Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução
É pois claro que, apesar da designação contabilidade nacional por vezes também
utilizada, as CN são estatísticas, e não registos sistemáticos e exaustivos do tipo
requerido pela contabilidade das empresas.
Mas medir o PIB não é tão simples quanto somar as produções dos diferentes produtos,
ou dos ramos de atividade2 que os originam. A razão é que se assim agíssemos estaríamos
1
Por vezes também abreviado por ESA, iniciais do inglês European System of Accounts.
2
Os ramos de atividade são conjuntos de unidades produtivas que produzem (como produtos principais)
produtos afins.
2
a contabilizar várias vezes algumas produções. Isto acontece porque o valor de alguns
produtos incorpora-se no valor de outros, quando aqueles primeiros produtos são usados
na produção destes últimos. Por exemplo, o valor da farinha usada na produção de pão é
parte – incorpora-se – no valor do pão (e o mesmo acontece em muitos outros casos);
quando se compra um pão paga-se de facto também a farinha; se eu somar o valor da
produção de pão com o valor de produção de farinha, estou pois de facto a contabilizar
duas vezes o valor da farinha.
Por esta razão considera-se que o contributo de uma determinada unidade produtiva (ou
de um ramo de atividade) para o valor global da produção da economia – para o PIB –
não é todo o seu valor da produção, mas somente o valor acrescentado por essas
unidades produtivas.
O valor acrescentado pode ser obtido subtraindo ao valor da produção das unidades
produtivas o valor das matérias-primas e serviços utilizados no seu processo de produção.
Este valor das matérias-primas, subsidiárias e serviços consumidos num certo processo
produtivo é designado de consumo intermédio. No nosso exemplo, o valor acrescentado
pela padaria obtém-se subtraindo ao valor do pão o valor da farinha (e de outros bens ou
serviços que são parte do seu consumo intermédio, por exemplo eletricidade).
Resumindo:
(1) VA i = PR i – CI i
em que:
VA = valor acrescentado
PR = valor da produção
CI = consumo intermédio
i = uma particular unidade produtiva
O PIB de uma economia pode pois ser obtido adicionando os valores acrescentados de
todas as unidades produtivas que laboram num território. Por regra, nesta abordagem
estatística, as unidades produtivas são primeiro agrupadas em ramos de atividade, sendo
depois o PIB obtido pela soma dos VA dos ramos de atividade. Isto é:
(2) PIB VA i
i
3
(em que i agora tanto pode referir-se à unidade produtiva elementar, quanto ao ramo de
atividade)
Na realidade, como provavelmente já terá adivinhado por termos usado o sinal e não =
em (2), não se obtém exatamente o PIB por este processo, mas uma outra grandeza que
lhe está muito próxima e que é o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da economia.
A diferença entre VAB e PIB de uma economia é que por defeito – isto é se o contrário
não for dito – o VAB está avaliado a preços de base e o PIB a preços de aquisição3. A
avaliação a preços de aquisição inclui no valor do produto os impostos que incidem sobre
esse produto, isto é aqueles que são cobrados em função da quantidade ou do valor
produzido ou vendido; são exemplos destes impostos o IVA e os impostos especiais de
consumo, como o Imposto sobre Produtos Petrolíferos ou o Imposto de Tabaco 4. Por
outro lado, na avaliação a preços de aquisição são subtraídos os subsídios aos produtos de
que beneficiam as unidades produtivas, que devem cumprir a mesma regra de depen-
dência nas quantidades ou valores produzidos ou vendidos5. A avaliação a preços de base
não inclui aqueles impostos sobre os produtos, e é anterior a esta dedução dos subsídios
aos produtos6. Tem-se pois sumariando:
3
Bem entendido, embora a regra seja a exposta (avaliar o VAB a preços de base e o PIB a preços de
aquisição), não há uma razão determinante para não proceder ao contrário. Avaliar o VAB a preços de
aquisição – que nesse caso seria o mesmo que o PIB – não é usual, mas não é um erro. Do mesmo modo é
possível falar de PIB a preços de base, o que é o mesmo que o VAB.
4
Em teoria económica, estes impostos são por vezes ditos impostos indiretos. Deve ficar com a ideia
contudo que nem todos os impostos indiretos são impostos sobre os produtos, como são aqui definidos (isto
é funcionalmente ligados às quantidades ou valores produzidos ou vendidos), e que por essa razão nem
todos os impostos indiretos são aqui chamados para esta distinção entre “preços de base” e “preços de
aquisição”.
5
Aplica-se aos subsídios auferidos pelos produtores a mesma observação que na nota anterior para os
impostos, não sendo todos (e hoje em Portugal nem sequer a maioria) subsídios aos produtos, como os defi-
nimos, e não estando portanto todos envolvidos nesta discussão dos preços de avaliação do PIB e do VAB.
6
Deve ficar com a ideia, também, que a explicação apresentada neste texto para a distinção entre “preços
de aquisição” e “preços de base” é suficiente para quando pensamos em grandes agregados macroeconómi-
cos como o PIB e o VAB de uma economia. A um nível “micro” contudo, por exemplo para um particular
produto, as contas podem porém ser mais complicadas, nesta passagem entre preços de base e de aquisição,
ou no sentido inverso, sendo necessário atender, se estas existirem, às margens comerciais e de transporte.
4
(2´) VA i = VAB (agora = e não )
i
Deve ficar entendido que o PIB é um só, embora possa ser acedido por mais que um
caminho. Isto é, o PIB toma necessariamente o mesmo valor quer seja calculado pela
“ótica do produto”, quer o seja na “ótica da despesa”. Isto é assim porque:
Note-se que nesta segunda abordagem da ótica da despesa, para evitar o problema da
dupla contabilização atrás mencionado, só se contam as procuras ou utilizações finais,
excluindo-se as procuras intermédias, isto é aquelas cujo propósito é o uso destes
produtos como matérias-primas na produção de outros bens ou serviços.
- C = Despesa de consumo final das famílias e das instituições sem fins lu-
crativos ao serviço das famílias (ISFLSF)7, também dita consumo privado.
7
A despesa de consumo final das ISFLSF é em tudo idêntica à das administrações públicas, sendo as
famílias o setor beneficiário do consumo, mas incorrendo as ISFLSF na despesa correspondente. Neste
texto agregou-se esta despesa ao consumo privado, dado que estas instituições são privadas, e porque é esse
hoje o critério seguido pelas CN do INE. É no entanto possível agrupá-la antes com o consumo público,
dado que se trata de facto de um mecanismo idêntico de consumo. Na primeira edição deste texto, escrita
em 2007, foi esse o critério que prevaleceu. Refira-se que, em qualquer caso, o peso desta despesa quer
relativamente a C, quer a G, é residual.
5
- G = Despesa de consumo final das administrações públicas, por vezes
designada de forma simplificada de consumo público.
A acumulação de produtos, que não são considerados capital fixo, pelas em-
presas ou outras instituições – mais exactamente a diferença entre as entradas e
saídas desses bens em stock – é designada de variação de existências; as
existências, e consequentemente a sua variação, podem referir-se a matérias-
6
primas e subsidiárias, produtos acabados, produtos e trabalhos em curso, ou
bens destinados a revenda sem transformação; a variação de existências é
considerada investimento dado que o período de utilização destes bens ou
serviços é diferido em relação ao momento da sua aquisição ou produção.
(4) PIB = C + G + I + Ex - Im
7
Note-se que este PIB na ótica da despesa é diretamente calculado a preços de aquisição,
já que a informação estatística sobre as procuras – consumo, investimento, etc. – existe, e
muitas vezes só existe, a preços de aquisição8. Recorde-se que na ótica do produto, ao
contrário, chegava-se primeiro ao VAB (a preços de base), sendo depois necessário
passar para o PIB (a preços de aquisição).
Mas para além das óticas do produto e da despesa, considera-se ainda normalmente
existir uma terceira via para calcular o PIB (embora na maioria dos países este caminho
tenha uma importância muito menor no processo de produção estatística conducente ao
PIB): a “ótica do rendimento”.
De facto, ao longo do tempo, tem-se vindo a chamar ótica do rendimento a coisas muito
diferentes. O ponto é que o rendimento é gerado no processo produtivo, mas é depois
distribuído aos intervenientes nesse processo, sob a forma de rendimento primário, e
ainda posteriormente redistribuído, sendo nesta redistribuição já envolvidos agentes não
participantes no processo produtivo. Este último processo designa-se de redistribuição
secundária do rendimento. Se se somar o rendimento gerado no processo produtivo
obtém-se exatamente o valor do VAB, que pode depois ser convertido no PIB através da
equação (3). Com efeito:
Por esta razão somar o rendimento gerado numa economia é sempre o mesmo que somar
os VABs. É isto que neste momento é feito nas CN portuguesas, publicadas pelo INE,
nos quadros que assumem a designação de ótica do rendimento. Estes quadros são
contudo pouco interessantes, já que só decompõem o PIB em três componentes:
8
Se por qualquer motivo no entanto se pretende o PIB a preços de base, ou VAB, pode-se contudo no fim –
aplicando a equação (3) – subtrair os ISP e adicionar os SP.
8
- Remunerações dos trabalhadores por conta de outrem, pagas pelas unidades
produtivas que produzem no território.
- Excedente Bruto de Exploração adicionado do Rendimento Misto que é pago
aos trabalhadores por conta própria9.
- Impostos menos Subsídios sobre a Produção e a Importação10.
Esta é uma perspetiva menos interessante do que a adotada em tempos noutros sistemas
de CN, em que a ótica do rendimento correspondia não à adição do rendimento gerado
numa economia, mas à soma dos rendimentos primários distribuídos, em benefício dos
residentes num certo país ou território. Estes rendimentos decompunham-se em remu-
nerações auferidas pelos trabalhadores por conta de outrem residentes no território, rendi-
mento misto auferido pelos trabalhadores por conta própria também residentes, juros,
rendas, dividendos, lucros retidos pelas empresas, etc. A soma de todos estes rendimentos
não conduzia ao PIB, mas mais exatamente ao Rendimento Nacional Bruto (RNB).
O RNB, apesar de já não ser apresentado assim, por via deste cálculo, continua a ser uma
variável muito importante em CN. Ele difere do PIB (ainda que em muitos países os dois
agregados macroeconómicos tenham valores muito próximos) precisamente por constituir
os rendimentos (primários) auferidos pelos residentes num território, e não os rendimen-
tos gerados internamente a esse território. Na prática passa-se do PIB para o RNB:
9
A designação rendimento misto decorre de não ser possível, para estes trabalhadores, discriminar o que é
salário e o que é lucro da sua atividade.
10
Estes impostos e subsídios sobre a produção e importação são mais que os impostos sobre os produtos e
subsídios aos produtos considerados na equação (3), englobando outros impostos sobre a produção
(também considerados impostos indiretos), e outros subsídios à produção, que apesar de inerentes ao
processo produtivo, não estão ligados funcionalmente aos valores ou quantidades produzidos. Estes outros
impostos e outros subsídios à produção – que não são porventura importantes para um leitor que não queira
estudar CN a fundo – integram já o cômputo do VAB a preços de base.
11
Uma dúvida que legitimamente se pode colocar é se o RNB é uma grandeza medida (por defeito) a
“preços de aquisição” ou a “preços de base”. De facto, nos sistemas de CN atualmente em vigor
convenciona-se medir o RNB a preços de aquisição (embora medi-lo a preços de base, sendo invulgar não
9
Um outro agregado de rendimento, para além do RNB, é o Rendimento Disponível Bruto
– RDB (que também pode ser designado de Rendimento Nacional Disponível ou
Rendimento Nacional Disponível Bruto)12. Concetualmente o RDB poderia ser atingido
adicionando todos os rendimentos distribuídos numa economia, após redistribuição
secundária do rendimento. Esta redistribuição secundária tem outro fundamento não
estando diretamente associada ao processo produtivo (embora, em última instância, o
rendimento provenha deste). Exemplos de redistribuição secundária são os impostos
(sobre o rendimento) que os cidadãos pagam às administrações públicas, sem que tenha
havido em troca um contributo do Estado para a produção e geração desse rendimento;
por outro lado, alguns cidadãos auferem rendimento do setor público – por exemplo
pensões de reforma ou subsídios de desemprego – a que não esteve subjacente qualquer
envolvimento no processo produtivo.
seja um erro; veja também a explicação equivalente para o PIB e VAB na nota de rodapé 3. Esta convenção
pressupõe que os impostos sobre os produtos, líquidos de subsídios aos produtos, podem ser vistos como
rendimentos primários auferidos pelas administrações públicas, sendo pois adicionados aos outros
rendimentos primários (salários, juros, lucros, etc.).
12
O RDB não deve ser confundido com o rendimento disponível das famílias, mencionado sobretudo nos
manuais de Macroeconomia, mas que não discutimos neste texto. A diferença é que o RDB não é
estritamente rendimento das famílias, mas refere-se também a outros tipos de agentes económicos:
empresas, administrações públicas, ISFLSF, etc.
10
- subtrair a distribuição secundária do rendimento (diz-se também transferên-
cias para designar esta redistribuição) efetuada a favor de não-residentes
- adicionar as transferências provenientes do estrangeiro em benefício dos
agentes residentes.
Como é claro a passagem de RDB a RNB faz-se por soma das primeiras e subtração das
segundas.
Note-se que o consumo de capital fixo (CCF) em cada ano não é diretamente observável
(nem por regra é fácil questionar as empresas sobre tal matéria, assegurando que as
respostas respeitem um critério objetivo). Por esta razão o CCF anual é na generalidade
dos países uma estimativa das CN obtida por modelos matemáticos13.
Como já vimos atrás, o consumo intermédio não é parte do valor acrescentado por uma
unidade produtiva ou ramo de atividade, nem em consequência do VAB e do PIB para o
13
O CCF não é obtido nem coincide com as amortizações fiscais, embora tal tenha acontecido em alguns
sistemas antigos de CN. Em Portugal este procedimento foi abandonado há mais de 30 anos, quando as CN
portuguesas adotaram o SEC.
11
conjunto da economia. A questão é então como tratar o CCF que, exceto por estender-se
a vários períodos, tem uma natureza similar; isto é, não é realmente valor criado pela
unidade produtiva, mas um valor pré-existente, incorporado nos bens de investimento,
que agora se transfere – uma parcela em cada ano – para o produto que está ser produ-
zido. Uma opção lógica seria pois tratar o CCF, respeitante ao ano em causa, do mesmo
modo que o consumo intermédio. Ou seja, no lugar de (1) ter-se-ia:
(1´) VA i = PR i – CI i – CC F i
Uma segunda nota diz respeito ao facto da imprensa, e por vezes alguns economistas
quando se dirigem ao grande público, apresentarem o PIB como uma medida da riqueza
da economia (alguns, menos erradamente, preferindo antes defini-lo como a criação de
riqueza numa economia num certo período). Deve ser assinalado que estes conceitos
simplistas (apesar do atrativo de serem facilmente entendíveis pelos não-especialistas)
14
No caso do investimento a distinção entre FBCF e FLCF é suscetível de outra interpretação. Tendo em
conta que o CCF, em cada ano, tende a igualar o investimento de reposição necessário a manter o valor do
stock de capital fixo (isto é do parque de edifícios e máquinas utilizados pelos diferentes agentes no âmbito
do processo produtivo), então a FBCF é o investimento total em capital fixo incluindo o investimento de re-
posição, enquanto a FLCF é o investimento líquido, por definição igual à variação do stock de capital fixo.
12
não são rigorosos nem corretos. De facto, riqueza em economia significa o conjunto do
património dos agentes económicos, acumulado ao longo dos anos ou mesmo dos
séculos15. Está previsto que as CN passem a fornecer – e nalguns países já o fazem – uma
estimativa da riqueza das economias. Este agregado designar-se-á Património Líquido e
incluirá, para o conjunto duma economia, o valor de todos os bens aí disponíveis não
destinados ao consumo imediato, assim como os eventuais ativos financeiros (ou
“direitos”) sobre países terceiros, subtraídos das dívidas ou outras responsabilidades para
com o estrangeiro16.
PIB
(5) PIBpc =
população residente
15
Note-se que mesmo a identificação do PIB com a criação de riqueza num certo período é um erro: o PIB
refere-se a toda a produção, incluindo a dos bens de consumo final que são consumidos no mesmo período
em que são produzidos, e que não persistem assim sob a forma de riqueza.
16
Note que a conta do Património Líquido é o equivalente ao balanço na contabilidade de empresa,
configurando uma lógica de “contabilidade” de stocks em oposição à de “contabilidade” de fluxos, que tem
sido a prática de CN.
13
Outra confusão frequente – na discussão menos esclarecida – é entre PIB e taxa de
crescimento do PIB. O Diagrama 1 representa a taxa de crescimento do PIB em Portugal,
no período 1996 – 2013, que oscilou entre os +4,8% em 1998, e -3,3% em 2012. Estes
crescimentos não coincidem, é claro, com os valores do PIB, expressos em milhares de
milhões de euros, como os que constam do Diagrama 2, na página 20.
Diagrama 1
5,0%
4,0%
3,0%
2,0%
1,0%
0,0%
2001
1996
1997
1998
1999
2000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
-1,0%
-2,0%
-3,0%
-4,0%
Em parte, a confusão entre o PIB e a sua taxa de crescimento reside no facto de algumas
pessoas (às vezes com responsabilidade...) julgarem existir uma correlação entre essas
duas medidas, no sentido que um maior PIB se traduziria num crescimento mais intenso
dessa mesma variável. Tal não só não acontece, como por regra se verifica o inverso.
Felizmente (porque tal significa rumar no sentido de mais equidade a nível mundial), na
maioria dos casos, os países com um PIBpc mais baixo têm um crescimento mais intenso
do PIB. Por exemplo a China, cujo crescimento económico tem causado a admiração do
mundo nos últimos anos, tem ainda um PIBpc (medido apropriadamente) que é menos de
metade do PIBpc português (cerca de 46% segundo as últimas estimativas do FMI refe-
rentes a 2013), e pouco mais de 1/5 do PIBpc norte-americano. É claro que se a China
prosseguir o ritmo de crescimento intenso que conseguiu nos últimos anos, acabará por
14
atingir o mesmo nível de PIBpc que Portugal, e posteriormente também que os EUA. Mas
infelizmente (para a humanidade) ainda deverá faltar muitos anos para que tal aconteça17.
Apesar da argumentação que desenvolvemos, que aponta para uma utilização preferencial
do RNB e RDB no lugar do PIB, nas comparações internacionais com o fito de avaliar o
bem-estar relativo dos cidadãos dos diferentes países, temos de reconhecer que o PIB
17
Sobretudo porque o trajeto típico de crescimento de um país mais pobre consiste geralmente num
crescimento acelerado num período inicial, seguido depois por um abrandamento significativo, para ritmos
similares aos dos países ricos, quando o país se aproxima das nações mais ricas.
18
Sublinhamos que se trata basicamente duma presunção, já que não é normalmente possível calcular o
RNB para as regiões.
15
continua a ser também aqui a variável realmente utilizada na grande maioria dos estudos.
É difícil dizer mais uma vez porque é assim. Mas a força do hábito, o facto do diferencial
relativamente àquelas outras variáveis ser diminuto na grande maioria dos países, e ainda
a menor fiabilidade nalguns países das medidas do RNB e RDB que do PIB19, podem ser
fatores explicativos.
Mas como é claro, quando estamos a estudar o fenómeno do crescimento de uma econo-
mia, só a parte do aumento do PIB que deriva do aumento das quantidades produzidas
nos interessa. O acréscimo do PIB tem pois de ser expurgado da parcela que reflete um
aumento dos preços a que os bens e serviços foram avaliados. Isto é, o que nos importa é
o chamado crescimento real do PIB, e não o aumento total observado nessa grandeza,
19
Deve ainda ser assinalado que o uso do PIBpc como indicador de bem-estar é criticado na literatura por
múltiplas outras razões, que escapam aos objetivos da nossa discussão. Uma crítica frequente, por exemplo,
é que o PIBpc é uma mera média, indiferente ao modo mais ou menos equitativo como se distribui o
rendimento entre diferentes estratos no interior do país.
16
normalmente designado de crescimento nominal. Passar do PIB nominal a PIB real
chama-se em linguagem técnica deflacionar o PIB, sendo que deflacionar é sinónimo de
extrair a inflação implícita nesse agregado. Deflacionar o PIB (ou outra grandeza) faz-se
por recurso a operadores designados de deflatores, que medem o crescimento dos preços
implícitos em cada variável, sendo que o deflator do PIB pode ser retirado precisamente
da equação:
PIB nominal
(6) = deflator do PIB
PIB real
PIB nominal
(6´) PIB real =
deflator do PIB
que é matematicamente o mesmo que (6).
Deve ficar com a ideia que o primeiro procedimento é o caminho mais frequente – pelo
menos nos países com um sistema estatístico mais desenvolvido, incluindo Portugal. Isto
é, em cada ano o PIB é não só calculado aos preços do próprio ano, também ditos preços
correntes, mas simultaneamente aos preços do ano anterior. Quer isto dizer (que a regra
geral, com eventuais exceções pontuais nalguns produtos é) que cada quantidade
produzida, cada consumo intermédio, cada procura final dos diferentes produtos é
também multiplicada pelos preços médios do ano anterior, produzindo-se por este
caminho minucioso uma estimativa do PIB a preços do ano anterior. Sumariamente
representaremos por :
PIB n,n-1
17
Não é então difícil ver que:
PIBn, n -1
(7) ( - 1) = r = taxa de crescimento real anual do PIB
PIBn -1, n -1
Repare-se que na fórmula em cima PIB n-1,n-1 é simplesmente o PIB nominal ou a preços
correntes referente ao ano n-1. De facto, nessa expressão é patente que o numerador e
denominador da fração estão avaliados aos mesmos preços – os do ano n-1 – pelo que o
valor da fração (em excesso sobre a unidade) reflete o aumento das quantidades
produzidas, permitindo assim gerar, como pretendido, um indicador do crescimento real
do PIB num particular ano n.
PIB n, n
(8) = d = deflator anual do PIB
PIB n, n -1
Tal como em (7) também neste caso se pode subtrair 1, e exprimir d-1 em unidades per-
centuais, tornando-se então claro que o deflator do PIB tem a natureza duma taxa de cres-
cimento, no caso dos preços implícitos no PIB20; isto é o deflator do PIB é uma particular
medida da taxa de inflação21. Note-se que nesta fórmula PIB n,n é simplesmente o PIB
nominal, ou a preços correntes, do ano n (tal como PIB n-1,n-1 era o PIB nominal do ano
n-1). Atente que na expressão (8) tanto o numerador como o denominador são o PIB do
ano n, sendo a diferença os preços a que esse PIB está avaliado. Quando PIB n,n > PIB n,n-1
e consequentemente a fração contida em (8) excede 1, tal significa que os preços implí-
citos no PIB aumentaram em média na economia no ano n.
20
As CN portuguesas têm vindo a designar d-1 de taxa de variação anual do deflator.
21
Não é contudo a única medida, nem sequer a mais usual, da taxa de inflação, estando porém esta
discussão em termos pormenorizados para além do escopo deste texto. Registe porém que a taxa de
inflação é normalmente obtida a partir do chamado Índice de Preços no Consumidor (IPC), que como o
nome indica, se reporta unicamente, ao contrário do deflator do PIB, aos bens de consumo. Além disso o
IPC é obtido direta, e independentemente deste processo, por observação dos preços dos bens de consumo,
construção de médias (ponderadas), e observação da progressão ao longo do tempo dessas médias. De
facto, em Portugal, embora as CN utilizem no seu trabalho a informação de base (isto é, os preços
recolhidos) do IPC, este como tal não intervém no processo de produção estatística das CN.
18
As expressões (7) e (8) permitem pois calcular o crescimento real anual do PIB (ou de
outra variável de CN) e o respetivo deflator anual do mesmo PIB (ou implícito noutra
variável). O problema, porém, é que em muitas circunstâncias o conhecimento destes
indicadores anuais não é suficiente, sendo antes necessário trabalhar com uma pluralidade
de anos. Por exemplo, se se quiser analisar a evolução do PIB num certo intervalo de
tempo, digamos 1995 – 2013, então é necessário referenciar o PIB real dos diferentes
anos – também dito por vezes em volume – aos preços médios de um ano fixo. A série a
preços do ano anterior obviamente não resolve este problema, já que o PIB dos diferentes
anos está avaliado a preços de anos diferentes: o de 2013 a preços de 2012, o de 2012 a
preços de 2011, e assim sucessivamente.
(10) Dn = d1 . d2 … dn-1 . dn
O PIB real, referenciado aos preços de um ano fixo23, é então calculado por um dos
seguintes dois procedimentos:
- por recurso aos índices encadeados em volume, que são sempre multiplicados
pelo PIB nominal do ano base:
22
No caso do índice de preços não se adicionou a unidade, já que no cômputo de d também não se tinha
subtraído 1.
23
Por tradição diz-se ainda hoje por vezes “a preços constantes” de um dado ano base. Embora se trate de
uma questão semântica, que reconhecemos de importância menor, a verdade é que esta designação, que era
usada em sistemas mais antigos de CN, não é agora completamente correta. O PIB real não foi em
momento algum calculado a preços de um ano fixo, portante constantes, mas sempre a preços do ano
anterior. O que foi feito foi referenciá-lo a preços de um ano base, por encadeamento de índices calculados
sempre a partir de valores a preços do ano anterior.
19
PIB 1,0 = PIB 0,0 . (1+R1)
(11) …
PIB n-1,0 = PIB 0,0 . (1+Rn-1)
- por recurso aos índices encadeados de preços, ou deflatores encadeados, que são
usados para deflacionar o PIB nominal de cada ano:
PIB 1,0 =
(12) …
PIB n-1,0 =
PIB n,0 =
Bem entendido, embora tal não esteja demonstrado neste texto, os dois procedimentos
conduzem exatamente aos mesmos resultados. O Diagrama 2 mostra-nos o PIB real portu-
Diagrama 2
190000
180000
170000
160000
150000
140000
130000
2007
2010
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2008
2009
2011
2012
2013
20
tuguês, no período 1995 – 2013, referenciado aos preços do ano de 2011. Na atual
linguagem das CN portuguesas este quadro é designado pela expressão “dados enca-
deados em volume” (que reconhecemos pouco amigável para um utilizador comum).
Examinemos agora a questão das comparações espaciais – isto é entre países ou outros
espaços geográficos – do PIB. Já foi dito atrás que esta comparação normalmente incide
sobre o PIBpc. Mas mesmo nesse caso outra questão subsiste, similar à que discutimos
nas comparações temporais: é que o PIB dos diferentes países é calculado usando preços
que, para os mesmos produtos, podem divergir de país para país. É claro que – com algu-
mas exceções como é o caso dos países do euro – os diferentes países possuem diferentes
moedas. Mas mesmo convertendo todos os preços numa mesma moeda, através da
designada taxa de câmbio corrente (isto é, do preço a que normalmente pode trocar uma
moeda por outra, num banco, casa de câmbio, ou outro local apropriado), o que se veri-
fica é que existem por vezes diferenças significativas nos preços dos mesmos produtos.
Estes diferenciais de preços podem ser observados no próprio interior da Zona Euro (e às
vezes mesmo, embora em menor escala, entre regiões do mesmo país). É claro que
diferentes valores do PIB em dois países em parte resultam destes diferenciais de preços.
Dada a similitude entre o presente problema e o que discutimos aquando das compara-
ções temporais, não deve pois estranhar que a solução seja também ela semelhante,
baseada na equação (13) à frente, não muito diferente de (6´). De facto, o que é feito (ou
o que deve ser feito, devendo ter o cuidado de se certificar quando pesquisar estatísticas a
nível internacional se já o foi efetivamente) é que os PIBs dos diferentes países no lugar
de serem convertidos com base na taxa de câmbio corrente são-no por conversores
apropriados, designados de conversores em paridades de poder de compra. O PIB é
então dito, na gíria, estar avaliado em paridades de poder de compra (PPC):
Os conversores em PPC, das moedas locais dos diferentes países do mundo, para dólares/
preços médios dos EUA, ou para euros/ preços médios da Zona Euro, podem ser encon-
trados nas estatísticas ou nos sites das principais organizações internacionais (OCDE,
21
FMI, Eurostat). Estes conversores são médias ponderadas dos preços nos diferentes
países do mundo relativamente aos preços médios dos EUA ou da Zona Euro24. O recurso
à avaliação em PPC, nas comparações internacionais, tem ainda a vantagem de evitar a
instabilidade que feriria as comparações em câmbios correntes, dada a grande variabili-
dade que se verifica, em períodos de tempo diminutos, na taxa de câmbio. Por exemplo,
em 2002 o euro valia menos que o dólar, tendo essa posição se invertido significati-
vamente desde então. Esta valorização do euro, desde então até aos nossos dias, refletir-
se-ia enganadoramente, se fosse usada a taxa de câmbio corrente na comparação do PIB
dos países europeus com o dos EUA, num enorme crescimento económico aparente da
Zona Euro. Note-se, por fim, que mesmo no confronto do PIB (em valor total ou per
capita) entre países da Zona Euro, que adoptam pois a mesma moeda, deve-se fazer uso
da conversão em PPC, no lugar de proceder diretamente ao confronto em euros25.
PIB
(14) Produtividade média do trabalho =
Nº trabalhadores (L)
ou
PIB
(14´) Produtividade média (horária) do trabalho =
Nº horas trabalhadas ( L h )
24
Embora teoricamente o PIB PPC de um país A pudesse ser calculado diretamente com os preços dos EUA
ou da Zona Euro, produto a produto, como é normalmente feito no caso das comparações temporais, neste
caso das comparações espaciais o procedimento usado é sempre mais expedito. Ou seja o primeiro passo é
sempre o cálculo dos conversores PPC, através das médias ponderadas referidas em cima, sendo o PIB PPC
estimado a partir desses indicadores.
25
A mesma questão poderia – e nalguns casos deveria – ser suscitada nas comparações entre regiões de um
mesmo país. Contudo, embora na UE já tenha havido projetos nesse sentido, não estão geralmente
disponíveis conversores em PPC para as regiões. Recomenda-se, contudo, que na comparação de dados
regionais referentes a diferentes países – por exemplo regiões portuguesas com espanholas – se use os
respetivos conversores nacionais em PPC.
22
O uso do número de trabalhadores no indicador (14) atrás, no lugar da população total
como no PIBpc, decorre precisamente da produtividade se propor medir a eficácia do
processo produtivo, e sendo assim só os que trabalham contam. É porém preferível fazer
uso da expressão da produtividade horária (14´), dado que um número equivalente de
trabalhadores, em diferentes momentos do tempo, ou em diferentes países, pode trabalhar
um número de horas distinto. A verdadeira eficácia é pois aferida pela produção por hora,
sendo enganador constatar, desse ponto de vista, que trabalhando mais horas se produz
mais. A produtividade por trabalhador, como em (14), é ainda assim muito usada em
muitas análises, porque em muitos países não há um cômputo fiável do número de horas
trabalhadas. Hoje, porém, essa informação já existe pelo menos para os 34 países da
OCDE (que são alguns dos mais ricos do mundo), o que justifica que a discussão que se
segue faça uso sobretudo do conceito – mais rigoroso – de produtividade horária.
Note-se também que alguns autores (entre os quais nós próprios) têm argumentado que
seria mais apropriado usar o VAB, no lugar do PIB, no cálculo da produtividade. Este é
de resto o procedimento adotado no cálculo das produtividades setoriais, isto é as que se
referem a particulares ramos de atividade – a agricultura, o têxtil, a metalurgia de base,
etc. – embora não o seja realmente a maioria das vezes ao nível macroeconómico
(nomeadamente pelas principais organizações internacionais, como a OCDE, que usam o
PIB e não o VAB nesta conta). Refira-se por fim que uma comparação temporal de produ-
tividades deve ser feita a preços referenciados a um ano fixo e uma comparação espacial
referente à produtividade média para o conjunto das economias deve ser feita em PPC 26.
Um cálculo simples, que permite relacionar o PIBpc com a produtividade horária média
do trabalho é o seguinte:
PIB L PIB Lh
(15) PIBpc = x h = x =
Pop. Lh Lh Pop.
= produtividade média (horária) do trabalho x horas trabalhadas per capita
26
Já a comparação de produtividades setoriais entre diferentes países poderá ser feita nalguns casos –
dependendo dos objetivos do estudo – em câmbios correntes.
23
trabalho, aqui medido pelo número de horas trabalhadas per capita. Dito doutro modo, os
países que têm esse benefício de um elevado PIBpc, conseguem-no ou porque trabalham
bem (produtividade) ou porque trabalham muito (horas per capita). De facto, o número
de horas trabalhadas per capita é um indicador rude do esforço de trabalho numa
economia, já que no denominador está toda população de um país, sendo que uma parte
não está, nem poderia estar, afeta ao processo produtivo: crianças, idosos, outros. Para
obviar a este problema o indicador número de horas trabalhadas per capita pode também
ser decomposto como se segue:
Lh Lh L Pop1564 Lh L Pop1564
(16) = x x = x x =
Pop. Pop. L Pop1564 L Pop15-64 Pop.
= nº médio de horas trabalhadas por trabalhador x taxa de emprego x
x fator demográfico
Nesta equação assumiu-se que a população com idades entre 15 e 64 anos (Pop15–64)
podia ser considerada a população em idade de trabalhar. Torna-se assim claro que o
indicador horas trabalhadas per capita depende de facto de três fatores:
27
De facto, nalguns países o indicador demográfico refere-se a 2012, tendo os restantes fatores sido
ajustados de forma coerente.
24
Quadro nº 1
Quadro nº 2
Decomposição do Nº Horas/ano trabalhadas per capita em Horas por empregado,
Taxa de emprego na população em idade ativa (15-64 anos), e Peso
da pop. 15-64 anos na população total, em 2013, em alguns países da OCDE –
(Estados Unidos = 100)
Horas Horas
Emprego/ Pop 15- Emprego/ Pop 15-
por por
Pop. 64/Pop Pop. 64/Pop
empre- empre
15-64 Total 15-64 Total
País gado País -gado
Bélgica 90,7 89,9 98,5 Luxemburgo 78,6 148,0 103,7
Chile 116,0 85,9 103,3 México 122,7 92,2 97,8
Dinamarca 82,6 108,8 97,5 Holanda 81,8 112,6 99,5
França 85,7 92,3 96,3 Polónia 117,1 82,0 106,0
Alemanha 78,4 112,3 99,3 Portugal 108,4 92,4 99,7
Grécia 118,5 77,2 98,3 Espanha 97,8 82,9 100,6
Itália 100,7 88,6 97,9 Turquia 105,4 69,2 101,7
Japão 99,8 118,1 93,3 Reino Unido 96,0 103,1 98,4
Coreia do Sul 119,6 98,3 109,9 Estados Unidos 100 100 100
fonte: OCDE
25
100. A diferença relativamente a 100 mede assim o desvio de cada país, nesse indicador,
relativamente aos EUA. 103 significa 3% acima do valor dos EUA e 97 3% abaixo. O
facto dos valores originais estarem transformados em números índice não impede que as
equações (15) e (16) sejam verdadeiras, também nessa forma, como pode confirmar com
uma simples máquina de calcular.
- Não é contudo verdade que os portugueses trabalhem pouco (quem diria!). Com
efeito, o número de horas de trabalho per capita situa-se somente 0,2% abaixo
do dos EUA. Por outro lado, este valor inferior aos dos EUA resultou funda-
mentalmente duma quebra da taxa de emprego nos últimos anos, que espelhou o
26
aumento do desemprego em Portugal. O número de horas trabalhadas anual-
mente por trabalhador em Portugal é superior em 8,4% ao observado nos EUA28.
- Ao contrário do que acontece nos países europeus, nos países asiáticos, incluídos
nos quadros (Japão e Coreia do Sul), os valores relativamente reduzidos dos
PIBpc resultam de facto de uma produtividade muito reduzida. Esta é uma
constatação notável porque esses países são associados na “mitologia” contem-
porânea a potências tecnológicas. Na realidade a Coreia do Sul tem mesmo uma
produtividade do trabalho horária inferior à de Portugal. O que se observa, ao
contrário, é que estes países atingem apesar de tudo níveis relativamente confor-
táveis de PIBpc, devido ao seu assinalável esforço de trabalho. A Coreia do Sul
beneficia ainda de uma demografia significativamente mais favorável, que a de
qualquer outro país considerado nos quadros.
- Uma última palavra para o Luxemburgo. Este país tem um PIBpc 71,2% acima
dos EUA, o que em parte se deve à produtividade horária do trabalho, que é
41,9% mais que nos EUA. Contudo, o enorme empolamento do PIBpc do Lu-
xemburgo reflete em grande medida o número de horas trabalhadas per capita,
em consequência de uma taxa de emprego anormalmente elevada. Este valor da
taxa de emprego decorre, como já se explicou trás de migrações pendulares
transfronteiriças, ou seja do facto de parte dos empregos que contribuem para o
PIB luxemburguês serem preenchidos por não-residentes no grão-ducado. Na
28
O que dissemos para Portugal pode ser dito também para a Grécia. Não é verdade que os gregos
trabalhem pouco! As horas trabalhadas per capita pelos gregos são inferiores em 2013 ao registo de
Portugal, porque a taxa de emprego ainda se afundou mais em reflexo do crescimento astronómico do
desemprego.
27
realidade, embora, isso não seja observado no Quadro nº 2, o emprego no
Luxemburgo excede mesmo, em valor absoluto, o número de residentes com
idades entre 15 e 64 anos.
28