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Cabe ao oprimido, em diálogo com os demais, e trazendo para a escola suas vivências e desejos,
a conscientização. A conscientização é o entendimento do homem como sujeito, como um ser,
como humano e que, sendo assim, pode agir e mudar a sua existência, dentro do modo de
produção social e econômico em que está contido, deixando de ser alienado, na práxis. O papel
do professor neste processo é fundamental, na medida em que promove uma relação dialógica
com os estudantes, mediando suas experiências com o conhecimento científico, na resolução de
questões ou compreensão no mundo em que vive. Abre-se um caminho contra o autoritarismo
escolar, como professor entendendo-se também como oprimido.
Freire propõe uma pedagogia libertadora, que segue a teoria humanista, visto que ele propõe um
ensino com códigos significativos para o educando, assim como afetivo, amoroso, ligado aos
desejos e às vivências do mesmo dialogando com os conteúdos abordados. Cabe ao professor
dialogicamente, estabelecer essa relação de significação.
O caráter humanizador, emancipatório e democrático da pedagogia freireana fundamenta uma
alfabetização plena e cidadã, na qual o desenvolvimento cognitivo, físico, cultural, emocional,
ético e político não se dissociam.
É preciso vencer a falta de comprometimento com a própria existência, o que pode acontecer
sem que se perca a ternura, segundo Freire. Por uma educação humanizadora. A Pedagogia
Libertadora está inserida na concepção crítica-reprodutivista, e também na filosofia e na teoria da
educação crítica-reprodutivista, sob o método do materialismo histórico (dialético).
Marisa Ramos dialoga com a Pedagogia libertadora, ao propor sua Educação Integral. Tal fato se
reflete na forma de organização desta ideia. A partir da filosofia da práxis, de uma pedagogia
histórico-crítica e com o uso do método histórico-dialético na construção do conhecimento.
Diante de uma escola integral brasileira que dá mais importância ao ensino profissionalizante, em
detrimento do conhecimento geral (ciência gerais), Ramos propõe uma escola nas bases do
pensamento de Gramsci, quando ele diz que o ensino para o trabalho e o ensino para as
humanidades/ciências são têm como serem separados, pois o homem e o trabalhador são um, as
relações dos sujeitos se dão em suas trajetórias de produção, no trabalho, na sociedade, na
política, na cultura. O pensador diz a escola é una. Desta forma a práxis, teoria (objetiva, geral,
interdisciplinar) e prática (especificidades na aplicação da teoria e produção de teoria), assim
deve ser a educação politécnica.
Nas relações de produção a homem constrói a sua existência. Entender como ocorrem as
relações de classes é que permite ao oprimido se libertar. No intuito de frear este possível
potencial poder do trabalhor/sujeito é que dificuldades são impostas pelas elites. Explicita ou
implicitamente as elites procuram desacreditar o ensino politécnico e na medida do possível,
impedem que seja de fato uno. O trabalhador não precisa pensar, somente produzir. Logo, os
conteúdos do ensino profissionalizante somente, não chegam a leva-los a aprender os
fundamentos científicos-tecnológicos, sócio-históricos e culturais dos fenômenos, o que implicaria
conhecer seus significados. Significar o conteúdo busca-lo na realidade vivida, nos seus projetos
e desejos.
O ensino integral se faz necessário no Brasil por 3 motivos, segundo a autora: dificuldade dos
pobres em poder fazer escolhas, os diplomas abrem portas e desvalorização do ensino
profissionalizante.