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DANIELLA FORSTER
CURITIBA
2008
2
DANIELLA FORSTER
CURITIBA
2008
3
DANIELLA FORSTER
COMISSÃO EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Karina De Déa Róglio, Dra.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
________________________________________________
Prof. Graziela Dias Alperstedt, Dra.
Universidade do Estado de Santa Catarina
________________________________________________
Prof. Victor Meyer, Dr.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho ao meu filho Ricardo e a minha sobrinha Helena, crianças
que ocupam um lugar especial no meu coração. Afinal me inspiram a estudar,
a me aperfeiçoar continuamente e a ver sentido em pesquisar, para deixar às
crianças de hoje, um esforço em prol de um amanhã mais digno.
5
AGRADECIMENTOS
"Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo. Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-
lo. Não viva de fotografias amareladas... Continue, quando todos esperam que
desistas. Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que em vez
de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir correr através dos anos,
trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use
uma bengala. Mas nunca se detenha.”
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA..............................................................................13
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................15
1.3 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS ...........................................................................16
1.4 APRESENTAÇÃO DAS JUSTIFICATIVAS TEÓRICO E PRÁTICA ....................16
1.5 ESTRUTURA DO DOCUMENTO........................................................................18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................20
2.1 A GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS........................................................20
2.1.1 Estratégia e Gestão Estratégica....................................................................20
2.1.2 Visão Baseada em Recursos e Competências Essenciais.........................22
2.1.3 A Gestão Estratégica de Pessoas e o seu Desenvolvimento .....................29
2.1.4 A Gestão Baseada em Competências ..........................................................34
2.1.4.1 Recrutamento e seleção baseados em competências ..................................39
2.1.4.2 Avaliação baseada em competências ...........................................................42
2.1.4.3 Treinamento e desenvolvimento baseados em competências ......................44
2.1.4.4 Remuneração baseada em competências ....................................................47
2.2 A GESTÃO NAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR .........................52
2.2.1 As demandas globais e as especificidades da realidade brasileira ..........52
2.2.2 As especificidades da gestão nas IES..........................................................56
2.2.3 O planejamento da gestão universitária.......................................................60
2.2.4 A gestão de pessoas nas IES brasileiras .....................................................63
3 METODOLOGIA ....................................................................................................67
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA ....................................................................67
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ...........................................................................67
3.3 LIMITES DA PESQUISA .....................................................................................72
3.4 APRESENTAÇÃO DE ESTUDOS DE CASO......................................................73
4 PERCEPÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE GESTÃO DE PESSOAS DAS IES ...78
4.1 ESTRATÉGIA INSTITUCIONAL..........................................................................78
4.2 GESTÃO DE PESSOAS .....................................................................................81
4.2.1 Alinhamento Vertical......................................................................................82
4.2.2 Alinhamento Horizontal .................................................................................85
4.2.3 Gestão Baseada em Competências ..............................................................86
8
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
Tal colaboração torna-se ainda mais efetiva, visto que o estudo será
realizado em instituições privadas de educação superior. Em geral, os conceitos
referentes à gestão estratégica de pessoas têm sido desenvolvidos a partir de
pesquisas desenvolvidas em indústrias. A pesquisa realizada por Smith e Ferris
(1990) intitulada Planejamento e estratégia de recursos humanos na educação
superior, mostra que as universidades ainda estão distantes de preocuparem-se
efetivamente com a gestão estratégica de pessoas. No entanto, os autores
consideram vital às instituições perceber o quanto esta área é crítica para o bom
desempenho das universidades, que se encontram igualmente expostas às
mudanças que atingem as demais organizações industriais.
Quanto às justificativas práticas observa-se a escassez de referência
bibliográfica sobre a gestão de pessoas em instituições de educação superior,
principalmente quando se considera o contexto brasileiro. Tachisawa e Andrade
(1999) apresentam o tema gestão estratégica de recursos humanos para as IES e
demonstram preocupação em alinhar a área à estratégia institucional. No entanto, as
práticas da área de recursos humanos não são detalhadas de acordo com este
enfoque e apresentam, com maior ênfase, os aspectos tradicionais e burocráticos da
área.
Apesar de existirem poucos estudos a respeito, observa-se que
muitas instituições estão voltadas para mudanças de gestão, que incluem novas
estratégias para a área de pessoas. Embora essa pesquisa contemple apenas duas
dessas IES, já é um início para a exposição de um enfoque até então desconhecido
ou pouco abordado. Portanto, essa pesquisa contribuirá com dados e propostas
capazes de acrescentar elementos relevantes à gestão estratégica de pessoas em
instituições privadas de educação superior.
Acredita-se ainda que a presente pesquisa favoreça novas
perspectivas para a comunidade, que apresenta expectativas em relação às IES. O
enfoque em relação às pessoas traz consigo, direta ou indiretamente,
questionamentos quanto à qualidade e a finalidade da educação e a sua
compatibilidade com as necessidades sociais. Por conseguinte, essa pesquisa ainda
reflete acerca desse desdobramento em prol da sociedade.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
sim
Capacidade = A capacidade satisfaz aos
A fonte de Integração de um critérios de VC Sustentável?
conjunto de
recursos não
forma subjetiva, de acordo com a visão de cada autor. No entanto, todos os termos
buscam definir a gestão baseada em competências. No item 2.1.2 foi destacada a
consideração de Barney e Arikan (2001) acerca da diversidade de conceitos que
pode ser interpretada a partir de diferentes enfoques, mas compartilha da mesma
fundamentação teórica. No caso da gestão de competências, esta afirmação
também é válida.
Para esta pesquisa, realizar-se-á uma distinção conceitual entre os
termos habilidades, capacidades e competências a partir dos autores Ulrich e
Smallwood (2004). Considera-se que esta visão é a mais compatível com os
referenciais bibliográficos das competências essenciais e da gestão baseada em
competências, simultaneamente.
Para Ulrich e Smallwood (2004) o indivíduo apresenta uma
competência funcional em dada área, enquanto que a organização terá
competências essenciais. Os mesmos autores salientam que o indivíduo detém
habilidades como a liderança ou a comunicação. Já a organização apresentará
capacidades organizacionais, que seriam condizentes à sua cultura e à sua
personalidade. As capacidades organizacionais surgirão quando houver
competências e habilidades individuais combinadas. E elas só serão competências
essenciais se adicionarem valor à organização. O quadro 2 sumariza as definições
de Ulrich e Smallwood (2004).
de GEP seria uma condição sempre estabelecida. Na descrição teórica será mantido
o termo original utilizado pelos autores relacionados.
As práticas de treinamento e desenvolvimento são essenciais ao
sucesso da gestão baseada em competências. Quando os indivíduos são pagos
pela aquisição de novas habilidades é primordial que a organização ofereça meios
para esta aprendizagem. Exige-se que a organização disponha de tempo para
esperar que o desenvolvimento seja percebido. Uma importante chave para o
treinamento é o processo de certificação de habilidades. Onde o indivíduo não
desenvolve apenas a habilidade que a organização deseja, mas também a mantém
em longo prazo e é reconhecido por apresentá-la continuamente. Esta perspectiva
traz conseqüências relativas ao desenvolvimento de carreira. Deixa-se de valorizar
os movimentos verticais presentes na hierarquização e ampliam-se os movimentos
horizontais que favorecem a especialização ou a aquisição contínua de habilidades
(LAWLER III, 1994).
Holton III, Coco, Lowe e Dutsch (2006) entendem que o treinamento
baseado em competências apresenta seu foco no comportamento e em objetivos
mensuráveis. As competências são obtidas de diferentes maneiras, quer seja pela
experiência de vida, treinamento “on-the-job”, programas de treinamento e
desenvolvimento. O treinamento baseado em competências busca garantir que
todos os programas estão integrados de tal forma que promovem determinados
resultados definidos pela organização. A partir da articulação entre as competências
individuais e as competências organizacionais desejadas através da modelagem das
competências, os programas de treinamento e desenvolvimento tornaram-se meios
efetivos para satisfazer as necessidades dos stakeholders.
Vonk (2006) postula que quando os objetivos do treinamento estão
relacionados ao desempenho do profissional, melhores resultados são percebidos
pela organização. A partir de sua experiência prática na área de treinamento, o
autor sugere seis ações chave que efetivamente encorajam os profissionais a
mudar, adquirindo novas habilidades e usando-as no dia-a-dia do seu trabalho. São
elas:
a) apresentar as expectativas antes do treinamento começar, o
que significa explicitar os objetivos que serão atingidos, como
esta nova aprendizagem refletirá em melhores resultados no
meu trabalho atual e o que se espera. É interessante que o
46
pelas suas carreiras e também decidem quais habilidades serão desenvolvidas. Não
são as organizações que direcionam os profissionais para um determinado
treinamento, exceto quando existem demandas específicas, pontuais e imediatas.
Para estas situações, os autores propõem o uso de treinamentos just-in-time, cujo
foco está na atividade atual a ser desempenhada que pode ser a atualização de uma
nova tecnologia, ou qualquer aprendizado que afete diretamente a realização do seu
trabalho. Excluindo estas situações, os profissionais seriam exigidos a auto-
gerenciar a sua vida profissional e apresentar flexibilidade suficiente para estarem
em constante aprendizado de acordo com as mudanças estratégicas impostas pela
organização. Uma das práticas adotadas pelas organizações para promover esta
atitude por parte dos profissionais é o treinamento in-company on-line disponível na
intranet. Vários programas são disponibilizados e certificam os profissionais de
acordo com os resultados obtidos nos testes.
Observa-se que as práticas de treinamento sugeridas requerem
profissionais mais maduros, quer seja para conduzir os treinamentos, para serem
“coachers” ou para gerenciarem as suas carreiras. Exige-se também por parte da
organização uma postura mais clara quanto à sua estratégia e as suas
competências essenciais ou não. A transparência na comunicação, conforme Lawler
III e Worley (2006) salientam, torna-se fundamental quando se busca maior
competitividade.
46% das vagas ofertadas. Em relação as 420.008 vagas disponíveis para estes
cursos, apenas 56% são preenchidas. E, ao considerar o total de ingressos dos
cursos de Gerenciamento e Administração, apenas 26% concluem a graduação.
Por conseguinte, os dados sobre a educação superior demonstram
um crescimento desorganizado, onde os cursos numericamente mais significativos
são aqueles relacionados à falta de exigência de investimentos no que se refere a
equipamentos e infra-estrutura de laboratórios. (TRAMONTIN, 1995; MARTINS,
2000; SAMPAIO, 2000). Para tornar a situação mais complexa, a evasão do ensino
superior também é elevada. Se por um lado, existe clientela suficiente para ocupar
as vagas em aberto, por outro, os dados estatísticos sobre a educação superior
revelam um déficit entre matrículas e concluintes (INEP/MEC, 2005; TRAMONTIN,
1995; SWARTZMAN E SWARTZMAN, 2002).
Estudos acerca do mercado de trabalho brasileiro também trazem
informações relevantes. Pochmann (2004) enfatiza a posição de que a deterioração
do mercado de trabalho não é contida pela melhoria educacional. O que se percebe
são o desperdício e o desgaste de habilidades educacionais em atividades precárias
e de baixa qualidade. A educação não transforma as relações humanas e nem
tampouco agrega valor à produção no Brasil. Segundo o autor, o jovem entre 15 e
24 anos representa 25% da população economicamente ativa e responde a 50% do
desemprego nacional. As taxas de desemprego se elevaram a um ritmo mais rápido
para os níveis de maior escolaridade entre 1992 e 2002. Para os segmentos com 14
anos de estudo, a desocupação cresceu 76,9%, isto é, três vezes mais que o ritmo
de crescimento do desemprego para os segmentos educacionais com até três anos
de estudo.
Rocha e Granemann (2003, p.38) enfatizam que:
A universidade brasileira, para cumprir seu papel social em um mundo
altamente cambiante, precisa orientar-se para um modelo voltado para a
geração e difusão do conhecimento e para a sua missão de preparar os
cidadãos não apenas para o exercício de uma profissão, mas também para
a vida. (...) Os processos “do pensar e do fazer” não podem ser
desenvolvidos de forma dissociada, privilegiando-se o ensino teórico em
relação às atividades práticas (...).
elaborar planos, definir políticas, traçar objetivos, descrever e apontar metas, estudar
estratégias que proporcionem a possibilidade de algo melhor para a organização. O
modelo de Kotler e Fox (1994) é considerado um dos mais indicados às IES em
função de ter sido criado especificamente para as instituições de ensino. Inicia com
análise ambiental, simultânea com a análise de recursos para, posteriormente,
formular metas, missão e objetivos e finalmente, formular a estratégia e partir para
os projetos organizacionais e de sistemas. O ideal para as IES é que, os
profissionais que participarem do planejamento estratégico contribuam com
apresentação de propostas concretas e idéias ou sugestões que façam a diferença
perante a concorrência e perante os alunos, afinal é interessante a percepção de
uma unidade comprometida com o projeto (ROJO, 2001).
Birnbaum (1989) colabora ao refletir o planejamento das instituições
a partir de suas particularidades. O autor salienta que os aspectos racionais são
menos importantes aos processos de decisão e aos planejamentos das instituições,
e valoriza mais as interações não lineares, onde existem subgrupos que obtém
múltiplas interpretações da realidade, vários significados e, portanto, diferentes
respostas. Nesta perspectiva, o autor restringe o uso de ferramentas estratégicas
comumente utilizadas em outros segmentos organizacionais. Segundo o autor,
embora existam regras e objetivos a serem cumpridos, não necessariamente são
percebidos e identificados pelas práticas institucionais.
Mintzberg (2004) também aponta para os problemas que existem
quando o planejamento convencional é aplicado em universidades, por exemplo.
Não há a compreensão devida deste tipo de organização profissional e o resultado é
representado através de desperdícios, que podem também serem compreendidos
conforme a linguagem do próprio autor, como tentativas para encaixar os pinos
quadrados do planejamento nos buracos redondos da organização. Na melhor das
hipóteses, os pinos foram danificados – o que demonstra fracasso e perda de tempo
por parte dos planejadores.
Na percepção de Meyer Jr. (2005) as limitações do planejamento
estratégico referem-se às particularidades das IES. Os seus objetivos ambíguos,
bem como a sua forte estrutura burocrática, além da autonomia do corpo docente
tendem a dificultar a idealização do planejamento e a sua execução. Em geral, as
IES assimilam práticas de sucesso em outros ambientes organizacionais, dotados de
63
intangíveis das IES. Os autores defendem que é o capital intelectual que detém
valores como: ética, conhecimento, experiência, capacidade de aprendizagem e
motivação para introduzir inovações. Portanto, segundo Rocha e Granemann (2003),
a estratégia mais eficaz para incrementar os resultados das IES é a incorporação de
competências, mediante a contratação de pessoal qualificado, que poderá
incrementar os resultados dos demais recursos de infra-estrutura e tecnologia.
A abordagem pertinente à gestão de pessoas em IES é incipiente.
Denota-se, portanto, a necessidade de realizar pesquisas, estudos de caso capazes
de reduzir as lacunas teóricas-práticas e amadurecer pontos ainda obscuros ou
inexplorados.
67
3 METODOLOGIA
estudos de caso são descritos como pesquisas exploratórias, usadas em áreas onde
há escassez de teorias ou um conjunto deficiente de conhecimento (COLLIS e
HUSSEY, 2005). É também possível considerar a característica heurística do estudo
de caso, que permite ao pesquisador a compreensão e a descoberta de novos
significados que conduz a repensar o fenômeno sob investigação (GODOY, 2006).
O tema proposto também permite que o estudo de caso realizado
tenha como objetivo a construção de teoria. Godoy (2006) ressalta que neste caso
utiliza-se o raciocínio indutivo no exame do problema durante todo o processo de
coleta e análise de dados. Em função da escassez de teoria não se busca manipular
variáveis nem antecipar resultados por meio de hipóteses estabelecidas. Segundo a
autora, desde a formulação do problema até a interpretação dos resultados, existe
uma flexível interação entre os dados e a teoria.
A opção por estudos de casos múltiplos segue a orientação de Yin
(2001) que sugere que a realização de pelo menos dois estudos de caso aumenta a
chance de realizar um estudo bem sucedido. Segundo o autor, há maior chance de
utilizar a aplicação para outros casos similares. As conclusões analíticas que
emergem de dois estudos de caso são mais contundentes do que as obtidas a partir
de um único. Existe ainda maior chance de generalização, visto que com dois casos
há como tecer distinções e comparações entre as realidades.
O processo de levantamento de dados tem como objetivo aproximar
o pesquisador da realidade pesquisada para obter as informações relevantes à
compreensão do fenômeno que está sendo investigado. Neste processo, serão
utilizadas as técnicas de entrevista e análise documental. Yin (2001) postula a
importância da triangulação para os estudos de caso, utilizando-se fontes múltiplas
de evidência, afinal permite ao pesquisador a constatação de uma diversidade de
questões históricas, comportamentais e de atitudes.
A entrevista destaca-se por ser uma técnica de pesquisa rica e
flexível. Dentre os diversos tipos de entrevista utilizou-se o modelo semi-estruturado,
por ser o mais indicado para os métodos de cunho qualitativo (COLLIS e HUSSEY,
2005). As perguntas das entrevistas semi-estruturadas são mais complexas no
concernente à sua análise. Porém são indicadas para estudos onde há pouco
conhecimento sobre a realidade estudada ou pretende-se uma visão aproximada do
problema pesquisado (GIL, 2002). No caso específico das práticas de gestão de
pessoas nas IES, as entrevistas semi-estruturadas favoreceram resultados mais
70
O que o RH precisa fazer pra ajudar esse nosso cliente nas estratégias que
ele tem, que ferramentas a gente tem que criar para acompanhar o
crescimento desta organização. Agora que isso tudo ta sendo criado. Eu
acho que na gestão anterior, não tinha gestão. Não tinha estratégia, ou se
tinha não era no conceito que a gente trabalha. Isso é muito novo na
organização. Tanto que para implantar a gestão por competências, eu
preciso saber das estratégias das áreas e geralmente eles [os gestores]
79
(...) mas tem outras coisas que a IES tem que ser rápida. Ela vai ter que
encontrar a velocidade necessária. E, além disso, dentro do seu
planejamento, ela se aproximar mais da sociedade. Não da forma como ela
se aproxima hoje. Que ela tem que continuar. Dizer que a universidade não
se aproxima é errado. Ela está muito inserida na sociedade. Mas olhando
para outro lado... Na questão do próprio mercado, das empresas, das
expectativas das pessoas, de se envolver mais com isso. E entender as
mudanças rápidas e tentar, não necessariamente mudar, mas fazer
realinhamentos constantes. (Entrevistado B1; comunicação pessoal;
29/11/2007)
(...) neste caso [encaixa] o discurso que todo mundo fala que tem que estar
alinhado com o planejamento da instituição, se ela quer ser de excelência,
ter pessoas bem qualificadas. Então tudo isto [as ações de cada área] tem
que estar linkado. Então isto que eu sinto hoje. (Entrevistado A2;
comunicação pessoal; 14/06/2007)
Até o final do ano [2007] a gente vai fazer um piloto. Então nós já estamos
com uma consultoria (...) para implantar gestão por competências. Isso aqui
vai mudar tudo. Vão ser eixos de carreira. A definição e a descrição destas
atividades vão ser em função das competências. (Entrevistado A2;
comunicação pessoal; 14/06/2007)
87
[O processo seletivo] ele não ta ali nem pra controlar, nem prá dizer se deve
ou não contratar aquele determinado professor, a gente ta ali para oferecer
uma ferramenta, que dá muito certo com os técnicos administrativos e que
também pode auxiliar muito no processo de contratação de professores.
Tem sito muito bom, a gente tem tido alguns retornos das direções das
unidades, de que tem sido muito bom o processo de escolha do professor,
isso até inclusive na própria sala de aula (...) (Entrevistado B1; comunicação
pessoal; 29/11/2007)
A avaliação de desempenho foi implantada este ano. (...) Como que ela é
realizada. É uma entrevista individual de mais ou menos 1 hora, 1 hora não,
dá mais, quase 2 horas. (...) A gente já sabia que na verdade não seria
nada fácil. Por que? Não existe um lado dos gestores de sentar, olho no
olho com o seu funcionário, de dar feedback, de direcionar, de estabelecer
metas, então você imagina um gestor ter que começar a fazer isso. O
funcionário tem medo, ele tem medo e aí gera uma bola de neve. Nós
vamos insistir nisso, é uma meta da [organização]. Este ano foi só para um
nível de gestão, ano que vem vai ser para toda a organização. Desde o
[nível hierárquico maior] até o [menor]. Nós tivemos que desenvolver um
formulário específico para cada área. (...) Então, são 10 competências de
fatores obrigatórios, que foi só isso que mudou uma ou outra competência
nas avaliações [de acordo com a área] (Entrevistado A1; comunicação
pessoal; 21/06/2007).
Todos os gestores faziam tudo, sem precisar do RH. Meio que uma coisa
assim, de funcionalismo público. Fazem o que acham que pode fazer, o que
acham que é certo fazer, mudam o salário dos funcionários sem antes falar
com o RH, contrata quem quiser, manda para treinamento aonde for, gasta
o quanto quiser. Esta é a consciência, era a consciência que se tinha muito
forte, quando eu cheguei, que eu percebi. (Entrevistado A1; comunicação
pessoal; 21/06/2007)
Então a gente ta tendo que tomar, discutir com o gestor, para ele pensar
bem o que ele está fazendo, dentro do grupo dele. Que antes ele não
pensava, ele não estava habituado, o RH junto com ele, ele não pensava
assim. Hoje a gente ta fazendo ele pensar gestão de pessoas, não só
orçamento. (Entrevistado A2; comunicação pessoal; 14/06/2007).
(...) mas tem outras coisas que ela tem que ser rápida. Ela vai ter que
encontrar a velocidade necessária. E, além disso, dentro do seu
planejamento, ela se aproximar mais da sociedade. Não da forma como ela
se aproxima hoje. Que ela tem que continuar. Dizer que a universidade não
se aproxima é errado. Ela está muito inserida na sociedade. Mas olhando
para outro lado... Na questão do próprio mercado, das empresas, das
expectativas das pessoas, de se envolver mais com isso. E entender as
mudanças rápidas e tentar, não necessariamente mudar, mas fazer
realinhamentos constantes. (Entrevistado B1; comunicação pessoal;
29/11/2007)
94
A idéia é diferente porque antes, o foco antes, não era... existia uma
preocupação, mas não era uma coisa que seguia algum tipo de programa,
projeto, ou idéia, né, era assim um grande departamento de pessoal,
burocrático, né, que tinha recrutamento e seleção, aí não tinha nem área de
comunicação, é nem a preocupação com a parte social. (Entrevistado B3;
comunicação pessoal; 29/11/2007).
Hoje com todo o trabalho, que todo o RH tem feito para mudar isso, de se
fazer respeitar, para ser considerado nas decisões da organização (...) mas
é difícil você mudar, com a perda de poder das pessoas. (...) Mas a gente
lida com esta perda de poder. É o momento da organização. Em que as
pessoas percebem que não podem tomar decisões sozinhas, que elas
precisam, e que o RH existe para isto. E tem um monte de coisa que pode
favorecer estes gestores, que eles não percebem. (...) Os gestores se
expõem muito...Tomam decisões administrativas, por exemplo, um aumento
salarial, que depois vai para o RH e não é permitido. Aí tem que voltar para
a equipe e dizer isto. Então porque que não falou antes? (Entrevistado A1;
comunicação pessoal; 21/06/2007)
Instituição, educação, elas tem um jeito diferente, até porque elas têm que
se submeter a algumas legislações do MEC e tudo mais. (...) Às vezes as
pessoas falam, nossa aqui é lento! Eu venho de uma empresa privada,
[onde esse processo] seria rápido. Mas o resultado se mantém? Eu já vi
casos, a maioria não. Então não é lento. É que ela [a instituição] precisa
fazer aos poucos. Eu preciso ir dando conta e dando respaldo. (Entrevistado
A2; comunicação pessoal; 14/06/2007).
Eu ainda acho que para esta organização poder dizer que é uma empresa,
ainda faltaria, eu acho uns 50% de tudo o que se refere à gestão, RH. Não
que o RH não faz. Mas o que as pessoas podem conhecer do RH, usar do
RH. (Entrevistado A1; comunicação pessoal; 21/06/2007).
Uma prática comum tanto à instituição “A” quanto à instituição “B” foi
diagnosticar a situação atual, mapear processos com o objetivo de compreender o
99
que poderia ser descartado, o que deveria ter mantido ou alterado para atender aos
objetivos estratégicos.
Você elimina gargalo, burocracia, você elimina papelada... E depois você vai
fazer coisa estratégica. Larga estas encrencas que tem no dia a dia. Deixa
mais inteligente, os seus processos. E aí a gente conseguiu reduzir 1/3 de
processos e eu ganhei tempo das pessoas para coisas mais estratégicas.
(Entrevistado A1; comunicação pessoal; 21/06/2007)
Então eu sei aonde eu estou envolvida no processo das pessoas. Então isto
é um trabalho fantástico que a gente teve, de mapear. E já ensinamos
outras áreas da organização a mapear também. Que acaba que você
influencia. (Entrevistado A1; comunicação pessoal; 21/06/2007).
que ser mais incisivo ou não, isto eu to falando no nível de direção, mas
eles vão se desenvolvendo. Tanto que eu vejo diferença de hoje e de um
ano atrás. (Entrevistado A2; comunicação pessoal; 14/06/2007)
GEP
Alinhamento
Horizontal
Alinhamento
Vertical
Diagnóstico da
IES
Planejamento
Estratégico
a) Apoio
Estratégico
c) Coerência
a)
Compreensão
b) Mapeamento
e) Análise
Caracterização
da IES
d) c) Identificação
Reengenharia de Resistências
a) Alinhamento
b) Apoio político
f) Compartilha-
mento
Alinhamento
Vertical
d)
Relacionamento
a) Avaliação
dos Gestores
g) Acompanha- b) Interação
mento entre os
gestores
f) Formalização d) Motivação
e) Gestão
baseada em
Competências
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÕES
6.2 RECOMENDAÇÕES
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