O que é um material transgênico? O transgênico é um organismo que recebe um gene retirado de outro, o que lhe confere uma característica nova. A depender do gene adicionado, a planta pode se tornar mais nutritiva ou mais resistente à seca, a pragas ou a agrotóxicos. O algodão transgênico é uma inovação na produção de fibras naturais. O tecido produzido a partir da fibra, extraída da semente dessa planta transgênica ,mantém características que promovem a sustentabilidade, como: biodegradabilidade, absorção de água, maciez e capacidade termostática. O algodão transgênico(BRS 433FL B2RF) é uma tecnologia que auxilia o produtor no combate a pragas no campo. Isso porque, até o desenvolvimento da primeira planta transgênica de algodão, havia a necessidade de grandes quantidades de defensivos químicos para conter os danos causados pelos insetos-pragas do algodoeiro e ervas daninhas, elevando os custos de produção. A BRS 433 FL B2RF faz parte de um conjunto de lançamentos que inclui as cultivares de algodão BRS 430 B2RF e BRS 432 B2RF. Em comum, os novos materiais apresentam alta produtividade, estabilidade de produção, fibra de elevada qualidade, além da resistência às principais lagartas que atacam o algodoeiro e ao herbicida glifosato. Todas possuem a tecnologia Bollgard II Roundup Ready Flex (B2RF), que conferem resistência ao herbicida glifosato e a lagartas. Métodos que identificam sementes de algodão transgênico
Os pesquisadores utilizam um instrumento Raman portátil e
um espectrômetro de infravermelho próximo de bancada, além de recursos de imagens hiperespectrais NIR, combinando novas metodologias analíticas. A espectroscopia Raman é baseada no espalhamento da luz pelos objetos, enquanto a espectroscopia de infravermelho baseia-se nos efeitos da absorção da radiação. Já a análise de imagens hiperespectrais é uma técnica que ilustra a composição química dos objetos por meio de imagens e diferentes estratégias digitais e espectrais (visível, infravermelho e fluorescência). Destruição dos restos culturais
A destruição dos restos culturais é
fundamental para eliminar a chamada “ponte verde”, responsável por fornecer alimento e abrigo aos insetos-praga no período que antecede a safra seguinte. “A correta destruição de soqueiras reduz a pressão de pragas, como o bicudo, e doenças sobre a cultura do algodoeiro”, Com o avanço das lavouras de algodão transgênico resistente ao glifosato está mais difícil destruir os restos da cultura quimicamente. A destruição dos restos culturais do algodão depois da colheita é uma medida necessária para reduzir a população de pragas que permanecem alojadas na chamada “soqueira” especialmente, o bicudo. Outra alternativa para o produtor é a destruição mecânica das plantas. Bicudo-do-algodoeiro O algodão transgênico no Brasil Pesquisadores da Embrapa e Fundação Bahia desenvolveram a primeira cultivar de algodão transgênico de fibra longa do Brasil. O novo material possui comprimento de fibra superior a 32,5 mm, elevada resistência e características consideradas ideais pela indústria têxtil para a fabricação de tecidos finos destinados à fabricação de roupas. O comprimento médio das fibras atualmente disponíveis no mercado é em torno de 30 milímetros. Hoje o Brasil importa fibras longas para misturar com fibras médias e produzir um fio de melhor qualidade. A nova cultivar pode ajudar a suprir a demanda interna por fibra longa. A cultivar tem porte médio e ciclo longo, portanto é indicada para a abertura do plantio nos cerrados da Bahia e demais estados do Matopiba, além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Também é recomendada para o cultivo em condições irrigadas do semiárido do Nordeste. O potencial produtivo é superior a 4.500 quilos de algodão em caroço por hectare, com rendimento de fibra em torno de 38%. Além da redução da necessidade de utilização de inseticidas no controle das principais pragas do algodoeiro, a tecnologia permitiu ao Brasil uma produção adicional de aproximadamente 50 mil toneladas de algodão por safra. Dessa forma, com o algodão transgênico, o Brasil, conseguiu atingir uma produção que ultrapassa os 4 milhões de toneladas ao ano. Lavouras de algodão geneticamente modificado para resistência a insetos (Bt) é recomendado cultivar 20% da área com cultivares não Bt, como é o caso das cultivares BRS RF. Plantação e colheita do algodão Algodão Fim.