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CADERNO DE

ORIENTAÇÃO

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CADERNO DE ORIENTAÇÃO
DAP- 05.002

CAPACITAÇÃO PERGUNTE,
ESCUTE E LEVE (PEL)

1ª Edição 2023
PREFÁCIO

Baixe a Palestra PEL para militares e o Caderno de Orientação de Instrutor


da Capacitação PEL do site da DAP www.dap.eb.mil.br. Outras informações
adicionais para esta capacitação são encontradas no mesmo site.
Leia este pequeno Caderno de Orientação ao Instrutor da capacitação PEL
antes de ministrar a instrução. Este Caderno de Orientação possui os
seguintes conteúdos:
Um checklist para auxiliá-lo se preparar a ministrar a Capacitação PEL;
Informações ao Instrutor da Capacitação PEL;
Orientações sobre cada slide da Palestra contendo as seguintes
informações:
Orientações;
Roteiro;
Dicas do que falar na instrução para auxiliá-lo a se preparar para
abordar cada parte da Capacitação PEL;
Exercícios para conduzir durante a Capacitação; e
Orientações adicionais.

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CHECKLIST

ANTES DE CONDUZIR A CAPACITAÇÃO


Entre em contato com o S Cmt OM para coordenar a data apropriada, o
local adequado e os participantes escalados para participarem da
capacitação.
Coordene com a Seção de Assistência Social Regional (SAS R) ou de Seção
de Assistência Social Guarnição (SAS Gu) para que esta entre em contato
com o capelão, o assistente social ou o psicólogo que estará disponível
para contato durante a capacitação.
O Cmt, S Cmt ou representante é responsável pelas seguintes ações:
Marcar a data para a capacitação de sua OM;
Escalar os participantes da capacitação, com prioridade para as frações
constituídas com efetivo de até 01 (um) pelotão; e
Reservar o local para a capacitação;
Obtenha uma lista da rede de apoio local e o contato de todos pertencentes
à rede (Adj Cmdo, SAS R, SAS Gu, Hospital de Guarnição, Centro de
Atenção Psicossocial). Você deve adicionar essas informações ao
penúltimo slide da capacitação e/ou disponibilizar uma cópia dos contatos
da rede de apoio para ser entregue aos participantes.
Faça o reconhecimento do local de instrução e confira o seguinte:
A sala de instrução comporta 30 instruendos?
Existe equipamento para projeção de slides?
Teste previamente o equipamento de projeção.
Existe relógio na sala de instrução? Se não, providencie um.
Imprima:
01 (uma) cópia da folha de controle de presença;
01 (uma) cópia deste Caderno de Orientação ao Instrutor da
Capacitação PEL para seu uso;
Cópias do Memento PEL para cada 01 (um) dos instruendos (ANEXO A);
01 (uma) cópia do banner de Instruções para Militares no
Enfrentamento ao Suicídio (ANEXO B) com as informações dos contatos
da rede de apoio local fornecidas pela OM ou SAS R/SAS Gu para se
afixada nos celotex da unidade; e
01 (uma) cópia dos slides com as anotações dos slides para ser utilizado
enquanto conduz a instrução (opcional).

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NO DIA DA CAPACITAÇÃO
Chegue cedo no local de instrução com a apresentação, este Caderno de
Orientação, equipamento de informática e projeção e relógio.
Teste o equipamento de informática para garantir que a apresentação está
funcionando corretamente.
Organize as mesas e cadeiras em pequenos grupos, se possível.
Coloque banners de prevenção ao suicídio, disponíveis no site da DAP
www.dap.eb.mil.br.
Teste o contato com os integrantes da rede de apoio que participarão
remotamente da capacitação (ligue para o capelão, o assistente social ou o
psicólogo da SAS).
Coloque a folha de controle de presença e uma caneta em uma mesa
próximo à entrada da sala de instrução.
Coloque os Mementos PEL (ANEXO A) impressos próximo à entrada da sala
de instrução.
Coloque o banner de Instruções para Militares no Enfrentamento ao
Suicídio (ANEXO B) com as informações dos contatos da rede de apoio
local fornecidas pela OM ou SAS R/SAS Gu sala de instrução.

APÓS O TREINAMENTO
Confirme que os nomes de todos os participantes estão escritos
corretamente na folha controle de presença, de forma a subsidiar posterior
publicação da realização da capacitação em Boletim Interno da OM.
Permaneça na sala por pelo menos 15 (quinze) minutos para permitir que os
participantes falem com você ou façam perguntas.
Entregue a folha de controle de presença ao Chefe da Seção de Pessoal da
OM.

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INFORMAÇÕES AO INSTRUTOR

A Capacitação PEL é uma instrução de 90 minutos que inclui: apresentação


com anotações de slides que fornecem orientações e roteiros.
Este Caderno de Orientação disponibiliza uma imagem de cada slide,
orientações para sua utilização, roteiro e dicas do que falar na instrução que
podem ser utilizados como ideias para facilitar a oratória e orientações sobre
atividades/exercícios em grupos para melhor interação e desenvolvimento de
habilidades dos instruendos.
Estude os slides da apresentação, leia o Caderno de Orientação ao Instrutor
da Capacitação PEL para obter orientações, roteiros, dicas do que falar na
instrução, exercícios e informações adicionais antes do dia de conduzir a
capacitação. Aproximadamente na metade da capacitação, no slide 5, faça um
intervalo de 10 (dez) minutos.
Esta capacitação é mais efetiva quando possuir no mínimo 8 (oito) e no
máximo 30 (trinta) instruendos. Ela é ideal para ser ministrada para uma
fração constituída de valor pelotão. Se for preciso ministrar a capacitação
para mais do que 30 (trinta) pessoas, divida o grupo em várias turmas.

CUIDADOS IMPORTANTES
A Capacitação PEL lida com informações pessoais e pode desencadear o
surgimento de memórias dolorosas ou outros assuntos delicados nos
instruendos. Algumas pessoas que realizam a capacitação podem ter
experimentado pensamentos suicidas. Fique atento a isso enquanto conduz a
capacitação. Se você não for um capelão, assistente social ou psicólogo, antes
de conduzir a instrução, entre em contato com os profissionais citados
anteriormente e solicite apoio no caso de necessitar de atendimento imediato
durante a capacitação. Informe a data, o local e o horário da capacitação;
obtenha o seu posto/graduação e nome, bem como o consentimento para agir
como apoio imediato, se necessário; obtenha, e mantenha em mãos, o seu
contato telefônico pessoal, para a necessidade de um atendimento de
emergência.
Se durante a capacitação alguém fizer uma pergunta que você não possui
uma resposta, apenas diga, “Eu não sei a resposta, mas eu vou te responder
assim que descobrir”. Após a capacitação, busque a informação e responda a
pergunta à pessoa que a fez. Informações adicionais sobre suicídio que
auxiliarão a responder esses questionamentos estão disponíveis no site

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www.dap.eb.mil.br, com os profissionais das SAS e com os capelães. Outras
informações úteis constam das Orientações ao Instrutor deste Caderno de
Orientação.

OBJETIVOS DA CAPACITAÇÃO PEL


Compreender o método Pergunte, Escute e Leve (PEL).
Descrever os Fatores de Risco que contribuem para o suicídio.
Reconhecer os Sinais de Alerta de suicídio.
Definir os 3 (três) etapas do método PEL de prevenção ao suicídio.
Descrever o papel de cada militar em reduzir e prevenir o estigma.
Identificar a rede de apoio local emergencial e não-emergencial.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Elabore uma lista dos integrantes da rede de apoio local. Na maioria dos
casos, a OM e a SAS terão essas informações. Repasse essa lista aos
instruendos. O penúltimo slide da instrução é deixado em branco para que
possa ser preenchido com essas informações.
Você pode solicitar à SAS os dados estatísticos sobre suicídio de sua região
para que você possa compartilhar com os instruendos.
A Capacitação PEL é um componente importante dos esforços de prevenção
ao suicídio no Exército Brasileiro. Seu papel como instrutor dessa capacitação
é muito importante! A Capacitação PEL auxilia os militares a travarem contato
com o problema do suicídio, permitindo que eles reconheçam quando um
companheiro apresenta sinais de alerta, além de ensinar como aplicar o
método Pergunte, Escute e Leve para a prevenção ao suicídio.
Este Caderno de Orientação disponibiliza as "Dicas do que falar na instrução"
com sugestões de como você pode apresentar e debater cada slide. No
entanto, antes de as ler, estude as anotações para se familiarizar com o
conteúdo do slide. Durante a instrução, você deve utilizar o roteiro e
orientações fornecidos nas anotações dos slides para falar do tema com suas
próprias palavras. Em capacitações para integrantes da Família Militar,
assegure-se que os termos da caserna sejam bem compreendidos por todos.
Busque seguir as orientações do tempo destinado a cada slide da
apresentação, mostrados neste Caderno de Orientação. Se possível, antes de

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realizar a capacitação, faça um treinamento da palestra, definindo como
pretende utilizar cada slide, anotações e exercícios. Marque o seu tempo de
apresentação para garantir que cada parte da capacitação seja
adequadamente abordada.
Uma boa apresentação deve manter a atenção dos instruendos empregando
uma variedade de técnicas de instrução. Não gaste mais do que 10 (dez)
minutos apresentando informações. Utilize as atividades em grupo, as
perguntas e os debates como ferramentas para mudar o ritmo da instrução. O
quadro abaixo apresenta algumas dicas para se conduzir uma boa Capacitação
PEL.

DICAS PARA O INSTRUTOR

VOCÊ DEVE FAZER ISSO VOCÊ NÃO DEVE FAZER ISSO

Deixe de lado opiniões pessoais. Não deixe a discussão se perder.


Familiarize-se com todo o conteúdo. Não fale muito, desencorajando a
Fale de forma simples e direta. participação do grupo.
Estabeleça uma atmosfera de confiança. Não deixe que uma informação incorreta
Encoraje a participação de todos, sem fique sem ser corrigida.
forçá-la. Não seja insensível às experiências dos
Garanta que todos sejam tratados com instruendos.
respeito. Não permita que uma ou duas pessoas
Escute todos os comentários, validando dominem a capacitação ou o grupo.
aqueles que sejam pertinentes e Não permita que qualquer participante
deixando o debate prosseguir no rumo diminua outros instruendos, por meio de
correto. linguagem depreciativa ou promovendo
Corrija declarações contrárias aos o estigma.
Valores da Força. Não perca de vista os objetivos ou o
Mantenha o entusiasmo do debate. controle da discussão.
Seja flexível. Não perca o controle do tempo.
Gerencie o tempo.
Finalize com uma declaração positiva.
Termine no horário planejado.

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MATERIAIS A SEREM CONDUZIDOS PARA A CAPACITAÇÃO
01 (uma) Folha de controle de presença.
01 (um) banner de Instruções para Militares no Enfrentamento ao Suicídio
(ANEXO B).
Mementos do PEL (ANEXO B) distribuindo 01 (um) para cada participante.
01 (uma) cópia do Caderno de Orientação ao Instrutor da Capacitação PEL,
que pode ser baixado no site da DAP.
01 (uma) cópia das Informações para o Exercício de Identificação de Sinais
de Alerta (Apêndice 1 do ANEXO — C — Estudos de Caso).
Apresentação de slides da Capacitação PEL baixado do site da DAP.
Equipamento de informática e de projeção de slides.

TERMOS E DEFINIÇÕES
Fatores de proteção: são habilidades, capacidades ou recursos que auxiliam
as pessoas a lidarem de forma mais efetiva com eventos estressores. Os
fatores de proteção fortalecem a resiliência e auxiliam a contrabalancear os
fatores de risco (eventos negativos na vida como pressões sociais,
profissionais ou acadêmicas). Os fatores de proteção podem ser internos,
externos ou ambientais. Eles são capazes de reduzir a probabilidade de se
tentar ou cometer suicídio.
Fatores de Risco: se referem às características dos indivíduos, circunstâncias,
história pregressa e experiências que aumentam o risco de suicídio.
Experimentar um desses fatores não necessariamente significa que a pessoa
está ponderando sobre cometer suicídio. No entanto, essas experiências
negativas aumentam o risco de comportamento suicida, em comparação com
indivíduos que não experimentaram tais eventos.
Sinais de Alerta: Suicídio é a ação deliberada de tirar a própria vida. Ele está
frequentemente associado a uma crise severa que parece não terminar, que
pode piorar com o tempo ou que pode parecer insuperável. Amigos ou entes
queridos podem apresentar sinais que indiquem que eles estão sob risco de
tentar ou cometer suicídio. Embora alguns suicídios ocorram sem sinais de
alerta evidentes, a maioria dos indivíduos com ideação suicida mostram sinais
de alerta como os seguintes: alterações perceptíveis de comportamento de
sono, apetite, higiene, humor (depressão, tristeza, desesperança, desamparo,
pessimismo); isolamento; uso de drogas ou abuso no uso de álcool; falas sobre

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suicídio em conversas e postagens de redes sociais, dizendo que “se sente
como se fosse morrer”, que "não pode continuar mais”, que “sua família estaria
melhor sem ele”; finalizando assuntos pessoais, se desfazendo de coisas
pessoais importantes; aumento nos problemas de relacionamento conjugal;
endividamento financeiro; problemas na justiça; compra impulsiva e repentina
de arma de fogo ou de potenciais meios para cometimento de suicídio, como
remédios ou substâncias tóxicas.
Estigma: A percepção entre os militares de que a busca por ajuda causará um
demérito para sua carreira (por exemplo, prejudicando a promoção ou a
seleção para missões e cursos) ou irá reduzir o seu status social entre os seus
pares.

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SLIDE 1

INTRODUÇÃO
Orientações (5 minutos)
Coloque a folha de controle de
presença próximo à entrada e
apresente o slide 1 a medida que os
instruendos entrem na sala de
instrução. Organize as mesas e as
cadeiras em pequenos grupos ou
defina espaços para os diferentes
grupos se acomodarem. Esta
capacitação é mais eficiente se for realizada em uma turma de 8 a 30
instruendos. Leia o “Exemplo de Anotações para Instrutores” para obter
ideias. Utilize o Roteiro para apresentar a Capacitação PEL com suas próprias
palavras.
Roteiro
Nome da Capacitação (Pergunte, Escute e Leve — PEL).
Sempre podem contar com o comandante imediato se precisarem
conversar ou pedir ajuda.
Coloquem o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV) — 188 — na
lista de contatos do seu telefone e aproveitem para colocar os aparelhos no
modo silencioso.
Protejam a privacidade de terceiros enquanto debatemos os temas.
Hoje vocês aprenderão a utilizar os passos do método PEL para previnir o
suicídio.
Levantem as mãos. Quem sabe realizar a Reanimação Cardiopulmonar
(RCP) se tivéssemos uma emergência na sala de instrução? A Capacitação
PEL preparará vocês a também prestar assistência em um caso de
emergência. Ela irá auxiliá-los a ficarem atentos aos sinais de alerta para
que vocês saibam como intervir.

Dicas do que falar na instrução


Eu sou (seu posto/graduação e nome de guerra). Esta é a Capacitação
Pergunte, Escute e Leve — PEL para militares da OM. Esta capacitação faz
parte do Programa Valorização da Vida e está inserida no Eixo de Atuação de
Prevenção ao Suicídio e à Automutilação. Nós faremos 02 (dois) tempos de
instrução. A Capacitação PEL tem dois objetivos principais: despertar a

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atenção ao problema do suicídio — um dos maiores causadores de baixas no
Exército — e ensinar como você pode realizar uma ação imediata para ajudar a
combatê-lo.
Muitos de nós pode conhecer alguém que morreu devido ao suicídio. Alguns
de nós pode conhecer pessoalmente alguém ou mesmo já teve pensamentos
suicidas. Lembre-se que existem pessoas no âmbito da Família Militar que
podem ajudar. Há uma rede estabelecida pronta para apoiar, constituída pelo
Adjunto de Comando ou outro militar de ligação do SASEx na OM, pelos
assistentes sociais e psicólogos das SAS e pelos capelães. Além disso, você
não está familiarizado com o Centro de Valorização da Vida (CVV), está na hora
de conhecer. Você pode ligar 188 a qualquer momento para pedir ajuda — para
você ou para alguém que queira ajudar — ou para pegar conselhos de como
falar com alguém com quem você esteja preocupado. Uma pessoa estará na
linha para te ajudar, assim que você ligar. Pegue seu telefone celular e coloque
188 na lista de contatos. Depois disso, coloque o telefone no silencioso e o
deixe ligado. Nós vamos usar o telefone novamente ao longo da instrução. Se
você não está com seu telefone, anote o número e salve-o nos contatos
posteriormente.
Lembre-se que, se você teve uma experiência pessoal com algum militar ou
outra pessoa que tentou ou cometeu suicídio, você não deve expor os nomes
ou detalhes que identifique as pessoas ou incidente durante as discussões em
grupo. Se você precisar conversar sobre uma situação específica ou sobre uma
pessoa que precisa de ajuda, solicito que fale comigo no intervalo ou na final
da instrução de hoje. Eu vou colocar você em contato com alguém que possa
ajudar.
Por último, eu quero esclarecer um ponto: não é objetivo do Exército torná-lo
um especialista em suicídio com esta capacitação. O Exército não quer que
você realize diagnósticos, ofereça aconselhamento ou tratamento. O que você
aprenderá aqui é uma espécie de primeiro-socorro — uma ação imediata para
salvar vidas por meio do método PEL, assim que você reconhecer sinais de
alerta de um potencial suicídio.
Todos estão familiarizados com os valores da Força, como o espírito de
corpo, e com os atributos dos militares, como a camaradagem. Como soldados,
nós dependemos uns nos outros dentro e fora do campo de batalha. Nós temos
o dever de cuidar uns dos outros, pois “quem sai junto, chega junto.” Por isso,
parte da nossa missão é aprender a identificar quando algum companheiro

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está necessitando de ajuda e o que fazer para oferecer essa ajuda.
O suicídio é uma tragédia para a família, amigos e militares da OM. Por isso, o
Exército quer reduzir os números de casos que, infelizmente, continuam
ocorrendo. O que você aprenderá hoje é como usar o PEL (Pergunte, Escute e
Leve). Ou seja, você saberá fazer uma ação imediata para ajudar a prevenir o
suicídio. Esta capacitação ajudará a você a ficar atento aos sinais de alerta, a
se sentir comprometido a ajudar aos outros e a si mesmo e a fazer essas duas
coisas de uma forma efetiva. Alguém tem alguma pergunta?

Orientações adicionais
Responda a todas as perguntas que os instruendos fizerem e, após isso,
inicie a instrução. Se surgir alguma questão para a qual você não possui
resposta, pegue o nome e o contato de quem perguntou, busque a resposta
após a capacitação e entre o contato com ele para responder.
As ideias-força do slide 1 são:
apresentar a capacitação e se apresentar aos instruendos;
informar aos participantes que alguém está disponível para falar com eles
imediatamente, caso eles tenham algum problema;
despertar a atenção da audiência; e
oferecer uma rápida descrição da capacitação.
Informações adicionais sobre prevenção ao suicídio podem ser encontradas
no site da DAP no endereço www.dap.eb.mil.br, do Centro de Valorização da
Vida em www.cvv.org.br, junto ao Adjunto de Comando da OM, com as SAS R e
SAS Gu ou com o capelão.

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SLIDE 2

ATENÇÃO AO QUE VOCÊ CARREGA NA SUA MOCHILA


Orientações (5 minutos, incluindo
a atividade/exercício)
Mostre o slide 2. Utilize os temas
para discussão para falar do slide.
Realize a atividade/exercício
proposto neste Caderno de
Orientação. Para conseguir ideias
sobre o que discorrer nessa seção,
leia as "Dicas do que falar na
instrução".

Roteiro
Todos possuímos fatores de risco e fatores protetivos nas nossas vidas.
Na maioria das vezes nós conseguimos suportar o peso dos problemas, mas
tem hora que todo mundo precisa de ajuda para sustentar a carga.
Quando fatores de risco começam a aumentar o peso das coisas e nos
sobrecarregar é hora de buscar ajuda. Fale com um amigo e compartilhe o
problema. Fale com o superior imediato, o adjunto de comando ou o
capelão para ter acesso ao apoio especializado. Ligue para o CVV. Consulte
os contatos da rede de apoio local.
O que você poderia fazer com relação aos fatores de risco?
Aceite que existem fatores de risco que não podem ser alterados.
Aumente os fatores protetivos em sua vida. Utilize o “tripé da
performance” — sono adequado, atividade física e alimentação saudável.
Construa relacionamentos sólidos: família, amigos, companheiros de farda.
Evite comportamentos de risco como o uso abusivo de álcool.
Busque ajuda assim que precisar — o quanto antes você pedir ajuda para
lidar com seus problemas, mais rápido você poderá aliviar o “peso da
mochila”.
Atividade/exercício em grupo.

Dicas do que falar na instrução


Muitas pessoas têm uma ideia errada sobre o risco. Todos temos fatores de
risco. Quando eles estão presentes na vida de uma pessoa, eles podem
aumentar o risco de suicídio, mesmo que isso não seja uma regra. Alguns

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fatores de risco estão listados no slide.
Pois bem, o que fazer sobre os fatores de risco? Alguns deles você é capaz de
modificar, como o uso do álcool ou outras substâncias. No entanto, outros
fatores de risco estão além do seu controle, como, por exemplo, o histórico
familiar. Então, como você pode se defender dos fatores de risco para
conseguir seguir carregando a sua mochila nessa caminhada da vida?
Lembre-se que o ataque é a melhor defesa. Tenha iniciativa e encare os
desafios que surgirão com aquilo que chamamos de fatores protetivos. Alguns
fatores protetivos que melhoram a saúde e a resiliência se devem a pequenas
ações como o “tripé da performance”: sono adequado, atividade física e
alimentação saudável! Simples assim, hábitos saudáveis te tornam mais forte e
ajudam a enfrentar o estresse.
Provavelmente todos nesta sala, em algum momento, perderam um membro
da família, vivenciaram casos de doença e acidentes que deixam entes queridos
hospitalizados; tiveram problemas financeiros; ficaram magoados com um
relacionamento que não deu certo; foram movimentados para uma nova OM;
foram preteridos na promoção ou na seleção de um curso. Mesmo um filho
recém-nascido, um casamento ou uma promoção — eventos felizes — podem
aumentar o seu estresse porque eles trazem mudanças e novos desafios.
Doença, lesões físicas, acidentes, traumas psicológicos — são outras coisas que
podem aumentar o estresse e serem fatores de risco.
Da mesma forma que você se preocupa em manter a boa forma e a saude
física, fazer coisas em prol da saúde mental podem ajudar a gerenciar o
estresse.
Construir relacionamentos fortes — amigos com quem você pode conversar;
conexões emocionais; convívio com a família; a crença em um poder superior ou
em um sólido código ético; enfrentar problemas para resolvê-los, invés de
ignorá-los e deixar que eles fiquem piores; aprender algo novo, como gerenciar
seu dinheiro; buscar um conselho quando você se sente deprimido ou
sobrecarregado; evitar riscos como o abuso do uso de álcool; buscar ajuda se
você não consegue estabelecer limites ingerir bebidas alcoólicas; buscar os
mais antigos para pedir conselho ou ajuda; todos essas coisas podem fortalecer
seus fatores protetivos e ajudar a lidar com o estresse e os fatores de risco.
Aqui estão algumas ações que o Sistema de Assistência Social do Exército
(SASEx) disponibiliza para os militares a fim de mitigar os fatores de risco e
fortalecer os fatores protetivos: cursos de educação financeira; capacitação

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de prevenção ao uso abusivo de álcool; capacitação de prevenção ao uso de
drogas; atividades de gerenciamento de estresse; atividades de fortalecimento
da resiliência e da saúde mental; aconselhamento de assistentes sociais,
psicólogos e capelães; tratamento de saúde para perturbações psicológicas.
Você não precisa nem mesmo lembrar do nome dos programas que acabei de
apresentar, apenas se lembre que você pode ir falar com o Adjunto de Comando,
de forma privada, sobre seus problemas e ele saberá te indicar o melhor caminho
a seguir.

Orientações ao instrutor
Quando estiver conduzindo o próximo exercício, não peça aos participantes para
compartilhar detalhes pessoais com o grupo. O objetivo para eles é pensar sobre
os fatores de risco e os fatores protetivos e as formas pelas quais eles podem
buscar ajuda e que já estão presentes na sua vida cotidiana.

Atividade/exercício em grupo
Pense nos fatores de risco que estão presentes em sua vida (você não será
convidado a compartilhar com os demais aquilo que verificou após sua
autoanálise; também não é necessário escrever os fatores de risco em lugar
algum). Você é capaz de mudar qualquer um desses fatores de risco, mudando
o seu comportamento? Você é capaz de controlá-los buscando a ajuda de
alguém?
Agora liste três fatores protetivos que você possui. Quais outros fatores
protetivos você pode adicionar à sua lista? Quais você pode fortalecer ou
melhorar?
Agora pense em três fontes de ajuda que você possui — família, amigos,
companheiros de farda, grupo religioso que você integra, superiores
hierárquicos e comandantes, profissionais do SASEx. Todos precisam de
ajuda em alguma hora. Buscar ajuda pode ajudá-lo e também fazer com que
você possa ajudar outras pessoas.

Orientações adicionais
A ideia-força do slide 2 é encorajar os instruendos a fortalecerem os seus
fatores protetivos, gerenciar os fatores de risco que estejam além do seu
controle; evitar comportamentos de risco; e buscar ajuda para si ou para
outros, o quanto antes, de modo a manterem o equilíbrio em suas vidas.

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SLIDE 3

SINAIS DE ALERTA
Orientações (aproximadamente
15 minutos, incluindo o exercício)
Apresente o slide 3 ao passo que
você fala sobre os tópicos do
roteiro. Para obter ideias do que
falar nessa seção, leia as "Dicas do
que falar na instrução". Conduza o
exercício proposto neste Caderno
de Orientação.

Roteiro
Quando você perceber um sinal de alerta em um companheiro é o momento
de utilizar o PEL. Vamos falar sobre isso.
Sinais de alerta são diferentes de fatores de risco.
O sinal de alerta é um grito de socorro — um sinal que algo está errado!
Fale com a pessoa. Busque aprofundar conversa a fim de identificar um
sinal de alerta ou mudança de comportamento.
Nunca ignore um sinal de alerta — aplique o PEL como ferramenta de ação
imediata. Falaremos a seguir sobre o método PEL.
Exercício/atividade em grupo.

Dicas do que falar na instrução


Quando a mochila de alguém fica muito pesada, é possível identificarmos
sinais de alerta. Os sinais de alerta são diferentes do que os fatores de risco.
Todos nós temos fatores de risco e fatores protetivos, a todo o momento. No
entanto, quando você perceber um sinal de alerta, significa que você viu uma
bandeira vermelha e deve imediatamente fazer algumas perguntas e descobrir
o que está acontecendo com a pessoa ou avisar ao seus superiores
hierárquicos ou comandantes sobre suas preocupações com o companheiro.
Enquanto alguns suicídios ocorrem sem sinais evidentes, a maioria das
pessoas com ideação suicida apresenta sinais de alerta. Amigos,
companheiros e comandantes podem ver diferentes tipos de sinais. Portanto,
converse com outras pessoas se você está preocupado com alguém e tente
montar o quebra-cabeça. Os sinais de alerta podem ser os seguintes:

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1. Alterações evidentes de comportamento — sono, apetite, higiene, humor
(depressão, tristeza, desesperança, desamparo, raiva, irritabilidade,
ansiedade); isolamento; uso de drogas ou aumento no consumo de álcool;
2. Falar ou fazer alusão ao suicídio em conversas, textos, postagens em redes
sociais — dizendo que “se sente como se estivesse morrendo”, que “não
consegue continuar”, que “a família estaria melhor sem ela”;
3. Finalizando assuntos pessoais — repentinamente, dar coisas pessoais
importantes;
4. Sentimentos de tristeza, desesperança, desamparo — sentimento de que
as coisas nunca vão melhorar; e
5. Aumento dos problemas no relacionamento conjugal, endividamento,
problemas na justiça. Compra repentina e impulsiva de uma arma de fogo
ou a obtenção de outros meios para se cometer suicídio, como venenos e
medicamentos.

Exercício em grupo
Deixe o slide 3 na tela. Apresente os diferentes casos (veja o APÊNDICE 1 —
Informações para o Exercício de Identificação de Sinais de Alerta do ANEXO C
— Estudo de Casos) e peça para que alguém leia um de cada vez. Após cada um
dos casos, peça que os instruendos conversem sobre eles em pequenos
grupos e identifiquem os sinais de alerta de suicídio — lembre-os de usar o
slide como apoio. (Algumas respostas são apresentadas após cada caso, mas
podem existir outras).

Estudo de Casos
O Soldado EV "X" tem 18 anos. Ele veio de uma cidade do interior para
servir no batalhão. Ele é muito perfeccionista e quer sempre acertar em
tudo. Durante a marcha do acampamento da entrega da boina, ele passou
mal, tendo que ser levado de ambulância para ao quartel. Embora ele tenha
se saído bem em todas as outras instruções do campo, seu companheiros
de pelotão o rotularam de “acochambrão”. Após o acampamento, os demais
soldados deliberadamente passaram a evitá-lo, a fazerem piadas sobre ele
e a culpá-lo de qualquer coisa que desse errado no quartel. Ele passou a se
sentir como se não pudesse conversar com ninguém. Ele ainda foi punido
por chegar atrasado, mesmo que o atraso tenha ocorrido devido a um
acidente de trânsito a caminho do quartel. Enquanto cumpria a sua punição

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no final de semana, ele mandou uma mensagem para um amigo dizendo: “Está
dando tudo errado para mim e não sei se consigo consertar as coisas. Não
consigo viver assim…”
Peça opiniões aos instruendos. Alguns possíveis sinais de alerta que
podem ser identificados: isolamento; desesperança, envio de
mensagem que faça referência indireta à morte. ATENÇÃO: o slide 8
aborda o estigma e o uso de comportamentos desrespeitosos como a
ridicularização. Faça alusão a este caso quando abordar o tema no slide
8 e peça que os instruendos identifiquem os comportamentos
estigmatizantes e seus possíveis impactos sobre o Soldado EV ''X''.

O Sgt "Y" tem 35 anos, é casado e possui duas filhas. Ele conseguiu ser
movimentado para uma guarnição especial na selva, após mais de 10 anos
morando em uma guarnição onde sua família teve dificuldades para se
adaptar. Ele apresentou sérios problemas financeiros que fizeram com que
perdesse na justiça um imóvel que estava sendo financiado. Quando
completou o seu tempo de selva, saiu a sua movimentação de volta para a
guarnição onde serviu por 10 anos. O Sgt ''Y'' está muito frustado e com
raiva dessa situação. Ele disse aos seus companheiros de SU: “Eu já passei
tempo suficiente naquela cidade! Por que não escolhem outro para ser
mandado para lá?! Eu não vou voltar!”. Apesar de ser brincalhão e
extrovertido, ele está evitando os amigos e está abusando do álcool. A
religião é importante para ele, mas ele parou de ir às atividades. Ele parece
muito abatido. Ele disse à sua esposa que o seguro decessos estava em dia
e que era para ficar tranquila, porque ela e as meninas ficariam bem.
Peça que os instruendos apontem os sinais de alerta. Autorize-os a
utilizarem o slide 3 como ajuda para a identificação dos sinais de alerta.
Alguns possíveis sinais de alerta são: mudança do comportamento,
problemas financeiros, problemas na Justiça, uso abusivo de álcool,
tristeza, desesperança, desamparo, afastamento do convívio dos
amigos, “colocar as coisas em ordem” para a família, declarações
preocupantes.

A Ten "Z" tem 23 anos e é divorciada. Ela é enfermeira no Hospital da


Guarnição. Ela trabalhou na CTI do hospital durante todo o período da
pandemia. Ela viu muitas pessoas próximas morrerem de Covid-19 sob seus

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cuidados. Ela não fala sobre esse assunto com ninguém e age como se isso não
tivesse a afetado. No entanto, ela não está mais sentando com os amigos na
mesa do almoço ou participando das tradicionais reuniões que fazia com eles
nas sextas-feiras. Há algumas semanas, seu noivo terminou com ela. Ela anda
muito chateada e aparece diariamente no serviço com os olhos vermelhos de
choro. Nos últimos dias ela se desfez de alguns presentes que seu noivo havia
lhe dado. Ela disse ao seu chefe imediato: “Meu noivo estava certo. Todo
mundo está melhor sem mim.”
Peça palpites sobre os sinais de alerta presentes. Alguns possíveis
sinais de alerta são os seguintes: mudanças no comportamento, tristeza
e desesperança, afastamento do convívio com os amigos, problemas de
relacionamento, desfazer-se de coisas, declarações preocupantes.

Orientações adicionais
Após o último Estudo de Caso, lembre aos instruendos que quando reconhecer
um sinal de alerta é a hora de utilizar o PEL, a ação imediata para prevenção ao
suicídio que será abordada a seguir. A ideia-central do slide 3 é ensinar aos
instruendos quando usar o PEL, como consequência do reconhecimento dos
sinais de alerta que se apresentarem.

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SLIDE 4

SE VOCÊ PERCEBER SINAIS DE ALERTA, PERGUNTE!


Orientações (aproximadamente
5 minutos)
Utilize o Roteiro para debater
como perguntar a alguém sobre
suicídio. Para obter ideias
adicionais sobre como abordar
esta seção, leia as "Dicas do que
falar na instrução".

Roteiro
PEL quer dizer PERGUNTE, ESCUTE E LEVE. Use o PEL como ação imediata
quando perceber sinais de alerta. Quando você perceber sinais de alerta
como os apresentados no exercício anterior, PERGUNTE!
Se um ou mais sinais de alerta estiverem presentes, inicie uma conversa. A
medida que ela for se desenrolando, mesmo que seja difícil, PERGUNTE
diretamente sobre ideias ou planos de cometer suicídio.
Perguntar sobre suicídio diretamente não incentiva ideias suicidas, mas
mostra que você se importa e está tudo bem falar sobre isso. Pergunte,
mesmo que seja difícil fazer isso — você pode estar salvando uma vida.
Fique calmo. Não julgue a pessoa. Não minimize o problema dela.
Não ignore sinais de alerta, declarações ou ameaças de suicídio.

Dicas do que falar na instrução


1. Se você perceber sinais de alerta, inicie uma conversa com a pessoa e
então pergunte diretamente sobre ideias ou planos de suicídio. Leve a sério
as ameaças de suicídio. Acredite em suas suspeitas, mesmo que alguns
sinais de alerta sejam sutis. Não ignores pedidos de ajuda. Se você está
preocupado com alguém, converse com outras pessoas ou com seus
superiores e comandantes. Eles podem ter visto outros sinais de alerta
também.
2. Enfrente o problema de forma direta. Faça a pergunta e fique calmo. Por
exemplo, pergunte: “você está pensando em se matar?”, “você quer
morrer?”, “você gostaria de estar morto?”, “você já pensou em como se
matar?”.

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1.
2.
3. Fale abertamente sobre suicídio. Não fique com medo de conversar sobre
suicídio com a pessoa. Se coloque disposto a ouvir e deixe que a pessoa
expresse seus sentimentos. Não faça julgamentos morais, demonstre
surpresa ou minimize a situação. Não tente diminuir o problema. Tentar
convencer a pessoa de que o problema não é tão ruim assim ou que ela já
tem tudo o que precisa na vida apenas aumenta o seu sentimento de culpa
e de desesperança. Não fale para ela o que você faria no seu lugar ou o que
a pessoa deveria fazer. Em vez disso, apenas ouça sem julgamento. Use
perguntas como “o que você quis dizer é que…” ou “quer dizer que você
está se sentido…” para mostrar que você está querendo entender a pessoa
corretamente e está mostrando sua preocupação.

Orientações adicionais
A ideia-força do slide 4 é mostrar aos instruendos como fazer perguntas,
iniciando com as mais brandas e progressivamente avançando para as mais
difíceis (quando os sinais de alerta começarem a virem à tona) até chegar na
pergunta: “você está pensando em se matar?”.

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SLIDE 5

ESCUTE DE VERDADE E MOSTRE QUE VOCÊ SE IMPORTA


Orientações (aproximadamente
20 minutos, incluindo o intervalo e
o exercício em grupo)
Utilize o Roteiro para apresentar
como demonstrar o cuidado com
uma pessoa que possa ter ideação
suicida. Para conseguir
informações adicionais de como
conduzir essa seção, leia as “Dicas
do que falar na instrução”.

Roteiro
Mostre que VOCÊ SE IMPORTA, ESCUTANDO e dando apoio à pessoa.
Não force nada. Você deve encorajar a pessoa e prestar apoio a ela
mostrando que uma pronta ajuda está disponível.
Utilize a escuta ativa para se certificar que você realmente está
entendendo o que a pessoa está dizendo.
Peça para 02 (dois) voluntários fazerem uma demonstração de escuta
ativa.
Dê 10 (dez) minutos de intervalo (durante o intervalo, oriente os
voluntários sobre o que eles devem fazer ao demonstrarem a escuta ativa
para a turma).

Dicas do que falar na instrução


1. Cuide de seu companheiro de farda entendendo que ele pode estar em
sofrimento. As pessoas com ideação suicida na maioria das vezes se
sentem sozinhas, desvalorizadas e não amadas. Ajude fazendo com que
elas saibam que não estão sozinhas e esteja pronto para ouvir assim que
elas quiserem falar. Dê a elas o telefone do CVV (188) para assegurar que a
ajuda especializada está sempre disponível. Fazendo isso, você estará
oferecendo a ela um bote salva-vidas no meio de um naufrágio. O slide
mostra alguns exemplos do que você pode dizer para demonstrar o seu
cuidado.
2. Remova quaisquer meios que a pessoa possa utilizar para tentar o suicídio,
caso seja seguro para isso.

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1.
2.
3. A escuta ativa pode produzir bastante alívio para quem precisa desabafar.
Na escuta ativa, você deve oferecer toda sua atenção, sem nenhum tipo de
distração. Concordar com a cabeça e assentir com a voz (fazendo “u-hum”,
por exemplo) é importante para mostrar que você está escutando o que
está sendo dito. Esclareça com a pessoa se aquilo que você está
entendendo é realmente aquilo que ela quis dizer: você pode dizer “eu ouvi
você disse isso _____. Eu entendi direito? Foi isso o que você quis dizer?”.
Então escute e tente entender o que a pessoa está realmente querendo
dizer.
4. Calmamente assuma o controle da situação, mas não use força.
5. Encoraje a pessoa a buscar ajuda voluntariamente. Não force a pessoa a
fazer isso.
6. Assegure à pessoa que a ajuda está sempre disponível, que a depressão é
tratável e os pensamentos suicidas são passageiros.

Exercício em grupo
Forneça as seguintes informações aos 02 (dois) voluntários (você pode ler
as informações para eles, deixar que eles leiam, imprimindo-as ou escrevendo-
as previamente). Não disponibilize essas informações ao resto dos
instruendos.
Encene uma demonstração de dois minutos para ilustrar uma escuta ativa
RUIM. Aqui estão os papeis da encenação que será realizada.
Papel 1: Orador, Soldado EV ''X'' — aqui está o seu papel
Você tem 19 anos, é solteiro, está no seu primeiro ano de Exército e é
laranjeira. Não tem amigos e está tendo problemas com dinheiro.
Você não conseguiu ser selecionado para fazer o CFC. Você foi
transferido para o PO, mas não sabe nada de como trabalhar em obras.
A vida no quartel não é nada daquilo que você esperava. Não parece
com Call of Duty.
A sua namorada mandou uma mensagem na noite anterior, terminando
com o relacionamento.
Você realmente está se sentindo muito mal! Para completar, você foi
puxado de serviço pela segunda vez essa semana. Você está tentando
explica tudo isso para o Sargento ''Y''…

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Papel 2: Ouvinte, Sargento ''Y'' — aqui está o seu papel
Você tem 25 anos, foi para o Haiti (MINUSTAH), acabou de voltar do
PEF, recebeu a missão de montar a oficina de acuidade visual e auditiva
em um novo local, partindo do zero. Está MUITO OCUPADO.
Você quer ser um bom comandante de GC e conhecer seus soldados. O
comandante do Pelotão quer o pronto da missão no final do expediente.
O Sd EV ''X'' está te rondando há algum tempo. Você não está com
muita paciência.
Você está tentando descobrir o que está acontecendo com o Sd ''X'' e
está fazendo algumas perguntas. No entanto, você não está fazendo
uma escuta ativa enquanto o Sd ''X'' tenta contar sua história. Na
verdade, você faz o oposto do que deveria fazer como bom ouvinte,
sendo impaciente, olhando em outra direção, conferindo o relógio,
checando o celular, apressando-o, demonstrando que está sem
paciência e não se importa com o que ele está querendo falar. Você
apenas quer que ele pare logo de te incomodar.

Estas são 5 (cinco) boas técnicas de escuta ativa


1. Olhe para a pessoa. Faça contato visual (olho no olho). Pare de fazer outras
coisas. Preste atenção.
2. Dê feedback não verbal para mostrar que você está ouvindo, assentindo
com a cabeça, fazendo “u-hum” ou dizendo “eu entendo”.
3. Dê feedback verbal fazendo perguntas ou esclarecendo alguns pontos
para se assegurar que você entendeu. Diga coisas como “eu ouvi você
dizer que você está bastante infeliz agora sobre a sua vida no quartel”,
“parece que você ainda não está conseguindo se integrar aos
companheiros do pelotão”, “parece que você gostava muito de sua
namorada e será difícil lidar com essa separação”. O importante é mostrar
à pessoa que você está tentando entendê-la e realmente se IMPORTA com
ela.

Orientações adicionais
Dê alguns minutos aos voluntários para demonstrar uma escuta ativa RUIM.
Interrompa a demonstração, agradeça aos voluntários, e peça aos instruendos
que dêem palpites sobre o que o Sargento ''Y'' fez de errado. Fale sobre as 03
(três) técnicas de escuta ativa apresentadas anteriormente, mostrando em

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que o sargento Sargento ''Y'' errou. Lembre aos instruendo que as técnicas de
escuta ativa são parte do método PEL. Elas servem para que você faça
perguntas de modo que compreenda a situação e possa ajudar de forma
apropriada. Você também será capaz de mostrar que você está engajado em
ouvir a pessoa e deixar claro que você liga para o que ela está dizendo e para
os problemas que ela apresenta. Se o tempo permitir, você pode assumir o
papel do Sargento ''Y'' e repetir a demonstração, empregando as técnicas de
escuta ativa.

Peça outras opiniões/palpites sobre essas outras questões


O Soldado ''X'' possui algum fator de risco em sua vida? (Aponte o que o
Sargento ''Y'' poderia ter usado escuta ativa como uma ferramenta de sua
liderança para conhecer melhor seu subordinado e identificar fatores de risco
e problemas que ele possa ter, permitindo agir oportunamente e ajudar antes
que a situação piore. Note que o Soldado ''X'' tem problemas de
relacionamento, está endividado e está enfrentando dificuldades no serviço
do quartel. Logo, a escuta ativa é uma excelente ferramenta para identificar o
que está errado e permitir que você ajude.). Pergunte também o que Sargento
''Y'' poderia ter feito. (Possíveis respostas: buscar conversar com o Soldado
''X'' com mais frequência, oferecendo conselhos e mentoria, ao invés de
críticas não construtivas; levar o caso do Soldado ''X'' ao Adjunto de Comando
para verificar se a Seção de Assistência Social poderia enquadrá-lo em alguma
ação socioassistencial, a fim de mitigar o seu endividamento e promover sua
reeducação financeira; integrá-lo às atividades do pelotão para ajudá-lo a se
entrosar mais com seus companheiros; ficar atento aos sinais de
estigmatização promovidas por parte de outros militares, agindo para coibi-
las.). A ideia força do slide 5 é ensinar aos participantes como se deve realizar
a escuta ativa, monstrando que você liga para os problemas do companheiro.

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SLIDE 6

LEVE O COMPANHEIRO A QUEM POSSA AJUDAR


Orientações (aproximadamente
5 minutos)
Utilize o Roteiro para discutir o
como se deve LEVAR o
companheiro para alguém que
possa ajudar. Para conseguir
ideias adicionais de como realizar
o debate dessa seção, leia as
“Dicas do que se falar na
instrução”.

Roteiro
O ato de LEVAR significa ficar com a pessoa para mantê-la em segurança
até que alguém mais capacitado possa ajudá-la.
LEVE a pessoa para alguns dos profissionais da Rede de Apoio do SASEx
ao Adjunto de Comando, ao Capelão, à Seção de Assistência Social, ao
Hospital de Guarnição ou ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) local.
Entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) para apoio
emocional por meio do telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br .
Peça ajuda, em caso de emergência ou risco para a vida, ligando 192 ou
193.

Dicas do que falar na instrução


1. LEVE seu companheiro de farda imediatamente para alguém capacitado
para ajudar ou para alguém da rede de apoio do SASEx (militar mais antigo,
comandante imediato, Adjunto de Comando, Capelão, Assistente Social ou
Psicólogo da SAS, Hospital de Guarnição ou CAPS). Nunca deixe a pessoa
sozinha.
2. Leve a pessoa para alguém que possa prontamente ajudá-la ou ligue para
alguém que possa vir ajudar.
3. Nunca force uma pessoa a buscar ajuda. Os técnicos das SAS ou os
profissionais de Saúde devem ser chamados para convencer a pessoa que
recusa assistência. Não deixe a pessoa sozinha. Não fale que “resolverão
as coisas mais tarde ou que voltarão a conversar amanhã de manhã”.
Acione a cadeia de comando ou a rede de apoio do SASEx, imediatamente,

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1.
2.
caso não haja convencimento da pessoa sobre a necessidade de atendimento
emergencial.
4. Os CAPS são serviços de saúde 24 horas voltados para o atendimento de
pessoas com transtorno mental severo e persistente. Eles são os locais
adequados para que se levar a pessoa caso sejam necessários cuidados
emergenciais que extrapolem as capacidades de atendimento da rede de
apoio do SASEx.
5. Caso não haja consentimento da pessoa para ser levada ao CAPS e exista a
situação de risco iminente à vida, deve-se acionar os serviços de atendimento
de emergência do SAMU ou Corpo de Bombeiros.

Em uma situação de crise, use os recursos da Rede de Apoio do SASEx. O


objetivo é LEVAR a pessoa ao atendimento especializado. Para isso, utilize a
cadeia de comando, o Adjunto de Comando, o Capelão, a SAS ou o CVV para
ajudá-lo a levar a pessoa ao atendimento especializado oferecido pelo
Hospital de Guarnição ou pelo CAPS. Se houver risco de vida, acione o SAMU e
o Corpo de Bombeiros. Se você está ao telefone ou trocando mensagens com
a pessoa, mantenha-a conversando com você, descubra onde ela está e
mande ajuda até ela.

Orientações adicionais
A ideia-força do slide 6 é ensinar aos instruendos como LEVAR a pessoa em
crise à ajuda especializada.

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SLIDE 7

EXERCÍCIO DE ENCENAÇÃO DE ESCUTA ATIVA


Orientações (aproximadamente
15 minutos)
Mostre o slide 7 e utilize o
Roteiro para realizar o exercício de
encenação de escuta ativa. Leia as
“Dicas do que falar na instrução”
para obter ideias de como
conduzir o exercício. Circule pela
sala para ajudar os grupos e
manter os instruendos participando da atividade.

Roteiro
Divida os instruendos em duplas.
Realize o exercício/atividade.

Dicas do que falar na instrução


Por favor, dividam-se em duplas. Nós iremos realizar um exercício de
encenação. Ouça e olhe o slide enquanto eu leio a descrição do Cabo ''W'' (leia
os tópicos do slide). Cada dupla deve assumir, alternadamente, o papel do
Cabo ''W'' e o papel do seu companheiro do pelotão que está preocupado com
ele e que identifica possíveis sinais de alerta no seu comportamento.
Lembre-se que o PEL é uma técnica de ação imediata (TAI). Observe o
Memento do PEL que eu passei a vocês para lembrá-los de PERGUNTAR,
ESCUTAR E LEVAR. Tente utilizar a escuta ativa, olhando para o Cb ''W''
diretamente, prestando bastante atenção para responder suas perguntas,
acompanhar seu pensamento e entender corretamente o que ele quer dizer.
Converse com o Cb ''W'' e decida o que fazer. Assegure-se de perguntar
diretamente ao Cabo ''W'' se ele está pensando em suicídio.
Eu estou disponível para qualquer pergunta que vocês tenham sobre esse
exercício de encenação.

Exercício em grupo
Divida os instruendos em duplas.
Um membro da dupla faz o papel do Cb ''W'' e o outro assume o papel do

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companheiro de pelotão. Cada um da dupla assumirá cada um dos papeis.
Quem está no papel do companheiro de pelotão deve fazer perguntas ao Cb
''W'' para avaliar a sua situação e escolher a linha de ação deve ser adotada
baseada nas respostas que receber. Lembre-se de utilizar o método PEL.
Não esqueça. Cada participante deve perguntar diretamente ao Cb ''W'' se ele
está planejando se matar. Todos devem realizar o rodízio dos papéis para que
possam praticar o PEL.
Se alguém se sentir muito desconfortável ao realizar a encenação ou não
quiser participar do exercício, não force a sua participação ou exponha a
pessoa ao grupo. Crie uma oportunidade para conversar com esse instruendo
que se sente desconfortável e utilize o método PEL para avaliar a sua situação
e oferecer ajuda.

Orientações adicionais
A ideia-força do slide 7 é dar a oportunidade aos instruendos de praticarem o
método PEL, a fim de desenvolver a confiança no seu emprego e aumentar
sua predisposição em utilizá-lo no futuro.

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SLIDE 8

ESTIGMA
Orientações (aproximadamente
5 minutos)
Mostre o slide 8 enquanto fala
sobre os tópicos do Roteiro para
discutir sobre estigma. Leia as
“Dicas do que falar na instrução”
para utilizar alguns exemplos de
como abordar o tema desta seção.

Roteiro
Estigma é o conjunto de motivos pelos quais a pessoa se torna relutante
em pedir ajuda.
Quando a pessoa consegue a ajuda de que precisa, logo de início, ela
previne que os seus problemas se agravem.
Liste algumas coisas que os militares poderiam fazer para reduzir o
estigma.

Dicas do que falar na instrução


Por que nem todos buscam ajuda quando precisam? Por que a maioria das
pessoa apenas busca ajuda quando já está física ou psicologicamente ferida?
O que dificulta as coisas para essas pessoas? (Dê algum tempo para palpites
dos instruendos).
Muito das coisas que deixam os militares relutantes em buscar ajuda estão
reunidas na forma de “estigma”.
O estigma pode ser um medo de parecer fraco ou preocupar-se que seus
companheiros passarão a olhar para você de um jeito diferente, se você disser
que precisa de ajuda. Ou ainda, preocupar-se que a sua carreira possa ser
afetada. Porém, mesmo que estas coisas te preocupem, considere que os
problemas podem piorar ainda mais se não pedir ajuda. O estigma pode surgir
e se agravar devido a comportamentos que isolam e afastam a pessoa que
precisa de ajuda como, ridicularizá-la, fazer piadas sobre ela, pôr a culpa sobre
ela quando algo ocorre de errado, fazer bullying, excluí-la das atividades e
isolá-la do convívio do grupo.
Exemplos de coisas que podem causar ou aumentar o estigma:

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1. Evitar as pessoas ou isolá-las das atividades em grupo.
2. Constranger ou rir das pessoas que pedem ajuda, rotulando-as de “fracas”
ou de “loucas”.
3. Implicar, fazer bullying ou fazer delas o “bode expiatório” para as coisas
que dão errado.
4. Assediar ou “colocar na prancheta” a pessoa, sobrecarregando-a de
tarefas.
5. Depositar menos confiança ou dar menos
responsabilidades/oportunidades à pessoa, caso você tome conhecimento
que ela pediu ou recebeu ajuda.
Então o que você pode fazer para derrotar o estigma? Dê tempo aos
instruendos para responderem.
Eis algumas coisas simples que podemos fazer:
Não tolere o bullying ou o constrangimento de ninguém sob quaisquer
motivos.
Peça ajuda se você for aquele que precisar dela. Faça com que seja normal
abordar esses assuntos, falando você mesmo sobre eles. Deixe claro que
pedir ajuda é um sinal de fortaleza e não de fraqueza.
Ofereça ajuda quando você perceber que alguém está estressado ou
agindo de forma diferente do normal.
Assuma o seu papel em manter o clima de confiança e respeito entre
todos.
Pode ser muito difícil abordar o assunto suicídio ou perguntar diretamente
para uma pessoa se ela tem problemas ou dificuldades pessoais. É muito difícil
perguntar sobre suicídio mesmo quando estamos fazendo apenas uma
encenação.
Nós evitamos de tocar no assunto porque nos preocupamos em estarmos
nos metendo na vida privada da pessoa. Podemos achar que iremos perder a
amizade dela ou que estamos a ofendendo, se nós pensarmos que existe algo
de errado nas suas vidas. Ficamos com medo de termos feito uma leitura
errada dos sinais e a pessoa nos ridicularize por perguntar de suicídio quando
não há nada de errado com ela. Então, o que nos motiva a nos arriscar a
perguntar para alguém sobre suicídio?
Lembre-se de algumas coisas muito importantes. O “Espírito de Corpo” é um
valor do Exército Brasileiro e a camaradagem é um atributo essencial para
qualquer militar. Logo, em todos os escalões a máxima de “quem sai junto,

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chega junto” é verdadeira. Em outras palavras, “ninguém fica para trás”. Por
isso, o incômodo de se meter na vida alheia é um preço pequeno a se pagar
quando se pode salvar a vida de um companheiro. O mesmo vale para o
desconforto que você sente ao pedir ajuda. É um preço que certamente você
pagaria inúmeras quando sentir o alívio de ter conseguido colocar sua vida de
volta nos eixos.
É preciso coragem para superar o estigma, oferecendo ajuda para outros ou
buscando apoio para si mesmo. No entanto, não tenha dúvida de que a
recompensa supera, em muito, os riscos.

Orientações adicionais
As ideias-força do slide 8 são as seguintes:
Mostrar aos instruendos que o estigma e a estigmatização fazem com que
seja mais difícil para as pessoas buscarem ajuda;
Reconhecer que é necessário coragem para buscar ajuda; e
Apresentar formas de reduzir o estigma.

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SLIDE 9

EMERGÊNCIA
Orientações (aproximadamente
5 minutos)
Mostre no banner de Instruções
para Militares no Enfrentamento
ao Suicídio (ANEXO B) a lista de
contatos da rede de apoio local ou
insira os contatos no slide 9 (no
espaço em branco disponível).
Faça com que os instruendos
adicionem o número do CVV, do Hospital de Guarnição ou do CAPS na lista de
contatos de seus telefones celulares. Lembre-os dos telefones do SAMU e do
Corpo de Bombeiros para o uso em caso de emergência.

Roteiro
Insiram o número do CVV e os números da rede de apoio local na lista de
contatos dos telefones celulares dos instruendos.
Quais programas e ações socioassistenciais são disponibilizados pelo
SASEx como auxílio ANTES que a crise ocorra.
Quais recursos da rede de apoio local podem ser acionados caso você
tenha que levar alguém para receber atendimento de emergência.

Dicas do que falar na instrução


Existem muitos recursos locais e programas do SASEx que podem ser
utilizados para oferecer auxílio não-emergencial às pessoas que possuem
fatores de risco. Por exemplo, onde você pode conseguir ajuda se tiver um
desequilíbrio financeiro? (Aguarde um tempo para que os instruendos dêem
alguns palpites. Apresente a eles o Programa de Apoio à Família Militar
(PAFaM) e as ações socioassistenciais de “Redução de casos de inadimplência
e endividamento” e “Educação Financeira” se eles não forem mencionados). E
se você tiver problemas de relacionamento conjugal, com familiares ou
amigos? (Aguarde um tempo para que os instruendos dêem alguns palpites.
Mostre que os capelães do Serviço de Assistência Religiosa do Exército —
SAREx, assistentes sociais e psicólogos das SAS, o Programa Valorização da
Vida — PVV e as ações socioassistenciais de “Redução de estados mentais de

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risco” e “Promoção à saúde mental” podem ser ferramentas úteis para ajudá-
los com essas questões.). Enfatize que maiores informações sobre os
programas estão disponíveis no site www.dap.eb.mil.br .
No entanto, se você se deparar com uma crise iminente, LEVE a pessoa a
cuidados especializados e não deixe-a sozinha em hipótese alguma. Acione a
cadeia de comando, o Adjunto de Comando, o Capelão, a SAS ou o CVV para
obter ajuda para levar a pessoa ao atendimento especializado oferecido pelo
Hospital de Guarnição ou pelo CAPS. Se houver risco de vida, acione o SAMU
ou o Corpo de Bombeiros. Alguém tem dúvida sobre quais recursos da rede de
apoio você deve utilizar em uma situação de risco? (Dê tempo para que os
instruendos apresentem suas dúvidas). Agora, peguem seus telefones
celulares e coloquem os contatos da rede de apoio local na lista de contatos.
Lembrando que o telefone de emergências com risco de vida são o 192 para
chamar o SAMU e o 193 para entrar em contato com o Corpo de Bombeiros.

Exercício em grupo
Utilizando seu telefone celular, salve o número dos contatos do CVV, do
SAMU e do Corpo de Bombeiros, caso necessite de ajuda em caso de
emergências. Se você não está com seu telefone, anote os números
desses contatos em um papel para salvá-los posteriormente.
Salve em seu telefone celular os contatos da rede de apoio local (Adjunto
de Comando, Capelão, SAS, Hospital de Guarnição e CAPS), além do
número do seu comandante imediato, caso necessite acionar a ajuda.

Orientações adicionais
Assegure-se que os instruendos saibam a diferença entre os recursos da
rede de apoio local para informações, assistência e aconselhamento e os
recursos utilizados em caso de emergência ou risco à vida. Customize o slide
da instrução com as informações da rede de apoio local, CVV, SAMU e Corpo
de Bombeiros.
A ideia-força do slide 9 é saber quais são recursos que estão disponíveis
pelo telefone e quais são os locais para onde você pode levar uma pessoa em
crise.

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SLIDE 10

RESUMO
Orientações (aproximadamente
10 minutos)
Utilize os tópicos do resumo para
concluir a capacitação PEL para
lembrar os instruendos o
significado do PEL, destacar a
responsabilidade de todos em
sempre cuidar do companheiro ao
lado e reforçar a disponibilidade
de rede de apoio local e dos recursos de emergência, onde eles podem
conseguir ajuda para si mesmo ou para outra pessoa. Peça aos instruendo a
acessarem o site da DAP para obterem mais informações sobre o Programa
de Valorização da Vida e suas ações socioassistenciais.

Roteiro
Lembre-se que PEL significa PERGUNTE, ESCUTE E LEVE.
PERGUNTAR significa que você deve, ao reconhecer sinais de alerta,
perguntar diretamente à pessoa se ela está pensando em suicídio.
ESCUTAR quer dizer realizar a escuta ativa, oferecer ajuda a quem
necessita e atuar para combater o estigma.
LEVAR significa que você deve permanecer com a pessoa e levá-la
imediatamente a um local onde a ajuda especializada está disponível ou
levar a ajuda a até ela, acionando a cadeia de comando, o Adjunto de
Comando, o Capelão, a SAS, o CVV, o Hospital de Guarnição, o CAPS, o
SAMU ou o Corpo de Bombeiros.
Oriente os instruendos a acessarem o QR Code no slide para obterem
maiores informações sobre o Programa de Valorização da Vida.
Agradeça a presença de todos e libere os instruendos após a conclusão do
exercício/atividade.

Dicas do que falar na instrução


PEL (PERGUNTE, ESCUTE E LEVE) significa que você deve PERGUNTAR
sobre um possível problema, se notar mudanças de comportamento da
pessoa. Não tenha medo de perguntar de forma direta: “Você está pensando

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em se matar.” ESCUTAR quer dizer que você deve ouvir com cuidado, quando
a pessoa falar sobre suas dificuldades, buscando definir a melhor forma que
você pode ajudar. Você pode utilizar, inicialmente, os recursos não-
emergenciais disponibilizados pela cadeia de comando, SASEx e SAREx para
ajudar a pessoa antes que a situação se agrave e a crise se instaure. LEVAR
quer dizer que você não deve deixar a pessoa desacompanhada nem mesmo
por um minuto e deve acionar a cadeia de comando, o Adjunto de Comando, o
Capelão, a SAS, o CVV, o Hospital de Guarnição, o CAPS, o SAMU ou o Corpo
de Bombeiros, sem nunca deixar a pessoa sozinha até que a ajuda
especializada venha prestar o auxílio.

Exercício em grupo
Utilizando seu smartphone, acesse o site da DAP utilizando o QR Code
presente no slide ou acesse www.dap.eb.mil.br.
Sente ao lado de alguém com smartphone se você não está com um nesse
momento.
Clique em cada uma das ações socioassistenciais da SAS para explorar o
conteúdo disponível e verificar as ferramentas disponíveis para o
enfrentamento ao suicídio.

Orientações adicionais
Agradeça aos instruendos ao término da capacitação. Lembre-se de
permanecer na sala de instrução por cerca de 15 minutos após o término da
atividade para que os instruendos façam perguntas ou conversem sobre
problemas pessoais com você. Esteja preparado para LEVAR algum
instruendo que necessite de ajuda imediata para o atendimento especializado
ou para auxiliá-lo a agendar um reunião com a SAS para aconselhamento ou
orientações. Entregue a folha de controle de presença ao Chefe da Seção de
Pessoal para publicação em Boletim Interno da OM. A ideia-força do slide 10 é
mostrar onde encontrar informações úteis sobre o enfrentamento ao suicídio
no site da DAP.

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ANEXO A

MEMENTO PEL

FRENTE VERSO

9 cm

5 cm

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ANEXO B

BANNER DE ENFRENTAMENTO AO SUICÍDIO


Apêndice 1 - Instruções para Militares

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Apêndice 2 - Instruções para Comandantes

41 Tel: +55(61) 3415-6629 sas@dap.eb.mil.br www.dap.eb.mil.br


Apêndice 3 - Instruções para Família Militar

42 Tel: +55(61) 3415-6629 sas@dap.eb.mil.br www.dap.eb.mil.br


ANEXO C

APÊNDICE 1 — INFORMAÇÕES PARA O EXERCÍCIO DE


IDENTIFICAÇÃO DE SINAIS DE ALERTA
Utilizando os sinais de alerta listados no slide 3, identifique os possíveis
sinais de alerta apresentados pelos seguintes militares:
O Soldado EV "X" tem 18 anos. Ele veio de uma cidade do interior para
servir no batalhão. Ele é muito perfeccionista e quer sempre acertar em
tudo. Durante a marcha do acampamento da entrega da boina, ele passou
mal, tendo que ser levado de ambulância para ao quartel. Embora ele tenha
se saído bem em todas as outras instruções do campo, seu companheiros
de pelotão o rotularam de “acochambrão”. Após o acampamento, os
demais soldados deliberadamente passaram a evitá-lo, a fazerem piadas
sobre ele e a culpá-lo de qualquer coisa que desse errado no quartel. Ele
passou a se sentir como se não pudesse conversar com ninguém. Ele ainda
foi punido por chegar atrasado, mesmo que o atraso tenha ocorrido devido
a um acidente de trânsito a caminho do quartel. Enquanto cumpria a sua
punição no final de semana, ele mandou uma mensagem para um amigo
dizendo: “Está dando tudo errado para mim e não sei se consigo consertar
as coisas. Não consigo viver assim…”

O Sgt "Y" tem 35 anos, é casado e possui duas filhas. Ele conseguiu ser
movimentado para uma guarnição especial na selva, após mais de 10 anos
morando em uma guarnição onde sua família teve dificuldades para se
adaptar. Ele apresentou sérios problemas financeiros que fizeram com que
perdesse na justiça um imóvel que estava sendo financiado. Quando
completou o seu tempo de selva, saiu a sua movimentação de volta para a
guarnição onde serviu por 10 anos. O Sgt ''Y'' está muito frustado e com
raiva dessa situação. Ele disse aos seus companheiros de SU: “Eu já passei
tempo suficiente naquela cidade! Por que não escolhem outro para ser
mandado para lá?! Eu não vou voltar!”. Apesar de ser brincalhão e
extrovertido, ele está evitando os amigos e está abusando do álcool. A
religião é importante para ele, mas ele parou de ir nas atividades. Ele
parece muito abatido. Ele disse a sua esposa que o seguro decessos estava
em dia e que era para ficar tranquila, porque ela e as meninas ficariam bem.

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A Ten "Z" tem 23 anos e é divorciada. Ela é enfermeira no Hospital da
Guarnição. Ela trabalhou na CTI do hospital durante todo o período da
pandemia. Ela viu muitas pessoas próximas morrerem de Covid-19 sob seus
cuidados. Ela não fala sobre esse assunto com ninguém e age como se isso
não tivesse a afetado. No entanto, ela não está mais sentando com os amigos
na mesa do almoço ou participando das tradicionais reuniões que fazia com
eles nas sextas-feiras. Há algumas semanas, seu noivo terminou com ela. Ela
anda muito chateada e aparece diariamente no serviço com os olhos
vermelhos de choro. Nos últimos dias ela se desfez de alguns presentes que
seu noivo havia lhe dado. Ela disse ao seu chefe imediato: “Meu noivo estava
certo. Todo mundo está melhor sem mim.”

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ANEXO C

APÊNDICE 2 — INFORMAÇÕES PARA O EXERCÍCIO DE


ENCENAÇÃO DE ESCUTA ATIVA
Revezem na dupla e utilizem o método PERGUNTE, ESCUTE E LEVE (PEL)
para descobrir se o Cb ''W'' está com ideação suicida e então decida o que
você deve fazer a seguir. As informações do Cb ''W'' são as seguintes:
22 anos e está casado há 2 anos.
Antigo comandante de esquadra do PELOPES da OM.
Acabou de regressar da Operação ACOLHIDA.
Está com dificuldades de assumir a nova função na 1ª Seção.
Sua esposa o traiu com o seu melhor amigo, enquanto estava na Operação
ACOLHIDA.
Devido à dificuldade de aprender a função digitador do BI da OM,
frequentemente é ridicularizado pelos pares e algumas vezes, pelos seus
superiores.
Todos acreditam que ele está aceitando “numa boa” esse tratamento.
Começou a se desfazer de seus pertences pessoais.

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ANEXO D

PALESTRA DA CAPACITAÇÃO PEL

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47 Tel: +55(61) 3415-6629 sas@dap.eb.mil.br www.dap.eb.mil.br
48 Tel: +55(61) 3415-6629 sas@dap.eb.mil.br www.dap.eb.mil.br
A ÇÃ O
T

L
PA C I
CA

P E
Perg un te
Es cu te
Leve
N TO AO
M E
ENTA
ENFR DIO
SUICÍ

GERINDO RECURSOS HUMANOS PARA GERAR PODER DE COMBATE

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