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Departamento de Engenharia

Civil

Engenharia de Tráfego

Professor: Marcelo Cândido de Oliveira


Aula 1

A Engenharia de Tráfego
Engenharia de Tráfego

A Organização do Trânsito no Brasil


Elementos do Tráfego
Engenharia de Tráfego

• o que faz um Engenheiro de Tráfego?


• o que é TRÁFEGO?
• o que é TRÂNSITO?
Engenharia de Tráfego

• o que é mobilidade urbana?


• o que é acessibilidade?
Engenharia de Tráfego
No dicionário de Aurélio Buarque de Hollanda
encontram-se as seguintes definições:

 TRÁFEGO: afã; trabalho; convivência; transporte


de mercadorias em linhas férreas;
repartição ou pessoal que se ocupa desses
transportes.
Engenharia de Tráfego

 TRÂNSITO: ato ou efeito de caminhar; marcha;


passagem; trajeto; o movimento dos
pedestres e dos veículos nas cidades, considerado
em seu conjunto.
Engenharia de Tráfego
Mobilidade urbana

Está relacionada a capacidade de ir e vir


com qualidade, velocidade e segurança.
Está diretamente ligada às vias e ao
Engenharia de Tráfego

transporte.
Engenharia de Tráfego
Acessibilidade

É a inclusão, extensão e possibilidade do


uso dos Equipamentos Públicos
Engenharia de Tráfego

Comunitários e Urbanos às pessoas com


deficiência ou mobilidade reduzida.
É tornar capaz a mobilidade urbana.
Engenharia de Tráfego
Mobilidade e Acessibilidade
Engenharia de Tráfego
Engenharia de Tráfego
Mobilidade e Acessibilidade
Engenharia de Tráfego
Engenharia de Tráfego
Mobilidade e Acessibilidade
Engenharia de Tráfego
O que é Engenharia de Tráfego

A engenharia de tráfego surgiu com o


advento do automóvel. O primeiro
semáforo foi instalado em Houston (ITE),
Engenharia de Tráfego

Texas, em 1921. E, o primeiro sistema de


semáforo coordenado, também, na mesma
cidade, em 1922.
O que é Engenharia de Tráfego
Em se tratando dos modos rodoviários,
ENGENHARIA DE TRÁFEGO é a área do
conhecimento que tem como objetos o
planejamento, projeto geométrico e operação de
tráfego em vias, suas redes, terminais, lotes
Engenharia de Tráfego

lindeiros e relações com outros modos de


transporte. A ENGENHARIA DE TRÁFEGO tem
como objetivo assegurar o movimento seguro,
eficiente e conveniente de pessoas e bens
(PIGNATARO, 1973).
O que é Engenharia de Tráfego
Diferentemente da maioria das outras áreas da
Engenharia, a ENGENHARIA DE TRÁFEGO trata
de problemas que não dependem apenas de
fatores físicos, mas frequentemente incluem o
Engenharia de Tráfego

comportamento humano do motorista e do


pedestre e suas interelações com a complexidade
do ambiente.
O que é Engenharia de Tráfego
Neste sentido, a ENGENHARIA DE TRÁFEGO caracteriza-se
como uma área de conhecimento multidisciplinar. Uma
equipe completa de projetos de tráfego deve ser composta,
segundo alguns autores, por: engenheiros civis, engenheiros
de estruturas, arquitetos, paisagistas, urbanistas, planejadores
Engenharia de Tráfego

urbanos, sociólogos, geógrafos urbanos, economistas,


matemáticos, advogados e analistas de mercado
(PIGNATARO, 1973).
O que é Engenharia de Tráfego
Classicamente, os sistemas de tráfego são
baseados em três pilares, conhecidos
como os três Es, do inglês:
Engenharia de Tráfego

Engineering (Engenharia)
Education (Educação)
Enforcement (Fiscalização)
A Engenharia de Tráfego

• trata de atividades presentes no nosso dia


a dia: a mobilidade das pessoas, o transporte de
bens e sua relação com o ambiente

• tem importante função social


Engenharia de Tráfego
A Engenharia de Tráfego no
contexto profissional para o
Engenheiro Civil

Campo promissor, desde a promulgação do


Engenharia de Tráfego

Código de Trânsito Brasileiro – CTB, em


setembro de 1997.
O Código de Trânsito Brasileiro
 Substituiu o anterior, de 1967.
 Em vigor desde janeiro de 1998.
 Trouxe avanços nas áreas de engenharia,
Engenharia de Tráfego

educação e fiscalização.
 Possibilitou a “municipalização do
trânsito”.
O Código de Trânsito Brasileiro e a
municipalização do trânsito
Art. 24 do CTB - Compete aos órgãos e entidades executivos de
trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de


pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da
circulação e da segurança de ciclistas;
Engenharia de Tráfego

III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os


dispositivos e os equipamentos de controle viário;

VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas


administrativas cabíveis, por infrações de circulação,
estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício
regular do Poder de Polícia de Trânsito;
O Código de Trânsito Brasileiro e a
municipalização do trânsito
Com a municipalização os municípios passaram a ter
a possibilidade de gerir seu trânsito. Essa era uma
atividade exclusiva do Estado, exercida por meio
dos Detrans.

A cidade de São Paulo era a única a ter um convênio


especial que permita que um órgão municipal, o
Engenharia de Tráfego

Departamento de Operações do Sistema Viário,


DSV, fosse o gestor do trânsito da capital paulista.
O DVS repassou suas atribuições de operação e
planejamento à Companhia de Engenharia de
Tráfego – CET, uma autarquia. Leitura
compl.
06
Atualmente, todas as grandes cidades do país estão
estruturando seus órgãos de gestão do trânsito.
Áreas de atuação para o Engenheiro
de Tráfego
Órgãos gerenciadores de trânsito dos municípios médios e grandes,
como:
- CET Rio e São Paulo
- Emdec (Campinas)
- BHTrans, entre outras
- empresas de consultoria
Engenharia de Tráfego

- Rodovias privatizadas.
Atividades do Engenheiro do
Tráfego

Elaboração de
projetos e
sinalização
Engenharia de Tráfego
Atividades do Engenheiro do Tráfego
Planejamento e Organização do Trânsito

- estudo da circulação

- hierarquização das vias

- modificações no sistema
Engenharia de Tráfego

viário

- integração com o sistema de


transporte coletivo

- estudo dos impactos de


grandes empreendimentos no
sistema viário
Atividades do Engenheiro do Tráfego

Planejamento da Operação do
Trânsito

- Controle semafórico
- Desobstrução rápida
das vias
- Fiscalização
Engenharia de Tráfego

- Esquemas especiais
para eventos (jogos,
shows, etc.)
- Manutenção da
sinalização

Fonte:
CET
Atividades do Engenheiro do
Planejamento da
Tráfego
operação do
trânsito

- Desobstrução
de vias rápidas.
Engenharia de Tráfego

Fonte: Jornal da Tarde,


6.dez.10
Atividades do Engenheiro do Tráfego
Planejamento da operação
do trânsito

- Monitoramento do Tráfego
Engenharia de Tráfego
Atividades do Engenheiro do Tráfego

CIMCamp

Central Integrada
de Monitoramento
de Campinas
Engenharia de Tráfego
Objetivo da matéria: fornecer os elementos
básicos para análise das condições de trânsito e
transporte e para a elaboração de projetos de
sinalização viária urbanas

Enfoque da matéria: eminentemente voltado


Engenharia de Tráfego

para as condições urbanas, tanto para o trânsito


como para o transporte.
Material de apoio
 Internet: aulas, bibliografia e leituras
complementares
 Indicar o livro “Ingenieria de Trafico” de
Antonio Valdes – não tem na biblioteca
 CTB – Código de Trânsito Brasileiro,
disponível na biblioteca e site do
Engenharia de Tráfego

DENATRAN
 Manuais de Sinalização Vertical, Horizontal,
Advertência e Acessibilidade das calçadas,
disponível site da disciplina
A Organização do Trânsito no Brasil
O planejamento; a administração; a
normatização; a pesquisa; o registro e
licenciamento de veículos; a formação,
habilitação e reciclagem dos condutores; a
educação, engenharia, operação do sistema
viário, policiamento, fiscalização, julgamento
Engenharia de Tráfego

de infrações e de recursos e aplicação de


penalidades – todas essas atividades devem
ser exercidas, no Brasil, pelos órgãos e
entidades que constituem o Sistema
Nacional de Trânsito – SNT, que está
subordinado ao Ministério das Cidades.
O Sistema Nacional de Trânsito
Órgãos Agentes de Órgãos Total
Órgãos Executivos Fiscalização Julgadores
Instância Consultivos
Trânsito Rodoviário
fsdfsd

Federal Contran Denatran DNIT Polícia


Rodoviária Jari 7
Federal e DNIT
Engenharia de Tráfego

Estadual Cetran/ Detran DER Polícia Militar,


Contradife agentes do Jari 162
Detran e DER

Municipal Órgão municipal Polícia Militar e


de trânsito e agentes dos Jari 1.244
- rodoviário órgaos
municipais

Fonte: Ministério das Cidades – Trânsito, questão de cidadania


Legislação
Os projetos de sinalização devem obedecer a legislação
vigente:

-CTB e seus anexos;

- Resolução do Conselho Nacional de Trânsito –


Engenharia de Tráfego

CONTRAN;

- Demais publicações do CONTRAN e Departamento


Nacional de Trânsito – Denatran.
Legislação
O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN é
composto por representantes dos Ministérios da Ciência
e Tecnologia, Educação, Defesa, Meio Ambiente,
Transportes, das Cidade e Saúde.

O CONTRAN pode modificar e ampliar as leis de


Engenharia de Tráfego

trânsito. O principal instrumento para isso é a publicação


de Resoluções no Diário Oficial da União.

O DENATRAN publicou algumas Resoluções em forma


de manual de sinalização viária.
1. Elementos do Tráfego
Engenharia de Tráfego
1. Elementos do tráfego
1. 1. O meio urbano e o deslocamento da
população

-Segurança;
- Fluidez/ velocidade;
Engenharia de Tráfego

- Conforto/ qualidade:
- sinalização adequada
- boas condições de via
- existência de acesso/ estacionamento
- Questão ambiental: controle da poluição;
- Economia.
1. 1. O meio urbano e o deslocamento da população
Engenharia de Tráfego

Exemplo de problema com a falta de estacionamento em um bairro altamente


adensado na cidade de São Paulo
1. 1. O meio urbano e o deslocamento da população
Engenharia de Tráfego

Fonte: O Estado de São Paulo, 19.jun.12

Outro exemplo de problema com a falta de


estacionamentos: o custo das vagas
1. 1. O meio urbano e o deslocamento da população
Exemplo de como a questão
ambiental e a necessidade de
mobilidade da população tem que ser
tratadas conjuntamente – em São
Paulo, o trânsito (e especialmente o
transporte individual) é o maior
responsável pela emissão de
poluentes.
Engenharia de Tráfego

Fonte: Veja São


Paulo,
27/jul/2011
1. 1. O meio urbano e o deslocamento da população
O transporte é um dos
maiores custos logísticos da
economia.
Outro exemplo de como a
fluidez/velocidade pode afetar
a economia: se há a
necessidade de se aumentar a
frota, há um aumento no frete
que gera um aumento no
preço final da mercadoria.
Engenharia de Tráfego

Lembrando que o transporte


de materiais pesados de baixo
custo (areia, carvão) é mais
caro que o transporte de
materiais leves de alto custo
(joias, eletrônicos).

Fonte: site JT, 03/set/2009


1.2. Os Diversos Agentes e seus Pontos de
Vista
• usuários: motoristas, passageiros, pedestres, ciclistas
• comunidade
• grupos sociais e econômicos
• poder público
Engenharia de Tráfego

Todos esses agentes tem diferentes interesses e pontos


de vista, muitas vezes conflitantes. Esses conflitos
podem ocorrer até mesmo dentro de um grupo, como
no caso de motoristas X pedestres
1.3. A Engenharia de Tráfego e sua
Missão

- Engenharia de tráfego – administração dos conflitos de


deslocamento.

- Missão – otimizar o uso do sistema viário, controlando os


conflitos.
Engenharia de Tráfego
1.4. As Variáveis do Trânsito

A via, o homem, o veículo, o ambiente.


Engenharia de Tráfego
1.4.1. A Via
• A mais estável das
4 variáveis –
oferece maiores
condições de
intervenção.
Engenharia de Tráfego

• Objeto da Aula 5
(+-)

• A via deve ser considerada como todo o panorama:


pavimento; sinalização; árvores; prédios – é a paisagem
urbana.
1.4.2. O Homem
• Variável mais complexa;
• Depende do comportamento, que é formado, entre
outras coisas, pela:
- herança cultural;
- personalidade;
- estado físico e mental;
Engenharia de Tráfego

- quadro econômico-social.
1.4.2. O Homem
É possível mudar o
comportamento
do ser humano?
Engenharia de Tráfego

Fonte: Revista TAM “Nas núvens” jul/2008


1.4.2. O Homem

Formas de intervenção para a mudança do


comportamento
• Ações do tripé clássico da
Engenharia de Tráfego:
- Engenharia
Engenharia de Tráfego

- Educação
- Fiscalização

• É necessário que haja uma


aplicação contínua das três
atividades. Leitura
Complementar
19
1.4.2. O Homem
Formas de intervenção - continuação

• exemplos de modificação de comportamento pela


aplicação conjunta da Engenharia, Educação e Fiscalização:

- Uso do cinto de segurança na cidade de São


Paulo
Engenharia de Tráfego

- Respeito à travessia de pedestres em


Brasília, Palmas e Petrolina
- Restrição ao consumo de bebidas aos motoristas
1.4.2. O Homem
Engenharia de Tráfego

Fonte: Revista Superinteressante


1.4.3 – O Veículo
Leitura
compl.
VIII

• Normas de uso e
equipamentos: prerrogativa do
poder público.
• O engenheiro de tráfego tem atuação indireta, pois em
Engenharia de Tráfego

geral não participa dos projetos dos veículos. Nessa etapa


é comum participarem os Engenheiros de Segurança

• Os veículos tem evolução contínua em seus itens de


segurança – o carro de hoje é muito mais seguro para as
pessoas (motoristas, passageiros e pedestres) do que na
década passada.
1.4.3 – O Veículo
• As sugestões podem envolver elementos de segurança
ativa (ex.: freios ABS) ou passiva (ex.: air-bag).
Engenharia de Tráfego

Fonte: Jornal da Tarde


1.4.3 – O Veículo

• Exemplo de
aplicação
intensiva da
tecnologia para
aumentar a
segurança do
Engenharia de Tráfego

veículo

Fonte: revista
Superinteressa
nte, nov.09.
1.4.3 – O Veículo
• Discussão: o automóvel brasileiro é seguro?
Fonte: site do NY Times, 02/12/2011
Engenharia de Tráfego
1.4.4. O Ambiente
• Não é controlável.

•A atuação do
engenheiro de tráfego é
procurar promover
medidas de prevenção
Engenharia de Tráfego

(contra enchentes,
neblina etc)
1.4.4. O Ambiente
Engenharia de Tráfego

Exemplo de ação de Engenharia para reduzir os riscos de


acidentes com ambiente adverso (neblina).
1.5. A Atual Tendência
• ITS é a sigla para “Intelligent Transport Systems” ou
“Sistemas Inteligentes de Transporte”.

• ITS é busca da integração entre as 4 variáveis (homem,


via, veículo, ambiente) através do uso de sistemas
fortemente apoiados na tecnologia.
Engenharia de Tráfego

• Os Sistemas Inteligentes de Transporte apoiam-se sobre


o trinômio: informação, computação e logística.
A participação das 4 variáveis nos acidentes de trânsito
Engenharia de Tráfego

Fonte: Folha de S. Paulo, 03.mai.02.

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