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ETEC JORGE STREET

TRABALHO DE RESISTÊNCIA
DOS MATERIAIS

Ensaios de dureza Rockwell


e dureza Vickers

Gabriel Augusto Druzian Mariano

Professor(es) Orientador(es):
Willian Cesar Kruss

São Caetano do Sul SP


2023
Ensaios de dureza Rockwell
e dureza Vickers

Trabalho de Resistência dos materiais


apresentado como pré-requisito para
obtenção de menção para o 3º
bimestre ___________________.

São Caetano do Sul SP


2023

RESUMO

Os ensaios de dureza Rockwell e Vickers são métodos de medição da dureza


dos materiais. O ensaio Rockwell utiliza a profundidade da impressão deixada por
um penetrador sob carga, com escalas específicas para diferentes materiais,
enquanto o ensaio Vickers baseia-se na área da impressão de um penetrador em
forma de pirâmide. O Rockwell é rápido e versátil, sendo usado em uma variedade
de materiais, enquanto o Vickers é altamente preciso, ideal para materiais frágeis e
análise de microestruturas. A escolha entre eles depende das características do
material e da aplicação desejada. Ambos são fundamentais na garantia de qualidade
e pesquisa de materiais.
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Introdução

A medição da dureza dos materiais desempenha um papel crítico na


avaliação de suas propriedades mecânicas e na garantia de qualidade em diversas
indústrias. Dois métodos amplamente empregados para essa finalidade são os
ensaios de dureza Rockwell e Vickers. Cada um desses métodos possui princípios,
procedimentos e aplicações distintas. O ensaio de dureza Rockwell mede a
profundidade da impressão deixada por um penetrador sob carga, utilizando
diferentes escalas para diversos materiais. Por outro lado, o ensaio de dureza
Vickers avalia a dureza com base na área da impressão deixada por um penetrador
em forma de pirâmide. Nesta exploração, aprofundaremos esses métodos, suas
aplicações específicas e como eles desempenham um papel fundamental na
garantia da qualidade e no desenvolvimento de materiais nas indústrias e pesquisas
científicas.

Objetivos – geral e específico (s)

O texto aborda a importância da medição da dureza dos materiais nas


indústrias e na garantia de qualidade, apresentando os métodos de ensaio de
dureza Rockwell e Vickers. Destaca que esses métodos possuem princípios e
aplicações distintas, com o Rockwell medindo profundidade de impressão e o
Vickers avaliando área de impressão, sendo especialmente adequado para materiais
frágeis. A introdução promete uma exploração mais aprofundada desses métodos e
sua relevância na qualidade e pesquisa de materiais.

Justificativa
A escolha do tema "Ensaios de Dureza Rockwell e Vickers" é justificada pela
sua relevância e importância em várias indústrias e campos de pesquisa. A medição
da dureza dos materiais desempenha um papel fundamental na garantia de
qualidade e no desenvolvimento de materiais em setores como engenharia,
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metalurgia, manufatura e pesquisa científica. Compreender esses métodos de


ensaio é essencial para garantir a qualidade de produtos e a segurança em
aplicações críticas. Além disso, a compreensão das diferenças entre os ensaios de
dureza Rockwell e Vickers ajuda a selecionar o método apropriado para avaliar
diferentes tipos de materiais, tornando-o um tema valioso para quem trabalha com
materiais e controle de qualidade.

Desenvolvimento

Ensaio de Dureza Rockwell:

Princípio de medição:

O ensaio de dureza Rockwell baseia-se na medição da profundidade da impressão


deixada por um penetrador no material sob teste. Esse penetrador pode ser uma
esfera de aço (no caso do ensaio Rockwell B) ou um cone de diamante (no caso do
ensaio Rockwell C). A profundidade da impressão é diretamente proporcional à
dureza do material, o que significa que quanto mais duro o material, menos profunda
será a impressão.

A relação entre a profundidade da impressão e a dureza do material é estabelecida


por meio de uma escala específica, como HRC (para o ensaio Rockwell C) ou HRB
(para o ensaio Rockwell B). Essas escalas são calibradas e padronizadas para
diferentes tipos de materiais, permitindo que os resultados sejam interpretados de
maneira precisa. Por exemplo, um valor de HRC mais alto indica que o material é
mais duro e resistente à penetração.

Um aspecto fundamental do princípio da dureza Rockwell é que ele é não destrutivo.


Isso significa que o ensaio não causa danos significativos à peça testada, pois a
profundidade da impressão é relativamente pequena. Isso é especialmente
importante quando se avaliam componentes ou materiais críticos em aplicações
industriais, onde a integridade da peça não deve ser comprometida.

Além disso, a não destrutividade do ensaio Rockwell permite que ele seja
amplamente utilizado na inspeção de produtos acabados, garantindo que atendam
aos padrões de qualidade e que os materiais utilizados estejam dentro das
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especificações desejadas. Essa característica faz do ensaio Rockwell uma


ferramenta valiosa em setores como a fabricação de aços, componentes
automotivos, indústria aeroespacial e muitos outros, onde a garantia da qualidade e
o desempenho dos materiais são cruciais.

Penetradores:

O ensaio de dureza Rockwell utiliza uma variedade de penetradores, sendo


os mais comuns a esfera de aço (Rockwell B) e o cone de diamante (Rockwell C). A
escolha do penetrador depende da natureza do material a ser testado e da faixa de
dureza esperada. Essa seleção criteriosa é fundamental para obter resultados
precisos e confiáveis. Aqui estão alguns detalhes sobre esses penetradores:

Esfera de Aço (Rockwell B): Este penetrador é frequentemente usado para


materiais mais macios, como ligas de alumínio e metais não ferrosos. A esfera é
geralmente feita de aço endurecido, e sua forma arredondada ajuda a minimizar o
dano à superfície da amostra.

Cone de Diamante (Rockwell C): O cone de diamante é a escolha comum


para materiais mais duros, como aços temperados e outros metais de alta dureza. O
diamante é extremamente resistente e mantém sua forma durante os testes,
tornando-o adequado para medições precisas em materiais de alta resistência.

Cargas e Procedimento:
No ensaio Rockwell, as cargas são aplicadas em duas etapas: uma carga de
pré-carga seguida por uma carga principal. O processo é o seguinte:

Pré-carga: A carga de pré-carga é aplicada inicialmente para garantir que o


penetrador esteja firmemente em contato com a superfície da amostra. Essa carga é
mantida brevemente antes de ser liberada.

Carga Principal: Após a pré-carga, a carga principal é aplicada. A


profundidade da impressão é determinada após a retirada dessa carga principal. A
diferença na profundidade da impressão entre a pré-carga e a carga principal é
usada para calcular a dureza na escala Rockwell apropriada.
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A escolha das cargas principal e de pré-carga depende da escala Rockwell


específica sendo usada e do tipo de material sob teste. As cargas são geralmente
expressas em quilogramas-força (kgf) e estão relacionadas à dureza do material. A
precisão do ensaio Rockwell depende da aplicação cuidadosa dessas cargas e da
seleção apropriada do penetrador, garantindo que os resultados sejam
representativos da verdadeira dureza do material testado.

Escalas Rockwell:

O ensaio de dureza Rockwell utiliza várias escalas, cada uma projetada para
medir a dureza de um grupo específico de materiais. As escalas Rockwell mais
comuns são identificadas por uma letra, e cada letra está associada a uma
combinação única de penetrador e carga, tornando-as adequadas para tipos
específicos de materiais. Aqui estão algumas das escalas Rockwell mais
amplamente utilizadas e suas aplicações:

Rockwell B (HRB): Esta escala é frequentemente usada para medir a dureza


de metais mais macios, como alumínio, cobre e ligas de latão. O penetrador esférico
de aço é usado com uma carga específica, tornando-a apropriada para materiais
que não são excessivamente duros.

Rockwell C (HRC): A escala Rockwell C é comumente aplicada em aços


temperados e outros materiais de alta dureza. Um cone de diamante é usado como
penetrador, tornando-a adequada para materiais extremamente duros, incluindo
aços ferramenta e outros metais endurecidos.

Rockwell A (HRA): Esta escala é menos comum, mas é usada para medir a
dureza de materiais mais frágeis, como aços austeníticos e materiais cerâmicos. Ela
utiliza um penetrador cônico de diamante e cargas específicas para materiais menos
densos.

Rockwell D (HRD): A escala Rockwell D é usada principalmente para medir a


dureza de materiais mais espessos, como peças fundidas e materiais que não
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podem ser testados com as escalas B e C devido à sua espessura. Ela usa um
penetrador de esfera de aço e cargas apropriadas.

Rockwell E (HRE): Esta escala é específica para materiais muito finos, como
películas e folhas muito finas de metal. Também utiliza um penetrador de esfera de
aço, mas com cargas adequadas para minimizar o impacto na amostra.

Cada escala Rockwell é calibrada e padronizada para fornecer resultados


precisos em sua faixa específica de dureza. A escolha da escala correta depende do
tipo de material a ser testado e das especificações de dureza requeridas. Isso torna
o ensaio Rockwell uma ferramenta versátil para medir a dureza em uma ampla
variedade de aplicações industriais, garantindo que os materiais atendam aos
padrões de qualidade e desempenho necessários.

Certamente, vou expandir sobre as aplicações e vantagens do ensaio de


dureza Rockwell:

Aplicações do Ensaio de Dureza Rockwell:

O ensaio de dureza Rockwell desempenha um papel crucial em diversas


indústrias devido à sua versatilidade e capacidade de avaliar a dureza de materiais e
componentes de maneira eficiente. Algumas das principais aplicações incluem:

Metalurgia: Na indústria metalúrgica, o ensaio Rockwell é usado para verificar


a dureza de ligas metálicas, aços, fundições e outras peças metálicas. Isso é
essencial para garantir que os materiais tenham a resistência necessária para
suportar cargas e condições de serviço específicas.

Engenharia Mecânica: Em engenharia mecânica, o ensaio Rockwell é


empregado para avaliar a qualidade de componentes mecânicos, como
engrenagens, molas, eixos e rolamentos. A dureza adequada é fundamental para
garantir o desempenho e a durabilidade desses componentes.
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Indústria Automotiva: A indústria automotiva utiliza o ensaio Rockwell para


verificar a dureza de peças automotivas, como pistões, válvulas e componentes do
sistema de transmissão. Isso ajuda a manter altos padrões de segurança e eficiência
nos veículos.

Controle de Qualidade: O ensaio Rockwell é uma ferramenta valiosa para o


controle de qualidade em várias indústrias. Ele permite que as empresas certifiquem-
se de que seus produtos atendam às especificações de dureza necessárias,
garantindo a conformidade com normas e regulamentos.

Vantagens do Ensaio de Dureza Rockwell:

Simplicidade e Rapidez: O ensaio Rockwell é notável por sua simplicidade


operacional e rapidez. Os resultados podem ser obtidos em questão de segundos,
tornando-o eficiente em ambientes de produção e inspeção.

Versatilidade: A variedade de escalas Rockwell permite que o ensaio seja


aplicado a uma ampla gama de materiais, desde metais mais macios até ligas
extremamente duras. Isso o torna flexível e adequado para diferentes tipos de
amostras.

Repetibilidade: O ensaio Rockwell é conhecido por fornecer resultados


consistentes e repetíveis quando realizado corretamente. Isso é crucial para a
garantia da qualidade e para a avaliação precisa das propriedades dos materiais.

Não Destrutivo: A impressão deixada na superfície da amostra é pequena e


não causa danos significativos, tornando-o um método não destrutivo, o que é
importante quando se avaliam componentes críticos.

O ensaio de dureza Rockwell é uma ferramenta confiável e amplamente


utilizada para avaliar a dureza de materiais em diversas indústrias. Sua simplicidade,
rapidez e capacidade de medição versátil o tornam uma escolha valiosa para
garantir a qualidade e o desempenho de materiais e componentes em uma
variedade de aplicações industriais.
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Vamos expandir sobre o procedimento de teste do ensaio de dureza Rockwell


para fornecer uma compreensão mais detalhada de como ele é realizado:

Procedimento de Teste Rockwell:

Preparação da Amostra: O processo começa com a preparação da amostra


que será testada. A superfície da amostra deve estar limpa e plana para garantir um
contato adequado entre o penetrador e a superfície. Em muitos casos, não é
necessário realizar um polimento prévio da amostra, o que economiza tempo e
recursos em comparação com alguns outros métodos de teste de dureza.

Seleção do Penetrador e da Escala: Com a amostra pronta, é feita a seleção


do tipo de penetrador e da escala Rockwell apropriados com base no tipo de
material e na faixa de dureza esperada. Como mencionado anteriormente, a escolha
do penetrador e da escala é fundamental para garantir resultados precisos.

Aplicação da Carga de Pré-carga: O próximo passo é a aplicação da carga de


pré-carga. Essa carga menor é usada para garantir que o penetrador esteja
firmemente em contato com a superfície da amostra antes de aplicar a carga
principal. A pré-carga ajuda a eliminar qualquer folga ou espaço entre o penetrador e
a amostra, o que é fundamental para obter resultados precisos.

Aplicação da Carga Principal: Após a pré-carga, a carga principal é aplicada


de maneira uniforme sobre o penetrador. Essa carga principal é mantida por um
período de tempo especificado. Durante esse período, ocorre uma deformação
elástica e plástica na superfície da amostra devido à penetração do penetrador. A
profundidade dessa deformação é diretamente relacionada à dureza do material.

Medição da Profundidade da Impressão: Após a retirada da carga principal, a


profundidade da impressão é medida automaticamente pelo aparelho de teste
Rockwell. A medição é feita com alta precisão, permitindo determinar com exatidão a
profundidade da deformação na amostra.
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Leitura da Dureza: A diferença entre a profundidade da impressão após a


carga de pré-carga e a profundidade após a carga principal é usada para calcular a
dureza na escala Rockwell específica escolhida. Os resultados são exibidos na
escala Rockwell apropriada, como HRC ou HRB.

O procedimento de teste Rockwell envolve uma série cuidadosamente


controlada de etapas, desde a preparação da amostra até a aplicação das cargas e
a medição da profundidade da impressão. Essa abordagem controlada e
padronizada permite obter resultados confiáveis e repetíveis de dureza, tornando o
ensaio de dureza Rockwell uma ferramenta valiosa para avaliar as propriedades dos
materiais em uma ampla variedade de aplicações industriais.

Ensaio de Dureza Vickers

Princípio de Medição do Ensaio de Dureza Vickers:

O ensaio de dureza Vickers é um método que se baseia na medição da


dureza de um material com base na área da impressão deixada por um penetrador
em forma de pirâmide com um ângulo de 136 graus entre as faces. A chave para a
precisão do ensaio Vickers reside na aplicação controlada de uma carga durante um
período de tempo definido. Aqui estão os detalhes desse princípio:

Penetrador em Forma de Pirâmide: O penetrador Vickers possui a forma de


uma pirâmide com um ângulo de 136 graus entre as faces opostas. Essa forma
geométrica é fundamental para a obtenção de resultados precisos de dureza, pois
cria uma impressão quadrangular bem definida na superfície da amostra.

Carga Constante e Uniforme: A aplicação de uma carga é feita de forma


constante e uniforme sobre o penetrador. Essa carga é normalmente expressa em
quilogramas-força (kgf) e é mantida durante um período de tempo específico. A
aplicação controlada da carga garante que a deformação na amostra seja
consistente e controlada, independentemente do tipo de material.
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Impressão Quadrangular: A aplicação da carga resulta em uma impressão


quadrangular na superfície da amostra, com cantos bem definidos. Essa impressão
é caracterizada por quatro diagonais que se cruzam no centro da marca de teste.

Cálculo da Dureza: A dureza Vickers é calculada com base na área da


impressão deixada pelo penetrador. A fórmula utilizada para calcular a dureza
Vickers leva em consideração as medidas das diagonais da impressão. A unidade
de medida resultante é a HV (Vickers Hardness), que é uma unidade universal de
dureza independente do material, tornando os resultados altamente comparáveis.

Alta Precisão: O ensaio Vickers é conhecido por sua alta precisão na medição
da dureza. A impressão quadrangular bem definida e o cálculo preciso da área da
impressão contribuem para resultados confiáveis, tornando-o particularmente
adequado para pesquisa metalúrgica, análise de microestruturas e avaliação de
materiais frágeis, como cerâmica e vidro.

O ensaio de dureza Vickers é baseado na medição da área da impressão


deixada por um penetrador em forma de pirâmide, com a aplicação controlada de
uma carga constante e uniforme. Essa abordagem oferece uma precisão
excepcional na avaliação da dureza de uma ampla gama de materiais, tornando-o
um método valioso em pesquisa metalúrgica, controle de qualidade e análise de
materiais frágeis.

Unidade de Medida HV (Vickers Hardness):

A unidade de medida utilizada no ensaio de dureza Vickers é HV, que


representa "Vickers Hardness". Essa unidade é calculada com base na relação entre
a carga aplicada e a área da impressão deixada pelo penetrador em forma de
pirâmide. Aqui está uma explanação mais detalhada sobre essa unidade e sua
importância:

Independência do Material: Uma das características mais notáveis e valiosas


da unidade HV é que ela é independente do material testado. Isso significa que a
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mesma unidade de medida HV pode ser aplicada a uma ampla variedade de


materiais, sejam eles metais, cerâmicas, polímeros ou qualquer outro. Isso simplifica
significativamente a comparação direta da dureza entre diferentes materiais,
independentemente de suas propriedades intrínsecas.

Facilidade de Comparação: Como a unidade HV não varia com o tipo de


material, os resultados do ensaio Vickers em HV podem ser facilmente comparados
entre diferentes amostras ou materiais. Isso é fundamental em aplicações onde a
dureza é um fator crítico, como na seleção de materiais para aplicações específicas.

Padronização: A unidade HV é padronizada e amplamente aceita em todo o


mundo, tornando-a uma medida confiável e reconhecida internacionalmente da
dureza dos materiais. Essa padronização é essencial para garantir que os resultados
do ensaio sejam consistentes e compreensíveis em diversos contextos.

Precisão e Repetibilidade: A relação entre a carga e a área da impressão, que


forma a base da unidade HV, oferece uma precisão excepcional na medição da
dureza. Os resultados do ensaio Vickers são altamente repetíveis, o que é crucial
em aplicações de controle de qualidade e pesquisa de materiais.

Ampla Aplicação: Devido à independência do material e à precisão, o ensaio


de dureza Vickers é amplamente utilizado em uma variedade de setores, incluindo
engenharia, metalurgia, ciência dos materiais e indústria de manufatura. É
especialmente valioso quando a análise precisa de microestruturas e a comparação
de materiais com diferentes propriedades são necessárias.

A unidade HV no ensaio Vickers é uma medida universal e confiável da


dureza dos materiais, independentemente de sua composição. Isso simplifica a
comparação entre diferentes materiais, tornando-o uma ferramenta valiosa na
avaliação de dureza em várias aplicações industriais e científicas.

Com certeza, vou expandir sobre as aplicações específicas do ensaio de


dureza Vickers e por que ele é particularmente vantajoso para materiais frágeis,
pesquisa metalúrgica e análise de microestruturas:
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Aplicações Específicas do Ensaio de Dureza Vickers:

Materiais Frágeis: O ensaio Vickers é altamente adequado para materiais


frágeis, como cerâmica, vidro e materiais compostos. Materiais frágeis tendem a se
quebrar ou lascar quando submetidos a testes de dureza mais agressivos, como o
ensaio Rockwell. A aplicação controlada da carga e a geometria da impressão
quadrangular do ensaio Vickers minimizam o risco de danos à amostra, tornando-o
ideal para avaliar a dureza desses materiais delicados.

Microestruturas: Em pesquisa metalúrgica e análise de microestruturas, a


precisão é essencial. O ensaio Vickers brilha nessas aplicações devido à sua
capacidade de realizar medições em pequenas áreas, como microestruturas em
amostras metalográficas. Isso é fundamental para entender as propriedades dos
materiais em escala microscópica e para desenvolver ligas metálicas com
características específicas.

Materiais Finos: O ensaio Vickers é especialmente útil na avaliação de


materiais finos, como folhas metálicas e películas. Sua aplicação controlada de
carga minimiza o risco de deformação excessiva ou ruptura desses materiais
delicados, fornecendo resultados precisos em materiais de espessura reduzida.

Controle de Qualidade de Materiais Compostos: Em indústrias que utilizam


materiais compostos, como aeroespacial e fabricação de compósitos, o ensaio
Vickers desempenha um papel fundamental no controle de qualidade. Ele permite
avaliar a dureza dos componentes de compósitos e garantir que eles atendam às
especificações de projeto.

Comparação de Revestimentos: O ensaio Vickers é útil na comparação de


dureza de revestimentos aplicados em superfícies metálicas, como tratamentos de
superfície e revestimentos protetores. Isso auxilia na seleção dos revestimentos
mais adequados para aplicações específicas, onde a resistência ao desgaste e a
durabilidade são críticas.
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O ensaio de dureza Vickers é altamente versátil e encontra aplicações em


uma variedade de cenários, mas brilha especialmente em situações onde materiais
frágeis, análise de microestruturas e medições precisas são necessárias. Sua
capacidade de avaliar a dureza de materiais delicados com confiabilidade o torna
uma ferramenta indispensável em pesquisas científicas e na indústria.

Precisão e Sensibilidade do Ensaio de Dureza Vickers:

Detecção de Variações Subtis: O ensaio Vickers é notável por sua alta


precisão e sensibilidade. Isso significa que ele pode detectar pequenas variações na
dureza de um material, mesmo em escalas microscópicas. Essa capacidade de
medição extremamente precisa é essencial em situações em que é necessário
compreender as propriedades mecânicas detalhadas de um material.
Análise de Microestruturas: Em pesquisas metalúrgicas e análises de
microestruturas, as variações na dureza podem revelar informações críticas sobre a
estrutura do material. O ensaio Vickers é capaz de mapear a distribuição de dureza
em uma amostra, destacando áreas com diferentes características microestruturais,
como grãos de diferentes tamanhos, inclusões ou regiões tratadas termicamente.

Desenvolvimento de Ligas Metálicas: Para a indústria de materiais, a


sensibilidade do ensaio Vickers é inestimável. Ele permite a otimização de ligas
metálicas, detectando variações na dureza que podem afetar o desempenho do
material em aplicações específicas. Isso é essencial na concepção de ligas para uso
em componentes críticos, como turbinas de avião, onde a resistência e a
durabilidade são fundamentais.

Controle de Qualidade Preciso: Em aplicações de controle de qualidade, a


alta precisão do ensaio Vickers garante que os materiais atendam a especificações
rigorosas. Ele é usado para verificar a consistência na dureza de lotes de produção,
identificar variações em materiais recebidos e garantir que os produtos finais estejam
dentro dos padrões de qualidade desejados.

Detecção de Problemas Potenciais: A capacidade de detectar pequenas


diferenças na dureza também pode ser usada para identificar problemas potenciais
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em materiais ou componentes. Por exemplo, variações na dureza podem indicar


falhas no processo de tratamento térmico, problemas de metalurgia ou defeitos
estruturais.

Pesquisa e Desenvolvimento Avançados: Em campos como a nanotecnologia


e a pesquisa de materiais avançados, a sensibilidade do ensaio Vickers é crucial.
Ele permite a caracterização precisa de materiais em escalas nanométricas, onde
pequenas variações na dureza podem ter um impacto significativo nas propriedades
do material.

A alta precisão e sensibilidade do ensaio de dureza Vickers são atributos


críticos que o tornam essencial em uma variedade de aplicações, desde pesquisa
científica e desenvolvimento de materiais até controle de qualidade industrial. Sua
capacidade de detectar e medir variações sutis na dureza é fundamental para
entender as propriedades mecânicas detalhadas dos materiais e garantir o
desempenho adequado em uma ampla gama de aplicações.

Certamente, vou expandir sobre o procedimento de teste do ensaio de dureza


Vickers para fornecer uma compreensão mais completa:

Procedimento de Teste Vickers:

O ensaio de dureza Vickers é um procedimento que envolve a aplicação


controlada de uma carga sobre um penetrador em forma de pirâmide, resultando em
uma impressão quadrangular com cantos bem definidos. Aqui estão os detalhes do
procedimento:

Preparação da Amostra: Antes de iniciar o teste, a amostra a ser testada deve


ser adequadamente preparada. A superfície da amostra deve estar limpa e plana
para garantir um contato adequado com o penetrador. Em muitos casos, não é
necessário um polimento prévio, mas a superfície deve ser livre de sujeira, óleo ou
outros contaminantes.
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Seleção do Penetrador: O penetrador Vickers possui a forma de uma pirâmide


com um ângulo de 136 graus entre as faces opostas. Ele é feito de diamante ou
material extremamente duro. A seleção do penetrador é importante, e sua geometria
é fundamental para a obtenção de uma impressão precisa.

Aplicação da Carga: Uma carga específica, expressa em quilogramas-força


(kgf), é aplicada uniformemente sobre o penetrador. A carga é mantida
constantemente durante um período de tempo definido. A aplicação controlada da
carga é essencial para garantir resultados precisos e reprodutíveis.

Formação da Impressão: A aplicação da carga resulta na formação de uma


impressão quadrangular na superfície da amostra. Esta impressão é caracterizada
por quatro cantos bem definidos e quatro diagonais que se encontram no centro da
marca de teste. A geometria da impressão é fundamental para o cálculo da dureza
Vickers.

Medição das Diagonais: Após a formação da impressão, as diagonais da


marca de teste são medidas com alta precisão usando um microscópio ou um
sistema de medição óptica. As medidas das diagonais são registradas com precisão.

Cálculo da Dureza: A dureza Vickers é calculada com base nas medidas das
diagonais. A fórmula utilizada considera a relação entre a carga aplicada e a área da
impressão, resultando na unidade HV (Vickers Hardness). A unidade HV é
independente do material e fornece uma medida precisa da dureza da amostra.

O ensaio de dureza Vickers envolve a aplicação controlada de carga sobre


um penetrador em forma de pirâmide para criar uma impressão quadrangular. A
medição precisa das diagonais dessa impressão é crucial para o cálculo da dureza
Vickers, uma unidade universal que permite avaliar a dureza de materiais em várias
aplicações, desde pesquisa científica até controle de qualidade industrial.

Conclusão:
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Em resumo, os ensaios de dureza Rockwell e Vickers são métodos valiosos


para avaliar a dureza de materiais, com princípios de medição distintos. O ensaio
Rockwell se concentra na profundidade da impressão, usando diferentes
penetradores e cargas, enquanto o ensaio Vickers calcula a dureza com base na
área da impressão usando um penetrador em forma de pirâmide. A escolha entre
esses métodos depende das propriedades do material e dos requisitos do teste,
sendo o ensaio Vickers preferido para materiais frágeis e análises detalhadas,
enquanto o ensaio Rockwell é utilizado em metais e quando eficiência é primordial.
Ambos desempenham papéis essenciais na caracterização de materiais em diversas
indústrias.

Referências:

SILVA, A.L.V. da Costa; MEI, P.R. Aços e Ligas Especiais, Eletrometal Metais
Especiais S.A., Sumaré, SP, 1988, 528 p.

ROCHA, Marcio R. Apresentação dos materiais metálicos. 2º Semestre de 2016. 60


slides. Material apresentado para a disciplina de Materiais Metálicos e suas
Aplicações no curso de Engenharia de Materiais da UFSC, campus Blumenau.

GERDAU. Manual de Aços Especiais - Aços Construção Mecânica. 76p. Disponível


em:https://www.gerdau.com/pt/productsservices/pro ducts/Document%20Gallery/AE
P-Acos_Construcao Mecanica.zip. Acessado em 11 de setembro de 2018.

CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos


térmicos, principais tipos. 6. Ed. Ampliada e revista. São Paulo: Associação
Brasileira de Metais, 1990.576p.

VILLARDO, Roberto. Apostila de Laboratório de Metalografia e Ensaios dos


Materiais. 17p. 2013. Material apresentado para o curso de Engenharia Mecânica da
universidade Estácio.

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