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Lixo hospitalar

No brasil 80% dos domicílios tem coleta do lixo, principalmente no sul e sudeste. O lixo pode ser classificado de várias
maneiras.
• Lixo perigoso: é o que apresenta risco à saúde, pode ser inflamável, corrosivo, reativo, tóxico e patogênico.
Aqui o que nos interessa principalmente é patogênico que é o lixo que vem dos hospitais.
São eles: pilhas, baterias, fluorescentes, componentes eletrônicos, embalagem de agrotóxicos, resíduos de
tinta e frasco pressurizado.
• Lixo não perigoso: podem ser inertes e não inertes.
o Inertes são os que não vão dissolver e acabar poluindo o meio ambiente.
o Não inertes são os que eventualmente vão dissolver e gerar algum risco de poluição.

Quanto à origem eles podem ser domiciliares, comerciais, industriais, e do serviço de saúde (que vai nos interessar).
 Antigamente a prefeitura que dava destino aos lixos hospitalares, cerca de 10 anos atrás a prefeitura decidiu que
quem deveria destinar o lixo era quem o produzia, então o hospital que ficou responsável pela destinação do lixo
hospitalar. O hospital vai pagar por kg de lixo hospitalar destinado, a prefeitura vigia e se o hospital jogar em lixo
comum eles pagam uma multa bem cara.
Por isso que pro hospital é interessante que a gente saiba destinar corretamente, para não pagar a mais, mas também
não receber multas caríssimas (na dúvida joga no lixo hospitalar).
• Lixos domiciliares, públicos e comercias são de responsabilidade da prefeitura.
• Lixos industriais, de construção, radioativos, agrícolas, hospitalares, entre outros são de responsabilidade de
quem gera ele.

Destinos: Esse lixo público residencial é comumente destinado ao lixão, um local sem nenhum tipo de preparo, a
matéria orgânica em decomposição libera um líquido que a gente chama de chorume. Esse líquido é altamente
contaminante, infiltra o solo, e vai contaminar o lençol freático. Então a área que recebe o lixão está contaminada,
não pode ter construções, não pode tomar a água dessa região, é altamente danoso ao meio ambiente, atrai
animais/vetores de doenças, etc.

Nos últimos 40 anos as prefeituras tentaram minimizar isso cobrindo o lixão, e abrindo uma nova área que é isolada
com uma manta de PVC, e o lixo novo é coberto todos os dias. Então deixa de atrair animais como urubus, e deixa de
infiltrar o chorume no solo, mas o lixo velho continua poluindo o lençol freático → aterro controlado.

O ideal é o aterro sanitário, quando é escolhida uma área e cobre ela toda com PVC, coloca um encanamento para a
captação de chorume (que é drenado e tratado antes de retornar ao rio), todos os dias o novo lixo é coberto. Aqui o
metano é queimado, o chorume tratado e o lixo coberto. Essa é a maneira que tem menos contaminação do meio
ambiente (também tem menos cheiro, menos animais). E uma vez que atingiu a capacidade é possível cobrir com área
verde para manter o solo estável (não pode construir nada nesse solo pois não tem estabilidade nenhuma).
• Essa área fica interditada por muitos anos.
• Existe uma área da USP e um shopping em São Paulo que foram construídos em cima de um lixão. Esse solo é
instável e possui orifícios que podem deixar escapar metano (risco explosivo).

No Brasil temos 60% de lixão, 16% de aterro controlado, e 12% de aterro sanitário. Em Curitiba também existem essas
áreas de risco.

Os resíduos do serviço de saúde nunca vão para lixão nem aterro. Esses devem ser incinerados ou esterilizados,
sofrendo algum tipo de inativação biológica antes da destinação final.
Os lixos do serviço de saúde podem ser divididos em 5 grupos: A, B C, D e E.
• Grupo A → engloba componentes com possível presença de agentes biológicos que podem apresentar risco
de infecção. São os que vamos prestar mais atenção aqui, e eles podem ser divididos em cinco grupos, todos
contendo certo risco de contaminação, sendo diferenciados pelo cuidado que você vai ter com o material.
Vamos chamar atenção aqui para o grupo A2 e A3, que são peças anatômicas. Uma amputação por exemplo
gera um lixo hospitalar, que nesse caso a família pode escolher se quer enterrar ou descartar como o lixo
hospitalar (normalmente será incinerado).
Os príons também têm um destino especial (os que causam a doença da vaca loca), se a proteína priônica
entra em contato com a proteína normal ela causa uma alteração e vira uma proteína anormal. Não sabem
muito bem como matar essa proteína então a melhor opção é incinerar.

O lixo infectante normalmente vai para o saco branco leitoso. Já essas peças humanas anatômicas
identificáveis, fetos, e coisas que não sabemos muito bem como esterilizar são a exceção a regra, que vão para
o saco vermelho.
o O saco vermelho é rastreável, o saco branco leitoso não é.
o As peças anatômicas correspondem ao grupo A3.
o De acordo com a agência ambiental dos EUA todo o material que vai para o saco branco é submetido
a um processo chamado de nível 3 (inativação microbiana). Esse deve ser capaz de diminuir a
contagem de bactérias a 6log de 10.
Isso pode ser por autoclavagem, micro-ondas ou incineração, sendo que no Brasil é autoclavagem e
incineração normalmente.

Grupo A então é basicamente tudo que entrou em contato com o paciente (luva, gaze, seringa, curativo, resto
de medicamentos). Se tem sangue visível no material, escarro, líquor vai automaticamente para o grupo A, e
a responsabilidade de separar o material é de quem realizou o procedimento.

GRUPO Saco branco leitoso Saco vermelho


A1 • •
A2 •
A3 • peças anatômicas •
A4 •
A5 •

• Grupo B → riscos a saúde pública ou ao meio ambiente por terem características como inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.
• Grupo C → são os radioativos.
• Grupo D → são os que podem ser equiparados aos resíduos domiciliares, porém produzidos no hospital, como
sobras de alimentos, material de escritório, caixas de remédio, etc. Mesmo que tenha entrado em contato
com o paciente, não é considerado o lixo hospitalar. (lixo preto / comum).
• Grupo E → são os que possuem materiais pérfuro-cortantes ou escarificantes. (caixa amarela).

Eu não posso jogar lixo hospitalar no lixo comum / e não posso jogar agulhas em lixo hospitalar comum.
Como a equipe do hospital muda muito, não vou conseguir treinar para sempre realizar o descarte corretamente,
então a melhor opção é sempre deixar apenas o lixo hospitalar para não correr risco de pagar multa.

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