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Universidade Federal do ABC – UFABC

Disciplina: ENE-304 Economia da Energia


Prof. Dr. Paulo Henrique de Mello Sant’Ana

A metodologia insumo e produto de Leontief como


ferramenta para medir os impactos econômicos da
indústria mineral e petrolífera brasileira
Doutorando: Liodoro de Mello
Orientador: Prof. Dr. Reynaldo Palacios Bereche

Quarta-feira, 20 de Abril de 2022 1


Sumário
1. Introdução
1.1. Motivação
1.2. Justificativa
1.3. Objetivos

3. Critérios
2. Conceitos 3.1. Base Metodológica
2.1. A matriz insumo e produto 3.2. Contexto dos resultados
2.2. Evolução histórica 3.3. Discussões
2.3. Referencial teórico
5. Conclusões

6. Bibliografia
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Introdução

Projetar o que se espera para o futuro, visto que a


crescente exploração de recursos não renováveis é uma
Justificativa
realidade das sociedades modernas. Porém, está
exploração, produção e fabricação de produtos hoje
insubstituíveis é realizada com base em recursos naturais
de ciclo finito
Diante desta justificativa o objetivo geral deste
estudo é apresentar a simulação dos impactos
Objetivos econômicos das atividades de E&P fóssil e mineral
no Brasil, segundo os MOHDE`s e com base na
análise das Matrizes de Insumo-Produto de 2015 3
Onde se discute no Brasil?
 USP/FEA – Núcleo de Economia Regional e Urbana, NEREUS
UFJF – Laboratório de Análises Territoriais e Setoriais, LATES

UFPR – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, PARDES

UNICAMP – Instituto de Economia, IE


UFRJ – Departamento de Economia Regional e urbana, ERU
PUC-RIO – Instituto de Economia Aplicada, IEA

UFABC – Professor Dr. Sinclair Mallet Guy Guerra (in memória), Professor do
Departamento de Pós Graduação em EPM e ENE / Professores do Departamento de 4

Pós Graduação em EPM e o Professor Dr. Reynaldo Palacios Bereche do ENE. 4


Evolução histórica A partir do século XVIII, os
Fisiocratas Quesnay, Léon
Esquema das origens da Walras e Jacques Turgot
teoria de Leontief descreveram um modelo
econômico com base na
terra, fonte de todas as
riquezas.

Para explicar o movimento


interno da economia
representado pelos fluxos de
Fonte: GUILHOTO (2004)
mercadorias, rendas e
demais despesas.
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Conceitos
Portanto!
Os fundamentos da Matriz Insumo-Produto foram
montados com método claro e inteligente nos idos do
século XVIII por Jean Baptiste Say, da França, em seu
Tableau Economique.

O coeficiente técnico de produção


Base da matriz, é uma medida das relações entre
quantidade consumida e produzida, excluído os impostos,
subsídios e margens de distribuição incidentes sobre os
produtos, os quais são sujeitos a variações não
relacionadas com o processo de produção.
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Fatos Sobre a matriz insumo e produto
Wassily Wassilyovitch Leontief,
economista russo, naturalizado norte-
americano desenvolveu um modelo
publicado em 1941, que originou a matriz
“input output”, o que lhe concedeu o
prêmio “Nobel” de economia em 1973.
Objetos da matriz
Explicar o movimento interno da economia e os fluxos
de mercadorias, rendas e demais despesas e, determinar
o nível de produção que cada uma das “n” indústrias
deve adotar, para satisfazer a demanda.
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A histórica da matriz no Brasil
1950, a FGV, utiliza o censo econômico para construir seu
benchmark e montar o Sistema de Contas Nacionais apenas
para os setores institucionais;

1986, o IBGE passa a efetivar os cálculos da matriz;


1973, o IBGE produz as tabelas e a Matriz publicando em
1979.

1993, torna-se obrigatório pela ONU a publicação da matriz;

2017, o IBGE atualiza as Tabelas de Recursos e Usos - TRU


para o ano de 2015, Nível 12, 20 e 67 com 15 tabelas.
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Agregados macroeconômicos
O Produto Interno Bruto (PIB)
 O PIB é a soma dos valores de todos os bens e serviços finais produzidos na economia.

Valor Total da Produção (VP)


  Custo da produção total de uma empresa qualquer.

Valor Agregado Bruto (VAB)


 É o valor bruto da produção da economia entre os setores, subtraído dos consumos
internos inter-relacionados entre os setores.

Demanda Final (DM)


 Bens para consumo final (CF), para a formação bruta de capital e para a exportação (X).

Formação bruta de capital fixo 9

 Acréscimos ao valor de ativos não produzidos obtidos através da atividade produtiva


9
Referencial Teórico
Para outras Portanto, o nível
Produção de uma Fornece “correto” de
Insumos indústrias e até
Indústria qualquer produção desses
para ela mesma insumos depende...

Da demanda das Da demanda


indústrias e de si mesma
Preço e De insumos das por insumo de
e de outras industrias
que compram esses quantidade ? várias Indústrias todas as “n”
insumos (PIB total) indústrias

A matriz proporciona uma visão detalhada da estrutura produtiva e permitem avaliar o grau de
interligação setorial da economia e, também, os impactos de variações na demanda final dos 10

produtos, e dos diversos fluxos de produção de bens e serviços 10


Estrutura Produtiva
Análise de insumo-produto

Busca captar as inter-relações entre os


setores da economia
• Permite estudar cadeias produtivas
• Impactos de variações na demanda setorial
• Setores-chave

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Representação de Dados
• Fluxos entre as diferentes atividades econômicas.

• A base de dados deve descrever as relações dessas


atividades entre si e com a demanda final.

• A visualização destes fluxos é feita através da


Tabela de Transações.

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Identidades: Tabela de
Transações
1. Produção = (Consumo Intermediário + Valor
Adicionado) ótica dos custos

2. Produção = (Consumo Intermediário +


Consumo Final – Importações) ótica dos
destinos

3. Valor Adicionado = (Soma das Rendas


Primárias.) 13
Representação
Tabela 1 - Recursos de bens e serviços

Fonte: IBGE (2022)

Tabela 2 - Usos de bens e serviços a preço de consumidor

Fonte: IBGE (2022)

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A tabela recursos de bens e serviços
V - matriz de produção, mostra para
cada atividade o valor da produção
dos produtos individualmente;
q - vetor valor bruto da produção
total por produto;
Un - matriz de consumo
intermediário mostra para cada
atividade o valor dos produtos que
são consumidos de origem interna;
Um - matriz de consumo
E - matriz da demanda final por atividade, equivale a parcela do valor intermediário importado, explicita
para cada atividade o valor dos
gerado numa atividade destinada à demanda final; produtos consumidos de origem
Tp - matriz dos impostos e subsídios, incidentes sobre bens e serviços internacional;
engolidos (insumos) pelas atividades produtivas; Fn - matriz da demanda final por
Te - matriz dos valores dos impostos e subsídios vinculados a produtos, que produtos nacionais,
recaem sobre bens e serviços absorvidos pela demanda final; Fm - matriz da demanda final por
g - vetor coluna com o valor bruto da produção por atividade; produtos importados, consumidos
y - vetor coluna com o valor adicionado total criado pelas atividades pelas categorias da demanda final;
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A matriz input output - definição
Nas linhas (a crédito), estão representadas as vendas para cada setor, o incremento aos
setores intermediários à demanda final (ou para cada setor)
Nas colunas (a débito) estão representadas as despesas para cada setor, o VBA, (pagamentos
aos setores pelos bens intermediários), salários etc.
Detalhamento do modelo
insumo produto

Construído a partir de dados


observáveis: fluxos interindustriais
(anuais, $)
Estrutura matemática: “n” equações
“n” incógnitas 1616
Resolução da matriz (A) 3 Setores I, II e III

1º Passo, Calcular
a Matriz (A)
1717
Sequência de resolução (1)
2o Passo, CalcularMatriz
a Matriz (I-A) Matriz Inversa ou de Leontief
quadrada, que possui o mesmo número de linhas (m) e
colunas (n). Ela ocorre quando o produto de duas matrizes resulta
numa matriz identidade de mesma ordem (m = n)

3o Passo, Calcular a Matriz Determinante da Matriz (I-A)


É um número associado a uma matriz quadrada, que possui
o mesmo número de linhas e colunas. É obtido através dos
elementos que constituem essa mesma matriz.

4o Passo, Calcular a Matriz Cofatora de (I-A)


É uma matriz da mesma ordem que a matriz A, em que os
elementos são os cofatores calculados para cada elemento de A.
Portanto, basta calcular todos os cofatores e depois preencher a
matriz com os valores encontrados. 18
18
Sequência de resolução (1)
5o. Passo, Calcular a Matriz Adjunta
É a transposta de sua matriz dos cofatores. A é a matriz
transposta da matriz que se obtém substituindo cada termo pelo
determinante da matriz resultante de retirar de A a linha

6o Passo, Calcular a Matriz Inversa (I-A)-1


É a matriz cofatora dividido pela determinante principal

7o Passo, demonstrar P = (I-A)-1 X Y


É a matriz cofatora dividido pela determinante principal vezes a
nova demanda final

1919
Sequência de resolução (3)
8o. Passo, variação na Demanda Final
Pressuposto E&P
Modelo Conceitos Fundamentais
Comércio Industria Serviços
Tem como premissa a proteção da natureza independe
Preservacionista 20,00% -90,00% -35,00% de seu valor econômico e/ou utilitário, apontando o
homem como o causador da quebra desse “equilíbrio”.
Tem como meta o crescimento da produção industrial e
Desenvolvimentista 60,00% 85,00% 72,50% da infraestrutura, com a participação ativa do estado
como base da economia.
Em geral, pode-se dizer que tem como característica o
enfraquecimento com diminuição drástica do estado nas
Neoliberal 10,00% 50,00% 30,00% relações econômicas. Desde modo, só o mercado é
capaz de estimular o crescimento da econômico.
Como foco central a preservação dos recursos, este
Sustentável 5,00% 25,00% 15,00% modelo busca atender primeiramente as necessidades
preservando e conservando os recursos naturais.
9o Passo Final, Montagem do novo quadro da Matriz (A) 20
Conclusões
 Construir a matriz insumo e produto no Scilab Enterprises, software científico
para computação numérica semelhante ao Matlab.
 Serão apresentados os impactos intersetoriais da economia brasileira a partir
da variação da E&P da industrial mineral e petrolífera;

 Com isso serão construídos os modelos hipotéticos de desenvolvimento


econômico MOHDE’s, para descrever que tipo de sociedade nos espera ao
futuro diante da finitude dos recursos naturais.
 As análises poderão ser usadas para medir os efeitos prováveis de qualquer
variação na demanda final sobre o produto total de todos os setores da
economia.

 Com as interferências nas demandas finais, segundo os MOHDE’s poderá se


revelar o impacto direto e indireto dessa mudança em todos os setores da 21
Bibliografia

FEIJÒ, Carmem Aparecida. Contabilidade Social. 3.ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2003.
GUILHOTO, J. J. M.; SESSO FILHO, U. A. Estimação da Matriz Insumo-Produto a Partir de Dados Preliminares das Contas
Nacionais. In: Economia Aplicada, v. 9, n. 2, abr.-jun. 2005.
HADDAD, E. A. (2018) Regional Inequality and. Structural Changes, Regional Inequality and. Structural Changes. doi:
10.1201/9780429449406, 2018.
LEONTIEF, W. “Input-Output Analyse”. em Eatwell, J., M. Milgate, e P. Newman (edis). The New Palgrave. A Dictionary off
Economic, vol. 2, pp.860-64, 1987
MILLER, R. and BLAIR, P. (1985) Input-Output Analyse: Foundations and Extensions. In: Environmental Input-Output Analyse,
Prentice-Hall, Upper Saddle River, Chapter 7, 236-260.
RASMUSSEN, P. (1956). Estudos em Relações Intersetoriais. Amsterdã: Holanda do Norte.
RIJCKEGHEM, W. van. "Um modelo de consistência intersetorial para o planejamento econômico do Brasil". Em Ellis, HS (1969)
(ed.). A economia do Brasil. Berkeley e Los Angeles: University off California Press. 376-402, 1969. 22
Obrigado

Liodoro de Mello
E-mail: mello.liodoro@ufabc.edu.br
Celular/zap: 13 981449811

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