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Empuxos

Fernando A. M. Marinho
2015
Waldmar Hachich
2019
Estruturas de Contenção

Fang (1991)
Problemas...
e arte

Baptiste DEBOMBOURG
Coeficiente de empuxo lateral
Na Água

𝜎ℎ
𝐾= =1
𝜎𝑣
No Gelo

𝜎ℎ
𝐾= <1
𝜎𝑣
No Solo ou Rocha

𝜎ℎ
𝐾 = 𝑑𝑒 < 1 𝑎 > 1
𝜎𝑣
Natureza do Empuxo de Terra em Contenções

Das (2006)
Empuxo Ativo: É a tensão limite entre o
solo e um anteparo, decorrente de
tendência de afastamento do anteparo em
relação ao solo, no sentido de expandir /
“aliviar” o solo horizontalmente.

Empuxo Passivo: É a tensão limite entre o


solo e o anteparo, decorrente de tendência
de aproximação do anteparo em relação
ao solo, no sentido de comprimir /
“empurrar” o solo horizontalmente.
Coeficientes de empuxo de terra

• Relação SEMPRE entre tensões EFETIVAS !


𝜎ℎ′
•𝐾=
𝜎𝑣′
A rigor deveria ser 𝐾 ′ (em
vez de 𝐾), para explicitar o
𝜎𝑎′ “efetivo”.
• 𝐾𝑎 = 𝜎𝑣′
ATIVO
Mas, como se trata de
𝜎ℎ′ 0 REPOUSO ponto pacífico, imaginado
• 𝐾0 = 𝜎𝑣′0
(SUBSCRITO 0 INDICA “SEM
DESLOCAMENTO”)
de conhecimento geral,
em todo o tratamento do
𝜎𝑝′
• 𝐾𝑝 = 𝜎𝑣′
PASSIVO assunto “empuxos” é
usual não utilizar o
apóstrofo.
Coeficiente(s) de empuxo de água

𝑢ℎ
• 𝐾𝑤 = =1
𝑢𝑣
𝑢𝑎
• 𝐾𝑤𝑎 = =1 ATIVO
𝑢𝑣
𝑢ℎ0 REPOUSO
• 𝐾𝑤0 = =1 (SUBSCRITO 0 INDICA “SEM
𝑢𝑣0 DESLOCAMENTO”)

𝑢
• 𝐾𝑤𝑝 = 𝑢𝑝 = 1 PASSIVO

Natureza da variação do empuxo lateral a uma certa profundidade

Das (2011)
Empuxo de Terra
 Empuxo em Repouso (nenhum deslocamento do muro e nenhuma mudança
nas tensões horizontais).

 Empuxo Ativo (afastamento do muro e decréscimo das tensões horizontais).


 Empuxo Passivo (aproximação do muro e aumento das tensões horizontais).

Tensão
0

Empuxo passivo

𝛿𝑎 : milímetros a poucos centímetros dp >> da


𝛿𝑝 : centímetros a poucos decímetros

Empuxo em repouso
Empuxo ativo

da dp Deslocamento
Solo
Distribuição teórica do empuxo ativo

Solo

Distribuição teórica do empuxo passivo

Solo
Repouso  |𝐹𝐸 | = |𝐹𝐷 |
𝐹𝐸 𝐹𝐷

No sistema,
𝐹𝐸 + 𝐹𝐷 = 0.

Lei de movimento de Newton: objeto em repouso


Quando um objeto está sujeito a forças iguais e opostas ele está em repouso.
Natureza do Empuxo de Terra

Briaud (2013)
Repouso
Jaky (1944) – Normalmente adensado

𝐾𝑜 ≈ 1 − 𝑠𝑒𝑛𝜑 ′
Mayne & Klhawy (1982) – Sobre-adensado

𝐾𝑜 = 1 − 𝑠𝑒𝑛𝜑 ′ 𝑂𝐶𝑅 𝑠𝑒𝑛𝜑

𝜎𝑜′ = 𝑞 + 𝛾𝑧

𝜎ℎ′ = 𝐾𝑜 𝜎𝑜′ + 𝑢
1
𝑃𝑜 = 𝑃1 + 𝑃2 = 𝑞𝐾𝑜 𝐻 + 𝛾𝐻 2 𝐾𝑜
2

Se a sobrecarga é zero e não há pressão de água o


diagrama é triangular

𝐻 𝐻
Das (2011) 𝑃1 2 + 𝑃2 ( 3 )
𝑧=
𝑃𝑜
Repouso

Presença do nível de água

Das (2011)
 Teoria de Empuxo de Rankine (1857) admite (em sua forma
original):
Decorre
 interface muro-solo sem atrito diagrama
 paramento do muro é vertical triangular de

 o terrapleno é horizontal tensões de
 o muro é flexivel e em semi-espaço infinito empuxo
(só normais)
 solo não coesivo
Caso Passivo
Caso Ativo
𝝈𝒗 = 𝝈𝟏 𝝅 𝝓
𝜷= + 𝝈𝒗 = 𝝈𝟑 𝝅 𝝓
𝟒 𝟐 𝜷= −
𝟒 𝟐

𝝈𝒂 = 𝝈𝟑 𝝈𝒂 = 𝝈𝟑 𝝈𝒑 = 𝝈𝟏 𝝈𝒑 = 𝝈𝟏

Planos de ruptura
𝝈𝒗 = 𝝈𝟏 𝝈𝒗 = 𝝈𝟑
t 𝜙 t 𝜙
tensões no plano
de ruptura

𝝅 𝝓
𝜷= +
𝟒 𝟐

𝝈𝒂 𝝈𝒗 𝝈𝒗 𝝈𝒑
s 𝜷=
𝝅 𝝓

𝟒 𝟐
s
tensões no plano
de ruptura

𝜙 Caso Passivo 𝜙
Caso Ativo
𝝈𝒗 = 𝝈𝟏 𝝅 𝝓
𝜷= + 𝝈𝒗 = 𝝈𝟑 𝝅 𝝓
𝟒 𝟐 𝜷= −
𝟒 𝟐

𝝈𝒂 = 𝝈𝟑 𝝈𝒂 = 𝝈𝟑 𝝈𝒑 = 𝝈𝟏 𝝈𝒑 = 𝝈𝟏

Planos de ruptura
𝝈𝒗 = 𝝈𝟏 𝝈𝒗 = 𝝈𝟑
Rankine (com sobrecarga)
q
Empuxo ATIVO
t 
Solo
g
sv

sa
s
sa
sv

𝜎𝑎 = 𝜎𝑣 × 𝐾𝑎

𝜎𝑣 = 𝑞 + 𝛾𝑧 1  sen  
Ka   tan (45  )
2

1  sen  2
RELEBRANDO: O COEFICIENTE DE EMPUXO SÓ SE APLICA A TENSÕES EFETIVAS
Rankine (1857)
Empuxo ativo, agora em solo cuja resistência apresenta intercepto de coesão

Paramento do muro é vertical


Não há atrito entre o muro e o solo
Solo homogêneo e isotrópico
Solo inicialmente no repouso
Superfície crítica é plana a 45 + /2
Força resultante horizontal

Das (2006)
Empuxo ativo e o estado de tensão no círculo de Mohr

Briaud (2013)
Rankine

Empuxo ativo ' '


s  gz tan (45 
'
a
2
)  2c tan(45 
'
)
2 2

s a'  K agz  2c ' K a

A profundidade na qual a pressão ativa se torna zero é obtida por:

K agzo  2c ' K a  0
2c '
Com o tempo a trinca de tração irá se desenvolver
zo 
g Ka

Das (2006)

𝜙𝑢 = 0
Para a condição não drenada 𝐾𝑎 = 1 (água!) 𝜎𝑎 = 𝛾𝑧 − 2𝑠𝑢
𝑐 = 𝑠𝑢
Rankine

s a  K agz  2c K a
Distribuição do empuxo ATIVO
(sem sobrecarga superficial) K a - coeficient e de empuxo ativo

 2c K a H
Ea   s a dz (desconsiderada a tração)
zo zo

1
E a  K a g ( H 2  z o )  2c K a ( H  z o )
2
2c
zo 
g Ka 2
H
Ea K ag ( H  zo ) 2
Ea  Força de empuxo ATIVO
2
1
H  z o 
3

K agH
Empuxo ativo

Fang (1991)
Fang (1991)
Rankine

Empuxo Passivo

Das (2006)
Empuxo passivo e o estado de tensão no círculo de Mohr

Briaud (2013)
Rankine
Empuxo passivo

Para z = 0

s 'p  2c ' K p
Para z = H

s 'p  K pgz  2c ' K p

Das (2006)

𝜙𝑢 = 0
Para a condição não drenada 𝐾𝑝 = 1 (água!) 𝜎𝑝 = 𝛾𝑧 + 2𝑠𝑢
𝑐 = 𝑠𝑢
Rankine

s p  K pgz  2c K p
Distribuição do empuxo PASSIVO K p - coeficient e de empuxo passivo

H
E p   s p dz
zo

H Ep 1
Ep  K pgH 2  2cH K p
1
H
2
2
1 Força de empuxo PASSIVO
H
3

2c K P K pgH
Rankine
Rankine em Resumo

Caso Ativo: polo

Caso Passivo: polo


Empuxos (resumo)

1−sin 𝜙 𝜙
𝐾𝑎 = = tan2 45 −
1+sin 𝜙 2
Rankine ativo

1+sin 𝜙 𝜙
𝐾𝑝 = = tan2 45 +
1−sin 𝜙 2
Rankine passivo Das (2011)

Das (2006)
ou, melhor, canaleta
para drenagem se não houver
superficial na direção drenagem superficial
longitudinal na direção longitudinal
C
A

𝑊
d
Coulomb (1776)
Ea
𝜙
b R
B

• Admite atrito entre o muro e o solo (a resultante


do empuxo atua com um ângulo 𝛿 que é o ângulo
de atrito solo/muro)
Das (2006) • Admite que a superfície de escorregamento é um
plano que passa pelo pé do muro
• A cunha de ruptura age como um bloco rígido e o
valor da força de empuxo é obtido considerando o
equilíbrio limite da cunha como um todo
• Não faz hipótese sobre forma do diagrama (só
calcula força de empuxo resultante)
A C

𝑊 𝐸𝑎
Equilíbrio
limite
Empuxo 𝐸𝑎 d 𝑊
𝑁 𝑅
ativo de
𝑅 𝜙
Coulomb b 𝑇=𝑆
B
Karl Culmann (1821-1881)
A C

Equilíbrio 𝑾 𝑾
limite
Processo gráfico
Talude de Culmann
íngreme 𝑹 𝑵 𝑹
𝜙𝑑
𝑺
b 𝑻=
𝑭
B tan 𝜙
tan 𝜙𝑑 =
𝐹
Empuxo ativo Coulomb

W - Peso da cunha de ruptura.


R – Resultante das forças de cisalhamento e normal na
superfície de ruptura BC.
Ea – Força de empuxo ativo (inclinada do ângulo d em relação
à normal à face do muro.

𝑅 𝑊 𝑃𝑎
=
𝑠𝑒𝑛(90 + 𝜃 + 𝛿 − 𝛽 + 𝜑′) 𝑠𝑒𝑛(𝛽 − 𝜑′ )
𝐸𝑎
𝑅
𝑠𝑒𝑛(𝛽 − 𝜑′ )
𝐸𝑎 = 𝑊
𝑠𝑒𝑛(90 + 𝜃 + 𝛿 − 𝛽 + 𝜑′)

1 2 cos 𝜃 − 𝛽 cos 𝜃 − 𝛼 𝑠𝑒𝑛(𝛽 − 𝜑′ )


𝐸𝑎 = 𝛾𝐻
2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃𝑠𝑒𝑛 𝛽 − 𝛼 𝑠𝑒𝑛(90 + 𝜃 + 𝛿 − 𝛽 + 𝜑′

Determinação do ângulo crítico b para o máximo Ea


𝑑𝐸𝑎 1
=0 𝐸𝑎 = 𝐾𝑎 𝛾𝐻 2 Se a = 0, q = 0 e d = 0
𝑑𝛽 2
Coulomb = Rankine
𝑐𝑜𝑠 2 (𝜑′ − 𝜃)
𝐾𝑎 = 2 1 − sin 𝜑 ′
𝑠𝑒𝑛 𝛿 + 𝜑′ 𝑠𝑒𝑛(𝜑′ − 𝛼) 𝐾𝑎 =
𝑐𝑜𝑠 2 𝜃cos(𝛿 + 𝜃) 1 + 1 + sin 𝜑 ′
cos(𝛿 + 𝜃)cos(𝜃 − 𝛼)
Coulomb
Empuxo passivo

𝑐𝑜𝑠 2 (𝜑′ + 𝜃)
𝐾𝑃 = 2
𝑠𝑒𝑛 𝜑′ − 𝛿 𝑠𝑒𝑛(𝜑′ + 𝛼)
𝑐𝑜𝑠 2 𝜃cos(𝛿 − 𝜃) 1 −
cos(𝛿 − 𝜃)cos(𝛼 − 𝜃)

Das (2006)
Caquot-Kérisel
Empuxo passivo

Das (2006)
Efeito de submersão
N.A. N.A.

água solo

1 1
Ea  g w H 2  g sub H 2 K a
2 2
𝑬𝒘

Empuxo (efetivo) exercido pelo solo


Empuxo exercido pela água
devido ao peso próprio.
intersticial: possui a mesma
No caso do N.A. estar na superficie do
magnitude, com ou sem a
terreno, o peso específico é o submerso.
presença do solo.
Fluxo e drenagem
Effective stress

s’ = s - u

(q + gz)
z
pore
pressure
governs all u = gwz u=0
soil behaviour s = gz

Importante: fluxo vertical  pressões neutras nulas!

Prof. John Atkinson - October 2016 1 Basic soil behaviour 38


Aspectos para serem lembrados

Taylor (1948)
Projeto de Muros de Arrimo – o essencial

Função do muro (tipos diferentes para


propósitos diferentes)
Condições necessárias para qualquer
bom projeto de qualquer muro
Conhecimento pleno de tipos de empuxos,
condições de manifestação, modelos de cálculo

Perfeito entendimento de fluxo de água em meios


porosos

Perfeito entendimento do papel da drenagem


Briaud (2013)
Briaud (2013)

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