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CENTRO DE VIRTUALIZAÇÃO DO FÓRUM DE CONTAGEM

N° DO PROCESSO: (/C O)! // - DATA:/Ii 3

COMARCA: GOVERNADOR VALADARES VARA: 1° UJ ia JD CÍVEL

NOME PREPARADOR (A):

Observação de ERROS PRESENTES nos autos, remetidos pela secretaria para centro
de virtualização: /

FOLHA (S) ILEGíVEL (IS) PÁG;/O


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1 FALTANDO A(S) FOLHA (S) PÁG;-

FOLHA (S) SEM NUMERAÇÃO PÁG: -

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E 1 DOCUMENTO SOBREPOSTO - PÁG:

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FOLHA EM BRANCO - PÁG:

OBS.;

NOME DIGITALIZADOR E MONTADOR (A):1)O(JJt'Y)C(/


J/I
DATA: I/Q/(2,' observações relativas ao processo de digitalização e montagem:

NOME CONFERENTE: DATA: 1 /

Observações relativas ao processo na conferência:


Excelentíssimo Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito do Juizado
Especial Cível da Comarca de Governador Valadares Estado de Minas Gerais.
-

PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

TT1
FERNANDO ANTÔNIO DE OLIVEIRA FILHO, brasileiro, casado, motorista, co
TI

inscrito no CPF sob n 2 982.560.176-00, portador do RG M-6.644.667, filho de Fernando


Antônio de Oliveira e Eurides Silva de Oliveira, residente e domiciliado na Rua Vinte e Nove,
co
n 2 242 B, Bairro Santos Dumont, Governador Valadares/MG, CEP: 35.022-280, por

intermédio dos procuradores que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência co

propor: 4

AÇÃO INDENIZATÓRIA

-4

.
Em face de SAMARCO MINERAÇÃO S.A., pessoa jurídica de direito privado,
sociedade anônima fechada, inscrita no CNPJ 16.628.281/0001-61, com matriz localizada à
Rua Paraíba, n 2 1.122, 92, 10, 132 e 192 andares, Bairro Funcionários, Belo Horizonte! MG,
CEP 30.130-918, VALE S.A., pessoa jurídica de direito privado, sociedade anônima aberta,
inscrita no CNPJ 33.592.510/0001-54, com matriz localizada à Avenida das Américas, n 2
700, Bloco 8, Loja 318, Barra da Tijuca, Rio de ianeiro/P EP 22.640.100 e BHP BILLITON
,

BRASIL LTDA., pessoa jurídica de direito privado, sociedade limitada, inscrita no CNPJ
42.156.596/0001-63, com matriz localizada à Avenida das Américas, n 2 3.434, bloco 07,
sala 505 e 506, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ, CEP 22.640-102, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

PRELIMINARMENTE

Preliminarmente, requer seja concedido ao Autor os benefícios da Justiça


Gratuita, nos termos da lei 1.060/50 e suas modificações subseqüentes, haja vista que o
mesmo no possui condições de arcar com o pagamento das custas e despesas processuais
sem prejuízo de sua sobrevivência e de sua família, desde já requerida nos autos em
epígrafe em caso de interposição de recursos.

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w

o
Requer, ainda, que as intimações e publicações no Diário Oficial sejam realizadas em
nome dos advogados, DRA JULIANA CAROLINA DE CARVALHO FERREIRA (email:
julianaccfadv@hotmail.com), OAB/MG 105.840 e Dr. WILSON TAVARES BASTOS,
OAB/MG: 101.899 (email: wiltavares@vahoo.com.br) para fins do artigo 106, 1 do CPC,
que todas as futuras intimações sejam remetidas para o endereço profissional, vale dizer,
Rua Domingos Mendes, n 2 09, sala 02, Centro, Conselheiro Lafaiete/MG, CEP: 36400000,
respectivamente, sob pena de nulidade processual por cerceamento de defesa.

- DOS FATOS

Consoante amplamente divulgado nos meios de comunicação do país, no dia 5


de novembro de 2015, a primeira Ré deixou vazar aproximadamente 50 milhões de metros
cúbicos de rejeitos de mineração durante o desenvolvimento de sua atividade empresarial.
O acidente, de proporções catastróficas, ocorreu na cidade de Mariana/MG, atingindo
quilômetros de extensão e se espalhando por diversas cidades de Minas Gerias e Espírito
Santo, deixando inúmeras famílias desabrigadas, que em desespero perderam seus bens e
lares. Houve perigo de contaminação e necessidade de auxílio do Poder Público para
minimizar os efeitos da tragédia. Reconhecendo sua Culpa, a Ré firmou com os Ministérios
Públicos de Minas Gerais, termo de ajustamento de conduta pelo qual se comprometeu a
indenizar as famílias vitimadas.

Em decorrência da enorme onda de resíduos químicos oriundos do acidente


narrado, houve alteração nos padrões da qualidade da água do Rio que abastece a
população das cidades vizinhas de onde ocorreu o desastre, qual seja, Rio Doce,
inviabilizando seu consumo pela população, que permaneceu mais de duas semanas sem
recursos hídricos, sendo importante ressaltar que, dois dias após a interrupção do
abastecimento de água, foi declarado estado de calamidade pública na cidade de
Governador Valadares/MG.

Os estudos e monitoramento da qualidade da água em Governador Valadares


apontaram concentrações superiores aos limites estabelecidos pela Portaria do Ministério
da Saúde de alumínio, manganês, além de turbidez e cor aparente, elementos estes
responsáveis pelas alterações do aspecto e sabor da água. Estando a população insegura
em ingerir água, cozinhar alimentos, e até mesmo tomar banho, pois centenas de pessoas
tiverem atendimento médico no hospital regional de Governador Valadares.

Várias reportagens foram divulgadas pelos meios de comunicação a respeito do


drama vivido pela população:

Milhares sem água: A cidade mais afetada pelos rejeitos da Samarco é


também a maior da bacia do Rio Doce: Governador Valadares, em Minas
Gerais, com 280 mil habitantes. Mesmo a 300 quilômetros de Mariana,
sua SAAE em laudo preliminar da água, encontrou um nível de turbidez 80
vezes maior que o tolerável, além de níveis de ferro que chegaram a
superar 13 vezes o tratável. Esta condição insalubre do rio fez com que o

2
.
o
abastecimento de água fosse cortado no último dia 8. Dois dias após a
interrupção, a prefeita Elisa Costa (PT) declarou estado de calamidade
pública.

"Todo dia esse caos. Todo dia gente transportando água. Todo mundo
carregando água como pode", descreve Marcos Renato, habitante da
cidade. Em longas filas, a população gasta horas em pontos de
distribuição de água, sofrendo, além da seca e da sede, com altas
temperaturas. "Estamos atendendo normalmente nas unidades de saúde
e nos preparando para possíveis doenças que venham a surgir pela falta
de água e pelo uso da água contaminada. Enfim, a situação aqui não está
nada fácil, comenta Flávia França, médica local e membro da Rede de
Médicas e Médicos Populares. Entre o luto e a saúde: um panorama do
maior desastre ambiental do Brasil.
(http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2015/11/entre-o-Iuto-e-a-saudade-
um-panorama-do-maio r-desatre- 2mb ie nta 1 do-brasil 1627. html).

Além das áreas afetadas pelo desastre, o contágio também foi detectado
em níveis superiores ao indicado pela legislação nacional em pontos acima
daqueles a que os resíduos de mineração contidos na barragem de
mineração chegaram e na água captada e tratada em Governador
Valadares. O valor encontrado em cada litro, de 0,04 mg/1 é quatro vezes
maior que o tolerável. O máximo permitido é de 0,001 mg/l, de acordo
com os critérios de potabilidade estabelecidos na Portaria 2.914 do
Ministério da Saúde.Laudos conflitantes sobre metais pesados no Rio Doce
aumentam insegurança para consumo.
(http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/12/16/interna_gerais,
717673/laudos-conlitantes-sobre-metais-pesados-no-rio-doce-aumentam-
a-inseg.shtml).

Tal situação afetou e vem afetando diretamente o Autor, morador de


Alpercata, uma das cidades afetadas pelo acidente, que com a suspensão da captação de
água, viveu um verdadeiro estado de caos e medo, se vendo obrigado a estocar água da
forma como podia, sempre receoso, com medo de ficar sem água.

A situação se tornou insuportável para vários moradores da cidade, que não


tinham água para beber nem para comprar. A chamada crise da água despertou a
solidariedade de todo o país e exterior, que se mobilizou para ajudar a população.

Ressalte-se que o Autor conseguia acesso a doações de água, que geralmente


ocorriam em locais distantes de sua residência, que em decorrência da enorme
necessidade precisava comparecer aos locais de doação a pé, vez que o mesmo não possui
automóvel, carregando um peso imenso, enfrentando filas quilométricas e altas
temperaturas, pois a cidade inteira se encontrava na mesma situação, e muitas vezes tinha
que faltar ao trabalho para comparecimento no horário marcado, o que lhe causou um
imenso desgaste, transtorno, constrangimento e humilhação, não restando alternativa ao
mesmo a não ser socorrer-se do Judiciário.

Não obstante tenha se dado o reabastecimento da água, com informações por


parte da autoridade competente de que a mesma estaria própria para o consumo, o
panorama delineado nos laudos apresentados publicamente pelo Ministério Público de
Minas Gerais e Universidade Federal de Brasília indica que não existem no momento

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o

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elementos suficientes para assegurar que a água fornecida atende aos requisitos
mínimos de potabilidade e conseqüentemente, pode ser consumida com segurança e sem
ressalvas pela população.

Conforme laudo emitido pelo Ministério Público de Minas Gerais, documento


anexo, há informações que indicam, além do alto nível de turbidez e alteração na
coloração, a presença de metais pesados, como alumínio, ferro e manganês, que não
permitiriam enquadrar a água do Rio Doce dentro dos padrões de potabilidade exigidos
pela legislação.

Ademais, conforme novos documentos também anexados aos autos,


pesquisadores da Universidade de Brasília apresentaram relatório preliminar independente
de amostras coletadas em dez pontos ao longo dos três principais cursos d' água atingidos
pela lama, dentre eles o Rio Doce, na qual é atestada a presença de metais pesados
(arsênio, chumbo, manganês, alumínio, ferro) e cuja concentração na região de
Governador Valadares está acima do permitido pela legislação, afirmando existir
potencialmente a possibilidade de, a longo prazo, ter como efeitos as doenças de câncer e
Alzheimer.

Dessa forma, não restou alternativa ao Autor a não ser socorrer-se do Judiciário
para solucionar a situação narrada.

II- DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS REQUERIDAS

Embora o acidente narrado nos autos tenha sido causado diretamente pela
Requerida Samarco Mineração S.A, certo é que, as demais Rés, BHP Billiton Mineradora e
Vale S.A, na qualidade de controladoras da Samarco, sociedade anônima de capital
fechado, podem ser enquadradas como poluidoras indiretas e, assim, corresponsáveis pelo
acidente ambiental ocorrido.

Ademais, as empresas BHP Billinton e Vale S.A enquanto controladoras da


Samarco Mineração S.A, não são somente as beneficiárias das atividades mineratórias
desenvolvidas pela Samarco S.A, mas também corresponsáveis pelas decisões tomadas
pela empresa controlada.

Quanto à Ré Vale S.A. é de se ressaltar ainda que. conforme perícia técnica


apurada na Ação Civil Pública que corre na Comarca de MarianaíMG. concluiu-se mesma
também depositava rejeitos de minério de ferro na barragem que se rompeu, acima
dos limites autorizados, assumindo portanto o risco e contribuindo diretamente para o
desastre.

Inclusive, após o acidente ambiental, foram realizadas vistorias e fiscalizações


pelo departamento Nacional de Produção Mineral DNPM, que detectaram que as
-

empresas Vale S/A e Samarco S/A celebraram contrato que permitia à primeira despejar
resíduos líquidos (lama) de seu empreendimento Complexo Alegria (processo DNPM
930.193./1982) na barragem do Fundão da empresa Samarco, o que torna evidente que a

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o
Requerida Vale foi responsável pelo acidente narrado como poluidora direta e, nessa
qualidade, responsável pelo dano ambiental.

Dessa feita, evidente é a responsabilidade solidária das Rés pelo acidente


narrado nos autos, devendo as mesmas responderem conjuntamente pelos danos
causados ao Autor.

III - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Diante dos fatos acima relatados, mostra-se patente a configuração dos danos
morais sofridos pelo Autor, que passou por momentos de insegurança e medo ao ver a
interrupção da captação de água na cidade onde reside, o que causou verdadeiro
transtorno e medo na população, que atualmente encontra-se insegura, pois não existem
elementos científicos concretos de que a água pela mesma consumida encontra-se nos
padrões de potabilidade exigidos pela legislação.
A moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos
diplomas legais a devida proteção, inclusive amparada pelo artigo 52, inciso V, da
Ih
Constituição Federal:

"Art. 5:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por


dano material, moral ou à imagem;"

Não é outra a posição de nossa legislação pátria:

Artigos 186 e 927 do CC/02:

"Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."

"Art. 927—Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo."

O dano moral se caracteriza pela inviabilização do consumo de água por


relevante período de tempo, o que implicou transtornos anormais para a Autora,
afetando sua dignidade, considerando que a água é vital para todas as necessidades do
ser humano, como alimentação, higiene, etc.

Configura-se ainda o dano moral, pelo fato de o Autor e toda a população de


Alpercata encontrar-se inseguros quanto ao atual estado da água, vez que, de acordo
com os estudos anexados aos autos, não existem elementos científicos que comprovem
que a mesma atende aos padrões de potabilidade exigidos pela legislação.

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II
)

Neste sentido, sãos os arestos:

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER.


CEDAE. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA.
ABASTECIMENTO INTERMITENTE. PRINCÍPIO DA
CONTINUIDADE. APLICAÇÃO DO ARTIGO 22 DO CDC. FALHA
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL CONFIGURADO.
PROVIMENTO DO RECURSO.1. Responsabilidade objetiva da
concessionária de serviço público, prevista no art. 37, § 62, da
Constituição Federal, com base no risco administrativo. 2. As
relações de consumo são complexas e vêm se aperfeiçoando
ao longo dos anos, exigindo, a cada dia, mais qualidade e
eficiência dos prestadores de serviços e fornecedores de
produtos. Nesse contexto, cabe à concessionária de serviços
públicos se adaptarem tecnicamente para atender as novas
demandas sociais, no caminho da eficiência e da qualidade
máxima de seus serviços. 3. Reconhecimento pela ré de que
vem prestando o serviço intermitente de fornecimento de
água aos moradores do Bairro de Santo Antônio. 4. Além
disto, a ausência de prestação adequada do serviço de
fornecimento de água no município de Porciúncula, em
especial no bairro de Santo Antônio, é fato notório, sendo
certo que, tramitam perante este Tribunal, inúmeras
demandas com a mesma causa de pedir. S. O artigo 22 do
Código de Defesa do Consumidor impõe aos prestadores de
serviços públicos a obrigação de fornecer serviços adequados,
eficientes, seguros e, quando essenciais, contínuos, sob pena
de responder pelos danos que venha a causar nos usuários. 6.
A interrupção do fornecimento do serviço, de modo a torná-lo
intermitente e incerto,

fora das exceções previstas em lei, macula a eficiência e a


segurança imposta pela legislação consumerista, além de
comprometer a confiabilidade dos serviços prestados pela
concessionária, que podem ser conceituados como
defeituosos, nos termos do artigo 14, § 12, do Código de
Defesa do Consumidor. 7. Transtornos decorrentes da falta
constante de água é suficiente para gerar danos morais. 8.
Provimento do recurso. (STJ, Agravo em Instrumento Especial
n 2695. 728 - Ri (2015/0080791-1, Relator Ministro Sérgio Kukina,
Data de Publicação:11/06/2015). Grifo Nosso.

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o

ob
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
FORNECIMENTO DE ÁGUA. COPASA. INTERRUPÇÃO DO
FORNECIMENTO DE ÁGUA. FALHA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CABIMENTO.
MULTA. ART. 475 J, CPC INAPLICABILIDADE.
- -

-Configura relação de consumo o vínculo estabelecido entre a


concessionária de serviço público e o usuário, destinatário
final do serviço.
- Na situação de serviço falho ou deficiente, consubstanciado
na falta de água que persistiu por vários dias e ocorre com
freqüência, recai sobre a prestadora de serviços o ônus de
comprovar que a situação decorreu de evento imprevisível e
inevitável ou de culpa exclusiva da própria vítima.
-Os danos morais decorrem dos transtornos,
constrangimentos e privações de necessidades básicas
geradas pela falta de água nas moradias, devendo ser
considerado o período em que os consumidores ficaram
desprovidos do serviço.
-As autarquias estão sujeitas a procedimento de execução de
sentença específico, previsto no artigo 730, do CPC, sendo
inaplicável o disposto no artigo 475 J, do CPC. Preliminar
- -

rejeitada. - Apelo provido em parte (TJMG, Apelação Cível n2


1.0439.12.008658-2/001, Relator Des.(a) Heloísa Combat, Data de
Publicação: 03/06/2015). Grifo Nosso.

Como se sabe a ré é pessoa jurídica de direito privado, que desenvolve


atividade empresarial lucrativa e de risco. Certo também, que o Autor a teor do Código de
Defesa do Consumidor é consumidor por equiparação. As afirmativas acima demonstram
de modo inequívoco que a responsabilidade civil é objetiva.

Neste sentido, vale trazer a colação o ensinamento do insigne Desembargador


Sérgio Cavalieri Filho:

"No propósito de dar maior amplitude possível pelo fato do


produto e do serviço, o artigo 17 do Código equipara ao
consumidor todas as vítimas do acidente de consumo. Esse
dispositivo não repete o requisito da destinação final,
informador do conceito geral de consumidor, importando
dizer que a definição do artigo 22 é aqui, ampliada, para
estender a proteção do Código a qualquer pessoa
eventualmente atingida pelo acidente de consumo, ainda
que nada tenha adquirido do fornecedor, fabricante ou
outro qualquer responsável."

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Não restam dúvidas assim, que as normas imperativas do Código de Defesa do
Consumidor, possuem aplicação ao caso vertente, em especial aquelas que favorecem o
consumidor, ainda que por equiparação, tais como, o regime da responsabilização civil,
repise-se, responsabilidade objetiva e inversão do ânus probatório.

Mesmo que assim não fosse e é, no caso vertente por força do artigo 927,
único do Código Civil a responsabilidade civil também é objetiva, eis que a Ré desenvolve
atividade empresarial de risco para os direitos de outrem.

IV- DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

No caso em questão, tendo em vista dúvida sobre o potencial deletério de


determinada ação sobre o meio ambiente em razão da ausência de certeza acerca dos
elementos científicos atuais, nos termos preconizados pelo princípio da precaução, é
imprescindível que sejam adotadas medidas de caráter técnico e operacional para EVITAR
danos tanto ao meio ambiente quanto à saúde, não devendo ser postergadas medidas
eficazes e economicamente viáveis a fim de evitar dano irreversível à saúde da população.

E, dentre tais medidas, proporcional e adequado que as Rés forneçam


diariamente água mineral para a população que depende da água captada do Rio Doce
para consumo, até que seja efetivamente esclarecido se a água captada possui elementos
que possam enquadrá-la dentro dos padrões de potabilidade exigidos pela legislação.

Nesse sentido:

PEDIDO DE SUSPENSÃO DE LIMINAR. SÁUDE PÚBLICA E MEIO AMBIENTE.


PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. Em matéria de saúde pública e de meio
ambiente, vigora o princípio da precaução que, em situações como a dos
autos, recomenda a ampliação da rede de esgotos antes que se iniciem
novos empreendimentos imobiliários. Agravo regimental não provido.
(AgRg na SLS 1.429, Rei. Ministro ARI PARGENDLER, CORTE ESPECIAL,
julgado em 05/12/2011, DJe 29/09/2012).

Assim, requere o Autor, como institui os artigos 300 e seguintes do NCPC, seja
concedida a tutela de urgência, no sentido de que seja a Requerida imediatamente
condenada a fornecer ao Requerente cinco litros de água por dia, até que seja solucionada
a situação, enquadrando-se a água dentro dos padrões de potabilidade, quantidade
mínima para que os mesmos possam sobreviver de forma digna, visto que estão
preenchidos todos os requisitos para concessão da medida antecipatória.

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o

o
V - DA CONSTRIÇÃO JUDICIAL DE VALORES PERTENCENTES ÀS RÉS

Tendo em vista a enorme quantidade de ações distribuídas em face das


Requeridas, requer o Autor, com fundamento no princípio da efetividade das decisões
judiciais, principalmente, o da celeridade, e ainda, levando-se em conta sua
hipossuficiência e vulnerabilidade, o bloqueio de valores das Rés, iri penunia, de forma
suficiente a garantir futura execução.

VI— DO PEDIDO

Diante do exposto, requer:

1- A concessão, liminarmente, da tutela de urgência, com o intuito de determinar a


condenação das Requeridas a fornecerem ao Autor cinco litros de água por dia, enquanto
durar a crise hídrica de abastecimento de água potável, sob pena de aplicação de multa
diária;

2- Tendo em vista o grande número de ações ajuizadas contra as Requeridas, visando garantir
o recebimento em futura execução e, objetivando evitar fraude à execução requer, com
fundamento no princípio da efetividade do Judiciário, o bloqueio dos valores pecuniários
via BacenJud em contas bancárias de propriedade de titularidade das requeridas (conforme
decisões já proferidas);

3- Citação das Requeridas, nos endereços acima mencionados, para que, querendo e
podendo contestem a mesma, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;

64- Os benefícios da assistência judiciária gratuita, com fulcro na Lei n° 1.050/60 e suas
modificações subseqüentes, tendo em vista que o Autor não tem condições de arcar com
custas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família;

5- Seja julgada totalmente procedente a presente ação, condenando-se as Requeridas em


indenização por danos morais no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) ao Autor
pelos fatos anteriormente narrados;

6- A inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6°, VIII do CDC;

7- A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial documental,


testemunhal, prova documental superveniente e depoimento pessoal da Ré;

9
o
8- Seja oficiado o Ministério Público para que encaminhe para este Juízo o termo de
ajustamento de conduta firmado com a 12 Ré;

9- Sejam condenadas as Requeridas a pagarem as custas processuais e honorários


advocatícios em caso de interposição de recursos, estes na proporção que Vossa Excelência
achar por bem fixar.

Dá-se a causa o valor de R$ 35.000, 00 (trinta e cinco mil reais).

Nestes Termos,
Pede deferimento.

ROL DE TESTEMUNHAS

ISRAEL DORNELES DE SOUZA, com endereço na Rua Trinta e Seis, n 2 126, Bairro: Atalaia,
Governador Valadares/MG;

MARIA APARECIDA DE SOUZA com endereço na Rua Trinta e Seis, n 2 126 B, Bairro: Atalaia,
Governador Valadares/MG.

Governador Valadares, 01 de dezembro de 2016.

Dr. JULIANA CAROLINA DE CARVALHO FERREIRA


OAB/MG 105.840

Dr. WILSON TAVARES BASTOS


OAB/MG: 101.899

10
o

e
PROCU RAÇÃO

FERNANDO ANTÔNIO DE OLIVEIRA FILHO, brasileiro, casado,


motorista, inscrito no CPF sob n 2 982.560.176-00, portador do RG M-
6.644.667, filho de Fernando Antônio de Oliveira e Eurides Silva de
Oliveira, residente e domiciliado na Rua Vinte e Nove, n 2 242 B,
Bairro Santos Dumont, Governador Valadares/MG, CEP: 35.022-280
OUTORGADA: Dra.JULIANA CAROLINA DE CARVALHO

FERREIRA, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/MG sob o n 2

105.840 (email: Julianaccfad.'@hotm3l.co:n), Dr. WILSON TAVARES

BASTOS, brasileiro, casado, advogado, inscrito na 0A13/MG sob n 9

101.899 (email: wílta,, ai corri endereço

profissional na Avenida Barão do Rio Branco n 9 1863 sala 809, centro,

Edifício Top Center, Juiz de Fora, CEP n 2 36013-020.

.
PODERES: Por este instrumento o outorgante nomeia e

constitui a outorgada sua procuradora, conferindo-lhe os poderes da

cláusula "ad judicia' com fito especial de propor Ação

lndenizatória,podendo também a outorgada receber e dar quitação,

desistir, transigir, firmar compromisso e fazer tudo o mais que se

torne mister ao cabal desempenho desta, inclusive íecorrer e

substabelecer.

"
Governador Valadares, . tiJ' j-y4y,-o &Oi

1,i 4
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4h
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Declaração de Pobreza Cumulado com 1>

Pedido de Justiça Gratuita

OUTORGANTE:

FERNANDO ANTÔNIO DE OLIVEIRA FILHO, brasileiro, casado,


motorista, inscrito no CPF sob n 2 982.560.176-00, portador do RG M-
6.644.667, filho de Fernando Antônio de Oliveira e Eurides Silva de
Oliveira, residente e domiciliado na Rua Vinte e Nove, n 2 242 B,
Bairro Santos Dumont, Governador Valadares/MG, CEP: 35.022-280

não podendo arcar com o pagamento de custas processuais prévias e finais,

diligências no curso do processo, bem como honorários advocatícios de eventual

sucumbência, caso venha a sucumbir, sem prejuízo do sustento próprio e de minha

família, razão pela qual requeiro os benefícios da Justiça Gratuita.

Ex Positis, requeiro os benefícios da Justiça Gr a tui t a, com a


isenção do pagamento de custas processuais prévias e finais, honorários periciais,

honorários advocatícios de eventual sucumbência e demais custas no curso do o


processo.

Governador Valadares, MG,


c" M
à "
â
Por ser verdade, Firmo o Presente
o

. ao
11-
11
JUSTIÇA ELEITORAL
CENTRAL DE ATENDIMENTO GOVERNADOR VALADARES MG
- -

AVENIDA MINAS GERAIS. 972 CENTRO Telefone 33 3277 2434


-

Certidão

Certifico que, de acordo com os assentamentos do Cadastro Eleitora!, constam


para o eleitor FERNANDO ANTONIO DE OLIVEIRA FILHO, nascido em
17/10/1973, filho de EURIDES SILVA DE OLIVEIRA e FERNANDO ANTONIO DE
OLIVEIRA, número de inscrição eleitoral 101494030230, vinculado ao município de
GOVERNADOR VALADARES/MINAS GERAIS, os seguintes dados cadastrais
(MERAMENTE DECLARADOS PELO REQUERENTE, SEM VALOR
PROBATÓRIO):
-

Ocupação: MECÂNICO DE MANUTENÇ O Ã

Endereço: RUA ISRAEL PINHEIRO 308 S PEDRO


CEP: 35100000 Telefone:

Em 15 de fev:reiro de 2017.

MARIA CL4UDIT 11 0DEGUSMÃO


ANALIS A JUDICIÁRIO
.
:
www.cemigom.br/atendimentc
Cemig Torpedo 29810
Faté com a Cemig 116

irsiadual 062.322136 0087 Tarifa Social de Energia Elétrica - TSEE foi criada pij
Lei '"' 04:38, de 26 de 3iVil na 2072

.': GRACAS FERREIRA Referente a


os a N° DO CLIENTE
DEZ/2016
ALADARES. MG CódIgo de Débito Automático: 7004633898
000064881 238
'ITA DE ENERGIA ELETRICA - SÉRIE U N9 001444880- PTA N516000114527.70
iibcIasse " Datas de Leitura Datas da Nota Fiscal " N° DA INSTALAÇÃO
eqoxiMa EMSSLO APESENTAÁ0
1 '2 16/01 20'12 26/12 3006488123
Informações Técnicas
Mml,çno eituia Anterior Leitura Atual Constante de Multiplicação Cor,,in'io kWh
23 555

5
. ir
rmações Gerais Valores Faturados
Descrição Quantidade Preço Valor (RSI
n. 2.076. de 24052016. Energia EIi/,ca kM" 83 0.81642759 '7)1,39
.,1a debilos anteriores.
.-',i'..juoes legais vigentes Encargos. Cobrança
uo'cei,a (juros)baseadas no 000trib. OUSICiO . '.jm PúOI'ca 1, 53
Multa 2% 7O'1 5 de ;'12016 sobre 115 1 68, 53 3.37
"- 'laleridario de falurarnentc
Tarifas aplicadas (sem impostos)
Energia Elél" ca 7 37J44 x

Adicional Bandeiras - Já incluido no Valor a Pagar


Bandeira A'n.j"c a 67
2315 Band. Verde

Va'ores P**,rods'
Anua
74,9: 98?
ii35

Md, -

• ,»ies de Faturamento
rias Valo. R$ •6
S.'lnra, '1.98 . 0 0. VENCIMENTO VALOR A PAGAR
50.95 34, H
84 'iv 49,39 i00,00 -08/01/2017 R$ 170,29
orico do Consumo
('nnsun,o Môdin Das de
kWh Wh.DIa Calma ea F25B.1 A8E.FE74.1 EF2.FFOE.3F95.321 6.D990
183 5,3' 29
/70 6.66 30 ICMS PASEP (R$) COFINS (R$)'
Base de c81cu10(RS) AliquOta4%) ValortR$)
'23 6,03 33
49 39 30 .09 5,04
'37 6,63 30
4,
as 7,06 2
o39 582 29 NOTIFICAÇÃO DE CONTA(S) VENCIDA(S)' DÉBITO(S)
Ate 20 '22015 constava(m) o(s) seguinte(s) débito(s) vencido(s):
'94 5,25 31
M45a-: Valo; c3 Débitos que sujeitam ao corte, contorme abaixo:
75'': Mês/ano Valor (R$) Previsao de Corte
d; .9 11/2016 190,30 09101/2017
- 3 59.38 10,2016 87,7: Imediata
-03 708.38 09/2016 (85,28 Imediata
'91 5.96 32 Imediata
«35 5.50 3C
A reigaçao estara condicionada a inexisté,ic,a
debitos vencidos na unidade consumidora.
:9 3838 Agência "lacorial de Energia Elétrica - ANEEL Teiefoxri$'- L;gaço Gratuita de telefones fixos e móveis.

Unidade de Leitura Conta Contrato Vencimento Total a Pagar


11410152 000064881238 08/01/2017 R$ 170,29
Dezembro/2016
83670000001-8 70290138006-4 80928694711-8 00064881238-6

I11I1IIJLiII IUIIIIIJ II L II1 IEII III 10h11 Iii 111 1


o

m
JÇiViis R(kl

suJo Pedido
em rden,:aco
com- foriecirrert- - aua inrI por çffltr5

Imandas se oea b -'c o :npecwpa


ssivo reconsderaço d3 decis de urqnca cro
e se nterrornpa a dsporbhzação da àg irr.
bstespecuvos peddos dereridos outrora
CQS so os processos que envolvem
5, ao que s devera amoldá-la a cra
cimènto dágua cumulado com constrição d

pugna a :parte requerida pe4a


inou este Juizo o fornecimero

Wlè e- alhures trnposto

tYhÜé-dra sepéde em audiénca

Sc-nned by GarnScanner -
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g!obo.com gi globoesporte gshow famosos & etc vídeos

VALES DE MINAS GERAIS

Água tratada em cidade de MG pode


causar doenças degenerativas, diz MP
Laudo aponta percentual elevado de alumínio em GovernedcrV&ada.re$
Consumo da água pode causar Parkinson e Alzheimer, segundo o MP.

jestotãis
AposI arna do reJes agua do Rio Doce ojre'enta pefcnl
(Fóto: Svio ScaiabefliFG 1)
.
.
que o recorrido é pertencente à unidade jurisclicionaL pnolatora da Sentença

Judicial de fis. 6.3!'6.


!,
Sem razão a recorrente. 'ez QÇ'C -17 s05-n. 48, § do NCPC,

que:

'A prtc interessada deverá arguir o impedimento ou a SuSpe.iÇãQ. em


petiç.âõ fundamentada e devi darrienie instruida, na primd11a oporwnidade
em que lhe couber falar nos autos».
No caso em apreÇo. '-se C3t1E o aor!corrido, na Qu)idade de

Eserivo da 1 Unidade Jurisdicional dos. luizados Especiais Cíveis da

Comarca de Governador Valadares'MG empreendeu o andamento

processual enquanto : erventuálio Responável! ao expedir a Carta de


Citãçlo da ré/recorrente, na data de 2711 i/2015(tis. 33), sendo certo que,
somente na data de 20/04/20I6(t1s.69) qte a recorrente veio aos autos,
quando da apresentação de suas razões recursais e, após a Sentença
judicial lhe ser desfavorável ou seja, de forma intempestiva, lançar a
arguição de impedimento do Sr. Escrivão deste feito, aduzindo que a
Sentença judicial seria nula de pleno direito, mesmo após já tendo
apresentado a contestação de fis. 47/60.
Assim, resta demonstrado de forma inequívoca a preclusão
temporal, para a apresentação da alegação de impedimento do Sr.
Escrivão deste feito, com vinculaçãó ao Magistrado prolator da sentença
judicial, sendo certo que na contestação de fis. 47160 a recorrente
manteve-se inerte, nada alegando quanto ao impedimento do Sr.
Escrivão deste feito, que é ao mesmo tempo o autor desta demanda e,
parte recorrida deste recurso inominado.
Acresça-se que, a recorrente não conseguiu demonstrar qualquer
prejuízo à sua defesa, ao contraditório e ao devido processo legal, sendo que
apenas asseverou que ele existe, sem apontar de forma específica e

Tribui& de Jist,c do E,Lado de Mni Gerais


o

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