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O mercado financeiro é um ambiente em constante evolução e é influenciado por muitos fatores,

incluindo as expectativas e ações dos investidores.

Embora muitos acreditem que o preço dos ativos é determinado por fatores fundamentais como a
performance financeira de algum determinado ativo, as condições econômicas do país e a situação
política, entre outras coisas intrínsecas ao mercado, como acreditavam Richard Dow e seu xará, Richard
Wyckoff, a verdade é que, Elliott é quem estava certo, pois o que realmente move o preço dos ativos são
as pessoas.

As forças demandantes e ofertantes são essencialmente seres humanos e, como tal, suas emoções e
expectativas são as forças essenciais que influenciam o preço dos ativos.

Por exemplo, quando determinado setor econômico é contagiado por um otimismo coletivo por entre as
pessoas, naturalmente essa classe de ativos sobe de preço, seja pelo aumento de demanda, ou, até
mesmo, pela perspectiva do aumento de demanda.

Observando nesse sentido, o comportamento individual e orgânico de um ser humano, naturalmente


uma pessoa tende a tomar determinadas decisões de compra ou venda, de qualquer produto, que seja,
meramente, até mesmo, pela simples perspectiva de que algo positivo possa vir a acontecer na sua vida.

E como a humanidade é um conglomerado de seres da mesma espécie, independente de raça, cor, sexo,
etnia, ou seja lá o que for, somos todos compostos pelos mesmos elementos fisiológicos que
conduzem/influenciam nossas emoções e decisões, igualmente, em cascata.

E de uma forma incontrolavelmente coletiva, somos levados a tomar exatamente os mesmos conjuntos
de decisões de milhares e milhares de pessoas ao mesmo tempo ao redor do mundo.

Leia mais sobre a Teoria do Caos!

Então, esteja certo de que, apesar de todos os outros fatores fundamentais que influenciam nas
movimentações de preços dos ativos no mercado financeiro, o fundamento primeiro que move de forma
encadeada a ação demandante e ofertante de todas as classes de ativos ao redor do mundo, são
essencialmente pessoas, e suas emoções, paixões, medos, dúvidas, desejos, desconfiança, insegurança,
ansiedade, frustração, pânico, euforia, entre outras coisas, de forma plenamente orgânica e coletiva. Em
outras palavras, caótica e, ao mesmo tempo, padronizada.

Deste modo, é correto afirmar, que existe ordem no caos absoluto da infinita multiplicidade das
emoções humanas. E o mesmo racional se expande, quando visto o ser humano como um organismo
coletivo.

Fato é que, estes eventos são difíceis de serem medidos e previstos, mas são os essenciais responsáveis
por movimentar o preço dos ativos no mercado financeiro.

Por outro lado, muitos analistas acreditam que os padrões gráficos são o que dão o tom da direção dos
preços dos ativos nos mercados.

Uma frase clássica que muito se ouve dizer, é: “O mercado vai voltar em tal preço, para respeitar a
retração de Fibonacci”, ou seja lá qualquer outro indicador, ou padrão gráfico do momento, que seja.

Ledo engano!

Como poderíamos supor, ou sequer imaginar, que o complexo conglomerado de paixões e emoções
humanas poderiam ser influenciados por aquilo que o analista “A” ou “B” vê no gráfico?

Das duas, uma:

1 — Ou isso é simplesmente uma mera e, eu diria, comum ignorância, por não observar o todo,
enquanto se ainda está perdido com uma nova linguagem gráfica, principalmente no caso dos iniciantes.

2 — Ou de outra forma, seria uma completa e absoluta arrogância, também ignorante, de achar que se é
o melhor dos analistas e sabedor de todas as coisas, enquanto simplesmente não se sabe nem o básico.

Portanto, é absolutamente necessário entender que os gráficos apenas comunicam a ação de compra e
venda coletiva dos integrantes de determinado setor de mercado, ou seja, as pessoas.

Os gráficos, de forma alguma, tornam alguém capaz de prever, por si só, o comportamento futuro dos
preços e comportamentos dos mercados.

Em suma, o que realmente move o preço dos ativos no mercado financeiro são as pessoas e não o que
você vê no gráfico.

O comportamento e as expectativas das pessoas são as forças que influenciam o preço dos ativos, e
essas forças não podem ser previstas. Muito menos quando se tenta buscar a previsão, onde não se
poderia encontrar, ou seja, nos gráficos.

Em outras palavras, os gráficos são meramente a lente mais apurada pela qual se pode, pura e
simplesmente ver, repito, VER as movimentações passadas dos ativos nos mercados.

E é então, finalmente, a análise técnica o melhor caminho possível para se identificar tendências dos
preços dos ativos no mercado financeiro. E com isso, meramente conjecturar probabilidades, numa
escala de relevância do que pode vir a acontecer de forma mais factível.

Mas a análise técnica não pode, jamais, prever o comportamento humano e sua influência no mercado
financeiro.

Contudo, nunca é demais ressaltar (para uma mudança de cultura), que o que de fato move o preço dos
ativos são as pessoas, e não o que se vê no gráfico.

Mas aí, nesse sentido, então, como poderia um trader, analista técnico, conseguir ter previsibilidade e
consistência nas suas operações, se a previsão dos preços não está e não pode ser vista nos gráficos?

Isso é bem simples de resolver, para fechar o entendimento do tema de forma definitiva.
Vamos trazer mais uma vez para um cenário onde estaríamos analisando o comportamento de um único
indivíduo, levando em consideração, claro, que isso vai refletir num comportamento de massas.

Vamos lá…

Imagine que durante muito tempo o comportamento de determinado indivíduo, rotineiramente, tendia
sempre a colocá-lo gradativamente em risco de vida. Ou seja, cada vez mais, conforme o tempo passa,
esse indivíduo vinha adotando comportamentos que cada vez mais ia colocando-o sob risco de vida
iminente.

Ao plotarmos esse padrão de comportamento num gráfico de exposição ao risco x tempo,


conseguiríamos conjecturar através da análise técnica que poderíamos cada vez mais estarmos
propensos a alcançar um “topo”, pelo qual, dificilmente poderíamos transpor. E, portanto, se fosse
possível lucrarmos com esse cenário, veríamos claramente um momento ideal para começarmos a
apostar nossas fichas para a morte ou, no mínimo, a hospitalização desse indivíduo.

Ninguém precisaria de uma bola de cristal para identificar tal probabilidade

Quando trazemos esse raciocínio para o campo da análise técnica dos preços dos ativos nos mercados, o
que precisa ficar absolutamente claro são essas duas coisas:

1 — Concluir que o indivíduo poderia estar próximo de se acidentar, não é prever o futuro. Ou seja, da
mesma forma, concluir que o preço de determinado ativo pode vir, muito provavelmente, a começar a
cair após certo ponto, também não pode ser encarado como previsão.

Pode parece algo banal, mas este defeito de percepção é um viés que atrapalha as análises da grande
maioria das pessoas que se envolvem no mercado.

2 — Concluir que o indivíduo, vai precisar se acidentar, por conta que se viu no gráfico do seu
comportamento x tempo, é algo completamente apartado da realidade. Porque o que acontece, na
verdade dos fatos, é o estado físico da pessoa e o seu comportamento, na vida real. Esse indivíduo vive e
se comporta na vida real, e não no gráfico.
Ou seja, os eventos que determinam os movimentos futuros dessa pessoa não é nada que esteja numa
atmosfera que está fora da sua realidade.

O que se vê no gráfico, é apenas um retrato dessa realidade. Em outras palavras, trazendo essa ilustração
para o mercado, o que determina o comportamento futuro dos preços não pode, de forma alguma, ser o
que se vê nos gráficos.

É exatamente o oposto, não é o gráfico que move a realidade, mas a realidade é o que move o gráfico.
Ou seja, o gráfico deriva da realidade, e não a realidade deriva do gráfico.

Um outro argumento muito comum que contesta essa realidade inexorável, é a do “efeito surpresa”.

Pois, como poderia então um trader analista técnico conseguir ter previsibilidade e consistência, se a
todo momento estão saindo notícias que “do nada” abalam e transmutam completamente a direção dos
preços dos mercados?

Por exemplo, uma notícia de uma guerra pode fazer com que os investidores sejam mais cautelosos e
optem por ativos mais seguros, como títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o que pode aumentar o
preço desses ativos e reduzir o preço de ações de empresas com presença global. Ou até mesmo em
menor escala, basta ver o caso da AMER3 .

A resolução desse racional é o que ajudará a fechar o entendimento deste tema.

É como já dizia o ditado: “Roma não foi construída do dia para a noite”.

Bem objetivamente falando, uma guerra não se forma de um dia para a noite, um erro contábil numa
grande empresa, ao ponto de gerar uma grande crise, não se cria de um dia para a noite, bitcoin não tem
uma proibição decretada em algum país importante, de um dia para a noite, nem mesmo catástrofes
naturais, em grande parte, não acontecem de um dia para a noite.
No entanto, vale ressaltar que, é claro que podem ocorrer eventos absolutamente imprevisíveis, que tem
o potencial de chacoalhar o mundo, ou determinada região, e interferir de fora para dentro nos
mercado, como uma possível morte por acidente de algum chefe de estado, por exemplo, ou uma má
decisão tirada de um repente (o que raramente ocorre), ou por exemplo como ocorreu no famoso Flash
Crash de 2010.

Coisas pelas quais podemos chamar de Cisne Negro, segundo Nassim Taleb.

Mas, o fato é que assim como uma mera perspectiva de que algo grande estará prestes a acontecer na
nossa vida, já influencia diretamente no nosso comportamento, gerando ansiedade, por exemplo. E
naturalmente, quando estamos com ansiedade, isso modifica o nosso comportamento. Assim também o
é com os mercados.

Se plotarmos essa realidade nos gráficos, esses comportamentos de ansiedade poderão ser captados na
análise técnica em alguma camada de comportamento x tempo no gráfico, trazendo um alerta de
atenção para o analista, muito antes de o evento em si acontecer.

E mais uma vez, isso não é previsão e muito menos significa dizer que a vida respeita o gráfico.

Por fim, a construção correta do raciocínio da análise técnica é:

1 — Os mercados precificam a vida >

2 — Pelos gráficos a precificação da vida se torna visível >

3 — Com a análise técnica dos gráficos, se é possível conjecturar probabilidades de movimentações


futuras para a vida >

4 — Diante das maiores probabilidades para a vida, podemos nos posicionar em determinada região do
mercado para lucrar com a derradeira movimentação dos preços.

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