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Prof.

Luci Sudan
RELEVÂNCIA
• século XX, a preocupação diante da crise ambiental.

• necessário a adoção de estratégias e mecanismos de enfrentamento


dos resíduos gerados pelo ser humano e desprezados na natureza.
O grande problema...

• resíduos descartados de
maneira incorreta no meio
ambiente, provocando
alterações no solo, na água, no
ar e possíveis danos à saúde
humana.
RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE:
RISCOS E GESTÃO

• Tem sido um desafio constante o gerenciamento dos resíduos que


apresentam, em grande maioria, riscos biológicos.
• Os resíduos gerados pelos hospitais são um grande problema,
principalmente se houver falta de informação.
• Foram publicadas a RDC Anvisa nº 306/04 (BRASIL, 2004) e a
Resolução do CONAMA nº 358/05 (BRASIL, 2005), que falam a
respeito do gerenciamento interno e externo dos resíduos dos
serviços de saúde (RSS).
RESPONSABILIDADES
De todos os envolvidos no processo de geração de resíduos
RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE:
RISCOS E GESTÃO

• Os resíduos infectantes hospitalares,


têm três níveis de risco potencial: saúde
ocupacional, taxa de infecção
hospitalar e meio ambiente.

• É importante que o gerador do resíduo


tenha a responsabilidade de manter o
local de trabalho livre de agentes que
possam oferecer riscos.
RDC ANVISA nº 306/04 (BRASIL, 2004) e a
Resolução do CONAMA nº 358/05 (BRASIL, 2005)
• Dispõem sobre o tratamento e disposição final de resíduos de serviços de
saúde entre outras providências, os resíduos são classificados em: Grupos
A, B, C, D e E.
CLASSIFICAÇÃO RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

GRUPO A resíduos com a possível presença de agentes biológicos (vírus, bactérias, fungos) que podem
apresentar risco de infecção.
Exemplos: algodão, gaze, espátula, absorvente e cotonete contaminados com materiais biológicos,
entre outros.
GRUPO B resíduos contendo substâncias químicas, como saneantes, desifetantes, reveladores e fixadores,
reagentes de laboratórios, metais pesados que podem apresentar risco à saúde ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características quanto a inflamabilidade, corrosividade e toxicidade.

GRUPO C rejeitos radioativos, resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em


quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional
de Energia Nuclear-CNEN
GRUPO D resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente.
Podem ser subdivididos em recicláveis e não recicláveis. Podem ser papel de uso sanitário, fraldas,
absorventes higiênicos, restos alimentares de pacientes, equipos de soros e similares não
classificados como A1, resíduos de áreas administrativas., etc.

GRUPO E materiais perfurocortantes (objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos rígidos e
agudos capazes de cortar ou perfurar, utensílios de vidro quebrados). Vidros, ampolas, lâminas de
barbear e bisturi, lancetas, tubos de coleta sanguínea, pipetas, agulhas, escalpes
SUBGRUPO A1

• culturas e estoques de microrganismos;


• resíduos de fabricação de produtos
biológicos, exceto os hemoderivados;
• descarte de vacinas de microrganismos
vivos ou atenuados;
• meios de cultura e instrumentais utilizados
para transferência
• inoculação ou mistura de culturas;
• resíduos de laboratórios de manipulação
genética.
SUBGRUPO A1

• Resíduos resultantes da atenção à saúde de


indivíduos ou animais, com suspeita ou
certeza de contaminação biológica por
agentes classe de risco 4,

• microrganismos com relevância


epidemiológica e risco de disseminação ou
causador de doença emergente que se torne
epidemiologicamente importante ou cujo
mecanismo de transmissão seja
desconhecido;
SUBGRUPO A1

• Bolsas transfusionais contendo sangue ou


hemocomponentes rejeitadas por
contaminação ou por má conservação, ou com
prazo de validade vencido, e aquelas oriundas
de coleta incompleta;

• Sobras de amostras de laboratório contendo


sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e
materiais resultantes do processo de assistência
à saúde, contendo sangue ou líquidos
corpóreos na forma livre.
SUBGRUPO A2

• carcaças,
• peças anatômicas,
• vísceras e outros resíduos provenientes de
animais submetidos a processos de
experimentação com inoculação de
microrganismos,
• cadáveres de animais suspeitos de serem
portadores de microrganismos de relevância
epidemiológica e com risco de disseminação,
que foram submetidos ou não a estudo
anátomo-patológico ou confirmação
diagnóstica.
SUBGRUPO A3

• Peças anatômicas (membros) do ser


humano;
• Produto de fecundação sem sinais
vitais, com peso menor que 500
gramas ou estatura menor que 25 cm
ou idade gestacional menor que 20
semanas, que não tenham valor
científico ou legal e não tenha havido
requisição pelo paciente ou familiares.
SUBGRUPO A4

• Kits de linhas arteriais, endovenosas e


dialisadores, quando descartados; Filtros de ar e
gases aspirados de área contaminada;
• Membrana filtrante de equipamento médico
hospitalar e de pesquisa, entre outros similares,
• Resíduos de tecido adiposo proveniente de
lipoaspiração, lipoescultura ou outro
procedimento de cirurgia plástica que gere este
tipo de resíduo,
• Recipientes e materiais resultantes do processo
de assistência à saúde, que não contenha sangue
ou líquidos corpóreos na forma livre.
SUBGRUPO A4

• Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros


resíduos provenientes de procedimentos
cirúrgicos ou de estudos anátomo-
patológicos ou de confirmação diagnóstica;
• Carcaças,
• Peças anatômicas,
• Vísceras e outros resíduos provenientes de
animais não submetidos a processos de
experimentação com inoculação de
microorganismos, bem como suas forrações;
• Bolsas transfusionais vazias ou com volume
residual pós-transfusão.
SUBGRUPO A5

• orgãos,
• tecidos,
• fluidos orgânicos,
• materiais perfurocortantes ou
escarificantes e demais materiais
resultantes da atenção à saúde de
indivíduos ou animais, com suspeita ou
certeza de contaminação com príons.
ETAPAS DE MANEJO DOS RSS

• Segregação
• Acondicionamento
• Identificação
• Coleta e Transporte
• Armazenamento temporário
• Armazenamento externo
• Tratamento final
• Disposição final.
SEGREGAÇÃO

• separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de


acordo com as características químicas e biológicas, o seu estado
físico e os riscos envolvidos.
SEGREGAÇÃO

• Grupo A - Os resíduos biológicos (grupo A) devem ser separados em


coletores de cor branca com o símbolo de substância infectante.

• Grupo D reciclável - devem ser separados em coletor de cor azul


identificado com a inscrição “papel”; os plásticos (grupo D reciclável).
Devem ser separados em coletor de cor vermelha identificado com a
inscrição “plástico”; e os demais resíduos (grupo D não recicláveis), como
papel-toalha, restos de alimentos, etc., devem ser separados em coletor de
cor cinza identificado com a inscrição “diversos”

• Grupo E - resíduos perfurocortantes devem ser separados na caixa de cor


amarela com o símbolo de substância infectante.
ACONDICIONAMENTO

• Refere-se ao ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou


recipientes (BRASIL- ANVISA, 2006).

• Deve ser executado no momento de sua geração, no seu local de origem ou


próximo a ele, em recipientes adequados a seu tipo

• Os resíduos biológicos (grupo A) e os químicos (grupo B) devem ser


acondicionados em sacos de cor branca leitosa com os respectivos símbolo
de substância infectante.
ACONDICIONAMENTO

• Os resíduos radioativos (grupo C) deverão ser acondicionados em


recipientes especiais blindados identificados com rótulos contendo
o símbolo universal de substância radioativa.

• Esses resíduos radioativos primeiramente são armazenados até


que atinja o nível de radiação que permita o seu destino final.

• De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN),


os hospitais são responsáveis pela destinação final.
ACONDICIONAMENTO

• Os resíduos comuns (grupo D reciclável) devem ser


acondicionados em sacos pretos.

• Os resíduos perfurocortantes (grupo E) devem ser acondicionados


na caixa de cor amarela com o símbolo de substância infectante,
resistente a vazamentos, ruptura e perfurações.
ACONDICIONAMENTO
RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES

• Imediatamente após o uso ou havendo a necessidade, os materiais


perfurocortantes devem ser descartados, de maneira separada e em local
próprio, em recipientes próprios com paredes rígidas, resistentes à
punctura, ruptura e vazamento.

• Devem ter tampa e estar identificados com o símbolo internacional de


risco biológico, juntamente com a identificação escrita de
“PERFUROCORTANTE”.

• É terminantemente proibido o esvaziamento desse recipiente para o seu


reaproveitamento.
RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES

• Todos os profissionais que realizam a


manipulação desse tipo de material devem
ter em mente que: é proibido reencapar as
agulhas ou retirá-las manualmente,

• Devem ser desprezadas junto com a seringa


devido ao alto risco de sofrer algum
acidente e se perfurar, pois na maioria das
vezes a agulha está contaminada, e já foi
utilizada em algum paciente que pode
portar alguma doença.
ACONDICIONAMENTO
ACONDICIONAMENTO
ACONDICIONAMENTO
ACONDICIONAMENTO
IDENTIFICAÇÃO

• É feita por meio de símbolos, cores e frases e deve constar nos


recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de
transporte interno e externo e nos locais de armazenamento
externo, sendo de fácil visualização.
IDENTIFICAÇÃO

• Os resíduos biológicos (grupo A) devem ser identificados com o


símbolo de substância infectante.

• Deve estar inscrito nos sacos de cor branca, nas lixeiras de cor
branca, nos carrinhos coletores que transportam os resíduos
biológicos até o armazenamento externo, nas caixas amarelas onde
são separados os resíduos perfurocortantes (grupo E).
SÍMBOLOS DE RESÍDUOS

Símbolo universal de substância infectante. Símbolo universal de substância tóxica.


Fonte: BRASIL- ANVISA, 2006. Fonte: BRASIL- ANVISA, 2006.
SÍMBOLOS DE RESÍDUOS
SÍMBOLOS DE RESÍDUOS

Símbolo universal para reciclagem.


Símbolo indicador de radiação ionizante. Fonte: BRASIL- ANVISA, 2006.
Fonte: BRASIL- ANVISA, 2006.
SÍMBOLOS DE RESÍDUOS

Estabelecimento de cores para coleta seletiva.


Fonte: BRASIL- ANVISA, 2006.
COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
COLETA E TRANSPORTE

• Transferência dos resíduos do ponto de geração até o local destinado


para seu armazenamento temporário ou armazenamento externo.
• Recolhimento do resíduo no ponto de geração, sendo este
transportado e armazenado em uma sala apropriada dentro do
estabelecimento. Este local é designado como armazenamento
interno.
• Remoção dos resíduos do armazenamento interno, para um abrigo
situado do lado de fora do estabelecimento, ou seja, no
armazenamento externo.
COLETA E TRANSPORTE

• É o transporte dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao


armazenamento temporário ou ao armazenamento externo.

• Os resíduos biológicos (grupo A) devem ser transportados até o


armazenamento externo no carrinho de cor branca com o símbolo de
substância infectante.

• Devem atender ao roteiro previamente definido pelo estabelecimento de


modo a não coincidir com a distribuição de roupas, alimentos e
medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de
atividades (BRASIL-ANVISA, 2006).
COLETA E TRANSPORTE

• Os resíduos comuns recicláveis e não recicláveis devem ser


transportados no carrinho com simbologia.

• Os carrinhos coletores devem ser lavados diariamente, e os


profissionais que realizam esta lavagem devem usar os EPIs:
botas, avental impermeável, luvas, óculos de proteção e máscara.
COLETA E TRANSPORTE

Os carros de coleta devem ser constituídos de:


• material rígido,
• lavável,
• impermeável,
• provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento,
• cantos e bordas arredondados,
• rodas revestidas com material que reduza o ruído (BRASIL- ANVISA,
2006),
• identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo.
COLETA E TRANSPORTE
ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO

• É a guarda temporária dos recipientes


contendo os resíduos já
acondicionados, em local próximo aos
pontos de geração, visando agilizar a
coleta dentro do estabelecimento até
a coleta externa. (BRASIL- ANVISA,
2006).
ARMAZENAMENTO EXTERNO

• É a guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa


de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado
para os veículos coletores.

• O abrigo de resíduos deve ser construído em ambiente exclusivo e


dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados,
além disso,

• Deve ser levada em consideração a capacidade do


armazenamento e a periodicidade de coleta do sistema de
limpeza urbana local.
ABRIGO EXTERNO DE RESÍDUOS
VEÍCULOS DE TRANSPORTE
DISPOSIÇÃO FINAL

• Consiste na disposição de resíduos no solo.

• Os resíduos biológicos (grupo A), o solo deve


ser previamente preparado para recebê-los,
obedecendo a critérios técnicos de construção
e operação, com licenciamento ambiental de
acordo com as normas vigentes.

• É obrigatório que todos os resíduos sejam


dispostos em aterros sanitários devidamente
licenciado evitando danos ao meio ambiente e
à saúde pública e passar por monitoramento
constante para evitar vazamentos no solo.
SISTEMAS DE TRATAMENTO DE
RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE – RSS
Inativação total dos microrganismos presentes e descaracterização (trituração de
resíduos), para posterior disposição do lixo e resíduos industriais em aterro sanitário.

autoclave e micro-ondas: esterilização dos resíduos contaminados.


SISTEMAS DE TRATAMENTO DE
RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE – RSS
ATERRO SANITÁRIO

dupla de impermeabilização, que geralmente são feitos com uma manta


sintética sobreposta a uma camada de argila compactada, mantendo-se a
uma distância de pelo menos 2 metros dos lençóis freáticos.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM

• Explique como deve ser


realizado o gerenciamento de
resíduos de serviços de saúde,
pelo enfermeiro, em sua
Unidade de trabalho?

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