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BAURU
2018
DANIEL FERRAZ NUNES DA SILVA
BAURU
2018
Silva, Daniel Ferraz Nunes da
S5862c
Análise histomorfométrica após ação do campo magnético no
processo de reparo ósseo em coelhos / Daniel Ferraz Nunes da Silva. –
2018.
60f. : il.
Banca examinadora:
The objective of this study was to evaluate the repair of bone defects surgically
created, filled with blood clot and submitted to permanent and constant magnetic
stimulation in rabbit calvaria using histomorphometric analysis. Twenty-four New
Zealand rabbits, albino, male, young adults, about seven months of age were included in
the experimental research. After adequate exposure of the parietal bones, two 1 cm
diameter ostectomies were made for bone defects and stores for the insertion of the
magnets (test group - CMP) or titanium metallic devices (control group - CMA). The
magnets or metal devices were fixed at 1.0mm distance from the defects, following an
imaginary line that cut the defect longitudinally at its largest diameter. The defect used
in the study was that of the left side that was kept only by clot. The animals were
submitted to euthanasia at 30 and 60 days postoperatively. The obtained sections were
stained with hematoxylin and eosin (HE) for the histomorphometric analysis of the
formed bone area (AO) inside the defect. The results were presented through averages
and standard deviations of the percentage of bone neoformation for the histological
analysis. Data were submitted to the Kolmogorov-Smirnov normality test. Then,
intragroup and intergroup comparisons were performed using the One-Way ANOVA
statistical test for the comparison of μm2 micrometer, with a significance level of 5%. In
cases where there was a statistically significant difference, the Dunn test was applied.
All statistical tests, appropriate to the experiments, groups and values obtained were
applied through the SIGMA STAT program. The results showed that there was a
significant intragroup difference (CMP group with p = 0.008) in which at 30 days the
mean bone neoformation was 81,89 micrometer μm2 (standard deviation ± 18.2) and
12.8 micrometer 12.8 μm2 (standard deviation ± 4.8) at 60 days. In intragroup analysis
of the CMA group this difference was not verified. In the intergroup analysis there was
no significant difference in the analyzed periods. The magnetic field evaluated in the
present study accelerated the bone repair in defects surgically created in the initial
period of the process.
Figura 2 - Desenho esquemático da anatomia do crânio dos coelhos ilustrando em uma vista
superior, a disposição dos defeitos ósseos criados cirurgicamente (círculos verde e azul) e
posição dos imãs tangenciando os defeitos ósseos. Linha vermelha pontilhada evidenciando o
alinhamento dos imãs. .......................................................................................................... 24
Figura 5 - Procedimentos cirúrgicos: (1) exposição do campo operatório na região da calota dos
animais, (2) confecção dos defeitos ósseos com auxilio de trefina de 10 mm de diâmetro, (3 e
4) osteotomias realizadas para os defeitos ósseos nas calotas e inserção dos imãs e dispositivos
metálicos, (5) disposição dos defeitos ósseos criados cirurgicamente, (6 e 7) implantação dos
imãs e biomateriais (8) implantação dos imãs ou dispositivos metálicos tangenciando os
defeitos preenchidos com osso bovino mineralizado (lado direito) e coágulo (lado
esquerdo) ............................................................................................................................. 28
Figura 6 - Mensuração do tecido ósseo com auxilio do programa Image - Pro Plus®................... 32
Gráfico 1 - Distribuição da área de neoformação óssea em micrômetro µm2 nos grupos controle
(CMA) e grupo teste (CMP) aos 30 e 60 dias pós operatórios. ................................................ 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores, média e desvio padrão da área óssea neoformada dos grupos de acordo com
os períodos de avaliação. Os resultados mostram que existe diferença significativa intragrupos
a ≠ A (Grupo CMP com p = 0,008), teste de Mann-Whitney (P <0,05). Na avaliação intergrupos,
os resultados mostram que não houve diferença significativa nos períodos analisados. Teste de
Kruskal-Wallis e Turkey test (p <0,05).................................................................................. 53
Tabela 2 - Estudos científicos que avaliam a influência dos campos magnéticos sobre os
processos de reparo ósseo. .................................................................................................... 56
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 17
2.1 TECIDO ÓSSEO .................................................................................................. 17
2.2 REPARO ÓSSEO ................................................................................................. 18
2.3 MAGNETISMO ................................................................................................... 19
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 22
3.1 TIPO E MODELO DE ESTUDO .......................................................................... 22
3.2 LOCAIS DO ESTUDO ......................................................................................... 22
3.3 DESCRIÇÃO DOS IMÃS E DISPOSITIVOS METÁLICOS ................................ 22
3.4 CÁLCULO DA INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO .............................. 23
3.5 CÁLCULO E SELEÇÃO DA AMOSTRA ............................................................ 25
3.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................. 26
3.6.1 Sedação dos Animais ........................................................................................ 26
3.6.2 Tricotomia ........................................................................................................ 27
3.6.3 Assepsia............................................................................................................. 27
3.6.4 Infiltração Local e Hemostasia ........................................................................ 27
3.6.5 Incisão ............................................................................................................... 27
3.6.6 Divulsão e Descolamento dos Tecidos .............................................................. 27
3.6.7 Afastamento dos Tecidos.................................................................................. 27
3.6.8 Ostectomias na Calota Craniana ..................................................................... 28
3.6.9 Cuidados com a Ferida Operatória ................................................................. 29
3.6.10 Cuidados Pós-Operatórios ............................................................................. 29
3.6.11 Eutanásia e Descarte dos Animais ................................................................. 30
3.6.12 Coleta das Amostras ....................................................................................... 30
3.6.13 Processamento Histológico ............................................................................. 31
3.6.14 Análise Histomorfométrica ............................................................................ 31
3.6.15 Análise Estatística .......................................................................................... 32
4 RESULTADOS ...................................................................................................... 33
5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 55
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 57
REFERÊNCIA .......................................................................................................... 58
ANEXO ..................................................................................................................... 60
1 INTRODUÇÃO
15
O campo magnético é formado a partir de imãs permanentes através da direção
vetorial atrativa ou repulsiva dos elétrons que compõe a matéria constituinte das
substâncias ferromagnéticas, não dependendo da preexistência de uma fonte de energia
elétrica (FREDDO et al., 2016; KIM, et al., 2017).
Yan, et al. (1998) desenvolveu o trabalho pioneiro no estudo dos campos
magnéticos puros, permanentes e constantes, e através deste, buscou avaliar a influência
do campo magnético gerado por imãs permanentes, os quais em forma de cunha foram
implantados sem micro movimentação no fêmur de ratos, sobre o processo de
neoformação óssea, evidenciando o aumento da concentração mineral local.
A literatura científica contempla em seu acervo um número considerável de
estudos que avaliam a influência dos campos magnéticos sobre os processos de reparo
ósseo. A maioria destes estudos, no entanto, utilizam campos eletromagnéticos
(ABDELRAHIM et al., 2011; MARTINEZ-RONDANELLI et al., 2014; LIU et al.,
2017), gerados por fontes elétricas e não campos magnéticos oriundos de imãs
permanentes. Outros estudos, por outro lado, focados na estimulação magnética a partir
de campos magnéticos puros (PURICELLI et al., 2006; PURICELLI et al., 2009; MENG
et al., 2013; ABREU et al., 2016; RUSSO et al., 2016; YUN et al. 2016) não conseguiram
estabelecer uma metodologia que permita uma análise adequada da influência de campos
magnéticos estáticos e permanentes sobre o reparo ósseo. Assim, na escassez de estudos
justifica-se a realização deste que empregará o uso de campos magnetismo oriundos de
imãs permanentes, capazes de produzir um campo magnético puro, permanente e
constante.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
17
do tecido ósseo, devido à presença de uma borda irregular que se adere ao local da
reabsorção (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013).
O tecido ósseo, macroscopicamente, exibe um arranjo trabecular delimitando
pequenas cavidades completadas por medula óssea, caracterizando-o como osso
esponjoso. Já o osso compacto é constituído por lamelas ósseas paralelas ou concêntricas
(sistema de Havers), não apresentando cavidades. Ambos possuem arquitetura
macroscópica distintas, porém apresentam constituição histológica similar
(KATCHBURIAN e ARANA, 2004).
Histologicamente, o tecido ósseo é classificado em imaturo ou primário e maduro
ou secundário. Ambos os tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da
matriz. Porém, enquanto no tecido ósseo primário as fibras colágenas se arranjam sem
orientação definida, tem menor quantidade de minerais e maior porcentagem de
osteócitos; no tecido ósseo secundário as fibras colágenas se organizam em lamelas e se
dispõem paralelamente umas às outras ou em camadas concêntricas ao redor de canais
com vasos, formando assim o sistema de Harvers ou Ósteon (JUNQUEIRA e
CARNEIRO, 2013).
18
processo de cicatrização, torna-se uma estrutura calcificada por deposição da porção
mineral (PETERSON, 2000).
Quando lesado, o tecido ósseo exibe um alto potencial de regeneração, iniciando-
se por uma fase inflamatória, seguida de reparo e finalmente remodelação. A duração de
cada fase está ligada a alguns fatores sendo estes: o tipo de osso envolvido, a idade do
individuo, o estado de saúde geral e nutricional, a intensidade do trauma, irrigação local,
presença ou ausência de forças mecânicas, imobilização e ausência de infecção, para que
o tecido ósseo seja capaz de constituir um osso com capacidade de receber carga funcional
(TEM CATE, 2001).
Entretanto, esta capacidade de regeneração, pode não se manifestar em defeitos
de grandes dimensões, como em defeitos congênitos, patologias e traumas, uma vez que
para haver uma finalização do processo de reparo, é necessário a existência de um
seguimento óssea local (KAMIJOU et al., 1994; BAPTISTA et al., 2003).
Nestes casos, o tecido ósseo não apresenta capacidade de regeneração espontânea,
necessitando de procedimentos operatórios reconstrutivos, que apresenta na enxertia
óssea sua principal técnica de tratamento (SICCA et al., 2000; SERVICE, 2000).
2.3 MAGNETISMO
19
consequentemente, campo elétrico e magnético. Campo eletromagnético é um fenômeno
que envolve o campo elétrico e o campo magnético variando no tempo. Assim, a análise
do efeito isolado do campo magnético puro sobre os tecidos vivos, como no uso de imãs
permanentes, ainda não foi possível de ser realizada (BRUCE et al., 1987).
Desta forma, devido à necessidade de uma melhor compreensão do efeito do
campo magnético puro, estático e permanente sobre o processo de reparo ósseo, estimulou
o desenvolvimento de inúmeras pesquisas e metodologias (YAN et al., 1998;
PURICELLI et al., 2006; PURICELLI et al., 2009; MENG et al., 2013).
Para se produzir um campo magnético constante por ímas permanentes não pode
ocorrer a micromovimentação dos imãs, tornando-se um processo complexo, pois a
micromovimentação altera a intensidade do campo magnético, impedindo uma
estimulação de intensidade constante sobre o local desejado (DARENDELILER et al.,
1995).
Vários estudos têm sido realizados para avaliar os efeitos dos campos
magnéticos estáticos em diferentes tipos de tecidos. Os campos magnéticos aplicados
sobre a pele ativam átomos de ferro na hemoglobina, influenciando o transporte de
oxigênio e estimulando a osteogênese através da ativação dos osteoblastos, levando a um
aumento do fluxo sanguíneo para o osso. Além disso, os resultados indicam que os
campos magnéticos podem aumentar a concentração de fatores de crescimento,
acelerando o processo de reparo ósseo (ABREU et al., 2016).
Magnetoterapia é considerada uma opção de tratamento, pois o campo
magnético estático tem uma influência significativa sobre o metabolismo ósseo (ABREU
et al., 2016).
Os resultados dos estudos sobre os efeitos da estimulação magnética no reparo
tecidual ainda são controversos. Existem evidências favoráveis dos efeitos dos campos
magnéticos estáticos gerados por ímãs permanentes ou por materiais magnetizados.
Muitos estudos têm demostrado, que os campos magnéticos estáticos podem acelerar a
reparação dos ossos ou tecidos (ABREU et al., 2016).
Turk (2001), investigou através de um estudo in vivo, o efeito do campo
magnético sobre o reparo de fraturas ósseas, através da realização de osteotomias em
fêmures de coelhos, e estimulação do local com um campo magnético externo de baixa
intensidade. Assim, o grupo analisado apresentou aumento da densidade do calo ósseo,
em relação ao grupo controle, comprovando um efeito benéfico do campo magnético no
reparo ósseo.
20
Dutra (2005), em estudo in vivo em ratos, utilizando campo magnético
permanente sepultado, foi possível observar que o imã foi capaz de contribuir na
integração do enxerto ósseo autógeno.
Segundo Aydin et al. (2011), em coelhos machos albinos Nova Zelândia foram
realizados defeitos não críticos de apenas 1 mm no fêmur desses animais sem utilização
de membranas e biomateriais, sob estimulação de imãs estáticos. Após 04 semanas foram
realizadas as análises radiográficas, histológicas e densidade mineral óssea do fêmur, e
pôde-se observar a neoformação do trabeculado ósseo e cartilaginoso, concluindo que a
utilização de um implante intramedular com campo magnético estático melhorou a
cicatrização óssea nas duas semanas iniciais e que a diferença na configuração de polos
magnéticos teve um efeito sobre a qualidade do osso.
Meng et al. (2013) realizaram defeitos ósseos não críticos de 1 cm nas vértebras
dorsais L5 e L6 de coelhos machos, e foram utilizados MNP, MHA, PLA e Hidroxiapatita
e Campo Magnético Estático. Após 110 dias os animais foram eutanasiados e as seguintes
análises foram realizadas: TC (tomografia computadorizada), imagens histológicas,
mancha de ferro, coloração com colágeno e osteocalcina, análise bioquímica e estatística.
E pôde-se observar aceleração e neoformação óssea.
De acordo com Kapi et al. (2015), no osso zigomático de ratos foram realizados
defeitos não críticos de 4 mm, e posteriormente foi utilizado PRP (plasma rico em
plaquetas), e aplicação de campo eletromagnético pulsado. O efeito dessa combinação foi
bastante benéfico e eficaz em termos de regeneração óssea.
Abreu et al. (2016) preencheram com osso autógeno, hidroxiapatita e cartilagem
alogênica, os defeitos ósseos realizados na calota craniana de ratos machos Wistar de
5mm de diâmetro e 1 mm de profundidade, sob estimulação de campo magnético estático.
Após 60 dias os animais foram eutanasiados e as análises histológicas,
histomorfométricas e estatísticas foram realizadas e pôde-se observar que a reparação
óssea foi maior no grupo tratado com enxerto ósseo autógeno e exposto a um campo
magnético, em seguida o grupo tratado com hidroxiapatita sintética e por fim no grupo
tratado com cartilagem alogênica.
Segundo Russo et al. (2016), em coelhos machos foram realizados defeitos de 6
mm de diâmetro e 16 mm de profundidade no côndilo lateral da epífise femoral distal,
sendo preenchidos com scaffolds magnéticos híbridos de colágeno e hidroxiapatita. Após
12 semanas as análises histológicas, histomorfométricas, microscopia eletrônica de
21
varredura, nano indução e análises estatísticas foram realizadas. Concluiu-se que houve
neoformação de trabéculas ósseas aumentando a regeneração do tecido ósseo.
Calcagnotto et al. (2017) realizaram um estudo em ratos com objetivo de avaliar
o efeito do campo magnético sobre o reparo de defeitos ósseos de 5 mm de diâmetro
criados cirurgicamente e preenchidos por cimento de fosfato de cálcio e osso autógeno.
Na analise histomorfométrica, aos 15 e 60 dias pós operatório os resultados evidenciaram
uma diferença estatisticamente significante na maior neoformação óssea no grupo do
preenchimento com osso autógeno e estimulo do campo magnético. Também houve uma
alta presença da enzima fosfatase alcalina nos grupos aos 30 dias pós operatório sob ação
do campo magnético. Conclui-se que o campo magnético promoveu melhora em
qualidade e quantidade de tecido ósseo neoformado em associação ao osso autógeno.
3 METODOLOGIA
Figura 1. Crânio seco de coelho com os defeitos ósseos realizados e os imãs instalados.
23
Figura 2. Desenho esquemático da anatomia do crânio dos coelhos ilustrando em uma
vista superior, a disposição dos defeitos ósseos criados cirurgicamente (círculos verde e
azul) e posição dos imãs tangenciando os defeitos ósseos. Linha vermelha pontilhada
evidenciando o alinhamento dos imãs.
Cada defeito ósseo foi bi-cortical (envolvendo as duas corticais cranianas) e foi
cirurgicamente criado com broca trefina de 10,0 mm de diâmetro (Neodent®,Curitiba, PR,
Brasil) acoplada em contra-ângulo para implante à 800 rpm sob irrigação copiosa com
solução fisiológica 0,9%. Estes defeitos foram tangenciados à distância de 1,0 mm na
porção do seu maior diâmetro no sentido anteroposterior por duas lojas ósseas de 7,0 mm
de comprimento por 3,5 mm de profundidade e 1,0 mm de largura, onde foram fixados
os dispositivos metálicos (grupo controle - CMA) ou os imãs (grupo teste - CMP).
No caso dos imãs, estes foram fixados de forma a manter um campo magnético
atrativo entre si. Após a confecção dos defeitos ósseos, os imãs foram agrupados em pares
de forma aleatória e cada par foi fixado na borda de um dos defeitos ósseos. O campo
magnético foi então mensurado em 05 (cinco) pontos no interior de cada um dos defeitos
ósseos: 01 (uma) mensuração no ponto central do defeito e em 04 (quatro) pontos
equidistantes entre si no perímetro da circunferência do defeito ósseo (figura 3). Esta
mensuração em cinco pontos visa garantir a homogeneidade da intensidade das forças
magnéticas incidentes nos defeitos ósseos para que não ocorra o viés de um par de imãs
gerar maior ou menor intensidade de campo magnético no interior do defeito ósseo. A
24
partir da mensuração da força magnética incidente no interior do defeito os imãs foram
pareados e esterilizados em óxido de etileno para posterior uso nas cirurgias dos animais.
Para garantir a disposição com força atrativa entre os pares de imãs, o Polo Norte de todos
os imãs foi marcado com esmalte branco atóxico. A estabilização dos imãs nas cavidades
foi garantida por meio de cola biológica à base de Cianocrilato (Dermabond®, Johnson &
Johnson Produtos Profissionais LTDA, São José dos Campos, Brasil).
Esta pesquisa trata-se de parte de um estudo maior de doutorado no qual o aluno
realizará o preenchimento do outro defeito (lado direito) com osso bovino mineralizado
Bio-Oss® (Geistlish® – Suíça) nos grupos teste e, manutenção apenas de coágulo
sanguíneo nos grupos controle.
25
preenchimento do defeito ósseo, chegou-se ao valor de 05 (cinco animais) por grupo
experimental, conforme figura 4. Para tanto foram utilizados 24 coelhos Nova Zelândia,
albinos, machos, adultos jovens, com cerca de 07 (sete) meses de idade e com peso
aproximado de 3,0 Kg. Os animais permaneceram todo o período do estudo em gaiolas
metálicas, suspensas, com acomodação individual, regularmente higienizadas, mantidas
em ambiente climatizado com temperatura de 23o C (+/- 1o C), ciclos claro e escuro de
doze horas, sendo alimentados com ração comercial padrão e água ad libidum.
Com cerca de 07 (sete) meses de idade e com peso médio de 3,0 Kg, os coelhos
foram submetidos à cirurgia experimental conforme protocolo que segue:
Comprovada a sedação do coelho, este foi colocado em posição ventral sobre uma
superfície rígida e fixa (mesa cirúrgica) para que se inicie a tricotomia manual do crânio
na região respectiva aos ossos parietais.
3.6.3 Assepsia
A área a ser operada foi infiltrada com anestésico local de uso odontológico,
Mepivacaína 2% com adrenalina na proporção de 1:100.000, não excedendo 0,9 ml/Kg
de peso corporal do animal. A aplicação foi realizada lentamente, tendo a finalidade de
promover a hemostasia no transcirúrgico e analgesia trans e pós-operatória imediata.
3.6.5 Incisão
Após a tricotomia foi realizada a assepsia da pele por meio de solução aquosa de
Digluconato de Clorexidina 0,2%. Na região do crânio correspondente aos ossos parietais,
foi realizada uma incisão de cerca de 3,0 cm com direção póstero-anterior correndo sobre
uma linha mediana aos ossos parietais do coelho. Esta incisão foi em único plano por
meio de bisturi com cabo nº 3 (três) montado com uma lâmina nº 15 (quinze).
O afastamento dos tecidos foi realizado por meio de afastadores do tipo Senn-
Muller, permitindo adequada visualização do campo sem promover trauma tecidual.
27
3.6.8 Ostectomias na Calota Craniana
28
(6 e 7) implantação dos imãs e biomateriais (8) implantação dos imãs ou dispositivos
metálicos tangenciando os defeitos preenchidos com osso bovino mineralizado (lado
direito) e coágulo (lado esquerdo).
29
bolsas térmicas preenchidas com água aquecida e lençóis de feltro. A analgesia se deu
por meio da administração intramuscular de Cloridrato de Tramadol na dose de 0,10
ml/Kg (Dorless 50mg/ml, União Química Farmacêutica Nacional S.A., São Paulo, Brasil)
e a antibioticoterapia foi realizada com injeção intramuscular de Enrofloxacino, na dose
de 0,2ml/Kg ou equivalente a 5mg/Kg (Flotril 25mg/ml 2,5%, Schering-Plough S.A., Rio
de Janeiro, Brasil) no pós-operatório imediato.
A eutanásia dos animais foi realizada por meio de punção intraperitoneal com
Pentobarbital na dose de 200mg/Kg e ocorreu em 30 (trinta) e 60 (sessenta) dias pós-
operatórios. Em cada um destes momentos pós-operatórios 12 (doze) animais foram
eutanasiados. Os animais não apresentaram em nenhum momento, qualquer condição da
saúde que induza morbidade a fim de serem excluídos do estudo no intuito de evitar a
propagação do sofrimento. Todo o processo de eutanásia foi supervisionado por médico
veterinário. Após a confirmação da morte dos animais e coleta das amostras, estes foram
descartados por meio de incineração no Biotério da Universidade Sagrado Coração.
30
foram encaminhados ao Biotério da Universidade Sagrado Coração a fim de serem
descartados por meio de incineração.
31
neoformação óssea no interior do defeito pela área total do defeito ósseo obteve o
percentual de neoformação óssea em cada um dos cortes histológicos e, assim, permitiu
a quantificação do processo de reparação óssea em cada grupo estudado.
Após a obtenção dos valores em cada corte histológico, os grupos de estudo foram
reagrupados a partir de sua codificação e seus valores foram submetidos à análise
estatística. Antes da calibragem foi realizado um treinamento dos avaliadores com
patologista bucal com o intuito de padronizar os critérios de identificação do tecido ósseo
neoformado na área do defeito ósseo criado. Ainda, a calibragem intra-examinador foi
realizada no período pré-análise das lâminas e no decorrer do estudo, sendo que a cada
dez lâminas analisadas uma foi sorteada para ser reavaliada. Após a leitura das lâminas
foi realizado o teste “t” pareado, buscando valores entre 0,1% e 0,5%, que estabelecem
níveis de confiança de 99,9% e 99,5%, respectivamente.
Figura 6. Mensuração do tecido ósseo com auxílio do programa Image - Pro Plus®.
A análise estatística foi realizada por meio do pacote estatístico SPSS (Versão
15.0 compatível com Software Windows). A unidade analítica considerada é o defeito
ósseo e o nível de significância estabelecido em 5% no padrão de neoformação óssea. Os
dados foram apresentados através de médias e desvios-padrão do percentual de
neoformação óssea para a análise histológica. Os dados foram submetidos ao teste de
normalidade Kolmogorov-Smirnov. Em seguida, a comparação intragrupos e intergrupos,
32
foi realizada por meio do teste estatístico one-way ANOVA para a comparação em
micrometro µm2, adotando-se o nível de significância de 5%. Nos casos em que houve
diferença estatisticamente significante, aplicou-se, em seguida o teste de Duncan. Todos
os testes estatísticos, adequados aos experimentos, grupos e valores obtidos serão
aplicados através do programa SIGMA STAT.
4 RESULTADOS
Não houve nenhuma perda de animais durante o experimento. Nenhuma evidencia
macroscópica de infecção foi observada após a confecção dos defeitos e colocação dos
imãs ou dispositivos metálicos.
Os resultados foram descritos após análise qualitativa das seguintes estruturas do
defeito ósseo: margem do defeito, morfologia do tecido ósseo neoformado, características
do tecido conjuntivo (organização e arranjo celular) e tipo de infiltrado inflamatório aos
30 e 60 dias pós-operatórios.
Grupo CMP – 30 dias: discreta atividade osteoclástica, presença de infiltrado
linfoplasmocitário marcante na região inferior ao defeito, as trabéculas de tecido ósseo
apresentam-se normais com osteoblastos, osteócitos e atividade osteoblástica presente.
Neovascularização de forma homogénea na região superior ao defeito ósseo, atividade
osteoblástica intensa, presença de fibroplasia e ilhas de tecido ósseo imaturo. Na área de
inserção do artefato (imã) observa-se em diversas lâminas: intensa atividade
linfoplasmocitária, proliferação de fibras e eventualmente discreta área de
supuração, intensa atividade celular, não houve necrose nem reação do tipo corpo
estranho. Trabéculas distribuídas de forma irregular, mostrando um padrão mais
constante na região superior do defeito.
33
Figura 7. Fotomicrografia do grupo CPM, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
de espaços medulares, fechamento total do defeito; presença diminuidade tecido
conjuntivo (TC) e ausência de infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
34
Figura 8. Fotomicrografia do grupo CPM, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença do tecido neoformado imaturo (TN) e de
espaços medulares. Houve um fechamento parcial do defeito; presença de tecido
conjuntivo (TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
35
Figura 9. Fotomicrografia do grupo CPM, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), ausência
de espaços medulares, ausência de fechamento do defeito (1/3 do defeito constituido por
tecido conjuntivo TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
36
Figura 10. Fotomicrografia do grupo CPM, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença aumentada de tecido
conjuntivo (TC) e de infiltrado inflamatório crônico (Aumento 20x, coloração HE).
37
Grupo CMA – 30 dias: formação de trabéculas ósseas com padrão uniforme,
discreto infiltrado linfoplasmocitário, formação vascular moderada, presença de
fibroplasia notadamente na porção superior do defeito e atividade osteoblástica com
osteoblastos e osteócitos alocados.
Figura 11. Fotomicrografia do grupo CMA, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
de espaços medulares, fechamento total do defeito; presença aumentada de tecido
conjuntivo (TC) e de infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
38
Figura 12. Fotomicrografia do grupo CMA, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado maduro (TM), presença
de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença de tecido conjuntivo (TC)
e de infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
39
Figura 13. Fotomicrografia do grupo CMA, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
de espaços medulares, fechamento total do defeito; presença de tecido conjuntivo (TC) e
ausência de infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
40
Figura 14. Fotomicrografia do grupo CMA, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
de espaços medulares, fechamento total do defeito; presença de tecido conjuntivo (TC) e
de infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
41
Figura 15. Fotomicrografia do grupo CMA, 30 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado maduro (TM), presença
de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença de tecido conjuntivo (TC)
e de infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
42
Grupo CMP – 60 dias: atividade osteoblástica presente, mas com intensidade
moderada e Infiltrado inflamatório ausente. Tecido conjuntivo fibroso na região superior
do defeito, com ausência de infiltrado inflamatório, lacunas de howship presentes em
diversos campos microscópicos.
Figura 16. Fotomicrografia do grupo CMP, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado maduro (TM), presença
de espaços medulares, ausência de fechamento do defeito (1/3 do defeito constituido por
tecido conjuntivo TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
43
Figura 17. Fotomicrografia do grupo CMP, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado maduro (TM), presença
de espaços medulares, fechamento total do defeito; presença diminuida de tecido
conjuntivo (TC) e ausência de infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
44
Figura 18. Fotomicrografia do grupo CMP, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado maduro (TM), presença
de espaços medulares, ausência de fechamento do defeito (1/3 do defeito constituido por
tecido conjuntivoTC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
45
Figura 19. Fotomicrografia do grupo CMP, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), ausência
de espaços medulares, ausência de fechamento do defeito (1/3 do defeito constituido por
tecido conjuntivo TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
46
Figura 20. Fotomicrografia do grupo CMP, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença de tecido conjuntivo (TC)
e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
47
Grupo CMA – 60 dias: trabéculas de tecido ósseo preenchendo a área do defeito,
fibroplasia no bordo do defeito com interposição de tecido conjuntivo, fibroplasia e tecido
conjuntivo interposto na periferia, o que caracteriza a criticidade do defeito. Presença
moderada de vasos sanguíneos no tecido conjuntivo e ausência de infiltrado inflamatório.
Figura 21. Fotomicrografia do grupo CMA, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença detecido neoformado maduro (TM), presença
de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença diminuida de tecido
cojuntivo (TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
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Figura 22. Fotomicrografia do grupo CMA, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença aumentada de tecido
conjuntivo (TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
49
Figura 23. Fotomicrografia do grupo CMA, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado maduro (TM), presença
de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença diminuida de tecido
conjuntivo e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
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Figura 24. Fotomicrografia do grupo CMA, 60 dias após craniotomia: margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
aumentada de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença de tecido
cojuntivo (TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
51
Figura 25. Fotomicrografia do grupo CMA, 60 dias após craniotomia margens do defeito
reparado por tecido ósseo (TR); presença de tecido neoformado imaturo (TN), presença
aumentada de espaços medulares, fechamento parcial do defeito; presença de tecido
conjuntivo (TC) e ligeiro infiltrado inflamatório (Aumento 20x, coloração HE).
52
Tabela 1 - Valores, média e desvio padrão da área óssea neoformada dos grupos de
acordo com os períodos de avaliação. Os resultados mostram que existe diferença
significativa intragrupos a ≠ A (Grupo CMP com p = 0,008), teste de Mann-Whitney (P
<0,05). Na avaliação intergrupos, os resultados mostram que não houve diferença
significativa nos períodos analisados. Teste de Kruskal-Wallis e Turkey test (p <0,05).
Períodos
30 dias 60 dias
Média
±Desvio 81,89 ± 18,2 A 79 ± 15 12,8± 4,8 a 54,8± 32,3
Padrão
53
Gráfico 1 - Distribuição da área de neoformação óssea em micrometro µm2 nos grupos
controle (CMA) e grupo teste (CMP) aos 30 e 60 dias pós operatórios.
54
5 DISCUSSÃO
Quando lesado, o tecido ósseo exibe um alto potencial de regeneração, iniciando-
se por uma fase inflamatória, seguida de reparo e finalmente remodelação. A duração de
cada fase está ligada a alguns fatores sendo estes: o tipo de osso envolvido, a idade do
individuo, o estado de saúde geral e nutricional, a intensidade do trauma, irrigação local,
presença ou ausência de forças mecânicas, imobilização e ausência de infecção, para que
o tecido ósseo seja capaz de constituir um osso com capacidade de receber carga funcional
(TEM CATE, 2001).
Entretanto, esta capacidade de regeneração, pode não se manifestar em defeitos
de grandes dimensões, como em defeitos congênitos, patologias e traumas, uma vez que
para haver uma finalização do processo de reparo, é necessário a existência de um
seguimento óssea local (KAMIJOU et al., 1994; BAPTISTA et al., 2003).
Nestes casos, o tecido ósseo não apresenta capacidade de regeneração espontânea,
necessitando de procedimentos operatórios reconstrutivos, que apresenta na enxertia
óssea sua principal técnica de tratamento (SICCA et al., 2000; SERVICE, 2000).
Este estudo utilizou defeitos ósseos na calvária de coelhos. Tal sítio cirúrgico
permitiu a criação de defeitos amplos, capazes de avaliar a neoformação óssea dentro do
princípio de defeito de tamanho crítico.
Inúmeros estímulos químicos, físicos e biológicos influenciam beneficamente na
proliferação, reparo e consequentemente na remodelação óssea (LIRANI e CASTRO
2005; ABREU et al., 2016).
Poucos estudos relatam a associação de um estímulo físico, como o campo
magnético, no reparo de defeitos ósseos (MENG et al., 2013; ABREU et al., 2016).
Desta forma, este trabalho buscou avaliar o reparo ósseo em defeitos criados
cirurgicamente e preenchidos com coágulo e submetidos à estimulação magnética
permanente e constante em calvária de coelhos por meio de histomosfometria. Pela
metodologia aqui utilizada foi possível observar, que no grupo de animais sob influência
do campo magnético, houve um percentual de preenchimento ósseo significativamente
superior ao grupo sem influência do estímulo magnético, no tempo pós operatório de 30
dias, mas essa diferença não foi verificada aos 60 dias pós operatórios. O campo
magnético avaliado no presente estudo acelerou o reparo ósseo em defeitos criados
cirurgicamente no período inicial do processo.
55
Magnetoterapia é considerada uma opção de tratamento, pois o campo magnético
estático tem uma influência significativa sobre o metabolismo óssea (ABREU et al.,
2016).
Os resultados dos estudos sobre os efeitos da estimulação magnética no reparo
tecidual ainda são controversos. Existem evidências favoráveis dos efeitos dos campos
magnéticos estáticos gerados por ímãs permanentes ou por materiais magnetizados.
Muitos estudos têm demostrado, que os campos magnéticos estáticos podem acelerar a
reparação dos ossos ou tecidos (ABREU et al., 2016).
Tabela 2. Estudos científicos que avaliam a influência dos campos magnéticos sobre os
processos de reparo ósseo.
Modelo
Tamanho do Tempo de
Autor/ Experimental/
Defeito: Eutanásia/ Biomaterial Uso ou não de Análise
Ano Região do Magnetismo Resultados
Crítico ou não Evolução dos Utilizado Membrana Realizada
Defeito
Crítico Períodos
Campo magnético
Aumento da densidade do calo ósseo, em relação ao grupo controle,
Turk (2001) Fêmures de coelhos externo de baixa
comprovando um efeito benéfico do campo magnético no reparo ósseo.
intensidade
Campo magnético
Dutra (2005) Ratos Contribuiu na integração do enxerto ósseo autógeno.
permanente sepultado
TC (tomografia
computadorizada),
Após 110 dias os imagens histológicas,
Vertebras dorsais L5 e Campo Magnético Defeitos ósseos não MNP, MHA, PLA e
Meng et al. (2013) animais foram mancha de ferro, Pôde-se observar aceleração e neoformação óssea.
L6 de coelhos machos Estático críticos de 1 cm Hidroxiapatita
eutanasiados coloração com colágeno
e osteocalcina, a nálise
bioquímica e estatís tica
Osso zigomático de Campo e letromagné tico Defeitos não críticos de PRP (plasma rico em O efeito dessa combinação, PRP e campo magnético, foi bastante
Kapi et al. (2015)
ratos pulsado 4 mm plaquetas) benéfico e eficaz em termos de regeneração óssea.
Pôde-se observar que a reparação óssea foi maior no grupo tratado com
Defeitos de 5mm de Após 60 dias os Osso autógeno, Análises histológ icas,
Calota crâniana de Campo magnético enxerto ósseo autógeno e exposto a um campo magnético, em seguida o
Abreu et al. (2016) diâmetro e 1mm de animais foram hidroxiapatita e histomorfométricas e
ratos machos Wistar estático grupo tratado com hidroxiapatita sintética e por fim no grupo tratado com
prof undidade eutanasiados cartilage m alogênica estatísticas
cartilagem alogênica.
Histológicas,
histomorfométricas,
Côndilo lateral da Defeitos de 6mmde Scaffolds magnéticos
microscopia eletrônica Concluiu-se que houve neoformação de trabéculas ósseas aumentando a
Russo et al. (2016 epífise femoral distal diâmetro e 16 mm de Após 12 semanas híbridos de colágeno e
de varredura, nano regeneração do tecido ósseo.
coelhos machos prof undidade hidroxiapatita
indução e análises
estatísticas
Defeitos ósseos de 5 Conclui-se que o campo magnético promoveu melhora em qualidade e
Aos 15, 30 e 60 dias Cimento de fosfato de Histométrica e enzima
Calcagnotto et al. Ratos Campo magnético mm de diâmetro criados quantidade de tecido ósseo neof ormado em associação ao osso
pós operatórios cálcio e osso autógeno fosfatase alcalina
(2017) cirurgicamente autógeno.
56
6 CONCLUSÃO
57
REFERÊNCIAS
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field on the healing of the osteotomised rabbit femur. International Orthopaedics. v.
35, n. 1 p. 135–141, 2011.
58
KATCHBURIAN, E.; ARANA, V. Histologia e Embriologia Oral. 2ª edição. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
RUSSO, A. et al. Magnetic forces and magnetized biomaterials provide dynamic flux
information during bone regeneration. J Mater Sci Mater Med. v. 27, n. 3, p. 51, 2016.
SERVICE, R. F. Tissue engineers build new bone. Science. v. 289, n. 5484, p.1498- 500,
2000.
TEN CATE, A. R. Histologia Bucal. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2001, p. 95-
111.
TURK, Z. Bone healing and biochemical blood parameters after artificial osteotomy of
rabbits fêmur treated by lowfrequency magnetic field. Wiener Klinische
Wochenschrift. v. 113, n. 3, p. 47-52, 2001.
YAN, Q. C. et al. Effects of static magnetic field on bone formation of rat femurs. Med
Eng Phys. v. 20, n. 6, p. 397-402, 1998.
59
ANEXO - Certificado de aprovação do Comitê de Ética
60