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Sumário
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 5

INTRODUÇÃO AOS ELEMENTOS DA LÓGICA MATEMÁTICA I ......................................................................... 6

ELEMENTOS HISTÓRICOS I ........................................................................................................................... 7

§ 1. PRIMÓRDIOS I.................................................................................................................................... 8

§ 2. PRIMÓRDIOS II................................................................................................................................... 9

§ 3. PRIMÓRDIOS III ................................................................................................................................ 10

ELEMENTOS HISTÓRICOS II..................................................................................................................... 12

§ 1. ORIGENS I ........................................................................................................................................ 13

§ 2. ORIGENS II ....................................................................................................................................... 14

§ 3. ORIGENS III ...................................................................................................................................... 15

PRIMÓRDIOS PANORÂMICOS HISTÓRICOS III ............................................................................................. 17

§ 1. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA I .................................................................................................... 18

§ 2. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA II.................................................................................................... 19

§ 3. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA III................................................................................................... 20

§ 4. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA IV .................................................................................................. 21

PRIMÓRDIOS PANORÂMICOS HISTÓRICOS IV ............................................................................................. 23

§ 1. REPRESENTAÇÃO DE UM CONCEITO................................................................................................. 24

§ 2. EXTENSÃO OU COMPREENSÃO I ....................................................................................................... 25

§ 3. EXTENSÃO OU COMPREENSÃO II ...................................................................................................... 26

§ 4. REPRESENTAÇÃO DE UM TERMO OU CONCEITO II ................................................................................ 27

AS PROPOSIÇÕES SIMPLES OU CATEGÓRICAS............................................................................................. 29

EXEMPLO 1 - OS ELEMENTO DA CONCEITUAÇÃ ARISTOTÉLICA. .......................................................... 30

§ 1. SENTENÇAS ABERTAS I ......................................................................................................................... 33

§ 2. SENTENÇAS ABERTAS II ........................................................................................................................ 34

§ 3. QUANTIFICAÇÃO DE SENTENÇAS ABERTAS ........................................................................................... 36

§ 3. O CONTEÚDO DAS PROPOSIÇÕES SIMPLES I ..................................................................................... 39

§ 4. O CONTEÚDO DAS PROPOSIÇÕES SIMPLES II ........................................................................................ 41

DIAGRAMA DE UMA PROPOSIÇÃO ............................................................................................................. 43

LEITURAS DE UM ARGUMENTO.................................................................................................................. 51

§ 1 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO I ................................................................................................. 52

§ 2 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO II ................................................................................................ 53

§ 3 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO III ............................................................................................... 54


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§ 4 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO IV ............................................................................................... 55

§ 5 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO V ................................................................................................ 57

PRINCÍPIOS LÓGICOS FUNDAMENTAIS ....................................................................................................... 66

OS CONECTIVOS E, OU E A NEGAÇÃO NÃO ................................................................................................. 73

§ 1 – A NEGAÇÃO não. ............................................................................................................................ 74

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 107

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INTRODUÇÃO

Desde tempos imemoriais observamos os acontecimentos naturais..


Milhares de anos ensinam que contar é comparar entre dois conjuntos qual é o
que tem maior ou menor quantidade de objetos e a idéia de um conjunto de números
naturais associado às necessidades da contagem faz parte de todas as culturas.
Aprendemos a reconhecer sucessões naturais através de ciclos como o das
estações do ano, a mudança das fases da lua, a disposição das folhas nas plantas, a
freqüência dos batimentos cardíacos ou o ritmo da respiração.
Das possibilidades de leituras do mundo e suas complexidades leituras binárias
tais como dia ou noite, sim ou não, nascer e morrer, quente ou frio, certo ou errado, ou,
verdadeiro ou falso. A apreensão da realidade qualifica-se sob dois estados
mutuamente excludentes cujo fundamento é a constante mudança.
No século IV a.C. a leitura das dualidades empreendida pelo filósofo grego
Aristóteles sistematiza os procedimentos que orientam a razão na busca da verdade e
da validade dos argumentos através de uma disciplina que veio a se denominar Lógica.
Tida como criação do espírito helênico através dos filósofos Parmênides, Zenão
de Eléia e os Sofistas, as raízes da ciência da lógica originam-se também na antiga
Índia. Entretanto é a partir de Aristóteles, cujas idéias se mantiveram predominantes na
construção do pensamento durante mais de vinte séculos, que a lógica toma forma de
um corpo estruturado do conhecimento e forma de todas as ciências.
A partir de Aristóteles os enunciados ganham em clareza e simplicidade.
A conceituação aristotélica ensina que as sentenças que expressam um juízo
devem ter a forma sujeito-verbo ser - predicado onde um termo, o sujeito – a idéia da
qual se afirma algo, – liga-se ao outro, o predicado – a idéia que se afirma do sujeito –
num nível de concordância tal que a asserção ou será verdadeira ou será falsa. Assim
excluem-se concordância lógica as frases exclamativas, interrogativas ou imperativas,
pois estas não podem se classificar em verdadeiras ou falsas.
A conceituação aristotélica vai se tornar a grande intermediária da
linguagem matemática, pois sempre foi óbvio não só aos matemáticos que há
uma mediação entre o que é verdadeiro ou falso nos modos de análise das
regras do discurso e da demonstração.

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INTRODUÇÃO AOS ELEMENTOS DA LÓGICA MATEMÁTICA I

X = X

X  ~ X = 

X = Y  X  Y

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ELEMENTOS HISTÓRICOS I

Desde os tempos de Tales de Mileto e Pitágoras, Platão, Aristóteles e


considerando a obra escrita em Alexandria pelo matemático grego Euclides por volta
de 300 a.C. como início do processo de sistematização do estudo axiomático da
matemática, as fronteiras entre a lógica e a matemática nunca foram delimitadas.
Entre 600 e 300 a.C. o raciocínio como seqüência de deduções fundamentadas
a partir de proposições tomadas como verdadeiras foi sendo assumido como legítimo
pelos pensadores gregos. O conceito é simples: derivar o que é desconhecido daquilo
considerado conhecido ou compor o todo se conhecendo as partes. O processo
contrário, chamado análise, procura decompor o todo em seus elementos constituintes.
A conseqüência desses procedimentos, tornada uma das bases de sustentação da
fundamentação matemática contemporânea, ficou conhecida como Método Axiomático.
Preconizado por Euclides o método axiomático foi problematizado como base de
pesquisa fundamental respectivamente em 1882 e em 1889 pelos geômetras alemães
Moritz Pasch (1862 - 1930) e David Hilbert (1862 - 1943). Entretanto, desde os tempos
de Euclides, tornou-se intuitivo aceitar não só o raciocínio matemático, mas todo
raciocínio axiomático como matemático.
E é relativamente fácil dizer por que, pois para estabelecer uma proposição num
sistema dedutivo é necessário mostrar que ela é conseqüência de certas afirmações
previamente conhecidas ou assim admitidas. Mas cada uma destas afirmações está,
por sua vez, na dependência de afirmações que também deverão estar estabelecidas.
Entretanto, como o sistema que está sendo articulado não pode retroceder numa
seqüência interminável de dependências, concluíram os gregos antigos, um número
finito de afirmações tomadas como verdadeiros chamados axiomas, deve ser o ponto
de partida para fundamentar as proposições que devem integrar o sistema.
Esse modo de raciocínio, precursor do método axiomático contemporâneo,
também chamado Axiomática, ao abstrair o significado inicial de certas afirmações ou
das relações entre essas afirmações, conduz as conseqüências que podem ser
deduzidas por um mesmo tratamento. A segunda importante razão, como instrumento

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de trabalho matemático, permite pesquisar problemas acerca da interdependência ou


independência das afirmações que compõe o sistema.

§ 1. PRIMÓRDIOS I

Do século VI ao século III a.C., durante os 300 primeiros anos de


desenvolvimento da matemática grega, os conceitos matemáticos foram estudados
através das razões lógicas neles contidas e das implicações entre os seus inter-
relacionamentos.
Esse processo, iniciado com Tales e continuidade com Pitágoras, organiza-se
por volta de 300 a.C com os Elementos, obra que procurou coligir todo o conhecimento
sobre geometria e a teoria dos números grega. Sem se limitar por aspectos práticos e
pesquisando os princípios sobre o espaço, eles revelam a verdadeira natureza de uma
demonstração: suas aplicações onde às afirmações não são tão evidentes.
Tales, nascido em Mileto, é dos mais antigos dos grandes pensadores gregos.
De volta a Mileto, após morar no Egito, indo além dos os conhecimentos que aprendera
inicia uma transformação no pensamento quando ensina que as proposições devem
ser demonstradas e não aceitas por algum aspecto prático ou utilitário.
Responsável pelo estudo da geometria na Grécia antiga, as idéias de Tales
tanto contribuem à compreensão da geometria que a ele é creditada a primeira
demonstração da história da matemática: o diâmetro de um círculo divide o circulo em
duas partes iguais. Essa demonstração, diga-se, contém mais do que a evidência:
mostra que as demonstrações não só são possíveis, mas também necessárias.
E mais ainda. Quando demonstra que a soma dos ângulos internos de qualquer
triângulo é dois ângulos retos torna implícito tratar de uma propriedade de todos os
triângulos que não decorre de medições em certos triângulos. Todo desenvolvimento
matemático segue os procedimentos de Tales e Pitágoras, pioneiros do raciocínio
dedutivo na matemática, e todo formalismo que exercitamos é originalmente euclidiano.
Ao conceito de Tales que toda verdade deve ser demonstrada, Euclides inclui
verdades aceitas sem demonstração ao sistematizar a geometria: aquelas chamadas

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axiomas, de enunciado evidente e comum a todas as ciências, como por exemplo, o


todo é igual à soma de suas partes, e aquelas que se denominam postulados.

Significando o que se pede ou está concedido, o que se supõe ou não é


obrigado a demonstrar, os postulados foram usados para as questões da geometria.
Os axiomas, palavra grega que quer dizer juízo, dogma ou noções comuns,
conceito introduzido no raciocínio lógico, segundo se acredita, por Aristóteles, foram
utilizados para denominar todo principio aceito como evidente sobre comparações
entre grandezas.

§ 2. PRIMÓRDIOS II

Para os gregos antigos era inconcebível que alguém duvidasse dos


postulados, mas dúvidas em relação aos axiomas eram tacitamente consentidas.
Quando afirmavam que a soma dos ângulos internos de qualquer triangulo é
igual a dois ângulos retos, não incluíam leis como existe o triângulo, pois entendiam
tratar-se de uma propriedade válida e demonstrável para todos os triângulos.
Considerando aceitar a existência hipotética dos objetos geométricos, exigiam
em relação às quantidades que elas se afirmassem pela existência e unicidade. Para
ilustrar, observe que se x e y são dois números tais que xy = yx é intuitivo ponderar se
tais números existem. Ou, se existe um número a tal que a + x = a, deve existir um
objeto chamado elemento nulo que deve ser único. Enquanto as quantificações exigem
que as questões da existência ou unicidade estejam resolvidas, as leis geométricas
aceitam uma existência hipotética.
Quando Euclides enuncia que o ponto é aquilo que não tem partes a existência
de tal ob-jectum, ou o que está adiante, é solicitado evidente. O ponto assim imaginado
não pode ser dividido, não tem espessura e nem dimensão. Pode-se associá-lo às
representações da marca da grafite de um lápis sobre uma folha de papel ou a visão
que temos da Terra de uma estrela, mas o ponto não existe. O que existe é a idéia de
ponto: uma abstração elementar da construção da estrutura conceitual da geometria. O
espaço, imaginado conjunto de todos os pontos, surge como abstração decorrente
onde a idéia de ponto é o elemento fundamental de construção.

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Segundo Proclo, filosofo grego do século V e primeiro historiador da matemática


pela obra Comentário sobre Euclides, que descreve a geometria grega desde seus
primórdios, elemento significava entre os gregos antigos, proposição de uso amplo e
geral no desenvolvimento de um estudo dedutivo. Assim Aristóteles ensina no livro V
da obra Metafísica: elemento é o primeiro componente imanente do qual é constituída
uma coisa e que é indivisível em outras espécies. E diz: dentre as proposições
geométricas chamaremos de elementos aquelas cujas demonstrações estão contidas
nas demonstrações de todas ou quase todas essas proposições. Para Aristóteles, tudo
aquilo entendido por ser um e pequeno pode servir a muitas coisas explica a certeza
adquirida de que as idéias que são mais universais são mais elementos, pois estão
presentes em muitas coisas ou na maioria delas. Dessa convicção decorre que o um e
o ponto são elementos, pois são considerados de gêneros universais e indivisíveis.

§ 3. PRIMÓRDIOS III

A expressão todos os pontos, lida como tantos quantos puder imaginar, toma
por evidente que o espaço se define através de infinitos pontos.
Segundo os gregos antigos, desde que o espaço se constitui de infinitos pontos
podem-se imaginar dois ou mais pontos sendo ligados de muitos modos através de
linhas. Linhas são figuras que não tem espessura e largura, mas tem comprimento e
podem se estenderem indefinidamente. Euclides considera e define as linhas retas,
toda linha traçada uniformemente com os pontos sobre si e as superfícies planas, toda
superfície traçada uniformemente com suas retas sobre si como construções
fundamentais para iniciar o processo de construção da geometria..
Desde que o espaço se constitui de infinitos pontos Euclides denominou figura
geométrica ou simplesmente figura a tudo aquilo delimitado por qualquer fronteira ou
fronteiras. Assim toda figura se compreende como um conjunto de infinitos pontos e o
próprio espaço pode ser lido como uma figura geométrica. Na lógica euclidiana se um
triângulo é definido como um polígono de três lados, então polígono deve ser entendido
como uma figura e as figuras como objetos constituídos por linhas. Como linha é uma
construção fundamental, o processo de definição se interrompe aí.

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Embora Euclides tenha reconhecido pela necessidade das propriedades não


demonstráveis, axiomas e postulados, ele não considerou a importância lógica dos
termos não-definidos ou, de acordo com a concepção contemporânea dos matemáticos
Bertrand Russel (1872-1970), e Giuseppe Peano (1858–1932) dos conceitos primitivos.
Euclides procura definir todos os termos que utiliza e assim idéias como ponto, reta ou
superfície estão na lista de definições.
Como não se faz mais distinção entre postulados e axiomas, elas se tornaram
sinônimas e se consideram no sentido euclidiano ou, como fizeram Peano e Russel,
significando propriedades intuitivamente evidentes, aceitas independentes de qualquer
comprovação, propriedades não – demonstráveis ou propriedades primitivas.
No sentido que Aristóteles atribui às idéias que são mais universais são mais
elementos, podem se destacar a idéia de ponto na geometria e a idéia de número na
aritmética. Como também se aceita que os objetos matemáticos se organizem em
conjuntos, a idéia de conjunto, um conceito tornado fundamental para todos os ramos
da Matemática, tem o significado de coleção e os seus objetos, quaisquer que sejam,
dizem-se elementos.

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ELEMENTOS HISTÓRICOS II

A partir de cinco axiomas e cinco postulados Euclides organizou um sistema


contendo 465 proposições distribuídas em 13 livros que correspondem aos conteúdos
da geometria plana e espacial da escola média contemporânea.
Segundo especialistas, embora não se conheça nenhum original dos Elementos,
as cópias que nos chegaram parecem ter conservado a autenticidade original, pois as
proposições e demonstrações foram essencialmente mantidas como foram escritos.
A primeira tradução latina completa é de 1120 do filósofo inglês Adelardo de
Bath a partir de uma versão que os árabes fizeram no século VIII das traduções dos
manuscritos bizantinos dos trabalhos gregos.
Desde a invenção da imprensa e até o século XX não só pelas suas mais de
1000 edições, mas por ter sido mantido sem alterações substanciais por quase 23
séculos, os Elementos é o mais influente livro de matemática editado.
A impressão que os seus aspectos formais causaram fez dos Elementos modelo
da forma de apresentação das idéias em ciências e matemática.
Principalmente como idealização de uma estrutura sistêmica fundamentada
pelos processos de raciocínio que se tornaram referência de construção da forma das
teorias matemáticas e modelo do que deve orientar uma demonstração.
Para se ter uma idéia do tratamento dado aos conteúdos desenvolvidos pelos
gregos no estudo do espaço, no espaço geométrico definido por Euclides,
contemporaneamente chamado espaço euclidiano, as figuras são estudadas num
ambiente onde as distancias são preservadas e o movimento é tratado sem
implicações: qualquer figura pode ser deslocada sem alteração de forma ou tamanho.
Os objetos das experimentações espaciais como cordas esticadas, retângulos,
quadrados, triângulos, círculos ou elipses interpretam-se considerando:
I. As formas dos objetos convertidas em abstrações chamadas figuras;
II. As relações entre as figuras são enunciadas através de axiomas e postulados;
III. Definições, axiomas e postulados fixam um sistema ou modelo;
IV. Intermediada pela lógica uma teoria é construída contendo um conjunto de
resultados compatíveis entre si.

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A teoria euclidiana consolida-se através das interações entre um conjunto de


axiomas ou postulados e uma lógica de procedimentos.

§ 1. ORIGENS I

No espaço euclidiano, onde inexistem obstáculos e as relações de inclusão


estão claramente estabelecidas, as proposições tem caráter universal, as
demonstrações não lidam com experimentações e são dedutivas.
Desde os tempos de Euclides as leituras da geometria procuram dar uma
descrição do mundo justificadas por um modelo de estruturas dedutivas precisas.
Nossas experiências diárias contribuem para autenticar o modelo, pois a primeira
leitura que aprendemos do espaço ao nosso redor é conceitualmente euclidiana.
A partir dos Elementos, duas importantes escolas passam a contribuir para
construção do pensamento: aquelas representadas pelos modelos matemáticos do
Egito, Babilônia, Oriente antigo e Índia, predominantemente algorítmica, e a escola
estritamente lógica e dedutiva, originada com os gregos. Enquanto na matemática
grega as estruturas são rigorosamente lógicas e os objetos se caracterizam por
determinadas propriedades, na matemática algorítmica as regras operacionais podem
variar de acordo com as técnicas, instrumentos ou a urgência de um problema. A
matemática grega, organizada sob a forma de um sistema axiomático, trata
fundamentalmente do estudo do espaço. A matemática algorítmica, apresentada sob a
forma de coleções de regras computacionais, trata fundamentalmente dos números.
A matemática dos números tem suas origens com os babilônios, hindus e os
árabes. Os gregos deram aos problemas numéricos conotações geométricas: as
comparações entre quantidades são associadas aos problemas sobre comprimentos
de dois segmentos ou comparações entre áreas. Os babilônios, os hindus e os árabes,
introduzindo símbolos e regras operacionais ao raciocínio tornam possível descrever e
tratar das grandezas em outros níveis de abstração e eficiência da matemática grega.
Mas, característica da cultura matemática oriental, os babilônios, os hindus e os
árabes, que não se preocupavam em demasia com demonstrações, não organizaram
seus conhecimentos acerca dos números num modelo axiomático.

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Assim dos métodos e técnicas das culturas matemáticas gregas e orientais


decorre, por respeito ou circunstância, uma tradição que se estende aos primórdios da
era contemporânea: a geometria é ensinada sob o formato dado por Euclides nos
Elementos e a matemática das quantidades é ensinada como uma coleção de leis e
regras operacionais característicos do ensino da Álgebra ou do Cálculo.

§ 2. ORIGENS II

O processo de adoção dos procedimentos axiomáticos pelos gregos


antigos, segundo se credita, está ligado à primeira das três grandes crises que a
matemática experimentou ao longo de sua história.
No século V a.C. se descobre que nem todas as grandezas geométricas da
mesma espécie são comensuráveis: existem grandezas que não são múltiplas inteiras
de uma outra tomada como unidade de medida. A diagonal d e o lado a do quadrado,
por exemplo, não admitem uma unidade de medida comum, pois d = a 2 e 2 não é
um número racional. A descoberta da existência dos números irracionais pelos
pitagóricos obrigou uma revisão que só foi superada por volta de 370 a.C. com a Teoria
das Proporções de Eudoxo. É a leitura dos incomensuráveis que dá a base necessária
para construção do sistema dos números reais no século XIX por Richard Dedekind e
Karl Theodor Wilhelm Weierstrass
A segunda grande crise advém da criação do Cálculo Diferencial e Integral, uma
concepção de Leibnitz e do físico inglês Isaac Newton através de estudos
independentes. Entretanto as origens do Cálculo estão no século V a.C. quando os
paradoxos de Zenão, discípulo de Parmênides e considerado por Aristóteles o criador
da dialética, procuram reduzir ao absurdo os conceitos de multiplicidade e movimento.
A terceira grande crise é conseqüência dos paradoxos descobertos na teoria dos
conjuntos. Desde 1872 quando Cantor começa a usar a idéia de conjunto para tratar
das questões ligadas ao Infinito os conceitos da teoria dos conjuntos sistematicamente
são absorvidos pela Lógica e pela Álgebra como meio de expressão da linguagem
matemática. Intuitiva, a idéia de conjunto é associada a tudo que percebemos como
lista, coleção, grupo ou classes de objetos, genericamente denominados elementos,
que podem ser números, pontos, pessoas, letras, fatos ou figuras. Exercendo papel

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unificador e influenciando concepções relativas aos fundamentos da matemática, a


descoberta de paradoxos colocou sob suspeita os alicerces da própria matemática.
A partir do final do século XIX, o advento de novas geometrias ou a descoberta
da existência de outras estruturas lógicas e as possibilidades de leituras dos números
naturais ou a geometria euclidiana como modelos fundamentais se consolidam através
do século XX pela organização dos objetos matemáticos em denominações bem
características: conjuntos, grupos, anéis, figuras, números, funções, espaços vetoriais
ou espaços topológicos.

§ 3. ORIGENS III

Como mostra a experiência, as crises se revelam interessantes quando


permitem que os conteúdos se reformulem pelos processos de reconstrução dos
conceitos.
O conhecimento é confrontado pela busca de sentidos e ordem ao caos em que
às idéias parecem estar e todo caminho se assemelha à desordem natural da
experiência. Mas, encontrando diferenças que normalmente não se percebe e relações
entre os agentes da experiência, permite desenvolver raciocínios que se conformam
como escolas do pensamento.
Certamente os estudos para superação das crises na Matemática e as formas
de visão do pensamento matemático estão de muitos modos conjugados. Assim, até
por volta de 1930 os estudos da lógica e da fundamentação matemática foram
compartilhados pelas escolas logicista, intuicionista e formalista, que muitas influências
emprestaram ao pensamento. Daí em diante as três escolas se aproximam, inúmeras
correntes surgem e as especialidades se multiplicam. Até porque na Matemática as
dinâmicas das transformações parecem estar em sintonia com a percepção de Cantor
quando ele afirma que a essência da matemática reside em sua liberdade.
Certamente Cantor solicita que procuremos ver o conhecimento matemático
como de fato ele é: falível, corrigível, tentativo e evolutivo. Numa definição apropriada
dos dicionários a matemática é a ciência das quantidades e do espaço.
Esta declaração, entretanto, apenas toca o cerne das preocupações de grande

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parte dos estudantes sobre o que é matemática ou qual é a finalidade da matemática,


pois cada geração procura uma resposta e cada resposta é confrontada por elementos
tanto individuais quanto coletivos. O matemático francês Jacques Hadamard (1865-
1963) observava que a matemática não é só a mais simples de todas as ciências, mas
também a mais perfeita e a mais antiga.
Certamente a matemática é humanística enquanto arte. É científico-tecnológico
quando aplicada. É platônica se imaginamos que os seus objetos de estudo existem
independentes das pessoas.
É construtivista, quando consideramos como objeto matemático somente
aqueles que podem ser obtidos por uma seqüência finita de construções.
É formalista, quando se enuncia através dos conceitos primitivos, axiomas,
postulados, definições e teoremas.

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PRIMÓRDIOS PANORÂMICOS HISTÓRICOS III

O filósofo grego Aristóteles é considerado o primeiro pensador a sistematizar


as regras que orientam a razão na busca da verdade e da validade dos argumentos.
Discípulo de Platão, com quem estudou dos 17 aos 37 anos, Aristóteles, fundou
em Atenas no ano de 355 a.C. o Liceu, sistema educacional que ficava próximo ao
templo dedicado ao deus Apolo Lício. As despesas do Liceu eram asseguradas pelas
contribuições de particulares e da corte macedônica, pois dos discípulos nada se
cobrava. Da corte macedônica, através de Alexandre o Grande, de quem Aristóteles foi
tutor, em respeito e afinidade ao preceptor de sua juventude, chegavam também
valiosas contribuições de materiais que os estudiosos que acompanhavam as
campanhas de Alexandre iam recolhendo.
Também chamada escola peripatética, pois Aristóteles costumava expor suas
idéias ao ar livre passeando com os alunos sob a sombra das árvores das avenidas de
que dispunha o local, o sistema educacional do Liceu, voltado para as pesquisas das
ciências, ensinava a desenvolver a investigação dos fenômenos naturais com base na
experimentação. O ensinamento de Aristóteles, que aborda vastos campos do
conhecimento, é proveniente das anotações dos seus alunos organizados em quatro
grandes grupos de obras. Uma delas, sob a denominação Organon, inaugura o estudo
da disciplina que os séculos denominaram Lógica.
Aristóteles organizou, sistematizou e ampliou o conhecimento cientifico da
Antiguidade através de modelos que se tornaram as principais bases de visão do
universo. A Lógica Matemática e as lógicas contemporâneas fundamentam-se ou
surgiram como crítica a lógica aristotélica, também chamada Clássica.
Embora todos tenham motivações para descobrir a verdade e uma aptidão
natural que se revela como bom senso, através da lógica pode-se aprender a
determinar a partir das informações disponíveis sobre um dado assunto, se as
conclusões que inferimos são válidas e o que pode ser entendido como verdade.
Melhor se temos como converter as informações para a linguagem que lhe é própria.
Apesar da variedade dos elementos da lógica contemporânea, o estudo das
estruturas lógicas da Matemática desenvolve-se através dos conceitos, juízos ou

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relações e o raciocínio. Estes, por sua vez, representam-se, quaisquer que sejam os
meios, como termo, proposição e argumento. Assim, enquanto a proposição é a
expressão de um juízo, o argumento é a expressão de um raciocínio.

§ 1. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA I

A preocupação fundamental da Lógica foi compreender a análise do


raciocínio desde a formação da idéia até a elaboração dos argumentos.
Quando alguém afirma que a porta está aberta, está implícito que a idéia de
porta e o conceito de estar aberto são evidentes. Mas, ao se afirmar que a medida da
circunferência da Terra é, aproximadamente, 40.000 km ou, que toda função limitada e
contínua por partes num intervalo fechado [a, b] é Riemann-Integrável neste intervalo,
pressupõe que os conceitos constituintes estão claramente estabelecidos.
Certamente algumas idéias são aceitas com tanta naturalidade que dispensam
explicações ou definição. Entretanto, quando as sentenças procuram descrever ou
argumentar, elas transmitem informações que podem exigir justificativas. Enquanto a
sentença a porta está aberta pode dispensar qualquer explicação, a afirmação que
declara o valor da medida da circunferência da Terra requer comprovação.
Comprovar uma sentença é estabelecer uma conexão entre a afirmativa
elaborada a partir de outras previamente conhecidas. Mais precisamente, é construir
um conjunto de nome argumento, constituído de n+1 sentenças, cada uma delas
chamada premissa, de modo que aquela que requer justificativa é chamada conclusão.
Mais detalhadamente, designando por P1, P2, . ., Pn e C, n + 1 sentenças dadas, um
argumento é toda sequência finita de premissas P1, P2, P3, . . . , Pn, onde C,
consequência de P1, P2, P3,... é a conclusão.
Para usar uma expressão do lógico matemático norte-americano Alfred Tarski
(1902–1983), pode-se distinguir na elaboração de um argumento dois níveis de
discurso: a linguagem da qual se fala, chamada linguagem-objeto, e a linguagem com a
qual se fala, denominada metalinguagem.
Na Matemática, onde as conclusões se apresentam como consequência de
certas premissas admitidas como verdadeiras chamadas hipóteses [hypo (subjazer) +
thesis (idéia, teoria)] ou conjunto de dados, os pensamentos, expressos numa

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linguagem própria e característica, necessitam de uma linguagem auxiliar, ou


metalinguagem, para tornarem-se compreensíveis.
A parte de uma linguagem usual como metalinguagem que apresenta interesse
para expressar os conceitos matemáticos na construção de uma hipótese é
exatamente aquela constituída por sentenças declarativas que podem ser classificadas,
segundo um, e somente um, dos valores lógico verdadeiro ou falso.

§ 2. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA II

Nas vertentes do desenvolvimento da lógica, os megáricos, da escola de


Mégara (Sicilia, 450 a.C–380 a.C), fundada pelo filósofo grego Euclides, o Socrático, e
os estóicos, da escola Estóica, fundada por Zênon de Cítio (335 a.C - 264 a.C),
discípulo de Euclides o Socrático, empregaram nomenclaturas e desenvolveram
estudos considerados continuidade dos ensinamentos que não se encontravam em
Aristóteles.
No entanto, rivalidades entre estóicos e aristotélicos impediram que essas
abordagens se reunissem numa só teoria. Após o período estóico segue-se longo
período ao qual se credita dedicado ao aperfeiçoamento das técnicas e ensino da
Lógica com destaque aos elementos de união entre as lógicas aristotélica e estóica.
No período medieval ocidental as tradições se dão mais pelos conteúdos que as
controvérsias teológicas significaram. Predominante até o século XVII, as tradições
medievais dividiram o estudo da Lógica em dois grandes grupos: Lógica Menor ou
Formal e Lógica Maior ou Material. A Lógica Menor, absorvida pelas ciências e filosofia,
estuda a forma dos argumentos. A Lógica Maior se ocupa em determinar o conteúdo
ou a veracidade das proposições contidas num argumento.
Entretanto, às idéias de Aristóteles pouco se acrescentou até o século XVI.
Coube ao matemático alemão Gottfried Wilhem Leibnitz (1646–1716) as
primeiras antecipações dos estudos que viriam a se tornar no século XIX,
fundamentalmente devido aos trabalhos do matemático inglês Geoge Boole (1815 -
1864), do matemático inglês de origem hindu Augustus de Morgan (1806 - 1871) e do
matemático alemão Gottlob Frege (1848 - 1925), uma nova forma de lógica: a Lógica

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Simbólica Clássica, Lógica Abstrata ou Lógica Matemática.


Leibniz, um dos precursores do sistema binário, a partir de 1666 propõe idéias
inovadoras às quais chamou lógica matemática e utilizou em vários trabalhos. Mas,
como não as publicou, sua importância passou ignorada por seus contemporâneos.
Leibnitz construiu a primeira máquina calculadora que realizava multiplicações.
Projetada para operar com números na base 10, não chegou a ser convertida para
operar no sistema de base 2.
Números na base 2, diga-se, comportam muitos algarismos 0 e 1. Por exemplo,
o número 10 na base 2, (10)2, escreve-se como 1010 (leia-se um zero um zero), (100)2
=1100100; (533)2 =1011011101; (15752)2 = 1110110001000.

§ 3. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA III

É Leibnitz quem vê que a Lógica é uma Álgebra ou que a Álgebra é uma


Lógica.
Critico da lógica aristotélica ao considerar que ela mostra verdades conhecidas,
mas não revela novas verdades, Leibnitz foi o primeiro pensador a perceber que as leis
do pensamento contêm decodificações essencialmente algébricas ou que a lógica é
uma espécie de álgebra ou que a álgebra é uma lógica.
As preocupações de Leibnitz na busca de uma linguagem matemática
logicamente universal iniciam procedimentos de criação de símbolos universais num
simbolismo reduzido com o objetivo de orientar o processo do raciocínio formulando
conceitos que facilitem as operações lógicas.
Por tudo isso é importante que se note que até então, desde os tempos de
Aristóteles, o raciocínio lógico era totalmente desenvolvido com o uso da linguagem
corrente e Leibnitz foi o primeiro pensador a ter a idéia de usar uma linguagem artificial
para significar a estrutura dos pensamentos.
Para tanto observe que uma linguagem, ou todo sistema de símbolos utilizados
como meio de comunicação, pode ser classificada em linguagens naturais ou línguas,
como o português, o francês ou o inglês, em linguagens artificiais, como a linguagem
da geometria, da álgebra ou as linguagens que comunicam instruções a uma máquina.
Enquanto as línguas surgem e se desenvolvem a partir de um grupo de

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indivíduos e estão sempre em transformação, as linguagens artificiais, aquelas onde as


palavras ou os conceitos são substituídos por símbolos, possuem uma gramática que
não se altera com o passar do tempo.
Para exemplificar mais de acordo com Tarski, considere o argumento:
As raízes da equação x2  3x + 2 = 0 são x = 1 ou x = 2.
Os termos x2  3x + 2 = 0, x = 1 e x = 2 são termos da linguagem matemática,
que atua como linguagem – objeto, e a língua portuguesa, que contém a mensagem
transmitida, atuam como metalinguagem.
Como é grande o interesse contemporâneo pelas metodologias de construção e
análise dos argumentos, o estudo das linguagens artificiais que atuem como
linguagens-objeto, como é o caso próprio da Matemática, torna-se cada vez mais
requisitado.

§ 4. DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA IV

Desde o simbolismo de Leibnitz a idealização de uma álgebra da lógica


começa a formar contornos em 1847 e 1848 quando, respectivamente, De Morgan e
Boole publicam Lógica Formal ou Cálculo de Inferência e Análise Matemática da
Lógica.
Em Análise Matemática da Lógica Boole diz: Poderíamos, com justiça, tomar
como característica definitiva de uma verdadeira Matemática, que é uma forma de
raciocinar baseada no uso de símbolos, o uso combinatório destes como interpretação
consistente do mundo em que vivemos. E é baseando-se nesse principio geral que eu
pretendo estabelecer o Cálculo da Lógica e que reivindico para ele um lugar entre as
formas reconhecidas da Análise Matemática.
Boole percebeu que o estudo da Lógica se dividia em três estágios: lógica grega,
lógica escolástica, ensino filosófico do século X ao século XVI que relacionava dogmas
cristãos à filosofia tradicional, e lógica matemática. Em 1854, em Pesquisas sobre as
leis do pensamento, Boole dá forma às percepções de Leibnitz .
As preocupações de Leibnitz também se fazem presente entre 1879 e 1903 nos
estudos de Gottlob Frege, Cantor, Peano, e em 1910 na obra Principia Mathematica de
Bertrand Russel e Alfred North Whitehead. Em 1880 Peano e sua escola desenvolvem

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uma linguagem artificial que dá uma visão universal dos mecanismos lógicos das
teorias matemáticas. Com 3 conceitos primitivos e 5 axiomas ampliam os domínios da
axiomática matemática desenvolvendo a Teoria dos Números Naturais. Completando o
ciclo axiomático fundamental Frege elabora um conjunto de princípios que orientem as
regras da demonstração e caracterize o que é uma demonstração matemática.
Certamente uma proposição está demonstrada se ela decorre de proposições
cuja verdade esta estabelecida. A questão, a saber, é: o que garante a verdade das
premissas? Embora estudantes de Matemática treinem para lidar com este dilema na
geometria e aritmética, este treinamento, como Frege observou, não dá garantias, pois
podemos acreditar ter demonstrado aquilo que não estava terminado.
As idéias de Frege, baseada na simbologia matemática e na análise
formal do discurso, organiza o raciocínio numa espécie de gramática empregada
em diversas linguagens, como a proposicional, que estuda a relação dos juízos
entre si ou a de predicados, que analisa a estrutura das sentenças. Favorecendo
reavaliações no estudo da lógica, a partir daí a lógica aristotélica adquire a
denominação Lógica Clássica.

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PRIMÓRDIOS PANORÂMICOS HISTÓRICOS IV

Os trabalhos de Boole, De Morgan e Frege promovem a autonomia da Lógica


Clássica destacando-a da Filosofia.
Boole e De Morgan desenvolvem a álgebra da lógica, os trabalhos de Frege
influenciam as pesquisas de Russel e Whitehead, que adotam o simbolismo de Peano,
mais simples que o de Frege. Hilbert elabora os critérios que permitem separar nos
sistemas lógicos a metalógica destes sistemas.
Entretanto apesar da variedade dos elementos da lógica contemporânea, o
estudo das estruturas lógicas da Matemática desenvolve-se através dos conceitos,
juízos ou relações e o raciocínio. Estes, por sua vez, representam-se, quaisquer que
sejam os meios, como termo, proposição e argumento.
Enquanto termo é a expressão do conceito, a proposição expressa um juízo e o
argumento é a expressão do raciocínio. A leitura de cada um desses seis elementos
tem interesse para facilitar a compreensão das estruturas lógicas da Matemática.
Segundo Aristóteles, a percepção de um objeto tal como ele é, como forma ou
imagem, constitui o primeiro plano de expressão de uma idéia. É uma operação de
simples apreensão que produz um conceito. A palavra idéia, do grego idea, forma,
imagem, significa noção e conceito, do latim conceptium, aquilo concebido na mente.
Quando o espírito, do latim spiritus, sopro, faculdade de compreender, conhecer,
imaginar, apreende duas idéias de um conjunto de idéias e as aproxima, ele as
compara. Conseqüentemente uma avaliação entre elas é estabelecida. Deste
processo, segundo Jacques Maritain, professor do Instituto Católico de Paris (1882 –
1973), decorre um juízo: ato do espírito pelo qual ele une quando afirma ou separa
quando nega. Portanto, um juízo é uma operação pela qual formamos uma sentença
afirmando ou negando algo a respeito de um sujeito.
Para Aristóteles, a sentença que expressa um juízo deve ter a forma sujeito-
verbo ser - predicado num nível de concordância tal que a asserção ou será verdadeira
ou será falsa. O sujeito e o predicado são termos que expressam um conceito portador
de significado com determinada realidade. O verbo ser, ligando o sujeito ao predicado,
indica a qualidade atribuída ao sujeito ou, qual comparação ou relação que está sendo

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estabelecida entre o sujeito e o predicado.


A ideia de relação inclui-se na categoria dos conceitos que aprendemos a
denominar como primitivos ou aqueles aceitos independentes de definição.

§ 1. REPRESENTAÇÃO DE UM CONCEITO

A representação material ou simbólica de um conceito ocorre através dos


termos, partes ou sinais sensíveis da expressão de uma idéia.
Por exemplo, números são idéias representadas através de símbolos chamados
numerais. Assim 2, dois, II,..., - -, 8 - 6, deux, two,... , são numerais de um mesmo
número: representam à mesma idéia de quantidade. Para outro exemplo, círculos,
quadrados, triângulos também se representam naturalmente. Entretanto, idéias como
infinito, existência ou eternidade, para as quais não há imagem interior, se representam
pelo sentido ou significação de que são portadoras.
Enquanto conceitos como liberdade, dignidade, sexualidade, propriedade ou
divindade, variam de significado entre os povos ou se alteram no tempo, os conceitos
matemáticos procuram a universalidade e perfeição. A versão original da demonstração
do teorema de Pitágoras, a idéia de círculo ou o conceito de número primo, por
exemplo, desde os tempos de Euclides jamais sofreram correções, mas extensões.
Um conceito é tanto mais perfeito quando procura corresponder de forma exata
ao objeto apreendido. Assim ele poderá ser claro ou distinto. Será claro se os
elementos apreendidos pela mente são capazes de distingui-lo em qualquer outra
classe de conceito. Enquanto a idéia de triângulo é clara, pois os elementos percebidos
são suficientes para distingui-lo de qualquer outro conceito, como tigres ou círculos, a
idéia de polígono está obscura, pois não oferece elementos distintivos para diferenciá-
lo, já que um polígono pode ser um triângulo, um quadrado, um losango,...
Um conceito será distinto quando apresenta todos os elementos necessários à
sua individuação. Certamente, se um conceito é distinto, ele será claro. Mas nem todo
conceito claro é necessariamente distinto. Enquanto a idéia de triângulo retângulo é
distinta e clara, a idéia de triângulo é clara, mas não é distinta.
Os conceitos podem ser singulares, particulares ou universais. Será singular se
representa um só elemento distinto. Por exemplo, o conceito de número cinco ou
Pitágoras é um matemático do século V a.C. Será particular quando representa alguns

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elementos de determinado conjunto. O conceito de número impar no contexto dos


números inteiros positivos ou o conceito de triângulo retângulo no universo dos
triângulos são exemplos.
Será universal quando representar toda uma classe.

§ 2. EXTENSÃO OU COMPREENSÃO I

Segundo Maritain, a extensão de um conceito é a sua amplitude em relação


aos objetos do pensamento aos quais se aplica e agrupa em sua unidade.
Em geral a extensão se dá pelos desdobramentos aos qual a idéia convém ou
se aplica, sendo tanto maior de acordo com o número de objetos abrangidos. Assim ela
é identificada com a quantidade. A idéia de número inteiro, por exemplo, têm extensão
universal, pois abrange, citando algumas extensões, os números inteiros: positivos,
negativos, não positivos, não negativos, não nulos, os pares, ímpares, primos,
múltiplos, divisores, ou as operações algébricas. A idéia de triângulo também tem
extensão universal, pois se compõe pelos triângulos: eqüiláteros, aqueles de lados
iguais ou congruentes; isósceles, que tem dois lados iguais; escalenos, de lados com
medidas diferentes; acutângulos, aqueles com ângulos internos agudos; obtusângulos,
ângulo interno obtuso e dois agudos; retângulos, ângulo interno reto e dois agudos;
triângulos inscritos, circunscritos, pitagóricos,...
Quando dois conceitos têm a mesma extensão eles se dizem equivalentes. Os
conceitos triângulo eqüilátero e triângulo eqüiângulo são equivalentes, pois o triângulo
eqüilátero, tendo todos os lados de mesma medida, terá todos os ângulos iguais.
A compreensão de um conceito, por sua vez, se dá pelos elementos nele
contidos ou o conteúdo da idéia: é a amplitude do conceito em relação aos elementos
que o caracterizam ou da identificação do seu significado quanto à qualidade. Por
exemplo, uma restrição na extensão da idéia de polígono para figura poligonal
triangular, aumenta a compreensão, pois diz que a figura é um triângulo. Uma nova
redução para figura poligonal regular determina um triangulo eqüilátero. Através de
sucessivas restrições na extensão, digamos figura geométrica, é possível passar para
um conceito particular, digamos, triângulo eqüilátero.

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Enquanto a extensão torna-se cada vez menor, a compreensão em cada etapa é


cada vez maior. Por exemplo, os conceitos número cinco, número impar, número
inteiro, número racional, numero real estão em ordem crescente de extensão e em
ordem decrescente de compreensão.
Portanto, qualidade e quantidade relacionam-se do seguinte modo: quanto maior
a extensão, menor será a compreensão e, quanto maior a compreensão, menor a
extensão.

§ 3. EXTENSÃO OU COMPREENSÃO II

Os conceitos matemáticos são de extensão infinita.


Mas as propriedades que definem o objeto matemático, ou sua compreensão,
são em número limitado e bem caracterizado. O conceito de figura geométrica (F), por
exemplo, é mais extenso que o conceito de polígono (P). O conceito de polígono é
mais extenso que o conceito de quadrilátero (Q) que é mais extenso que o conceito de
retângulo (R). Assim Figura Geométrica tem compreensão menor que o conceito de
polígono. Polígono tem compreensão menor que o conceito de quadrilátero que tem
menor compreensão que o conceito de retângulo. Enquanto o conceito cresce em
extensão ele decresce em compreensão.

F
P
Q
R

Desde que as extensões de dois conceitos A e B estejam contidas em um


conceito mais geral C, os conceitos A e B dizem-se coordenados em relação a C.

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Os conceitos de retângulo, quadrado, quadrilátero e paralelogramo, estão


coordenados em relação ao conceito de polígono.
Os conceitos de Número Par (P) e Número Ímpar ( I ) - veja Diagrama 1 - estão
coordenados em relação ao conceito de Numero Inteiro Positivo. Os conceitos de
triangulo retângulo (TR) e de triangulo isósceles (TI ) estão coordenados em relação ao
conceito de triangulo. Ilustrado pelo Diagrama 2, pode existir um triângulo retângulo e
isósceles embora o triângulo isósceles não seja, necessariamente, retângulo.
.

TR TI

I
P

Diagrama 1 Diagrama 2

§ 4. REPRESENTAÇÃO DE UM TERMO OU CONCEITO II

O termo é a representação material ou simbólica de um conceito.


O termo significa o conceito: ele o substitui. A idéia deixa de ser uma operação
mental para se transformar num sinal através de palavras, sons ou figuras. Assim as
idéias podem ser registradas, compartilhadas e comunicadas.
O termo deve ser considerado segundo a compreensão, função e extensão.
Segundo a compreensão, ele é unívoco quando substitui a idéia de um único
objeto ou a idéia de uma classe de objetos. São exemplos: o desenho da figura de um
círculo, a idéia de ponto e a idéia de conjunto quando representadas por uma letra
maiúscula do alfabeto latino ou a idéia de reta representada por uma letra minúscula.
Ainda segundo a compreensão será análogo se aplicado a idéias relacionadas
por semelhança ou linguagem figurada e será equivoco se estiver se referindo, por
exemplo, a conceitos como rosa, cor e rosa, flor.
Segundo Aristóteles, o termo exerce a função sujeito ou função predicado de
acordo com a extensão ou aos objetos aos quais se refere. Assim o sujeito é universal
se ele identifica todos ou nenhum elemento de um conjunto. É particular se faz

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referência a apenas alguns elementos e singular quando trata apenas de um elemento.


O predicado, segundo a extensão, depende da qualidade do enunciado ou dele ser
afirmativo ou negativo. Assim, enquanto as sentenças afirmativas têm predicado
particular, as sentenças negativas têm predicado universal.
Na sentença todos os triângulos (A) são triláteros (B), o sujeito triângulo é
tomado em sentido universal. O predicado trilátero tem sentido particular, pois não se
afirma todos os triláteros são triângulos, mas somente alguns triláteros são triângulos,
conforme o Diagrama 1, abaixo a esquerda.
B

B
A

A
Diagrama 2

Diagrama 1
Na sentença negativa alguns triláteros não são triângulos, veja Diagrama 2,
enquanto o sujeito é tomado em sentido particular, o predicado tem sentido universal,
pois o ser triângulo é negado a todos os triláteros aos quais faz referência.
Do mesmo modo se for dito que nenhum triangulo é trilátero, nega-se a todos os
triângulos a possibilidade de pertencer ao conjunto dos triláteros.

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AS PROPOSIÇÕES SIMPLES OU CATEGÓRICAS

Aristóteles ensinava que a sentença que expressa um juízo deve ter a forma
sujeito-verbo ser - predicado onde um termo, o sujeito, a idéia da qual se afirma algo, –
liga-se ao outro, o predicado, a idéia que se afirma do sujeito, num nível de
concordância tal que a asserção ou será verdadeira ou será falsa.
Decorre da conceituação aristotélica que se excluem de concordância lógica as
frases exclamativas, interrogativas ou imperativas, pois estas não se classificam em
verdadeiras ou falsas. Também se devem excluir frases com mais de um sentido.
De fato. A frase as rosas são vermelhas é ambígua, pois tanto pode significar
que algumas rosas são vermelhas quanto todas as rosas são vermelhas. Deve se
também evitar dizer frases como as rosas não são vermelhas, pois a ela tanto pode ser
entendida como algumas rosas não são vermelhas quanto nenhuma rosa é vermelha.
Toda proposição enuncia a inclusão ou exclusão do predicado no sujeito: se o
atributo dado ao sujeito faz parte ou não da compreensão deste sujeito. O sujeito e o
predicado são termos que expressam um conceito portador de significado com
determinada realidade. O verbo ser, ou qualquer outro verbo que faz a ligação entre o
sujeito e o predicado, indicando a qualidade atribuída ao sujeito ou, qual comparação
ou, qual relação existe entre eles, é chamado conceito relacionante ou relação.
Nos enunciados: 2 é número par; y = x2 - 3x + 2 ; x + y = 7; Guilherme François
L Hospital escreveu em 1696 Analysis dês Infiniment Petits, o primeiro livro texto de
Cálculo publicado no mundo, cada uma dessas sentenças contém um modo de
relacionamento entre o sujeito e o predicado. Como Júlia e Luciana se relacionam?
São primas. Qual relação existe entre x + y e 7? São iguais.
A idéia de relação ocorre quando elementos de certos conjuntos, que podem ser
números, idéias, pessoas, fatos,... , estão ligados por expressões do tipo... é prima de
.., ... é igual a ..., ...é maior do que ..., ... é autor de ... , ... é elemento de ...
Outras palavras relacionantes são: portanto, assim, ou, então, e, se, entre, nem,
não, todo, há, existe,...

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Para Aristóteles, as sentenças que emitem um juízo devem ser declarativas, pois
em nome da clareza e da precisão devem enunciar sem ambigüidades a inclusão ou a
exclusão do predicado no sujeito.
As sentenças assim entendidas vão se designar como sentenças declarativas,
proposições simples, atômicas ou categóricas.

EXEMPLO 1 - OS ELEMENTO DA CONCEITUAÇÃ ARISTOTÉLICA.

E 1 A – Conceito / Termo: .................. Homem, país, grandeza, número, conjunto,


função, função contínua, triângulo, triângulo retângulo, livro, função seccionalmente
contínua, polígono regular, polígono regular convexo inscrito em um circulo,,,,
Juízo / Proposição: ................ Todo numero racional inteiro é racional;
f(x) = x2 é uma função contínua;
Pingüins são aves,...

Raciocínio / Argumento:... Toda função diferenciável é contínua.


f(x) = x2 é uma função diferenciável
Logo:.................................... f(x) = x2 é contínua.

E 1 B - A sentença cinco é maior do que 2, simbolizada 5 > 2


Através da relação ... é maior do que... , de símbolo “>”, ao comparar as
quantidades 5 e 2, estabelece uma verdade onde o numeral 5 desempenha o papel de
sujeito e o numeral 2 significa o predicado. O esquema abaixo ilustra os elementos da
proposição 5 > 2:
Idéia = número Idéia = número

Proposição (juízo)
5 > 2
Valor lógico verdadeiro
Termo Sujeito Termo Predicado

Relação entre o sujeito e o predicado

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E 1 C - São sentenças declarativas ou proposições:

P1: 5 é um número inteiro P2: é um número racional P3: 7 > 3 P4: 12 – 3 = 1 43

Comentário:
Adotaremos a notação L(P) = V para indicar o Valor Lógico Verdadeiro de uma
proposição ou, L(P) = F, para significar sua falsidade. Assim, L(P 1 ) = V, L(P 2 ) = V,
L(P 3 ) = V e L(P4) = F.
Outra notação conveniente é 1 para designar uma proposição verdadeira e 0, se
a proposição é falsa. Assim, L(P 1 ) = 1, L(P 2 ) = 1, L(P 3 ) = 1 e L(P4) = 0.

EXEMPLO 2 – SENTENÇAS ABERTAS I

E 2 A SÃO SENTENÇAS DECLARATIVAS :


Q1: Existe um número inteiro x tal que x > 3 Q 2 : Existem rosas vermelhas

Q 3 : Qualquer que seja x, x2  3x + 2 = 0 Q4: Para todo x,  (x) = x

R1: Se um metal é aquecido, ele se dilata. R2: Se a = 3, b = 3 e c = 3 então a = b = c.


R3: Duas retas se interceptam em um e apenas um ponto.
R4: Qualquer figura pode ser deslocada sem alteração de forma e tamanho.
S 1 : Todos os triângulos são triláteros S 2 : Nenhum triângulo é quadrilátero

S 3 : A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é igual a 180 graus.

S 4 : Todos os triláteros são triângulos.


Comentário:
L(Q 1 ) = V, L(Q2) = V, L(Q4) = V. L(Q 3 ) = F, pois uma equação do segundo grau tem no
máximo dois valores que a satisfazem. Entretanto, se tais números referem-se ao
conjunto A = {1, 2} então, em relação a este conjunto, a propriedade é verdadeira.
L(R1) = V, pois trata de uma propriedade característica dos metais. L(R2) = V,
L(R 3 ) = V, L(R4) = V, L(S1) = V, L(S2) = V, L(S 3 ) = V, L(S4) = F.

E 2 B - NÃO SÃO SENTENÇAS DECLARATIVAS:


X 1 : Que dia é hoje? X 2 : Proibido ultrapassar. X 3 : Feche a porta. X 4 : Ah!

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X 6 : Esplendido! X 7 : As rosas são vermelhas. W1 : x + 5 = 7 W2 : x + 3 > 5

3
W 3 : x3 = 5 x2 W 4 : x2 – 3x + 2  0 W 5 : sen x = , W 6 : sen x = 0,866025403
2

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Comentário:
Decorre da conceituação aristotélica que se excluem de concordância lógica frases
interrogativas (X 1 ), exclamativas (X 4 e X 6 ), imperativas (X 2 e X 3 ) e ambíguas (X 7 ).

As sentenças W 1 , W 2 , W 3 , W 4 , W 5 e W 6 , chamadas sentenças abertas ou


sentenças abertas simbolizadas, também se excluem de concordância lógica, pois elas
representam grandezas variáveis como igualdades ou desigualdades, e assim não são
susceptíveis de se classificarem em verdadeiras ou falsas.

§ 1. SENTENÇAS ABERTAS I

As grandezas podem ser constantes ou variáveis.


São simbolizadas pelas letras iniciais do alfabeto, se elas conservam sempre o
mesmo valor, ou pelas últimas letras se elas são variáveis, segundo uma tradição
iniciada, pode-se dizer, pelo matemático, físico e filósofo francês René Descartes (1596
– 1650), que costumava representar as incógnitas ou variáveis de um problema pelas
últimas letras do alfabeto latino, sempre utilizando a letra x minúscula.
Na Matemática as sentenças abertas representam-se sob a forma de equações
ou inequações. A palavra equação, do latim aequatio, designando toda sentença aberta
que expressa uma igualdade, tem a mesma raiz de igual, do latim aequalis, e
igualdade, do latim aequalitas, aequalitatis. Por igual deve-se entender tudo aquilo que
tem a mesma natureza, qualidade ou quantidade.
Numa sentença aberta, um ou mais símbolos, cada deles denominado variável,
guardam o lugar onde certos elementos podem ser colocados. Algumas substituições
dão afirmativas verdadeiras e outras, afirmativas verdadeiras. O conjunto de todos os
números, ou de um modo geral, elementos de um dado Conjunto Universal U, também
chamado Conjunto Universo, que podem ser substituídos numa sentença aberta é
chamado Domínio D de definição da sentença. O conjunto de todos os números, ou

elementos, de D que satisfazem a sentença aberta – isto é, aqueles que a tornam uma
sentença verdadeira - constituem o conjunto Solução, de símbolo S.

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Na pesquisa do conjunto-solução S de uma sentença aberta em relação a um


dado conjunto universo U pode ocorrer que nenhum elemento do conjunto U satisfaz a
sentença, e neste caso S é chamado conjunto vazio e simbolizado por S =  ou S = { }.
Pode ocorrer também que S se constitui de apenas um elemento de U ou S se constitui
mais de um elemento conjunto U. Se todos os elementos, ou números, de U satisfazem
à sentença, isto é S = U, então ela se diz uma identidade, uma lei ou uma tautologia.
Por exemplo, dado U = {1, 2}, observa-se que todos os elementos de U podem
ser substituídos na sentença x + 5 = 7. Assim o domínio D de definição da sentença é
D = U e para x = 2 obtemos uma sentença declarativa verdadeira, que é falsa para o
outro valor de D. Assim S = {2}. Analogamente, substituindo x por 1 ou x por 2 na
sentença x2  3x + 2 = 0, observamos que cada um deles produz uma sentença
verdadeira. Como S = U= {1.2} essa equação se diz uma identidade.

§ 2. SENTENÇAS ABERTAS II

Quer represente fatos, conceitos ou idéias, determinar os elementos que satisfazem


uma sentença aberta ou resolvê-la em relação a um dado conjunto universo U é
procurar expressões mais simples e equivalentes à situação original.
Assim a resolução de uma sentença acarreta substituições de termos por outros
que lhe são equivalentes numa seqüência tal que os elementos que a satisfazem, ou
que transformam numa sentença verdadeira, tornam-se perfeitamente identificáveis.
Portanto x + 5 = 7 equivale a x + 5 – 5 = 7 – 5 ou x = 2. Logo x + 5 = 7 é
verdadeira para x = 2 e falsa para qualquer outro valor atribuído à variável x.
Analogamente a equação x2 - 3x +2 = 0, através de manipulações
algébricas adequadas, pode ser substituída por (x – 2)(x – 3) = 0. De acordo
com o principio: se o produto entre duas quantidades é nulo então pelo menos
uma das quantidades é nula, segue-se que (x – 2)(x – 3) = 0 equivale a afirmar
que x – 2 = 0 ou x – 3 = 0. Daí decorre ser x = 2 ou x = 3 os elementos que

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satisfazem a sentença x2 - 3x +2 = 0 e pode-se observar que qualquer que seja o


conjunto universo U, D = U e S = { 2, 3 }.

Muitas deduções, entretanto, podem ser simplificadas através de uma fórmula:


toda equação que expressa uma regra, principio ou fato geral.

É o que ocorre com a equação do 1º grau a x + b = 0, com a  0. O elemento


que a satisfaz é dado pela da fórmula x = - b a .

Analogamente a determinação dos elementos que satisfazem a equação do 2º


b  b 24ac
grau ax2 + bx + c = 0, é simplificada pela fórmula x  , onde a  0, b e c
2a
são números quaisquer.

EXEMPLO 3 - SENTENÇAS ABERTAS II

E3A –
A Sentença 5x - 8 = 4 (2x - 6) - 3x + 7 é falsa para qualquer valor de x.
De fato. De 5x - 8 = 8x - 24 - 3x + 7 decorre 5x - 8 = 5x – 17.
Daí, 5x - 5x = -17 + 8 ou 0 = -11. A equação é chamada Contraditória, pois
nenhum número, qualquer que seja, jamais a verifica.
Em termos do conjunto-solução S diz-se que ele é vazio: S = 

E3B-
A sentença 5x - 8 = 4 (2x - 6) - 3x + 16 é verdadeira para qualquer x. De fato.
De 8 = 8x - 24 - 3x + 16 decorre 5x - 8 = 5x – 8. Daí 5x - 5x = 8 – 8 ou 0 = 0.
A equação é chamada uma identidade. Ela sempre se verifica qualquer que seja
o valor de x em qualquer conjunto numérico U: S = U.
E3C–
Verifica-se que nenhum número x do conjunto N = {0, 1, 2, 3,...} satisfaz a
equação x2 - 3x + 1 = 0. De fato.
Através da fórmula de resolução da equação ax2 + bx + c = 0, onde a  0, b e c

b  b 2 4ac
são números quaisquer e x  , temos a = 1, b = - 3 e c =1. Daí,
2a

b 2  4ac  (3) 2  4.(1).(1)  9  4  5 . Portanto, os valores de x que tornam a

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sentença dada numa sentença verdadeira são dados por 3  5 3  5


x ou x  , que
2 2
não são elementos do conjunto N. Assim S = .
E3D-
161
Considerando que o conjunto universo da equação = 7 é o conjunto N,
x5
N = {1, 2, 3, 4,...}, observamos:
161
(1) x = 5 não pode ser substituído na equação, pois gera a indeterminação =
0
7. Assim, o valor x = 5 deve ser excluído do domínio D de definição da equação.
(2) Qualquer valor diferente de 5 gera afirmativas que podem ser classificadas
em verdadeiras ou falsas;
(3) O domínio D de definição da equação vai se constituir, portanto, de todos os
valores de x diferentes de 5: D = N – { 5 }.
(4) Resolvendo a equação encontramos que o único elemento de D que torna a
sentença aberta numa sentença verdadeira é x = 28. Daí S = {28}.
E3E–
São Exemplos de Identidades:
I) x + 2x = 3x II) 2x + 5 = 5x +10 – 3x – 5
III) (x + 1)2 = x2 + 2x + 1 IV) (x – 3)2 = x2 – 6x + 9
V) x2 – 4 = (x – 2) (x + 2)
VI) x3 - 32 = (x – 3) (x2 + 3x + 9) VII) x5 – 25 = (x – 2) (x4 + 2x3 + 4x2 + 8x + 16)
VIII) – (–x) = x

§ 3. QUANTIFICAÇÃO DE SENTENÇAS ABERTAS


Embora as sentenças abertas jamais se classifiquem como verdadeiras ou falsas, se
quantificadas elas podem ser qualificadas ou tornarem-se sentenças declarativas.
Os quantificadores matemáticos são o quantificador universal, de símbolo “”,
lido como para todo... ou qualquer que seja..., o quantificador existencial “”, que se lê
existe..., existe algum..., têm o sentido de mais de um ou muitos, mas não todos e o
quantificador existencial especial “ ! ” que é lido como existe apenas um ....

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EXEMPLO 4 - QUANTIFICAÇÃO DE SENTENÇAS ABERTAS EM


U =  = { 0, 1, 2, 3, ...}

E 4 A SENTENÇAS QUANTIFICADAS VERDADEIRAS I


i) x, (x + 1)2 = x2 + 2x + 1 : para todo x, (x + 1)2 = x2 + 2x + 1
ii) x  N / x + 2 = 5 : existe pelo menos um x  N tal que x + 2 = 5
iii) |x  N / x + 2 = 5 : existe apenas um x  N tal que x + 2 = 5
iv) x  N, x2 + 1 > 0 : qualquer que seja x, x2 + 1 > 0
v) x  N,  (x) = x : para cada x,  (x) = x
vi) x  N / x3 = 5x2 : existe algum x  N tal que x3 = 5x2.
Se o conjunto universo U não for explicitado, como em (i), conjeturamos que a
sentença tem validade qualquer que seja o conjunto universo.

E 4 B SENTENÇAS QUANTIFICADAS VERDADEIRAS II

i) x  N, x + 2 = 5 ii) x  N, x3 = 5x2

iii) |x  N / x3 = 5x2 iv) x  N / (x + 1)2 = x2 + 2x + 1

v) x  N / x2 + 1 > 0 vi) x  N / (x) = x

E 4 C AVALIAÇÃO LÓGICA DE SENTENÇAS QUANTIFICADAS

i) x  N/ x + 3 = 10 (F) ii) x  N / x + 3 = 5 (V)

iii) x  N / x + 3 < 10 (V) iv) x  N / x + 3  5 (V)

v) x  N / x + 3  7 (F) vi) x  N / x2 = 4 (F)

vii) x  N / x2 = 4 (V)

EXEMPLO 5 - QUANTIFICAÇÃO DE SENTENÇAS PARA U =  = { 0, 1, 2, 3, ...}

E 5 A – As soluções da sentença x2  3x + 2 = 0 são x = 1 ou x = 2. Assim:

i) x  N, x2  3x + 2 = 0 (F)

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ii)  x  N / x2  3x + 2 = 0 : Existe elemento que não pertence ao conjunto N que é


solução da equação x2  3x + 2 = 0 (F)

iii)  x  N, x2  3x + 2 = 0 (F) iv) | x  N / x2  3x + 2 = 0 (F)


v) x  N / x2  3x + 2 = 0 (V).
E 5 B – A sentença 5x + 2  12
i) x  N, 5x + 2  12 (F) ii) x  N / 5x + 2  1 (V)
iii) |x  N / 5x + 2  12 (F) iv) x  N , 5x + 2  12 (F)
Note-se:
(1) Adicionando-se 2 a ambos os membros da desigualdade 5x + 2  12,
decorre 5x + 2  2  12  2 e ela se preserva como 5x  10;
(2) Dividindo-se ambos os membros de 5x  10 por 5, segue-se x  2.
Portanto, os números x de N que satisfazem x  2 são S = {0, 1, 2}.
Note-se que está implícito neste raciocínio, como em todo raciocínio
matemático, um interessante lema matemático: o melhor modo de resolver um
problema novo é procurar reduzi-lo a um, ou mais problemas já conhecidos.
Assim através das conseqüências técnicas decorrentes dos Axiomas que
Euclides enuncia nos Elementos, 5x + 2  12 tornou-se equivalente a x  2.
E5C -
i) x  N, x (x + 1) = x2 + x (V) ii) x  N / x (x + 1) = x2 + x (F)
1
iii) |x  N / x (x + 1) = x2 + x (F) iv) x  N / x   3 (V)
2
1
v) |x  N / N (V). Note-se que esta expressão só é verificada para x = 0.
x 1
x x x
i) x  N,   (F). Note-se que se x = 0, encontramos 0  0.
2 3 5
x x x
ii) x  N /   (V)
2 3 5
x x x
iii) |x  N /   (F). Observe-se que a expressão não se verifica para x = 0.
2 3 5

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§ 3. O CONTEÚDO DAS PROPOSIÇÕES SIMPLES I

As proposições simples, chamadas por Aristóteles de categóricas, classificam-


se quanto a extensão ou quantidade e a qualidade.
A qualidade de uma proposição é identificada pela forma como é enunciada: se
é afirmativa ou negativa. Assim as proposições qualitativas ou são afirmativas, se o
sujeito e o predicado concordam entre si, ou negativas, quando o predicado é negado
ao sujeito.
São exemplos de proposições categóricas quanto à qualidade:

AFIRMATIVAS Todos os triângulos são triláteros

Alguns triângulos são retângulos.

NEGATIVAS Nenhum triangulo é quadrado

Alguns triângulos não são isósceles.

As proposições quantitativas são do tipo Universal se o sujeito é afirmado em


toda a sua extensão. Se o sujeito se afirma em extensão restrita as proposições
quantitativas são chamadas Particulares. Se estiverem se referindo a um só elemento
são chamadas Singulares.
Como a extensão de uma proposição está subordinada à extensão do termo
sujeito, isto significa que para determinar a extensão de uma proposição, basta analisar
os quantificadores do sujeito.
Assim, são exemplos de proposições categóricas quanto à extensão:

UNIVERSAIS Todos os triângulos são triláteros

Nenhum triângulo é quadrado.

PARTICULARES Alguns triângulos são retângulos

Alguns triângulos não são isósceles.

SINGULARES O Triangulo ABC é retângulo.

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O Triangulo ABC não é isósceles.

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§ 4. O CONTEÚDO DAS PROPOSIÇÕES SIMPLES II

Desde que a conceituação aristotélica formulou os quatro modos de apresentação das


proposições lógicas, convencionou-se classificá-las de acordo com a combinação dos
critérios da qualidade e da extensão em A, E, I, O.
A e I são as duas primeiras vogais da palavra afirmo.
E e O são as vogais de nego.
Os quadros abaixo resumem os quatro tipos de proposições categóricas da
formulação aristotélica
TIPO EXTENSÃO QUALIDADE FORMA GERAL
A UNIVERSAL AFIRMATIVA TODO A É B
E UNIVERSAL NEGATIVA NENHUMA A É B
I PARTICULAR AFIRMATIVA ALGUM A É B
O PARTICULAR NEGATIVA ALGUM NÃO É B

A partir do quadro geral acima se pode observar como o termo sujeito e o termo
predicado é distribuído para cada tipo de proposição.
A partir do quadro geral abaixo pode-se verificar a distribuição o sujeito e do
predicado para cada tipo de proposição:
1. As proposições do tipo A e E tornam o sujeito universal e as sentenças do tipo
E, O torna o predicado universal;
2. As proposições do tipo I e O não distribuem o sujeito e as proposições do tipo
A e I não distribuem o predicado.

EXTENSÃO EXTENSÃO DO
TIPO EXTENSÃO QUALIDADE
DO SUJEITO PREDICADO

A UNIVERSAL AFIRMATIVA UNIVERSAL PARTICULAR

E UNIVERSAL NEGATIVA UNIVERSAL UNIVERSAL

I PARTICULAR AFIRMATIVA PARTICULAR PARTICULAR

O PARTICULAR NEGATIVA PARTICULAR UNIVERSAL

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EXEMPLO 6 - PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

E6A -
AFIRMAÇÃO

UNIVERSAL Todos os astronautas são matemáticos. Nenhum astronauta é matemático

PARTICULAR Alguns astronautas são matemáticos Alguns astronautas não são matemáticos

SINGULAR Pedro é astronauta. Pedro não é um astronauta.

Comentário: Segundo Aristóteles, proposições singulares podem se considerar


universais, pois o predicado aplica-se ao sujeito, que é único, de um modo total.

E6B
AFIRMAÇÃO

UNIVERSAL Toda função é uma equação. Toda função não é uma equação

PARTICULAR Algumas funções são equações Algumas funções não são equações

SINGULAR f(x) = x2 é uma função. f(x) = x2 não é uma função.

E6C
AFIRMAÇÃO

UNIVERSAL Toda função diferenciável é continua. Nenhuma função diferenciável é contínua

PARTICULAR Existem funções diferenciáveis Algumas funções diferenciáveis não são


contínuas. contínuas.
2 2
SINGULAR f(x) = x é diferenciável. f(x) = x não é uma função diferenciável.

E6D
AFIRMAÇÃO

UNIVERSAL Todos os triângulos são triláteros. Todo triângulo não é trilátero

PARTICULAR Existem triângulos que são triláteros Existem triângulos que não são triláteros

SINGULAR O triângulo T é isósceles. O triângulo T não é isósceles.

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DIAGRAMA DE UMA PROPOSIÇÃO

Esquematicamente, as proposições da conceituação aristotélica abreviam-se como:

AFIRMAÇÃO UNIVERSAL AFIRMAÇÃO PARTICULAR

I. TODO X É Y III. ALGUM X É Y

II. NENHUM X É Y IV. ALGUM X NÃO É Y

O matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783) no livro Lettres à une Princese


d’Allemagne sur divers sujets de Physique et de Philosophie, dedicado à princesa
alemã Anhalt Desssau, desenvolveu um método simples que se tornou de uso corrente
para explicar as quatro proposições básicas da concepção aristotélica.
O método de Euler, aprimorado por John Venn (1834-1923), procura reconhecer
os conjuntos envolvidos nas proposições e representá-los por desenhos constituídos
de curvas fechadas e não entrelaçadas. Segundo Euler-Venn, as quatro proposições
fundamentais da conceituação aristotélica podem representar-se como:

Y Y
X Y X Y
X X

Algum X é Y Algum X não é Y


Nenhum X é Y

Todos os X são Y

Através dos diagramas de Euler-Venn, muitas proposições se traduzem em


proposições equivalentes sobre conjuntos, pois os objetos, em termos matemáticos,
assim se organizam. Estas representações permitem, em muitos casos, avaliar a
validade de um argumento.

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Entretanto, deve-se observar, a simplicidade dos propósitos pretendidos é tão


somente ajudar a visualizar o conteúdo de certas proposições, particularmente de
algumas frases matemáticas, elevando a possibilidade de se exercitar raciocínios.

§ 1 – LEITURA DOS DIAGRAMAS DE EULER- VENN

Seja E o conjunto dos estudantes.


Procurando visualizar o conjunto E imaginamos no conjunto P de todas as
pessoas duas classes distintas de pessoas: aquelas que compartilham a propriedade
comum ser estudante e outra, das pessoas que não são estudantes.
O conjunto E pode ser representado por uma curva fechada simples de modo
que cada ponto no interior desta região indica um elemento de E. Os pontos exteriores
a esta região formam o conjunto dos elementos que não são estudantes representados
por ~E, E’ ou Ē, lidos como não E. O diagrama 1, abaixo a esquerda, ilustra tudo isto.

P P U
Ē x
g A
E E A

~E

Diagrama 1 Diagrama 2 Diagrama 3

O conjunto P, considerado o mais próximo como referência por conter o maior


interesse de alcance acerca da proposição enunciada, é escolhido para atuar como
Conjunto Universo U. O conjunto E, que está contido no conjunto P de todas as
pessoas, é dito subconjunto de P. Os conjuntos E e Ē devem ser vistos como conjuntos
disjuntos: conjuntos que não tem nenhum elemento em comum e tais que U pode ser
lido como E  ( E), E união com não E. Em geral, e para todos os efeitos, como ilustra
o diagrama 3, quando uma proposição A é enunciada, imediatamente a sua negação
não A, se manifesta num dado universo U.
Deve-se notar, e é importante que se note, qual é o objetivo das representações
através de diagramas: ilustrar a idéia geral de uma proposição a fim de inferir
conseqüências intuitivamente aceitáveis. Senão, pode-se questionar se existiriam

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pontos que não estão nem no interior do conjunto E e nem no exterior de E? Como
ilustra o diagrama 2 figura acima, existiriam elementos que estão sobre a linha
demarcatória do conjunto E ? Neste caso o que estaria representando um elemento
sobre esta linha?
As especulações podem ser afastadas se a linha da região plana que delimita o
conjunto E for imaginada tão somente como uma demarcação do alcance da idéia que
está enunciando E.

EXEMPLO 7 – DIAGRAMA DE UMA PROPOSIÇÃO I

Seja A conjunto dos astronautas e M o conjunto dos matemáticos.


Os conjuntos A e M relacionam-se de acordo com uma das formulações:

E7A Todos os astronautas são matemáticos


E6B Nenhum astronauta é Matematico
M

A
A

E 7 B Alguns astronautas são matemáticos

E 6 D Alguns astronautas não são Matemáticos.

A M

A M

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EXEMPLO 8– DIAGRAMA DE UMA PROPOSIÇÃO II

Na proposição Todos os astronautas (A) são matemáticos (M) observamos:


1. Representações decorrentes:
(1) Identificando o conjunto dos matemáticos que não são astronautas.
(2) Identificando o conjunto das pessoas que não são matemáticos.
(3) Identificando o conjunto das pessoas que não são astronautas.

(1) (2) (3)

M M M

A A A

2. Questionamentos:

Pergunta 1: Existem astronautas que não são matemáticos?


Pergunta 2: Existem matemáticos que não são astronautas?

Pergunta 3: Se uma pessoa não é matemático então ela não é astronauta?


Pergunta 4: Se uma pessoa não é astronauta então ela não é matemático ?

Para avaliar cada pergunta formulada sejam os diagramas:

Diagrama 1 Diagrama 2 Diagrama 3

M M M

A A A

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Diagrama 4 Diagrama 5

M M

A A

3. Avaliação dos questionamentos:


I. Resposta à Pergunta 1:
O diagrama1, representando o conjunto dos matemáticos, ilustra que todo
elemento de A é também elemento de M. Portanto a resposta à pergunta (I) é não.
II. Resposta à Pergunta 2:
O diagrama 2, representando o conjunto dos matemáticos que não são
astronautas, ilustra que a resposta a Pergunta 2 é sim.
III. Resposta à Pergunta 3:
O diagrama 3, representando o conjunto das pessoas que não são matemáticos
e nem astronautas, ilustra que a resposta à pergunta 3 é sim.
IV. Resposta à Pergunta 4:
O diagrama 4, representando o conjunto das pessoas que não são astronautas,
ilustra que a resposta à pergunta 4 é não.
O diagrama 5, representando o conjunto dos matemáticos que não são
astronautas, ilustra também que a resposta à pergunta 4 é não.

EXEMPLO 9 – DIAGRAMA DE UMA PROPOSIÇÃO III

Seja F o conjunto das funções, E o conjunto das equações, P o conjunto


das funções Polinomiais, R o conjunto das funções racionais e A o conjunto das
funções Algébricas.
O conjunto A , conjunto das funções que não são algébricas, é chamado
conjunto das funções transcendentais: é o conjunto daquelas funções cuja
construção transcende os métodos algébricos.

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Considere as proposições que, diga-se, são todas verdadeiras:

E9A Toda função (F) é uma equação (E).


Nessa proposição os objetos matemáticos de nome função estruturam-se como
equações.

Ē
Algumas Conclusões:
E
(1) Nem toda equação é uma função
F (2) Existem relações matemáticas que não se
descrevem como equações

E 9 B Toda função polinomial (P) é uma função racional (R).

R Algumas Conclusões:
P
(1) Nem toda função racional é polinomial
(2) Existem funções que não são racionais

E 9 C Toda função racional (R) é algébrica (A).

Algumas Conclusões:
A
R (1) Nem toda função algébrica é racional
(2) Existem funções que não são algébricas

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E9D
Se toda função polinomial (P) é racional (R) e toda função racional é algébrica (A),
então toda função polinomial é algébrica.

A
A
R
P

EXEMPLO 10 - DIAGRAMA DE UMA PROPOSIÇÃO IV

E 10 A Toda função diferenciável é contínua


Esta proposição diz que se uma dada função f tem a propriedade ser
diferenciável, então f tem (herda) a propriedade ser contínua.
Outra leitura é: Se f é uma função diferenciável, então f é contínua.

Sejam: F
F : Conjunto das Funções C
D
C: Conjunto das FunçõesCcontínuas.
D: Conjunto das Funções Diferenciáveis.
Algumas conclusões decorrentes:
(1) Se f não for diferenciável então f poderá ser contínua ou não ser contínua.
(2) Se f não for contínua, então f não é diferenciável.
(3) Se f é contínua, a condição f diferenciável não é suficientemente verdadeira.

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E 10 B
Se f é uma função contínua num intervalo fechado I = [a, b] (C), então f é
Riemann – Integrável ( R ) em [a,b].
R
Outra leitura é: R

Toda função continua em um intervalo [a,b] é


Riemann – Integrável em [a,b]. C

E 10 C Toda função polinomial (P) é Riemann-Integrável em [a, b] (R).

R
Outra leitura é:
Se f é uma função polinomial, então f é P
Riemann - Integrável em qualquer intervalo fechado [a, b].

E 10 D Todos os triângulos são triláteros.

Essa proposição diz que todos os triângulos estão contidos na classe das figuras que
têm três lados.

Conjuntos Envolvidos: L G

T: Conjunto dos Triângulos. T

L: Conjunto dos objetos triláteros.

G: Conjunto dos objetos geométricos.

Algumas Conclusões:

(1) Se T é um triângulo, ele é trilátero e a proposição se verifica naturalmente.


(2) A proposição: se T é um triângulo, ele não é trilátero, é uma contradição.
(3) Se um objeto é trilátero, ele pode ser triângulo.

(4) Se o objeto geométrico não é trilátero, ele não é um triângulo.


(5) Se o objeto geométrico não é um triângulo, ele poderá ser ou não trilátero.

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LEITURAS DE UM ARGUMENTO

Enquanto termo é a expressão do conceito, a proposição é a expressão de um


juízo e o argumento é a expressão de um raciocínio.
Um argumento é todo conjunto constituído de n +1 sentenças, cada uma delas
chamada premissa, de tal modo que aquela que requer justificativa é denominada
conclusão. Assim é que designando por P1, P2, . . . , Pn e C, n + 1 sentenças dadas, um
argumento é toda seqüência finita, P1, P2, P3, . . . , Pn, C, onde a conclusão C é
conseqüência das premissas P1, P2, P3, . . . , Pn.
Qualquer argumento, indicado pela notação, P1, P2, P3, ..., Pn I— C, contém
qualquer uma das seguintes leituras:
I. P1, P2, P3, ..., Pn, implicam ou acarretam C.
II. C se deduz ou decorre de P1, P2, P3, ..., Pn.
Tome-se, por exemplo, a proposição singular como dois é um numero real.
Esta proposição adquire considerável interesse se existem informações que
esclareçam quem é o sujeito e como o sujeito se relaciona com o predicado.
Assim suponha que seja dito:
Todos os números inteiros são reais.
Ora, dois é um número inteiro.
Logo, dois é um número real.

Deste modo passamos a ter uma construção de interesse, pois comporta


verificar se a conclusão dois é número real decorre das premissas dois é número
inteiro e todos os números inteiros são reais.
O diagrama de Euler-Venn, onde Z é o conjunto dos números inteiros e R é o
conjunto dos números reais, ilustra que a conclusão é correta e que o argumento está
bem construído. R

Z
. Dois

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A conlusão decorre das premissas e assim argumento é considerado


dedutivamente válido ou legítimo.

§ 1 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO I

Os argumentos se distinguem como persuasivos ou demonstrativos.


Os argumentos persuasivos procuram o convencimento através de proposicões
que promovam a adesão emocional do interlocutor apelando para fatores subjetivos
como elementos decisivos dos enunciados.
Os argumentos demonstrativos constituem o campo de interesse da Lógica e se
caracterizam pela racionalidade, objetividade e independencia de fatores subjetivos.
Consideremos o argumento: Todos os números inteiros são reais.
Ora, dois é um número inteiro.
Logo, dois é um número real.

Este argumento procura demonstrar que dois é um número real a partir de


três elementos que são fundamentais na estrutura de um argumento.
- O primeiro elemento está sendo dado pela palavra ora, que articula as duas
primeiras proposições como ponto de partida, constituindo por isto mesmo um conjunto
de proposições chamado Antecedente;
- O segundo elemento, dado pela palavra logo, articula a terceira proposição como
conseqüência das duas primeiras, atua como ponto de chegada, e por isto constituindo
um conjunto chamado Conseqüente;
- O terceiro elemento, mais sutil, é chamado de Inferência do latim inferre, que
significa levar para, pois atua como algo que conduz das premissas ou conjunto
antecedente para a conclusão ou conjunto conseqüente.
Se a conclusão se apresenta como conseqüência das premissas, o argumento diz-
se bem construído ou argumento válido. Assim uma inferência será dita Válida se existe
uma relação que efetivamente liga o antecedente ao conseqüente. Se a relação é
apenas aparente, a inferência é dita Não Válida. Portanto, para avaliar a validade de um

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argumento dois pontos são relevantes:


I – O valor lógico das premissas e,

II – Qual é a conexão estabelecida entre as premissas e a conclusão.


Quanto ao juízo que se faz do argumento, esta é uma questão a ser dirimida
pela área de especialidade a qual a Lógica se aplica. Quando aplicada a um área de
especialidade, torna-se fundamental saber determinar o valor lógico do argumento – ai
incluídos o valor lógico das premissas e da conclusão.

§ 2 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO II

O símbolo e o processo de simbolização são tão fundamentais que, sem ele,


o raciocínio matemático é quase impossível.
Através da simbolização o conteúdo da premissa é esvaziado, restando uma
forma que não se classifica como verdade ou falsidade, mas como válida ou não-
válida.

EXEMPLO 11 - DISTINÇÃO ENTRE FORMA E CONTEÚDO

ARGUMENTO 1 CONTEÚDO FORMA

Todo numero par (P) é natural (N) Todo P é N

Todo numero natural é inteiro (Z) Todo N é Z

Todo número par é inteiro Todo P é Z

VERDADEIRO VÁLIDA

ARGUMENTO 2 CONTEÚDO FORMA

Todo número natural (N) é racional (Q) Todo N é Q

Todo numero inteiro (Z) é racional Todo Z é Q

Todo numero natural é inteiro Todo N é Z

VERDADEIRO NÃO-VÁLIDA

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ARGUMENTO 3 CONTEÚDO FORMA

Todo numero inteiro (Z) é irracional (Q‟) Todo Z é Q‟

2 2
é um numero inteiro éZ
3 3

2 2
é um numero irracional é Q‟
3 3
FALSO VÁLIDA

ARGUMENTO 4 CONTEÚDO FORMA

Nenhum numero racional (Q) é inteiro (Z) Nenhum Q é Z

Alguns inteiros são números reais (R) Alguns Z são R

Nenhum numero racional é real Nenhum Q é R

FALSO NÃO - VÁLIDA

§ 3 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO III

Um importante argumento é aquele que tem a seguinte estrutura:


Premissas Conclusão

Todo A é B
Se e Então Todo A é C
Todo B é C

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Este argumento, que se diz bem construído, pois qualquer que sejam as
proposições A, B e C, a conclusão se articula como conseqüência das
premissas dadas, denomina-se Silogismo. Silogismo significa ligação.
Considerado uma das formas perfeitas do raciocínio dedutivo, o silogismo é
uma argumentação na qual um antecedente que une dois termos a um terceiro deduz
um conseqüente que une esses dois termos.
Uma das regras estabelecidas por Aristóteles para distinguir os
silogismos válidos é aquela: um argumento garante a veracidade da conclusão se ele
se constitui de premissas verdadeiras e é um argumento válido. Ou:

De duas proposições verdadeiras não se pode obter uma conclusão falsa.

Seja, para exemplo, o argumento:


Premissas: Todos os astronautas são matemáticos
Pedro é astronauta.
Conclusão: Pedro é matemático.

Supondo que as premissas dadas são verdadeiras , a conclusão decorre


naturalmente e o argumento é dito válido ou legítimo. Adimitamos que a
conclusão fosse: Pedro não é matemático. Neste caso uma das premissas deve
ser falsa. Se Pedro é astronauta for verdadeira e Pedro não é matemático é a
conclusão, então, a primeira premissa deve ser falsa. Se Todos os matemáticos
são astronautas e Pedro não é matemático é a conclusão, então neste caso é a
segunda premissa que deverá ser fals.
Assim, a falsidade da conclusão é incompatível com a verdade das
premissas.

§ 4 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO IV

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Entretanto, como ilustra os exemplos abaixo, se as premissas são falsas,


pode-se ter tanto uma conclusão falsa quanto verdadeira:
PREMISSAS VALOR PREMISSAS VALOR
LÓGICO
LÓGICO

Todo número inteiro é irracional F Todo número irracional é inteiro F


2 é um número inteiro F 5 é um número irracional F
3

CONCLUSÃO CONCLUSÃO

2 é um número irracional F 5 é um número inteiro V


3

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Para outro exemplo, seja o silogismo:


PREMISSA 1 PREMISSA 2 CONCLUSÃO
Todo A é B Algum C é B; Algum C é A.

Admitindo que as premissas são verdadeiras, verifica-se, pelo diagrama abaixo à


esquerda, que a conclusão é falsa.

B C B

C
A A

Entretanto, pode-se imaginar que o alcance da segunda premissa permitisse a


construção do diagrama acima à direita a fim de manter a conclusão.
Mas, para que um silogismo seja válido é necessário que a conclusão seja
verdadeira sempre que as premissas também o sejam. Como a primeira representação
mostra uma possibilidade onde a conclusão não é verdadeira, embora as premissas se
considerem verdadeiras, o silogismo não é válido. Substitua, por exemplo, A por
pobres, B por dignos e C por ricos: a falsidade do argumento torna-se mais clara.
Quando uma conclusão não é conseqüência das premissas apresentadas, ou é
uma afirmação falsa ou errônea, o argumento diz-se mal construído, sofisma ou falácia.

§ 5 – LEITURAS DE UM A ARGUMENTO V

Enquanto disciplinas como História, Física ou Biologia dependem da


observação para justificar suas conclusões, o conhecimento lógico independe da
experiência.
O conhecimento que se baseia na experiência é dito empírico e o conhecimento

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que independe ou é obtido antes da experiência, é dito a priori. Eles são de


espécies que se vêem distintas tanto pelos esclarecimentos quanto pelos problemas
que ajudam a levantar aos quais estão associados dois tipos de raciocínio: a dedução
e a indução.
A indução é um raciocínio onde a conclusão pode expressar uma conjectura de
maior amplitude que os dados podem supor. A verdade dos dados não é garantia para
a conclusão: no máximo apóiam a conclusão, mas não garantem, necessariamente, a
sua veracidade. Por exemplo, digamos que os gatos observados são todos brancos.
Raciocinando indutivamente podemos concluir que todos os gatos são brancos, mas o
que realmente podemos afirmar é que talvez todos os gatos sejam brancos.
Para outro exemplo, seja S a soma 1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + . . . + n dos n
primeiros números ímpares e considere as seguintes somas:
i) A soma dos dois primeiros números inteiros é 1 + 3 = 4 e 4 = 2 2 ;
ii) A soma dos três primeiros ímpares é 1 + 3 + 5 = 9 e 9 = 3 2 ;
iii) A soma dos quatro primeiros ímpares é 1 + 3 + 5 + 7 = 16 e 16 = 4 2 ;
iv) A soma dos cinco primeiros ímpares é 1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25 e 25 = 5 2 .
E assim sucessivamente somos induzidos a concluir que a soma S é igual ao
quadrado de n: S = n 2 . Mas, o próximo passo é verificar se a indução é verdadeira.
Quanto à dedução pretendemos saber a priori se não houver erro lógico e se as
premissas forem verdadeiras, ou aceitas como verdadeiras, então a conclusão terá que
ser necessariamente verdadeira.
Os raciocínios dedutivos se fazem por três etapas:
A primeira etapa reconhece uma afirmação geral, chamada premissa maior. A
segunda etapa estabelece uma afirmação particular sobre algum ou vários elementos
do conjunto da afirmação geral e, portanto, é chamada premissa menor. A terceira
etapa, denominada conclusão, é a dedução ou aplicação da afirmação geral à
afirmação particular.
Assim o raciocínio dedutivo é também conhecido como raciocínio silogístico,
pois os três tipos de afirmação premissa maior (afirmação geral), premissa menor
(afirmação particular) e conclusão (dedução), constituem um silogismo (ligação).

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EXEMPLO 12 - RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS

E 12 A Seja o argumento:
M

H
Premissa Maior: Todos os homens são mortais
Premissa Menor: Pedro é homem

Conclusão: Pedro é mortal


A conclusão é verdadeira e a validade do raciocínio é ilustrada pelos diagramas
de Euler-Venn. Na ilustração, onde H é o conjunto dos Homens e M é o conjunto dos
Mortais, observamos que a conclusão decorre das premissas dadas.

E 12 B Seja o argumento:
Pedro é selenita, pois Pedro é economista e todos os economistas são selenitas.
A proposição singular Pedro é selenita decorre das premissas:
João é radical. S

e
R
Todos os radicais são selenitas.
• Pedro

No silogismo acima temos:


Premissa Maior : Todos os radicais são selenitas

Premissa Menor : João é radical


Conclusão : João é selenita.
Através dos diagramas de Euler-Venn, onde R é o conjunto dos Radicais e
S é o conjunto dos Selenitas, a conclusão decorre das premissas independente
do significado da palavra selenita ou do que quer significar radical.

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E 12 C Seja o argumento:

Premissas: Todo número racional inteiro (Z) é racional (Q);


Nenhum número irracional (Q’) é raciona Q'
Q
2 é irracional
2

Conclusão: 2 não é inteiro.


Z

E 12 D Seja o argumento: B
A B .x
C
Premissas: Todo A é B;
Nenhum C é B;
x é C.

Conclusão: x não é A.
Comentário:
Este exemplo generaliza o exemplo anterior através das substituições: conjunto dos
números inteiros por A, conjunto dos números racionais por B, conjunto dos números

irracionais por C e 2 por x. O argumento é válido, pois a conclusão se mantém:


Estas são situações típicas do conhecimento tratado pela Lógica: o argumento
apresentado é válido em razão de sua forma lógica. A noção de forma lógica está
associada ao arranjo dos vocábulos todo, nenhum, algum, é, não, e, ou, e se.
A Lógica, diga-se, significa desde uma correspondência entre o discurso e a
realidade até uma metodologia de construção e análise de argumentos. Assim a Lógica
se ocupa mais com a estrutura dos argumentos do que o conteúdo dos enunciados que
o compõe.

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EXEMPLO 13 – AVALIAÇÃO DE RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS I

E 13 A - Seja o argumento:
257.896.545 é divisivél por 3, pois a soma dos seus algarismos é divisível por 3
e todo número é divisivél por 3 se a soma dos seus algarismos é divisível por 3.
A conclusão 257.896.545 é divisível por 3 decorre das premissas:
A soma dos algarismos do número 257.896.545 é divisivél por 3 e,
Todo número é divisível por 3 se a soma dos seus algarismos é divisível por 3.

E 13 B - Seja o argumento:
Premissas : Todas as mulheres têm a mesma altura.

Todas as pessoas que têm a mesma altura são ruivas.


Conclusão: Todas as mulheres são ruivas.
Avaliação: Argumento legítimo com premissas e conclusões falsas.

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E 13 C Seja o argumento:

5>2 e 2 > 1:

Idéia = número Idéia = número

5 > 2

Premissas

Sujeito (termo) Predicado


(termo)
Relação entre o sujeito e o predicado

2 > 1

Conclusão 5 > 2

Argumento ( Raciocínio )

E 13 D Seja o argumento:

Premissas: Todos os estudantes (E) são atletas (A).


Nenhum artista (P) é atleta.

João é artista.

Conclusão: João não é estudante.

A P

Avaliação: Argumento válido. E . João

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EXEMPLO 14 – AVALIAÇÃO DE RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS II

E 14 A Seja o argumento:
T
Premissas: Toda função racional (R) é algébrica (A).

Funções Hiperbólicas (H) são transcendentais (T).


H
x
f ( x)  2 é racional
x 1 A

Nenhuma função transcendental é algébrica.


R
x
Conclusão: f ( x)  2 não é hiperbólica.
x 1
Avaliação: Argumento válido.

E 14 B Seja o argumento:

I
I. Alguns pesquisadores (P) são pessoas interessantes (I). P

II. Astronautas (A) são matemáticos (M).


M

III. Maria é pesquisadora. A

IV. Todos os matemáticos são interessantes.

Algumas Conclusões :

I) Toda pessoa interessante é pesquisadora não é suficientemente verdadeira.


II) Existem astronautas pesquisadores é falsa.
III) Alguns pesquisadores são astronautas é falsa.
IV) Maria é uma pessoa interessante não é suficientemente verdadeira.
V) Maria não é astronauta é verdadeira.
VI) Existem pessoas interessantes que não são pesquisadores é verdadeira.

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E 14 C Seja o argumento: M

Premissas: Todo engenheiro (E) é matemático (M).


Alguns advogados (A) são matemáticos.

Conclusão: Alguns advogados são engenheiros.

O diagrama mostra que o silogismo é um sofisma: a conclusão não é uma


conseqüência das premissas dadas.

EXEMPLO 15 – AVALIAÇÃO DE RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS III

M
E 15 A Seja o argumento:

Premissas: Todo engenheiro (E) é matemático (M). E

Alguns advogados (A) são engenheiros. A

Conclusão: Alguns advogados são matemáticos.


A conclusão decorre das premissas.

E 15 B Seja o argumento:

Premissas: Toda função diferenciável (D) é contínua (C).


D
Toda função polinomial (P) é diferenciável.

Conclusão: Toda função polinomial é contínua.


A conclusão decorre das premissas.

E 15 C

Premissas: Toda função diferenciável é contínua.


Toda função polinomial é contínua.
Conclusão: Toda função polinomial é diferenciável.

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Chamado a opinar, um especialista dirá que a conclusão é verdadeira.


Entretanto, não se infere das premissas a veracidade da conclusão, pois as seguintes
possibilidades de relacionamento entre as duas premissas podem ocorrer:

C C

P
D D P

C C

P D

D P

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PRINCÍPIOS LÓGICOS FUNDAMENTAIS

Aristóteles inicia seu sistema lógico através de três proposições fundamentais:


I. Primeiro Princípio Lógico Fundamental - O Princípio da Identidade:
O que é, é.
Enunciado por Parmênides, ele pode ser entendido como todo objeto é igual a si
mesmo. Um sentido é dizer que a qualidade atribuída ao sujeito expressa um atributo
que lhe é compatível, daí decorrendo uma identidade. Outro sentido é afirmar a
identidade de algo consigo mesmo e assegurar que aquilo que é, enquanto é não pode
deixar de ser.
Uma leitura interpreta este princípio pela Propriedade Reflexiva x = x, que se
constitui na primeira regra básica das igualdades.
Veja-se que também podemos ler: dois objetos idênticos a um terceiro são
idênticos entre si ou dois objetos, dos quais um é idêntico e o outro não é idêntico a um
mesmo terceiro objeto, são diferentes entre si. Por exemplo, se x = 5 e y = 5, então x =
y ou se x  5 e y = 5, então x  y.

II.Segundo Princípio Lógico Fundamental- O Princípio da Não Contradição:


Tudo aquilo que possui atributo não pode, simultaneamente, ser e não ser.
Este princípio afirma que um objeto não pode existir simultaneamente, em dois
lugares. Se afirmarmos que x é x e que x não é x então uma das duas afirmativas
exclui a outra. x é x e x não é x se denomina uma contradição.
Este princípio é esclarecedor, pois a dialética aristotélica se orienta para uma
escolha entre juízos da forma ser e não-ser e não para escolhas binárias do tipo bem /
mal. Não é o caso, digamos, de se optar entre rosas vermelhas e rosas brancas, mas
de escolher entre rosas vermelhas e rosas não-vermelhas.

III. Terceiro Princípio Lógico Fundamental - O Princípio do Terceiro Excluído:


Tudo aquilo que possui atributo deve ser ou não ser.
Esse princípio complementa o Principio da Não Contradição, pois nega uma

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terceira possibilidade entre o valor positivo ser e o valor negativo não-ser. Não significa,
digamos, afirmar que entre quente ou frio existe o morno, mas sim que determinado
objeto está quente ou frio. Isto porque, de acordo com o raciocínio aristotélico, se um
objeto está morno ele não esta nem quente, nem frio: morno é uma outra realidade.

§ 1 – OS CONECTIVOS LÓGICOS I

Desde o simbolismo de Leibnitz a idealização de uma álgebra da Lógica


começa a tomar contornos quando Boole em Pesquisas sobre as leis do pensamento,
dá forma às percepções de Leibnitz ao comparar as leis da Álgebra às leis do
pensamento.
Para Leibnitz há uma equivalência entre a Lógica e a Álgebra que pode ser
aproximada pela comparação:

REPRESENTAÇÃO REPRESENTAÇÃO
LÓGICA
LÓGICA ALGÉBRICA

Idéia Conceito Termos Simbólicos

Sentenças Abertas:
Juízo Proposição
Igualdades ou Desigualdades

Raciocínio Argumento Operações ou Transformações

Na álgebra idealizada por Boole, denominada Booleana, as proposições são


olhadas como variáveis cujo conteúdo é lido como classe ou conjunto.
O produto X.Y ou XY, representando a classe dos elementos que pertencem à
classe X e à classe Y, é denotado por X  Y e significa a interseção de X e Y.
O conjunto dos elementos que pertencem somente à classe X ou somente à
classe Y ou a ambos é denotado por X+Y ou XY e significa a união de X com Y.
A diferença X – Y é lida como os objetos da classe X de onde foram retirados os
elementos da classe Y.

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Classe X Cl asse Y X+ Y X.Y

Classe X Classe Y X– Y

§ 2 – OS CONECTIVOS LÓGICOS II
Enquanto a solução da equação XX = X é dada pelos números x = 0 ou x = 1,
na Álgebra Booleana esta equação é sempre verdadeira para qualquer X, pois a classe
dos objetos que pertencem à classe X com os objetos que pertencem a classe X é a
própria classe X.

Classe x XX = X

As leis da Álgebra permanecem válidas desde que restrita aos números 0 e 1,


interpretados como classes especiais onde 1 significa a classe de todos os objetos, o
conjunto universo ou uma tautologia e 0 significa a classe que não contém nenhum
objeto, conjunto vazio ou uma falácia.

1 0

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Assim 1 – X é a classe de todos os objetos que não fazem parte da classe X:

Classe X 1 1-X

Infere-se também que o produto X. ( 1 – X ) deve ser igual a 0, pois não haveria
como um objeto ser e não-ser.
1 0

Classe X 1–X X(1–X)

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§ 3 – OS CONECTIVOS LÓGICOS III

Embora as abordagens da álgebra não tenham sido inicialmente compreendidas, o


sistema formulado por Boole e De Morgan superou todas as críticas.
Introduzindo a possibilidade de entendimento do conceito de portas lógicas, que
só processam dois tipos de entidades vistas como verdade ou falsidade, sim ou não,
aberto ou fechado, zero ou um, o conteúdo dos argumentos foi esvaziado para criar um
sistema lógico simples e praticamente infalível na obtenção de soluções corretas para
muitos problemas. Particularmente, a partir de 1937, quando as primeiras aplicações
da Álgebra Booleana são desenvolvidas na análise de circuitos por A. Nakashima, e
em 1938 por Claude E. Shannon, que mostrou como aplicar a Álgebra de Boole na
análise de circuitos de relés dando as bases para o desenvolvimento da Teoria dos
Interruptores.
Tanto Boole quanto De Morgan fundamentam-se pela concepção que as
fórmulas algébricas expressam relações lógicas entre conceitos. Há uma analogia
entre as operações aritméticas e as proposições conectivas, aquelas formadas pela
conexão lógica entre duas ou mais proposições. Enquanto as proposições aritméticas
expressam operações entre números, as proposições conectivas expressam relações
lógicas entre conjuntos.
A Álgebra da Lógica ou Lógica Matemática vai fundamentar-se pelos mesmos
princípios do sistema lógico aristotélico enunciado com as seguintes leituras:

AXIOMA 1 – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO


Uma proposição não pode ser simultaneamente verdadeira e falsa.
AXIOMA 2 – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO
Toda proposição ou é verdadeira ou falsa, nunca ocorrendo uma
terceira possibilidade.

Em razão do Princípio do Terceiro Excluído diz-se que a Lógica


Matemática é uma lógica bivalente.
As proposições simples são vistas como unidades ou átomos de uma

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classe de sentenças cuja estrutura interna, se não se fizer necessário, pode ser
ignorada. As proposições simples vão se denominar atômicas e representadas
por P1, P2, P3, . . . , P, Q, R, . . . , p, q, r, . . . ,a, b, c, . . . ,x, y, z, . . .

§ 4 – OS CONECTIVOS LÓGICOS IV

A composição de duas proposições atômicas, uma atuando como sujeito e a


outra proposição atuando como predicado se faz através de quatro conceitos
relacionantes chamados conectivos proposicionais e a negação não.
Chamadas proposições compostas ou moleculares, estruturam-se como:

Proposição Conectivo Proposição


Atômica proposicional Atômica

Proposição Negação da
proposição

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A negação e os quatro conectivos lógicos fundamentais de composição são:

CONECTIVOS LEITURA SÍMBOLO(S) LEITURA

Conjunção e  . p  q , pq peq
Disjunção ou + pq,p+q p ou q

Condicional se... então se...  pq se p então q


e somente pq p se e somente
Bicondicional 
se... se q
Negação Não ~ / - ~p, p‟, p , não p

É axiomático que o valor lógico de uma proposição molecular dependa do


valor lógico atribuído às proposições simples.

Assim a consideração dada às composições proposicionais é aquela que


diz serem elas operações lógicas sobre proposições: operações que aplicadas as
proposições atômicas determinam uma proposição molecular cujo valor lógico depende
dos valores lógicos atribuídos as proposições atômicas.

Portanto uma frase como Acredito que 1 e 1 são 2 é considerada de valor lógico
indeterminado, pois o operador Entendo que, aplicado a sentença 1 e 1 são 2 tanto
pode ser entendido como verdadeiro quanto falso.

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OS CONECTIVOS E, OU E A NEGAÇÃO NÃO

Combinando letras do alfabeto segundo regras definidas formamos palavras e


sentenças que devem comunicar algo significativo.
Senão, qual significado pode ter a palavra axptzywj destituída de sinônimo?
Semelhantemente, uma frase matemática não deve ser vista tão somente como uma
mera combinação de símbolos e deve se preservar de qualquer sentido dúbio. Como
idealizava Leibnitz, uma linguagem própria pode ser desenvolvida e os conectivos e a
negação é parte desta linguagem com papéis operacionais bem definidos.
Um modo simples de começar a tarefa é estabelecer a validade das proposições
moleculares fundamentais através de tabelas que contemplem todas as possibilidades
de atribuição de valores lógicos às proposições atômicas.
Conseqüência do Princípio do Terceiro Excluído, toda proposição atômica p ou
assume o valor lógico Verdade V ( 1 ) ou assume o valor lógico Falso F ( 0 ):
Assim dadas duas proposições atômicas p e q, tanto p quanto q podem assumir
os valores lógicos Verdade V ou Falso F. Cada valor lógico de uma das proposições é
combinado com as duas possibilidades de valores lógicos da outra dando um total de
quatro possibilidades lógicas:

L(q) = V L(q) = V
L(p) = V L(p) = F
L(q) = F L(q) = F

ou

L(q) = 1 L(q) = 1
L(p) = 1 L(p) = 0
L(q) = 0 L(q) = 0

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As seqüências L(p) = {V,V,F, F}, L(q) = {V,F,V,F} ou, L(p) = {1,1,0,0} e L(q) =
{1,0,1,0} organizam-se em tabelas-verdade distribuídos por colunas:

P Q p Q

V V 1 1

V F 1 0

F V 0 1

F F 0 0

§ 1 – A NEGAÇÃO não.

De acordo com a nossa metalinguagem, a língua portuguesa, a negação de


uma proposição atômica é feita antepondo-se a palavra não ao verbo principal.
Por exemplo, a negação das proposições singulares Ana é astronauta ou 2 é
um número primo são Ana não é astronauta ou 2 não é um número primo.
Pode-se também formar a negação escrevendo-se é falso que... ou não é
verdade que... , antes da proposição. Assim, pode-se dizer é falso que Ana é
astronauta, é falso que 2 é um número primo ou não é verdade que 2 é um
número
primo.
A Tabela – Verdade da Negação de uma proposição atômica P é:

P ~P P ~P
o
V F 1 0
u
F V 0 1

Na lógica Matemática, os símbolos utilizados para indicar a negação de uma


proposição p são: ~ „ : ~ p , p‟ ou p .
Na Teoria dos conjuntos o hábito consagrou colocar uma barra vertical | ou /
sobre um símbolo para lhe dar sentido oposto ou a sua negação.

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Assim, a negação do símbolo de igual = é ≠ , de pertence  , que relaciona


um elemento ao conjunto, é  , do símbolo de contido  (ou contém  ) das relações
entre conjuntos, é  .

A barra vertical “ | ” ou “ / “ sem estar sobre um símbolo mas entre símbolos, têm
o significado tal que.

EXEMPLO 16 – NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO ATÔMICA I.

E 16 A Seja p a proposição 5 . 3 = 15, identificada como:


p: 5 . 3 = 15
A negação de p é a proposição

~p : 5 .3  15.
Segundo o Principio da Tricotomia que enuncia: Dados dois números a e b,
apenas uma de três condições se verifica: a > b, a < b ou a = b.

Assim, negar que 5 . 3 = 15 significa:


5. 3 < 15 (5. 3 é menor do que 15) ou 5 . 3 > 15 (5 . 3 é maior que do que 15).

E 16 B Seja p a proposição p : 5  2.
A negação de p é a proposição ~p : 5 = 2.
De fato. Se 5 ≠ 2 então 5 < 2 ou 5 > 2. Negar que 5  2 significa dizer que 5 não
é menor do que 2 ou 5 não é maior do que 2. O que equivale 5  2 ou 5  2. Logo x
só pode ser igual a 2.

E 16 C Seja p a proposição p : 3 . 2 + 1 > 4.


A negação de p é a proposição p é a proposição

~p : 3 . 2 + 1 > 4 ou ~p : 3 . 2 + 1  4.

De fato. Negar que a > b eqüivale a dizer que a = b ou a < b.


Assim, negar 3 . 2 + 1 > 4 é afirmar que 3 . 2 + 1 = 4 ou 3 . 2 + 1 < 4. Isto se
resume em 3 . 2 + 1  4.

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E 16 D Seja p a proposição

p : 5 . 4 – 3 < 20.

A negação de p é a proposição ~p : 5 . 4 – 3 < 20 ou ~p : 5 . 4 – 3  20.

EXEMPLO 17 – NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO ATÔMICA II

E 17 A Seja p a proposição p : 5  2 + 32
~p : 5 2 + 32 ou ~p : 5 > 2 + 32.
De fato. Negar que a  b eqüivale a dizer que a  b ou a < b. Se a não é igual a
b e a não é menor do que b, então a > b.

E 17 B Seja p a proposição p : 3 + 2  22 + 4
A negação de p é a proposição ~p : 3 + 2 < 22 + 4.

E 17 C Seja N = {0, 1, 2, 3, ...} e p a proposição p : 2  N. Então, ~p : 2  N.

E 17 D Sejam os conjuntos N = {0, 1, 2, 3, ...} e Z = {..., -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...}

Seja: p : N  Z .Então

~p : N  Z

A proposição N  Z quer dizer que todo elemento de N é também elemento de


Z. Ou, que N é subconjunto de Z, N está contido em Z ou Z contém N..

EXEMPLO 18 – NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO ATÔMICA III

E 18 A Sejam A e B dois conjuntos, p: A  B. A negação de p é ~p : A  B:

p B ~p B

A
A

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E 18 B
O conjunto ~A, A ou A‟ é o conjunto dos elementos que estão no conjunto universo U
mas não pertencem à A: ~A = U – A ou ~A = { x  U e x  A }.
Se, digamos, A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e U = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}, então
U U
~A = {8, 9, 10}.
~A ~A
A A
1
2 3
4 10
6
5
8
9

E 18 C
Seja A = {1,2,3,5,7,9,11,13} e B = {3,5,7,8}. Então A - B = {1,2,9,11,13} e
B – A = {8}: A-B

1
3 8
2
5
9 B -A
7
11
13

E 18 D
Se A = {1,2,3,4} e B = {1,2,3,4,5,6,7,8} então A - B =  e B – A = { 5,6,7,8}

1 3
2
4
8
5
7
6 B–A= B

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EXEMPLO 19 – NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO ATÔMICA IV

E 19 A Se A = {1,2,3,4,5,6} e B = {1,2,3}

1
A 4 B 2 A A
3
5
6
B-A= ø

A-B

A
E 19 B 1 C
B
Sejam os conjuntos: 4
6 7
2 3
A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, B = {2, 3} e 5
8

C = {6, 7, 8}.

Então, A – B = {1,4,5}. Como B  A, a diferença A – B é chamada Complemento de B


em relação ao conjunto A: A – B = B .

a) B – A =  b) A – C = {1,2,3,4,5} c) C – A = {7,8} d) B – C = {2,3} e) A – A = .

E 19 C Se U = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10}, A = {1,2,3,4}, B = {2,4,6,8} e C = {3,4,5,6,7}:

a) U – A = A = {5,6,7,8,9,10} b) U – B = B = {1,3,5,7,9,10} c)
A = U – {5,6,7,8,9,10} = {1,2,3,4} = A. A também se escreve (A‟)‟.
d) B – C = {2,8}. Assim, (B - C)‟ = U - (B - C) = {1,3,5,6,7,9,10}.

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E 19 D

A A A
B B B

B AB B–A
A A A
B B B

BA A AB

Note – se que A  B = A  B

§ 2 – O CONECTIVO e

Duas proposições atômicas p e q combinadas pelo conectivo e, de símbolo 


ou . , formam a conjunção p  q ou p . q.
Através das situações descritas abaixo, o valor lógico da conjunção de p e q
deve-se evidenciar naturalmente.
SITUAÇÃO 1: Sejam as proposições:
p: 2 é um número par e q: 3 é um número ímpar .
A tabela abaixo relaciona as possibilidades de combinações entre p e q:

Linha p L(p) Q L(q) pq L(p  q)

1 2 é um número par 1 3 é um número 1 2 é um número 1


ímpar par e 3 é um
número ímpar

2 2 é um número par 1 3 não é um 0 2 é um número 0


número ímpar par e 3 não é um
número ímpar

3 2 não é um número 0 3 é um número 1 2 não é um 0


par ímpar número par e 3 é
um número
ímpar

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4 2 não é um número 0 3 não é um 0 2 não é um 0


par número ímpar número par e 3
não é um
número ímpar

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Comentário:
A tabela acima relaciona as possibilidades de combinações entre a conjunção p
e q. A linha 1 contém uma conjunção evidentemente verdadeira. Na linha 2, L(p  q)
deve ser falso, pois uma conjunção contém a noção de simultaneamente. Assim
também na linha 3 a conjunção deve ser falsa. A linha 4 contém duas proposições
falsas e, portanto, L(p  q) deve ser falsa.
SITUAÇÃO 2
Dois sócios em um empreendimento, chamados A e B, combinaram que toda
ordem de pagamento deve conter a assinatura de cada um deles para ser efetuada.
Designando por 1, que a ordem de pagamento está assinada e por 0 a ausência
de assinatura, tem-se as seguintes possibilidades:

§ 3 – O CONECTIVO e
SITUAÇÃO 2

A B Ordem de pagamento

Assinou 1 Assinou 1 Efetuada 1

Assinou 1 Não assinou 0 Não - efetuada 0

Não assinou 0 Assinou 1 Não – efetuada 0

Não assinou 0 Não assinou 0 Não - efetuada 0

SITUAÇÃO 3

Linha p L(p) q L(q) pq L(p  q)

1 52 1 2+2=4 1 522+2=4 1

2 52 1 2+24 0 522+24 0

3 5=2 0 2+2=4 1 5=22+2=4 0

4 5=2 0 2+24 0 5=22+24 0

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SITUAÇÃO 4

Linha pq L(p  q)

1 2 é um número par e primo 1

2 81 e 273 são divisíveis por 3 1


2
3 As raízes da equação x – 9 são x = 3 e x = 3 1

4 4 é um número par e primo 0


2
5 As raízes da equação x - 9 = 0 são x = 3 e x = 4 0

Comentário:
Na linha 2, a soma dos algarismos de 81 é 8+1= 9 e 9 é divisível por 3. 273 é
divisível por 3, pois 2+7+3=12 e 12 é tal 1+2=3. Na linha 3 somente x = 3 ou x = - 3
satisfazem a sentença aberta. Na linha 4 a proposição q é falsa e na linha 5, a
proposição x = 4 é a raiz da equação x2 – 9 = 0 é falsa. Portanto, das situações
apresentadas intui-se a regra das conjunções e sua respectiva Tabela - Verdade:

A conjunção de duas proposições atômicas p e q só é verdadeira quando


as proposições p e q são verdadeiras.

P q Pq p q p.q

V V V 1 1 1

V F F 1 0 0

F V F 0 1 0

F F F 0 0 0

§ 4 – O CONECTIVO ou

Duas proposições atômicas p e q quando combinadas pelo conectivo ou, de


símbolo  ou + , formam a disjunção p  q ou p + q.
A seguir, situações ilustrativas na construção da disjunção de p ou q:

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SITUAÇÃO 1

Linha p L(p) Q L(q) pq L(p  q)

1 2 é um número par 1 3 é um número ímpar 1 2 é um número par ou 3 é 1


um número ímpar

2 2 é um número par 1 3 não é um número ímpar 0 2 é um número par ou 3 1


não é um número ímpar

3 2 não é um número par 0 3 é um número ímpar 1 2 não é um número par ou 1


3 é um número ímpar

4 2 não é um número par 0 3 não é um número ímpar 0 2 não é um número par ou 0


3 não é um número ímpar

As disjunções das linhas 1,2 e 3 são todas verdadeiras, pois pelo menos uma
das proposições é verdadeira. Na linha 4 as proposições são falsas.
Vale observar que na nossa metalinguagem a palavra ou tem o sentido inclusivo
ou sentido exclusivo. Na afirmação Ana é engenheira ou professora, pode ocorrer pelo
menos uma das proposições atômicas verdadeiras ou ambas verdadeiras. Entretanto
na afirmação Pedro é alto ou baixo, só uma das possibilidades pode ocorrer. Neste
exemplo o ou tem sentido exclusivo..
O símbolo especial , utilizado para o ou exclusivo, denota a proposição p  q,
lida como ou p ou q, p ou q, mas não ambas.

SITUAÇÃO 2

Linha P L(p) Q L(q) pq L(p  q)

1 2 é um 1 3 é um número 1 Ou 2 é um número par ou 3 é 0


número par ímpar um número ímpar

2 2 é um 1 3 não é um número 0 Ou 2 é um número par ou 3 1


número par ímpar não é um número ímpar

3 2 não é um 0 3 é um número 1 Ou 2 não é um número par ou 1


número par ímpar 3 é um número ímpar

4 2 não é um 0 3 não é um número 0 Ou 2 não é um número par ou 0


número par ímpar 3 não é um número ímpar

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§ 5 – O CONECTIVO ou
SITUAÇÃO 3

Dois sócios em um empreendimento, chamados A e B, combinaram que toda


ordem de serviço só precisa ser assinada por um deles para ser efetivada. Designando
por 1 que a ordem está assinada e por 0 a ausência de assinatura, segue-se que:

A B Ordem (A  B)

Assinou 1 Assinou 1 Efetivada 1

Assinou 1 Não assinou 0 Efetivada 1

Não assinou 0 Assinou 1 Efetivada 1

Não assinou 0 Não assinou 0 Não efetivada 0

SITUAÇÃO 4

Linha pq L(p  q) L(p  p)


1 2 é um número par ou primo 1 0
2 81 ou 73 são divisíveis por 3 1 1
3 As raízes da equação x2 – 9 = 0 são x = 3 ou x = -3 1 0
2
4 As raízes da equação x – 9 = 0 são x = 3 ou x = 4 1 1

5 4 é um número par ou primo 1 1

Das situações apresentadas pode se intuir:

A disjunção p  q ( p +q ) só é falsa se as proposições p e q são falsas

A disjunção exclusiva p  q só é verdadeira quando uma das proposições


atômicas é falsa;

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ou

A disjunção exclusiva p  q só é falsa se as proposições atômicas p e q tem


valores lógicos iguais.

P q pq TABELA – VERDADE p q pq

1 1 1 1 1 0

1 0 1 1 0 1

0 1 1 0 1 1

0 0 0 0 0 0

EXEMPLO 20 – AS CONEXÕES e, ou

E 20 A
Ao lado de cada proposição abaixo está indicado entre parênteses o seu
valor – verdade.

p: 2 é um número primo (1)


q: 5/7 é uma fração própria (1)
Conclusões

i) p  q : 2 é um número primo e 5/7 é uma fração própria (1)

ii) p  q : 2 é um número primo ou 5/7 é uma fração própria (1)

E 20 B p :  4 = –2 (0) E 18 C p : 4  A = {1,2,3,4,5} (1)

q:  4 = 2 (0) q : 4 = {4} (0)

Conclusões Conclusões

i) p  q :  4 = –2 e  4 = 2 (0) i) p  q : 4  A e 4 = {4} (0)

ii) p  q : 4 = 2 e  4 = 2 (0) ii) p  q : 4  A ou 4 = {4} (1).

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E 20 D p : {0} =  (0)

q : 4  {4} (1)

Conclusões

i) p  q : {0} = 0 e 4  {4} (0)

ii) p  q : {0} = 0 ou 4  {4} (1)

EXEMPLO 21 – AS CONEXÕES e, ou

E 21 A

p : 3  {1,2,4,5,7} (V) E 21 B p : 0  {0} (1)

q : 6  {1,2,4,5, 6} (F) q: 0 = { 0 } (0)

Conclusões: Conclusões:

i) L (p  q) = F. i) i) L (p  q) = 0

ii) L (p  q) = V ii) ii) L (p  q) = 0

E 21 C p:0{ } (0) E 21 D p : {0}  { } (0)

q : {0} =  (0) q : {0}   (1)


Conclusões:

i) L (p  q) = 0 ii) L (p  q) = 0 i) L (p  q) = 0 ii) L (p  q) = 1

EXEMPLO 22 – SIMBOLIZANDO PROPOSIÇÕES

Sejam as proposições
p: A água é aquecida (1) q: A água evapora (1)
r: Os crocodilos voam (0) s: 2 é um número par (1)

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Frase Molecular Simbolização Valor Lógico

Notações
A água não foi aquecida ~p 0

A água é aquecida e evapora pq p.q 11=1 1.1=1

A água é aquecida e não evapora p  ~q p. q 10=0 1.0 =0

A água não é aquecida e não evapora ~p  ~q p .q 00=0 0.0 = 0

Não se aqueceu a água e ela não


evaporou

É falso que a água foi aquecida ou ela ~p  q p+q 01=1 0+1=1


evaporou

É falso que a água não foi aquecida ou ~ (~p  ( p + q)‟ ~[0 1] = 1 (0+1)‟ = 0
ela evaporou q)

A água foi aquecida, ou não foi aquecida p(~p p+( p .q) 1 (01] = 1+(0.1)= 1
e evaporou q) 1

Ou a água é aquecida ou os crocodilos pr 10=1


voam

Ou 2 é um número par ou a água sq 11=0


evapora

Ou a água é aquecida ou os crocodilos p  (r  q) 1  (0  1) = 1  1= 0


voam ou 2 é um número par

2 é um número par e, ou os crocodilos s  (r  q) 1  (0  1) = 1


voam ou a água evapora
s . (r  q) 1  (0  1) = 1

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AS CONDICIONAIS

As proposições condicionais, estruturadas como p se então q ,


simbolizadas p  q, significam p é condição suficiente para q, ou q é condição
necessária para p, ou p somente se q.
O conteúdo p é chamado antecedente do conseqüente q.
Observe-se que uma proposição condicional não obriga o conseqüente se
deduzir do antecedente. Por exemplo, se algumas rosas são vermelhas então os
crocodilos voam não afirma que os crocodilos voam porque algumas rosas são
vermelhas. O que ocorre é uma relação condicional entre proposições. Na Matemática,
entretanto, espera-se que a conexão entre o antecedente e o conseqüente evidencie
como se deduz do antecedente p alguma conseqüência q. A seguir, situações
ilustrativas na construção da condicional p  q.

SITUAÇÃO 1
No conjunto universo F das figuras seja T o conjunto dos triângulos e o G o
conjunto das figuras triláteras. Assim, se T é um triângulo, ele é trilátero. Se T não for
um triângulo, T poderá ser trilátero ou não. As possibilidades de combinações lógicas
são destacadas na tabela abaixo:
Linha 1 T é um triângulo 1 T é um trilátero 1 Se T é um triângulo então T é 1
trilátero

Linha 2 T é um triângulo 1 T não é um trilátero 0 Se T é um triângulo então T não é 0


trilátero

Linha 3 T não é um triângulo 0 T é um trilátero 1 Se T não é um triângulo então T é 1


trilátero

Linha 4 T não é um triângulo 0 T não é um trilátero 0 Se T não é um triângulo então T 1


não é trilátero

A Linha 1 contém uma condicional verdadeira e a Linha 2,


G
uma condicional falsa, pois é contraditória:se T é um
T
triângulo então ele não tem 3 lados. A Linha 3 diz que
T não é um triângulo mas é trilátero. A condicional é
verdadeira, pois o conjunto dos triângulos está contido no

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conjunto dos triláteros, e se T não um triângulo, então ele poderá ser trilátero ou não. O que
significa que uma das possibilidades se verifica. Analogamente, na Linha 4, se T não é um
triângulo então T não é trilátero é verdadeira.

§ 1 – AS CONDICIONAIS

SITUAÇÃO 2

Linha 1 1+2=3 1 (1 + 2)2 = 9 1 se 1 + 2 = 3 então (1 + 2)2 = 9 1

Linha 2 1+2=3 1 (1 + 2)2  9 0 se 1 + 2 = 3 então (1 + 2)2  9 0

Linha 3 1+23 0 (1 + 2)2 = 9 1 se 1 + 2 = 3 então (1 + 2)2 = 9 1

Linha 4 1+23 0 (1 + 2)2  9 0 se 1 + 2 = 3 então (1 + 2)2  9 1

Comentário:
A Linha 1 contém uma condicional verdadeira. Na Linha 2, o antecedente é
verdadeiro, mas o conseqüente (1 + 2)2  9, equivalente a proposição falsa (1 + 2)2 < 9
ou (1 + 2)2 > 9, apresenta-se como uma dedução (conclusão) falsa do antecedente. Na
Linha 3, do antecedente 1 + 2  3, que equivale à 1 + 2 < 3 ou 1 + 2 > 3, pode-se
deduzir (1 + 2)2 = 9. Basta tomar 1 + 2 = - 3 e assim (1 + 2)2 = (-3)2 = 9. Portanto, de
uma proposição falsa e de uma proposição verdadeira, nesta ordem, pode-se construir
uma condicional verdadeira. Na Linha 4, de duas proposições falsas pode-se construir
uma condicional verdadeira: Se 1 + 2 = 5 então (1 + 2)2 = 52 = 25  9.

SITUAÇÃO 3
Um bom exemplo de uma condicional da matemática é a proposição Se f
é um função diferenciável, então f é contínua.
As proposições atômicas são: f é uma função diferenciável e f é contínua.

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Linha 1 f é diferenciável 1 f é contínua 1 Se f é diferenciável então f é contínua 1

Linha 2 f é diferenciável 1 f não é contínua 0 Se f é diferenciável então f não é 0


contínua

Linha 3 f não é diferenciável 0 f é contínua 1 Se f não é diferenciável então f é 1


contínua

Linha 4 f não é diferenciável 0 f não é contínua 0 Se f não é diferenciável então f não é 1


contínua

Essa proposição enuncia que o conjunto D


C
das funções diferenciáveis está contido no conjunto D
C das funções contínuas em relação ao conjunto F
das funções.

§ 2 – AS CONDICIONAIS II

SITUAÇÃO 4

q1: Se ab = 0 então a = 0 ou b =0 : ab = 0  a = 0  b = 0

q2: Se a > b e b > c então a > c. :a>b b>ca>c

q3: Se x = 2 então x2 = 4 : x = 2  x2 = 4

q4: Se x2 = 4 então x = 2 : x2 = 4  x = 2

q5: Se x2 = 4 então x = 2 ou x = -2 : x2 = 4  x = 2  x = -2

Comentário:
Toda sentença declarativa para se classificar exige que o conjunto dos
elementos aos quais ela se refer esteja bem definido. Desde que os objetos a e b da
proposição q1 estejam se referindo aos números reais ela é verdadeira, pois para que o
produto de dois números seja nulo basta que um deles seja nulo ou, que ambos sejam
nulos.

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Do mesmo modo a proposição q2 é verdadeira se os objetos a, b e c são


números ordenados sobre uma reta. Esta proposição se denomina Propriedade
Transitiva dos números.
Quanto às proposições q4 e q5, estas só podem ser avaliadas se estiver
especificado qual é o conjunto ao qual elas se referem. Enquanto as proposições q1 e
q2 têm caráter universal, pois são propriedades que os números verificam, as
proposições q4 e q5 classificam-se, respectivamente, em falsa e verdadeira em relação
ao conjunto A = {...,-2,-1,0,1,2,...}.
E mais ainda.
Na sentença q3, se x = 2 então x2 = 4 observa-se que:
I ) se x =2, consequentemente todo x2 é igual a 4: x = 2  x2 = 4
II ) x2 = 4  x =2 não é verdadeira para todas as possibilidades numéricas, pois
x2 = 4  x = 2 ou x = -2.
III ) Decorre da formulação x = 2  x2 = 4 que se x não for igual a dois, x2 pode
ser igual a qualquer outro valor, inclusive 4.
De fato. Se x = - 2 ( x≠2 ) então (-2)2 = 4.
Alguns outros exemplos de emprego das frases condicionais são ilustrados a
seguir.

§ 3 – AS CONDICIONAIS

OUTRAS SITUAÇÕES
1. O silogismo se todos os elementos de um conjunto A têm a propriedade P e
se x é elemento de A então x tem a propriedade P é uma proposição condicional aceita
sem demonstração.
2. Se a Flávia for ao baile eu também irei é um outro interessante modo de uso
das condicionais. Se o antecedente for verdadeiro, o conseqüente também será. O
antecedente, embora de valor desconhecido, acarreta o conseqüente.
.3. Muitas proposições, entretanto, só se estabelecem experimentalmente. Na
proposição: Se a água é aquecida ela evapora, a conexão antecedente e conseqüente

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depende da observação, pois ela será falsa se a água, quando aquecida, não evapora.

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4. Se a experiência mostra que todo objeto solto de certa altura cai, a afirmação
se um objeto é solto ele não cai contradiz a experiência e produz uma condicional falsa.
As proposições atômicas são: um objeto é solto de uma certa altura e ele cai.
5. Questionamentos podem surgir em condicionais verdadeiras como:

i ) Se os crocodilos voam então 2 + 3 = 7, ou


ii ) Se 2 + 2 = 8 então todos os cães são quadrúpedes .
A razão é que associamos a implicação com a naturalidade aos casos onde a
conexão antecedente e conseqüente é mais nítida. Por isto, as combinações lógicas
que a condicional assume podem não traduzir com fidelidade o uso do conectivo
se...então..., ao então da metalinguagem. Assim deve-se ressalvar que a elaboração
das tabelas de possibilidades lógicas de valores às proposições p e q numa proposição
condicional pq tem também a finalidade de permitir formalizações mais adequadas
aos argumentos matemáticos e científicos. Assim, podemos enunciar a regra básica
das condicionais: De uma proposição verdadeira e uma proposição falsa não se pode
deduzir uma proposição condicional falsa.

A Tabela- Verdade das Condicionais é dada abaixo:


p q pq

1 1 1

1 0 0

0 1 1

0 0 1

§ 4 – AS CONDICIONAIS

Quanto às bicondicionais p  q, delas pode-se dizer que são a síntese da


proposição molecular (p  q)  (q  p).
A leitura da bicondicional p  q é p, se e somente se, q ou se p então q e se q
então p. Ou mais abreviadamente p, se e só se, q ou p, se, q.

p  q interpreta-se como p é condição suficiente e necessária para q, ou q é q é

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condição necessária e suficiente para p.

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Pode ser mostrado que a bicondicional p  q só é verdadeira quando p e q


são ambas verdadeiras ou p e q são ambas falsas.

O quadro abaixo resume as formas de combinações lógicas entre duas


proposições atômicas p e q:

Proposições Negação
Conjunção Disjunção Condicional Bicondicional
Atômicas de p
Linha
p q pq pq pq pq ~p

1 V V V V V V F

2 V F F V F F F

3 F V F V V F V

4 F F F F V V V

Proposições Negação
Conjunção Disjunção Condicional Bicondicional
Atômicas de p
Linha
p q pq pq pq pq ~p

1 1 1 1 1 1 1 0

2 1 0 0 1 0 0 0

3 0 1 0 1 1 0 1

4 0 0 0 0 1 1 1

Será observado que a condicional p  q é uma forma abreviada da proposição disjuntiva


p  q.

Isto é, p  q = ~p  q

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EXEMPLO 23 – AS CONDICIONAIS I

E 21 A p  q

se p então q p Q

pq L(pq) L (p) L (q)


5+3=82+4=6 1 5+3=8 1 2+4=6 1
2 2 2 2
2 = 3 2 = 3 1 2=3 0 2 = 3 0
0 2 0 2
x = 1  x.x = x 1 x =1 1 x.x = x 1

3 + 2 = 7  5 + 5 = 55 1 3+2=7 0 5+5 = 55 0

0<1 2=2 0 0<1 1 2=2 0

1
 1 = -1   2 = -2  1 = -1 0  2 =-2 0

E 23 B ~p  q
~p L(~p) ~p  q L(~pq)
5+3 8 0 5+3 8  2+4+6 1

23 1 23  22 = 32 1

x0  1 0 x0  1  x.x = x2 1

3+2 7 1 3+2  7  5 + 5 = 55 1

01 0 01  2=2 0

 1  -1 1  1  -1   2 = -2 1

EXEMPLO 24 – AS CONDICIONAIS II

Sejam as proposições
A : Se 5 + 3 = 10 então 7 + 2 = 9
B : É falso que 1 + 1 = 3 se, e somente se, 2 + 2 = 5
C : Não é verdade que se Paris está na Suíça, então Nova York está no Amazonas

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D : Está frio se, e somente se, não está chovendo

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E : Se está frio, não está chovendo


F : Está chovendo se, e somente se, está frio
G : Não é verdade que se está chovendo então está frio
H : Não é verdade que as rosas são vermelhas se, e somente se, as margaridas são
brancas.

Simbolizando:

i) p1 : 5 + 3 = 10, q1 : 7 + 2 = 9.

A equivale à p1  q1. Como L(p1) = 0 e L(q1) = 1 segue-se que L(A) = 1.

ii) p2 : 1 + 1 = 3 , q2 : 2 + 2 = 5.

B : ~ (p2  q2). Como L(p2) = 0 e L(q2) = 0 então L(p2  q2) = 1. Assim L(B) = 0.

iii) p3 : Paris está na Suíça ; q3 : Nova York está no Amazonas

C : ~ (p3  q3). Como L(p3) = 0 e L(q3) = 0 então L(p3  q3) = 1. Logo L(C) = 0.

iv) p4 : Está frio ; q4 : Está chovendo

D : p4  ~q4.
Admitindo que L(p4) = 1 e L(q4) = 1 então L(~q4) = 0.
Consequentemente, L(D) = 0

v) p5 : Está frio ; q5 : Está chovendo

E : p5  ~q5.
Admitamos que L(p5) = 1 e L(q5) = 1. Então L(~q5) = 0. Daí L(E) = 0
vi) p6 : Está chovendo” ; q6 : Está frio”

F : p6  q6. Admitamos que L(p6) = 1 e L(q6) = 1.


Então L(F) = 1

vii) p7 : Está chovendo” ; q7 : Está frio”

G : ~ (p7  q7).

Admitindo que L(p7) = 1 e L(q7) = 1 então L(p7  q7) = 1. Logo L(G) = 0


viii) p8 : As rosas são vermelhas ; q8 : As margaridas são brancas

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H : ~ (p8  q8). L(p8) = 1 e L(q8) = 1. Então L(p8  q8) = 1. Logo L(H) = 0.

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EXEMPLO 25 – VALOR LÓGICO DE PROPOSIÇÕES MOLECULARES I

São dados: L ( p ) = 1, L ( q ) = 0, L ( r ) = 1, L ( s ) = 0. Pede-se:

E 25 A L [ ( p  ~q)  p ]

Elementos constituintes da Proposição Molecular ( p  ~q)  p :


Proposições atômicas : p, q
Proposições compostas : ~q , p  ~q , ( p  ~q )  p
Determinação do Valor Lógico da Proposição Molecular:

P q ~q p  ~q ( p  ~q )  p

1 0 1 1 1

E 25 B L [~ ( p  ~q)  ( p  r )]

p Q r pq ~(p  q) (p r) [~ ( p  ~q)  ( p  r )]

1 0 1 0 1 1 1

E 25 C L [ (p  q)  (r s)  ( s  p)  (q  r) ]

p Q r s p  q r s sp qr (p  q)  (r s) ( s  p)  (q  r) 

1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0

Por simplicidade, a proposição molecular foi representada na última coluna


acima pelo conectivo principal de ligação.

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E 25 D L { ~ [ (p  q)  (r s) ]  [ (~p  ~r) (~r  s) ] } = L { ~A  B }

p Q R s ~p ~r pq r s ~p  ~r ~r  ~s A ~A B ~A  B
1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 o 1 1 1

EXEMPLO 26 – VALOR LÓGICO DE PROPOSIÇÕES MOLECULARES II

Na construção da Tabela – Verdade de uma proposição molecular o número de


linhas depende do número das proposições atômicas.
Assim dadas duas proposições atômicas p e q, tanto p quanto q podem assumir
os valores lógicos Verdade V ou Falso F. Cada valor lógico de uma das proposições é
combinado com as duas possibilidades de valores lógicos da outra dando um total de
quatro possibilidades lógicas. Essas possibilidades organizam a tabela-verdade
distribuídos por coluna de acordo com as seqüências:
L( p ) = { V, V, F, F } e L( q ) = { V, F, V , F } ou L( p ) = {1, 1, 0, 0 } e L( q ) = {1, 0, 1, 0 }
. Se a proposição molecular contém as proposições p, q e r, o número de linhas
da tabela-verdade é igual a 8, organizados de acordo com as seqüências:
L(p) = { V, V, V, V, F, F, F, F }, L( q ) = { V, V, F, F, V, V, F, F } e
L (r ) = { V, F, V, F, V, V, V, F }.
Em geral, o número de linhas da tabela-verdade de uma proposição molecular
com n proposições atômicas é dado por 2 n .

E 26 A p  q ~p 



p q p pq ~p  q 

V V F V V V

V F F F F V

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As tabelas-verdade das proposições p  q e ~p  q mostram que p  q =


~p  q. O que é confirmado pela tautologia da tabela-verdade da proposição p
 q  ~p  q.
Quando a tabela-verdade de uma proposição bicondicional é tautológica, a
proposição se diz uma propriedade ou lei. Se a tabela-verdade da bicondicional
só contém valores falsos, a proposição é uma falácia ou proposição logicamente
falsa.

E 26 B ( p  q )  = ( p  ~ q )

p q ~q p~q (p~q) pq 

V V F F V V V

V F V V F F V

F V F F V V V

F F V F V V V

EXEMPLO 27 – VALOR LÓGICO DE PROPOSIÇÕES MOLECULARES III

E 27 A p  q = ( p  q)  (q  p)

P q pq qp pq ( p  q)  (q  p) 

V V V V V V V

V F F V F F V

F V V F F F V

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E 27 B [( p  q )  ( q  r ) ]  (p  r )

P q r pq qr pr ( pq)(qr) 

V V V V V V V V

V V F V F F F V

V F V F V V F V

V F F F V F F V

F V V V V V V V

F V F V F V F V

F F V V V V V V

F F F V V V V V

A proposição [( p  q )  ( q  r ) ]  (p  r ) é a redação simbólica da


Lei do Silogismo.

E 27 B p  q = ( p  q)  (q  p)

P q pq pq q p ( p  q)  (q  p ) 

V V V V V V V
F
V F V F F F

F V V V F F F

F F F V F F V

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E 27 C [( p  q )  ( q r ) ]  ( p  r )

p q r pq q r pr ( p  q )  ( q r ) 

V V V V V V V V

V V F V F F F V

V F V F V V F V

V F F F V F F V

F V V V V V V V

F V F V F V F V

F F V V V V V V

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REFERÊNCIAS

ADLER, Irving. Iniciação à Matemática de hoje. Tradução de Augusto César de Oliveira


Morgado. Rio de Janeiro, Ao livro Técnico, 1972
ALENCAR FILHO, Edgard de. Iniciação à Lógica Matemática. São Paulo, Nobel, 18ª
edição, 1995
ALENCAR FILHO, Edgard de. Elementos de Álgebra Abstrata. São Paulo, Nobel, 18ª
edição, 2000
BARKER, Stephen F. Filosofia da Matemática. Tradução de Leônidas Hegemberg e
Octanny Silveira da Motta. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1976.
CASTRUCCI, Benedito. Introdução à Lógica Matemática. São Paulo, Nobel, 1975.
COPI, Irving Marmer. Introdução à Lógica. Tradução de Alvaro Cabral. São
Paulo,Mestre Jou, 2ª edição, 1978
DAVIS, Phillip J. & HERSH, Reuben. A experiência Matemática. Tradução de João
Bosco Pitombeira. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1985.
DAUGHLIAN, Jacob. Lógica e Álgebra de Boole. São Paulo, Atlas, 4ª edição, 1995.
GARDING, Lars. Encontro com a Matemática. Tradução de Célio Alvarenga e Maria
Manuela Alvarenga. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1981.
GIUSEPPE NÉRICI, Imideo. Introdução a Lógica. São Paulo, Nobel, 1971.
HEGENBERG, Leônidas. Lógica – O Cálculo Sentencial. São Paulo, editora da
Universidade de São Paulo, 1972.
NACHBIN, Leopoldo. Introdução à Álgebra. São Paulo, McGraw–Hill do Brasil, 1971.
RICH, Barnett. Geometria Plana. Tradução de Ricardo Vieira L. M.Gondim. São Paulo,
McGraw – Hill do Brasil, 1972.
SPIEGEL, Murray. Álgebra Superior. Tradução de Celso Franco de Albuquerque, Graw
– Hill do Brasil, 1979.
XAVIER CURY, Márcia. Introdução à Lógica. São Paulo, Érica, 1996.

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