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2011 – O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?
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1 – Lendo diariamente redações exemplares dos vestibulares que você pretende fazer. A maioria dos
candidatos cuja nota na redação é acima da média, seja no ENEM ou na FUVEST, atribuem seu
bom desempenho à leitura sistemática de textos nota máxima. E isso não acontece por acaso, pois,
lendo-os atentamente, (1) ampliamos nosso leque de combinações sintáticas e enriquecemos nosso
vocabulário, (2) aprimoramos nossa capacidade de estruturação de ideias e, uma vez familiarizados
com as técnicas de escrita do texto dissertativo-argumentativo, (3) nos sentimos cada vez menos
inseguros diante da folha em branco.
2 – Dando especial atenção às aulas de História, Sociologia, Literatura e Filosofia. Estas são as
principais disciplinas a que autores/autoras de textos nota mil recorrem na hora de fundamentar seus
parágrafos argumentativos e, assim, irem além da mera exposição de ideias. Ainda que você
eventualmente escreva bem, isto é, produza textos compatíveis com os critérios de composição da
redação dissertativo-argumentativa, a falta de repertório cultural seguramente irá comprometer a
qualidade de seus parágrafos de desenvolvimento, tornando-os mais descritivos que argumentativos.
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Quais são os procedimentos que devo executar na hora de formular uma tese, compor um
parágrafo introdutório?
A - Dedicar a primeira e a metade da segunda linha a algum tipo de declaração inicial cujo objetivo
seja contextualizar o leitor. Exemplo:
Em 2018, uma pesquisa do Instituto Locomotiva/Ideia Big Data apontou que 96% dos brasileiros
não se sentem representados pelos políticos em exercício no país.
B – Expor, de forma clara e econômica, quais são as razões pelas quais ocorre o problema presente
na proposta de redação. Exemplo:
Tal postura pode ser atribuída a dois fatores: (1) falta de responsabilidade ética de uma parcela
expressiva dos políticos que, em vez de representarem seus eleitores, agem em conformidade com
prioridades pessoais e (2) desmobilização social por assuntos públicos em benefício da realização
de atividades privadas.
Em 2018, uma pesquisa do Instituto Locomotiva/Ideia Big Data apontou que 96% dos brasileiros
não se sentem representados pelos políticos em exercício no país. Tal postura, em linhas gerais,
pode ser atribuída a dois fatores: (1) falta de responsabilidade ética de uma parcela expressiva
dos políticos que, em vez de representarem seus eleitores, agem em conformidade com
prioridades pessoais e (2) desmobilização social por assuntos públicos em benefício da realização
de atividades privadas.
A – Dedicar a primeira e a metade da segunda linha a algum tipo de declaração inicial cujo objetivo
seja contextualizar o leitor. Exemplo:
Uma clara ilustração disso pode ser observada quando se analisa o noticiário político.
Escândalos envolvendo desvio de verbas públicas, propinas a empreiteiras e promessas eleitorais
não cumpridas vêm à tona praticamente todos os dias, seja na TV, rádio ou Internet.
C – Extrair uma breve conclusão do que foi afirmado e, sem seguida, exemplificado. Veja:
Quais são os procedimentos que devo executar na hora de redigir meu segundo parágrafo
argumentativo?
A – Dedicar a primeira e/ou a metade da segunda linha a (1) uma brevíssima recapitulação do
núcleo temático do primeiro parágrafo e, em seguida, (2) anunciar, por meio de uma declaração
inicial, qual será a abordagem argumentativa desenvolvida segundo parágrafo, de modo a
contextualizá-lo. Exemplo:
Além da falta de credibilidade dos parlamentares, um outro elemento que explica o desinteresse
dos brasileiros pela política é a preferência por assuntos privados em detrimento de
responsabilidades públicas.
Um exemplo disso reflete-se no fato de que, embora sessões plenárias sejam acessíveis ao
público, a maior parte da população prefere ocupar-se de atividades pessoais. Mesmo sabendo
que são em tais ocasiões que os políticos em exercício discutem os rumos da coisa pública,
muitos desprivilegiam o dever cidadão de fiscalizar os representantes eleitos.
C – Extrair uma conclusão do que foi afirmado e, sem seguida, exemplificado. Veja:
Assim, voltando-se para si mesmos, aqueles que se alienam voluntariamente da política acabam
favorecendo a ocorrência dos problemas por conta dos quais alegam não depositar esperanças
na política, tais como corrupção e ineficiência administrativa .
Além da falta de credibilidade dos parlamentares, um outro elemento que explica o desinteresse
dos brasileiros pela política é a preferência por assuntos privados em detrimento de
responsabilidades públicas. Um exemplo disso reflete-se no fato de que, embora sessões plenárias
sejam acessíveis ao público, a maior parte da população prefere ocupar-se de atividades pessoais.
Mesmo sabendo que são em tais ocasiões que os políticos em exercício discutem os rumos da
coisa pública, muitos desprivilegiam o dever cidadão de fiscalizar os representantes eleitos.
Assim, voltando-se para si mesmos, aqueles que se alienam voluntariamente da política acabam
favorecendo a ocorrência dos problemas por conta dos quais alegam não depositar esperanças
na política, tais como corrupção e ineficiência administrativa .
Quais são os procedimentos que devo executar na hora de redigir uma conclusão modelo
ENEM?
Com o intuito de resolver ou minimizar o problema exposto, medidas devem ser colocadas em
prática.
1 – Qual ou quais são as providências que devem ser colocadas em prática para resolver ou
remediar o problema?
Ao poder Legislativo, na figura de Deputados e Senadores, além de honrar o poder que lhes foi
conferido pela população, convém que se mobilizem na criação de projetos de lei pelos quais
debates parlamentares se tornem menos técnicos e com linguagem mais direta, de modo a torná-
los mais atraentes à população; simultaneamente a isso, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) a elaboração e veiculação, em cadeia nacional, de campanhas que expliquem
mensalmente as formas dos eleitores exercerem seu dever cívico de monitorar constantemente
seus representantes, a fim de reduzir o individualismo da população em prol do interesse público.
3 - Em seguida, caso haja espaço suficiente, projetar como será o futuro caso o problema posto em
discussão receba as intervenções sugeridas ou permaneça inalterado.
Assim, é provável que a política receba uma atenção digna de sua importância para a vida de
todos os brasileiros e brasileiras.
OU
Sem a efetivação de tais medidas, a política continuará preenchendo um espaço muito aquém de
sua importãncia na vida dos cidadãos brasileiros.
Com o intuito de resolver ou minimizar o problema exposto, medidas devem ser colocadas em
prática. Ao poder Legislativo, Deputados e Senadores, além de honrar o poder que lhes foi
conferido pela população, convém que se mobilizem na criação de projetos de lei pelos quais
debates parlamentares se tornem menos técnicos e com linguagem mais direta, de modo a torná-
los mais atraentes à população; simultaneamente a isso, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) a elaboração e veiculação, em cadeia nacional, de campanhas que expliquem
mensalmente formas dos eleitores exercerem seu dever cívico de monitorar seus representantes,
a fim de reduzir o individualismo da população em prol do interesse público. Assim, é provável
que a política receba uma atenção digna de sua importância para a vida de todos os brasileiros e
brasileiras.
Quais são os procedimentos que devo executar na hora de redigir uma conclusão modelo
FUVEST?
1 – Retomar, preferencialmente por meio de expressões sinonímicas, qual foi a tese em torno da
qual o texto seu texto gravitou.
Com base no que foi discutido, conclui-se que as causas por trás aversão do brasileiro à política
se explicam, por um lado, em virtude da atuação desonesta de representantes e, de outro, devido
à postura individualista de representados.
2 - Em seguida, projetar como será o futuro caso o problema posto em discussão permaneça
inalterado.
Enquanto os primeiros não fizerem jus ao voto de confiança que receberam; e os segundos, por
sua vez, não compreenderem que envolvimento na vida pública é tão importante quanto a
relevância dada a demandas pessoais, o desalentador cenário político do país continuará da
forma como está.
Juntando todas as etapas, teremos o seguinte resultados:
Com base no que foi discutido, conclui-se que as causas por trás aversão do brasileiro à política
se explicam, por um lado, em virtude da atuação desonesta de representantes e, de outro, devido
à postura individualista de representados. Enquanto os primeiros não fizerem jus ao voto de
confiança que receberam e os segundos, por sua vez, não compreenderem que envolvimento na
vida pública é tão importante quanto a importância dada a demandas pessoais, o cenário político
do país continuará da forma como está.
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Mesmo com a vigência da Lei Maria da Penha, bem como a criminalização do feminicídio
na última década, o aumento percentual do número de mulheres vítimas de homicídio persiste no
Brasil. Seja ela física, moral, psicológica ou sexual, a violência cometida por homens, que precisa
urgentemente ser enfrentada, origina-se de dois fatores: (1) falta de rigidez punitiva sobre
agressores e (2) representações culturais que transformam as mulheres em objetos.
O Brasil é um país com uma das maiores diversidades do mundo. Os colonizadores, africanos
escravizados e imigrantes foram essenciais na construção da identidade nacional. Porém, a
diversidade religiosa que existe hoje no país entra em conflito com a intolerância de grande parte da
população e, para combater esse preconceito, é necessário identificar suas causas, que estão
relacionadas à criação de estereótipos feita pela mídia e à herança do pensamento desenvolvido ao
longo da história brasileira.
O Brasil é um país com uma das maiores diversidades do mundo. Os colonizadores, escravizados e
imigrantes foram essenciais na construção da identidade nacional e na configuração de nosso atual
sistema de crenças. Porém, a diversidade religiosa que existe hoje no país entra em conflito com a
intolerância de parte expressiva da população, situação que, dentre outras razões, explica-se com
base em duas causas: criação de estereótipos feita pela mídia e herança do pensamento
desenvolvido ao longo da história brasileira.
Na antiga Esparta, crianças com deficiência eram assassinadas, pois não podiam ser guerreiras,
profissão mais valorizada na época. Na contemporaneidade, tal barbárie não ocorre mais, porém
há grandes dificuldades para garantir aos deficientes – em especial aos surdos – o acesso à
educação, devido a duas razões fundamentais: (1) preconceito social e (2) ineficiência
governamental.
Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima
eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo, era vencido pela exaustão, de
maneira que a pedra retornava à base. Contemporaneamente, esse mito assemelha-se à luta
cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, cujas vidas são marcadas pelo esforço cotidiano para
ultrapassar as barreiras que os separam do direito à educação. Nesse contexto, duas razões estão
por trás do problema em questão: negligência governamental e preconceito da sociedade.
Na obra “A Invenção de Hugo Cabret”, é narrada a relação entre um dos pais do cinema, Georges
Mélies, e um menino órfão, Hugo Cabret. A ficção, inspirada na realidade do começo do século XX,
tem como um de seus pontos centrais o lazer proporcionado pelo cinema, que encanta o garoto. No
contexto brasileiro atual, no entanto, o acesso a essa forma de arte não é democratizado. Em grande
medida, tal problema resulta (1) da centralização das salas exibidoras em zonas metropolitanas e (2)
do alto custo das sessões para as classes de menor renda.
Primeiramente, o direito ao lazer está assegurado na Constituição de 1988, mas o cinema, como
meio de garantir isso, não tem penetração em todo território brasileiro. O crescimento urbano no
século XX atraiu as salas de cinema para as grandes cidades, centralizando progressivamente a
exibição de filmes. Como indicativo desse processo, há menos salas hoje do que em 1975, de
acordo com a Agência Nacional de Cinema (Ancine). Tal fato se deve à falta de incentivo
governamental – seja no âmbito fiscal ou de investimento – à disseminação do cinema, o que
ocasionou a redução do parque exibidor interiorano. Sendo assim, a democratização do acesso ao
cinema é prejudicada em zonas periféricas ou rurais.
Além disso, o problema existe também em locais onde há salas de cinema, uma vez que o custo das
sessões é inacessível às classes de renda baixa. Isso se deve ao fato de o mercado ser dominado por
poucas empresas exibidoras. Conforme teorizou inicialmente o pensador inglês Adam Smith, o
preço decorre da concorrência: a competitividade força a redução dos preços, enquanto os
oligopólios favorecem seu aumento. Nesse sentido, a baixa concorrência dificulta o amplo acesso
ao cinema no Brasil.
Não há limite para o imaginário humano. Mesmo sob condições adversas, o homem é capaz de criar
representações da realidade. Seja com a intenção de mudar uma situação vigente, seja para escapar
da monotonia monótona ou para fugir de uma realidade hostil à vida, o imaginário humano se faz
essencial, pois por meio dele, dentre outras coisas, pode-se (1) fomentar a esperança e, em alguns
casos, (2) ser determinante para a sobrevivência de um indivíduo.
TEMA: O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?,
2011
“Cada um por si e Deus pra todos”. Este é um dos provérbios mais conhecidos e disseminados entre
brasileiros. Partindo do princípio de que a vida é uma competição, e não uma cooperação entre
iguais, tal dito popular expressa uma das marcas mais características da modernidade do século
XXI: o individualismo desmedido. Devido a tal inclinação comportamental, reduz-se
significativamente o espaço para a manifestação de ações altruístas e projetos a longo prazo.
Linhas argumentativas
P1: “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, “todo mendigo é vagabundo”, “bandido
bom é bandido morto”.
Diferentemente de outras espécies, o homo sapiens, ao longo dos séculos, desenvolveu tecnologias
comunicativas para resolver seus conflitos, razão pela qual Aristóteles observou que “o homem é
um animal político”. Contudo, na contramão do que pregara o filósofo grego, parcela expressiva da
população trata a participação política como algo dispensável e, por vezes, superado. Dentre outras
razões, tal fato pode ser compreendido como reflexo de dois fatores: (1) valorização da vida privada
em detrimento de responsabilidades públicas e (2) descrença generalizada nos agentes políticos.
TEMA: Consumismo – “Aproveite o melhor que o mundo tem a oferecer com o Cartão de Crédito
X”, 2013.
Desde o advento dos grandes meios de comunicação de massa, tais como rádio, TV e,
contemporaneamente, Internet, propagandas vendem a ideia de que, por meio do consumo, é
possível superar todo tipo de insatisfação. Porém, em vez de contentamento, o ideal de vida
consumista funciona como um anestésico, e não como remédio contra a tristeza, pois oferece alívios
pontuais e momentâneos, incapazes de saciar prolongadamente o senso de frustração da maioria das
pessoas. Mesmo assim, devido à, dentre outras razões, baixa autoestima e à falta de identificação
profissional, muitos indivíduos se veem seduzidos pela questionável relação entre aquisição
material e bem-estar.
Linhas argumentativas
P1 – As pessoas, por meio do consumo de bens materiais não essenciais, compensam a falta de
realização do trabalho. “Segundo uma pesquisa realizada pelo aplicativo Survey Monkey, nove em
cada dez brasileiros estão infelizes em seu atual ambiente de trabalho.”
O ministro de finanças do Japão, Taro Aso, declarou que, em nome da estabilização das contas
públicas do país, os idosos deveriam abrir mão do direito prolongarem suas vidas. Longe de ser uma
opinião restrita a um agente público asiático, tal percepção é recorrente em todo mundo. Assim,
devido à falta de empatia e à falsa percepção de que a terceira idade é economicamente inútil,
alguns parlamentares e parte importante de não-idosos reduzem à insignificância as pessoas da
terceira idade.