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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NEWTON FREIRE MAIA
Curso Técnico em Sistemas de Energia Renovável

FERNANDO DE CAMARGO WEIGERT


LUIZ MIGUEL CARVALHO BIANCO

ENERGIA NUCLEAR: RISCO OU SOLUÇÃO?

PINHAIS
2020
FERNANDO DE CAMARGO WEIGERT
LUIZ MIGUEL CARVALHO BIANCO

ENERGIA NUCLEAR: RISCO OU SOLUÇÃO?

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial na
disciplina de Projetos e Instalação de
Sistemas de Energia Renovável do Curso
Técnico em Sistema de Energias
Renováveis do CEEP Newton Freire Maia.

Prof(a). Orientador(a): Jessica Pego Gomes


Damasceno

PINHAIS
2020
RESUMO

Fica claro que a maioria dos países desrespeitou as normas de segurança,


qualquer uma das usinas estavam prontas para se tornar “uma Chernobyl”. Acusar o
projeto ou a capacidade dos engenheiros soviéticos é uma tentativa de desqualificar
a sociedade soviética, tendo em vista que todos os países e governos
desrespeitavam as normas de segurança e seus cuidados necessários para
diminuição dos perigos. O que se pode fazer agora é perceber que não devemos
cooperar como se fosse algo fútil ou simples, pois todas as regras e a vida devem
ser respeitadas para evitar novas catástrofes nucleares.
Mesmo que grande parte da causa do acidente de Fukushima seja o
terremoto de 9 pontos na escala Richter seguido por um tsunami na cidade, muitas
vidas foram poupadas pela rápida ação do governo japonês, tendo em vista que o
episódio nuclear de Chernobyl ensinou que, uma rápida ação conjunta a uma
exposição da situação pode ser crucial para a maior taxa de sucesso na contenção
do acidente e no maior número de pessoas salvas.
O Brasil sente a necessidade de uma estratégia energética de longo prazo
realmente comprometida com o aumento da diversidade de fontes, com base em
paradigmas de segurança, não só energética, mas também econômica e ambiental.
A estrutura de planejamento, que prioriza a hidroeletricidade e coloca as demais
fontes o papel de “complementação”, deve considerar de forma integrada o potencial
de desenvolvimento econômico e geração de renda das diferentes fontes e a
independência de longo prazo na capacidade de suprimento, sem que haja
necessidade de abrir mão do controle de emissões e sustentabilidade ambiental.
A energia nuclear tem características de projeto muito específicas, e o
planejamento da expansão da sua participação na matriz deve prever ganhos de
escala, ou seja, o país só se beneficiará com o desenvolvimento de uma cadeia
produtiva, com níveis globais de competitividade, e com uma curva decrescente de
custos de investimento, quando decidir pelo desenvolvimento de um Programa
Nuclear de continuidade mínima.
Realizadas pesquisas bibliográficas sobre energia nuclear e sua segurança,
considerando dissertações de mestrado, artigos técnicos, livros que contém
conteúdo adequado e dedicados ao tema. Os resultados da pesquisa apontam que
questões de ordem tecnológica, jurídica, institucional, social e econômica, devem ser
desmistificadas e apresentadas à sociedade, mas dependem de uma estratégia, um
direcionamento por parte dos tomadores de decisão responsáveis pela política
energética de longo prazo.

Palavras-chave: Chernobyl. Energia Nuclear. Fukushima. Segurança.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6
1.1. OBJETIVOS ................................................................................................... 7
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 7
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 7
2. O QUE É ENERGIA? .......................................................................................... 7
2.1. ENERGIA NUCLEAR ..................................................................................... 8
2.1.1. Diferença de fissão e fusão nuclear ........................................................ 9
3. DESASTRES NUCLEARES PELA HISTÓRIA ................................................. 10
4. DESCRIÇÃO DE CASO: CHERNOBYL ........................................................... 11
5. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 12
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 13
8. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 16
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1. INTRODUÇÃO

A energia nuclear se resume na energia consumida ou produzida com a


modificação da composição de núcleos atômicos. Pode ser utilizada na geração de
energia elétrica em usinas nucleares e é vista como fonte de energia barata e limpa.
Devido ao perigo da radiação que é emitida na produção e dos materiais
utilizados, muitos sentem que ela pode não ser uma energia alternativa viável se
comparada aos outros tipos de energia, como combustível fóssil ou energia solar.
Apesar desse sentimento de insegurança que associam à energia nuclear, ela é a
quarta maior fonte “geradora” de eletricidade do mundo, atrás do carvão, do gás
natural e hidráulica.
A geração de eletricidade por reatores nucleares é uma das áreas
tecnológicas que mais se preocupam com a segurança. A prova dessa segurança é
que, entre todos os reatores em funcionamento, o único acidente com vítimas foi o
de Chernobyl, onde as condições de segurança eram notadamente ignoradas.
É importante conhecer sobre, pois a energia nuclear é segura e eficiente, por
desinformação, as pessoas têm este receio. O fato de utilizá-la é a diversificação da
matriz energética que consequentemente diminui a necessidade de ativação das
termelétricas em crises hídricas, resultando assim em um sistema elétrico mais
sustentável.
Aumentar a confiança de pessoas leigas no assunto da energia é levar
informação às mesmas para que haja uma menor resistência ao assunto, além de
introduzir o conhecimento para um público mais novo que futuramente poderá
desenvolver essa questão, mostrando-a como algo seguro, sustentável e produtivo
ao ponto de ser viabilizada em larga escala.
Tecnologias novas estão sempre surgindo, a segurança nuclear é
constantemente melhorada, sendo resultado de esforços internacionais, com
projetos e sistemas cada vez mais seguros e confiáveis, procurando diminuir as
possibilidades de falhas e acidentes com consequências. Obviamente que qualquer
tecnologia tem algum risco, e acidentes podem acontecer, porém, depende da
humanidade criar essas condições.
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1.1. OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar propostas de artigos, sites e arquivos relacionados à energia


nuclear e sua segurança, averiguando suas perspectivas, possibilidades e limites.

1.1.2 Objetivos Específicos

Aumentar a confiança de pessoas leigas no assunto na energia e levar


informação às mesmas para que haja uma menor resistência ao assunto, além de
introduzir o assunto para um público mais novo que futuramente poderá desenvolvê-
lo, mostrando-a como algo seguro, sustentável e produtivo ao ponto de ser
viabilizada em larga escala.

2. O QUE É ENERGIA?

Energia, por definição, se deve a capacidade de um corpo, substância ou


sistema físico de realizar trabalho. Esta energia pode vir de várias formas, sempre
respeitando a chamada “Lei da conservação de energia” de Lavoisier: “Na natureza
nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma” (Lavoisier, 1775). Ou seja, energia
não pode ser criada, apenas transformada de uma para outra.
Essas podem ser tanto potenciais: que ficam armazenadas e podem
aumentar ou diminuir de maneira proporcional, quanto podem ser transformadas de
uma forma de energia para outra como, por exemplo, a transformação da energia
potencial gravitacional da água em usinas hídricas em energia mecânica.
Como tipos de energia, temos os seguintes exemplos:

• Energia Térmica: é representada na forma de radiação eletromagnética (como


o calor), mostrada em motores a vapor ou na forma de luz (ondas de rádio e
micro-ondas);
• Energia Química: Liberada em reações químicas, como a energia proveniente
de pilhas;
• Energia Elétrica: é definida a partir do potencial elétrico de dois pontos de um
condutor permitindo que seja realizado trabalho;
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• Energia Mecânica: se apresenta na forma de movimento, como a energia dos


ventos (cinética) que gira as pás de um aerogerador;

E, também, temos a energia atômica, também conhecida como energia


nuclear.

2.1. ENERGIA NUCLEAR

Energia nuclear é o processo pelo qual é liberada grande quantidade de


calor através de fissão ou fusão nuclear. Utilizando-se da energia que mantém os
átomos unidos (força nuclear forte e fraca), transformando a energia atômica em
energia térmica similar aos sistemas utilizados em usinas termelétricas, transformam
a energia térmica em energia elétrica.
Durante a história da raça humana, novas maneiras de transformar energia
foram descobertas e aprimoradas para o melhor uso da humanidade, assim
ajudando em sua escalada tecnológica
Numa dessas escaladas, talvez sua maior, na questão de
transformação de energia, aconteceu em 1905 com o chamado “Ano Miraculoso” do
físico alemão Albert Einstein. A teoria que explica a relação de energia e matéria fora
descoberta, juntamente a equação E=m.C² (sendo E = Energia, m = massa do
objeto e C² = a constante da velocidade da luz no vácuo ao quadrado). Com esta
relação, foi indiretamente pensado na utilização do princípio para transformação
massiva de energia, tanto nas chamadas armas nucleares, que utilizam a energia de
maneira explosiva para a destruição, quanto para as chamadas usinas nucleares,
que utilizam da energia atômica para a transformação de energia térmica em
elétrica.
Armas nucleares utilizam-se da relação de equivalência massa-energia de
Einstein com intuito de utilizar uma massa de um objeto atomicamente denso (como
o Urânio, com massa atômica próxima de 238 u) e, multiplicando-o pela velocidade
da luz, teremos energia suficiente para destruir uma cidade ou alimentá-la com
energia elétrica durante vários anos.

[...] Isso levou ao Projeto Manhattan e, por fim, às bombas que explodiram
em Hiroshima e Nagasaki em 1945. Algumas pessoas puseram a culpa da
bomba atômica em Einstein porque ele descobriu a relação entre massa e
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energia, mas isso é como culpar Newton de causar acidentes de avião por
ter descoberto a lei da gravidade. O próprio Einstein não participou do
Projeto Manhattan e ficou horrorizado com o uso das bombas.
(HAWKING, STEPHEN. 2001)

Após o término da Segunda Guerra Mundial e o maior estudo da energia


atômica com as bombas nucleares de fissão foi incentivado pelos governos mais
poderosos ao redor do mundo, com ênfase para o governo dos Estados Unidos e da
antiga URSS, tanto com iniciativas em campos militares e quanto em questões
econômicas, assim aprimorando os antigos reatores BWR para os novos CANDU e
PWR (respectivamente, Canadian Deuterium Uranium e Pressurized Water Reactor)
que, ao contrário dos antigos protótipos, já eram suficientemente seguros para se
tornarem comerciáveis e, também, ao invés de água de forma estacionária para
água pressurizada, que gira mais rápido a turbina geradora.

2.1.1. Diferença de fissão e fusão nuclear

Para o aproveitamento da energia atômica como transformação de energia


elétrica, temos duas opções conhecidas até o momento. Uma mais estável chamada
de fissão nuclear e outra mais instável e difícil, comparativamente, de se manusear,
porém, centenas de vezes mais enérgica, chamada de fusão nuclear.

• Fissão: Esta é a principal forma utilizada para a geração de eletricidade em


usinas nucleares. Usando o urânio de exemplo, a fissão nuclear se deve a
separação ou quebra de um átomo de urânio em átomos menores, liberando
energia térmica no processo. No caso de um reator nuclear, um nêutron é jogado
em um átomo de urânio (normalmente urânio-235), que desestabiliza o núcleo,
fazendo-o fragmentar em outros dois átomos de bário e criptônio, expulsando
uma quantidade considerável de energia na forma de calor no processo (ANEXO
A).

• Fusão: Devido a fortes pressões e temperaturas, a fusão nuclear se deve a


junção de dois núcleos atômicos para criação de apenas um núcleo mais
massivo. A energia é liberada em grandes quantidades no decorrer da fusão em
forma de luz e calor. Este processo é o que ocorre em estrelas de hidrogênio,
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onde dois átomos de hidrogênio se fundem em um átomo de hélio, liberando


calor e luz na forma de fótons.

3. DESASTRES NUCLEARES PELA HISTÓRIA

Durante a história da energia nuclear, houve falhas humanas com a


manutenção ou segurança do reator, ou simplesmente o seu mau uso para
armamento bélico e destruição em massa. Dentre os desastres nucleares mais
famosos, estão:

• Chernobyl: Este fato histórico é conhecido como o maior desastre nuclear da


história. Em 26 de abril de 1986, na Ucrânia Soviética, o reator n°4 da Usina V. I.
Lenin apresentou problemas técnicos após falhas humanas ignorando protocolos
de seguranças essenciais para a usina. O resultado dessas falhas foi uma
explosão no reator, fazendo uma nuvem radioativa com cerca de 70 toneladas de
urânio e 900 de grafite na atmosfera que chegou até a América do Norte. Nesta
catástrofe morreram cerca de 2,4 milhões de pessoas e chegou a atingir o nível 7
da INES.

• Fukushima: Após um Terremoto de 9 pontos na escala Richter na usina


japonesa de Daiichi no dia 11 de março de 2011, três dos seis reatores
nucleares localizados na cidade de Fukushima sofrem grandes danos,
liberando altos níveis de radiação num raio médio de 40 km da usina, onde
foram encontradas altas concentrações de plutônio e césio no solo e água,
alcançando o grau 7 da INES.

• Hiroshima e Nagasaki: Durante o fim da Segunda Guerra Mundial, após a


rendição da Alemanha Nazista e o ataque japonês a Pearl Harbor, os Estados
Unidos como forma de “contra-ataque” testam suas bombas nucleares de
urânio e plutônio nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki,
respectivamente, gerando assim o maior ataque nuclear da história, que
desestabilizou a população japonesa e pôs um ponto final a Guerra que já
durava 4 anos.
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4. DESCRIÇÃO DE CASO: CHERNOBYL

Durante a década de 70, a antiga URSS investiu em usinas nucleares para


obter energia e plutônio destinado ao arsenal dissuasivo da Guerra Fria, as usinas
do tipo "Boiling Water Reactor" (BWR), que utiliza a energia transformada da reação
nuclear para ferver água e, assim, rotacionar uma turbina que produz energia
elétrica. O modelo Soviético de energia nuclear chamado de RBMK-1000,
comparado aos modelos estadunidenses e canadenses, era mais barato, tinha
manutenção mais simples e o Urânio utilizado como combustível também não
precisava ser tão enriquecido como os modelos ocidentais, porém, em contrapartida,
seu projeto era mais simples e menos seguro contra vazamentos, além de seu mau
funcionamento em baixas tensões.
A usina nuclear de Chernobyl, localizada a 110 km de Kiev, na atual Ucrânia,
devida pressão política, restrições de custo e pressa para iniciar a produção do
reator, houveram muitas falhas no projeto e em sua execução. O erro mais grave foi
colocar o reator em operação ao mesmo tempo, em que mantinha o núcleo de ferro
resfriado com segurança quando a energia total baixar. A primeira parada
programada do reator n° 4 foi utilizada para a realização de experimentos que
incluíam a redução da potência ao mínimo e encerramento parcial da fonte de
alimentação externa para simular uma falha de energia no reator.
Na madrugada de 26 de abril de 1986 a temperatura do reator de número 4
rapidamente aumentou e a água que circulava nos tubos foi transformada em vapor,
de forma explosiva, assim arrebentando seus tubos de armazenamento, os
elementos combustíveis da reação nuclear e os blocos de grafite. A explosão foi tão
súbita que arremessou a tampa de concreto e destruiu o teto do prédio, que não foi
previa algo parecido em seu projeto, deixando o Reator aberto. Como o grafite
aquecido entra em combustão espontânea, iniciara um incêndio, arremessando para
fora grande parte do material radioativo que estava nos elementos combustíveis,
danificados na explosão de vapor.
As notícias do ocorrido se espalharam, o mundo inteiro tomou consciência
de que a energia atômica para fins pacíficos precisava ser tratada com mais cuidado
e respeito. Alertados pelo acidente de Chernobyl, os países detentores de tecnologia
atômica passaram a fiscalizar melhor sua pesquisa, seu uso e sua implementação, e
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países antes interessados em adquirir essa tecnologia reconsideraram suas atitudes


e prioridades. Como consequência, a Guerra Fria estava perdida para o lado
soviético e tratados de não proliferação de armas nucleares (TNP) precisavam ser
levados mais a sério. A humanidade teve uma amostra assustadora da destruição
por poluição atômica, seja em guerras ou no manejo irresponsável. Extensas áreas
do leste europeu estão isoladas por contaminação radioativa.

5. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a elaboração deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas


na literatura disponível sobre energia nuclear e sua segurança, considerando
dissertações de mestrado, artigos técnicos, livros que contém conteúdo adequado e
dedicados ao tema.
Concluída a pesquisa e também o levantamento das informações relevantes
sobre segurança no setor de energia nuclear, é iniciado o processo de análise de
caso, que consiste em juntar os dados levantados e compará-los ao pensamento da
não implementação do sistema por receio de acidentes baseados em incidentes
passados que, em seu todo, foram causados por falha humana para com a
segurança da usina e seus protocolos. Esta etapa envolve a realização de um
estudo de caso do incidente de Chernobyl e a descrição dos erros humanos
cometidos.
Por fim, dissertam-se os motivos do impacto no setor, pelo qual o erro
humano causou problemas há alguns anos, e suas visões de futuro, principalmente
no que se refere à perspectiva da energia nuclear.
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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Até agora não se tem notícias de que algum acidente em usinas de geração
de energia tenha tido proporções semelhantes a Chernobyl e o desastre de
Fukushima Daiichi. Ainda que Itaipu fosse destruída, e a maior parte da
Argentina fosse por água abaixo, não ficariam sequelas em gerações
sucessivas a exemplo do que ocorreu na Ucrânia e no Japão. [...] que o
Estado brasileiro está longe de ter a estrutura necessária para garantir a
segurança das atividades e instalações nucleares (Scalambrini, Heitor.
2006).

Durante o histórico da usina nuclear Angra 1 (apelidada “usina vaga-lume”,


pelo quanto piscava durante a noite), começou como uma usina autossustentável
até ser integrada ao sistema nacional de energia. Após mais de 30 anos de
funcionamento, a primeira usina nuclear do Brasil passou por várias atualizações,
como em 2009, em que a turbina elétrica que costumava limitar a eficiência
energética da usina para 80% (por seu rápido desgaste devido ao estresse) fora
trocado por um sistema novo, assim como todo seu sistema da sala de controle, que
teve de ser atualizado com o tempo para reações mais instantâneas e precisas a
partir das funções fornecidas pelos reatores.
Mesmo após tantos anos, alguns moradores da cidade de Angra dos Reis
ainda temem pela sua segurança com a presença das 2 usinas nucleares Angra 1 e
Angra 2, além da já em construção à 30 anos, Angra 3, nascida da parceria Brasil-
Alemanha que luta contra desvios de verba constantes, além de quebras entre o
acordo, que fizeram uma obra que duraria 5 anos se prolongar por tanto tempo
Priorizando a segurança, as usinas nucleares brasileiras contêm tanto
barreiras físicas, quanto de projeto ou controle dos processos que acontecem no
local, preparando-se para as situações mais diversas, como terremotos em lugares
atípicos, quedas de aviões sobre as instalações e erros humanos.
Tanto Angra 1 quanto Angra 2 estão entre as usinas mais seguras do
mundo. Além disso, segundo a World Associations of Nuclear Operators (WANO), a
usina Angra 2 foi a 21ª mais produtiva usina nuclear no mundo em 2009 com
10.153.593,49 Megawatts-hora de potência.
Com o aumento percentual de 2,3% no ano de 2019 em relação ao ano de
2018, uma maior implementação de energia nuclear na matriz energética além de
diversificar nosso duopólio da energia térmica (proveniente da queima de
combustíveis tanto renováveis {como o bagaço da cana-de-açúcar}, quanto não-
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renováveis {como o carvão, gás natural e petróleo}) e hídrica que, juntos, compõem
cerca de 84% de toda energia produzida no ano de 2019 de acordo com a Empresa
de Pesquisa Energética (EPE) no Balanço Energético Nacional (BEN) do ano de
2019 publicado no primeiro semestre de 2020 (ANEXO B).
Com a já conhecida eficiência energética das usinas nucleares brasileiras
aliadas ao investimento no estudo deste tipo de energia podem fazer com que o
Brasil se torne uma potência ainda maior no setor nuclear, além de tornar o país
mais atrativo para investidores externos e utilizar a vasta reserva de urânio nas
cidades de Caldas/MG, Caetité/BA e Santa Quitéria/CE para utilização e estudo
nacional ao invés de exportar em grande quantidade, como a maioria dos recursos
do país.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os dados obtidos e dissertados, energia nuclear pode


contribuir muito para a “geração” de energia elétrica principalmente em cenários
onde há crises hídricas e elétricas reduzindo, assim, a utilização das caras e
poluidoras usinas termelétricas, possibilitando aumento do consumo e melhoria da
qualidade de vida da população, de modo que as oportunidades para a diversidade
de fontes energéticas no Brasil sejam aproveitadas, barateando as contas de luz e
diversificando a limitada matriz energética brasileira.
Comparada com outras fontes de energia que podem ser utilizadas no
Brasil, a energia nuclear não ocupa posição privilegiada, mas sua pesquisa e
aprimoramento são fundamentais para impactos futuros e outras aplicações. Embora
o uso de combustível nuclear para produzir energia tenha causado polêmica, o uso
da energia nuclear em alguns países atendeu quase todas as necessidades, mas
não teve um impacto significativo. Portanto, a tecnologia está em constante
evolução, de modo que os problemas e acidentes ambientais não ocorrem mais.
Para esse feito, devem o medo e o receio da utilização da energia nuclear
sejam estudados e tratados com maior profundidade no futuro e analisados de forma
objetiva.
16

8. REFERÊNCIAS

CARDOSO, E. D. M. Apostila educativa. Energia Nuclear, Rio de Janeiro, v. l, n. 1ª,


p. 27-28.

ELETROBRAS. Eletrobras Eletronuclear. Disponivel em:


<https://www.eletronuclear.gov.br/Sociedade-e-Meio-Ambiente/Espaco-do-
Conhecimento/Paginas/Energia-Nuclear.aspx>. Acesso em: 05 Setembro 2020.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético Nacional.


Ministério de Minas e Energia Governo Federal. Rio de Janeiro, p. 73. 2020.

GOMES, J. J. D. A importância da energia nuclear dentro da matriz energética


brasileira. Universidade Federal de Ouro Preto. Minas Gerais, p. 50. 2017.

HAWKING, S. O Universo Numa Casca de Noz. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Intrinseca
Ltda, v. l, 2001.

LIMA, M. B. D. UM ESTUDO INTRODUTÓRIO DA ENERGIA NUCLEAR.


Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, p. 42. 2014.

MOURA, J. P. D.; CAMPANHARO, A. Infobibos, 2011. Disponivel em:


<http://www.infobibos.com/Artigos/2011_2/EnergiaNuclear/Index.htm>. Acesso em:
10 Maio 2020.

PLANAS, O. Energia Nuclear, 2009. Disponivel em: <https://pt.energia-


nuclear.net/energia>. Acesso em: 05 Setembro 2020.

RODRIGUES, A. K. R. S.; LÚCIO, C. C. Eletricidade em CA. 1ª. ed. Minas Gerais:


Instituto Federal de Minas, v. l, 2015.

SARAIVA, G. J. D. P. (Ed.). Cadernos de Estudos Estratégicos. 1ª. ed. Rio de


Janeiro: CEE - ESG, v. 8, 2007.

SUGUIMOTO, D. Y. D. L. A. D. M. C. CHERNOBYL - A CATÁSTROFE.


Universidade Católica Dom Bosco. Mato Grosso do Sul, p. 17. 2014.
17

9. ANEXOS

ANEXO A - ESQUEMA DO PROCESSO DE FISSÃO NUCLEAR

FONTE: MAGALHÃES (2019)

ANEXO B – REPARTIÇÃO DA OFERTA INTERNA DE ENERGIA - OIE

FONTE: EPE (2020, p. 18)


18

ANEXO C - CRESCIMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA MEGAWATT/HORA

FONTE: EPE (2020, p. 38)

ANEXO D – VARIAÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA EM % 2019/2018

FONTE: EPE (2020, p. 26)


19

ANEXO E – GERAÇÃO DE ELETRICIDADE POR FONTE NUCLEAR NA MATRIZ


ENERGÉTICA MUNDIAL

FONTE: SILVA (2014, p. 8)

ANEXO F – RESERVAS MUNDIAIS DE URÂNIO

FONTE: SILVA (2014, p. 25)

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