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Economia II

Inflação
Índices de preços
Valores nominais e reais
Variações nos preços

 Como vimos, a Contabilidade Nacional procura medir vários agregados


macroeconómicos, de forma a obter indicadores da actividade
económica, da criação de riqueza, da distribuição do rendimento, da
composição da despesa, das relações económicas internacionais, etc..

 Estas variáveis agregadas implicam somar batatas com feijões, ou no


nosso caso, automóveis com dormidas em hotéis, vinho com
transmissão de dados.
Variações nos preços

 Para fazer esta agregação, as quantidades de bens são reduzidas a uma


medida comum através do seu valor, isto é, a quantidade vezes o preço
unitário.

 Esta medição através do valor manteria se a sua validade de ano para


ano ou de país para país se os preços se mantivessem constantes.

 Acontece que os preços não se mantêm constantes de período para


período, nem de país para país. Nem sequer variam ao mesmo ritmo.
Comparações intertemporais
 Como avaliar a evolução do rendimento nacional se os preços não são
constantes?

 É necessário descontar o efeito dos preços.

 Se o rendimento aumentou de 500 para 520, mas todos preços


também subiram 4%, quanto aumentou o rendimento real?

0%

 Neste caso o rendimento e todos preços variaram ao mesmo ritmo. O


rendimento real é igual a o rendimento nominal a dividir por
1+variação nos preços
Comparações intertemporais

Rendimento real =

 Mas como medimos a variação dos preços se estes variarem a ritmos


diferentes?

 Em geral é isto que acontece: os preços dos hotéis sobe, mas o da


gasolina desce; o preço dos advogados cresce muito, mas o do arroz
cresce muito pouco, etc..
Índices de preços
 Como os preços não evoluem todos da mesma maneira, é necessário
construir indicadores (índices) da evolução dos preços.

 Os índices são médias ponderadas dos preços de todos os produtos.

 Os índices de preços dizem-nos como evolui uma média ponderada de


preços a partir de um ano base.

 O que se faz é selecionar um conjunto de bens e serviços, com


quantidades definidas de acordo com o seu peso na economia, e
calcular como evolui o custo total deste cabaz de bens de período para
período
Índices de preços
 O que se faz é selecionar um conjunto de bens e serviços, com
quantidades definidas de acordo com o seu peso na economia, e
calcular como evolui o custo total deste cabaz de bens de período para
período

 O índice de preços para cada período calcula-se de acordo com a


fórmula

 O índice de preços do ano-base é sempre igual a 100


Índices de preços
 Calculado o índice preços, os valores reais (sejam rendimentos,
produtos, salários, etc.) obtêm-se aplicando a fórmula:

 Valores nominais também se designam por “a preços correntes” e


valores reais por “a preços constantes” (do ano base).
Índices de preços
 Também se podem encontrar as seguintes relações em termos de
percentagem de variação , em que é a percentagem de variação no
índice de preços, ou seja, a inflação:

 Esta relação costuma simplificar-se, de forma aproximada, para

 Esta aproximação tem uma pequena margem de erro para valores


baixos da inflação, mas piora se a inflação for alta.
Índices de preços

 Os índices de preços mais utilizados são:

 I.P.C. – Índice dos preços do consumidor

 GDP deflator – Deflator do produto

 P.P.P. – Paridades de poder de compra


Índices de preços

I.P.C. – Índice dos preços do consumidor

 Média dos preços dos bens de consumo, ponderada pela percentagem


que cada bem representa na despesa média dos consumidores

 Tem de ser revisto periodicamente para reflectir as alterações no cabaz


de compras dos consumidores

 É utilizado para calcular a evolução do “custo de vida” ou “poder de


compra”

 O IPC é o índice de preços mais identificado com o conceito de inflação


Índice de Preços no Consumidor
100

90

80

70

60
IPC
50

40

30

20

10

0
977 979 981 983 985 987 989 991 993 995 997 999 001 003 005 007 009 011 013 015
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2

Fonte: INE
Índice de Preços no Consumidor
 O índice de preços no consumidor cresceu 18,3 vezes (1730%) desde 1977.

 Teoricamente, 100 euros em 1977 comprariam o equivalente a 1830 euros


hoje.

 No entanto, muita da despesa que fazemos hoje é em bens que não existiam em
1977: telemóveis, laptops, resorts que foram construídos entretanto.

 Mesmo bens que já existiam são agora muito diferentes. Um automóvel hoje é
muito mais cómodo, eficiente, seguro e carregado de eletrónica, que em 1977.

 Isto ajuda a perceber a relatividade e falibilidade das comparações


intertemporais.
Índice de Preços no Consumidor
102

100

98

96

94

92
IPC
90

88

86

84
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: INE
Inflação e taxa de juro
 O IPC é muito usado para calcular salários e rendimentos reais.

 A estimativa da inflação é útil não só para converter rendimentos


nominais para rendimentos reais, mas também para converter taxas de
juro nominais em reais
Inflação e taxa de juro
 Suponham que têm 100 mil euros no banco a render 4% ao ano e a
inflação é de 2% ao ano. No ano seguinte terão no banco 104 mil euros
(a preços correntes).

 Mas em termos reais (a preços do ano inicial) esses 104 mil euros só
valem

 Então, o juro real recebido foi 1.961 euros, ou seja, a taxa de juro real é
Índices de preços

Deflator do produto

 Média dos preços de todos os bens (consumo, investimento, matérias-


primas, intermédios) ponderada pela percentagem que cada bem
representa no produto interno

 Tem de ser revisto periodicamente para reflectir as alterações na


composição do PIB

 É utilizado para calcular a evolução da produção


Deflator do produto
PIB Portugal
250,000

200,000
Milhões de euros

150,000

100,000

50,000

0
995 996 997 998 999 000 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013 014 015 6Po 7Pe
1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 01 01
2 2

Nominal Real
Fonte: Contas Nacionais INE
Deflator do produto
PIB Portugal
108
104
100
96
92
88
84
Deflator
80
76
72
68
64
60
995 996 997 998 999 000 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013 014
1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Fonte: Contas Nacionais INE


Índices de preços

PPP – paridade de poder de compra

 Média dos preços de um cabaz fixo de bens de consumo calculada para


vários países diferentes

 É utilizado para comparar o custo de vida em vários países diferentes

 O cabaz tem de ser constituído por bens disponíveis nos vários países,
ter a mesma composição para todos, e ser razoável para todos

 Serve para comparar rendimentos e níveis de vida entre países


Salário mínimo em 2017
(preços correntes)
Salário mínimo em 2017
(em PPC média europeia)
Comparações internacionais

 Comparar níveis de vida e de rendimento entre países é


particularmente difícil. Mesmo usando rendimento “per capita”
avaliado com PPPs.

 Os padrões de produção são diferentes

 Os padrões de consumo são diferentes

 A riqueza acumulada é diferente

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