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PLANO DE AULA APOSTILADO

Escola Superior de Teologia do Espírito Santo

Homilética
A Escola Superior de Teologia do Espírito Santo - ESUTES, é amparada pelo disposto no parecer
241/99 da CES (Câmara de Ensino Superior) - MEC
O ensino superior à distância é amparado pela lei 9.394/96 - Art° 80 e é considerado um dos mais
avançados sistemas de ensino da atualidade.
Sistema de ensino: Open University- Universidade aberta em Teologia
O presente material apostilado é baseado nos principais tópicos e pontos salientes da matéria em
questão.
A abordagem aqui contida trata-se da “espinha dorsal” da matéria. Anexo, no final da apostila, segue a
indicação de sites sérios e bem fundamentados sobre a matéria que o módulo aborda, bem como
bibliografia para maior aprofundamento dos assuntos e temas estudados.

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Sumário

Preparando a apresentação....................................................................................................... 04

Sete passos para uma apresentação eficiente.............................................................................05

Como expor, ensinar ou pregar de modo que as pessoas ouçam.................................................11

A comunicaçáo visual- A comunicaçáo através do corpo.............................................................16

Utilizando recursos visuais.......................................................................................................... 21

A postura do preletor................................................................................................................... 25

Cuidados com os componentes da apresentação.........................................................................30

Como usar o microfone................................................................................................................ 31

Controlando a sessão de perguntas e respostas...........................................................................34

Introdução ao estudo da homilética.............................................................................................. 37

A Teoria e a Teologia da Pregação............................................................................................... 38

A Pregação e os seus Objetivos................................................................................................... 43

A estrutura do sermão................................................................................................................. 47

Os tipos de sermão..................................................................................................................... 55

Bibliografia................................................................................................................................. 60

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Preparando a Apresentaçã o
Antes de preparar uma apresentaçã o há aspectos da comunicaçã o que você
precisa conhecer.

Elementos nã o-verbais
A comunicaçã o verbal contém elementos nã o verbais. Pesquisas revelam que ela
vai muito das palavras.
Somente 7% comunicaçã o interpessoal pode ser traduzida por palavras e o resto
está contido em elementos nã o verbais. Cerca de 55% da comunicaçã o resultam
da expressã o facial e de outra linguagem corporal e 38% vêm da inflexã o da voz. A
pesquisa também revela que as apresentaçõ es sã o mais eficazes quando contam
com recursos visuais.

Memó ria de ouvinte


O ouvinte típico lembra só de 10% do que exposto depois de uma semana da
apresentaçã o. Apó s meia hora, o ouvinte comum nã o se lembrará de 40% do que
foi dito. No final do dia, 60% serã o esquecidos.
Um orador experiente planejará sua apresentaçã o a fim de aumentar a
memorizaçã o por meio de:

• Repetição: - Quanto mais se ouve uma mensagem, mais lembrada ele será.
• Proximidade - Quanto mais recente for a mensagem, mais será lembrada.
• Impressão - Quanto maior impacto emocional a mensagem causar no ouvinte
por mais tempo ela será lembrada.
• ÜÍiTlpflCÍdade - Uma apresentaçã o simples é fá cil de ser entendida.

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Sete passos para fazer uma apresentaçã o
eficiente
As apresentaçõ es bem sucedidas das sã o elaboradas a partir de uma só lida e
ampla preparaçã o. A maioria delas é um fiasco em razã o de preparaçõ es fracas e
inadequadas. Uma boa regra de conduta, para oradores iniciantes, é treinar por
duas horas cada minuto do discurso.
Um dos segredos do sucesso como orador e que você prepare a apresentação
certa para o pú blico certo e na hora certa e tenha um plano de açã o se algo der
errado.
Preparar uma apresentaçã o eficiente pode ter apenas alguns passos bá sicos.
Todos esses passos descritos a seguir devem ser revistos e seguidos
sistematicamente.

• Passo 1: Estabeleça os Objetivos da Apresentação

Pergunte-se: "Porque estou fazendo esta apresentaçã o?", em vez de:"O que vou
acrescentar a ela?" A maioria dos objetivos das apresentaçõ es consiste de um ou
mais dos seguintes itens:
• vender;

• educDY;
• motivar;
• criar ação;
• entreter;
• comemorar.

Ao estabelecer a meta, você decide qual será o padrã o para uma apresentaçã o ter
sucesso. Você deve estabelecer qual será o resultado desejado. Ele deve estabelecer
a realista e exequíveL

• Passo 2: Analise o Pú blico


Identifique o pú blico sob o aspecto de conhecimentos, atitudes, preferências e
aversõ es, como um guia, para determinar os fatos e passagens que têm maior
probabilidade de surtir efeito positivo para alcançar seus objetivos. Dados
demográ ficos bá sicos podem ajudar no planejamento e no tipo de material que
se deve usar. Esses dados demográ ficos incluem:
• idade;
• sexo;

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• renda,
• ocupação ou 5íaíu5 profissional;
• filiação política; e

Informação sobre o público pode ser obtida:


• perguntando a outras pessoas que jó falaram para esse público;
• es Mudando mais sobre a empresa ou a organização à qual o público pertence;
• referido r6ldfÓFlOS dO público, ou sobYe seus iTlembros;
• perguntando direta ou indiretamente dOS Itlembros selecionados desse público Ou 0 Otl tTOS

• pensando com lógica e aplicando o senso comum ao que você já sabe sobre a situação e a
platéia.

Todo pú blico quer ouvir mensagens que reflitam suas necessidades, valores e
crenças. Para assegurar seu sucesso, você deve planejar sua apresentaçã o para
transmitir as seguintes mensagens:

• Nã o deixarei você perder tempo. O pú blico se aborrece quando sente que


está perdendo tempo;

• Sei quem você é: Um orador deve atender à s necessidades e aos interesses do


pú blico;
• Sou organizado: A mensagem deve ser clara e fá cil de entender;

• Conheço meu assunto: O pú blico quer oradores experientes que falem com
autoridade.Aqui está o ponto mais importante: é responsabilidade do
orador conscientizar o pííblico do motivo por que ele está ali.

• Já terminei: O orador deve chegar a uma conclusã o e fechar a apresentaçã o


com segurança ou o pú blico se sentirá enganado.

• Passo 3: Prepare o Pleno de Apresentação


O plano de apresentaçã o é como um esquema. Ele o ajuda a construir a
estrutura pela qual se desenvolve a apresentaçã o e também a decidir quanto e
de que material você precisa. Ao mesmo tempo, serve como um roteiro que
lhe fornece dados de apoio, preparo de recursos visuais, ou lhe dá assistência
na organizaçã o da apresentaçã o.

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• Passo 4: Selecione O Material de Apoio
Geralmente, o problema não r encontrar material suficiente, mas selecionar o que
é apropriado. Você determina o material e a quantidade disponível que deve ser
incluída na apresentaçã o
Nã o existe fó rmula nenhuma que garanta a seleçã o apropriada, mas há algumas
questõ es de senso comum que podem ajudar.

• Qual é o objetivo ou o propósito desfa apresentação?


• O que deve ser abordado? O que deve ser eliminado?
• Qflul u quantidade necessária de detalhes?
• O que deve ser dito para alcançar os objetivos?
• Qual é a melhor maneira de dizer isso?

• QuDl a reaçõo que se espero ÃO pÊblÍCO pára alCDnçar os objetivos?

Finalmente, submeta todo o material ao teste do “por que?” Se você não


conseguir justificar que o material selecionado contribui para alcançar os
objetivos, elimine-o.

• Passo 5: Organize o Material


Este passo representa o plano de apresentaçã o que inclui o material selecionado,
num formato que se adapte ao seu estilo, atendendo aos objetivos e satisfazendo à s
necessidades do pú blico. As três partes de uma apresentacã o bem organizada sã o:

Introduçã o - Diga sobre o que vai falar. Seja breve.


O propó sito da introduçã o é:
• fazer o público ouvir a apresenfoçóo;
• Introduzir o objetivo e o propósito da apresentação.

Conteúdo - falar para o público. Desenvolva e fortaleça sua idéia com material
selecionado.
O conteú do deve:

• Seguir us idéias principais lisfudas no plano de apresentação e identificar e interpretar


essas idéias de maneira que se)am imporfanfes para o público, e
• Lidar COITI OS p€Y ffIIYI tOS 0 dÍSCuSsões do público. Este pode ser o ponto mais alto da
apresentação. No entanto, é preciso ter muito cuidado na escolha do momento e da
maneira como isso seró feito.

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Conclusão - Fale sofirc o que expos ao público.
Esta deve ser a parte mais consistente de sua apresentação e precisa:

• resumir as idrias e os objetivos principais;


• levar a uma ação a abraçar uma crença ou chegar a uma Conclusão; e
• retomar claramente a idéia ou a proposta da apresentação.
A organizaçã o da apresentaçã o será discutida mais detalhadamente no pró ximo
capítulo.

• Passo 6: Pratique a Apresentacã o


A preparaçã o da apresentaçã o só fica completa depois que você faz um ensaio. A
prá tica ajuda a alcançar o sucesso, mas nã o garante uma boa apresentaçã o se nã o
for planejada com eficiência ou for desorganizada.
A prática:

• dará a você mais autoconfiança e, como resultado, o pú blico estará mais


disposto a dar crédito ao tema de sua apresentaçã o;
• detectará imperfeiçõ es ou falhas no material;
• Vai familiarizá -lo com o material, de modo que as palavras certas fluam
espontaneamente;
• Permitirá que você use recursos visuais, de modo que fortaleçam e nã o
interfiram na apresentaçã o,
• Tornará mais fá cil antecipar as questõ es latentes, particularmente as que
possam incomodam.

Existem três métodos básicos de ensaiar a apresentação:


• falar em voz alta para si mesmo;
• Usar gravador, vídeo ou áudio; e
• fazer uma prévia para colaboradores, amigos OM ufá mesmo para alguns representantes
ÃO pÊbllCO da palestra programada.

• Passo 7: Prepare um Plano de Apoio


Preparar um plano de apoio é importante, porque a apresentaçã o pode nã o se
desenrolar como foi planejada. Existem coisas que você, como orador, nã o pode
controlar diretamente e que podem dar errado. Dependendo da apresentaçã o,
pode haver alguns entraves, tais como:

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• Profilrmas de recursos risuuis;
• Falha no equipamento óudio risflal;
• Ralha de energia,
• Indisposição pessoal;
• Interrupções inesperadas, e perda do raciocínio ou “ter um branco" durante a
apresentação.

Você nã o pode prever todos os problemas e nem deve tentar. O importante é


reconhecer que algo sério pode dar errado e você precisa ter uma saída. Nas piores
circunstâ ncias deve haver um plano de apoio pronto que te capacite a transmitir
sua mensagem ao pú blico O plano deve ter começo, meio e fim. Deve ser escrito e
estar disponível durante a apresentaçã o para ser usado como notas e se necessá rio,
lido.

Resumo da preparação

Cada um dos sete passos dá uma contribuiçã o especifica e nenhum deles deve ser
negligenciado.
Resumindo:

1. ÉStDbCleça os objetivos dD apresentaÇÓO. Estabeleça por que você está fazendo a


apresentaçã o e o que espera realizar.

2. Analise o público em termos de conhecimentos, atitudes e habilidades de agir. Lembre-


se disso quando organizar a apresentação.

3. Prrpurr um plano introdutório centrado nas idéias principais ou nos conceitos que
o público deve entender se o propósito é atingir objetivos.

4. Selecione o material para a apresentação seguindo o plano introdutório.


Prepare-se para justificar a inclusã o de cada item quanto aos objetivos.

5. Organize o material para o público de maneira lógica e eficaz, dando um reforço


espeCial à introdução e à conclusão.

6. Prepare a apresentação antes e enfrentar o público. Elimine da apresentação tudo o


que for excessivo, de modo que ela fique o mais leve possível.

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7. Prepare um plano de apoio para uma emergéYlCiO COSO O OpreSentação não fique de aCordo
com o que foi planejado.

Se seguir sistematicamente essas sete regras de preparação, você obterá os


seguintes resultados:

• Autoconfiança em alta.
• Redução de mais de 50% no tempo de apresentação.
• Redução de 20 % a $0% no tempo de preparo.
• Redução suhsfancial no numero e na complexidade dos recursos rislffils.
• Ampliação da boa receptividade do público.

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Como expor, pregar ou ensinar de modo que as
pessoas ouçam

O pregador ou ensinador é um comunicador. Pregar ou ensinar é comunicar.


Comunicar é falar de modo que as pessoas ouçam e entendam.
Para que cumpramos esta meta sã o necessá rias algumas observaçõ es:
• Reconhecer a importâ ncia do uso adequado da voz na pregaçã o da Palavra ou
na exposiçã o de algum tema;
• Saber usar bem a comunicação visual ou não verbal;
• Tomar cuidados em relaçã o ao uso dos componentes de comunicaçã o, tais
como o gesto, a apresentaçã o pessoal: roupa, corte de cabelo e etc, o uso do
microfone e outros.
O Uso Adequado da voz em apresentaçõ es
A voz é a possessã o mais preciosa que o comunicador seja ele professor, ou
pregador tem na comunicaçã o. A voz é o instrumento de trabalho dele e seu
principal veículo de comunicaçã o diante do pú blico. Algumas autoridades no
estudo da voz humana dizem que apenas cinco pessoas em cem (5%) nascem com
boas vozes. Talvez estas nã o tenham que lutar muito para tornar a voz eficiente e
adequada. Mas você poder perguntar: e nó s que nã o estamos naqueles cinco por
cento? Felizmente podemos lapidar a nossa voz e torná -la melhor e aceitá vel,
usando-a com eficiência, se seguirmos certas orientaçõ es.
Para isto é necessá rio um estudo sério de nossa parte sobre como estamos
utilizando este recurso fabuloso que temos.
A voz, que é o canal através do qual levamos a mensagem, é um meio e nã o
um fim em si mesma. Sabendo disso, o comunicador deve precaver-se contra
alguns sérios inimigos, como o orgulho, que o levará a busca de uma voz vaidosa
na apresentaçã o e o desleixo, que fará com que muitos daqueles que vã o ouvir a
sua mensagem sejam desestimulados pela descuidada apresentaçã o dos recursos
vocais dele. Vejamos alguns aspectos que nos ajudarã o no cultivo de uma boa voz,
para obtermos uma comunicaçã o mais persuasiva das idéias e sentimentos.

As características da boa voz


Uma boa voz é expressiva. Notamos com bastante freqü ência que os profissionais
que trabalham no rá dio especialmente têm como destaque uma excelente
expressã o. Suas vozes sã o os seus cartõ es de visita. Sã o reconhecidos onde quer

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que estejam devido a esta característica. Uma boa voz demonstra vitalidade,
energia, vigor. Os profissionais das rá dios FMs, locutores esportivos revelam
estas características e têm cativado ouvintes ao longo de anos. Uma boa voz tem
boa dicçã o. Isto indica que articula bem as palavras e fala com clareza. Uma boa
voz é agradá vel. A agradabilidade nã o tem a ver somente com a velocidade da
fala, mas também com o timbre e a tonalidade.

Uma boa voz é natural


Nã o tem coisa mais desagradá vel do que ficar ouvindo alguém que está usando
uma voz forçada. Até porque quando deixamos de usar a voz no modo natural
prejudicamos nosso aparelho da fala. Lembro-me dos humoristas que criam
personagens nos quais utilizam a voz de forma nã o natural e que têm sofrido
sérios problemas alguns dos quais recebendo até proibiçã o médica de imitar outras
vozes.
Uma boa voz tem o volume adequado
Nã o podemos gritar nem tã o pouco devemos murmurar. É preciso que utilizemos
um volume adequado, especialmente se usamos os recursos da amplificaçã o do
som.
Uma boa voz tem clareza e pureza de som
Uma boa voz tem velocidade certa. Estima-se que esta velocidade seja de 120 a 150
palavras por minuto. Devemos Ter o cuidado de não atropelarmos as palavras
com a rapidez da fala para que nã o dificultemos o entendimento de alguma
matéria, mas também torna-se necessário não deixamos que nossa voz se arraste
e se torne lenta demais, pois com certeza ele acabaria se tornando como uma canção
de ninar.

Fatores que Afetam nossa Voz


Nosso estado de saúde pode afetar a voz
Nã o estou nem pensando nos estados gripais que geram infecçõ es de garganta e
de faringe. Penso nas enxaquecas, estresses, hipertensã o, etc. A saú de deve ser
cuidada de modo que nã o percamos a capacidade de usar bem a nossa voz.
Nossa posição quando falamos afeta a voz
Normalmente ao longo dos anos acumulamos uma série de problemas de
postura e estes afetam a voz. Por exemplo, se vocô normalmente prega de terno
e gravata e nã o se posiciona bem ereto a pressã o da gravata o incomoda e sua
voz sofre afetaçõ es.
As nossas emoções afetam a voz

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O nervosismo, por exemplo, faz com que fiquemos com a boca seca e as vezes
sofremos desde pequenos engasgos até mesmo uma falta de voz temporá ria. O
mau uso da voz também prejudica a nossa fala. Gritar ou pregar num tom acima
do nosso normal acabam prejudicando o aparelho da fala com a famosa
rouquidão.

Elementos Técnicos do uso da Voz


Tenha uma respiraçã o adequada
Este tipo de atividade (a pregaçã o) exige que respiremos usando o nosso
diafragma. O diafragma é um mú sculo que separa a cavidade torá cica da
abdominal.

Relaxe bem os músculos do aparelho da voz


O relaxamento muscular como também o alongamento sã o excelentes exercícios
que devem ser realizados antes e depois da fala.
Idma dica: marque uma consulta com um fonoaudiólogo e peça orientações técnicas e
cspeci cas sobre a san condição pessoal
Procure esta ajuda de modo que além da prevençã o de futuros problemas ele te
ajude a explorar melhor e com mais técnica o potencial que sua voz tem.

Sugestões acerca do uso da voz


Nã o comece o sermã o ou apresentaçã o com todo o volume da voz que for capaz.
Varie sua voz quanto ao tom, força e velocidade. Nunca grite, nem berre em
qualquer que seja a circunstâ ncia. Evite deixar a voz cair nas ú ltimas sílabas das
oraçõ es gramaticais. O tom da sua voz deve ser tã o natural quanto numa conversa.
Em vez de elevar a voz, procure projetá -la abrindo bem a boca, articulando bem as
palavras. Aprenda a destacar as palavras importantes enfatizando-as através de
exercícios. De vez em quando ouça a sua pró pria voz com atitude crítica. Quando
pregar, nã o fique demasiadamente preocupado com a voz. Dê atençã o exclusiva à
sua mensagem. Se utilizar microfone mantenha a distâ ncia adequada. E se for
possível teste antes e module o mesmo a freqü ência de sua voz.

Mitos e Crendices da Voz


Mitologia Vocal significa um conjunto de consideraçõ es irilundadas que na sua
essência sã o incorretas e falsas. Compreende crenças que formam imagens vocais
erró neas e estereó tipos, sugerindo abordagens totalmente erradas.

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Algumas dessas crenças já estã o entre nó s há dezenas de anos, e isto
significa dizer que passam de pais para filhos, sempre acrescidas de mais
elementos. A voz e seus mú ltiplos usos ainda estã o regidos por algumas
crenças. Muitos acreditam que a voz cansada é coisa natural, normal, depois de
uso prolongado(locuçã o, canto) ou mesmo leve uso. Desta forma leva-se a
aceitar que os mú sculos laríngeos e faríngeos - muscu1os que produzem a voz -
se cansam e aceitam a rouquidã o, o cansaço vocal, as ardências e mesmo a perda
parcial da voz, como algo plenamente normal. Faz-se crer também que o uso
excessivo da voz acarreta problemas vocais como: voz cansada, rouquidão,
faringites e até.
Crer nisso é passar por cima do conhecimento científico, das pesquisas e das
técnicas vocais. Essas crenças populares não passam de mito. Isto mesmo: M-I-T-O!
A voz humana, quando bem empregada, nã o se cansa, nã o produz sintomas
negativos, nem requer esforços adicionais para falar. Seu uso excessivo, por si
mesmo, nã o acarreta problemas da voz; o que causa esses problemas é o uso
indevido e nã o respeito à s normas da higiene vocal(aspectos preventivos).
Qualquer circunstâ ncia onde a voz é usada abusivamente pode acarretar-lhe
problemas que tenderã o a agravar-se com o tempo. A voz bem definida (tom,
entonaçã o, ritmo) pode ser usada durante horas e horas, em jornadas profissionais,
sem prejuízos. Mas é bom atentarmos para o fato de que a saú de geral do
indivíduo também conta. O cansaço físico por si já acarreta o cansaço vocal.
Dentre as sugestõ es populares para “tratamento” da voz, destacamos
algumas que aparecem mais freqü entemente:
a) Gargarejo com folha ou fruta da romã
Sabe-se das propriedades anti-inflamató rias que essa planta possui, mesmo
assim limitadas, mas a sua açã o é sobre a faringe e jamais sobre a laringe - onde se
situam as cordas vocais.
b) Tomar mel no leite todos dias pela manhã, ao acordar
O mel contém variadas vitaminas e outros componentes que sabidamente
atuam no trato digestivo, mas sobre a voz ... desconhecemos a sua açã o.
c) Tomar chó preto, quente, com uma metade de limão, e ingeri-lo sem açúcar
O limã o é riquíssimo em vitamina C e o chã preto é digestivo; tomá -los
quentes tem como benefício apenas a açã o do calor, que é relaxante e anti-
inflamató rio. Mas, e a açã o sobre a voz? Mais uma vez, desconhecemos.
Vaporizações com folhDS de hortelã, massageTIS COITI DlCOOf COTtpOYãÓO Ilã ffãY ffOYI Íã, ÍTt
SÕES com 7 esus do mato, tomar complexos vitamínicos em doses concentradas,
gargarejos com vinagre, sol e limão associados....
Entendemos que esses métodos podem até funcionar como meros paliativos, mas
nunca como curativos. Podem ser ú teis durante períodos limitados. O grande
problema que eles causam é o “mascaramento” dos sintomas reais, e podem
impedir um diagnó stico preciso e, consequentemente, um tratamento correto. Eles
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nã o eliminam as causas que podem estar ligadas ao fato de uma vocalizaçã o
incorreta no uso da voz.
d) Outros mitos consistem em deixar de falar temporariamente ou limitar
sisfemuficameníe o período de Julus, trocar as ocupações profisslonais, fazer
permanente Erótica de relaxamento ou meditação{tipo joga, meditação
franscendental, regres5ôes psíquicas, ctc).
Algumas dessas sugestõ es merecem um toque de realidade, pois sã o
imaginárias quando aplicá veis á técnica vocal. Trocar de ocupaçã o profissional
para usar menos a voz pode até ser viá vel, mas significa fuga do problema
maior. Repouso vocal exagerado nã o é significativo nas terapias de voz.
Tranqü ilizantes nã o devem ser usados por tempo indefinido. E os relaxamentos,
apesar de ú teis, nã o devem ser usados como técnicas centralizadoras.
e) Hipuo//s///o
Elimina os problemas vocais em qualquer nível de grau ou lesã o. Segundo os
melhores autores da especialidade, a hipnose é ú til em transtornos psíquicos, mas
nada há escrito quanto à sua aplicaçã o na á rea da voz.
f) Falar com lópis ou pedrinhas na boca, para melhorar a articulação
As recentes descobertas na á rea de técnica vocal evocam a inteligência, a
capacidade de domínio da percepçã o, a ponto de fazer o indivíduo perceber-se
falando. Nã o sã o inteligentes tais métodos, porque valorizam apenas a boca e seus
componentes, desprezando os demais elementos que interferem diretamente na
produçã o da voz humana.

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A Comunicaçã o Visual: A comunicaçã o através
do corpo

E importante registrar que as pessoas nã o somente nos ouvem mas também


nos observam. Aliás observam muito mais do que nó s imaginamos e podemos
explorar essa curiosidade natural usando também uma boa comunicaçã o nã o
verbal. “O pregador precisa comunicar com o corpo todo, através dos gestos, da
pró pria postura ou posiçã o do corpo enquanto prega, da expressã o facial, do
contato com os olhos” e qualquer tipo de afetaçã o, ou há bito inconsciente que
possa prejudicar a comunicaçã o deve ser evitado. A linguagem verbal e a
linguagem corporal podem e devem trabalhar juntas para criar impressõ es
positivas e nã o negativas. Vejamos algumas dicas para melhorar a comunicaçã o.

Os gestos do preletor
Precisamos reconhecer que sã o importantes e aprender a usá -los nos momentos
certos. É impossível estabelecer regras para todos os indivíduos pois cada um tema
sua maneira singular de ser. A mensagem é que deve ser vista através dos gestos.

Vantagens no uso dos gestos


Os gestos ajudam a atrair a atençã o dos ouvintes. Cremos que os gestos ajudam a
atrair a atençã o dos nossos ouvintes. Eles também ajudam o preletor ou pregador a
vencer a tensã o. Cada um de nó s que compartilha com freqü ência a Palavra de
Deus sabe bem deste detalhe que é ficar tenso ao pregar especialmente se estamos
num auditó rio ou ambiente desconhecido, fato que gera uma expectativa maior.
Entre ficar congelado e gesticular a segunda escolha é mais ú til.

Os gestos ajudam a intensificar as emoçõ es do preletor


Experimentamos as mais diferentes emoçõ es ao compartilhar as tremendas
verdades e realidades da Palavra de Senhor. E se de fato somos impactados pela
mensagem que estamos compartilhando é natural que estas emoçõ es sejam
transmitidas também através de gestos. Você já viu uma criança pedir um
brinquedo sem estender a mã o e apontar para ele? Os gestos ajudam no
fortalecimento dos argumentos que estamos transmitindo. Se você está falando por
exemplo, de servir ao Senhor de todo o coraçã o é natural que você junte as duas
mã os traga-as até o peito na altura do coraçã o como quem quer retirá -lo e
depois estenda-as para frente como quem está entregando o coraçã o a
Jesus.

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Observações acerca dos gestos
OS nossos gesfos não devem ser exagerados quanto ao tipo e freqüência de movimento
O problema com a repetiçã o do mesmo gesto é que ele pode tornar-se um
elemento de afetaçã o na comunicaçã o e que pode desconcentrar nossos ouvintes ao
ponto de nã o ouvirem o que estamos ensinando com a linguagem verbal.

Além de serem ofensivos e desagradáveis gestos desta natureza só prejudicarão o


processo de comunicaçã o. Os gestos precisam ser coerentes com a fala. Esta é
uma tarefa que exige atençã o e pesquisa do pregador. Devemos unir o que está
sendo expresso através do corpo com o que estamos falando.

Os nossos gestos devem ser naturais e nunca artificiais


Isto vale para tudo o que fazemos na vida e no processo de comunicaçã o. Assim
como a voz os gestos também devem ser naturais. Nã o adianta você copiar
gestos de outros comunicadores, porque você gostou do impacto que eles
produziram no auditó rio ou até mesmo em você. Até porque sua comunidade,
caso você seja um pregador, já conhece, devido ao convívio cotidiano, a maioria
dos gestos que você utiliza e saberã se vocé está gesticulando com naturalidade
ou nã o. Ao gesticular devemos aprender a usar o corpo todo como também
variar os gestos. Um bom recurso para observar o seu desempenho na
comunicaçã o através do corpo é gravar em vídeo os cultos onde você tem
pregado e depois assista e anote os gestos, a freqü ência e a variaçã o.

Aparê ncia pessoal


A aparência pessoal é a primeira coisa que as pessoas vêem. Ela informa o quanto você
está confiante e como devem tratá -lo. Se você na o tiver suficiente respeito por si
mesmo para se portar e se vestir apropriadamente, as outras pessoas podem sentir que
você nã o merece respeito.

Postura da apresentaçã o
A postura é o canal para comunicar a sua imagem. Postura muito formal transmite
nervosismo, enquanto a postura muito solta comunica pieguice e descuido. Ficar
com as costas e o pescoço curvados demonstra falta de coriliança e pouca auto-
estima. Desenvolver há bitos de boa postura melhorará sua imagem na
apresentaçã o e a maneira como você se sente consigo mesmo. Sentar-se ereto
em vez de afundar na cadeira pode colaborar para que você se sinta mais
importante e ajuda a transformar sentimentos negativos em positivos. Para
desenvolver e manter bons há bitos de postura, você deve condicionar seu
subconsciente apropriadamente, visualizando e praticando conscientemente
bons há bitos de
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postura. Uma das melhores técnicas para conhecer a postura é gravar seu
desempenho em vídeo. Primeiro, observe como você fica de pé e como se senta.
Para ter uma boa postura de pé, fique em pé com os ombros para trá s e o estõ mago
para dentro. Para ter uma boa postura sentado, é importante sentar-se bem
pró ximo ao encosto. Suas costas ficarã o automaticamente eretas.

Roupas para a apresentaçã o


O traje usado na apresentaçã o é especial, porque ele pode fortalecer
poderosamente sua presença física. Uma aparência discreta de homem de negó cios
ajudará imensamente a dar credibilidade a sua mensagem. A encolha de roupas
de qualidade inferior, aceitá veis no ambiente de trabalho, pode ser inadequada
para o pú blico. Os có digos de vestuário diferem de indú stria para indú stria e de
profissã o para profissã o. Você deve estar consciente desses padrõ es e vestir-se de
acordo.

Enfatizar a qualidade
Há muito a ser dito quanto a estilo de roupas cores, modelos e tecidos, porém o
mais importante a ser lembrado é a qualidade. Um traje formal com qualidade
superior passa uma imagem de corifiança e status.

Normas para a roupa


Você deve sempre planejar primeiro o objetivo da apresentaçã o e com ele em
mente, encolher a roupa que usará na apresentaçã o seguindo essas normas:
Para homens
Terno
• Vista roupas leves no verão.
• Cores escuras sã o as melhores: azul-marinho, marrom-escuro e preto. Cinza é
aceitá vel.
• Risca de giz é aceitá vel na maioria das ocasiõ es e requisitada em outras.
• Coletes nã o sã o recomendá veis porque restringem bastante a respiraçã o e os
movimentos.
• Deixe o terno abotoado, a menos que esteja sentado.

Camisas
• Tecidos de algodã o e mistura de algodã o sã o as melhores.
• Recomenda-se camisa branca, exceto quando for aparecer diante de estudios de
televisã o e filmagem de vídeo.
• Recomenda-se cores uniformes, mas as listras sã o aceitá veis.
• Exigem-se mangas compridas e colarinho abotoado.

ESUTES - Escola Superior de Teologia do ES 18


Gravatas
• As de seda lisas ou com padrõ es firmes e simples sã o as melhores.
• As cores tradicionais são mais recomendadas.
Jóias
• Reló gio e anel sã o bem aceitos.
• Crachá s sã o aceitá veis.
• Evite qualquer coisa que chame a atençã o.
Sapatos
• Recomenda-se o uso de sapatos pretos com estilo tradicional.
• Devem estar engraxados e em excelente estado.

Cabelo
• Deve ser curto

Para Mulheres
Conjuntos
• Sã o perfeitamente aceitá veis. Seda e algodã o sã o excelentes. Um bom corte e o
caimento sã o importantes.
• Saia de linho deve ser tradicional. E recomendá vel que o comprimento da
roupa em uma palestra seja no joelho.
• Use cores tradicionais.

Blusas
• A melhor escolha recai sobre o algodã o e a seda.
• Os modelos e as cores devem ser tradicionais.
• Franzidos e laços sã o aceitá veis, mas nã o em exagero.

Vestidos
• Use algodã o, lã e seda.
• As cores e os estilos devem ser tradicionais.

• Nã o se admite o uso de modelos ousados e decotes exagerados.

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Echarpes
• São opcionais.
• Echarpes com desenhos sã o boas, e lenços ou xales de seda sã o ó timas
alternativas.

Calças
• Tons neutros e escuros sã o os melhores.
• Modelos e texturas sã o aceitá veis, mas sem exagero.

Sapatos
• Use sapatos de ponta fechada e com pelo menos um pequeno salto. Que sejam
tradicionais combinem com sua roupa.
• Evite botas e dedos à mostra.

Cabelo
• Quase Todos os estilos e comprimentos cairã o bem. Seja moderada e evite
qualquer estilo exagerado.
• Mantenha-o puxado para trá s, longe do rosto e principalmente dos olhos.
• Se o cabelo for tingido deve ser com cores mais tradicionais, combinando com a
cor da pele e com
manutençã o constante.

Jó ias
• As pérolas sã o divinas, mas os diamantes devem ficar em casa.
• Seja simples e evite brincos pendentes e colares compridos.

Maquiagem
• E uma necessidade, mas nã o deve ser exagerada. Use sempre sombra clara.
• Muito pesada é necessá ria em apresentaçõ es de filme e vídeo.

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Utilizando recursos visuais
Com recursos visuais, até mesmo os melhores oradores podem aprimorar a
apresentaçã o. Pesquisa realizada pela Universidade de Minnesota e pela 3M
Corporation conclui que é 43% maior a probabilidade de os apresentadores
persuadirem a audiência quando são utilizados recursos visuais. O USO moderado
e habilidoso dos recursos visuais pode dar tal brilho a uma apresentaçã o que nenhum
discurso suplementar seria capaz. Um recurso visual é elaborado para dar suporte a
uma apresentação, realizando uma função específica Ele não é muleta ou
substituto da apresentaçã o em si.

Quando usar os recursos visuais


Recursos visuais podem ser usados em qualquer momento de uma apresentação
para ajudar no sucesso da mensagem. Eles podem ser usados da seguinte maneira:

• Na abertura, para afPfilF D DtCnção, despertar interesse e mostrar ao público o que será
apresentado.
• No corpo da apresentação para dar subsídios ao público e reforçar os ponfos em que o
interesse da platéia diminui.
• Na conclusão, para fazer elo com a abertura, reforçar a memória, resumir sua
D p Y€'S0il ta Çt1O e u riir snos idéiae.

Tipos de recursos visuais


A escolha do recurso visual mais adequado para suas apresentaçõ es deve se
basear na quantidade de pú blico, no tipo de informaçã o a ser apresentada
visualmente e na sala de equipamento disponíveis. Os diferentes tipos de
recursos visuais sã o:
• hip chart.
• Retroprojetor.
• Slides de 3S mm.
• filme.
• Monitores de vídeo.
• Projeções.
• Amostras maquetes e apoios.
• folhetos.
Flip chart
É recurso visual mais eficiente para um pú blico de até 25 pessoas, e uma mídia
excelente para apresentar textos simples ou gráficos. Ao planejar seus quadros,

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pense nas palavras-chave. A platéia vé a palavra-chave ou frase, e você explica. O
quadro usado para explicar as palavras-chave poderia srr dessa maneira:
Ensinar
fortalecer
Fascinar
Motivar

Se você preferir, ou se a apresentaçã o assim exigir, use sentenças completas, mas


seja coerente e mantenha um estilo só . Se você usar uma sentença no primeiro
item de um quadro, faça o mesmo nos outros itens. Veja como:
fazendo afirmações inteligentes

faça com que as palavras tenham importância


dorme sentenças simples
Mantenha a mensagem clara

Para uma boa fixaçã o é importante qua as sentenças estejam pré-escritas no flip
chart. Prepare seus quadros antecipadamente para dar tempo a uma organização
e a um plano adequados. Isso nã o significa que nã o deva escrever nos quadros
durante a apresentaçã o; muito pelo contrá rio! Aliã s as pesquisas indicam que a
retençã o e maior se o quadro nã o estiver pronto antecipadamente. Completar ou
acrescentar algo por escrito durante a apresentação dá um ar de espontaneidade,
e ver o apresentador criando o visual tem um significado especial para o pú blico.
É uma expressã o sua e de sua personalidade e nã o urna informaçã o pré
empacotada ou apresentaçã o "enlatada”.

Retroprojetor

O retroprojetor de transparências é ú til para apresentar materiais para 50 pessoas


ou menos. É necessá rio equipamento especializado para produzir transparências, o
que se consegue hoje em dia, com a maioria das copiadoras. O retroprojetor, como
qualquer outra peça de equipamento, requer a seguinte preparaçã o de apre-
sentaçã o e organizaçã o:
• Familiaridade com os controles e operação do equipamento.
• CheCagem para conferir se o equipamento estó instalado e operando apropriadamente.
• CheCagem para ter urna peça sobressalente à mão.

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*Checagem final para assegurar que o projetos esteja em foco e pronto para operar quando
VOCê quiser.
Quando se usa retroprojetor, é tentador começar e finalizar a apresentação
com um recurso visual, mas isso pode distanciá -lo de seu pú blico. Ele estará
olhando para o material em vez de lhe dar completa atençã o. Você deve fazer
uma pausa depois de usar o retroprojetor ou outro recurso visual. Deixe
pú blico absorver á informaçã o antes de falar sobre ela.
Quando discutir grá ficos afaste-se do retroprojetor e fale perto da tela, mas
nã o esqueça de olhar para o pú blico.
Quando apontar para uma parte da informaçã o na tela, use algum instrumento
indicador, como um bastonete ou uma caneta fina ou qualquer outro tipo de
instrumento para colocar diretamente na transparência. Indicar a tela da
transparência com um dos dedos faz com que você ou sua mã o fiquem na frente
da lâ mpada de projeçã o, bloqueando a maior parte da imagem que aparece na
tela.

Slides fotográficos coloridos (35 mm)

Os slides coloridos sã o muito eficientes para um pú blico de dez a centenas de


pessoas. Sã o meios excelentes pois apresentam imagens de boa qualidade de
pessoas, lugares, objetos e acontecimentos. No entanto, sã o necessá rios um bom
projetor e uma execuçã o cuidadosa para produzir resultados de alta qualidade.
Dos slides se exige mais profissionalismo do que dó s quadros ou transparências
de retroprojetor, e os apresentadores costumam usa-los só quando têm acesso a
material de qualidade. A principal desvantagem do slide é a necessidade de
escurecer o ambiente. Isso interrompe a continuidade da apresentaçã o e leva o A
principal vantagem de usar slides é que eles sã o simples de apresentar. Porém,
sabemos que se trata de uma material elétrico e por isso pode falhar, esteja
preparado para continuar sem ele caso aconteça um imprevisto.

Filme, monitores de vídeo e televisão

O filme e o vídeo sã o bons recursos para certos, tipos de apresentaçã o Os filmes


e a televisã o podem ser mostrados para uma platéia grande ou pequena. Os
monitores de vídeo sã o ú teis para até 25 pessoas por monitor. O filme e o vídeo
estã o ali para dar suporte à sua apresentaçã o e nã o para a platéia se apossar
dela. Faça sempre a checagem do equipamento para ter certeza de que tudo foi
preparado adequadamente.

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Folhetos

Distribuir informaçã o sobre a apresentaçã o ao pú blico dá auxilio


visual e ajuda a guardar na memó ria. Os folhetos devem ser
claros e ordenados refletindo a qualidade da apresentaçã o.
Os tipos bá sicos de folheto são:
• Os que ajudam o pú blico a seguir a apresentaçã o, tais como esboços, modelos
e diagramas. Eles devem ser distribuídos de imediato.
• Os que apresentam tarefas, nas quais os membros do grupo podem fazer
exercício, teste, jogar e etc.
• Os que servem para aprendizado contínuo tais como os textos da
apresentaçã o, os destaques, as citaçõ es, etc.
Tenha cuidado para o folheto nã o dispersar a atençã o dos ouvintes, e para que
ele nã o se torne um concorrente seu na sua apresentaçã o, pois o ideal sempre é que
as atençõ es estejam voltadas para o preletor.
O teste final para saber que recurso visual utilizar é o seguinte:
- O recurso visual que você vai utilizar é do tamanho apropriado para esse grupo?
- A sala onde você fará a apresentaçã o acomodará bem esse recurso visual?

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A Postura do Preletor

Nó s dizemos muito pelo jeito como nos posicionamos e como agimos antes
mesmo de abrirmos nossas bocas. O modo como levantamos, caminhamos, a
posiçã o que assumimos ao falar é tã o comunicativo quanto a convicçã o com que
proclamamos. As primeiras impressõ es já foram comunicadas antes mesmo das
primeiras palavras serem enunciadas. E por incrível que pareça alguns ouvintes já
decidiram se vã o nos ouvir de fato ou nã o. Você crê que isso ocorre? Independente
do que você pensa sobre isso que dizer que ocorre com muita mais freqü ência do
que nos imaginamos.

O primeiro desafio: caminhar para o pú lpito


Seja na igreja ou nos ambientes onde for convidado a pregar ou fazer uma
preleçã o, você sempre enfrenta este desafio. Seja sempre seguro ao caminhar, pois
é bem prová vel que você já esteja sendo observado desde este momento. Olhe
antes para o trajeto que você tem de fazer até a plataforma a fim de evitar
acidentes. Tome cuidados em relaçã o a cabos de microfones esticados pelo piso,
tapetes, degraus, piso escorregadio, caixas de retorno colocadas geralmente no
piso, elementos decorativos como vasos, pequenas jardineiras, etc. Nã o demonstre
insegurança ou medo ao caminhar. Lembre você é apenas o pregador convidado e
nã o um criminoso que está sendo levado para a forca.
O segundo desafio: sentar-se na plataforma
Mantenha-se numa posiçã o ereta, mas sem estar muito rígido. Mantenha os dois
pés no chã o pelo menos a maior parte do tempo pois assim você descansa as
pernas e facilita a circulaçã o sangü ínea. É muito comum uma pessoa que esteve
sentada durante um bom tempo numa posiçã o inadequada ter dificuldades e
dormência nas pernas ao levantar-se abruptamente para pregar. Lembre-se que
você também está cultuando e evite as conversas no pú lpito pois elas indicam
irreverência. Seja um participante interessado em tudo o que se passa no culto.
Nã o demonstre sinais de ansiedade e tensã o como ficar esfregando as mã os(no
calor) e evite a tentaçã o de beber aquele copo de á gua que geralmente é
colocado no pú lpito antes mesmo de começar a falar. Se você nã o estiver orando
nã o adianta nada ficar de cabeça baixa e olhos fechados durante os momentos que
antecedem à sua fala. Aliá s, creio que você deve orar sim, mas antes de estar na
plataforma. Aproveite estes momentos para estabelecer um contato visual com os
seus futuros ouvintes. Procure olhar para cada local específico do auditó rio, para a
nave, a galeria e também o coro.

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O terceiro desafio: o púlpito
Procure caminhar até o pú lpito ou até á frente da platéia com naturalidade.
Evite correr ou andar devagar demais. Nã o seja relaxado e nem aja com
nervosismo. Evite agir como aquela famosa ave emplumada também conhecida
como pavã o que deixa sempre a impressã o de altivez e orgulho. Tome o lugar
com calma e naturalidade dê uma pausa antes de começar a falar. Olhe bem para
o auditó rio. Agradeça pelo convite e pela oportunidade e jamais prometa algo
que você nã o vai cumprir como, por exemplo: fiquem tranqü ilos prometo que
vou ser breve!

O quarto desafio: o que fazer enquanto falamos ou pregamos?


Mantenha o seu corpo numa posiçã o ereta e natural, pois dependendo do tempo
em que você fala o cansaço por ficar de pé será logo um companheiro. Equilibre o
peso do seu corpo sobre os dois pés e procure alternar colocando um pé um pouco
atrá s do outro e mantenha as pernas entreabertas. Nã o deixe os joelhos muito
rígidos porque isto aumenta a tensã o do corpo. Os ombros e a cabeça também
precisam estar posicionados de modo natural. Você pode ligeiramente apoiar uma
das mã os no pú lpito, mas evite debruçar-se sobre ele. Se nã o estiver usando o
pú lpito movimente-se para os lados como quem caminha devagar.

Erros na postura
Queremos mencionar alguns erros freqü entes de postura entre
preletores: l- Aquele que parece um goleiro, com muito espaço entre as
pernas.
2- Aquele que é muito rígido e parece um soldado prestando continência ou
aguardando a inspeçã o do comandante.
3- Aquele que parece ser um lutador de boxe, com as mã os fechadas e girando os
braços no ar.
4- Aquele que demonstra estar muito tenso e está sempre mexendo com alguma
coisa, como a Bíblia ou a gravata, ou coloca a mã o dentro do bolso.
5- Aquele que balança enquanto prega.
6- Aquele que parece que vai voar.
7- Aquele que está sempre batendo a Bíblia no pú lpito.
8- Aquele que cai sobre o pú lpito(desengonçado).
9- Aquele que é semelhante a um tigre na jaula.33

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A expressão facial
A fisionomia é o espelho interior do ser humano. Quando temos a
possibilidade de olhar bem nos olhos de uma pessoa dificilmente ela consegue
esconder alguma coisa de nó s. O rosto e suas expressõ es mostram nossas
emoçõ es e o nosso estado físico. As conclusõ es de uma pesquisa revelam que
quando alguém comunica, apenas 7% da totalidade da comunicaçã o é feito por
palavras, enquanto 38% é pelo uso da voz, com sua expressividade e tonalidade, e
55% é através da fisionomia. A fisionomia e a linguagem corporal sã o
fundamentais na comunicaçã o.
Você pode até nã o concordar com esses dados pesquisados e eu infelizmente
nã o consegui a fonte. Mas uma coisa nó s bem sabemos é que a expressã o facial ó
um ingrediente que nos ajuda tanto quando falamos quanto quando ouvimos
alguém falar. Hoje, por exemplo, nos telejornais há uma preocupaçã o na
construçã o de cená rios ou estudios cada vez mais sofisticados mas um detalhe
continua recebendo atençã o central os rostos dos apresentadores sã o enquadrados
e as expressõ es sã o destacadas. Todo trabalho de direçã o, produçã o, maquiagem,
iluminaçã o giram em torno do objetivo que transmitir além da notícia também a
emoçã o: seja alegria da vitó ria, a dor de uma perda, ou a indignaçã o de uma
injustiça.
Vale salientar que existem alguns extremos que precisamos evitar nesta
tarefa de comunicar também com as expressõ es faciais como, por exemplo, nã o
demonstrar qualquer emoçã o. O pregador pode estar falando sobre a mais
profunda tristeza ou alegria, mas a fisionomia nã o expressa nada. Nã o
corresponder na fisionomia ao que se está comunicando. Um exemplo disso
pode ser alguém que está pregando sobre sofrimento, dor, afliçã o, ou mesmo o
inferno, mas com um sorriso no rosto. Você e eu precisamos estudar um pouco
mais esta questã o e um bom exercício é pregar o sermã o ou parte dele de frente
a um espelho para que percebamos as expressõ es que fazemos quando tocamos
em alguns assuntos.
Eis algumas sugestõ es: nã o franza a testa nem coloque no rosto uma expressã o
severa e rígida demais. Nã o fique fazendo canetas. Nã o fique sempre sorrindo(mas
nã o se esqueça do valor de um sorriso quando é bem natural e oportuno). Seja
natural em todas as suas expressõ es faciais. Procure ter expressõ es faciais
oportunas, de acordo com o conteú do da mensagem que está comunicando.
Procure variar a expressã o facial. Esboce um sorriso de vez em quando, pois é
muito agradá vel.

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O contato com os olhos
É claro que os olhos fazem parte do conjunto do rosto. Mas eles sã o
fundamentais na comunicaçã o e o contato com os olhos é um item essencial no
uso da preleçã o e na pregação de um sermão. Os olhos demonstram as emoçõ es e
não só quando eles estã o lacrimejando. Eles brilham, dilatam, revelam interesse e
atençã o, concordam, discordam. Quantas vezes o seu pai falou tudo o que queria
somente através de um olhar penetrante? E você entendeu o recado
especialmente quando era uma reprovaçã o de suas atitudes. Através dos olhos
podemos perceber quando há rejeiçã o ou condenaçã o, quando há resistência ou
rebeldia, quando há reprovaçã o ou aceitaçã o.
Assim os nossos olhos devem fazer constantemente contatos:
a) com a Bíblia(no caso de estarmos usando uma). Segure a Bíblia em uma das
mã os a fazer a leitura e assim mantenha também um contato visual com a
congregação.
b) olhe para os seus ouvintes e estabeleça um bom contato. Este contato deve
ser intenso e direto, segurando a atençã o dos ouvintes.
c) olhe para o esboço se você utiliza este recurso. Lembre-se de olhar para as
diferentes partes do auditó rio e nã o fique olhando para o foro, os lustres, as
colunas, os instrumentos musicais. Você está falando a pessoas e as pessoas
quando conversam gostam de olhar e serem olhadas.

Afetações ou maus hábitos


As afetaçõ es na comunicaçã o sã o alguns maus costumes que, muitas vezes
inconscientes, precisam ser descobertas e corrigidas. Eis alguns exemplos de coisas
que um orador de qualidade jamais deve fazer:

1. NÃO LE VINTE, NEM ABAIXE DEMAIS A VOZ.

2. NÃ O SEJA MONÓTONO, S VARiE DE TOM.

S. NÃO ELOGIE A SI ME SMO.

6. NÃ O CANSE OS OUVINTE S COM SEGIÕES LONGOS.

ESUTES - Escola Superior de Teologia do ES 28


7. NÃ O SE AfASTE DO TEXTO E DO TETO.

8. NÃO C 4AE OS OLHOS NO CHÃO OM NO TETO.

10. NAO JQME R/GADO Otl IMÓ VEL, COMO MMA E S TÃ TtIA.

12. NÃ O COLOQUE AS KAOS NF CINTURA E NOS BOLSOS.

13. NÃ O -JQME A8OTOANDO E DESABOTOANDO O PALETÓ.

14. NÃ O COMECE CMDI -TSE TOS SINDO.

15. NÃO FIQUE O TEMPO TODO COM O DEDO INDICADOR EM fORMA


ACMSADORA.

16. NÃ O DÉ S OCOS NA PESO OM PMLPJTO.

17. NÃO EUGENE EM TUA R E COLOCAR OS ÓCMLOS.

19. NÃO JOGtJE A B/BUS SOBRE O PtJLPJTO.

20. NÃO fJQtJE RLJSUNDO O CABELO.

21. NÃO fJQtJE OLHANDO O RELÓGIO TODO O TEMPO.

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Cuidados Com os Componentes da Comunicação

Se procuramos, como devemos, estudar mais acerca do processo de


comunicaçã o descobriremos um sem nú mero de temas e subtemas que merecem
nossa atençã o. No entanto, pensando na comunicaçã o nos templos e auditó rios que
normalmente usamos quero destacar alguns componentes que podem ajudar ou
atrapalhar o processo da transmissã o do Evangelho. Minha sugestã o é que vocé ao
identificar estas dificuldades em sua igreja e ministério tome as devidas
providências para vencê-las e assim tenha um ambiente físico e técnico propício
para a fala e a compreensã o das Escrituras.

Acú stica , ruídos, retorno, auditó rio


Você precisa ter uma avaliaçã o clara do potencial acú stico do local onde você
prega. Minha sugestã o é que você convide uma empresa especializada em
sonorizaçã o de igrejas para que lhe ajude nesta tarefa de avaliaçã o acú stica. Nó s
temos transitado entre dois problemas graves em relaçã o à acú stica. Templos mal
projetados e que tem péssima qualidade acú stica onde os curiosos tentam
compensar esta deficiência estrutural promovendo uma verdadeira poluiçã o
sonora. Gasta-se mais do que o necessá rio e a qualidade do som continua terrível.
Templos bem projetados mas que com o crescimento das cidades e da poluiçã o
sonora precisam de ajustes como revestimentos acú sticos e algumas alteraçõ es
simples que rendem em excelente resultado.
Ao promover uma melhora na sonorizaçã o ambiente procure ter uma caixa de
retorno bem pró xima para que você ouça a sua pró pria voz e tenha o controle do
volume. Leve em consideraçã o a disposiçã o de seu auditó rio e lembre-se que todos
precisam ouvir. Nã o podemos permitir que a sonorizaçã o privilegie apenas os
cinco primeiros bancos do auditó rio e conseqü entemente quem estava mais
pró ximo ao preletor. Sonorize os diversos setores como galeria, hall, as laterais, a
frente e o fundo do salã o. Cada detalhe deve ser observado e as providências nã o
podem ser adiadas.

O uso dos microfones


Este é um problema que traz dificuldades terríveis para o preletor. A sugestã o é
que se tenha um canal só para o microfone da tribuna. Assim em conversa com os
operadores de som estabeleça uma regulagem que melhor se adeqü e a sua voz. Se
for usar microfones sem fio ou de lapela tome os cuidados específicos. Nunca grite
ao usar o microfone, pois ele existe exatamente para amplificar o som de sua voz.
Geralmente ocorrem as microfonias ora por falhas na operaçã o, ora por falhas no

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uso, ou por causa de equipamentos de péssima qualidade. Equipamentos na á rea
de sonorização não são muito baratos, mas são extremamente ú teis.

A iluminação do ambiente
Você acha que as pessoas véem o seu rosto quando você prega? Eu desconfio
que nã o, porque via de regra, as nossas igrejas sã o mal iluminadas. Na opiniã o do
Dr. Rick Warren “a iluminaçã o tem um efeito profundo no humor das pessoas.
Uma iluminaçã o inadequada põ e para baixo o espírito do culto. Sombras no
rosto do pregador fazem com que o impacto da mensagem seja reduzido”. Você
perceberá as mudanças à medida em que a iluminaçã o de fato começar a revelar
os rostos, as emoçõ es, os detalhes. Um prédio bem iluminado cria uma boa
expectativa no seu ouvinte assim como um ambiente mal iluminado pode ató
deprimi-lo.

O uso dos recursos audiovisuais


Usar ou nã o os recursos audiovisuais como: banners, telõ es, projetores,
retroprojetores, vídeo, datashow, informá tica nã o é só uma questã o de recursos
financeiros. É antes uma questã o de reconhecer que a comunicaçã o do
Evangelho pode ser feita com mais eficá cia e propriedade. Imagine que ao invó s
de gastar alguns minutos tentando descrever a fome, a miséria e a violência nó s
podemos criar um impacto muito maior em poucos segundos usando uma
imagem projetada ou num vídeo. Por outro lado, é necessário coerência porque se
você fala a um auditó rio de 50 pessoas nã o precisa usar um telã o. Mas também
nã o adiantaria muita coisa usar um vídeo numa televisã o de 20 polegadas se
você estiver pregando num giná sio para 3 mil pessoas.

Como usar o Microfone

Seria difícil imaginar os dias de hoje sem a presença do microfone. Sua utilidade
é incontestá vel. Ele permite que a comunicaçã o do orador seja mais natural e
espontâ nea, possibilitando falar a grandes platéias da mesma forma como se
conversa com uma ou duas pessoas. Mesmo possuindo todas essas qualidades, o
microfone, muitas vezes, é visto como um terrível inimigo, chegando a provocar
pã nico em determinados oradores, principalmente naqueles menos habituados
com a tribuna. Isso ocorre por nã o se observar certos procedimentos elementares,
mas de capital importâ ncia a uma boa apresentaçã o. Vejamos, de forma resumida,
o que deve ser feito para o bom uso do microfone:

Microfone de lapela
Este tipo de microfone praticamente nã o apresenta grandes problemas quanto à
sua utilizaçã o; ele é preso na roupa por uma presilha tipo "jacaré", de fá cil
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manuseio. É muito ú til quando se pretende liberdade de movimentos na tribuna.
Para usá-lo bem, basta atentar aos itens que passaremos a comentar.
a. Ao colocá -lo na lapela, na gravata ou na blusa, procure deixá -lo na altura da
parte superior do peito, pois ele possui boa sensibilidade e a essa distâ ncia
poderá captar a voz com perfeiçã o.
b. Enquanto estiver falando, nã o mexa no fio. É comum observar oradores
segurando, enrolando, ou torcendo o fio do microfone. Já presenciamos casos
que se mostraram có micos; em um deles, sem perceber, o orador começou a
enrolar o fio do microfone e, quando chegou ao final da apresentaçã o, assustou-
se ao verificar que esta com mais de dois metros de fio nas mã os.
c. Outra precauçã o importante a ser tomada ao usar o microfone de lapela é a
de nã o bater as mã os ou tocar no peito com força, pró ximo ao microfone,
enquanto estiver falando, porque esses ruídos também sã o ampliados,
prejudicando a concentraçã o e o entendimento dos ouvintes.
d. É perigoso fazer comentá rios alheios ao assunto tratado de qualquer
microfone, porque sempre poderã o ser ouvidos. No caso do microfone de lapela
o problema passa a ser muito mais grave por causa da sua alta sensibilidade. Ele
permite captar ruídos a uma considerá vel distâ ncia. Isto sem conta que, preso na
roupa, sempre o acompanhará.

Microfone de pedestal
Este tipo de microfone exige maiores cuidados para sua melhor utilizaçã o. É um
microfone mais comum e encontrá vel na maioria dos auditó rios. Veja agora o que
deverá fazer para evitar problemas e melhorar as condiçõ es de sua apresentaçã o.
a. Inicialmente verifique como funciona o mecanismo da haste onde o microfone
se sustenta e se existe regulagem na parte superior onde ele é fixado. Treine esses
movimentos, abaixando e levantando vá rias vezes a haste, observando
atentamente todas as suas peculiaridades. Evidentemente essa tarefa deverá ser
realizada bem antes do momento de se apresentar, de preferência sem a presença
de nenhum ouvinte. Se isto nã o for possível, verifique a atuaçã o dos outros
oradores mais habituados com o local e como se comportam com o microfone que
irá usar.
b. Já familiarizado com o mecanismo de regulagem da altura, teste a
sensibilidade do microfone para saber a que distâ ncia deverá falar. Normalmente a
distâ ncia indicada é de dez a quinze centímetros, mas cada microfone possui
características distintas e é prudente conhecê -las antecipadamente. Se durante o
teste estiver acompanhado de um amigo ou conhecido, peça que ele fique no fundo
da sala e diga qual a melhor distâ ncia e qual a altura ideal da sua voz.
c. Ao acertar a altura do microfone, procure nã o deixar na frente do rosto,
permitindo que o auditó rio veja o seu semblante. Deixe-o a um ou dois centímetros
abaixo do queixo.
d. Ao falar, nã o segure na haste e fale sempre olhando sobre o microfone; dessa
forma o jato da voz será sempre captado: assim, quando falar com as pessoas

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localizadas nas extremidades da sala, ou sentadas à mesa que dirige a reuniã o,
normalmente posicionada no sentido lateral, gire o corpo de tal maneira que
possa sempre continuar falando com os olhos sobre o microfone.
e. Fale, nã o grite, isso mesmo, aja como se estivesse conversando com um
pequeno grupo de amigos. Isso nã o quer dizer que deverá falar baixinho, sem
energia; ao contrário, transmita sua mensagem animadamente, com vibração, mas
sem gritar.
f. Se for preciso segurar o microfone com a mã o para se movimentar na
tribuna, o cuidado com o jato de voz deverá ser o mesmo; nesse caso nã o
movimente a mã o que segura o microfone e deixe-o sempre à mesma distâ ncia.

Microfone de mesa
O microfone de mesa requer os mesmo cuidados já mencionados, com a
diferença de normalmente ser apoiado sobre uma haste flexível. Ao acertar a altura
nã o vacile, faça-o com firmeza e só comece a falar quando tiver posicionado da
maneira desejada.
Se lhe oferecerem um microfone no momento de falar, antes de aceitar ou
recusar, analise algumas condiçõ es do ambiente. Se os outros falaram sem
microfone e se a sala nã o for muito ampla e permitir que a voz chegue até os
ú ltimos ouvinte, sem dificuldade, poderá recusá -lo. Se alguns oradores se
apresentaram valendo-se do microfone, ou se sentir que o tamanho da sala e a
acú stica impedirã o sua voz de chegar bem até os ú ltimos elementos da platéia,
aceite-o.
Se o microfone apresentar problemas e você perceber que eles persistirã o,
desligue-o e fale sem microfone. Nã o peça opiniã o a ninguém sobre essa atitude. A
apresentaçã o é sua e você é o responsá vel pelo seu bom desempenho. O microfone
deve ajudar a exposiçã o. Se, ao contrá rio, atrapalhar, é preferível ficar sem ele.

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Controlando a sessão de perguntas e respostas
Controlar perguntas é parte importante do discurso de apresentaçã o porque o
pú blico continua a julga-lo pela parte da palestra dedicada a elas. A platéia
acredita que responde a perguntas requer espontaneidade de sua parte e é a
oportunidade de vé-lo verdadeiramente em açã o Se você planeja oferecer uma
sessã o de perguntas e respostas, informe isso a platéia antecipadamente. Quando
responder às perguntas seja polido e siga essas diretrizes:
• Escute a pergunta e se dê um tempo para pensar.
• Agradeça a pergunta e certifique-se de que a entendeu.
• Certifique-se de que a pergunta foi respondida satisfatoriamente.

• Quando possível dê respostas mais completas, mais do que um simples sim


ou nã o.
• Nã o responda a uma pergunta com outra.

Respondendo a perguntas difíceis

A maioria das perguntas é direta e nã o tem estratégia. Elas podem ser


respondidas de modo simples e direto, mas há algumas que sã o como armadilhas e
aparecem com mais freqü ência, de modo que você precisa reconheci-las e saber
maneja-las.
O "Nã o sei" - É a pergunta a que você desejaria poder responder. A melhor
resposta é ser honesto e responder "Nã o sei, mas descobrirei a informaçã o e darei a
resposta". Se a pergunta estiver fora de sua á rea de especializaçã o, você deve dizer
isso.

Pergunta carregada - A pergunta de confronto que contém linguagem negativa ou


altamente provocativa (trapaça no preço, ou enganar o pú blico, etc.). A melhor
resposta é falar pouco. Nunca repita a pergunta usando a mesma linguagem
negativa. Sua resposta poderia ser: "Discordo profundamente" e jamais usaria
essas palavras”.
Pergunta hipotética - Algumas perguntas descrevem circunstâ ncias e o convidam a
especular sobre seu efeito. Você nã o deve aceitar a premissa da pergunta hipotética
e respeitosamente rejeite a especulaçã o. Caso decida responder a esse tipo de
pergunta, deixe absolutamente claro que sua resposta é só especulativa.
Escolha forçada - Esta pergunta só lhe oferece duas alternativas de resposta, e o
problema e que qualquer resposta pode estar errada. Sua melhor defesa para esse
tipo de resposta é a percepçã o.

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Você leve fazer uma pausa e sua resposta deve se referir a ambas ou a nenhuma
das respostas como certa ou errada.
A multiquestã o - Algumas perguntas tornam-se interminá veis. Nesta situaçã o,
vocé deve simplesmente escolher a pergunta a que mais desejar responder e
replicar.

Manejando questionadores difíceis


Questionadores, assim como as perguntas, podem ser difíceis de lidar A seguir
estã o listados alguns tipos de questionadores que vocé deve conhecer:

O detalhista- É aquela pessoa que gosta de usar subterfú gios com fatos e nú meros
e criar polêmica. Se der uma longa resposta convencional, você perderá sua
audiência. Se você tiver certeza dos fatos, defenda-os. Se nã o, procure discutir o
assunto depois da palestra.

O “enrolador” - Este indivíduo deseja controlar e lançará declaraçõ es incoerentes


e contínuas. A maneira mais eficaz de retomar controle, sem parecer rude, é olhar
diretamente a pessoa e chamá -la pelo nome. Isso irá fazê-lo parar e ai você pode
começar a falar.
O desordeiro - É alguém com problema ou com interesse pessoal. Essa pessoa faz
uma afirmaçã o negativa que geralmente nã o é uma pergunta. A melhor maneira
de lidar com esse indivíduo é propor uma discussã o com detalhes depois da
palestra.
O detalhista — É aquela pessoa que gosta de usar subterfú gios com fatos e
nú meros e criar polêmica. Se der uma longa resposta formal, perderá sua
audiência. Se você tiver certeza dos fatos defenda-os. Se nã o, procure discutir o
assunto depois da palestra.

Desenvolvendo Habilidades de Pronunciamento


As habilidades eficazes de pronunciamento sã o desenvolvidas com a prá tica. A
primeira etapa é se conscientizar dos elementos importantes numa boa elocuçã o.
Você desenvolve essa percepçã o assistindo a exímios oradores e apresentadores de
televisã o. Uma vez identificando os elementos de uma apresentaçã o, ponha-os em
prá tica e aperfeiçoe sua técnica. O objetivo da prá tica é desenvolver boas
habilidades e há bitos de apresentaçã o e aí essa especialidade é transferida para o
subconsciente por repetiçã o. O resultado é uma apresentaçã o suave sem você ter
de pensar sobre sua mecâ nica. Suas açõ es ante o pú blico serã o automá ticas e
parecerã o naturais. A seguir, apresentamos as diretrizes que o ajudarã o a
desenvolver habilidades para uma apresentaçã o. Você deve seguir essas diretrizes,
ensaiando-as e devendo-as antes de se apresentar.

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Diretrizes da apresentação
• Memorize a introdução e a conclusão.
• Aproxime-se da tribuna com equilíbrio e autoridade
• Pare e analise o pú blico antes de iniciar sua fala.
• Escolha rostos amigáveis e sorria quando você iniciar a fala.
• Mantenha contato visual com a platéia. Se vocé precisar olhar as anotaçõ es,
pare de falar olhe para baixo e depois olhe para cima e prossiga.
• Mantenha as mãos no nível da cintura, pois assim gesticulará
normalmente. Evite manter o corpo rígido.
• Olhe sempre para a platéia. Nunca dê as costas para os ouvintes
• Fale vagarosamente as frases importantes.
• Faça uma pausa para deixar os ouvinte absorverem a informação.
• Varie a tonalidade da voz para enfatizar.
• Seja você mesmo. Tire o máximo de vantagem de sua personalidade
e projete o pró prio estilo de apresentação.
• Quando terminar, diga que acabou e desça.

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Introdução ao Estudo da Homilética

Homilética: É a ciência que estuda os princípios fundamentais do discurso em


pú blico, aplicados na proclamaçã o do evangelho. Este termo surgiu durante o
Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais doutrinas
teoló gicas receberam nomes gregos, como, por exemplo, dogmá tica , apologética
e hermenêutica. A palavra homilética vem do grego “homiletike” e significa:
ensino em tom familiar.
Homilia vem do verbo “homileo” Pregação cristã, nos lares em forma de conversa.
As disciplinas que mais se aproximam da homilética sã o a hermenéutica e
exegese que se complementam.

Pregaçã o é o ato de pregar a palavra de Deus. Pregador (aquele que prega), vem
do latim, “prae” e “dicare” anunciar, publicar. Apalavra grega correspondente a
pregador é “Keryx”, arauto, isto é, aquele que tem uma mensagem (Kerygma) do
reino de Deus, uma boa notícia, uma boa-nova - evangelho, “evangelion”.

Deus, a palavra e o ministro

O pregador dirigi-se a Deus e transmite ao ouvinte mensagem levando-o a

Deus. Baseando-se em três passagens da vida de Pedro o pregador deve ser:


1 - Aquele que esteve com Jesus - Atos 4:13
2 — Aquele que fala como Jesus — Mateus
26:73 3 — Aquele que fala de Jesus — Atos
40:10
A proclamaçã o do evangelho é trazer as Boas Novas da Salvaçã o.
Apresentar ao pú blico Jesus Cristo, seus ensinamentos e seu propó sito, para isso,
é preciso que o mensageiro tenha uma identificaçã o completa com Cristo.
Conhecer a Cristo de forma especial é além de ser convertido Ter certeza de uma
chamada (missã o) específica para o ministério da palavra o que só é possível a
aquele que “esteve com Jesus”.

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A Teoria e a teologia da pregação
“A pregaçã o é aquele processo ú nico pelo qual Deus, mediante Seu
mensageiro escolhido, se introduz na família humana e coloca pessoas perante
Si, face a face. Sem essa confrontaçã o a pregaçã o nã o é verdadeira”. A funçã o
profética, ou a pregaçã o, é um serviço oferecido a Deus e revelado na prá tica de
anunciar a vontade, o amor e o zelo de Deus pelo seu povo.

O pregador é um porta-voz de Deus entre os homens. Percebe-se um certo


descontentamento no que diz respeito à qualidade das mensagens e sermõ es
proclamados. Há algum tempo há reclamaçõ es de que muitos pregadores
proferem discursos cansativos e monó tonos ou até mesmo, pela falta do que
falar gastam todo o tempo desenvolvendo-se na arte de contar estó rias e
anedotas. Esta situação, que é agravante, obriga aqueles que se preocupam com a
arte de pregar a pensarem em alguns recursos essenciais para a proclamaçã o
eficiente da mensagem do Evangelho.

Um Primeiro Recurso Para uma Proclamaçã o Eficaz é “Conhecer a Mente de


Deus”
O pregador é aquele que conhece a mente de Deus. A arte da homilética ou o
ato de saber fazer um sermã o nã o torna o pregador um porta-voz de Deus. A
pregaçã o nã o é algo que se faz ou se prepara no dia anterior. O pregador pode
conhecer a mente de Deus através da comunhã o com Ele. Esta comunhã o implica
andar com Deus, ter o companheirismo com o Senhor, manter uma intimidade
com Ele, sondá -lo através da oraçã o sincera e efetiva.
O pregador pode conhecer a mente de Deus através de uma vida de
meditaçã o. Pois da contemplaçã o surgem idéias e consideraçõ es profundas acerca
das verdades bíblicas e de seus ensinos. Quando começamos a meditar iniciamos
um melhor conhecimento de Deus, de seus desejos e de sua mente.
O pregador pode conhecer a mente de Deus através de uma vida de estudo e
pesquisa sobre a Palavra de Deus.
Elas querem ouvir Deus falar através do pregador. A Palavra deve ser lançada
sobre o povo e nunca voltará vazia. O pregador poderoso nas Escrituras tem à s
mã os excelente equipamento de trabalho. A essência e centro das Escrituras é
Cristo, e a proclamaçã o baseada no bom conhecimento da mente de Deus é
poderosa e cristocêntrica. O pregador deve ser fortalecido no conhecimento da
Palavra de Deus, e isto depende de pesquisa, estudos e muita reflexã o. O
conhecimento apurado da mente de Deus, faz com que a mensagem seja

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bibliocêntrica e, desta forma, pela sua inerrã ncia, isenta os pregadores de correrem
o risco de se apoiarem em argumentos infundados.

Um Segundo Recurso Para uma Proclamação Eficaz é Estar Cheio do Espírito


Santo de Deus
A questã o do Espírito Santo precisa ser entendida de modo que como
profeta você nã o oprima ou limite à atuaçã o do Espírito Santo de Deus. Há uma
necessidade de vibraçã o, mas sem qualquer ligaçã o com o pentecostalismo. O
importante é que podemos vibrar, pois conhecemos a Deus e estamos plenos de
seu Espírito. Esta é a condiçã o pessoal de sucesso na proclamaçã o. Um homem
pode derrubar a importâ ncia do que ele prega, tanto quanto ser capaz de pregar
com entusiasmo. Se um homem nã o é tocado pela graça maravilhosa de Cristo
em sua pró pria alma, por certo ele falará de forma fria e vazia acerca da mais
tremenda realidade.
E se um homem nã o for fervoroso de espírito, certamente discursará a
respeito da salvaçã o como se ela fosse um assunto de pequeno interesse. Este
enchimento ou plenitude do Espírito Santo se alcança através da busca da
pureza e da santidade. Quando o pregador começa a buscar a Deus, a primeira
reaçã o é a noçã o de pecado. A entrada na presença de Deus permite que o
Espírito Santo inicie uma operaçã o limpeza onde os pecados sã o revelados,
corrfessados, perdoados e abandonados. A comunhã o com o Espírito Santo se
torna íntima e o desejo de conhecer a Deus mais intenso.
O pregador cheio do Espírito Santo prega com entusiasmo aquilo que ele crê,
sua mensagem toca os coraçõ es dos que o ouvem e lhes permite aplicá -la às suas
vidas. Nestes tempos de provas a necessidade sentida é exatamente de
pregadores que abram os seus coraçõ es e permitam ao Espírito Santo de Deus
aquecé-los, dando-lhes zelo, entusiasmo e paixã o, pois um pregador sem
entusiasmo nã o fará muito em favor da obra da proclamaçã o do Evangelho.
Porém, se o pregador equacionar o entusiasmo com a convicçã o de que, pelo
poder de Deus, tem a fé que vence o mundo, conseguirá falar de uma forma tã o
fervorosa que nã o haverá espaços para possíveis contestaçõ es.
O pregador cheio do Espírito Santo nã o é um entusiasta ou um artista que
encena textos e lhes dá vida. O seu entusiasmo é natural, sem exageros, pois
reflete genuinamente aquilo que a mensagem proclamada tem feito na vida do
pró prio pregador, e envolve os ouvintes que por sua vez sentem o desejo de
experimentá - la na extensã o de sua eficá cia. O pregador eficiente depende de sua
relaçã o com o Espírito Santo que lhe proporciona a inteligência necessá ria, a
convicçã o bem dosada, a alma devidamente aquecida pela paixã o em relaçã o aos
perdidos, e a dedicaçã o constante no ato de proclamar a mensagem.

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Um Terceiro Recurso Para uma Proclamação Eficaz é Preparar Bem
Suas Mensagens

Uma boa mensagem precisa de tempo há bil para ser preparada de modo que
este tempo capacite o pregador. Uma mensagem bem preparada contextualiza a
Bíblia atendendo as necessidades do povo. E para tanto o pregador deve conhecer
a vida do povo. O ofício de atualizar a mensagem reflete a capacidade do pregador
em transmitir as verdades eternas do Evangelho dentro de níveis alcançá veis
segundo a realidade de cada povo em cada época.
Stafford North em seu livro Pregaçã o: homem e método, diz o seguinte: “todo
homem deve levar para o seu trabalho certo equipamento bá sico. O campeã o de
pulo deve ter pernas á geis, o violinista dedos há beis, o estivador braços robustos, e
o salva-vidas olhos argutos”. A cultura nã o é tudo mais um pregador fiel e
dedicado no preparo de seus sermõ es será muito ú til para a causa de Deus, se
cuidar também de seu preparo intelectual. Desde que o trabalho do pregador é
praticamente mental, ele precisa ter facilidade para aprender idéias e retê-las. Mas
nenhum pregador que nã o goste de estudar poderá alcançar sucesso.
O pregador precisa, pois como porta-voz do Senhor Deus se apropriar de tal
tarefa, saltando com pernas á geis os montes da preguiça, dedilhando e folheando
as pá ginas do saber a fim de que levante os braços da competência e com os olhos
espirituais enxergue os momentos certos e as mensagens apropriadas. O pregador
nã o deve ser apenas acima da média quanto à sua capacidade mental, mas deve
interessar-se pelas pesquisas intelectuais.
Uma boa mensagem implica o bom uso da voz e também a utilizaçã o correta do
veículo de comunicaçã o, a linguagem, de modo correto. Uma boa mensagem se
destina a toda a comunidade e nunca a uma pessoa somente. Uma boa mensagem
nã o é bonita e sim tocante. Nã o é composta de plá stica e formas agradá veis, mas de
poder espiritual. Nã o é proclamada para distrair cérebros, mas transformar vidas.
O pregador deve construir uma boa mensagem de joelhos e nã o nos joelhos. A
oraçã o é a ligaçã o que podemos ter com o canal ilimitado de experiências com
Deus e por certo inspiraçõ es valiosas.

O Cultivo de Uma Vida Devocional


Um grande pilar do ministério da proclamaçã o é o há bito de cultivar uma vida
devocional constante e segura. Percebe-se que a necessidade desta vida devocional
segura é notada nos conselhos de Paulo ao jovem Timó teo uma vez que ele deveria
conservar a sã doutrina de modo que fosse capaz de defender a comunidade dos
ataques dos falsos mestres. Quando pensamos nos envolvimentos da vida
devocional do pregador, somos levados a concluir que o fato de ser chamado
pastor ou de ser ordenado, nã o lhe constituí este santo ofício.

ESUTES - Escola Superior de Teologia do ES 40


A vida devocional constante é ú til no processo de alimentar o rebanho e as
pessoas que ouvem nossa mensagem. A comunidade e os ouvintes desejam ser
alimentados espiritualmente e anseiam que o seu pastor ou que o pregador que
irã o escutar, tenha um conhecimento e contato fidedignos com a grande fonte
que ó Deus. Quando lançamos os nossos olhares contemplativos para o
momento presente percebemos que este é um problema só rio, o povo anela por
bons ministros e especialmente proclamadores comprometidos com a Palavra
de Deus. Esta agravante faz com que o cultivo de uma vida devocional seja
realçada e ainda podemos dizer que ela é o bá lsamo que recupera as forças e as
cargas espirituais do líder que tem como meta alimentar o seu rebanho tã o
carente e fustigado pelas dificuldades e desafios desta vida.
Portanto, deve o pregador cultivar este há bito devocional, lendo a Bíblia
devocional e diariamente. Deixando que o Espírito Santo de Deus fale por meio
de sua Palavra no profundo de seu ser. Deve tambó m meditar e ler livros que
tragam enlevo espiritual e alento para o seu coraçã o. E como um complemento
basilar, a oraçã o que é capaz de permitir um pleno conhecimento de Deus. Sem
uma vida de oraçã o é impossível adquirir a maturidade espiritual tã o necessá ria
para a liderança espiritual sadia, levando aos pastos verdejantes e as á guas
tranqü ilas, o rebanho de Deus confiado a nó s pregadores.
Nã o preciso dizer que estã o sã o situaçõ es que exigem tempo, dedicaçã o e
muito esforço por parte dos que aspiram esta excelente obra. As questõ es e os
desafios do ministério devem ser alinhadas mas tendo sempre Deus como
prioridade.
A sua leitura bíblica tem sido tecnicamente para preparar sermõ es? E as
oraçõ es? Quantas vezes elas sã o dirigidas ao trono da graça para pedir ao Pai
misericó rdia em face da sua limitaçã o e indignidade de ocupar um pú lpito. Você
tem um refú gio onde pode desfrutar de tempo e intimidade com o Senhor?
Quanto tempo gasto em tarefas e atividades que só tem trazido cansaço e
frustraçõ es? É isso aí, Deus quer que separemos um tempo para o cultivo da vida
devocional!

A Harmonia na Vida Conjugal


A família é o primeiro nú cleo social perfeito. A verdadeira célula desse
organismo que se chama sociedade..
Temos percebido em nossos dias, tantos nos nossos arraiais como no seio de nossa
sociedade secular, que esta célula tem sido atacada por uma série de valores
absurdos e obsoletos e que, como conseqü ência disto, formam-se pessoas
despreparadas em todos os sentidos e lançam-se tais seres à vida, como quem
lança um frá gil objeto contra uma forte onda do mar.
É necessá rio que tenhamos consciência de que estamos enfrentando uma
avalanche de conflitos conjugais e o pregador ou o líder cristã o deve tomar
ESUTES - Escola Superior de Teologia do ES 41
cuidado com a integridade de sua família, dando aos seus queridos, uma boa
estrutura amorosa, financeira, social e permitindo assim que o seu lar inspire a
vida dos lares que estejam ligados ao seu direta ou indiretamente.
O que fazer entã o neste tempo de tantos lares mal formados ou em situaçã o
deplorá vel? Clamemos ao Senhor pela transformaçã o de nossos lares nos oá sis
onde muitos observarão e se aproximarão para encontrar o alento.
Quando a crise invade a família nã o resta outra alternativa a nã o ser a posiçã o
correta dos outros membros em atitude de oraçã o e fé, na busca do reequilíbrio
espiritual, moral e material do lar em crise. É preciso buscar a harmonia.
Reconhecemos que a família como uma instituiçã o, está sujeita à crises e estas
fazem parte do plano evolutivo, isto porque nã o há crescimento de consciência,
nem crescimento de dons divinos herdados se nã o exercitarmos estas crises e
dificuldades no meio das contradiçõ es e choques de existência, submetendo-se à
existência e ao crivo de nosso discernimento.
Quando recordamos os moldes bíblicos para o comportamento familiar
harmonioso, e estes expressos nos termos do amor sacrificia1(maridos), da
submissã o voluntá ria(esposas), e da obediência(filhos). Percebemos que tanto o
pastor como a esposa e filhos têm responsabilidades a cumprir de modo que a
harmonia se efetue e tenham o compromisso com a perpetuidade nos níveis
físico, moral, social e espiritual. Entendemos que o líder cristã o ou pregador
jamais deve colocar a sua família em segundo plano. Um outro aspecto é que a
sua família, enquanto você líder, ditará os moldes de comportamento para as
demais famílias da igreja. A sua família precisa de amor, dedicaçã o, cuidado,
saú de, educaçã o, diversã o e tantas outras coisas comuns à vida social.

Características de Um Pregador

SOB O PONTO DE VISTA ESPIRITUAL SOB O PONTO DE VISTA TECNICO


Chamado para obra (ordenança) Mt 28:19 Dom da palavra Rm 12: 6,7.8
Conhecer Deus Atos 4:13 Conhecimento da palavra II Tm 2:15
Ter uma mensagem Atos 5:20 Manejo da palavra II Tm 2:15
Unção 2 Reis 2.9 Guardar a palavra no coração Sl 119
Autoridade/ ousadia Mc 1:21 Instrumento II Tm 2:15

A palavra de Deus afirma que a fé vem pela pregaçã o da palavra e a pregaçã o


pela palavra de Cristo”. Rm 10:17. Entretanto, a falta de preparo adequado do
pregador, falta de unidade corporal no sermã o, falta de vivência real do pregador
na fé cristã , falta de aplicaçã o prá tica à s necessidades existentes na igreja, falta
de equilíbrio na seleçã o de textos bíblicos e a falta de um bom planejamento
ministerial trazem dificuldades na proclamaçã o da palavra.

ESUTES - Escola Superior de Teologia do ES 42


A Pregação e os seus Objetivos
Em geral, toda pregaçã o bíblica tem por objetivo a persuadir as pessoas perdidas
e incrédulas para um vida de fé em Cristo Jesus. O objetivo de Deus em usar um
pregador e a sua Palavra e trazer de volta o homem que está afastado dele por
causa dos seus pecados e da desobediência. Paulo defende que a pregaçã o tem por
objetivo comunicar aos homens “todo o desígnio de Deus”(Atos 20.27), em todos
os níveis de maturidade e entendimento. Cada pregador entã o deve saber que é
apenas um instrumento que Deus usa para que a sua vontade seja conhecida aos
seus contemporâ neos. Além dos objetivos específicos os pregadores devem
considerar os objetivos gerais da pregaçã o tais como:
I - O Objetivo Evangelístico
Neste tipo de sermã o o pregador compartilha os diversos textos da Palavra de
Deus que anunciam a salvaçã o do homem perdido através da pessoa maravilhosa
de Cristo Jesus. Coloque o má ximo de esforço na pregaçã o de sermõ es
evangelísticos, pois eles devem ser os melhores sermõ es que pregamos! Estes
sermõ es nã o devem ser muito longos. Devemos apresentar também as grandes
doutrinas bíblicas nestes sermõ es: a fé em Cristo, a graça, o pecado, o amor de
Deus, etc. É preciso pregar estes sermõ es evangelísticos com espírito de urgência,
amor, compaixã o e sempre na dependência do Espírito Santo. Lembre a conversã o
é obra do Espírito Santo mas a pregação e tarefa que nó s devemos levar a sério.
Da mesma forma que os que só pregam sermõ es evangelísticos andam
negligenciando os outros objetivos da pregaçã o como também as necessidades do
rebanho que deve estar faminto e necessitando ouvir da Palavra. Os que nã o
pregam sermõ es evangelísticos estã o privando um grande nú mero de pessoas que
os ouvem em conhecer a salvaçã o atravé s de Cristo Jesus. Precisamos de um
programa de pregaçã o equilibrado e isto vai depender da situaçã o em que sua
comunidade se encontre no que diz respeito a maturidade e tipo de freqü ência que
você tem normalmente nos cultos de sua igreja. Mas lembre-se o Senhor espera que
proclamemos com fidelidade e equilíbrio a sua Palavra.

II - O Objetivo Doutrinário
Usar este tipo de objetivo ao pregar suas mensagens é uma resposta ao desejo
que existe no coraçã o do crente de aprender mais sobre Deus, a Bíblia e aos
assuntos espirituais. Um bom recurso para atender esta necessidade da
congregaçã o é solicitar aos irmã os que através de uma pesquisa que sugiram
temas, assuntos, dú vidas ou ênfases doutriná rias que mais eles têm necessidades.
Uma boa ocasiã o para fazer isto é quando você chega na igreja e assim você pode
planejar com cuidado seu plano de pregaçã o atendendo as necessidades indicadas
enquanto vai fazendo a sua pró pria avaliaçã o da comunidade.

ESUTES - Escola Superior de Teologia do ES 43


Estes sermõ es doutriná rios sã o ú teis para preparar os crentes em relaçã o ao
surgimento de heresias e as possíveis entradas delas em nosso meio. Fortalecem os
cristãos e lhes dá condiçõ es de discernir os falsos ensinamentos que sã o veiculados
em profusã o em nossa época. Auxiliam os crentes a serem mais interessados e
ativos na vida cristã contribuindo assim para o crescimento e o fortalecimento
da igreja. Estes sermõ es também auxiliam e muito o pregador na capacidade de
sistematizar os assuntos da fé cristã . Ajudam o pregador a estudar mais e lhe
fortalecem o espírito, o intelecto e o raciocínio dando-lhe uma atitude mais
apologética.

III - O Objetivo Ético

Os sermõ es com objetivos éticos sã o aqueles que tratam do relacionamento


horizontal, ou do relacionamento entre os seres humanos. Tratam de como viver
a vida cristã em relaçã o à sociedade que nos cerca. O cristianismo é uma religiã o
altamente ética. Vivemos numa naçã o terrivelmente afetada por ausência de
uma postura ó tica correta. Há problemas de valores, de alvos, de princípios. Em
que está baseado o nosso sistema de valores? A Bíblia tem princípios morais
eternos e que podem resgatar a sociedade de qualquer país, inclusive o nosso. Eu
e você precisamos enfrentar, com ajuda do Senhor, o desafio moral e ético de
nosso país. E mesmo que a mídia esteja longe do nosso alcance temos
semanalmente um microfone e um auditó rio assentado e aguardando a nossa
vez de proclamar a Palavra. Quantos sermõ es éticos você pregou no ultimo ano?
Eis alguns dos problemas morais e éticos que devem ocupar a agenda do seu
pú lpito: a corrupção, a gula, a pornografia, as drogas, a honestidade, o
preconceito, a inveja, a cobiça, o amor, as inimizades, os pensamentos impuros, a
televisã o, a pobreza, a tentaçã o, a violência, a língua, a ecologia, a paz mundial,
as guerras, o desemprego, e muitos outros. Devemos ser sensíveis aos problemas
sociais e éticos e aplicar a Palavra de Deus de modo que ofereçamos uma
alternativa eficaz. “A nossa tarefa principal é de ser instrumentos de Deus para criar
os criadores de uma sociedade justa, pura e reta, em que os princípios do
Evangelho sã o vividos e aplicados”28.

IV - O Objetivo Consagratório
Sermõ es com este objetivo visam uma maior dedicaçã o dos crentes à causa
de Deus. Você tem percebido em sua igreja irmã os acomodados, frios,
indiferentes? Pois é amigo a culpa em grande parte é sua se você nã o tem dado a
atençã o para a pregaçã o de sermõ es que despertem o povo para uma maior
consagraçã o de suas vidas ao Senhor Jesus e a sua obra. Nestes sermõ es também
objetivamos ajudar os crentes na descoberta e uso dos dons espirituais além do
que também auxiliamos

ESUTES - Escola Superior de Teologia do ES 44


os irmã os a enfrentarem, devidamente capacitados pela palavra, a sua batalha
contra o pecado.
Neste tipo de sermão precisamos de algumas ferramentas essenciais:
O pró prio pregador deve ser consagrado! É preciso conhecer as falhas e
fraquezas do povo, os seus problemas e seu testemunho diante do mundo. É
preciso crer que Deus possa atuar para melhorar a situaçã o, crendo que a igreja
se tornará cada vez mais uma igreja consagrada e atuante. É preciso crer que
Deus distribuiu os dons espirituais e nã o deixa nenhuma igreja sem pessoas que
têm um grande potencial. É preciso crer que Deus continue escolhendo e
vocacionando obreiros para a sua seara. É preciso pregar estes sermõ es como amor
e um espírito compassivo, em vez de condenar o povo. A nossa tendência é de
pregar à s pessoas ausentes, “tirando o recalque” nas pessoas presentes, que sã o
os irmã os mais fiéis! Neste sentido, o conteú do das mensagens deve ser mais
positivo do que negativo. É preciso que sejam sermõ es que apelem a ló gica e à
razão(inteligência), à vontade e às emoçõ es. É preciso oferecer sugestõ es prá ticas
para o povo, bem como oportunidades para desenvolverem os seus dons. É bom
levar o povo a agir!

V - O Objetivo Devocional
Neste tipo de objetivo o sermã o enfatiza a relaçã o do crente com Deus.
Também chamamos esta ênfase de relacionamento vertical. Como pregadores da
Palavra de Deus temos a possibilidade de conduzir nossos irmã os e ouvintes à
presença do Pai celeste e de estabelecer confrontaçã o com os há bitos devocionais
que conduzem o cristã o à maturidade. Assim podemos explorar nos sermõ es
devocionais os diversos temas ligados à adoraçã o, à comunhã o, à oraçã o, ao estudo
da Bíblia, à contribuiçã o, ao serviço de amor. Precisamos ensinar o nosso povo a
recarregar as baterias espirituais e firmar um compromisso pessoal de devoçã o ao
Senhor.
Quantos sermõ es devocionais você tem pregado no ano passado? Nã o é de se
admirar a dificuldade de nossos irmã os e de nó s mesmos em manter uma vida
devocional consistente. Precisamos a exemplo de Samuel manter sempre acesa a
chama da devoçã o(1 Samuel 7.17) como também ajudar os irmã os nesta á rea. Um
dos grandes riscos do ministério e dos afazeres da vida cotidiana é perdermos o
senso e a prá tica devocional. A liçã o deixada por Samuel é de que nã o podemos
deixar que se apague esta chama da devoçã o particular e pessoal ao Deus Todo-
Poderoso.

VI - O Objetivo Pastoral
O objetivo pastoral também pode ser chamado de alento. A idéia aqui é
corrfortar e cuidar do nosso rebanho a semelhança do pastor de ovelhas que cuida
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daquelas feridas e confusas. Os sermõ es desta natureza ajudam o povo em
seus problemas, mostrando-lhe como pode receber as promessas de Deus
para solucioná -los. Quando uma pessoa vai a farmá cia via de regra ele
pretende comprar remédios. Quando uma pessoa vai a padaria ele pretende
comprar pã o. E quando alguém vem a igreja seja ele crente ou nã o? O que ele
busca? Quantas vezes as pessoas tém vindo aos nossos cultos buscando
alento e conforto na Palavra de Deus? Quantas vezes elas voltam com suas
feridas abertas, com seus dilemas sem uma orientação, com suas lágrimas
rolando pelas faces?
Não podemos fugir a esta tarefa tão vital para o rebanho. As nossas ovelhas
no dia-a-dia sofrem afetaçõ es em á reas tão distintas como por exemplo:
sofrimento, pã nico, morte, ansiedades, preocupaçõ es, solidã o, medo,
adversidades, dú vida, desespero, etc. Todos nó s precisamos da ajuda de Deus
para a vida diã ria e os tempos difíceis. Mas eu e você somos responsá veis por
encontrar as respostas para as perguntas que têm sufocado nossos irmãos e
filhos espirituais.

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Estrutura do Sermão
Qualquer explicaçã o, explanaçã o de assunto ou preleçã o requer
organizaçã o, ordenaçã o, ló gica e clareza. Sendo o sermã o uma explicaçã o da
palavra e vontade de Deus esse deve ser didá tico. A prá tica de pregaçõ es através
dos tempos levou o estudiosos do assunto a relacionarem alguns elementos básicos
que devem estar presentes nos sermõ es, dando a eles uma estrutura que facilita
o desenvolvimento da mensagem. Esses elementos, Alvo, texto, tema,
introduçã o, corpo, conclusã o e apelo compõ em o que chamamos de estrutura do
sermã o sã o imprescindíveis pois norteiam a linha de pensamento do pregador
direcionando o ouvinte para o conteú do da mensagem.
Alvo ou objetivo - Neste momento do sermã o, o objetivo ou assunto , o pregador
deverã ser inspirado por Deus. É exatamente aqui que ele recebe a mensagem
que tem a pregar e a partir deste ponto estruturá-la para levar a igreja. Se vocé
nã o tem nada para falar, nã o fale nada. Se o Espírito Santo lhe der algo a falar,
fale, mas fale direito.
Texto bíblico - O assunto do sermã o deverá ser baseado em um texto bíblico.
Tema- Para que o ouvinte possa Ter uma idéia do que você tem a falar é
imprescindível o emprego de um tema. O ouvinte realmente estará adentrando no
seu sermã o.
Introduçã o - Começar bem é provocar interesse e despertar atençã o. Aproximar o
ouvinte do sermã o e dar a ele uma noçã o ou explicaçã o do que vai ser falado.
Corpo - Essa é a principal parte. Onde deverá está o conteú do de toda mensagem,
ordenado de forma ló gica e precisa.
Neste ponto também deverã o ser abordadas algumas aplicaçõ es utilizadas
durante o sermã o como, ILUSTRAÇÕ ES, FIGURAS DE LINGUAGEM,
MATERIAL DE PREPARAÇÃ O.
Conclusã o - “Uma conclusã o desanimada, deixará os ouvintes desanimados”.
Baseados no objetivo específico do sermã o a conclusã o é uma síntese do mesmo e
deve ser uma aplicaçã o final à vida do ouvinte.
Apelo - Um esforço feito para alcançar a consciência, o coraçã o e a vontade do
ouvinte. Sã o os frutos do sermã o.

Texto Bíblico

O texto bíblico é a passagem bíblica que serve de base para o sermã o.


Esse texto deverá fornecer a idéia ou verdade central do sermã o. Nunca se
deve tomar um texto somente por pretexto, e logo se esquecer dele.

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Segundo Jerry Stanley Key, existem algumas vantagens no uso de um texto

bíblico: 1 - O texto dá ao sermã o a autoridade da palavra de Deus.


2 - O texto constitui a base e alma do sermão;
3 - Através da pregação por texto o pregador ensina a palavra de
Deus; 4 - O uso do texto ajuda os ouvintes a reter a idéia principal do
sermão; 5 - O texto limita e unifica o sermã o;
6 - Permite uma maior variedade nas mensagens;
7 - O texto é um meio para a atuação do Espírito Santo.

Tema
O tema do sermã o contém a idéia principal e o objetivo da mensagem. Deve ser
estimulante e despertar o interesse, a curiosidade e a atençã o do ouvinte. Deve
ser claro, simples e preciso bem como, oportuno e obedecer o texto.
Para se desenvolver um bom tema o pregador precisa Ter criatividade,
hã bito de leitura, visã o global do sermã o e ser sintético.

Tipos de temas

Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão.


Ex.: Onde estás? Que farei de Jesus? Tenho uma arma o que fazer com ela?

Ló gico: Explicativo.
Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus volta por outro
caminho.

Imperativos: Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo verbo no modo


imperativo.
Ex.: Enchei-vos do espírito; Nã o seja incrédulo; Nã o adores a um Deus morto.

Enfá ticos; Realçar um aspecto específico;


Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristã os;

Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especificá -lo.


Ex.: Amor; fé, esperança

Exegese
Exegese é o trabalho de exposiçã o de um texto bíblico, sem a qual é impossível se
retirar uma boa e correta mensagem.

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Reza um mito antigo que certo pregador por nã o haver feito uma correta
exegese, disse que Jesus, “mesmo depois de haver sofrido todo seu martírio,
ainda sofreu ainda mais porque que tomaram sua mulher”. Segundo ele, o texto
afirmava que os guardas romanos tomaram a Tunica de Jesus, mal sabendo ele
que a palavra correta era tú nica e nã o Tunica (com sentido de nome pró prio).

Sete passos para uma boa exegese


l-Leia o texto em voz alta, comparando com versõ es diferentes para maior
compreensã o.
2 - Verifique a linguagem do texto ( histó ria, milagre, ensino, pará bola, profecia,
etc.)
3 - Pesquise o significado exato das principais palavras;
4 - Faça anotaçõ es;
5 - Pesquise o contexto ( época, país, costumes, tradiçã o, etc.)
6 - Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por que?
7 - Resuma com a seguinte frase: “O assunto mais importante deste texto é...”

Introdução ao Sermão

Começar é difícil. Muitos escritores escrever a introduçã o quando


terminam o livro.
Alguém disse: “O pregador começou por fazer um alicerce para um
arranha-céu, mas acabou construindo apenas um galinheiro”.
A introduçã o é tã o importante quanto a decolagem de um aviã o que, deve
ser bem perfeita para um vô o estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte,
despertar o interesse e curiosidade e, também, ser um meio de conduzir os
ouvintes ao assunto que está sendo tratado no sermã o. Uma boa introduçã o dá ao
pregador segurança, tranqü ilidade, firmeza e liberdade na pregaçã o.

Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para iniciar um

sermão: 1 - Ilustrativa- Uso de uma ilustraçã o na introduçã o.


Imagine que o assunto que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece
com uma ilustraçã o que explique e esclareça o que pretende dizer.
2 - Definiçã o - Explicaçã o detalha de um determinado conceito.
Explique para o ouvinte o que tem a dizer. Dé a ele conceitos significados
de símbolos, termos e assuntos que ele provavelmente não conheça.
Em um sermã o onde o assunto é a PAZ, o pregador explicou, na
introduçã o, o que é a paz, seus significados no velho e novo testamento,
evoluçã o lingü ística do termo paz e a aplicaçã o termo hoje.
3 - Divisã o - Quando se fala de características opostas. Mostre os dois lados da
moeda.

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Lendo o texto de Romanos 8: 1 a 17 é possível observar como Paulo trata de
dois assuntos opostos, vida através do espírito e vida através da carne.
A introduçã o por divisã o é aquela em que se fala ou compara assuntos
como, “paz e guerra”, “amor e ó dio”, “salvaçã o e perdiçã o” , “vida cristã e vida
mundana”, etc.
4 - Convite - Convidar o ouvinte para participar e agir. Leve o ouvinte à açã o.
Use os verbos no imperativo.
Analisando o texto de Isaías 55 podemos observar que há um predomínio
de verbos (vinde, inclinai, vede, buscai, deixe, invocai etc) no IMPERATIVO, que
caracterizam um convite e ao mesmo tempo uma ordem. Dessa forma o ouvinte
está sendo estimulado a agir, fazer ou participar.
5 - Interrogaçã o - Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do sermã o).
Para sermõ es onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja bem
explorada na introduçã o. Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvaçã o
cabe aqui uma pergunta como “Para onde iremos nó s?”, que deve levar o ouvinte a
uma reflexã o profunda, e para reforçar pode-se usar o texto de Lucas 12:20 “Mas
Deus lhe disse: Insensato, esta noite te [pedirã o] a tua alma; e o que tens
preparado, para quem será ?”
As perguntas da introduçã o devem ser respondidas no corpo do sermã o.
6 - Suspense - A mensagem principal está oculta e será esclarecida no corpo do
sermã o.
7 - Alusã o histó rica - Explicar o contexto histó rico.
Explique o contexto do texto em que será aplicada a mensagem ( época,
país, costumes, tradiçã o, etc ). Observe o texto de Joã o 4: 1 a 19. Caso sua
mensagem esteja baseada neste texto, introduza com uma explicaçã o detalhada
das relaçõ es entre os Judeus e os Samaritanos, as relaçõ es entre os homens e as
mulheres, a lei acerca do casamento, a origem do poço de Jacó , etc.

Características da introduçã o

Uma introduçã o bem estruturada, deve apresentar algumas características como,


clareza e simplicidade, deve ser um elo de ligaçã o com o corpo do sermã o e uma
ordenaçã o de pensamentos de forma ló gica e sistematizada e, nã o deve prometeu
mais do que se pode dar. É preciso estar atento para o tempo de duraçã o da
introduçã o que, deve ser breve e proporcional ao sermã o. Evitar desculpas que
possam trazer uma má impressã o.

Corpo do Sermã o

Esta deve ser a principal parte do sermã o. Aqui o pregador irá expor idéias e
pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As divisõ es devem ser

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desenvolvidas de acordo com a realidade de hoje. Depois de Ter estudado e de
fazer uma boa exegese do texto que será usado no sermã o deve-se ensinar e aplicar
os propó sitos de acordo com os nossos dias.
As divisõ es devem Ter significados para os ouvintes e, nã o devem se
desviar da mensagem principal que é a coluna do sermã o, o objetivo será
finalizado e apresentado na conclusã o.
É necessá rio ser vocacionado para o Dom da palavra, mas podemos
aprender algumas técnicas que podem ajudar ao pregador no preparo do sermã o.

Como retirar pontos do texto


1 - Leia todo o texto. Ex.: Atos 2: 37 a 47
2 - Procure a idéia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação)
3 - Procure os principais verbos e seus complementos
4 - Com base nos verbos retirados crie frases (divisõ es) que os complemente e que,
passem uma idéia ou estejam ligadas com a mensagem a ser pregada.
5 - Organize as frases dentro da idéia principal.

Características do corpo do sermã o


As divisõ es retiradas do texto devem se apresentar de forma ordenada no
sermã o para que nã o haja uma confusã o de idéias. O ouvinte precisa acompanhar
o seu desenvolvimento . “Cada divisã o, subdivisã o, e até ilustraçõ es e explicaçã o,
tem que apontar na direçã o do alvo e em ordem de interesse”. Cada ponto deve
discutir um aspecto diferente para que nã o haja repetiçã o.
As frases devem ser breves e claras. As divisõ es servem para indicar a linha
de pensamento a serem seguidas ao apresentar o sermã o. Entretanto, deve-se fazer
uma discussã o que é o descobrimento das idéias contidas nas divisõ es.

Ilustrações

Sã o recursos usados para o enriquecimento, e o esclarecimento de uma


mensagem, quando devidamente aplicada.
O senhor Jesus sempre tinha uma boa histó ria para iluminar as verdades
que ensinava ao povo.
O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar, esclarecer
mediante um exemplo, ajudando o ouvinte a compreender a mensagem
proclamada. O bom uso da ilustraçã o desperta o interesse, enriquece, convence,
comove, desafia e estimula o ouvinte, valoriza e vivifica a mensagem, além de
relaxar o pregador.
A ilustração não substitui o texto bíblico apenas tem uma função
psicoló gica e didá tica, para tornar mais claro aquilo que o texto revela.
As ilustraçõ es devem ser simples, está correlacionadas com a mensagem,

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devem fornecer fatos de interesses humanos e devem Ter um ponto alto ou
clímax

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Obs: Os exemplos bíblicos são as melhores ilustrações

A ilustração pode ser:

Histó rica e Contextual: Quando se aplica um conhecimento histó rico ou


explicaçã o do contexto em que o texto está inserido. Exemplos:
a) Fundo da agulha - Porta estreita na cidade de Jerusalém onde, os vereadores
tinham dificuldades de passar com os camelos. Mateus 19:24.

Conhecimento Intelectual: Envolve o conhecimento científico, psicoló gico,


té cnico e cultural. Exemplos:
• Técnico científico - A antena da TV recebe todas as freqü ências ao mesmo
tempo entretanto, quando escolhemos um canal, através da sintonia, estamos
selecionando uma determinada freqü ência.

Metafó rica ou Alegó rica: Quando sã o empregadas figuras metafó ricas como
histó rias e estó rias. Exemplos
• Ao se aproximar da cidade do Rio de Janeiro um indivíduo reparou que o cristo
redentor nã o era tã o grande como pensava, parecia até mesmo ser menor do
que seu dedo. No centro da cidade observou que está tua teria aumentado e já
estava praticamente do seu tamanho, resolveu entã o ir até o monumento. No pé
do corcovado ficou admirado com as proporçõ es maiores do símbolo da
cidade. Chegando entã o aos pés do cristo redentor ele pode perceber , como lhe
disseram, que aquele era bem maior do que ele.

Experiência Pessoal: Testemunhos. Exemplos


• Neste tipo de ilustraçã o o pregador relata fatos verídicos que demonstram a
atuaçã o de Deus, através de milagres, em sua vida ou de outras pessoas. Todos
as respostas que Deus atendeu realizando curas, transformaçõ es, salvaçã o,
livramentos, libertaçã o, etc.

Use no má ximo duas ilustraçõ es por sermã o. Toda ilustraçã o deve Ter uma
aplicaçã o e devem ser comentadas com simplicidade e naturalidade.

Conclusão

É o clímax da aplicaçã o do sermã o.


“Para terminar!”, “Concluindo”, “Só para encerrar”, “Já estamos
terminando”.

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Você já ouviu estas frases? Muitas pessoas nã o sabem terminar uma conversa,
ficam dando voltas ou se envolvem em outros assuntos, sem ao menos perceber
que o tempo está passando e o ouvinte já está angustiado com a demora.
Assim, muitos pregadores nã o sabem ou nã o conseguem concluir um sermã o.
Isso acontece por que estes nã o preparam um esboço e suas idó ias estã o
desordenadas, logo, nã o conseguem encontrar uma linha condutora da
conclusã o do sermã o.

Como Deve Ser A Conclusão ?


1 - Apontar o objetivo específico da mensagem;
2 - Clara e específica;
3 — Resumo do sermã o (o sermão em poucas palavras)
4 - Aplicaçã o direta a vida dos ouvintes;
5 - Pequena;
6 - Faça um desfecho inesperado.

Logo, uma boa conclusã o deve proporcionar aos ouvintes satisfaçã o, no


sentido de haver esclarecido completamente o objetivo da mensagem. É preciso
Ter um ponto final para que o pregador nã o fique perdido.

Apelo
Um esforço feito para alcançar o coraçã o, a consciência e a vontade do ouvinte.
Apelo nã o é apelação.
Dois tipos de apelo:

• CONVERSÃ O/RECONCILIAÇÀ O — Aos ímpios e aos desviados.


• RESTAURAÇÃ O — A igreja

Como deve Ser o Apelo?

1 - Convite
2 - Impactante e direto
3 - Nã o forçado ou prolongado

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4 - Logo apó s a mensagem.

No apelo você deve dizer ao ouvinte o que ele deve fazer para confirmar a
sua aceitaçã o. Seja claro e mostre como ele deve agir.
• Levantar as mãos;
• Ir a frente;
• Ficar em pé;
• Procurar uma igreja pró xima;
• Conversar com o pastor em momento oportuno.

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Os Tipos de Sermão
Tradicionalmente encontramos, praticamente em todas as obras homiléticas, três
tipos bá sicos de sermõ es:

Sermã o Temá tico: Cujos argumentos (divisõ es) resultam do tema independente
do texto.
É aquele em que toda a argumentaçã o está amarrada em um tema, divide-se o
tema e nã o o texto, o que permite a utilizaçã o de vá rios textos bíblicos.
Determina-se um assunto e procura-se textos, ilustraçõ es e pensamentos para
apoiá -lo, cuidando para se deter dentro do tema escolhido.

Sermã o Textual: Cujos argumentos (divisõ es) sã o tiradas diretamente do texto


bíblico.
É aquele em que toda a argumentaçã o estã amarrada no texto principal que, será
dividido em tó picos
As divisõ es do sermã o textual podem ser feitas de acordo com as
declaraçõ es originais do texto. Ou se utilizar de uma aná lise mais apurada
baseando-se em perguntas como: Onde? Que? Quem? Por que? Que deverã o ser
respondidas pelas declaraçõ es ou frases do texto. E ainda pode-se dividir por
inferência, as oraçõ es textuais sã o reduzidas a expressõ es sintéticas que encerra
o conteú do.

Sermã o ExpositivO: Cujos argumentos giram em torno da exposiçã o exegética


completa do texto.
Ele surge de uma passagem bíblica com mais de dois ou três versículos. O sermã o
expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao
estudo diá rio e contínuo da bíblia, deve ser feito uma aná lise de línguas,
interpretaçã o, pesquisa arqueoló gica, e histó rica, bem como, comparaçã o de textos.

O Sermã o Temá tico: É aquele em que toda a argumentaçã o está amarrada em


um tema, divide-se o tema e nã o o texto, o que permite a utilizaçã o de vá rios textos
bíblicos.
Determina-se um assunto e procura-se textos, ilustraçõ es e pensamentos para
apoiá -lo, cuidando para se deter dentro do tema escolhido.
Observe os modelos:

Modelo I

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Texto: Um texto que se encaixe ao tema abordado
Tema: “A PAZ QUE SÓ JESUS PODE DAR...”
1 - ...ilumina nosso caminho Lucas 1:79
2 - ...liberta a nossa mente de pensamento perturbador Joã o 14:27
3 - ...retira sentimento de medo Joã o 20:19 e 20
4 - ...salva Joã o 3:16

Modelo II
Texto: Um texto que se encaixe ao tema abordado
Tema: O Choro de Jesus:
1 - ...Por causa de um homem (Joã o 11:32—36).
2 - ...Por causa de uma cidade (Lucas 19: 28; 41—44).
3- ... Por causa do mundo (Mateus 26: 36-38; Lucas 22:44).

Repare que cada tó pico (divisã o) apresenta uma característica da “Paz”


proposta pelo tema, mas, para cada ponto há um texto diferente, ou seja, a base do
sermã o é a “Paz de Jesus” que é abordada em diversos textos bíblicos.
É necessá rio aplicar um texto bíblico em cada divisã o do tema para nã o
atrair muito a atençã o para o pregador em detrimento da palavra de Deus. Deve-se
evitar divagaçõ es e generalizaçõ es vazias e inexpressivas.
O sermã o temá tico exige do pregador mais cultura geral e teoló gica,
criatividade, estilo apurado, contudo, o sermã o temá tico conserva melhor a
unidade.

Como Retirar Idéias e Argumentos (Divisõ es) do Tema


• Escolher o tema - (Criar frases, retirar de textos bíblicos ou de outras fontes);
• Analisar o tema - (repetir e refletir vá rias vezes);
• Pergunte-se, o que deve falar sobre o tema;
• Extrair a principal palavra ou frase do tema - (Ela pode se repetir nos
argumentos);
• Separe no mínimo 3 argumentos ligados ao tema;
• Pesquisar passagens bíblicas que se retiram aos argumentos.;
• As divisõ es sã o explicaçã o ou respostas do tema.

O Sermã o Textual
É aquele em que toda a argumentaçã o está amarrada no texto principal que,
será dividido em tó picos. No sermã o textual as idéias sã o retiradas de um texto
escolhido pelo pregador.
Como já estudamos anteriormente, aqui estã o algumas dicas para tirar pontos do
texto.

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As divisoes do sermã o textual podem ser feitas de acordo com as
declaraçõ es originais do texto. Ou se utilizar de uma aná lise mais apurada
baseando-se em perguntas como: Onde? Que? Quem? Por que? Que deverã o ser
respondidas pelas declaraçõ es ou frases do texto. E ainda pode-se dividir por
inferéncia, as oraçõ es textuais sã o reduzidas a expressõ es sintéticas que encerra
o conteudo.

Como Tirar Pontos do Texto

1 — Leia todo o texto.


2 - Procure a idéia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a
situação) 3 - Procure os principais verbos e seus complementos. Lembre-se
verbo é ação.
4 - Procure os sentidos expressos nas representaçõ es simbó licas, metá foras e
figuras.
4 - Com base nos verbos e significados retirados crie frases (divisõ es) que os
complemente e que, passem uma idéia ou estejam ligadas com a mensagem a ser
pregada.
5 - Organize as frases dentro da idó ia principal- Leia todo o texto. Ex.:

Modelo I
Texto: Salmo 40:1-4
Tema: Nem antes, nem depois, no tempo de Deus.

Introduçã o: (Definiçã o) Esperança significa expectaçã o em receber um bem. O


mundo é imediatista.
Corpo: O que acontece quando você espera no senhor?
1 - Ele te retira da condição atual. ( Qual é o seu lago terrível? )
2 - Ele te coloca em segurança, na rocha. ( Te dá visão para solucionar o problema )
3 - Ele requer a sua adoraçã o, um novo câ ntico. ( Adorar em Espírito e verdade)
4 - Ele te faz testemunha, muitos o verão (serme-eis testemunha ).

Conclusã o: Vale a pena esperar em Deus, pois ele sabe o que é melhor para nó s e
no tempo certo. Somente quando esperamos em Deus temos a certeza da
segurança.

Repare que cada tó pico (divisã o) apresenta um termo ou uma passagem do


texto. De tal forma que o texto pode ser bem explorado pelo preletor.
Deve-se evitar divagaçõ es e generalizaçõ es vazias e inexpressivas.
O sermã o textual exige do pregador conhecimento do texto, contexto e
cultura bíblica.

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O Sermão Expositivo

É aquele que explora os argumentos principais da exegese, hermenêutica


e faz uma exposiçã o completa de um trecho mais ou menos extenso. O sermã o
expositivo é uma aula, uma aná lise pormenorizada e ló gica do texto sagrado.
Este tipo do sermão requer do pregador cultura teoló gica e poder espiritual.
Ele surge de uma passagem bíblica com mais de dois ou três versículos. O sermão
expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao
estudo diá rio e contínuo da bíblia, deve ser feito uma aná lise de línguas,
interpretaçã o, pesquisa arqueoló gica, e histó rica, bem como, comparação de textos.
Teoricamente este tipo de sermã o difere do sermão textual, principalmente pela
extensã o da passagem bíblica em que se baseia;

Características do Sermã o Expositivo


• Planejamento
• Poder abordar um grande texto ou uma passagem curta;
• Interpretaçã o mais fiel;
• Aná lise profunda do texto;
• Unidade, idé ias subsidiá rias devem ser agrupadas com base em uma idéia
principal;
• Nã o é suficiente apresentar só tó picos ou divisõ es;
• Tempo de estudo dos pontos difíceis;
• Pode ser abordado em série.

Modelo I
Texto: Marcos 10:46-52
Tema: Atos Gigantes em direçã o a Cristo

I. “Assentado junto ao Caminho” (Humildade).

II. “Começou a clamar” (Coragem).


III. “Levantou-se”(Fé).
IV. “Seguiu a Jesus” (Perseverança).

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Modelo II
Texto: Gênesis 35:1-7
Tema: Subamos a Betel

I. Tirai os deuses estranhos do meio de vó s.


II. Purificai-vos.
III. Mudai vossos vestidos.
IV. Levantemo-nos.

É muito comum o uso do sermã o expositivo em pregaçõ es seriadas como


corilerências e estudo bíblico.

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Bibliografia

• Aprenda a falar bem e impulsione sua carreira - Jonh Osborn- Ed. Klick - Sã o
Paulo

• Como preparar mensagens bíblicas - James Braga - Ed Vida - Sã o Paulo

• Homilética - A eloqüência da pregação - Plínio Moreira da Silva - Ed. A . D.


Santos São Paulo

• Aprenda a falar bem e impulsione sua carreira - Ed. Klick - São Paulo

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AVALIAÇÃO DO MÓDULO HOMILÉTICA

1. Cite resumidamente os sete passos para uma apresentaçã o eficiente.


2. De que maneira devemos agir diante de uma pergunta que não sabemos a
resposta?
3. Quais são os tipos mais comuns de questionadores e como lidar com eles?
4. Defina homilética.
5. Faça uma lista das características necessărias para o pregador sob dois pontos
de vista: O ponto de vista técnico e o ponto de vista espiritual.
6. Cite pelo menos três recursos para uma proclamaçã o eficaz do evangelho.
7. Cite os seis objetivos gerais da pregação.
8. Descreva em ordem a estrutura băsica de um sermão.
9. Quais sã o os três tipos bá sicos de sermã o e de que maneira sã o extraídos seus
argumentos?
10. Elabore o esboço de um SERMÃ O TEXTUAL a partir do texto de Josué 1. 6—9
Com o tema: Princípios para uma vida vitoriosa.

OBS: Não se esqueça de colocar nome em sua avaliação

a) 0 aluno deverá enviar a avaliaşäo para o e-mail: provas@esutes.com.br


b) 0 tempo para envio da avaliaşão corrigida para o aluno é de até 15 dias após o recebimento da
avaliação
Enquanto a prova é corrigida o aluno já pode solicitar NOVO MÓDULO
c) Alunos que recebem o MÓDULO IMPRESSO podem enviar sua avaliaçáo também para e-mail:
provas@esutes.com.br
Caso opte por mandar sua avaliaşão pelo correio envie para o endereço abaixo:
Rua Bariri, 716 - Glória - Vila Velha ES - CEP: 29.122-230
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Após a correção da prova recebida por correio, enviaremos sua NOTA por E-MAIL e a avaliação corrigida
seguirá com o próximo módulo solicitado

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DICAS DE ESTUDO ON-LINE

l- Procure utilizar em seu computador um protetor de tela para minimizar a claridade do


monitor. Temos que cuidar de nossa visã o
2- Se for estudar a noite, duas dicas:

a) Nã o deixe para estudar muito tarde, pois o sono pode atrapalhá -lo em sua
concentraçã o;
b) Nã o deixe a luz do ambiente em que estiver, apagada, pois a claridade da tela do
computador torna-se ainda maior, provocando dor de cabeça e irritabilidade.

3- Pense na possibilidade de imprimir sua apostila, pois pode ser que isso dê a opçã o, por exemplo
de carregá -la para onde quiser e de grifar com caneta, partes que ache importante.

ESUTES - Escola Superior de Teologia do 6

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