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QUI 106 Química Analítica

Ambiental (2017/1)
Departamento de Química –
UFJF www.ufjf.br/baccan

Aula 4:
Química das
Águas
 Purificação de águas
a) tratamento de água para
abastecimento
Estagiária: Náira da S. C.
b) tratamento de esgotos
Almeida

Juiz de Fora, 19 de abril de 2017


Água: Bem
Vital
 Recapitulando...

IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DA
ÁGUA

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Tratamento da água: História
 Grupos nômades;
 Estabelecimento de morada fixa;
 Aumento populacional;
 Revolução Industrial;

 Primeira ETA: Londres em 1829;


 Sistemas de esgotos
subterrâneos: Hamburgo em
1843;

Rocha, J.C.; Rosa, A.H.; Cardoso, A.A. Introdução à Química


Ambiental. Editora Bookman, 2004. 3
Água: “CRISE”

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iva
saude.uol.com.b
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Água: “CRISE”

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Toda água precisa ser tratada?

Qualidade
depende da
finalidade

 Fontes de água para abastecimento:


→ Águas subterrâneas
→ Águas superficiais
 Fontes Potáveis: proteção das cabeceiras e processo de
desinfecção
 Fontes não Potáveis: Estação de Tratamento de Água
(ETA) 6
ETA: Estação de Tratamento de
Água
 Principais objetivos:
i. A remoção de material particulado, bactérias e algas;
ii. Remoção da matéria orgânica dissolvida;
iii. Remoção ou destruição de organismos patogênicos.

Os processos envolvidos podem sofrer


variações dependendo da fonte de água e dos
padrões de qualidade a serem alcançados.

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ETA: Esquema Simplificado

Captação e
Represa
Bombeamento

Cloração
Fluoretação

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ETA: Esquema Simplificado

02-Captação e

Bombeamento

 A água passa por um sistema


de grades que impede a  Após a captação, a água é bombeada
entrada de elementos com vazões controladas até as
macroscópicos, como folhas, estações de tratamento da água.
galhos e outros detritos.

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ETA: Esquema Simplificado
03-Pré-cloração
Pré-Alcalinização
Coagulação

 Pré-Cloração: adição de cloro assim que a água chega à estação para


facilitar a retirada de matéria orgânica e metais e destruição de
micro-organismos.
Não é
 Matéria Orgânica pode reagir com CLORO formando recomendada!
TRIHALOMETANOS (THM) CHX3 (X = Cl, Br).

 SISTEMA NERVOSO CENTRAL, RINS, FÍGADO;


 CARCINOGÊNICOS, TERATOGÊNICOS E ABORTIVOS.

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Lima et al. Quim. Nova, Vol. 38, No. 3, 309-315, 10
ETA: Esquema Simplificado

03-Pré-cloração
Pré-Alcalinização
Coagulação

 Pré-Alcalinização: Adição de cal (CaO) ou soda (NaOH) à água para


ajustar o pH aos valores exigidos para as fases seguintes do
tratamento (floculação).

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ETA: Esquema Simplificado
03-Pré-cloração
Pré-Alcalinização
Coagulação

 Coagulação: adição de um COAGULANTE


seguido de agitação violenta da água para
provocar a desestabilização das partículas de
sujeira, facilitando sua agregação.

 Ex.: Al2(SO4)3, sais de ferro (III),


polímeros orgânicos;
Al2(SO4)3 + 6H2O → 2Al(OH)3 + 6H+ + 3SO42-

 Os hidróxidos gelatinosos insolúveis


formados vão encapsular as
partículas suspensas na água.
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ETA: Esquema Simplificado
CLARIFICAÇÃO:
04-Floculação
05-Decantação
06-Filtração

 04-FLOCULAÇÃO: Em tanques menores,


válvulas provocam uma suave
turbulência na água.
as partículas de sujeira
desestabilizadas pela coagulação
colidem umas com as outras e vão se
unindo, formando flocos maiores.

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ETA: Esquema Simplificado
CLARIFICAÇÃO:
04-Floculação
05-Decantação
06-Filtração

05-DECANTAÇÃO: É um processo de separação física das partículas em


suspensão, clarificando a água e reduzindo em grande porcentagem as impurezas.

Material sedimentado: LODO

 Matéria orgânica, hidróxido de


alumínio, impurezas.

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE
SÓLIDOS
Duração ~3h
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ETA: Esquema Simplificado
CLARIFICAÇÃO:
04-Floculação
05-Decantação
06-Filtração

06-FILTRAÇÃO: A água passa


por várias camadas
filtrantes, onde ficam retidas
as partículas não decantadas
e substâncias solúveis
(adsorção em carvão).

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ETA: Esquema Simplificado
07-DESINFECÇÃO:

Cloração
Fluoretação

 Eliminação dos micro-organismos não eliminados nas etapas anteriores

 Processos:  Formação de TRIHALOMETANOS


 Cl2 ou Solução de Hipoclorito; (THM)
 Cloraminas;
 Ozônio;
 Radiação UV;

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ETA: Esquema Simplificado
07-DESINFECÇÃO:

Cloração
Fluoretação

 Cl2 Cl2(g) + 2H2O → HOCl + H3O+ + Cl-


HOCl + H2O H3O+ + OCl-

NaOCl + H2O HOCl + Na+ + OH-


 NaOCl e Ca(OCl)2
Ca(OCl)2 + 2H2O 2HOCl + Ca2+ + 2OH-
 Método confiável, simples e de baixo custo!
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ETA: Esquema Simplificado
07-DESINFECÇÃO:

Cloração
Fluoretação

 FLUORETAÇÃO: etapa adicional para prevenção de cáries dentárias.

 Fluoreto de Cálcio (CaF2), Fluoreto de Sódio (NaF), Ácido


Fluorsilícico (H2SiF6) e Fluorsilicato de Sódio (Na2SiF6);

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ETA: etapas finais
Determinações
físico-químicas e
microbiológicas
para atestar a
QUALIDADE da
água

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ETA: e o LODO ?
 Encaminhado para a desidratação-estabilização química e microbiológica.

 Secagem: pode ser realizada por evaporação em leitos, uso de filtros prensa, etc.

Onde pode ser reutilizado?

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Efluentes domésticos
 Gerados pelos uso de água de abastecimento nas atividades diárias

 Composição:

 99,9% água;
 0,1% sólidos
→Sólidos suspensos;
→Sólidos dissolvidos;
→Matéria orgânica;
→Nutrientes – N, P;
→Organismos patogênicos –
vírus, bactérias, protozoários.

http://www.cesama.com.br/pdf/A-Importancia-do-Tratamento-de-Esgoto.pdf
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Efluentes domésticos: PORQUE TRATAR?
 O esgoto, sem tratamento, provoca dois
efeitos negativos na água em que é
lançado:

 Diminuição do O2 dissolvido
 Aumento na emissão de CH4 e CO2
{CH2O} + O2(aq) → CO2(g) + H2O

 A água resultante pode ser reutilizada:


indústria, agricultura, lançamento nos rios.

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Efluentes domésticos: Como tratar?
 Decomposição da matéria orgânica antes do seu lançamento em corpos de água:

 Tratamento Anaeróbio;
 Tratamento Aeróbio;
 Tratamento “Misto”.

Preliminar Primário Secundário

Remoção de sólidos em
suspensão
Remoção de matéria
sedimentáveis,
Remoção de sólidos orgânica dissolvida e da
materiais flutuantes
grosseiros e areia matéria orgânica em
(óleos e graxas) e parte
suspensão não removida no
da matéria orgânica em
tratamento primário
suspensão

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Efluentes domésticos: Tratamento PRELIMINAR
GRADE: remoção de
sujeiras como
plásticos, sacolas,
garrafas, etc.

CAIXA DE AREIA:
remoção de areia.

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Efluentes domésticos: Tratamento PRIMÁRIO

Decantador
Primário

Sólidos sedimentáveis
Matéria orgânica (suspensão)

 Eficiência de remoção de
sólidos em suspensão está
na ordem de 40 a 60%,

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Efluentes domésticos: Tratamento SECUNDÁRIO

Lagoas de Estabilização

Sistemas de Lodo ativado

Tratamentos
Anaeróbios
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Efluentes domésticos: Tratamento SECUNDÁRIO

Lagoas de Estabilização

I. Lagoas facultativas;
II. Lagoas anaeróbicas – lagoas facultativas;
III. Lagoas aeradas facultativas;
IV. Lagoas aeradas de mistura completa-lagoa de decantação;

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Efluentes domésticos: Tratamento SECUNDÁRIO
Lagoas de Estabilização

I. Lagoas facultativas

 Vantagens:
 Simplicidade;
 Não requer energia;

× Desvantagens:
 Pequeno volume;
 Elevado tempo;

 Adequado a pequenas
comunidades!

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Efluentes domésticos: Tratamento SECUNDÁRIO
 Alguns exemplos:
Sistemas de Lodo ativado  Lodos ativados convencional;
 Com aeração prolongada;
 Com fluxo intermitente.

 Lodos ativados convencional


 No decantador primário é
removida parte da matéria
orgânica, minimizando os
custos do tratamento.

 O lodo é bombeado
do fundo do
decantador
Reator AERÓBIO
secundário para a
unidade de aeração.

 Boa eficiência;
 Custo elevado.
 Curto tempo de retenção (6-8h);
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Efluentes domésticos: Tratamento SECUNDÁRIO
Tratamentos Anaeróbios

I. Sistema de fossa séptica – filtro anaeróbico: sistema


muito
utilizado no meio rural e em pequenas comunidades.

Remove sólidos Remoção da


em suspensão que matéria orgânica
sedimentam restante

 Menos eficiente que processos aeróbicos. 30


Efluentes domésticos: Tratamento do Lodo
A maior parte dos sistemas geram lodo em maior ou
menor quantidade;
O tratamento desse lodo é
realizado em digestores primários e
secundários, onde na ausência de
oxigênio o lodo é transformado em
matéria mineraliza, com baixa carga
orgânica e poucas bactérias;

Ocorre ainda a produção de gases;

Á
E os subprodutos gerados? g Biogás
u
a Biossólidos
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Efluentes domésticos: qual método usar?
Escolha do método para tratamento
depende de fatores como:

 volume de esgoto bruto gerado;

 volume de subprodutos gerados e qual sua


aplicação/destinação final;
 tempo requerido para o tratamento do
esgoto;
 custo operacional;

 investimento necessário para construir a


ETE;
 área ocupada pela ETE.
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Efluentes domésticos: ETE em Juiz de Fora

Tratament
o
Preliminar

Tratament
o
Primário

Tratament
o
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Secundário 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Rocha, J.C.; Rosa, A.H.; Cardoso, A.A. Introdução à Química Ambiental.


Editora Bookman, 2004.

Nascentes, C.C.; Costa, L.M. Apostila de Química Ambiental, UFMG, 2011.

Von Sperling, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de


esgotos. Editora UFMG, Belo Horizonte, 1996.

https://www.youtube.com/watch?v=f61JxBM8wrY

http://www.cesama.com.br/pdf/A-Importancia-do-Tratamento-de-Esgoto.pdf
http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47
http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/tudo-sobre-o-desperdicio-de-agua/5
488/#

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