avanço em termos financeiros, em termos intelectuais.
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A gente sabe que nesse período vitoriano a sociedade era uma sociedade muito
conservadora, uma sociedade basicamente tradicional, aristocrática. A gente
sabe que a monarquia também favorecia esse clima e essa formação social.
Então a aristocracia estava a pleno vapor, ainda ali na Inglaterra naquela época,
a gente tinha a Inglaterra colonizando a África, as Índias. Tanto é que vários
livros que são escritos nessa era vitoriana são livros que mencionam a Inglaterra
como sendo a colonizadora da Índia. A gente tem aí o Sherlock Holmes, livros
por exemplo como A Princesinha, O Jardim Secreto e O Pequeno Lorde, que são
livros muito populares num universo infantil, infanto juvenil. Eles fazem
menção a esse característica da Inglaterra colonizadora de vários continentes. E
a Índia foi bem marcante como um país que teve marcante essa colonização
inglesa. E a gente sabe que o período vitoriano foi esse período no qual a Igreja,
sobretudo a Igreja Anglicana e as igrejas protestantes ainda tinham um vigor.
Então, a Inglaterra ainda tinha uma estrutura social que permitia a Igreja,
sobretudo a Igreja protestante, ditar as normas e comportamentos da época.
Eu gosto sempre de mencionar Para mim, é uma das pessoas que melhor
descreveram o que foi essa Inglaterra vitoriana. Foi um autor vitoriano chamado
Charles Dickens na introdução do livro Um conto entre duas cidades, o Charles
Dickens explica muito bem que cidades eram aquelas que ele iria descrever e
que um momento histórico era aquele no qual o livro saiu. E ele disse o
seguinte O período vitoriano foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi
a idade da sabedoria, foi a idade da tolice, foi a época da fé, foi a época da
incredulidade, foi a estação da Luz, foi a estação das trevas, foi a primavera da
esperança, foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós, não havia
nada diante de nós. Todos íamos direto para o céu todos íamos direto para o
outro lado. Então Dickens, quando ele fala dessa Inglaterra vitoriana ele nos
mostra que, apesar de nós termos aí uma sociedade bem tradicional,
organizada socialmente, social e economicamente de forma aristocrática por
conta dessa revolução industrial aquecida, a gente começa a ver uma Inglaterra
dividida, a pobreza tomando conta das cidades por conta da migração que
houve do campo para a cidade, as pessoas em busca de trabalho nas fábricas e
o próprio Dickens fez uma leitura maravilhosa acerca disso em vários dos seus
livros Grandes Esperanças, Oliver Twist David Copperfield. Ele foi quem melhor
retratou essa Inglaterra dividida entre uma aristocracia opulenta, rica, cheia de
tradições maravilhosas, na qual a beleza importava, na qual o luxo imperava.
Mas, ao mesmo tempo, a gente tem uma Inglaterra de pedintes, de mendigos,
de crianças exploradas nas fábricas, de criança morrendo de fome na rua, de
crianças se prostituindo e batendo carteira para sobreviver, para comer o pão.
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Então a gente tem uma cidade dúbia e foi nessa cidade dúbia que o Lewis
Carroll, esse professor de matemática, tímido, gago, mas ao mesmo tempo
muito inteligente muito sagaz. Ele escreve um livro Em que contexto o Charles
Dogson ou o Lewis Carroll escreve esse livro. Bom, ele estava na Universidade de
Oxford. Ali a gente tinha moradia, as pessoas que iam para lá, elas moravam na
universidade, então os professores, eles não saíam do campus. Então o Charles
Dodgson, ele tinha ali seus aposentos e ele tinha uma convivência extrema na
universidade. Eles viviam a vida acadêmica, como até hoje a gente tem nas
universidades americanas e estrangeiras. A gente tem essa vivência, o aluno
interno da universidade, muitos casos, no caso, os professores também. E o
Charles Dodgson ele por ser esse cara brilhante, inteligentíssimo, com altas
sacadas e ao mesmo tempo um humor ácido, ele tinha um sarcasmo, uma
ironia. Ele se torna muito próximo do reitor, do deão da universidade, que era o
senhor Liddell. E era interessante porque esse reitor, que era pai da Alice, que é
protagonista da história, ele circulava com o reitor da universidade. Para você
ser reitor de uma universidade naquela época você tinha que ter uma
reputação ilibada, uma família exemplar, conhecimento vamos dizer assim, e
muita história, muito chão. Então o Henry Liddell, ele se torna esse reitor por
mérito, é o reitor da universidade, gente que era a principal universidade
naquela época. Ele era muito próximo à família real, a família da rainha Vitória.
No caso do pai da Alice, o reitor, ele se tornou capelão pessoal do príncipe
Albert que é o marido da rainha Vitória. Então ele frequenta ele tem acesso à
família real. Ele é um cara que circula ali na nobreza, na aristocracia. Ele
conhece condes, ele conhece Sirs ele conhece várias pessoas riquíssimas. Então
ele circula naquele ambiente. Ele mesmo era um cara bem abastado, porque
ele recebia um salário muito alto, o cargo de reitor da universidade, se hoje
paga bem, você imagina a 170, 180 anos. Então ele vivia uma vida muito boa. A
sua esposa se chamava Lorena, teve 10 filhos era uma mulher extremamente
rígida, temperamento difícil, era uma mulher geniosa e ela criava esses filhos.
Esses filhos tinham acesso a essa nobreza. Então a Alice Liddell, que é a menina
que inspirou a personagem Alice no País das Maravilhas, ela era uma menina
que foi criada com todo o luxo da época boas roupas, boa educação, piano,
latim, francês, tudo tudo o que uma criança podia ter em termos de educação,
a Alice recebeu. Era uma menina versada nos bons costumes aula de etiqueta
era uma menina que circulava ali entre as meninas ricas da sociedade britânica.
Então ela... podemos dizer, era uma menina que não fugia em nada. As outras
meninas da época, no comportamento, exceto pelo fato de que a Alice tinha
uma característica que a tornava espevitada naquela época, ela era muito
curiosa, ela tinha a boca solta. Sabe aquela menina que solta mesmo, que
pensa, pronto essa era a Alice Liddell e ela era a filha do meio de 3 irmãs,
escadinha.
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A gente tinha a Lorena, de 13 anos, que levava o mesmo nome da mãe, a Alice,
de 10 anos, e Edith de 7 anos que era mais nova. Aí eles tiveram outros filhos,
teve filho, o Henry, teve o menino Harry, mas as 3 ficaram mais conhecidas por
conta do livro. Então esse é o cenário no qual esse livro é 1865 é lançado. A vida
está dessa forma. Por que o Charles Dickens fala que a Inglaterra vitoriana é
paradoxal ao mesmo tempo, é um lugar de muita fé, mas é um lugar de
incredulidade, porque naquela época o liberalismo eclodiu na sociedade
britânica e na Europa como um todo. Então muitos valores começavam a ser
questionados naquela sociedade, muitos costumes começavam a ser
quebrados naquela sociedade mas a sociedade britânica nuclear de Londres,
principalmente, ainda era uma sociedade muito fechada, então algumas coisas
se mantinham intactas até então. Até lá, a gente vê que ainda hoje isso existe.
Então, imagina 180 anos era bem mais rígido, bem mais tradicional a forma de
viver, a forma de ver o mundo, a forma de se comportar. Se diz que os britânicos
são bem fechados e reservados, então imagina, hoje é assim há 180 era muito
mais. Bom, o Charles Dodgson, Lewis Carroll era um homem muito enigmático
até pouco tempo, eu digo pouco na linha histórica, talvez um século. A gente
tem muitas biografias dele, muitas biografias tentam explicar, e ele é alvo de
muitas polêmicas, sobretudo agora, neste século. O século XXI por que o Lewis
Carroll era um cara de 20 e poucos anos que não tinha namorada, não tinha
esposa, não tinha filhos, vivia para trabalhar, era professor e vivenciava aquilo
intensamente. Ou seja, vivia para a igreja porque ele era diácono da igreja e
vivia para para ensinar. A vida dele era basicamente trabalho. Então vida
pessoal dele sempre foi alvo de muitas para colação, sempre foi alvo de muita
curiosidade, principalmente por que o Lewis Carroll, Charles Dodgson além de
amar a matemática, de amar poema, de amar a literatura, ele amava a
fotografia. Naquela época a fotografia começava a despontar na sociedade e a
gente sabe que as primeiras câmeras começavam a ser fabricadas e a circular
na sociedade. Ele era um excelente fotógrafo e era apaixonado pela fotografia.
E o que é curioso acerca disso? Ele fez muitas fotografias, cerca de 3000
fotografias. Eu estou falando, gente de 180 anos atrás. A gente sabe como era
que era para revelar uma foto naquela época se hoje a gente tem essa
facilidade de tirar uma foto e revelar. Naquela época era um negócio muito
mais trabalhoso, muito mais rudimentar. Então, mesmo assim, mesmo com
toda essa dificuldade, ele deixou quando morreu, com mais de 3000 fotos
impressas. Dessas 3000 fotos, estima-se que metade eram fotos de menina
nuas. Então o Charles Dodgson, ele era um amante da fotografia e ele tinha
muita foto e tirava muita foto de criança. Uma coisa sobre ele Eu sei que isso é
polêmico. Existem pessoas que defendem, existem pessoas que acusam. A
verdade é que ele tinha uma característica muito forte de pedófilo, porque ele
gostava da companhia de criança.
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Ele não se dava muito bem com os adultos a gente não tem muito registro dele
com amigos adultos. Os amigos dele basicamente eram 1, 2 ou 3 e a família
Liddell ou a família da Alice. E na família quando ele entra na família que o
reitor traz ele para dentro, para jantar, para conviver, ele de cara ele de cara já
se engraça das 3 meninas e ele começa a ser um amiguinho delas. Então
durante os fins de semana ele levava as meninas para passear. Ele ficava na
grama contando história para as meninas, então ele era um amiguinho. Não é
muito normal um homem de 23 anos ser amiguinho de uma criança de 7
amiguinho não é muito normal um homem de 23 anos, 25 anos, interessado em
tirar foto de menininha. De fato, ele deixa isso escrito no seu diário, seu diário
quando ele morre, os diários tinha vários diários. Daí o que eu falo pra vocês,
gente grandes autores tiveram diários, então ele tinha vários diários e esses
diários foram encontrados rasurados, muitas páginas arrancadas. Suspeita se
que as páginas nas quais ele escrevia sobre talvez sua paixão pelas meninas,
não sei amor platônico, seus parentes tenham arrancado para preservar sua
reputação, para não dar uma treta e qualquer sabe se lá, embora naquela
época isso não fosse uma questão. Deixa eu explicar por que eu acredito que
Lewis Carroll era sim, pedófilo no estrito sentido da palavra. Aquele cara que
tem atração por o menor de idade, por criança mas ele nunca consumou nada,
ele nunca teve uma denúncia, ele nunca teve um escândalo, nunca se soube
nada. Todos os biógrafos dele escarafuncharam vasculharam a vida dele às
avessas, porque essa suspeita já existia. O livro é um dos livros mais famosos, só
perde para os livros de Shakespeare para as peças de Shakespeare e para a
Bíblia. King James, então é o terceiro livro mais famoso da Inglaterra, mais lido
em língua inglesa. Então imagina o autor desse livro. Ele ficou no holofote,
sendo vasculhado, então nunca se encontrou nada assim concreto de que ele
beijou ou de que ele abusou de nenhuma criança. Mas é fato que ele tinha
centenas foram mais de mil fotos de criança seminua, criança com mamilo
aparecendo então ele tirava essas fotos. Agora sim, naquela época a noção de
criança não é a mesma, noção de 2020, 2021 não era a mesma noção. A idade
de consentimento na era vitoriana, ou seja, a idade na qual uma criança podia
se casar. Uma pessoa podia se casar a 12 anos. Hoje a gente não tem essa idade
igual, hoje a idade é maior. Então naquela época uma pessoa de 12 anos era
uma pessoa que podia se casar, havia casamento de pessoas de 12 anos. Então o
fato de a gente ter uma noção de criança, de que a criança é um adulto em
miniatura, ainda não tinha muito estudo sobre a infância, não tinha ainda se
desenvolvido na educação essa diferenciação de criança para adulto. A criança
convivia ali em sociedade, como se fosse qualquer outra pessoa. A criança não
era poupada de várias coisas, tanto não era poupada que as crianças
trabalhavam nas fábricas. Então, gente, esse conceito de pedófilo, ele apesar de
ser existia uma razão de ser, ele precisa ser analisado sob essa ótica.
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A ótica do filtro histórico. Não dá para a gente pensar no Charles Dodgson, de


1860 como se ele vivesse em 2020, 2022, 2023. Não dá. Porque? Porque são
tempos diferentes. A idade de consentimento diferentes o desenvolvimento
humano era diferente. A mulher era criada para casar cedo, ter filhos cedo uma
menina de 14 anos, tinha um filho, normal na sociedade normal, isso até
meados do século XX era assim. Talvez sua bisavó tenha tido com 14 anos e
minha avó se casou com 14 anos e teve 6 filhos. Então isso é um fato, tá Agora
eu não estou aqui defendendo o que eu estou dizendo para você, que às vezes,
para criar polêmica, muita gente solta essas coisas na rede social. Eu sempre
gosto de dizer olha, a gente tem um perigo muito grande quando a gente quer
analisar uma obra literária, um autor de uma pessoa, de uma época em outra,
porque a gente vai sempre colocar o filtro dessa época em que estamos e não é
bem assim. Então ele nunca abusou da Alice eu acredito sim, por tudo que li
sobre ele, por todas as biografias e estudo que fiz, acredito que ele era
apaixonado por ela. Fato. Ele fez muitas fotos lindas, inclusive essa edição do
livro que eu adotei o adotei também por isso, porque há uma riqueza de
material fotográfico. A gente não pode ignorar que não era um exímio
fotógrafo, ele tinha um olhar muito bom para foto. Então essa edição traz esse
álbum de fotos da família Liddell da Alice, inclusive da Alice, já madura mulher.
Então o Charles Dodgson precisa ser visto como excelente autor, não como um
pedófilo qualquer. Ele não é um cara que escreveu um livro que incentivou a
pedofilia na sociedade. Ele não é um cara que maculou nenhuma criança
assim, mas respeito com o legado dele como autor, talvez como pessoa não,
mas como autor eu acredito que ele foi assim, ilibado, inclusive como pessoa,
porque realmente não se tem nenhum registro de ele ter abusado de alguma
criança e o fato de ele estar apaixonado com 23 anos por uma menina de 12, por
uma menina de 10 naquela época a gente era normal. Hoje a gente se choca
com uma menina de 12 namorar um homem de 23. Mas naquela época não, era
normal. Até um homem mais velho, homem de 40 anos, quando ficava viúvo,
podia se casar com uma menina de 14. Era isso na sociedade vitoriana e era
tudo bem, porque era aquela época. Ok, então o Charles Dodgson é envolto em
polêmicas. Mas meus alunos, eu não quero vocês aí falando abobrinha.
Inclusive, o livro traz muita referência e eu sugiro a vocês que estudem a fundo
quem gostar, porque realmente não é por aí que a gente deve analisar a figura
dele. Bom, então vamos ao livro. O livro escolhido é esse aqui. Como eu já havia
mostrado a vocês da DarkSide e a história propriamente dita começa na página
35, no capítulo 01. Lembrando que esse livro é legal porque ele tem as
ilustrações, Tenniel um ilustrador super famoso da época.
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Era como hoje uma pessoa que vai publicar um livro qualquer tem o ilustrador
mais famoso da revista mais famosa ilustrando seu livro era isso Lewis Carroll
ele primou por essas ilustrações porque o cara, o Tenniel Na época ele era
ilustrador da revista Punch, que era uma revista super conceituada. Sabe aquela
revista assim da época, que não tinha TV, não tinha internet, era revista, jornal.
Então ele ter conseguido essas ilustrações do Tenniel foi uma grande vitória. E
não à toa o livro estourou. O livro vendeu mais de mil cópias. Estou falando de
1865, gente vender mil cópias nos dias de hoje já é uma grande glória. Você
imagina isso a 180 anos, 170 anos. Então ele foi um sucesso, um estouro. Tanto é
que 6 anos depois veio a segunda. O segundo, através do espelho. Porque
primeiro foi um estouro e é até hoje. Então, página 35, a gente tem um capítulo
01 Pela Toca do Coelho. Então a gente tem aqui nesse capítulo a entrada da
Alice no mundo subterrâneo. Tanto é que o nome do livro era As Aventuras de
Alice no Mundo Subterrâneo. Depois mudou para Alice no País das Maravilhas.
O título original do livro era Alice no Mundo Subterrâneo e As Aventuras de
Alice no Mundo Subterrâneo. Por quê? Porque a história toda se passa dessa
forma. Ela está aqui. Lembrando que a história começa quando as 3 irmãs são
convidadas pelo Charles Dodgson, que é o Lewis Carroll, para fazer um passeio
de barco no rio Tâmisa. Era verão europeu, estava muito quente e não tinha
nada para fazer. Todo mundo de férias, professores e alunos. Ele falou Gente,
vamos dar um passeio de barco Tâmisa, paisagem maravilhosa que a gente
teve na Inglaterra pode contemplar o Tâmisa, sabe então, sobretudo ali à beira
de Oxford. eu imagino, naquela época devia ser fantástico a gente devia ter
muito mais preservação, inclusive de paisagem. E aí eles vão passear de barco,
vão brincar na grama, vão contar histórias. Meninas amavam LVA amavam a
história, como toda criança vitoriana, amava LVA. E o Charles Dogson amava
contar histórias sem maldade nenhuma. Daí ele convidou um amigo dele, que
era professor também na universidade e foram eles sim passear de barco pelo
Tâmisa. E aí, observe a história real história do livro começa assim. Alice não
aguentava mais ficar sentada à beira do rio com sua irmã, sem nada para fazer.
Perceba que aqui ele Começa de forma que parece que ele está contando a
história do dia do passeio. Mas não, essa história que já é fictícia. Ele pega esse
gancho para começar, como se ele estivesse ali mesmo no passeio. Só que a
grande verdade é que a Alice, a partir desse passeio no gramado ali na beira do
Tâmisa, é que ela vê o coelho. Então ele mistura essa realidade na qual eles se
encontravam, que era eu imagino que eles fizeram um passeio de barco. Depois
saíram do barco, ficaram na grama contando a história, porque na verdade, o
que acontece é o seguinte eles entraram no barco e um vai remando
lentamente e a gente vai apreciando a paisagem.
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E uma certa hora a Alice pede para ele conta uma história. Aí as irmãs, é mesmo
conta uma história pra gente enquanto a gente passeia. E aí elas começam a
dizer Olha, eu quero que essa história tem uma menina. Elas começam a dizer
pra ele o que é que elas queriam na história e ele começa a gente oralmente a
inventar essa história. Porque eu acredito que a gente deve muito respeito a ele
como autor. Quem de nós hoje seria capaz de criar uma história dessas
oralmente num passeio de barco? Tipo, o cara tinha que ter um criatividade
absurda para criar uma história dessa inteira aqui num passeio de barco, sem se
preparar antes, sem ter um rascunho de boca contando essa história Só vê a
ideia. Vou falando, vê a ideia e vou falando que homem é esse? É um brilhante.
A gente deve respeitar ele como autor, porque isso aqui não nasceu de uma
caneta, nasceu da oralidade. Essa história foi contada de forma oral. Foi uma
história oral contada para essas crianças, entendeu Foi assim que nasceu essa
história. Então eles vão passeando, ele vai inventando a história, a protagonista
Alice quem pediu a história, Alice Então assim, tudo muito de improviso, muito
de agora. Conta agora uma história tipo criança Ah, inventa uma história para
mim você vai botar a criança pra dormir Ela fala, mãe conta uma história É isso
agora imagina tu ser pega de calça curta numa terça feira botando teu filho
para dormir tu ia criar uma história dessa nunca, jamais. Então Charles Dodgson
era uma mente muito boa. Então aqui ele começa a história com as meninas na
vida real ali do passeio e diz. Alice não aguentava mais ficar sentada à beira do
rio com sua irmã, sem nada para fazer. Havia espiado o livro que a irmã estava
lendo, mas ele não tinha nem desenhos nem diálogo. De que serve um livro?
Pensou sem desenhos ou diálogos? Gente, Alice aqui na história, uma menina
de 7 anos na vida real ela tinha 10 então uma criança de 7 anos ela gosta de
livro com imagem, não gosta, livro ilustrado. Alice não era diferente. A criança
gosta de diálogo. Gosto de ver os personagens falando. Ela gosta de que alguém
leia para ela, imitando a voz dos personagens. Então é assim. Alice aqui ela tem
7 anos. Ela é uma menina que já está alfabetizada. Ela já vai à escola, frequenta
a melhor escola inglesa e está de férias no verão. Ela tá ali meio que entediada.
Minha irmã está aqui lendo o livro. Esse livro não tem figura, não tem nada fica
olhando para cá. De repente, no ócio, ela vê o coelho branco passando
apressado, percebe só no fim do livro, a gente vai entender o que é esse começo
aqui. Eu não quero dar spoiler aqui, mas assim quando você vê a descrição, a
narração dele do final da história na última página é que você entende. Então,
no começo ela estava lá na grama e aconteceu assim, assim, assim, para ela ver
esse coelho. Então ela vê esse coelho ela segue o coelho. Simples assim. A irmã
está lendo distraída, ela segue o coelho e aí o coelho entra numa toca qual a
altura de um coelho, né com a altura de uma menina de 7 anos percebe que os
absurdos começam aí.
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Como que uma menina de 7 anos cabe numa toca em que passa um coelho?
Você já viu a toca de um coelho? Já viu a toca de um tatu? É um buraquinho. E
uma certa hora a Alice pede para ele conta uma história. Aí as irmãs, é mesmo
conta uma história pra gente enquanto a gente passeia. E aí elas começam a
dizer Olha, eu quero que essa história tem uma menina. Elas começam a dizer
pra ele o que é que elas queriam na história e ele começa a gente oralmente a
inventar essa história. Porque eu acredito que a gente deve muito respeito a ele
como autor. Quem de nós hoje seria capaz de criar uma história dessas
oralmente num passeio de barco? Tipo, o cara tinha que ter um criatividade
absurda para criar uma história dessa inteira aqui num passeio de barco, sem se
preparar antes, sem ter um rascunho de boca contando essa história Só vê a
ideia. Vou falando, vê a ideia e vou falando que homem é esse? É um brilhante.
A gente deve respeitar ele como autor, porque isso aqui não nasceu de uma
caneta, nasceu da oralidade. Essa história foi contada de forma oral. Foi uma
história oral contada para essas crianças, entendeu Foi assim que nasceu essa
história. Então eles vão passeando, ele vai inventando a história, a protagonista
Alice quem pediu a história, Alice Então assim, tudo muito de improviso, muito
de agora. Conta agora uma história tipo criança Ah, inventa uma história para
mim você vai botar a criança pra dormir Ela fala, mãe conta uma história É isso
agora imagina tu ser pega de calça curta numa terça feira botando teu filho
para dormir tu ia criar uma história dessa nunca, jamais. Então Charles Dodgson
era uma mente muito boa. Então aqui ele começa a história com as meninas na
vida real ali do passeio e diz. Alice não aguentava mais ficar sentada à beira do
rio com sua irmã, sem nada para fazer. Havia espiado o livro que a irmã estava
lendo, mas ele não tinha nem desenhos nem diálogo. De que serve um livro?
Pensou sem desenhos ou diálogos? Gente, Alice aqui na história, uma menina
de 7 anos na vida real ela tinha 10 então uma criança de 7 anos ela gosta de
livro com imagem, não gosta, livro ilustrado. Alice não era diferente. A criança
gosta de diálogo. Gosto de ver os personagens falando. Ela gosta de que alguém
leia para ela, imitando a voz dos personagens. Então é assim. Alice aqui ela tem
7 anos. Ela é uma menina que já está alfabetizada. Ela já vai à escola, frequenta
a melhor escola inglesa e está de férias no verão. Ela tá ali meio que entediada.
Minha irmã está aqui lendo o livro. Esse livro não tem figura, não tem nada fica
olhando para cá. De repente, no ócio, ela vê o coelho branco passando
apressado, percebe só no fim do livro, a gente vai entender o que é esse começo
aqui. Eu não quero dar spoiler aqui, mas assim quando você vê a descrição, a
narração dele do final da história na última página é que você entende. Então,
no começo ela estava lá na grama e aconteceu assim, assim, assim, para ela ver
esse coelho. Então ela vê esse coelho ela segue o coelho. Simples assim. A irmã
está lendo distraída, ela segue o coelho e aí o coelho entra numa toca qual a
altura de um coelho, né com a altura de uma menina de 7 anos percebe que os
absurdos começam aí.
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Como que uma menina de 7 anos cabe numa toca em que passa um coelho?
Você já viu a toca de um coelho? Já viu a toca de um tatu? É um buraquinho.
Como é que uma menina de 7 anos passou ali? E o que é mais interessante ela
entra na toca e ela começa a cair em queda livre. E nessa queda dela em queda
livre, aqui na página 38 o segundo parágrafo, ela diz assim Alice não se
machucara nem um pouquinho e logo estava de pé. Olhou para cima, mas o
breu era absoluto. Gente, ela faz uma queda livre nessa queda livre ela vai ver
numa estante. Nessa queda livre ela vai vendo uma porta, ela vai passando, a
sensação que eu tive quando eu li a primeira vez é que ela vai caindo em
câmera lenta, em slow motion porque a queda tem ação da gravidade. Toda
queda é muito rápida é muito bruta e a Alice não ela cai de um jeito que é
assim, ela vai caindo e pegando coisa de uma instância, entendeu Uma queda
nonsense sem sentido nenhum. Mas é isso que torna a obra muito massa,
porque ela é absurda. É uma das obras mais absurdas que a gente tem na
literatura não infantil. Na literatura mundial. Ela é considerada uma das
grandes obras de nonsense. Um livro que é escrito com coisas que não tem
nada a ver, que não são possíveis em absoluto. Uma queda livre como essa aqui
num buraco de um coelho, uma menina daquele tamanho é um negócio
absurdo, não é? Então aquilo é o que é pior ela cai e ela não se machuca, então
o parágrafo 2 diz olhou para cima, mas o breu era absoluto. então o buraco era
preto era escuro à sua frente havia um corredor comprido e ela viu o coelho
branco avançar apressado. Então, quando ela cai, ela vai em busca do coelho
ela não encontra o coelho na queda. Ela vai encontrar o coelho quando ela cai,
porque ela olha para cima. Está tudo escuro e cai muito, muito alto. A queda foi
de um lugar alto e quando ela olha para o lado, ela vê o coelho. Então ela tem a
sensação, Ufa eu vou seguir porque foi por causa do coelho que ela entrou na
toca seguindo ele, então ela segue aí ele diz, sem tempo a perder Alice foi
rápida como o vento, ainda há tempo de ouvir o dizer enquanto desbravava
uma das entradas do corredor subterrâneo por minhas orelhas e bigodes. Estou
mais do que atrasado. Ela estava logo atrás do coelho, mas ao entrar pelo
mesmo lugar que ele, perdeu-o de vista, gente que tamanho é um coelho que
tamanho é a Alice, percebe a gente vai procurando o sentido nas coisas.
Perdeu-o de vista chegou em um salão comprido e de teto baixo, todo
iluminado por uma fileira de lustres e pendentes debaixo da terra Isso tudo
aqui, é debaixo da terra havia portas em toda a extensão do cômodo, mas todas
trancadas. Depois de percorrer o local e testar cada uma das portas, Alice
caminhou desanimada até o centro do salão, pensando se algum dia
conseguiria escapar dali. Foi então que se deparou com a mesinha de 3 pés,
toda feita de vidro, com apenas um único objeto sobre o tampo, uma pequena
chave dourada. Aqui eu quero fazer uma pausa página 38.
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Eu disse a vocês que o Lewis Carroll no vídeo de apresentação eu disse que o


Lewis Carroll era discípulo de um outro autor britânico chamado George
MacDonald, que é o avô da ficção moderna, o George MacDonald, é o autor de
um conto chamado A Chave Dourada. Aqui, bem aqui nesse parágrafo a gente
vê a influência do George MacDonald na vida de Lewis Carroll. A chave que a
Alice pega para abrir as portinhas é uma chave dourada, referência ao seu
grande mestre. Ele lia muito o que o George MacDonald escreveu, então ele
pega esse elemento do George MacDonald. Ele usa aqui nessa entrada de Alice
no mundo subterrâneo. Então gente, avançando, percebe então o primeiro
capítulo. É isso, é a Alice entrando na toca do coelho. Ela cai, e ela vai por esses
lugares. Eu quero dizer uma coisa pra vocês vocês só vão entender esse livro,
não só o primeiro capítulo, como esse livro como um todo. Que vocês
esquecerem a vidas, esquecerem o possível, esquecerem o lógico, e vocês
acreditarem nisso aqui meu Deus, ela está entrando, entra na história com ela,
entra nesse buraco que é alto atrás de um coelho branco, entra junto com ela,
do contrário você vai só se chocar. Esse livro aqui é uma gradação de choque
após choque porque é uma coisa mais absurda do que a outra. Vai ficando pior
a proporção que o livro vai avançando, entendeu Então aproveita esse primeiro
capítulo para você se desvencilhar de todo o filtro adulto, porque que o livro é
um livro que foi escrito com uma criança, mas ele é principalmente para adulto,
porque ele nos ajuda a fazer um exercício com o nosso imaginário, entendeu A
gente já está com muito boleto pra pagar a gente já está com muito
compromisso agendado e por alguns minutos a gente pode só fechar o olho,
respirar e dizer agora eu vou começar essa leitura. E aí você começa e você vai
achando tudo possível, entra na história, não julga a história, entra na história. O
jeito certo de o adulto ler Alice e não julgar entra na história. Tudo aqui é muito
possível, ok. Aqui na página 43, no capítulo 02 a Alice já meio que está situada
de que ela está num outro lugar que é totalmente diferente da vida dela.
Vamos lembrar a Alice mora em England, na Inglaterra, England e o País das
Maravilhas é Wonderland. Então são terras diferentes. Alice começa a ter noção
de que ela está numa outra terra. Ela não está mais ali naquele gramado depois
de um passeio com a irmã. Não, ela começa a perceber que ela está numa outra
terra, literalmente. E aqui, no capítulo 02 na página 43, ela começa a se irritar
com algumas coisas. Começa a ver que meu Deus do céu, o que acontece
Porque no capítulo 01 ela encontra um vidrozinho que diz beba-me, ela bebe
ela encontra uma comidinha, ela come Ela é curiosa. Alice é curiosa. É aquela
criança quem diz assim não mexe, ela vai lá e mexe, entendeu então ela vai se
ferrando em algumas coisas aqui no capítulo 02 ela começa a crescer, e ela diz
assim Que bizarramentisse exclamou a Alice estava tão pasma que por um
instante perdeu o senso das palavras. Bizarramentisse nem existe, né gente
Agora eu estou crescendo como a maior luneta do mundo.
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Então primeiro ela encolhe e depois ela cresce e vai ficando gigantesca e ai é
nisso que ela fica gigantesca. A gente aqui nas páginas 44, 45, ela volta a ver o
coelho, ela quer perseguir o coelho. Agora que ela está grande, fica muito mais
difícil de alcançar o coelho, porque o coelho, se já era pequeno ela sendo uma
menina de 7 anos do tamanho de uma menina de 7 anos, agora ela gigante
como ela está agora mesmo que ela não vai caber onde o coelho está e ela não
vai conseguir alcançá-lo. Então ela passa o capítulo 02 basicamente
conversando naquele fluxo interno de diálogo interno da protagonista. Ela
começa a se questionar um monte de coisa. Ela tem um fluxo de pensamento,
ela pensa e fala para si mesma. Tem hora que a gente não sabe se ela falou ou
se ela só pensou que tem hora que ele sinaliza que ela pensou, tem hora que
ele sinaliza que ela falou. Mas basicamente a Alice está aqui no capítulo 02
sozinha, ela começa a ficar desesperada porque ela está vendo crescer,
diminuir. Meu Deus do céu, o que vai acontecer comigo? Lembrando, ela é uma
criança. A gente criança se assusta quando ela se vê sozinha, Ela se sente
abandonada e ela começa a chorar. E aí, a uma certa altura, ela chora tanto que
se forma ao redor dela um rio de 10 cm de altura Sabe assim aquela expressão
fulano se afogou nas próprias lágrimas. Esse foi o Lewis Carroll que inaugurou
essa expressão porque aqui, no capítulo 02 a Alice chora e se forma um lago ao
redor dela. E no que se forma esse lago ao redor dela aqui na página 49 a gente
começa a ver um monte de criatura, um monte de animais surgindo. A história
é muito cheia de animais. Por que? Porque o fato de haver essa lagoa faz com
que esses animais que podem estar numa lagoa apareçam. Então, primeiro
vem um rato e aí depois a gente tem aqui na página 48, esse rato dialoga com
ela. Só que o rato não fala coisa com coisa. Ela começa a se irritar porque o rato
não fala coisa com coisa. Daí ela vai pra 56 o final do capítulo e ela se
desentende com o rato E ela fala assim Aí o rato quer embora aqui no
penúltimo parágrafo da página 50, ela diz assim ela o chamou com doçura
ratinho querido, volte. Não vamos falar sobre gatos ou cachorros se você
também não gosta deles. Ao ouvir isso o rato deu meia volta e nadou
desconfiado até ela. O rosto dele estava pálido de pavor, concluiu Alice e disse
com uma voz trêmula Vamos até a margem e lá eu conto a minha história.
Você vai entender porque eu não suporto gatos e cachorros. Lembrando que a
Alice tinha uma gatinha chamada Dinah e no livro Alice através do Espelho
começa assim ela brincando com a Dinah. Então ela tem essa gatinha e ela
começa a falar de gato. Olha ela vai falar de gato com o rato rato inimigo de
gato. Então eles se desentendem e ela adula ele. Ela dá uma chaleirada nele e
ele volta. No que ele volta o que acontece Estava mesmo na hora de partirem,
pois o lago estava lotando com as aves e animais que caíram ali dentro havia
pato, dodô, lóris, águia e diversas criaturas bem peculiares. Presta atenção pato,
dodô você sabe o que é um dodô? dodô é uma ave bem típica, né lóris, dodô.
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Então, aqui nessa parte, talvez a criança vá estranhar. Mas mãe, que animais são
esses? Ela não o conhece. Então o pato até que ela conhece a águia também,
mas o dodô e a lóris não. Então, bem aqui é uma oportunidade para você inserir
ciências para você inserir aqui o estudo dos animais, dos tipos de aves. Rato
nada? porque o rato estava no lago junto com ela o rato nada Então aqui esse
capítulo 02 é uma excelente pedida para você inserir o estudo de ciência
usando literatura. Você pode fazer o estudo das aves usando esse trecho aqui.
Como é que é o dodô, o dodô nada, o pato nada, a Lóris nada, a águia nada. A
gente sabe que a águia voa alto, mas ela nada também? Ou isso aqui é mais um
absurdo que o Lewis Carroll Inventou, que tem coisa que é real, tem coisa que
não é. E ele inventou. E a gente só aceita. Ok, então o capítulo 02 é esse capítulo
no qual essas criaturas aparecem no rio de lágrimas que se formou a partir do
choro que ela teve. Bom, ai no capítulo 03 esses animaizinhos aqui eles
começam a dialogar vai chegando bicho a gente tem aí esses 4 mas depois vai
chegando um bocado aqui na página 51 você vai ver aqui na ilustração o tanto
de bicho chega coruja, chega um papagaio, chega um furão, chega um
caranguejo, chega um tucano, chega um monte de animal aqui. Então você vê
que a Alice agora ela tá aqui como a única humana. E esses animais estão
dialogando com ela e os animais, começa a falar um monte de coisa. Não vou
dar spoiler eles começam a questionar, só que assim eles querem sair desse rio
de lágrimas que é salgado, que a gente sabe que a lágrima é salgada uma
alusão aqui ao mar. E aí a Alice diz olha, a gente tem que se secar, aí está tudo
molhado. E eles propõe uma corrida para se secar. E aí vai transcorrendo uma
série de coisas. Esse capítulo 03 aqui é basicamente a Alice dialogando com
esses animais nessa lagoa de lágrimas dela. No capítulo 04 a gente tem a volta
do coelho branco o coelho branco na história de Alice, ele é uma chave O
coelho branco ele é como se fosse a pista, o coelho branco como se fosse a
pista. Vai ver que ele vai aparecer em momentos muito cruciais do livro. Ele é,
na verdade, o guia da Alice pelo País das Maravilhas. O coelho é o guia da Alice,
ele é o grande enigma. A Alice, por conta da sua curiosidade, ela vai atrás do
coelho para saber por que um coelho branco tem um relógio e fala. Então ele é
como se fosse o guia dela pelas aventuras, entende pode ver que ele aparece
muito pontualmente em cada situação e ele tira ela de um cenário e ele leva
ela para outro cenário. Então qual é o papel do coelho aqui na Alice no País das
Maravilhas? É conduzir a Alice por todos os recônditos, todos os ambientes
desse país das maravilhas. Ele é o guia turístico dela essa é a grande verdade.
Então, aqui no capítulo 04 na página 59, o coelho volta. Era o coelho Branco,
refazendo lentamente seus passos e olhando para o chão ao redor como se
tivesse perdido algo. A duquesa, A duquesa resmungava pelas minhas patas,
pelo meu bigode. Ela vai me esfolar todinho, acabar com a minha raça. Tão
certo como furões são furões.
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Onde foi que eu deixei cair? A gente vê que o coelho está aperreado. O coelho
estava apressado lá em cima. Terra quando ele cai no buraco e ele continua
aperreado aqui. Só que agora ele está se referindo a uma tal Duquesa Quem é
essa duquesa? Aqui a gente tem uma referência do Lewis Carroll, a aristocracia,
a duquesa, o conde, o sir então a gente vê aqui que ele mostra uma organização
social na história. Quem é essa duquesa? Bom, capítulo 03 ele tem basicamente
a Alice perseguindo o coelho. O coelho tá preocupado com essa duquesa, aí Ela
cruza aqui com uma lagarta chamada Bill. Ela cruza com um cachorrinho
porque ela fica menor do que o cachorrinho na floresta até uma hora que ela
chega no capítulo 05 Não, pera aí, deixa eu voltar aqui. É ela está aqui em busca
do coelho, em busca do coelho. E o coelho está falando dessa duquesa e o
coelho só dá essa deixa e ele começa a levar ela para um lugar. Leva ela para
um lugar que. é no caso a casa dele, um lugar no qual ela está bem apertada.
Ele tenta tirar ela desse lugar jogando... o que vão fazer agora pudesse me puxar
pela janela, não suporto mais ficar enfiada aqui Então assim, ela está aperreada
nesse capítulo Ela está num lugar menor do que deveria. E ela começa a ouvir o
diálogo do coelho e ela quer pegar esse coelho Então a verdade é que a história
aqui fica muito claro para a gente aqui que ela está perseguindo o coelho e é
por causa desse coelho que ela vai se metendo numa confusão após a outra,
porque no fundo, no fundo, o que ela queria era saber quem diabo é esse
coelho que é este coelho como é que ele está falando? O que é que ele está
falando? Ela está fissurada no coelho, entendeu. Então, nessa ida dela bem aqui
na página 64, o coelho está dialogando com o Bill Bill é a lagarta e aí eles estão
conversando e a Alice enfiou pé, ela está apertada aqui no lugar e ela quer sair
do lugar. E aí depois o Bill pega uma queda. Então assim tem uma aventura
grande aqui dela aperreada com ele aí na página 66 ela sai do tamanho que ela
estava Por quê? Porque ela vai atrás desse coelho até uma hora que ela chega
na floresta na floresta, ela encontra um cogumelo Tá bem aqui na página 66
Cadê, deixa a achar aqui. Após alguns instantes, Alice ouviu uma
movimentação e por fim o coelho diz Acho que um carrinho de mão cheio deve
dar para começar, o carrinho cheio de que? ela está ouvindo o coelho conversar
e está curiosa pensou Alice Contudo, mal teve tempo para especular, pois foi
atingida por uma chuva de pedrinhas janela dentro que acertaram no rosto.
eles estão tentando saber quem é aquela menina grande que está ali. Eles
comem jogar pedra. Vou acabar com isso de uma vez disse então então gritou
para que ouvissem lá de fora acho bom não não atirar mais nada ela começa a
gritar pare de me jogar pedra! E o coelho fica calado junto com o Bill quem é
essa menina? Novamente silêncio absoluto. Foi então que, para surpresa de
Alice, as pedrinhas caídas pelo chão se transformaram em bolinhos. E ela teve
uma ideia genial Vou comer um desses bolinhos, pensou, Pois tenho certeza de
que vai provocar algum efeito no meu tamanho.
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Lá no capítulo 01 ela não pegou o vidrinho que tinha escrito beba-me e bebeu?
Pois aqui ela pegou os bolinhos que o coelho atirou nela e comeu. Aí ela tava
grande. Ela reduz, fica pequenininha. Aí ela está diminuindo o tamanho, ficou
pequena o bastante para passar pela porta, saiu correndo da casa, encontrou a
aglomeração de animais e aves do lado de fora, Bill o pobre lagarto estava no
meio, amparado por dois porquinhos da índia que o ajudava a beber algo na
garrafa. Correram todos na direção de Alice assim que a viram, mas ela deu no
pé e correu o mais rápido possível até estar sã e salva no meio da mata cerrada.
Lá na página 67 ela chega nessa mata, ela encontra um cachorro. Lembrando
ela está bem pequenininha porque ela comeu os bolinhos e diminuiu. A
primeira coisa que preciso fazer Pensou, enquanto perambulava pela mata, é
voltar ao meu tamanho normal. A segunda é encontrar aquele lindo jardim
acho que esse é o melhor plano parecia um ótimo plano, sem dúvida muito
bem elaborado e simples. A única dificuldade é que ela não fazia a menor ideia
de como executá-lo E enquanto estava aflita espiando entre as árvores, um
latido agudo sobre sua cabeça a fez olhar para cima, sobressaltada, e ela viu um
cachorro. O cachorro ta enorme e ela pequenininha aí bem aqui na página 68,
ela diz assim. Por fim, sentou-se ofegante, com a língua para fora e os grandes
olhos semicerrados parecia a oportunidade perfeita para escapar. Alice saiu em
disparada e só parou de correr quando ficou exausta, sem fôlego, certo de que o
latido do cãozinho já soava bem longe. Mas até que era um cãozinho bem fofo.
Comentou a menina, encostando se um botão de ouro para descansar e se
abanando com uma das folhas. Como gostaria de poder lhe ensinar uns truques
se ao menos tivesse o tamanho adequado para isso. Poxa, quase esqueci que
preciso crescer de novo. Deixe me ver como vou fazer isso. Acho que preciso
beber ou comer algo, mas a questão é o que? O que era de fato a questão? Alice
olhou ao redor, reparando nas flores e folhas da relva, mas não encontrava nada
que parecesse bebida ou comida ideal para solução do seu problema. Ao lado
havia um volumoso cogumelo, página 69. Um volumoso cogumelo quase da
sua altura Depois de olhar em baixo dos lados e atrás dele ou correr o que
poderia olhar em cima, esticou se na ponta dos pés espiou o topo do cogumelo
e se deparou com uma imensa lagarta Estava sentada de braços cruzados,
fumando calmamente um comprido narguilé. Sabe o que é narguilé? Alheia à
presença de Alice e de tudo o mais que a cercava doidona a lagarta estava ali,
fumada do narguilé em cima de um cogumelo Isso aqui claramente é uma
alusão à entrada das drogas recreativas na sociedade britânica naquela época,
inclusive no Sherlock Holmes A gente tem ele usando cocaína. Então, naquela
época, a sociedade vitoriana começava a ver o álcool, que já é uma bebida
milenar mas também outras drogas e o narguilé se popularizou ali, entre
aquela aristocracia, nas rodas aristocráticas. Muita gente gostava de um
narguilézinho .
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Até hoje nêgo fuma só que a lagarta tava drogada porque ela estava em cima
de um cogumelo A gente sabe que tem cogumelo alucinógeno, né? Tanto é
que Lewis Carroll usa a figura do cogumelo aqui no capítulo 5, página 71, para
botar a Alice para comer Aí ela come, Acontece uma coisa ela mais um pouco
acontece outra, percebe? o cogumelo aqui, ao qual ele faz referência em cima
do qual a lagarta estava fumando narguilé e explicitamente gente, uma
referência à droga.Assim pode se dizer Lorena, O homem escreve para a criança
e ele bota uma história que tem droga no meio As crianças circulavam na casa
enquanto os adultos estavam ali fumando narguilé. As crianças conviviam com
o fumo as crianças conviviam com álcool as crianças conviviam com tudo isso.
Criança não tinha essa proteção toda que a gente dá pra elas hoje Naquela
época, a criança era solta no sentido de conhecer as coisas da vida, até porque o
conceito de criança era outro, como já disse no começo da aula. Então eles não
tinham esse cuidado todo de esconder tanta coisa de criança entendeu? Então,
criança via adulto fumando narguilé ou se drogando, via, nessas rodas
aristocráticas aí tinha com certeza. Então ele usa isso aqui, perceba, não causou
choque nenhum na sociedade. Bom se não causou choque, esse livro vendeu
tanto e se tornou queridinho dos britânicos significa que isso aqui era
culturalmente aceito, Concorda comigo? Porque senão teria sido um escândalo,
né? Nossa o homem escreve um livro botam uma lagarta fumando para uma
criança Então no capítulo 5, a gente tem Alice dialogando com essa lagarta
“chilada” aí do narguilé em cima do cogumelo E aí a lagarta, para mim nesse
capítulo é um dos melhores capítulos, porque ela tem uma fala que é
maravilhosa, que inclusive está lá, nos sites de frases do livro Alice no País das
Maravilhas. Deixa eu ver aqui Página 72 Não era de início uma conversa muito
promissora. Alice, meio tímida, respondeu No momento não sei muito bem.
Sim, eu até sabia quem eu era quando acordei hoje cedo Mas eu acho que eu
mudei tantas vezes de lá para cá. O que quer dizer com isso? Ela conversando
com a lagarta? Indagou a lagarta seríssima. Explique se. Lamento, senhor mas
não posso me explicar retrucou Alice. Ela estava aqui doida, doida! Meu Deus,
onde é que eu estou? O que é que eu estou fazendo? Não sei mais de nada. Aí a
lagarta vem perguntar quem ela é Ela diz Eu não sei nem que eu sou. Eu
acordei de um jeito hoje e já estou de outro. já fui grande, eu fui pequena, não
sei mais de nada, dona Lagarta. Aí a lagarta começa a tentar puxar um papo ali,
uma lombra. Ela diz assim Bem, talvez o senhor não pense assim ainda disse
Alice. Mas quando se transformar em crisálida o que vai acontecer um dia,
sabe? E depois em borboleta, Aposto que vai se sentir meio esquisito também,
não é mesmo? Percebe que aqui a Alice já tinha noção de lagarta, borboleta
dos processos de transformação que a gente estuda na ciência? Alice foi pra
escola, Ela já tinha estudado ciência Sabia qual era todo o processo. Pupa,
aquela parte ali todinha de formação da lagarta, borboleta. O ciclo de vida da
lagarta ela conhecia Nem um pouco, disse a lagarta.
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Talvez o senhor não sinta as coisas como eu prosseguiu Alice. Só sei que eu me
sentia meio esquisita. Você? desdenhou a lagarta. É quem é você? Imagina a
lagarta falando assim: E quem é você? A pergunta nos levou de volta ao início
da conversa. Alice, um pouco irritada com os comentários lacônicos da lagarta
empertigou-se e respondeu muito séria Acho que primeiro deveria me dizer
quem é você. Por quê? Perguntou a lagarta. Era outra pergunta enigmática. e
Alice, constatando que não conseguia pensar numa boa resposta, que a lagarta
parecia estar sem um pingo de paciência, deu as costas e partiu. Volte aqui!
Gritou a lagarta. Preciso dizer algo importante. Aquilo parecia interessante, sem
dúvida. Alice voltou. Não seja impaciente disse a lagarta. A lagarta estava muito
fumada E aí, Alice fica sem paciência. Aquele papinho, aquela lagarta,
entendeu? Só que bem aqui na página 70, Aí ela recita um poema, não vou dar
spoiler Recita um poema aí, bem aqui, na página 77. E quando a Alice sai dessa
história dessa lagarta e ela traz o cogumelo no qual a lagarta estava. ela pega o
cogumelo e leva Começa a comer o cogumelo Ah, meu amigo quando ela
começa a comer esse cogumelo o negócio vira pipoco. Por quê? Porque ela
começa a viver uma série de outras aventuras. Percebe? Então, aqui no livro tem
uma chave importante interpretativa ela está sempre comendo ou bebendo
alguma coisa Uma referência ao fato de que a criança precisa comer e beber
Ela precisa se alimentar, criança precisa se alimentar e o imaginário precisa ser
alimentado Percebe que o combustível Dessa história é a comida e a bebida A
Alice vai comendo, vai bebendo e as coisas vão acontecendo. Então é uma
chave interpretativa importante aí a alimentação. Gente, esse capítulo 06 aqui
para mim, é um dos mais importantes em termos de crítica social que esse livro
traz. Na página 81, capítulo 06 metade do livro por que o livro tem 12 capítulos e
é o capítulo do Porco e a Pimenta. Gente, esse capítulo aqui, eu vou te contar
que eu me lembro quando eu li esse livro a primeira vez, eu não tive essa chave.
Então eu vou dar para você porque com certeza você vai ler Mas eu não entendi
isso aqui, né? A gente sabe que a Alice vivia numa sociedade aristocrática
naquela época, as mães não cuidavam dos filhos a aristocracia Tinha babás, as
crianças tinha babás. Inclusive, alguns registros históricos dizem que muitas
crianças não conviveram com seus pais porque eles não tinham esse apego
Morria muita criança, naquela época a mortalidade infantil era grande. Uma
família,a mulher que paria dez filho perdia três Então ela era muito apegada
não aos filhos Você vê que as babás eram era uma figura muito, muito, muito
presente As amas-de-leite, as babás, nessa época Então, aqui no capítulo 06 o
Lewis Carroll meio que faz uma crítica social utilizando a figura da porca e da
duquesa. Esse é o capítulo no qual a Alice sai dessa história toda comendo o
cogumelo Ela olha de longe uma casa e lá na casa ela vê um peixe, né gente?
Um peixe fora d'água em pé Tem coisa mais absurda, entendeu? Teu filho vai ler
isso aqui. Teu filho, mais mãe O peixe fora da água mãe como que ele estava
respirando? Estava filho, o peixe respira fora d'água.
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Só que se tu diz isso para a criança a criança vai tirar o peixe talvez não tem um
aquário, ela vai matar o peixe Talvez ela vai achar que aquele peixe que está ali
para ser tratado e jogado na panela tá respirando, entendeu? Então, esse livro
aqui ele é um livro difícil da gente tentar compensar porque na cabeça da
criança, pela lógica o peixe não podia estar fora, Mas ele estava aqui. Tanto é
que na página 81 tu tem a imagem do peixe o peixe e o sapo, que são os dois
lacaios um peixe, um sapo em pé. Absurdo! Então o peixe e o lacaio, O peixe
lacaio e o sapo Ele estava lacaio de uma casa. Aí a Alice vai entrar na casa.
Quem é que está nessa casa? A duquesa, tá a figura da duquesa com um bebê
no colo uma criada fazendo um caldeirão. A sopa, né? Então, aqui o capítulo
inteiro é isso é a Alice tentando entender aquela cena Meu Deus, essa duquesa
tá com essa criança E detalhe, a Duquesa é extremamente mal educada crítica
social, capítulo de crítica social Como que eu li isso? Que eu vi as duquesas
daquela sociedade? Talvez não muito bem, por que essa duquesa que ela não é
retratada muito bem não, ela é chatíssima, ela é mal educada No final do livro,
meio que ele tenta contornar isso mas ela é já essa figura antipática do capítulo
06 É a Alice, tá aqui é o capítulo no qual o Gato de Cheshire aparece lembrando
esse gato, Muita gente pergunta Gente, mas que gato é aquele? É um fantasma,
não é? não, o gato existe. Só que o gato tem superpoderes. Qual é o poder do
gato? Ele some e aparece onde ele quer, na hora que ele quer. E ele não aparece
necessariamente inteiro Ele pode aparecer só a orelha, só a cabeça, só o sorriso.
Ele é um gato mágico. Aí você se pergunta. Mas por que é que o nome dele era
Gato de Cheshire? Porque foi lá onde Lewis Carroll nasceu É Gato de Cheshire
até o próprio livro aqui na página 85, explica isso. A região de Cheshire se refere
a uma região que era fabricante de leite onde o leite abundava e gato gosta de
leite Então o gato de Cheshire podia ter relação com isso. Existia um queijo que
era vendido que era fabricado na região, que como tem muito leite a região
ficou famosa por produzir queijo e esse queijo era produzido em formato de
meia lua, de boca Tanto é que o sorriso do Gato de Cheshire esse sorrisão assim
em meia lua em alusão a esse queijo. Então é nesse capítulo 06 que a gente
tem o gato de Cheshire entrando e aquele gato enigmático que conversa com
ela. Ela gosta dele Ela tem uma gatinha, a Dinah. Então ela gosta de gato, né? O
gato é uma das figuras preferidas se não a preferida da Alice no livro é o gato.
Tá, ela ama esse gato É o fato dele sumir, aparecer Imagina você ver um gato
sumindo, e aparecendo Igual fumaça é bom demais, né? Interessantíssimo Eu ia
gostar desse gato também E você tem aqui a figura da Duquesa Então a
duquesa tem esse gato, esse gato é dela e ela tem um bebezinho Alice à uma
certa altura, a duquesa largou o bebezinho na mão da Alice Olha que mulher
daria um bebezinho com apenas sete anos segurar? então a duquesa aí não é
retratada como uma figura muito pura, muito boa não e nem como uma boa
mãe
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Então, aqui ele faz uma crítica social a essas mães aristocráticas da época que
não cuidavam de seus próprios filhos largavam ele com as criadas ou com
qualquer pessoa só que a uma certa altura um dos negócios mais absurdo esse
livro O bebezinho, na verdade, é o quê? Uma porca. Aí Alice descobre que
aquele bebezinho tão lindinho quando a porca começa a “oinc, oinc, oinc”
aquela menina pára de comportar pára de roncar como uma porca Quando ela
olha é uma porca. Ai ela solta a porca Só que aí o Gato de Cheshire acompanha
Alice, que Alice vai floresta adentro sem rumo Tanto é que ela diz Daí o gato diz,
essa aqui também é É um dos capítulos mais marcantes do livro que tem umas
falas Tem umas citações que até hoje a rede social usa muito. Bem aqui na
página Vamos lá. Bem que na página 90. Chame do que quiser respondeu o
gato Você vai jogar croquet com a rainha hoje Gostaria muito! Disse, Alice mas
ainda não fui convidada Nos vemos lá, diz o gato, antes de desaparecer Alice
não ficou muito surpresa pois começava a se acostumar com tantos
acontecimentos estranhos Estava olhando para o galho onde o gato estivera
pouco antes quando de repente ele reapareceu Por sinal, que fim levou o bebê?
Perguntou o gato. Já ia me esquecendo de perguntar Virou uma porca!
respondeu Alice com naturalidade como se fosse normal o gato desaparecer
reaparecer em seguida. Percebe? O gato? Fica amiguinho dela Aí o gato é o
gato da duquesa volta e pergunta Cadê o bebezinho da duquesa? Não virou
uma porca? Ok, foi o que imaginei, o gato diz E assim eles começam a dizer Aí o
gato é quem começa a dizer para Alice Olha, se tu for bem por ali tu vai bater
na casa da lebre de março mas se tu for por acolá, tu vai bater na casa de um
chapeleiro maluco Ai Alice disse um chapeleiro O que é um chapeleiro? É um
cara que fabrica e vende chapéus O chapéu era uma peça indispensável no
guarda roupa vitoriano As pessoas já usava um chapéu como usavam o sapato.
Hoje em dia que chapéu a gente usa só como está calor quando quer fazer um
style Mas naquela época, o chapéu era uma peça de roupa extremamente
importante e a figura do Chapeleiro era uma figura importante aí porque
exatamente isso. Nessa sociedade britânica usava se muito chapéu Então a
figura do Chapeleiro era uma figura relevante. O cara que fabricava chapéu e,
no caso aqui, ele é um chapeleiro maluco em alusão ao fato de que existia uma
lenda, uma noção de que chapeleiros terminavam a vida doidos porque eles
passavam a vida cheirando cola em contato com Mercúrio em contato com as
substâncias químicas que eles usavam para colar o couro a cortar, a tratar o
couro. E aquilo afetava e deixava eles malucos Então a expressão do Chapeleiro
Maluco o Chapeleiro Maluco figura nesse livro também é o retrato de um
personagem social que existia naquela época que era o cara que fabricava os
chapéus que eram tão bem quistos E o maluco se deve ao fato disso de que a
sociedade acreditava que todo chapeleiro terminava doido porque ele passava
a vida envolto ali com aquela droga.
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Então ele ficava lelé da cuca Se você olhar o filme do Tim Burton para mim o
Tim Burton, é o cara que produziu o filme fotograficamente melhor Não que a
história esteja melhor recortada, mas em termos de foto de fotografia é
impecável aquele filme. Porque? se eu olhar para o olho do Johnny Depp que
faz o Chapeleiro Maluco você vai ver que ele está com o olho vermelho de
quem está drogado entendeu? Então, essa ideia do Chapeleiro Maluco tem
tudo a ver com essa questão do Chapeleiro, que usa ali o Mercúrio, que usa a
cola para colar e que é afetado por isso, fica meio “tantan” por causa disso.
Então, o capítulo 06 é basicamente isso a Alice dialogando com o Gato de
Cheshire e o Gato de Cheshire, ele direciona a Alice para a Casa da Lebre ou
para a casa do Chapeleiro Maluco E aí a gente chega no clímax dessa história
Eu, particularmente considero esse o clímax Tem gente que considera o clímax,
o julgamento. Eu considero esse aqui o clímax que se você perguntar qual é a
cena mais famosa de Alice no País das Maravilhas qual é a resposta? O chá da
tarde O chá com o chapeleiro, não é isso?! Tanto é que quando a gente vê aí
alguma pessoa fazendo uma festinha de Alice tudo tem um chá, o chá da tarde
que é um costume britânico Então aqui o Lewis Carroll faz alusão a essa
tradição britânica de tomar chá da tarde às 17H E esse Chapeleiro Maluco Ele
está nessa cena desse chá da tarde Então a Alice vai caminhando pra casa do
Chapeleiro Maluco, da Lebre e ela se depara simplesmente com uma mesa
posta para um chá da tarde do nada Então, esse capítulo sete ele é icônico Ele
pra mim é o mais simbólico pra mim a cena que marca esse livro Alice até hoje
é conhecida pelo Chá da Tarde com o Chapeleiro Maluco, com a Lebre de
Março E um detalhe, esse capítulo 07 não existia originalmente sabia quando
Lewis Carroll escreve porque assim, vou fazer um parêntese aqui O Lewis Carroll
que ela está contando essa história oralmente para as irmãs Liddell no passeio
pelo Tâmisa. Quando ele inventa a história oralmente ela conta toda a história
Quando eles chegam no passei, Alice tá doida Fala, Não. Tu tem que escrever
esse livro não tem que escrever. Eu quero esse livro por escrito para eu ler
outras vezes Sabe aquele lance de gosto de criança? Reler o livro de que
gostou? Alice era uma criança, então ela diz Não, você tem que botar ele no
papel Essa história é maravilhosa demais pra se perder E ela começa a botar
pilha no Charles Dodgson ao ponto que ele realmente começa a escrever o
livro. Então isso aí em 62 E em 65 o livro é publicado ele leva três anos
escrevendo, botando tudo num papel Ele ilustrou o primeiro livro Existem
algumas algumas edições de Alice que trazem as ilustrações originais Tanto é
que no final desse livro aqui da Darkside você vê os originais dá uma olhada nas
últimas páginas que você vai ver o original. O livro, que foi como ele foi ilustrado
pelo próprio autor
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Depois é que o autor procura um ilustrador famoso, mas o primeiro que ele deu
para Alice esse livro foi ele que desenhou Ele era excelente desenhista então o
capítulo 07 não existia Ele foi incluído depois que o livro original já estava
pronto. Ok? Bom, chegamos ao capítulo 07 que apesar de não ter sido
originalmente pensado para mim, é o meu favorito O meu capítulo favorito do
livro é o capítulo 07 o chá da tarde porque esse chá da tarde ele revela algo
bem interessante Alice era uma menina educada da aristocracia Então ela
tinha noção de etiqueta E aqui nesse chá da tarde a gente vai vendo uma
crítica que ela começa a fazer as pessoas como as pessoas se comportam
diante da mesa quando sentam à mesa Como que as pessoas se comportam
primeiro que ela chega ela está caminhando do nada para essa está a mesa
para ela Ela vai, senta, ela não é convidada, nada Ela simplesmente chega e
senta Por que ela vê que a mesa tem tanto lugar Ela diz: Opa vem aqui vou
tomar um chazinho da tarde. E aí, aqui na página 93 tanto a Lebre de Março,
quanto o Arganaz eles meio que ficam assim: quem é essa menina? ela sentou
aqui sem ter convidado ela Eu acho que dos três o Chapeleiro é o menos mal
educado com ela apesar de o Chapeleiro dar uns cortes nela de vez em quando
porque ela começa dando um corte neles porque ela quer corrigir a etiqueta
que eles não tem nem um pingo Tanto é que a Lebre de Março derrama leite no
prato, eles são bagunçados as louças estão fora do lugar eles mudam de cadeira
sem nem pedir licença Então ela vai ficando chocada Ela diz Meu Deus, que
lugar é esse em que eu estou? Que as pessoas não tem o mínimo de etiqueta
nem pra tomar um chá O chá da tarde em inglês é uma coisa chiquérrima.
Você tem inclusive na Inglaterra em Londres mesmo, na capital você tem
lugares que você toma um chá da tarde instagramável ou uma louça
maravilhosa com salgados maravilhosos, um chá maravilhoso Você tem um
chocolate quente no inverno Então assim é um absurdo você falhar ali na
etiqueta. E a Alice vai ficando assim chateada com esse povo se comportando
assim à toa na mesa Então esse é um capítulo no qual a gente vê aqui que a
Alice mais do que qualquer outra coisa, era uma menina muito educada uma
menina muito refinada e era uma menina que sabia se comportar Ela sabia se
portar apesar de ser muito novinha O que uma criança de sete anos muitas
vezes não sabe nem pegar um garfo e faca. Na nossa sociedade atual e a Alice
aqui ela já estava totalmente fazendo crítica a forma como eles se
comportavam Então o capítulo sete inteiro é basicamente o chapeleiro e a
lebre espezinhando a Alice, a Alice devolvendo o troco e eles batendo boca E aí
tem uma hora em que o Chapeleiro canta aquela música: brilha, brilha, é
estrelinha, Ele troca: brilha, brilha, “morceguinho” A Alice fica passada.
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Como assim, gente? A música não é dessa forma Então a gente vê aqui uma
dificuldade na Alice de se adaptar ela não se adapta. Esse capítulo aqui para
mim é decisivo porque ele mostra que a Alice está ali apesar de eu até aqui ter
achado Não, ela está convivendo bem com esse monte de absurdo. Quando
chega o episódio do chá e a mesa quando mexe na tradição, quando mexe no
costume ela se mostra intolerante. Ela não aceita ela não abre mão de um chá
como deve ser Então isso aqui pra ela é incômodo demais E aí a gente vê que
ela vai embora e do nada ela levanta, ela vai embora ela diz aqui na página 102
vou escolher melhor agora. Disse para si mesma pegando a pequena chave
dourada Abri na porta que dava para o jardim Então percebe, tem um chá da
tarde no caminho da casado Chapeleiro Maluco e da Lebre de Março, tem uma
porta no jardim e essa chave dourada está com ela o tempo todo Lembra que
eu falei da chave dourada em alusão de George MacDonald? E então a gente vê
aqui a presença do George MacDonald na figura da chave dourada e a chave
dourada, sendo a chave que abre todas as portas Já reparou isso? É uma chave
mestra, como se diz e uma chave que é como se fosse um amuleto na mão da
Alice durante toda a jornada dela É com essa chave que ela vai abrindo as
portas já no capítulo 08 lembrando toda essa história toda essa pressa do
coelho, toda essa pressa da duquesa de largar a porta com a Alice e porque tá
todo mundo indo pro jogo de Croquet Croquet da rainha esse jogo de croquet
era um jogo que se jogava na época a Inglaterra, muito famosa pelo esporte
inclusive inventou o futebol o pólo inglês que é muito famoso, corrida de
cavalos Então várias obras literárias trazem esses aspectos culturais como o
jogo, a comida, o chá Então a gente vê que o Lewis Carroll Ele também
enriquece culturalmente a obra porque ele traz esses elementos culturais para
o próprio enredo Ele bota a rainha da história para promover um jogo e está
todo mundo indo pra esse jogo A Duquesa, o coelho, todo mundo E a Alice vai,
vai caminhando Como eu digo, ela está numa jornada ela está indo, não sabe
para onde até que a gente vê aqui Para quem não sabe para onde vai qualquer
caminho serve A gente vê que alguns personagens cortam ela tipo menina, tu
tem que saber pra onde tá indo Tu não pode estar andando, vagando não E aí,
gente, no capítulo 08 a gente começa a ver uma coisa interessante que vai
dando a chave para a gente desvendar o que é na verdade essa história de Alice
no País das Maravilhas Porque na página 103, aqui no capítulo 08 ela se
encontra com as cartas do baralho e as cartas do baralho, elas não são Rei e
Rainha Valete não são o 5, as cartas comuns os peões do baralho E deixa eu
fazer um parêntese O Lewis Carroll a gente sabe que na sociedade naquela
época os joguinhos eram muito populares e o xadrez,o baralho eram jogos
muito performados por crianças e adultos No livro Alice no País das Maravilhas
a gente vê o Lewis Carroll, usando a alegoria do baralho no livro A Alice através
do Espelho.
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A gente vê usando a lógica do xadrez percebe? Então, o livro todo é construído


com base num jogo A gente só vai entender isso a partir do capítulo 08 O que é
essa história toda? Aí a gente vê a Alice indo para o jogo da Rainha Aliás, ela
está indo como quem vai mas não sabe para onde está indo E ela encontra
essas carta de baralho, que tem uma cabeça Ela começa a achar aquilo eles
estão pintando uma rosaEla encontra eles num canteiro, num jardim e eles
estão ali “aperreados” e dando conta de pintar uma rosa que era branca, vão
pintar de vermelho e ela começa a conversar e descobre que essas cartas de
baralho na verdade são servos da rainha são soldados da rainha Ela ainda não
conheceu a rainha Tá todo mundo falando desta rainha O coelho fala desta
rainha a duquesa fala, a lebre fala, todo mundo fala Mas ela não viu a rainha Ué!
Que lugar é esse que tem uma rainha? Lembrando, ela tinha noção de rainha
porque ela vivia no Império Britânico monárquico Então aquilo para ela não é
estranho a presença de uma rainha Só que ela está curiosa para saber Então ela
vai andando, vai andando e ela encontra as cartas do baralho com cabeça Que,
carta do baralho que fala carta do baralho que é como gente Aí na página 106
ela se encontra com a rainha E o que é mais interessante, ela irrita a rainha A
Alice era uma menina difícil a Alice inclusive, de verdade a Alice Liddell da
família Ela era reconhecidamente uma criança que não tinha papas na língua
Então o Lewis Carroll quando ele faz esse transportar da Alice da vida real para
essa protagonista, Alice ele mantém essa característica Então tu vê que a Alice
no País das Maravilhas ela é não tem papas na língua Ela encontra a rainha, a
rainha fala uma besteira para ela ela dá um corte a rainha Aí a rainha já cria um
ranço dela porque tá todo mundo batendo continência para a rainha A rainha
manda cortar a cabeça de todo mundo que bem lhe aprouver Ela não gostou,
não foi com a tua cara Corta a cabeça. Isso aí é uma crítica de Lewis Carroll ao
sistema penal britânico que a gente sabe que naquela época as penas ainda
eram penas medievais então você ainda tinha ali uma série de penas aplicadas
que gente, aquilo ali era feito na Idade Média mas vamos agora reformar o
Código Penal Então, na cabeça do Lewis Carroll Essa rainha, cortem a cabeça
tanto a rainha quanto o rei mandava cortar a cabeça Era uma crítica social
realmente a monarquia que não tinha ainda acordado que a gente estava no
novo mundo no mundo moderno, um mundo maquinário o mundo de
desenvolvimento, máquina fotográfica Chegando o trem, aquele monte de
coisa que não dá mais pra gente viver, aquela vidinha de enforcamento, de
guilhotina É meio que uma crítica social que ele faz E uma outra coisa também
é que essa rainha aqui que é insuportável eu não sei vocês, mas ela é
insuportável essa mulher é o personagem mais antipático dessa história é essa
rainha será que ele gostava da rainha Vitória? Não sei, mas a rainha da época
em que ele viveu era a Vitória e a rainha retratada pelo ilustrador como
horrorosa A rainha é feia, é cabeçuda, é baixinha
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A rainha Vitória não era feia ela fica velha, mas ela na juventude ela era linda,
ela é muito bonita A gente tem vários retratos dela pintados a óleo e a gente
tem vídeo da Rainha Vitória tem um vídeo da Rainha Vitória eu não sei se esse
vídeo ainda esta no YouTube mas eu já cheguei a ver em preto e branco porque
como eu disse, naquela sociedade a gente tem a câmera fotográfica também
eclodindo no cinema começa aí filmar e fotografar Então a gente tem esses
protótipos de filmagem da era vitoriana tem um monte Instagram ai gente que
recuperou esses vídeos, depois dá uma olhada Então, talvez o Lewis Carroll, não
era muito simpático com a Rainha Vitória e ele retrata essa rainha como
antipática, com mandona e a rainha Victoria, era viu Ela tinha um
temperamento realmente bem peculiarEntão o capítulo 08 esse capítulo no
qual o encontro da Alice com a rainha lembrando que o gato de Cheshire volta
só que ele volta só a cabeça e a rainha manda cortar a cabeça só que não pode
cortar a cabeça pois tinha uma lei que dizia quando não tinha corpo não tinha
como cortar a cabeça Ele não tem o corpo então não pode cortar a cabeça,
enfim E ela gostava do gato, ela fica com mais raiva ainda quando eles
mandam cortar a cabeça do gato porque ela gosta do gato A pessoa que ela
mais gosta dessa história é o Gato de Cheshire porque ela estáse lembrando
que ela tinha uma gatinha a Dinah Então o capítulo 08 basicamente é esse
confronto aí da rainha com a Alice que não foi muito bom de início não Bom,
no capítulo 09 a gente tem um capítulo que eu achei assim, bem despregado
de todo o resto Não sei se você vai ter a mesma impressão ou se leu, você ainda
vai ler mas preste atenção nesse capítulo 09 A gente tem a história da tartaruga
de mentira É uma história. A Alice cruza com essa tartaruga e eu achei muito
sem.... a parte mais sem sentido do livro todinha essa conversa dela com essa
tartaruga de mentira porque é muito assim, não tem muito sentido Eles
começam a conversar Só que aí eu entendo que a ideia da tartaruga realmente
é trazer um pouco a noção de tempo e espaço de situar a Alice em verdade,
mentira Tanto é que a tartaruga de mentira em confronto com tartaruga de
verdade é essa noção de mentira/verdade O que é mentira? O que é que é
verdade nessa história? Ela é estabelecida aqui no capítulo 09 a gente tem aqui
no capítulo 09, na página 120 a figura do grifo Se você olhara ilustração, tem
aqui na página 120 A ilustração do grifo é horrível uma criatura horrível Só que
perceba, a Alice não se espanta com o grifo tanto é que o grifo é colocado aqui
como sendo boa gente Ele é descontraído, entendeu? Ele meio que faz
amizadezinha com a Alice então um bicho horroroso mitológico Pelo desenho
que a gente vê, a descrição mais ou menos é um bicho que, sei lá tem a asa e ao
mesmo tempo parece um leão cauda de leão e é uma espécie de esfinge
moderna A Alice não se espanta com ele isso mostra um pouco também do
traço de personalidade da Alice é uma menina corajosa Ela vai encontrando
tanto absurdo nessa história e ela não se espanta um gato que some e aparece,
ela não se espanta.
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Chega uma hora que para ela, esse mundo é o normal e isso mostra pra gente
o que é a infância para criança o absurdo é normal Esse livro, sobretudo é um
livro que nos educa nós adultos para nós entendermos que uma história
absurda é perfeitamente normal para uma criançaO comportamento da Alice
tranquila diante de um bicho horroroso desse aqui mostra que para a criança
tudo é natural Um bicho ter asa, ter rabo de leão, falar entendeu? É normal Por
isso o adulto que lê esse livro ele se choca do começo ao fim porque ele vai
dizendo Meu Deus, ela não desconfiou que esse bicho não fala? pra criança está
tudo certo Então, a naturalidade com a qual a Alice lida com cada criatura mais
absurda do que a outra que ela vai encontrando é uma espécie de mensagem
subliminar que o Lewis Carroll passa para nós, adultos A gente sai demais, sai
um pouco desse mundo materialista adulto e vem para o mundo infantil no
qual tudo é possível no qual o absurdo que é a lógica Não tentem pregar em
Wonderland as regras de England, percebe? Não tentem pregar numa terra as
regras de outra terra Quando você for transportado para outro lugar procure se
adequar a esse outro lugar e viver de acordo com as regras de lá Não tenta fazer
de ti o centro do mundo, é o centro das regras tudo isso está subliminar aqui
pelo comportamento da Alice de naturalidade com o qual ela vai tendo ali
passando pelos absurdos que ela passa encontrando com as criaturas absurdas
que ela encontra E isso mostra também a plasticidade da criança O que é isso?
A gente sabe pela neurociência que o cérebro infantil é muito plástico O que
significa isso? Ele tem capacidade absurda de se regenerar e de se adaptar
muito mais do que o cérebro adulto Então, a criança ela se adapta de uma
forma ela se adapta de uma forma tão fácil às situações mais improváveis. E o
livro prova isso o comportamento da Alice é o comportamento típico de uma
criança de 7 anos. Ela vai saindo de uma situação indo para outra. Ela até se
esquece do que passou. Ela vai se envolvendo com o que vem na frente ela é
uma criança que vai se adaptando às situações, vai se adaptando às pessoas
que entram na vida dela. Ela vai se adaptando às coisas. Aqui a gente tem um
quê de psicologia infantil. Para mim, esse livro, de fato, é o que muitos teóricos
dizem que ele é. Um rompimento entre a infância que vem aí do Iluminismo e a
infância que entra para a Idade Moderna. A criança que veio até o século XIX
não é a mesma criança que sai do século XIX e entra no século XX. E quem faz
esse rompimento é o livro Alice no País das Maravilhas do Lewis Carroll. Lewis
Carroll cria uma menina completamente nova com essa história. Ele mostra pra
sociedade o que é o comportamento de uma criança. Ele mostra pra sociedade
com o comportamento da Alice, como é uma criança. Então, se eu pudesse
caracterizar, se você me perguntasse assim Lorena descreve para mim o que é o
Alice no País das Maravilhas. Ele é um tratado sobre a criança moderna.
Fnalmente, alguém entendeu a mente infantil. Finalmente, alguém mostrou na
literatura o funcionamento real de uma criança. Porque os contos de fadas eles
não fazem isso.
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Os contos de fadas são um outro nível de acesso à criança. Tanto é que muitos
contos de fadas nem trazem a criança. Você já traz adolescente, por exemplo,
Cinderela era uma menina ué, mas ela não era a menina de 4 anos 5 anos. Ela já
era uma menina que vai casar com o príncipe, então ela já era uma adolescente
de 11 anos, no mínimo, 12. Alice não, é uma criança de 7 anos. Então o Lewis
Carroll é aquele autor que vem e mostra uma criança na idade da razão, que
está indo para a escola e que está vivendo muita coisa, que já tem noção de
muita coisa, mas ao mesmo tempo ela tem a capacidade de fantasiar. Ela tem a
capacidade de se adaptar aos absurdos de uma história fictícia. Tá dando para
entender? Então esse livro, gente, ele é uma espécie de inauguração da
literatura infantil. Existe uma literatura infantil antes do Alice no País das
Maravilhas e existe uma literatura infantil depois do Alice no País das
Maravilhas, porque a partir daqui a criança começa a ser vista de uma outra
forma, entendeu? Não só pelos autores, mas por toda a sociedade, ok Então, no
capítulo 10 a gente tem aqui a quadrilha das lagostas e ela vai passeando por
esse universo de lagosta E uma coisa absurda aqui, todos esses animais que
compõem o capítulo 10 são animais aquáticos e eles estão fora da água.
Percebe o absurdo disso? Eles são aquáticos, gente! É uma coisa legal aqui no
capítulo 10 é que a Alice, em todo momento ela fica se policiando. Ela dá uma
de politicamente correta aqui no capítulo 10 porque ela tenta mostrar que ela
come camarão que ela come lagosta, mas ela não pode. Como que tu vai falar
para um bichinho que está conversando contigo que tu come camarão, se ele é
amigo do camarão Então a gente vê aqui que a Alice tenta se policiar. Ela já
entendeu em que lugar ela está. Ela já entendeu que não dá para ela se
comportar como se ela estivesse na Inglaterra, como se ela estivesse na vida
dela. Ela tem que se policiar ali para não magoar ninguém, para não ofender os
animais, as regras ali são outras. Eu não estou lidando com gente, eu estou
lidando com animal. Eu estou lidando com um bichinho que vive no mar. ela
vai aqui tentando tatear para não ficar mal na fita com os animais, ela tenta
fazer amizade. A Alice busca fazer amizade em todos os capítulos a gente vê ela
tentando se aproximar, ela tentando desenvolver um diálogo. Isso mostra o
quê? Que a criança é dialógica o normal é a criança ser dialógica. A criança
gosta de conversar, a criança gosta de alguém ela gosta de ouvir história. Ela é
curiosa, ela gosta de conhecer lugar novo. Então eu percebo o comportamento
da Alice aqui. É o comportamento típico de uma criança real. Bom, no capítulo
11 A gente tem aqui já o livro caminhando pro seu desfecho. A gente caminha
para o cenário de julgamento. A rainha já mandou cortar a cabeça de meio
mundo de gente. A rainha já mandou prender meio mundo de gente, inclusive
a duquesa está presa, foi condenada e vai ser decapitada. E a Alice começa a se
situar e perceber que ela não está no reinado.
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Ela montar numa monarquia, qualquer que aquilo ali não é bem o que ela
acha. E ela começa a descolar a ideia que ela tem de monarquia, da vida real
com o reinado da Vitória e do Albert e ela começa a entender como é que
aquela monarquia, daquele lugar onde ela está, ela é peculiar. E aí o capítulo 11
é o capítulo do julgamento e eu devo dizer para vocês é um capítulo em que a
Alice, ela dá uma guinada no comportamento dela Até então, ela é aquela
menina curiosa que está tentando fazer amizade com todo mundo, que está
tentando ser legal com todo mundo, porque, afinal, ela está num lugar que ela
não sabe como é que é, que ela não sabe quais são as regras. Ela está insegura
de fazer alguma coisa e aquilo redundar numa punição. Ela não quer se dar
mal. Então a Alice passa o livro todinho tentando ser boazinha, tentando ser
educada, tentando usar os modos que ela tem, que recebeu de seus pais para
ela se comportar direito no lugar novo. As crianças não fazem isso na vida real,
ela vai pra casa de uma pessoa, ela se comporta direitinho ela se comporta, só
que no 11 não no 11 a Alice já está cheia daquilo ali, ela já está de saco cheio da
rainha, ela já está de saco cheio daquele monte de loucura. Ela já não dá mais
conta de tanto absurdo. No capítulo 11 a Alice vai meio que sabe, vai enchendo
e ai ela diz, quer saber de uma coisa? Eu não vou fingir mais nada, eu não vou
querer amizade com ninguém. Eu vou falar o que eu penso. E vocês que se
doam, ela não está nem aí ela ela não quer mais cumprir protocolo. Então o
capítulo 11 é o capítulo no qual o coelho volta, porque o coelho é o arauto do
julgamento. vamos dizer assim, ele é o responsável por ler toda a condenação,
por conduzir aquele julgamento. Uma coisa interessantíssima que eu achei no
capítulo 11. A Alice é uma menina de 7 anos que tem exata noção do que é um
julgamento. Percebe o nível de conhecimento que tinha uma criança na idade
da Alice. Durante o livro a gente vê que a Alice tinha noção de latim. Durante o
livro a gente vê que a Alice tinha noção de música. Vocês adivinhem qual era o
método de educação usado para educar a Alice? Resposta. O método clássico.
Alice era uma menina classicamente educada. Vamos lá naquela época, as
escolas britânicas Se hoje ainda há Naquela época ainda havia escolas clássicas
e famosas e os filhos da aristocracia não iam para escolas revolucionárias não
iam para escolas clássicas aprender piano, aprender várias línguas. No caso, ali
ela aprendeu o francês o alemão, estudar o latim, o grego. Isso se estudava na
universidade, nas escolas. Então a Alice era uma menina, fruto de uma
educação vitoriana provavelmente clássica sim e isso mostra que ela tinha um,
QI acima que ela tinha uma inteligência aguçada. Ela era curiosa, ela foi
educada na curiosidade. Ela era uma menina que foi educada para conhecer,
apesar de ser menina. Então, quando a gente vê hoje, por exemplo, muitas
feministas dizerem Ah, a mulher não tinha como estudar a mulher não tinha
conhecimento, a mulher tinha acesso a nada.
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Aí a gente vê uma menina de 7 anos um livro desse, sabendo desse tanto de


coisa que ela sabe matemática, tabuada, poema, música, rima. Ela decorava
poema. Alice, gente era aluna de uma escola clássica ela era colocada para
memorizar Tanto é que uma das coisas que mais incomodam Alice, é que ela
tem um monte de poema memorizado e quando ela vai recitar os poemas no
livro, sai tudo errado. Ela não se perdoa por isso. Ela diz, Meu Deus do céu esses
poemas eu declamo a quantos anos E eu não sei. Eu estou falando de uma
menina de 7 anos que já tem essa memória treinada. Então a Alice também é
um exemplo de aluna. Fruto de um método clássico de ensino. Ela tem todas as
características de uma criança que foi educada dessa forma. Então, bem aqui
na página 136, a Alice tem exata noção do que é um julgamento. Ela sabe o que
é um advogado, Ela sabe o que é um juri Ela sabe o que é um arauto. Ela sabe
tudo, o que é um juiz. Se a gente perguntar para a criança 7 anos hoje, se ela
sabe o que é um julgamento, quais são as peças do julgamento, será que você
acha que ela saberia? Pois a Alice sabe. Então isso mostra que a Alice é uma
menina extremamente inteligente, é uma menina extremamente acima da
média. Então, aqui no capítulo 11 a gente tem um julgamento começando, a
gente tem o Chapeleiro Maluco sendo chamado para ser interrogado, ele é
arrolado aqui como testemunha. E finalmente, no capítulo 12, a Alice aparece
porque é o capítulo do depoimento dela, é o capítulo final. É um capítulo no
qual a Alice se rebela, desafia a rainha. E aí, quando ela desafia a rainha ela
desafia essa ordem vigente. Ela desafia esse sistema ela acorda, entende? Aqui
tem uma mensagem subliminar do Lewis Carroll. Ouse desafiar o sistema. Ah
Lorena então tu quer dizer que o Lewis Carroll é revolucionário? Não, em
absoluto. Ele era religioso, era clérigo, era conservador, era um cara que vivia
naquela época exatamente como se devia viver. Mas aqui tem uma crítica,
questione mais seja questionador, seja curioso, faça perguntas, rebele-se contra
regras ridículas. Nem toda lei é moral aqui no capítulo 12 a gente tem uma sopa
de mensagens de cunho político. Lorena, como assim? Não tenha dúvida O
Lewis Carroll é um adulto escrevendo pra criança, ele não era um adulto que
queria escrever um livro para qualquer criança. Ele escreveu um livro para uma
menina daquela época, com conhecimento daquela época, com acesso à
leitura naquela época. Então, ele é um autor que produziu uma obra para
crianças muito inteligentes. A gente tem dados hoje que comprovam o
emburrecimento programado das crianças, o QI das crianças está menor do
que o QI dos seus pais e, por consequência, dos seus avós, bisavós, tataravós,
Isso significa que Lewis Carroll tinha exata noção de que a criança daquela
sociedade não era burrinha. Ela era uma criança inteligente. Então, essas
mensagens que ele vai deixando com o comportamento dos personagens com
o fato de a Alice simplesmente num ato de rebeldia final, ela foi comportada o
livro inteiro, ela passou o livro inteiro seguindo as regras.
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Ela passou o livro inteiro dançando conforme a música. Só que no final deu, e
ela fala não isso aqui não tem sentido, isso aqui não é moralmente aceito Eu
não vou me dobrar. Ela acorda, então ele mostra aqui para a gente que mesmo
uma criança tem alguma capacidade crítica. Se você trabalhar isso nela, se você
der a ela instrumentos certos, ela pode se tornar um adulto extremamente
crítico desde a infância. Isso vai sendo construído, isso vai sendo vamos dizer
assim, nutrido. Você passa a infância dando para a criança bons livros, boas
referências, um bom contato com a natureza, um bom contato com tudo que
há de melhor. Meu amigo, não tem erro vai se tornar um adulto que vai olhar
para a realidade de uma outra forma. Ele não vai olhar para uma realidade de
forma bitolada. Ele vai ter um horizonte expandido. Então o Lewis Carroll, ele
vem mostrar com o comportamento da Alice no capítulo 12, exatamente isso. A
Alice não era essa menininha, Não, a Alice era uma menina como a Alice de
verdade na vida real. A menina você vê pelas fotos da Alice que ela tinha uma
presença de espírito. Eu sugiro a vocês que explorem todo esse catálogo de
fotos que há nesse livro, porque ele mostra muito da personalidade da Alice, a
Alice de verdade. Com um detalhe a Alice de verdade era uma menina que
tinha um cabelinho chanel de franja. Ela não tinha cachos, era o penteado
típico daquela época. Percebe que até até nisso a Alice ela era um pouco
diferentona? Então a figura do baralho, ela é presente na história até o final. Não
é atoa que a Dark Side Por que eu escolhi esse livro? Porque para mim ele é o
livro mais coerente. Existe um outro da Zahar amarelo que é maravilhoso
também. Eu amo os dois, mas esse aqui é gente por todo o conjunto da obra,
até o cuidado de fazer as imagens de capa e contracapa, a encadernação no
formato de baralho. O baralho é o centro daquela história. A Alice é apenas um
peão na história. A gente tem a rainha, tem valete, tem o rei percebe No final a
gente vai vendo a organização social pretendida pelo Lewis Carroll, ele vem
mostrar que o ser humano comum, ele é só um peão no jogo. Isso tudo é uma
análise filosófica, uma análise sociológica para um livro de criança. Esse livro foi
escrito para criança, mas ele é sobretudo para nós, adultos. Eu queria ter mais
tempo com vocês, porque isso aqui daria muitas aulas. Esse livro aqui, gente da
metade, um semestre numa cadeira, você extrai daqui muita coisa. O cara que
escreveu isso aqui ele não era qualquer um, ele era top aluno top, professor top
de Oxford quando o Oxford era Oxford, entendeu? Então não é um livro escrito
por qualquer um, para qualquer pessoa. É um livro que traz enigmas. É um livro
no qual a Alice usa lógica. Ele era professor de Lógica. A lógica é uma das
disciplinas da educação clássica. Então, a Alice no País das Maravilhas é
sobretudo um livro que vem trazer não só o retrato da sociedade vitoriana, não
só o retrato de um homem que viveu naquela época,
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não só o retrato de uma menina vitoriana, mas ele vem trazer para nós resgatar
em nós uma série de questões que são importantes na nossa vida, que são
importantes para a formação de nós como crianças na nossa infância. Então, o
meu desejo é que agora você vá para a leitura dele com tudo isso que eu te
falei, agora começa a ler capítulo a capítulo percebendo essas coisas que foram
faladas aqui na obra, tá? Para você que vai trabalhar a interpretação textual, eu
quero deixar uma dica e um ensinamento que é a forma como eu trabalho eu
tenho um método próprio de trabalho no ensino da redação e da interpretação
textual. A análise do livro, capítulo a capítulo é a melhor maneira de conduzir a
leitura para a interpretação textual. Uma coisa é você ler esse livro aqui de
forma gostosa, com seu filho num sofá, numa cama, LVA antes de dormir ou a
própria criança fazer a leitura do livro como LVA ou como livro autônomo, ela
lendo sozinha. Outra coisa é pegar esse livro e tentar sistematizar para se
certificar de que o seu filho está entendendo tudo isso que eu falei aqui. Como
que você faz isso, fazendo perguntas. O melhor método de ensino de estudo é
fazer pergunta, mas as perguntas corretas para fazer pergunta nesse livro aqui,
eu sugiro a você que você use a sequência lógica dos capítulos. Não vai
começar fazendo uma pergunta do capítulo 10 Faça uma pergunta, faça 12
perguntas para o seu filho para você se certificar de que ele entendeu essa
história. Elabore 12 perguntas para ele. Pergunta 1, onde é que ele vai achar a
resposta no capítulo 1. Pergunta 2, onde ele vai achar a resposta no capítulo 2.
Dessa maneira, você organiza a sequência do pensamento. Dessa maneira, você
garante que ele esteja atento em cada capítulo a tudo que acontece, dessa
maneira você garante que a sequência lógico temporal da história é mantida,
começo, meio e fim. Eu estou te dando aqui a chave para trabalhar a
interpretação textual com uma criança. Se for preciso, volta o vídeo e ouve de
novo. Anote, porque isso aqui é a chave. Isso aqui é o centro do meu método de
trabalho. E eu te digo não tem erro. Não tem como uma criança não entender
uma história. Se você consegue questionar lógico temporalmente, você segue a
sequência dos 12 capítulos fazendo a pergunta na ordem certa de cada
capítulo, sendo que você não pode, não precisa fazer só uma pergunta, eu estou
te dizendo aqui o mínimo. 12 perguntas Esse livro aqui tem que gerar 12
questões de interpretação textual. São 12 questões, capítulo a capítulo a
capítulo Ah Lorena, não posso ter 24 duas de cada, pode. Posso ter 36? Pode.
Pode ter quantas você quiser. Eu estou te propondo um mínimo. Então você
que é Homeschooler você que quer trabalhar com o seu filho, porque a escola
dele não trabalha a interpretação textual oque você vai fazer agora, você vai
pegar esse livro Eu li para você, eu te expliquei capítulo a capítulo, você
entendeu a lógica de cada capítulo, Você vai reler esse livro todinho. E de cada
capítulo eu quero que você faça uma pergunta principal ou duas.
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Você diga, eu quero que o meu filho grave esse capítulo que foi principal nesse
capítulo, faz uma pergunta para ele e obriga o teu filho sempre a retirar a
resposta, comprovando ela com a parte do texto.Eu não quero que ele diga
com as palavras dele, eu quero que primeiro ele se certifique de que ele
entendeu a história e essa primeira etapa da interpretação textual. Então, se ele
entendeu a história, ele vai achar onde está a resposta. Ah não, mas ele sabe
dizer mas ele não sabe onde está. Não existe isso. Se ele sabe dizer a resposta,
ele sabe onde está. Ou se ele não lembra qual é a página, ele volta ao livro e
consulta. Interpretação textual deve ter consulta, principalmente quando o livro
tem muitos capítulos. Para uma criança isso aqui é muito. São cento e poucas
páginas, então a criança às vezes realmente não lembra, não guarda tudo na
memória. Então você deixa ela consultar interpretação textual é com consulta,
aí você vai gradativamente fazendo as perguntas e corrigindo com ele. Filho,
onde é que está essa resposta? A mãe está na página tal. Vamos lá, a página tal.
Cadê? Eu quero a resposta por escrito. Pronto, então interpretação textual Você
trabalha dessa forma. Eu quero que você aproveite esse primeiro livro, já
comece a fabricar seu próprio material aí em casa, eu não quero vocês
dependentes eu sou uma professora. Eu quero vocês voando sem as minhas
asas. Eu quero poder levar vocês para um lugar tipo a mamãe águia faz o que a
mamãe águia faz com seu filhote. Ela não bota o filhote e voa não, então vocês
não vão depender de mim, vocês vão caminhar sozinhas, Vocês vão fazer
exatamente o que eu disse. Vê vídeo, ouve de novo, e comece hoje a montar o
material do seu filho. Você é super capaz! Você é super capaz de fazer um
excelente material conhecendo o seu filho como ele conhece. Ninguém falaria
um material melhor do que você, que conhece ele como ninguém conhece. Tá
bom? Então gente, eu vou terminando por aqui. Essa foi a nossa primeira aula,
vem aí mais 11, estamos juntas até o fim. Um beijo para vocês, Tchau Tchau.

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