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Os Dados da Economia & Renda

Nacional
Trabalho sobre o capítulo ll e lll do livro MANKIW, N. Gregory.
Macroeconomia.

Antony Vitor Valentim de Oliveira


Elizeu Alves de Oliveira
João Guilherme Valeriano Vollmer
José Augusto da Silva Costa
Lucas Wilbert Rodrigues
Matheus Alvim Lopes
Matheus Barbosa Ferreira Rabello
Rafaela da Silva Siqueira
2.1 - MENSURANDO O VALOR DA ATIVIDADE ECONÔMICA: O PRODUTO
INTERNO BRUTO

O PIB é considerado o melhor indicador do desempenho da economia e é calculado a


cada três meses nos Estados Unidos pelo Bureau of Economic Analysis. Sua função é
sintetizar o valor da atividade econômica em um período, podendo ser analisado de duas
formas: como a renda total de todos na economia ou como o total de gastos em termos de
produção de bens e serviços. Essas duas perspectivas são equivalentes, pois a renda deve
igualar os gastos em uma economia, devido à natureza das transações, onde cada despesa
de um comprador se torna renda para um vendedor.

• Renda, Gasto e Fluxo Circular da Renda

Famílias vendem sua mão de obra para empresas, que utilizam essa mão de obra para
produzir pão, por exemplo, esse pão é vendido posteriormente às famílias. Dessa forma,
há um fluxo de mão de obra das famílias para as empresas e um fluxo de pão das empresas
para as famílias. Famílias compram pão das empresas, e as empresas usam parte dessa
receita para pagar salários aos funcionários, com a parte restante representando o lucro,
que, em última instância, pertence aos proprietários das empresas, que são parte das
famílias. Isso faz com que o lucro entre nas famílias. Assim, a despesa com pão flui das
famílias para as empresas, enquanto a renda, na forma de salários e lucros, flui das
empresas para as famílias. O PIB corresponde à renda total gerada pela produção de pão,
que é igual à soma dos salários e dos lucros. Além disso, o PIB representa o total de gastos
com a compra de pão. Para calcular o PIB, é possível analisar tanto o fluxo de dinheiro
saindo das empresas em direção às famílias quanto o fluxo de dinheiro das famílias para
as empresas. Essas duas maneiras de calcular o PIB precisam ser equivalentes, pois, de
acordo com as regras contábeis, as despesas dos compradores com produtos representam
renda para os vendedores desses produtos. Assim, qualquer transação que afete as
despesas também afetará a renda, e vice-versa. Em última análise, o Produto Interno Bruto
(PIB) representa o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em
uma economia durante um determinado período.
• Somando Maças e Laranjas

A economia dos Estados Unidos é a fonte de uma ampla variedade de produtos e


serviços, que vão desde hambúrgueres e cortes de cabelo até automóveis e computadores,
entre outros. O PIB é o indicador que agrega o valor desses diversos bens e serviços em
um único número. Uma abordagem simples para calcular o PIB seria somar o total de
maçãs e laranjas, o que nos levaria a um PIB de sete unidades de frutas. No entanto, isso
pressupõe que maçãs e laranjas tenham o mesmo valor intrínseco, o que geralmente não
é o caso. (Isso ficaria ainda mais evidente se a economia produzisse quatro melões e três
uvas.) Para calcular o valor total dos diversos bens e serviços, as contas nacionais
recorrem aos preços de mercado, uma vez que esses preços refletem o quanto as pessoas
estão dispostas a desembolsar por um bem ou serviço. Assim, se uma maçã for vendida
por $0,50 e uma laranja por $1,00, o PIB pode ser calculado da seguinte forma:

PIB = (Preço das Maçãs × Quantidade de Maçãs)

(Preço das Laranjas × Quantidade de Laranjas)

= ($ 0,50 × 4) + ($ 1,00 × 3)

= $ 5,00.
• Bens Usados

Quando a empresa PANINI produz um lote de figurinhas de jogadores da copa do


mundo e os comercializa por $2,00 cada, esses $2,00 são incorporados ao indicador
econômico nacional. No entanto, quando um entusiasta vende um raro item de coleção
por $500,00 a outro colecionador, esse valor de $500,00 não faz parte do cálculo do PIB.
O PIB avalia o valor associado aos bens e serviços gerados no período atual. A transação
envolvendo o item de coleção não é uma adição à renda econômica, mas sim uma
transferência de um ativo, e, portanto, as vendas de itens usados não são consideradas no
PIB.

• Bens Intermediários

Numerosos produtos passam por múltiplos estágios de produção: matérias-primas são


transformadas em bens intermediários, que são então vendidos a outras empresas para o
processo final. Por exemplo, se um fazendeiro vende 113 gramas de carne por $ 1,00 ao
McDonald's e o McDonald's vende um hambúrguer para você por $ 3,00, o PIB deve
incluir tanto a carne quanto o hambúrguer (um total de $ 4,00) ou apenas o hambúrguer
($ 3,00)? A resposta é que o PIB abrange apenas o valor dos bens finais. Portanto, o
hambúrguer é incluído no PIB, enquanto a carne não é contabilizada. Isso evita a
contagem dupla, já que o valor dos bens intermediários já está incorporado no preço dos
produtos finais. Em resumo, o PIB reflete o valor total dos bens e serviços finais
produzidos, e uma maneira de calculá-lo é somando o valor agregado em cada etapa da
produção.

• PIB Real vs PIB Nominal

O PIB, medido de forma nominal, levanta preocupações quanto à sua utilidade como
um indicador do bem-estar econômico. Isso ocorre porque o PIB nominal pode aumentar
devido a aumentos de preços, sem refletir necessariamente uma melhoria na capacidade
da economia de atender às demandas. Por exemplo, se todos os preços dobrarem, o PIB
dobraria, mas a capacidade da economia não teria aumentado, já que as quantidades de
bens produzidos permanecem inalteradas. Para uma avaliação mais precisa do bem-estar
econômico, os economistas recorrem ao PIB real. Este indicador leva em consideração a
produção de bens e serviços sem ser afetado por variações nos preços, refletindo o que
aconteceria com os gastos de produção se as quantidades mudassem, mas os preços
permanecessem constantes.
PIB Real = (Preço das Maçãs em 2017 × Quantidade de Maçãs em 2017)

+ (Preço das Laranjas em 2017 × Quantidade de Laranjas em 2017)

De modo semelhante, o PIB real em 2018 seria

PIB Real = (Preço das Maçãs em 2017 × Quantidade de Maçãs em 2018)

+ (Preço das Laranjas em 2017 × Quantidade de Laranjas em 2018)

E o PIB real em 2019 seria

PIB Real = (Preço das Maçãs em 2017 × Quantidade de Maçãs em 2019)

+ (Preço das Laranjas em 2017 × Quantidade de Laranjas em 2019).

2.2 – Mensurando o Custo de Vida: O Índice de Preços ao Consumidor

• Mensurando o Custo de Vida: O Índice de Preços ao Consumidor

Um dólar, nos dias de hoje, não compra tanto quanto comprava há vinte anos. O custo
de quase todas as coisas aumentou. Esse aumento no nível geral de preços é conhecido
como inflação. Neste capítulo, discutiremos como os economistas medem variações no
custo de vida.

• O Preço de uma Cesta de Bens

O indicador mais frequentemente utilizado para o nível de preços é o índice de preços


ao consumidor (IPC). O processo começa com a coleta de preços de milhares de bens e
serviços. Assim como o PIB transforma valores correspondentes a inúmeros bens e
serviços em um único número que mede o valor correspondente à produção, o IPC
converte os preços de inúmeros bens e serviços em um único índice que mede o nível
geral de preços. Como os economistas deveriam agregar os inúmeros preços na economia
em um único índice que mensurasse, de maneira confiável, o nível de preços? Eles
poderiam simplesmente calcular uma média para todos os preços. Entretanto, esse tipo de
abordagem trataria equitativamente todos os bens e serviços. Uma vez que as pessoas
compram maior quantidade de frangos do que de caviar, o preço do frango deve ter um
peso maior no IPC do que o preço do caviar. Nos Estados Unidos, o Bureau of Labor
Statistics faz uma ponderação entre os diferentes itens por meio do cálculo do preço de
uma cesta de bens e serviços adquirida por um consumidor-padrão. O IPC corresponde
ao preço dessa cesta de bens e serviços em relação ao preço dessa mesma cesta em algum
ano-base.
Por exemplo, suponhamos que um consumidor-padrão compre 5 maçãs e 2 laranjas
todos os meses. Sendo assim, a cesta de bens consiste em 5 maçãs e 2 laranjas, e o IPC é:

Nesse IPC, o ano-base é 2011. O índice nos informa o quanto custa, no presente,
comprar 5 maçãs e 2 laranjas, em relação a quanto custava adquirir a mesma cesta de
produtos em 2011.O índice de preços ao consumidor é o índice de preços mais
minuciosamente observado, mas não é o único entre esses índices. Outro índice é o índice
de preços do produtor, que mede o preço de uma cesta típica de bens adquiridos por
empresas, e não por consumidores.

• O IPC Versus o Deflator do PIB

Anteriormente neste capítulo, analisamos outro indicador de preços — o deflator


implícito de preços para o PIB, que corresponde ao quociente entre o PIB nominal e o
PIB real. O deflator do PIB e o IPC fornecem informações ligeiramente diferentes em
relação ao que está ocorrendo no nível geral de preços na economia. Existem diferenças
fundamentais entre os dois indicadores.
Uma diferença é que o deflator do PIB mede o preço de todos os bens e serviços
produzidos, enquanto o IPC mede somente o preço de bens e serviços adquiridos pelos
consumidores. Assim, um aumento no preço de bens adquiridos somente por empresas
ou pelo governo aparecerá no deflator do PIB, mas não no IPC.
Outra e mais sutil diferença resulta do modo pelo qual os dois indicadores agregam os
inúmeros preços na economia. O IPC atribui pesos fixos aos preços dos diferentes bens,
ao passo que o deflator do PIB atribui pesos que podem variar. Em outras palavras, o IPC
é calculado com o uso de uma cesta fixa de bens, enquanto o deflator do PIB permite que
a cesta de bens varie ao longo do tempo, à medida que varia a composição do PIB. O
exemplo a seguir ilustra as diferenças entre essas abordagens. Suponhamos que fortes
geadas destruam a safra de laranjas dos EUA. A quantidade de laranjas produzidas cai
para zero, e o preço das poucas laranjas que permanecem nas prateleiras dos
supermercados sobe assustadoramente. Uma vez que laranjas passam a não mais fazer
parte do PIB, o crescimento do preço das laranjas não aparece no deflator do PIB.
Entretanto, já que o IPC é calculado com base em uma cesta fixa de bens que inclui
laranjas, o crescimento no preço das laranjas causa um aumento substancial no IPC.
• O IPC Superestima a Inflação?

O índice de preços ao consumidor é um indicador de inflação observado


minuciosamente. Os formuladores de políticas no Banco Central monitoram o IPC ao
elaborar as políticas monetárias. Além disso, muitas leis e contratos do setor privado
possuem cláusulas que consideram o aumento no custo de vida, e o IPC é utilizado para
realizar ajustes nos contratos em decorrência de variações no nível de preços. Uma vez
que tantas coisas dependem do IPC, é importante garantir a precisão desse indicador do
nível de preços. Muitos economistas acreditam que, por uma série de razões, o IPC tende
a superestimar a inflação. Um dos problemas diz respeito ao viés da substituição, sobre o
qual já discutimos.
Uma vez que o IPC mede o preço de uma cesta de mercadorias fixa, ele não reflete a
capacidade dos consumidores de realizar substituições em favor de mercadorias cujos
preços relativos tenham caído. Sendo assim, quando os preços relativos mudam, o custo
de vida verdadeiro aumenta mais lentamente do que o IPC. Um segundo problema diz
respeito ao lançamento de novos bens. Quando um novo bem é lançado no mercado, os
consumidores ficam em situação vantajosa, pois passam a ter maior variedade de produtos
à sua escolha. De fato, o lançamento de novos bens faz aumentar o valor real da moeda.
Entretanto, esse aumento no poder de compra da moeda não se reflete em um IPC mais
baixo.

O Deflator do PIB e o IPC Esta figura ilustra a variação percentual no deflator do PIB
e no IPC para todos os anos de 1948 a 2010. Embora às vezes apresentem divergências
entre si, esses dois indicadores de preços geralmente contam a mesma história em relação
à rapidez de aumento de preços. Tanto o IPC quanto o deflator do PIB demonstram que
os preços aumentaram lentamente na maior parte das décadas de 1950 e 1960; que
aumentaram bem mais rapidamente ao longo da década de 1970; e que voltaram a
aumentar lentamente desde meados da década de 1980.
Por causa desses problemas de medição, alguns economistas sugeriram a revisão da
legislação, a fim de reduzir o grau de indexação. Por exemplo, os benefícios da seguridade
social poderiam ser indexados pela inflação medida pelo IPC menos 1%. Esse tipo de
modificação proporcionaria uma maneira aproximada de compensar esses problemas de
medição. Ao mesmo tempo, tal procedimento automaticamente desaceleraria o aumento
dos gastos do governo.
Em 1995, o U.S. Senate Finance Committee designou um grupo de cinco economistas
renomados para estudar a magnitude do erro de mensuração no IPC. O grupo concluiu
que o IPC apresentava um viés para maior, em cerca de 0,8 a 1,6 ponto percentual ao ano,
com a sua “melhor estimativa” sendo de 1,1 ponto percentual. Esse relatório acarretou
algumas alterações no cálculo do IPC; sendo assim, hoje imagina-se que essa distorção
esteja abaixo de 1 ponto percentual. O IPC continua superestimando a inflação, mas não
tanto quanto no passado.
• 2.3 – Medindo a Falta de Emprego: A Taxa de Desemprego

Para os formuladores de políticas, é fundamental manter os trabalhadores empregados


a fim de manter a economia estável e garantir seu pleno funcionamento. A fim de
acompanhar os dados com relação a isso, mede-se a taxa de desemprego, que corresponde
ao percentual de indivíduos que buscam por emprego, mas não têm onde trabalhar. Essa
taxa é calculada mensalmente a partir do U.S Bureau OF Labor Statistics.
Nos EUA, esse levantamento de dados é feito principalmente a partir de dois fatores,
o primeiro corresponde a pesquisa nos domicílios, onde são feitas pesquisas com adultos
a partir de 16 anos em aproximadamente 60.000 residências. Essa pesquisa é chamada de
Current Population Survey. Com isso, cada indivíduo adulto é classificado em uma de
três categorias de acordo com o resultado da pesquisa.
As categorias podem ser empregado, que abrange todos os indivíduos que possuem
alguma ocupação remunerada ou não (no caso de prestar serviço para algum membro
familiar), também aqueles que possuem seus próprios negócios ou que estão
temporariamente afastados do serviço por alguma razão como saúde, férias, dentre outras.
Desempregados, que consistem naqueles que não exercem atividades remuneradas, ou
seja, que estão disponíveis para serem contratados e/ou que haviam buscado emprego nas
quatro semanas anteriores a pesquisa.
Há ainda uma terceira categoria, denominada “fora da força de trabalho”, sendo
aqueles indivíduos que não se enquadram nas duas primeiras categorias, como estudantes,
donas de casa e aposentados, por exemplo.
Outra variável considerada é a força de trabalho, considerada a soma de pessoas
empregadas e desempregadas e a taxa de desemprego o percentual de pessoas
desempregadas, dadas pelas seguintes equações:
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 = 𝑁º 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠 + 𝑁º 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎
E
𝑁° 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 = ∗ 100
𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

• Tendências de participação na Força de Trabalho

Além de coletar os dados já citados, o Bureau of Labor Statistics também contribui


para a previsão e projeção de eventos relacionados as tendências do mercado de trabalho.
Como por exemplo, espera-se que devido ao fato de as pessoas estarem vivendo cada vez
mais e tendo menos filhos, a população idosa seja maioria, consequentemente diminuindo
a participação na força de trabalho da população no total.
• A pesquisa nos estabelecimentos

Trata-se de uma pesquisa realizada em paralelo com a dos domicílios, onde


aproximadamente 160.000 estabelecimentos entram no estudo, com mais de 40 milhões
de empregados no total. Essa pesquisa anda em paralelo com a de domicílios uma vez
que a primeira gera o resultado das pessoas que afirmaram em pesquisa, estar trabalhando
enquanto a segunda gera o número de pessoas que entram nas folhas de pagamento das
empresas.
Essas duas medições acabam sempre divergindo uma da outra, em decorrência de
muitos prováveis fatores, como trabalhadores autônomos, que não aparecem em folhas
de pagamento de nenhuma empresa, ou mesmo empresas que começam a operar em
determinado período e não entraram ainda nas pesquisas de estabelecimento. Além de
tudo, as medições podem não ser sempre exatas.
3.0 – Renda Nacional: De Onde Ela Vem e para Onde Ela Vai?

O Produto Interno Bruto (PIB) mede a produção total de bens e serviços de uma nação,
sendo a variável macroeconômica mais importante de todas. Um país que tem PIB
elevado não necessariamente tem uma total satisfação das necessidades de todos os seus
cidadãos, mas é a melhor forma criada pela macroeconomia de medir o desempenho
produtivo e econômico do país. Uma boa forma de se explicar como funciona o PIB é
determinando um fluxo circular da renda, demonstrando os principais atores da economia,
que são as empresas, os domicílios e o governo, e como a moeda flui entre os vários
mercados dentro da economia.
3.1 – O que Determina o Total da Produção de Bens e Serviços?

O PIB é determinado por dois fatores: a quantidade de seus insumos, conhecida como
fatores de produção e a capacidade de transformar esses insumos em produtos.
Quando falamos em fatores de produção, os mais importantes são o capital e a mão de
obra. O capital é o conjunto de ferramentas que os trabalhadores utilizam (maquinário) e
a mão de obra é o tempo que as pessoas gastam no trabalho (força de trabalho). A
quantidade de capital é representada pelo símbolo K e a quantidade de mão de obra é
representada pela letra L.
A tecnologia de produção disponível determina quanto se produz a partir de
quantidades determinadas de capital e mão de obra, sendo essa relação expressada por
meio de uma função de produção. Consideremos que Y representa a quantidade
produzida, e que os fatores de produção estão sendo plenamente utilizados (sem haver
nenhum tipo de desperdício em capital ou mão de obra), a função de produção é
expressada por: Y = F (K,L), explicitando que a produção é uma função da quantidade de
capital e de mão de obra. Estima-se que quando há uma mudança tecnológica, a função
produção é alterada, geralmente inventando uma maneira mais eficiente e com maior
volume de produzir um determinado bem, com a mesma quantidade de capital e mão de
obra. Muitas funções de produção tem uma propriedade chamada retornos constantes de
escala, onde estima-se que um aumento percentual igual em todos os fatores de produção
gera um aumento da produção no mesmo percentual.
Os fatores de produção e função produção, em conjunto, determinam a quantidade
ofertada de bens e serviços, que, por sua vez, corresponde ao total da produção na
economia.

3.2 – Como a Renda Nacional É Distribuída entre os Fatores de Produção?

Como explicado anteriormente, a renda nacional circula das empresas para as famílias
através dos mercados dos fatores de produção. Assim, se faz necessário aprofundar no
funcionamento desse mercado de fatores, a fim de entender melhor a distribuição de
renda. Analisaremos, para tanto, a teoria moderna, chamada de teoria neoclássica da
distribuição.
• Preço dos fatores

O preço que cada um dos fatores recebe é determinado pela oferta e demanda de cada
um. Partindo do pressuposto de que os fatores de produção de uma economia são fixos,
sua oferta é fixa, pois independente do preço, a quantidade desse fator proporcionada ao
mercado é a mesma, sendo, portanto, uma curva vertical. Assim a curva de demanda pelo
fator, com inclinação descendente, que vai determinar o preço de equilíbrio, na interseção
entre as curvas.
• As Decisões Enfrentadas por uma Empresa Competitiva

As milhares de empresas de uma economia que vão demandar os fatores de produção,


entender as decisões do quanto elas decidem empregar desses fatores, torna-se necessário.
Uma empresa competitiva considera seus preços de produção e de insumos como
determinados pelas condições de mercado, uma vez que não é grande o suficiente para
influenciá-lo. O total produzido pela empresa será determinado pela quantidade de
capital, e pela quantidade de mão de obra utilizado. Considerando que as famílias que
detêm o capital de uma economia, e empresa obtém ambos os fatorem das famílias. O
lucro de uma empresa é igual à receita obtida, menos os custos, como o custo para se
produzir, dependem dos fatores de produção, a receita será o preço da venda de seus
produtos vezes a quantidade produzida PF(L, K), menos o salário pago aos trabalhadores
vezes a quantidade de mão de obra (WL), e menos o preço do aluguel do capital vezes a
quantidade (RK). Expressasse-se assim:
Lucro = PF(K, L) – WL – RK.

Como os preços são determinados pelo mercado, as empresas vão escolher as


quantidades de capital e mão de obra que vão empregar para maximizar seus lucros.
Para entender melhor quais quantidades dos dois fatores que maximizam o lucro, é
necessário analisar primeiro a mão de obra, depois o capital. Através do produto marginal
da mão de obra, é possível calcular a quantidade de produção adicional que a empresa
obtém com uma unidade a mais de mão de obra. Nessa situação, a quantidade de produção
adicional é cada vez menor, conforme for aumentando a mão de obra, indicando um
produto marginal decrescente. Para decidir se vai investir em mais mão de obra, a empresa
deve calcular a receita adicional gerada menos o custo da mão de obra, será lucrativo a
contratação enquanto a receita adicional gerada for maior do que o custo do salário do
empregado. A empresa vai contratando até o ponto em que a quantidade marginal
produzida com uma unidade de mão de obra a mais, passe a ser igual ao salário real.
Assim é determinado a demanda por mão de obra de uma empresa.
Da mesma maneira, o produto marginal de capital, corresponde a quantidade de
produto adicional que a empresa obtém com uma unidade a mais de capital. O lucro
obtido com uma unidade a mais de capital (uma máquina, por exemplo) é resultado da
venda da produção feita por essa máquina, menos o preço do seu aluguel. Para maximizar
o lucro, a empresa deve arredar capital até que a quantidade marginal obtida com uma
máquina a mais se iguale ao preço real do aluguel. O total de salários reais pagos aos
trabalhadores, portanto, corresponde ao produto marginal de mão de obra (PMgL), vezes
a quantidade de trabalhadores, enquanto o rendimento real total pago aos proprietários do
capital corresponde ao produto marginal de capital vezes a quantidade de capital (PMgK).
O lucro Econômico das empresas:
Lucro Econômico = Y – (PMgL × L) – (PMgK × K).

A renda total:

Y = (PMgL × L) + (PMgK × K) + Lucro Econômico.

Levando em conta os retornos constantes de escala, maximização do lucro e


competitividade, o lucro econômico é igual a zero, o que torna necessário diferir o lucro
econômico do lucro contábil, que será igual ao retorno de capital, uma vez que as
empresas normalmente são donas dos seus bens de capital.
• A Função de Produção de Cobb-Douglas

Foi observador por um senador e economista americano que à medida que a economia
dos Estados Unidos prosperava a renda total dos trabalhadores e a renda total dos
detentores dos bens de capital aumentavam quase a mesma proporção. Essa constância o
leva a suposições teóricas sobre os fatores que são remunerados com base nas suas
produções marginais decrescentes, e com a ajuda de um matemático, a achar um tipo de
função que representasse melhor essas relações. Foi demonstrado, por exemplo, que
quando há um aumento na quantidade de capital a quantidade marginal produzida por
aumento de mão de obra aumenta (PMgL), enquanto a quantidade marginal produzida
por aumento de capital (PMgK) diminuiu. De maneira correlacionada, um aumento na
quantidade de mão de obra, diminui o PMgL, e aumenta o PMgK.
3.3 – O que Determina a Demanda por Bens e Serviços?
Neste texto, o autor explora a relação entre a produção, a renda e os diferentes
componentes do Produto Interno Bruto (PIB) em uma economia fechada. São
mencionados os quatro principais componentes do PIB: Consumo (C), Investimento (I),
Compras do governo (G) e Exportações Líquidas (NX). Para simplificar a análise, estão
considerando uma economia fechada, onde as exportações líquidas são iguais a zero.
Esses três componentes do PIB são expressos na identidade das contas nacionais: Y = C
+ I + G. Os domicílios consomem parte da produção, as empresas e domicílios investem
em parte dela, e o governo compra parte da produção para fins públicos. O autor destaca
a importância de entender como o PIB é distribuído entre esses três usos na economia
fechada.
Consumo

O consumo desempenha um papel fundamental na economia, representando a maior


parte do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de dois terços. Os domicílios, que recebem
renda do trabalho e da propriedade, pagam impostos ao governo e decidem quanto
consumir e poupar com a renda restante. A renda disponível, após o pagamento de
impostos, é o valor que os domicílios usam para consumo e poupança. Essa dinâmica é
uma parte essencial da análise econômica.
Neste trecho, é discutida a relação entre consumo e renda disponível na economia. A
equação C = C (Y-T) demonstra que o consumo depende diretamente da renda disponível,
com a propensão marginal a consumir (PMgC) representando a mudança no consumo
quando a renda disponível aumenta em uma unidade de moeda. A PMgC varia entre 0 e
1, indicando que os domicílios poupam parte de sua renda disponível. Em resumo, a
PMgC desempenha um papel importante na análise do comportamento de consumo na
economia.
• Investimento

Tanto empresas como domicílios adquirem bens de investimento para expandir ou


substituir seus ativos. Empresas buscam aumentar seu estoque de capital, enquanto
domicílios compram novas residências, que fazem parte do investimento. Nos EUA, o
investimento total representa cerca de 15% do PIB. A demanda por bens de investimento
é influenciada pela taxa de juros, que afeta os custos de financiamento. Projetos de
investimento precisam gerar retornos maiores do que os custos financeiros para serem
lucrativos. Se as taxas de juros sobem, menos projetos de investimento são viáveis e a
demanda por bens de investimento diminui.
O texto explora como a taxa de juros influencia as decisões de investimento, seja para
empresas que avaliam a construção de fábricas ou indivíduos que desejam adquirir
moradias. A taxa de juros afeta a rentabilidade desses investimentos, e as decisões são
tomadas com base na comparação entre o retorno esperado e o custo do empréstimo.
Mesmo quando recursos próprios são usados, a taxa de juros real, corrigida pela inflação,
é crucial para determinar a atratividade dos investimentos. No contexto econômico, a
distinção entre taxa de juros nominal e real é importante, pois a última considera a
inflação. Em resumo, a taxa de juros real desempenha um papel fundamental na
determinação do nível de investimento na economia.
• Contas do Governo
As despesas governamentais constituem o terceiro elemento da procura por produtos e
serviços. O governo federal adquire armas, mísseis e contrata trabalhadores públicos. Os
governos locais adquirem livros para bibliotecas, constroem escolas e contratam
professores. Em todos os níveis de governo, há investimento em estradas e projetos de
infraestrutura. Além disso, há um segundo tipo de despesa governamental, que envolve
pagamentos para indivíduos, como assistência social para pessoas de baixa renda e
aposentadorias para idosos. Esses pagamentos de transferência não estão vinculados à
aquisição de bens e serviços e, portanto, não fazem parte da variável G, que representa as
despesas governamentais.
Os pagamentos de transferência têm um impacto indireto na demanda por bens e
serviços. Eles representam a contraparte dos impostos, aumentando a renda disponível
dos domicílios, enquanto os impostos a diminuem. Portanto, um aumento nos pagamentos
de transferência financiado por um aumento nos impostos mantém a renda disponível
inalterada.
3.4 – O que Conduz ao Equilíbrio a Oferta e a Demanda por Bens e Serviços?

Como podemos ter certeza de que todos esses fluxos se equilibram? Em outras
palavras, o que garante que a soma entre consumo, investimento e compras do governo
seja igual ao montante total da produção? Nesse modelo clássico, a taxa de juros é o preço
que tem o papel crucial de equilibrar oferta e demanda. Existem duas maneiras de
raciocinar sobre o papel da taxa de juros na economia.
• Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços: A Oferta e a Demanda da
Produção da Economia.

Podemos considerar o efeito da taxa de juros sobre a oferta e a demanda por bens e
serviços. Ou podemos considerar como a taxa de juros afeta a oferta e a demanda de
fundos de empréstimos. As equações a seguir sintetizam a análise sobre a demanda por
bens e serviços, apresentada anteriormente:

Y = C + I + G.

C = C (Y – T).

I = I (r).

G=G

T=T

A demanda por aquilo que é produzido na economia tem sua origem no consumo, no
investimento e nas compras do governo. O consumo depende da renda disponível; o
investimento depende da taxa de juros real; e as compras do governo e os impostos
representam as variáveis exógenas definidas pelos formuladores da política econômica.
Verificamos, que os fatores de produção e a função produção determinam a quantidade
da produção que é ofertada para a economia:
Y = F (K, L)

=Y

Agora, vamos combinar essas equações que descrevem a oferta e a demanda para a
produção da economia. Se substituirmos a função consumo e a função investimento na
identidade das contas nacionais, obteremos:
Y = C (Y – T) + I (r) + G
Uma vez que as variáveis G e T são fixadas pela política governamental e o nível de
produção, Y, é fixado pelos fatores de produção e pela função produção, podemos
escrever:
Y = C (Y – T) + I (r) + G

Essa equação enuncia que a oferta da produção da economia é igual à sua demanda,
que corresponde à soma de consumo, investimento e compras do governo.
Observe que a taxa de juros, r, é a única variável ainda não determinada na última
equação. A razão para isso é que a taxa de juros continua tendo um papel fundamental a
desempenhar: ela deve se ajustar, de modo a garantir que a demanda por bens e serviços
seja igual à oferta. Quanto mais alta a taxa de juros, mais baixo o nível de investimento
e, consequentemente, menor a demanda por bens e serviços, C + I + G. Se a taxa de juros
for demasiadamente alta, o investimento será demasiadamente baixo e a demanda pelo
produto da economia ficará aquém da oferta. Se a taxa de juros for demasiadamente baixa,
o investimento será demasiadamente alto e a demanda excederá a oferta. Na taxa de juros
de equilíbrio, a demanda por bens e serviços é igual à oferta.
Essa conclusão pode parecer um tanto misteriosa: de que maneira a taxa de juros chega
ao patamar em que equilibra a oferta e a demanda por bens e serviços? A melhor maneira
de responder a essa pergunta é considerar como os mercados financeiros se encaixam na
história.
Equilíbrio nos mercados financeiros: a oferta e a demanda de fundos de empréstimos.
Uma vez que a taxa de juros é o custo inerente a tomar emprestado e o retorno decorrente
de conceder empréstimos nos mercados financeiros, podemos compreender melhor o
papel da taxa de juros na economia se raciocinarmos em termos dos mercados financeiros.
Para fazer isso, reescrevemos a identidade das contas nacionais sob a forma.
Y–C–G=1

O termo Y – C – G corresponde ao produto que permanece depois que as demandas


dos consumidores e do governo foram atendidas; é chamado de poupança nacional, ou
simplesmente poupança (S). Sob essa forma, a identidade das contas nacionais demonstra
que a poupança é igual ao investimento.
Podemos usar nosso modelo para mostrar como a política fiscal afeta a economia.
Quando o governo modifica os seus gastos ou o nível dos impostos, isso afeta a demanda
pela produção de bens e serviços da economia, e altera a poupança nacional, o
investimento e a taxa de juros de equilíbrio.
Referência bibliográfica:
MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. 10. ed. - Rio de Janeiro: Atlas, 2021.
Disponível em “Minha Biblioteca” – acesso no Virtual Aluno:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597027594/epubcfi/6/2[%3
Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:41

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