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INTOXICAÇÃO POR

MEL EM HUMANOS
ALUNOS:

Gabriela Cecília de Melo Martins


Marison Maia Pereira
Tainara Isabela Carvalho
Vinícius Augusto Dias
INTRODUÇÃO
O mel é um produto derivado do néctar, coletado e
produzido pelas abelhas.
Possui utilização nas industrias:
Farmacêuticas
Cosméticas
Alimentícias (principal)
INTRODUÇÃO
O Brasil produziu cerca de 55,8 mil toneladas de mel em
2021 (IBGE), 6,4% a mais que em 2020.
Na apicultura brasileira a principal abelha utilizada é a
africana (A. melífera scutellata);
COMPOSIÇÃO DO MEL

Ácidos orgânicos Frutose


Flavonoides Sacarose
Hormônios Maltose

Enzimas Sais minerais


Água Vitaminas
Glicose
COMPOSIÇÃO DO MEL
Sua composição depende da fonte vegetal de sua
derivação (JUST, 2010), como:
Espécie da Estado de
abelha maturação do mel

Solo Estado fisiológico Condições


da colônia do tempo na colheita
COMPOSIÇÃO DO MEL
O mel pode se tornar tóxico quando a abelha tem contato
com toxinas e sobrevive, como néctar e pólen tóxicos de
plantas, agrotóxicos (ex: imidacloprido e fipronil),
bactérias (ex: Clostridium botulinum).
INTOXICAÇÃO POR
MEL
No Brasil, foi relatado pelo Manual das Doenças
Transmitidas por Alimentos da Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo em 2013, casos de intoxicação por
mel que foram produzidos com néctar de flores ericáceas
(azaléa ou Rhododendron spp.) e lauráceas (louro-cravo,
Kalmia spp. e outras espécies da família);
INTOXICAÇÃO POR
MEL
Essa intoxicação é conhecida como envenenamento por
Rhododendron, por mel bravo ou grayanotoxina;
A intoxicação raramente é fatal, não durando mais que
24 horas.
SINTOMATOLOGIA DA
INTOXICAÇÃO
Os sintomas são: vertigem ou desmaio, fraqueza,
sudorese, salivação, náusea e vômitos pouco tempo após
ingestão
Também pode ocorrer parestesia das extremidades,
fraqueza muscular, convulsões ocasionais e outros
sintomas neurológicos devido a junção da toxina aos
canais de sódio.
SINTOMATOLOGIA DA
INTOXICAÇÃO
Em casos graves causa hipotensão ou choque,
bradicardia, extrassístoles, taquicardia ventricular,
bradicardia sinusal, ritmo nodal, síndrome de Wolff
Parkinson-White (excitação atrioventricular anômala) e
bloqueio atrioventricular completo;
É necessário utilizar marca-passo temporariamente
devido ao bloqueio atrioventricular.
INTOXICAÇÃO POR
MEL
O aumento de casos de intoxicação tem sido causado pelo
aumento do consumo de mel “natural” ou mel “selvagem”.
INTOXICAÇÃO POR
MEL
Mel adquirido de apicultores com poucas colmeias
também possuem alto risco de intoxicação, devido a
ampla dispersão de exemplares com toxinas e da
produção comercial do mel a partir de misturas de
grandes quantidades, onde é possível ocorrer a
diluição de substâncias tóxicas.
INTOXICAÇÃO POR
MEL
Grayanotoxina:
Atua se ligando ao canal de sódio nas membranas
celulares através do receptor do grupo II localizado na
região do canal de sódio envolvido na ativação voltagem-
dependente e inativação;
INTOXICAÇÃO POR
MEL
Grayanotoxina:
A grayanotoxina impede essa inativação fazendo com
que células excitáveis (nervos e músculos) sejam
mantidos em estado de despolarização, facilitando a
entrada de cálcio nas células;
INTOXICAÇÃO POR
MEL
Grayanotoxina:
Essa ação é semelhante à exercida por alcaloides de
veratrum e aconita. Afeta as respostas dos músculos do
coração e esqueléticos, nervos e sistema nervoso central.
Pode ocorrer hipotensão, bradicardia sinusal e problemas
de condução.
INTOXICAÇÃO POR
MEL
Grayanotoxina:
Deve ser administrado fluidos, feito correção de
bradicardia, utilizar terapia com drogas vasopressoras
em casos graves e em alguns casos utilizar atropina e
marca-passo temporário.
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico é feito baseado no quadro clínico e através
da detecção da toxina no alimento consumido.
Exames complementares auxiliam no diagnóstico, como:
Função cardíaca;
Avaliação neurológica;
Eletroneuromiografia;
Líquor, etc.
DIAGNÓSTICO
Deve ser feita a diferenciação diagnóstica com quadros
de paralisia flácida, botulismo, síndrome de Guillain-Barré
(e variante Muller-Fisher), entre outros
O histórico da ingestão do mel deve ser bem investigado
devido a hipótese da intoxicação e de
botulismo por mel ou outro alimento.
TRATAMENTO
Em humanos o tratamento é feito através de (Secretaria
de Estado da Saúde de São Paulo, 2003):
Marca-passo (em
Suporte geral Ventilação artificial casos graves).

Reposição de fluídos Monitoração das Correção de


condições vitais bradicardia com
atropina
CONTAMINAÇÃO POR
AGROTÓXICOS
Agrotóxicos são importantes para a melhora na
qualidade e quantidade da colheita e proteção dos
alimentos, devido aumento da produção e redução de
pragas.
Portanto podem afetar o ecossistema atingindo além do
alvo desejado, afetando também os humanos.
CONTAMINAÇÃO POR
AGROTÓXICOS
Abelhas se contaminam através de néctar e pólen
contaminado nas flores ou em partículas suspensas no ar
(ROSA, 2021);
CONTAMINAÇÃO POR
AGROTÓXICOS
Em estudos já foram encontrados no mel:
Imidacloprido, que é um neonicotinóide de 1ª geração
utilizado desde a década de 90, essa substância atua
como agonista dos receptores nicotínicos.
Fipronil, que é um inseticida de amplo espectro que
danifica o sistema nervoso central do inseto bloqueando
a passagem de íons de cloro através dos receptores
GABA e dos canais de glutamato-cloro que são
componentes do sistema nervoso central.
CONTAMINAÇÃO POR
BACTÉRIAS
A bactéria Clostridium botulinum produz uma toxina que
sua ação gera o botulismo
O botulismo é considerado um problema de saúde pública
devido sua gravidade e alta taxa de mortalidade
(PIGNATA-VIANA, 2019);
CONTAMINAÇÃO POR
BACTÉRIAS
Em um estudo feito em São Paulo em 2007 por Ragazani,
foram encontradas colônias de C. botulinum, que
produzem toxinas ativas, em 7% das amostras de mel
comercial analisadas, demonstrando sua relevância para
a saúde pública devido seu alto risco de intoxicação
gerado o botulismo, encontrado em mel comercializado.
CONTAMINAÇÃO POR
BACTÉRIAS
Essa bactéria se encontra amplamente distribuída no
meio ambiente, podendo causar a contaminação do mel
através do néctar, pólen, cera, pela própria abelha e
pelas práticas de manejo utilizadas pelo apicultor
(PEREIRA, 2007).
REFERÊNCIAS
ADLER, S.A. The ecological significance of toxic nectar. Oikos, n.91, p.409-420,
2000

Apicultura: produção de mel bate recorde no Brasil. Globo Rural, 2022. Disponível
em: . Acesso em 14 de junho de 2023.

AZEVEDO, Sandro Leite. O PODER TÓXICO DO MACERADO DE FLOR DA


CHANANA SOBRE OPERÁRIAS DE ABELHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS.
Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Federal de Campina
Grande, Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Bacharel em Agronomia.
Pombal, 2013.

CAMPOS, S.C. Toxicidade de espécies vegetais. Rev. Bras. Pl. Med., v.18, n.1, supl.
I, p.373-382, Campinas, 2016.

CINTRA, P. PLANTAS TÓXICAS PARA ABELHAS. Arq. Inst. Biol., v.72, n.4,
p.547-551, São Paulo, 2005
OBRIGADO!

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