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UNIVERSIDADE PAULISTA

BRUNO LACERDA ALECRIM


DOUGLAS GABRIEL COSTA SOARES
GUILHERME GUSTAVO MONTEIRO DE SOUZA
MARCOS ALBERTO DOS REIS CAVALCANTE
NESLEM DOS SANTOS PAVANI
PAULO ANDRÉ DO NASCIMENTO
VICTOR BUENO DE MORAES BARBOSA

IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA

BAURU

2021
BRUNO LACERDA ALECRIM
DOUGLAS GABRIEL COSTA SOARES
GUILHERME GUSTAVO MONTEIRO DE SOUZA
MARCOS ALBERTO DOS REIS CAVALCANTE
NESLEM DOS SANTOS PAVANI
PAULO ANDRÉ DO NASCIMENTO
VICTOR BUENO DE MORAES BARBOSA

IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Engenharia Civil apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Orientadora: Profª. Drª. Juliana Braga Silva

BAURU
2021
BRUNO LACERDA ALECRIM
DOUGLAS GABRIEL COSTA SOARES
GUILHERME GUSTAVO MONTEIRO DE SOUZA
MARCOS ALBERTO DOS REIS CAVALCANTE
NESLEM DOS SANTOS PAVANI
PAULO ANDRÉ DO NASCIMENTO
VICTOR BUENO DE MORAES BARBOSA

IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
engenharia civil apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_________________ ___/___/___
Profa. Dra. Juliana Braga Silva
Universidade Paulista – UNIP

_________________ ___/___/___
Prof. Me. Luiz Gustavo Cruz Trindade
Universidade Paulista - UNIP

_________________ ___/___/___
Profa. Dra. Adriana dos Reis
Universidade Paulista – UNIP
DEDICATÓRIA

Dedicamos estre trabalho às nossas famílias, amigos e professores que


sempre nos apoiaram para que pudéssemos chegar até onde estamos. Ao professor
André Almeida por nos transmitir sua vasta experiência com ensinamentos para uma
vida e que, infelizmente, nos deixou de maneira tão repentina, deixando muitos
engenheiros com saudades desse profissional que amava muito nossa profissão.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à nossa orientadora Profa. Dra. Juliana Braga


Silva, por sua calma, paciência e jeito amoroso de cuidar com carinho do nosso grupo,
sempre de muito boa vontade e grande coração;
Aos Engenheiros, Técnicos, Arquitetos e todo pessoal que colaborou com
nossa pesquisa de opinião gastando um tempo de sua vida para nos ajudar a alcançar
nossos objetivos;
A todo o time de professores que nos acompanhou de forma atenciosa e
presente em todos os momentos dessa jornada acadêmica;
À nossa instituição de ensino, Universidade Paulista – UNIP, por nos fornecer
a bagagem e apoio necessários em todos esses anos de estudos, nos capacitando
para ser bons profissionais.
“A tecnologia vai reinventar o negócio, mas as relações
humanas continuarão a ser a chave para o sucesso”.

(Stephen Covey)
RESUMO

Desde a primeira revolução Industrial, a indústria não para de sofrer alterações,


se adaptando às necessidades que o mercado exige com o passar do tempo.
Atualmente encontra-se em posição de destaque a Indústria 4.0 ou Quarta Revolução
Industrial, que embora tenha seus diferenciais comparada às anteriores, carrega
consigo os mesmos objetivos finais, de uma produção mais eficiente, suprindo uma
maior demanda do mercado, com maior rapidez e menor custo (CBIC, 2016;
SCHWAB, 2019). Dessa forma, em complemento, foi executada uma pesquisa de
opinião com intuito de levantar dados de maneira neutra e não sugestiva sobre a
qualidade de reprodução de um projeto arquitetônico elaborado para esse trabalho,
com a finalidade de comparar o projeto feito em método convencional em relação a
que integra a construção 4.0. A pesquisa voltou resultados apontando que 91,3% dos
profissionais da área da construção civil preferem desenhar com ferramentas
provenientes da Quarta Revolução Industrial, no entanto, 70% dos entrevistados
utilizam softwares convencionais para seus projetos. Sendo possível, assim, verificar
certa resistência encontrada nos profissionais e trabalhadores da área quando o
assunto é tecnologias e inovações para o setor, visto que a tecnologia ainda não está
bem inserida nesse ramo profissional.

Palavras-chave: Indústria 4.0; Construção 4.0; Quarta Revolução Industrial; Software


para construção civil.
ABSTRACT

Since the first Industrial Revolution, the industry has not stopped undergoing
changes, adapting to the needs that the market demands over time. Currently, Industry
4.0 or the Fourth Industrial Revolution is in a prominent position, which, although it has
its differentials compared to the previous ones, carries with it the same final objectives,
of a more efficient production, supplying a greater market demand, faster and less cost
(CBIC, 2016; SCHWAB, 2019). Thus, in addition, an opinion poll was carried out in
order to collect data in a neutral and non-suggestive way about the quality of
reproduction of an architectural project prepared for this work, with a comparator made
in a conventional method in relation to which it integrates the build 4.0. The survey
returned results that 91.3% of professionals in the civil construction area prefer to draw
with tools from the Fourth Industrial Revolution, however, 70% of respondents use
conventional software for their projects. Thus, it is possible to verify the resistance
found in professionals and workers in the area when it comes to technologies and
innovations for the sector, as technology is not yet well inserted in this professional
field.

Key-words: Industry 4.0; Construction 4.0; Fourth Industrial Revolution; Software for
construction.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – As quatro revoluções industriais .............................................................. 23


Figura 2 – Tela da área de trabalho do AutoCAD ..................................................... 55
Figura 3 – Tela da área de trabalho do Revit ............................................................ 58
Figura 4 – Tela da área de trabalho do SketchUp ..................................................... 61
Figura 5 – Tela da área de trabalho do Lumion......................................................... 63
Figura 6 – Planta baixa da edificação realizada pelo AutoCAD ................................ 72
Figura 7 – Planta baixa do térreo pelo AutoCAD....................................................... 73
Figura 8 – Planta baixa do pavimento superior pelo AutoCAD.................................. 75
Figura 9 – Corte A-A do projeto em AutoCAD ........................................................... 76
Figura 10 – Fachada pioneira pelo AutoCAD ............................................................ 77
Figura 11 – Corte B-B do projeto em AutoCAD ......................................................... 77
Figura 12 – Planta baixa do térreo pelo Revit ........................................................... 78
Figura 13 – Planta baixa do superior pelo Revit ........................................................ 79
Figura 14 – Corte A-A do projeto pelo Revit .............................................................. 79
Figura 15 – Fachada pelo Revit ................................................................................ 80
Figura 16 – Corte B-B do projeto pelo Revit .............................................................. 80
Figura 17 – Medidas das paredes pelo Revit ............................................................ 81
Figura 18 – Adição de preços de materiais pelo Revit .............................................. 82
Figura 19 – Planta humanizada do pavimento térreo pelo SketchUp. A. pavimento
térreo. B. piso superior .............................................................................................. 84
Figura 20 – A. Fachada do imóvel feita no SketchUp. B. Cozinha com mobiliário
planejado nos padrões Neufert pelo SketchUp ......................................................... 85
Figura 21 – Cozinha renderizada pelo Lumion .......................................................... 85
Figura 22 – A. Fachada pré-render pelo Lumion. B. Fachada renderizada pelo Lumion.
C. Área do fundo renderizada pelo Lumion ............................................................... 86
Figura 23 – Planta baixa da edificação realizada pelo AutoCAD ............................ 121
Figura 24 – Planta baixa do térreo pelo AutoCAD ................................................... 122
Figura 25 – Planta baixa do pavimento superior pelo AutoCAD.............................. 123
Figura 26 – Planta baixa do térreo pelo Revit ......................................................... 124
Figura 27 – Planta baixa do andar superior pelo Revit ............................................ 125
Figura 28 – Detalhamento da planta pelo Revit ...................................................... 126
Figura 29 – Linhas de indicação de corte pelo Revit ............................................... 127
Figura 30 – Detalhamento do material pelo Revit ................................................... 128
Figura 31 – Projeto em 3D pelo Revit ..................................................................... 128
Figura 32 – Fachada e cortes pelo Revit ................................................................. 129
Figura 33 – Planta humanizada do pavimento térreo pelo SketchUp ...................... 130
Figura 34 – Planta humanizada do pavimento superior pelo SketchUp .................. 131
Figura 35 – Cozinha com mobiliário planejado nos padrões Neufert pelo SketchUp
................................................................................................................................ 132
Figura 36 – Detalhamento de interiores pelo SketchUp .......................................... 132
Figura 37 – Cozinha com mobiliário planejado renderizada pelo Lumion ............... 133
Figura 38 – Fachada pelo Lumion ........................................................................... 133
Figura 39 – Fachada pré-render pelo Lumion ......................................................... 134
Figura 40 – Área do fundo renderizada pelo Lumion .............................................. 134
Figura 41 – Fachada pelo Lumion ........................................................................... 135
Figura 42 – Sala de estar pelo Lumion .................................................................... 135
Figura 43 – Vista interna pelo Lumion ..................................................................... 136
Figura 44 – Sala pelo Lumion.................................................................................. 136
Figura 45 – Sala vista do canto 2pelo Lumion......................................................... 137
Figura 46 – Cozinha pelo Lumion............................................................................ 137
Figura 47 – Lavabo pelo Lumion ............................................................................. 138
Figura 48 – Área dos fundos pelo Lumion ............................................................... 139
Figura 49 – Piscina pelo Lumion ............................................................................. 139
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Percentual da população de 25 a 64 anos que não concluiu o ensino médio


e a desigualdade de renda, 2015 .............................................................................. 48
Gráfico 2 – Distribuição de alunos acima da idade teórica para uma determinada série
cursando o último ano dos anos iniciais e finais do ensino fundamental .................. 48
Gráfico 3 – Percentual de dstribuição de matrículas em cursos de nível superior no
Brasil em 2018 em relação ao total de matrículas em países da OCDE em 2017 .... 49
Gráfico 4 – Escolhas pela vista superior nos softwares. A. grupo de quem não é da
área. B. profissionais da área da construção civil ..................................................... 87
Gráfico 5 – Resultado das escolhas pela sensação de estar na obra. A. Grupo de
quem não é da área da construção. B. Profissionais da área da construção civil ..... 88
Gráfico 6 – Resultado das escolhas para qual etapa foi mais demorada. A. por quem
é da área. B. por quem não é da área ....................................................................... 89
Gráfico 7 – Resultado das escolhas para qual etapa foi mais rápida. A. por quem é da
área. B. por quem não é da área............................................................................... 90
Gráfico 8 – Preferência em adquirir um projeto feito pelo AutoCAD ou Revit. A. por
quem é da área. B. por quem não é da área ............................................................. 91
Gráfico 9 – Resultado das escolhas para orçamento e projeto integrados. A. por quem
é da área. B. por quem não é da área ....................................................................... 92
Gráfico 10 – Resultado dos profissionais que preferem trabalhar conforme a Indústria
4.0 ............................................................................................................................. 92
Gráfico 11 – Ranking de popularidade dos softwares ............................................... 93
Gráfico 12 – Preferência pelo AutoCAD .................................................................... 94
Gráfico 13 – Software mais utilizado para um projeto 3D ......................................... 94
Gráfico 14 – Softwares utilizados para renderizar projetos ....................................... 95
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Índice de digitalização da indústria do McKinsey Global Institute ........... 46


Tabela 2 – Metragem quadrada de cada cômodo do pavimento térreo .................... 74
Tabela 3 – Metragem quadrada de cada cômodo do pavimento superior ................ 76
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 15
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 18
2.1 Objetivos Gerais .......................................................................................... 18
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 18
3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 19
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 21
4.1 O que é Indústria 4.0 ................................................................................... 21
4.2 Quais são as componentes chave da Indústria 4.0 .................................. 25
4.2.1 Cyber Physical Systems (CPS) ..................................................................... 26
4.2.2 Internet das Coisas (IoT) ............................................................................... 27
4.2.3 Fábricas Inteligentes ..................................................................................... 28
4.2.4 Robôs Autônomos ......................................................................................... 30
4.2.5 Inteligência Artificial ....................................................................................... 30
4.2.6 Simulações .................................................................................................... 31
4.2.7 Integrações dos Sistemas ............................................................................. 32
4.2.8 Cibersegurança ............................................................................................. 33
4.2.9 Computação em Nuvem ................................................................................ 33
4.2.10 Impressão 3D ................................................................................................ 34
4.2.11 Realidade Aumentada ................................................................................... 35
4.2.12 Big Data......................................................................................................... 35
4.3 Mudanças e Impactos da Indústria 4.0 e a Construção 4.0 ..................... 37
4.4 Obstáculos à Construção 4.0 no Brasil ..................................................... 43
4.4.1 Ambiente Macroeconômico e Desenvolvimento do Mercado Financeiro para
Viabilizar Negócios .................................................................................................... 43
4.4.2 Atraso na Digitalização .................................................................................. 45
4.4.3 Formação de Engenheiros Civis ................................................................... 47
4.4.4 Resistência à Inovação ................................................................................. 50
4.5 Sustentabilidade e Construção 4.0 ............................................................ 51
4.5.1 Eficiência Energética e Energia Solar ........................................................... 51
4.5.2 Reaproveitamento de Águas Pluviais ............................................................ 53
4.6 AutoCAD ...................................................................................................... 54
4.6.1 Funcionalidades e Metodologia de Uso do AutoCAD .................................... 56
4.7 Revit.............................................................................................................. 58
4.7.1 Funcionalidades e Metodologia de Uso do Revit .......................................... 59
4.8 SketchUp ...................................................................................................... 61
4.9 Lumion ......................................................................................................... 63
5 METODOLOGIA ........................................................................................... 65
5.1 Pesquisa Teórica ......................................................................................... 65
5.2 Construção dos Projetos em AutoCAD e Softwares da Indústria 4.0..... 65
5.3 Pesquisa de Opinião ................................................................................... 69
6 REESULTADOS ........................................................................................... 71
6.1 Estudo de Caso ........................................................................................... 71
6.1.1 Projeto em AutoCAD ..................................................................................... 72
6.1.2 Projeto com Revit .......................................................................................... 78
6.1.3 Projeto com SketchUp ................................................................................... 82
6.1.4 Projeto no Lumion ......................................................................................... 85
6.2 Resultados da Pesquisa de Opinião .......................................................... 87
7 DISCUSSÕES ............................................................................................... 96
8 CONCLUSÕES ........................................................................................... 100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 102
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA OS PROFISSIONAIS DA ÁREA . 111
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA QUEM NÃO É DA ÁREA DA
CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................. 117
APÊNDICE C – PLANTAS BAIXAS DO PROJETO EM AUTOCAD ........... 121
APÊNDICE D – PROJETO COM REVIT ..................................................... 124
APÊNDICE E – PROJETO EM SKETCHUP ............................................... 130
APÊNDICE F – PROJETO NO LUMION ..................................................... 133
15

1. INTRODUÇÃO

Desde a Primeira Revolução Industrial, a indústria não para de sofrer


alterações, se adaptando às necessidades que o mercado exige com o passar do
tempo. Atualmente encontra-se em posição de destaque a Indústria 4.0 ou Quarta
Revolução Industrial, que embora tenha seus diferenciais comparada às anteriores,
carrega consigo os mesmos objetivos finais, de uma produção mais ágil, eficiente e
eficaz, suprindo uma maior demanda do mercado, com maior rapidez e menor custo.
Seu aspecto diferencial, está no uso da tecnologia incorporada em sua estrutura,
buscando integrar tecnologias como robôs autônomos, internet das coisas,
inteligência artificial, cibersegurança, impressão 3D, computação em nuvem,
realidade aumentada, Big Data, integração de sistemas, entre outros (CBIC, 2016;
SCHWAB, 2018).
De acordo com Silveira (2018), o Brasil possui baixo nível de industrialização
se comparado a outras nações, apesar de ter grande potencial de mercado.
Consoante a essa realidade, a construção civil brasileira ainda possui um cenário
incipiente no que diz respeito à transformação da construção para a construção 4.0
(RIBEIRO, 2019). Desta forma, para a implantação na construção 4.0 no país, se faz
necessário o investimento em estrutura que sustente esse cenário.
Atualmente, há tendências que estão crescendo hodiernamente no mercado da
construção civil brasileira e suas aplicações são cada vez mais presentes nos
canteiros de obras e nos escritórios de construções e construtoras nacionais.
Entretanto, ainda existem dificuldades provocadas pelo ambiente macroeconômico,
pelas formações dos profissionais em meio a esse cenário e pela resistência à
inovação por parte das empresas, profissionais e usuários finais das obras (PORTO;
KADLEC, 2018; RIBEIRO, 2019; BARDUCO; CONSTANCIO, 2019; BALAGUER;
ABDERRAHIM, 2008).
Segundo Lafay e Jean-Mary (2005) e Santos (2011) junto a todo o
desenvolvimento da construção 4.0, faz-se necessário que haja avanços em
tecnologias que contribuam também para a sustentabilidade e estudos sobre o que
essas inovações acarretam na economia de custos na área em que se aplicam, como
o reaproveitamento de águas pluviais ou energia fotovoltaicas por exemplo.
16

Mais recentemente, com o advento da pandemia provocada pelo SARS-CoV-


2, conhecida por Covid-19, as transformações da construção 4.0 ganham ímpeto no
cenário nacional, proporcionando métodos mais seguros de trabalho durante as fases
de necessidade de isolamento social impostas pela condição sanitária mundial
(ROCHA, ESCOBAR, 2021).
Diante desse contexto, abre-se o seguinte questionamento: levando em
consideração o cenário atual, quais são os impactos da Indústria 4.0 na construção
civil brasileira?
Com o intuito de verificar algumas das possibilidades da construção 4.0 no
cenário brasileiro, bem como sobre sua percepção na concepção de profissionais da
área e de pessoas que não se vinculam ao cenário da construção civil brasileira, esta
pesquisa desenvolveu um estudo de caso, apresentando um exemplo de aplicação
da construção 4.0 no mercado, comparando a criação de um projeto residencial em
diferentes softwares que dão suporte ao Building Information Modeling (BIM) (Lumion,
Revit e SketchUp), em relação a um projeto convencional criado em AutoCAD.
Estes softwares são exemplos de como a tecnologia tem evoluído para a
criação da identidade da construção 4.0 brasileira (FEITOSA, 2019). Entretanto, não
são só as tecnologias que estão moldando esse cenário, mas também a
transformação que ocorre nos meios de trabalho e na cultura do mercado da
construção civil nacional, que dizem respeito a todos os que integram este cenário,
desde os diversos profissionais dessa área até os usuários finais das construções
(SILVEIRA, 2018).
Dessa forma, em complemento, foi executada uma pesquisa de opinião com
23 pessoas que são da área da construção civil (Engenheiros, Arquitetos e Técnicos)
e 23 pessoas que não são área (Estudantes, Atendentes, entre outros), com intuito de
levantar dados de maneira neutra e não sugestiva sobre a qualidade de reprodução
de um projeto arquitetônico, comparando o projeto feito em método convencional em
relação a que integra a construção 4.0.
De acordo com Rocha e Escobar (2021), as inovações tecnológicas,
mercadológicas, de materiais e de métodos de gerenciamento e práticas construtivos
da construção 4.0, aliados às práticas de sustentabilidade, mostraram-se valiosas
especialmente ao longo dos últimos dois anos, fazendo que construtores e
construtoras percebessem seus resultados positivos garantindo que a tendência de
17

adoção da construção 4.0 no país apresente tendência ao crescimento nos próximos


anos. Assim, segundo esses autores, reconhecer estes padrões é necessário para
garantir uma boa produção nesse setor econômico nacional.
18

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

Este trabalho de Conclusão de Curso procurou apresentar os impactos


causados pela Indústria 4.0 na construção civil brasileira, evidenciando os benefícios
e as dificuldades da adoção desse novo contexto nesse ramo econômico por seus
profissionais e nas implicações que esta adoção apresenta para o seu mercado
consumidor.

2.2 Objetivos específicos

a. Estudar a evolução das Revoluções Industriais;


b. Definir as componentes-chave da Indústria 4.0;
c. Identificar as mudanças proporcionadas no ramo da construção civil pela
Indústria 4.0;
d. Detectar os desafios para implantação do sistema da Indústria 4.0 no ramo da
construção civil no Brasil;
e. Apresentar um estudo de caso desenvolvido a fim de exemplificar a aplicação
da Indústria 4.0 na área da construção civil brasileira por meio da utilização dos
softwares (Revit, Lumion e SketchUp) voltados para a fase de projeto
construtivo de uma residência unifamiliar e de sua comparação com a
execução do mesmo projeto por metodologia convencional (AutoCAD).
19

3. JUSTIFICATIVA

Os mais diversos ramos das áreas industriais e construtivas vêm


acompanhando a rápida evolução da tecnologia, e a construção civil não deve ficar
para trás.
As revoluções industriais ocorridas entre o início do século XVIII a meados do
século XX, foram estudadas posteriormente. Já a quarta revolução vem sendo
estudada antes e durante seu processo, sendo denominada Indústria 4.0. Essa
revolução ocorre com o uso de sistemas Ciber-Físicos e a Internet das Coisas nas
cadeias produtivas, viabilizando maior independência e transparência nas tomadas de
decisões e nas relações homem-máquina (PEREIRA; SIMONETTO, 2018).
Sabe-se há muito que foi sempre preciso adaptar-se e se desenvolver para
novos cenários, isso para todos os meios da vida. Um desses meios é o ambiente
profissional. Na área de elaboração dos projetos construtivos da construção civil, a
implantação da Indústria 4.0 tem ocorrido nas empresas cada vez mais pela adoção
de diversos recursos tecnológicos inovadores, dentre os quais está o sistema Building
Information Modeling, (BIM), um conjunto de informações que possibilitam melhor
planejamento do começo ao fim da obra, auxiliando na tomada de decisões,
promovendo maior eficiência para o cenário da construção civil.
O sistema BIM, diferente de outros softwares, realiza a unificação de todas as
informações que acercam a edificação em um só projeto, evitando assim problemas
como incompatibilidades de projetos que ocorrem corriqueiramente em construções.
Esta plataforma facilita a aplicação de alterações de características da obra sem
grandes interferências ou, se houver tais interferências, indica o que estas implicarão
nos demais componentes do edifício.
Vários softwares têm sido desenvolvidos para serem utilizados junto à
plataforma BIM. Dentre eles, citam-se o Revit, utilizado para projetos arquitetônicos,
o SketchUp, utilizado para a modelagem 3D e o Lumion, utilizado para renderização
do projeto.
Ainda, para aumentar a imersão do colaborador ou cliente em todas as fases
da construção, inclusive para a entrega do empreendimento, a Indústria 4.0 trouxe a
inovação da utilização de aplicativos de visualização e controle de projetos em 2D tais
como a plataforma Construcode, que permite a visualização de plantas em 3D por
20

dispositivos móveis; ou utilizando os óculos Rift, proporcionando ao cliente a


visualização do produto final, em realidade virtual, de forma panorâmica em campo
aquilo em que estará investindo.
Para averiguar as mudanças que o uso desses dispositivos da Indústria 4.0
representam na elaboração de um projeto construtivo, esta pesquisa utilizou um
estudo de caso, com o objetivo de demonstrar as diferenças existentes entre um
projeto criado a partir das tecnologias acima descritas, pertencentes à Industria 4.0, e
do mesmo projeto criado a partir de técnicas mais convencionais, não vinculadas à
Quarta Revolução Industrial.
As diferenças da elaboração deste projeto pelos métodos adotados dentro da
configuração da Indústria 4.0 e fora desses preceitos não param no escritório. Elas
chegam até a obra e compreender essa diferença entre o convencional e o novo é
importante para demonstrar as mudanças que estão ocorrendo no mercado de
trabalho da construção civil, auxiliando a entender como essas transformações
funcionam, quais aspectos positivos e/ou negativos se podem esperar delas, quais
conhecimentos intrínsecos a elas são necessários aos profissionais da área e,
também, para poder ajudá-la a ganhar maior abrangência na construção civil
brasileira.
21

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 O que é Indústria 4.0

Ao longo da história, é possível identificar quatro períodos ligados à revolução


industrial. De acordo com Schwab (2019), que diz que esse processo acontece
quando há o emprego novas tecnologias e novas formas de compreensão de mundo,
desencadeando alterações significativas na sociedade e economia vigentes.
Segundo este mesmo autor, o aperfeiçoamento do conhecimento científico pelo
homem corresponde a uma das principais caraterísticas dessas revoluções,
proporcionando a transição do trabalho realizado por meio a força braçal para a
utilização de diferentes ferramentas mecânicas, influenciando na produção, sendo que
esses processos evoluíram até o momento atual, o qual se pode compreender como
a Quarta Revolução Industrial.
Foi no século XVIII, na Inglaterra, que se iniciou a revolução industrial. Ao longo
do tempo observou-se que esse movimento veio para tornar o capitalismo industrial o
principal sistema econômico mundial. Desde então, com a evolução das tecnologias,
a inovação dos processos de produção e novas fontes de energias aumentou.
Destaca-se a importância dessa revolução para a globalização, para o âmbito social,
político e econômico no decorrer das décadas até os dias atuais (SCHWAB, 2019).
Lima e Oliveira Neto (2017) contextualizam a Revolução Industrial em um
cenário de desafios e oportunidades na economia global. De acordo com eles, a
liderança que a Inglaterra manteve entre os séculos XVI e XVIII na indústria têxtil de
lã criou uma rede de comércio intercontinental nas Américas e Índia. Os autores dizem
ainda que essa expansão para novos locais era dependente, entre outras coisas, da
obtenção de colônias e do estímulo ao capitalismo comercial da época.
Lima (2017) diz que o ponto fundamental de tal revolução se encontra nas
mudanças tecnológicas. Os avanços materiais, para este autor, ocorreram em três
esferas:

a) a alteração da manufatura por processos automatizados;


b) o rendimento de energia de fontes mecanizadas, se comparada com a força
humana e animal;
22

c) na melhora acentuada dos métodos de extração e transformação das


matérias-primas.

Além dessas mudanças dos equipamentos e processos, apareceram novas


formas de organização industrial (LIMA, 2017).
Schwab (2018) ressalta que, no ano de 1760, na Inglaterra, o instrumento que
começou a Primeira Revolução Industrial foi o tear mecânico nas fábricas de algodão
e de máquinas a vapor (Figura 1). Ainda de acordo com esse autor a Segunda
Revolução Industrial (Figura 1) ocorreu entre 1860 e 1900. Além da Inglaterra, países
como Alemanha, Itália, Rússia e França também aderiram ao movimento e se
industrializaram. A invenção do motor a explosão, o uso de combustíveis originados
do petróleo, utilização da energia elétrica, a evolução na produção de produtos
químicos e a locomotiva a vapor marcaram essa fase da revolução, segundo esse
mesmo autor.
Já a Terceira Revolução Industrial (Figura 1) começou no século XX, na década
de 70, e teve como advento a mudança no sistema de produção, com o uso da
tecnologia, robótica e telecomunicações. Por exemplo, o uso de celular,
computadores, fax, internet e a engenharia genética. Houve um aumento na
competitividade no mercado de trabalho, posto que este se tornou mais exigente na
procura de mão de obra qualificada (SCHUWAB, 2018).
De acordo com Ottonicar e Arraiza (2019) e Schuwab (2019) a Quarta
Revolução Industrial (Figura 1) teve início na primeira década do século XXI, está
baseada na revolução digital e teve seu termo Indústria 4.0 cunhado pela primeira vez
na Feira de Hannover de 2011 pelo governo da Alemanha, que lançou a Plataforma
Indústria 4.0 (Plattform Industrie 4.0) com o objetivo de proporcionar comunicação
entre pessoas e máquinas nas linhas de produção, a fim de torná-las otimizadas.
23

Figura 1 – As quatro revoluções industriais.

Fonte: Coelho, 2016.

Ottonicar e Arraiza (2019) dizem que a Quarta Revolução Industrial é


caracterizada pela evolução e expansão do uso da tecnologia, modificando não
apenas os meios de produção, mas também a vida das pessoas. Schwab (2018)
aponta a Quarta Revolução Industrial como uma mudança radical em relação às
formas que as pessoas vivem atualmente. Ele aponta que caso essa nova era
tecnológica seja construída de forma ágil e responsável haverá um novo
renascimento cultural, pois a Quarta Revolução Industrial poderá alterar também o
que ele chama de fontes tradicionais de significado, tais como trabalho e
comunidade, atuando na ordem de valores coletivos e morais humanos que sejam
baseados em senso de destino comum. Assim, para Schwab (2018) as tecnologias
da Quarta Revolução Industrial são disruptivas no sentido de modificar as formas
com que estes valores são criados para as organizações e para a sociedade, de
forma que o que seria considerado correto hoje, no futuro não será mais.
Schwab (2018) ainda aponta que na Quarta Revolução Industrial as fábricas
inteligentes utilizam hardware e softwares que interagem entre si, de forma que a
soma das potencialidades de diversas tecnologias emergentes, tais como
inteligência artificial e computação quântica, será capaz de realizar uma alteração
brusca no modo de produção.
De acordo com a CBIC (2016), o surgimento da Indústria 4.0 foi, ainda, uma
novidade que melhorou o ambiente de trabalho, com técnicas e ferramentas e
24

máquinas tecnológicas, aumentando a produção e reduzindo seus custos.


Foi com os conhecimentos adquiridos com as tecnologias das revoluções
industriais anteriores que se tornou possível produzir a tecnologia usada pela Quarta
Revolução Industrial. Esta revolução tem como características a inteligência
artificial, novas fontes de energia, realidade virtual aumentada utilizando três
dimensões, o uso da tecnologia em áreas não imediatamente correlatas a ela, como
na área da medicina, e o avanço da tecnologia em áreas mais associadas a ela,
como na biotecnologia e na robótica, o que proporcionou e continua promovendo o
surgimento de diversas descobertas científico-tecnológicas ao mesmo tempo. Mas,
apesar do avanço já alcançado, essas tecnologias têm muito o que evoluir, pois
ainda há muito conhecimento e informações a serem adquiridos (SCHWAB, 2018).
Na Quarta Revolução Industrial, as inovações e tecnologias se espalham de
forma mais rápida e ampla do que as tecnologias anteriores, e continuam a se
desenvolver em algumas partes do mundo. O que faz da Indústria 4.0 algo inédito é
o fato dela abranger descobertas em diversas áreas, de forma integrada e
igualitária. Mesmo que ocorram mudanças, a adaptação não será um problema
devido a interdependência dessas tecnologias (SCHWAB, 2018).
Essa revolução tem tudo para se tornar importante marco da história, devido
ao grande impacto que ela vai causar. Mas há pontos importantes para se preocupar:
primeiro, alguns dos sistemas econômicos, sociais e políticos carecem de altos
níveis de liderança com compreensão para lidar com as mudanças causadas pelas
inovações de forma que esses sistemas não sofram um impacto abrupto. Segundo,
deve-se tomar o cuidado de como será a narrativa da Quarta Revolução Industrial,
para que seja algo coerente e positivo e dê ênfase não apenas aos desafios que ela
impõe, mas sim nas oportunidades que ela pode trazer, para que a sociedade a veja
como um benefício e não se oponha às mudanças (SCHWAB, 2019).
Porém não se pode deixar de se preocupar com as desigualdades sociais.
Apesar da revolução 4.0 gerar grandes benefícios, também haverá grandes
desafios. Os maiores beneficiados serão aqueles capazes de dispor de capital
intelectual e físico, através de inovações e investimentos e como isso cria-se uma
concentração de poder nas mãos de apenas uma pequena parcela da
população. É preciso encontrar um equilíbrio para que as plataformas digitais
gerem oportunidades de forma colaborativa e que os benefícios sejam estendidos
25

para todos (BRYNJOLFSSON; MCAFEE, 2014, apud SCHWAB, 2019).


Para a construção civil, o advento da Indústria 4.0 representou uma revolução
no modo de gerenciar e de executar construções. Segundo Silva, Simão e Menezes
(2018) e Ribeiro (2018), a Indústria 4.0 trouxe inovações tecnológicas tanto para o
gerenciamento de obras quanto para a sua execução, como é o caso do BIM, do uso
de tablets e de softwares que permitem o acompanhamento da obra em tempo real,
da utilização de drones para acompanhamento de obras e para verificação da
integridade e segurança dos projetos construtivos, do uso de impressoras 3D para
visualização de projetos e construções, entre outros.

4.2 Quais são as Componentes Chave da Indústria 4.0

Schwab e Davis (2019) dizem que há quatro princípios chaves que orientam tanto
as revoluções industriais anteriores quanto a atual revolução que o mundo está
vivenciando. São elas:

a) Em sistemas, não em tecnologia: os sistemas que proporcionam o bem-estar


que são realmente importantes, apesar de ser muito atrativo se concentrar nas
tecnologias. Com empenho do setor político, investimento e cooperação é
possível implementar novas tecnologias que tenham bons desempenhos.
b) Em empoderamento, não em influência: As tecnologias emergentes permitem
que máquinas atuem sem a interferência humana. Apesar dessa ideia ser
tentadora, isso pode influenciar no comportamento das pessoas seja de forma
ostensiva ou sutil e é importante valorizar o poder de decisão e ação do ser
humano, utilizando essas tecnologias para proporcionar mais oportunidades,
liberdade e escolhas sobre suas vidas.
c) Em design, não em padrão: deixar de lado as tentativas de encaixar os
sistemas sociais e políticos em um padrão é tentador, mas não se deve acatar
a inevitabilidade das opções-padrão. O design thinking – pensamento crítico e
criativo – e o systems thiking (pensamento sistêmico) pode ajudar as pessoas
a entender as estruturas que norteiam as novas tecnologias e como os
sistemas podem ganhar novas configurações com as novas tecnologias.
26

d) Em valores como um recurso, não como um bug: É mais fácil ver a tecnologia
apenas como uma ferramenta que pode ser usada tanto para benefícios ou
malefícios sendo que ela em si, é algo neutro. É necessário debater os valores
que essas tecnologias impregnam desde sua ideia inicial até como elas são
desenvolvidas e a sua implementação, e não apenas quando ela causa algum
dano.

Schwab e Davis (2019) ressaltam que:

Esses quatro princípios surgiram ao longo de centenas de conversas e


entrevistas com cientistas, empresários, líderes da sociedade civil,
autoridades políticas, executivos e mídia. Juntos, eles criaram um quadro
para podermos avaliar, discutir e moldar as maneiras como as tecnologias
nos influenciam hoje e os modos como elas darão forma ao mundo no futuro.
(SCHWAB DAVIS, 2019 p.13).

4.2.1 Cyber Physical Systems (CPS)

Marwedel et al. (2011, apud PASSARINI, 2014) dizem que:

Em vários domínios de aplicação os sistemas embarcados são uma parte


essencial de produtos, sistemas e soluções. Um sistema embarcado pode ser
definido como sendo um sistema de computação, cujo processamento da
informação está integrado a um dispositivo físico ou a um sistema que ele
controla, com o objetivo de estender e otimizar suas funcionalidades”
(MARWEDEL et al., apud PASSARINI, 2014, p.1).

Segundo Kim (2010, apud PASSARINI, 2014) um sistema é definido como


Cyber-Physical System (CPS) quando ele apresenta um grande foco na interação
entre dispositivos físicos, usando recursos que são provenientes da engenharia da
computação e da ciência para aperfeiçoar e aumentar as funcionalidades de sistemas
químicos, elétricos, térmicos, mecânicos, biológicos e das combinações entre eles.
Passarini (2014) pondera que CPS é nada mais que um dispositivo
eletromecânico, controlado por um software e possui diferentes modelos. “A
perspectiva cibernética deste tipo de sistema pressupõe a existência de: (i) um modelo
matemático que representa a dinâmica do sistema físico, (ii) algoritmos de controle, e
(iii) um projeto do sistema computacional embarcado.” (PASSARINI, 2014, p.14).
Portanto, considera-se que os CPS têm um importante papel no
desenvolvimento de sistemas físicos mediados por computadores. A grande
27

quantidade de funcionalidades desse sistema contribui para o aumento da


complexidade dos componentes físicos que inserem requisitos de segurança e
confiabilidade qualitativamente diferentes dos que geralmente são encontrados na
computação em geral (PASSARINI, 2014).
O aumento do uso do Cyber-Physical Systems amplia novas oportunidades
para o espaço de pesquisa e novas aplicações. O CPS oferece tanto oportunidades
quanto desafios para a geração de veículos espaciais e automotores, robótica móvel,
condução urbana autônoma, uma nova geração de aeronaves e até mesmo o controle
de próteses através de sinais cerebrais. A linha de pesquisa que esse sistema explora
é a integração entre o virtual e o físico (PASSARINI, 2014).
Na construção civil, um exemplo de uso do CPS são os diversos aplicativos
e softwares que permitem a todos os colaboradores do projeto construtivo, desde
os projetistas e engenheiros até os funcionários do canteiro de obras,
acompanharem em tempo real o desenvolvimento do projeto da obra e de sua
construção. Um exemplo destes aplicativos é o Construct app (SILVA; SIMÃO;
MENEZES, 2018).

4.2.2 Internet das Coisas (IoT)

Essa é uma das tecnologias que mais chama a atenção dos poderes
econômicos e políticos, pois a comunicação máquina-máquina permite a
automatização da economia e sociedade, como por exemplo, no setor da saúde, da
agricultura, das indústrias, dos transportes e na construção de cidades inteligentes
(MAGRANI, 2018).
Pode-se dizer que foi a Internet das Coisas (Internet of Things ou IoT) que deu
origem à Quarta Revolução Industrial. A computação em nuvem se tornou o principal
meio de integração de serviços da IoT e uma complementa a outra, estabelecendo
assim o novo cenário para a tecnologia mundial (ALBERTIN et al., 2017).
Albertin et al. (2017) explicam que o termo Internet das Coisas foi utilizado pela
primeira vez em 1999 por Kevin Ashton para falar sobre identificação por
radiofrequência (RFID) na cadeia de suprimentos. A partir disso, esse termo passou
a ser utilizado de forma ampla em diversos contextos, porém mantendo a ideia que é
a de integrar objetos físicos e virtuais através de redes conectadas à internet. Com
isso, há coleta, troca e armazenamento de dados que produzem informação. Essas
28

informações são utilizadas para otimizar a relação homem-objeto e homem-máquina


(ALBERTIN et al., 2017).
Todas as definições de Internet das Coisas têm em comum o fato delas se
concentrarem na interação entre computadores, sensores e objetos e produzem
dados por meio da hiper conectividade (MAGRANI, 2018). Assim, a IoT descentraliza
o estudo e tomada de decisões, permitindo respostas em tempo real de equipamentos
e dispositivos (RUBMANN et al., 2015).
Portanto, a IoT significa uma grande oportunidade para o mundo. O Brasil
também tem feito estudos para o diagnóstico, desenvolvimento e sugestão de um
plano de ação para inserir a IoT no país, através do apoio do Banco Nacional do
Desenvolvimento (BNDES) e do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (ALBERTIN et al., 2017).
Porém, ainda há uma grande barreira a ser enfrentada já que nem todos têm
acesso à internet, apesar desses números diminuírem com o passar do tempo. Dessa
forma, para que essa tecnologia de fato seja implementada de forma global, é
necessário democratizar o acesso à internet. Assim será possível que essa rede seja
alimentada e gere um grande volume de dados que serão processados, armazenados
e compartilhados (MAGRANI, 2018).
A Internet das Coisas aparece na construção civil especialmente com a
construção dos smart buildings, edifícios que integram conexões wireless com
sensores da IoT de forma que se podem acionar luzes, cortinas, portas, câmeras de
vigilância, eletrodomésticos, a entrada dos moradores no condomínio, por exemplo,
por meio de aparelhos como smartphones, microfones e sensores dos mais
variados tipos, entre outras coisas (BARACHO; PEREIRA JUNIOR; ALMEIDA,
2017).

4.2.3 Fábricas Inteligentes

Os últimos avanços na indústria permitiram que a expansão dos sistemas


cibernéticos automatizasse os processos de fabricação. Os dados de todas as
camadas envolvidos nos processos administrativos e produtivos são relacionados,
monitorados e sincronizados do chão da fábrica até ao nível de administração através
das redes locais e rotas conectadas à computação em nuvem (COELHO et al., 2016).
29

Com o avanço da tecnologia, o sistema de monitoramento industrial deixou de


ser considerado uma rede própria e isolada e passou a ser um modelo aberto e com
direitos de acesso igualitário, proporcionando maior quantidade e qualidade de dados.
Portanto, os controles de processo industrial tornaram-se mais complexos, permitindo
uma grande quantidade de dados, que são administrados em três níveis diferentes:
software para administração, sistemas de controladores e dispositivos de campo
(COELHO et al., 2016).
Neste cenário, o Object Linking and Embedding (OLE) for Process Control
(OPC) é uma tecnologia de servidor cliente com ampla aceitação na esfera industrial,
uma vez que permite o acesso aos dados das variáveis obtidas pelos dispositivos para
os quais os aparelhos são acessados ao mesmo tempo, nas estações de trabalho
locais ou remotas (COELHO et al., 2016).
Tendo em vista a tendência atual do sistema de manufatura, a fábrica do futuro
será aquela que atue da forma mais simples e compreenda as necessidades de
flexibilidade a partir do grande investimento na área de processos, e tem o ser humano
como elemento-chave na empresa, com uma ampla visão na contínua melhoria e na
gestão integrada, que são apoiadas e auxiliadas por sistemas de TI para proporcionar
sinergia entre processos, pessoas, produtos, fornecedores e clientes (PEREIRA; DAL
FORNO; TUBINO, 2008).
Porém, não basta ter um sistema de produção flexível. É necessário também
saber onde agregar valor ao negócio da empresa, para que esta flexibilidade possa
ser mantida (PEREIRA; DAL FORNO; TUBINO, 2008). Assim, para ser flexível e atuar
dentro da Indústria 4.0, estes autores indicam algumas das aplicações que passaram
a integrar suas linhas de produção.
Os processos de fabricação na construção civil não são um conceito tão
novo, já que desde muito cedo se produzem elementos construtivos que são
levados para o canteiro de obras após prontos e que foram evoluindo ao longo do
tempo até a produção dos pré-fabricados, por exemplo, de concreto e de isopor.
Mais recentemente, essa indústria tem evoluído com conceitos modernos
vinculados à Indústria 4.0. Neste contexto, em 2016 o Fórum Mundial Econômico
pontuou que a construção civil caminha para uma relação fabril de padronização,
modelagem e pré fabricação de itens, peças e sistemas construtivos com o uso de
tecnologias voltadas à Indústria 4.0 para a construção de fábricas inteligentes como
30

o caminho para que se alcance a produtividade e a eficiência na execução das


edificações (SILVAJUNIOR; SANTOS; SANTOS, 2020).

4.2.4 Robôs Autônomos

O uso de robôs autônomos na indústria não é um conceito novo pois ele já vem
sendo utilizado há muito tempo, porém, na Indústria 4.0 eles ganharam habilidades
para se tornarem mais flexíveis, cooperativos e autônomos. Com isso, eles foram
capazes de se transformar em máquinas inteligentes aptos para operar por um longo
período sem precisar do controle humano (ALBERTIN et al., 2017).
A premissa da Industria 4.0 é fazer a união do real com o virtual e ela vem
desenvolvendo um papel cada vez mais importante na indústria global. Robôs
acessíveis e fáceis de usar têm derrubado barreiras, permitindo que diversas áreas
antes consideradas complexas, possam ser automatizadas (ALBERTIN et al., 2017).
A utilização da robótica, segundo estes mesmos autores, proporciona um
melhor enfrentamento aos desafios que a produção a curto prazo impõe para as
empresas, assim é possível superar problemas que são comuns nas linhas de
montagens manuais.
Na construção civil, o uso de robôs autônomos se manifesta através de
drones, impressão 3D, sensores vestíves, capacetes sonsoriais, pulseiras myo,
colete de segurança repoint, óculos inteligente, máquinas de reboco de parede
automática, assentadores de argamassa, automação predial, smart home, sistema
de automação a nível digital e construção modular (ARAUJO, 2018).

4.2.5 Inteligência Artificial

De acordo com Brynjolfsson e Mcafee (2014, apud SCHWAB, 2019) não tem
como saber quais serão as utilidades dos computadores nos próximos anos, devido a
sua influência. Cada dia a Inteligência Artificial (IA) se torna mais presente na vida das
pessoas através de carros com piloto automático, drones, assistentes virtuais e
softwares de tradução, provocando assim transformações com o uso dessas
tecnologias. Com a grande capacidade de armazenamento e a disponibilidade de uma
grande quantidade de processamento de dados, é possível usar softwares para
pesquisa de medicamentos. Também usa algoritmos para identificar quais interesses
31

um usuário tem em relação a cultura, lazer, consumo etc. Isso fez com que a IA
obtivesse um grande progresso e consequentemente, foi capaz de adquirir maiores
conhecimentos na área da automação e na criação de robôs inteligentes.
Na construção civil, a IA aparece de forma insuficiente e é um dos setores mais
precários quando se trata da utilização dessa tecnologia. Porém o uso da IA é capaz
de otimizar a gestão da obra, de recursos e de prazo e consequentemente a
diminuição de custos, além de beneficiar as áreas de segurança do trabalho e
desenvolvimento sustentável (TEIXEIRA et al., 2020).

4.2.6 Simulações

O uso de softwares de simulação é visto como um dos pontos-chave da


Indústria 4.0, apesar do uso dessa ferramenta ainda não estar tão propagada, pois ela
é uma tecnologia que possibilita a alteração e inovação de produtos de forma ágil.
Esta é uma metodologia utilizada na resolução de problemas. Através de simulações
de situações da vida real utilizando o meio virtual é possível identificar problemas ou
adversidades com as quais será necessário lidar. Com isso, o uso de simulação
computacional garante a eficiência e qualidade do produto, com o uso de dados em
tempo real para representar o mundo físico no modelo virtual (BANKS, 1998 apud
ALBERTIN et al., 2017).
A crescente demanda por produtos de qualidade torna necessário que
simulações intensivas criem processos estáveis e confiáveis. Esses processos
inovadores podem tratar aspectos do produto em todas as fases da cadeia de
produção, desde os estágios iniciais, como o projeto de material, na fabricação, na
participação de fases mais avançadas, como em gestão de logística (CALERO
VALDEZ et al., 2015 apud ALBERTIN et al., 2017).
O uso de simulações que esclarecem as tomadas de decisão torna plausível a
melhora da qualidade através da criação fácil e rápida de cenários (SCHUH et al.,
2014 apud ALBERTIN et al., 2017).
Na construção civil, o uso de simulações ocorre principalmente com o BIM, mas
há outras formas de modelar, com o uso de softwares e dispositivos (óculos de
realidade virtual, por exemplo) de simulações em realidades aumentada, virtual ou
mista, que permitem caminhar pela obra enquanto ela é projetada e/ou executada
(FEITOSA, 2019).
32

4.2.7 Integrações dos Sistemas

Com a Indústria 4.0 os sistemas de tecnologia que antes não eram totalmente
integrados, se tornaram mais coesos. Seja nas empresas ou nos departamentos
esses recursos devem apresentar homogeneidade conforme as redes de integração
evoluam e permitam cadeias de valor totalmente automatizadas (RÜßMANN et al.,
2015 apud ALBERTIN et al., 2017).
Numa rede integrada, não deixa de existir riscos devido ao mercado ser muito
inconstante, porém estes podem ser ajustados de forma ágil, o que proporciona o
aumento de oportunidades descartando a obrigação de novas aplicações de capital,
segundo esses mesmos autores.
Pode-se tomar como base para usos futuros, a logística utilizada de forma
inteligente nas entradas e saídas de fábricas, que é determinada por maquinário
utilizados no transporte, onde são capazes de trabalhar de forma ágil com
causalidades imprevistas, por exemplo: alteração na rota ou clima, continuando sua
operação de maneira autônoma desde o começo ao fim do trajeto. Com o objetivo de
proporcionar uma gerência mais abrangente nos diversos sistemas de transporte,
todos os equipamentos farão trocas de dados com os módulos de criação de valor
(STOCK; SELIGER, 2016 apud ALBERTIN et al., 2017).
A integração dos sistemas na construção civil ocorre por meio de mecanismo
já existentes ou aperfeiçoados para o uso nesse setor, sendo que dois deles são o
Planejamento e Controle da Produção e a Gestão da Qualidade (RIGHI, 2009).
Esse mesmo autor afirma que a Gestão da Qualidade sustenta a padronização
do empreendimento alinhando os procedimentos e determinando critérios que
comprovem a qualidade dos serviços executados e materiais escolhidos. Com essa
ferramenta as construtoras e incorporadoras estabelecem um nível de confiabilidade
em seu produto. Consequentemente, com essas melhorias, estabeleceu-se como
essencial uma melhora no planejamento estabelecendo como princípios básicos o
cumprimento dos prazos e a redução de ineficiências nas operações do gerenciador
que foram estabelecidas através do processo de Planejamento e Controle da
Produção (RIGHI, 2009).
33

4.2.8 Cibersegurança

A segurança cibernética é a série de medidas que garantem o bem-estar e o


funcionamento regular da ação de um estado e sua população no ciberespaço e fora
das declarações, desde que as ações sejam diretamente afetadas por ações. Desta
forma, com a aparência deste meio e com o objetivo de garantir a segurança daqueles
que usam ou dependem, as seguintes colunas da ação foram definidas na segurança
cibernética: cibercrime, hacktivismo, ciberespionagem e ciberterrorismo (MILITÃO,
2014).
Perlroth e Sanger (2017, apud ALBERTIN et al., 2017, p.9) dizem que “[...] em
maio de 2017, empresas em mais de 70 países sofreram um ataque cibernético que
sequestrou informações de computadores e servidores, bloqueando o acesso até que
um resgate fosse pago.”
Frente a este evento, a importância da segurança cibernética é clara tanto para
a atual quanto para a futura indústria. As Indústrias 4.0 trabalharam com protocolos
de comunicação padrão de ampla conexão dos links da rede de criação de valores,
significando que será necessário o aumento drástico da necessidade de proteção dos
sistemas industriais e linhas críticas de produtos contra ameaças de segurança
cibernética. Dessa forma, mostra-se indispensável a aplicação de maior segurança e
confiabilidade não só na administração do maquinário e equipamentos, mas também
nas identidades planejadas dos usuários (Rüßmann et al., 2015 apud ALBERTIN et
al., 2017).
Para a construção civil, isso se expressa na proteção do banco de dados da
empresa, através de hardware e software que não permitem que nenhum aparelho
externo se conecte à sua rede Wi-fi na ausência de um software de monitoramento
instalado neste aparelho. Com essa segurança, a empresa se priva dos ataques
cibernéticos, evitando prejuízos como tempo, dinheiro e perda de informações
valiosas (LUKIC, 2021).

4.2.9 Computação em Nuvem

A computação em nuvem permite alçar dois requisitos: alta escalabilidade e


alta usabilidade, tendo isso como sua característica básica. A nuvem também permite
que dados estejam mais disponíveis e com uma melhor precisão. Com isso, há uma
34

grande facilidade num maior compartilhamento de dados em locais e em sistemas


diferentes de uma empresa, algo que vai além de um servidor. Esse sistema de nuvem
também permite uma redução de custos e caso ocorram mudanças, sejam elas
inesperadas ou não, há uma maior flexibilidade de reação (ALBERTIN et al., 2017).
Esses mesmos autores afirmam que, através da nuvem há a possibilidade de
comunicação e intercâmbios de dados inteligentes entre equipamentos, pessoas e
produtos e os sistemas físico-cibernéticos, proporcionando agregação de valor para
diferentes atividades.
A computação em nuvem é utilizada na construção civil em controle de dados,
comunicação entre diversos setores de uma mesma empresa que estão
geograficamente distantes, hospedagem de projetos e dados de todo o ciclo da
indústria da construção civil, que vai da construção até a operação (ACQUARONE et
al., 2019).

4.2.10 Impressão 3D

O processo de impressão 3D utiliza dos mesmos conceitos de impressão a jato


de tinta dos computadores, porém, no lugar da tinta, é utilizado um agente aglutinante
composto de uma solução aquosa e cola que é expelido pelo cabeçote da impressora.
Esse processo foi desenvolvido pelo Massachussets Institute of Technology e tem
como objetivo fabricar peças por camadas através de modelos digitais criados por
softwares como o AutoCAD (PORTO, 2016).
Esse mesmo autor evidencia que, devido à baixa de custos de matéria prima,
equipamentos e a evolução dos processos, o uso de impressoras 3D para
prototipagem nos últimos anos, tem aumentado consideravelmente e a tendência é
continuar a se ampliar.
A utilização dessa tecnologia na construção civil pode diminuir problemas tais
como o uso exacerbado de recursos, baixa eficiência de trabalho, altas taxas de
acidentes, a falta de mão de obra qualificada e a falta de controle nos canteiros de
obra, e além disso, evitar o impacto ambiental que esse setor causa (WU et al., 2016,
apud PORTO, 2016).
Wu et al. (2016, apud PORTO, 2016) ainda dizem que a impressão 3D permite
que haja flexibilidade de design, bem como redução de mão de obra e tempo de
construção.
35

Além do uso da impressão 3D para prototipagem, o setor de construção civil


vem acompanhando o desenvolvimento dessa técnica e a tem usado também para a
construção de obras civis com a impressão de concreto e materiais cimentícios (Wu
et al., 2016, apud PORTO, 2016).

4.2.11 Realidade Aumentada

A tecnologia da realidade aumentada tem como objetivo revolucionar a forma


como as pessoas interagem com as máquinas e vice-versa. Ela é a variação da
Realidade Virtual. Enquanto na Realidade Virtual o indivíduo tem uma imersão
completa que impede, ao utilizar essa tecnologia, que ele veja o mundo real, a
Realidade Aumentada permite a sobreposição do virtual com o real. Na Indústria 4.0,
as empresas que adquirirem esse sistema têm a chance de criar postos de trabalhos
interativos através de uma interface entre seus colabores e produtos digitais
(ALBERTIN et al., 2017).
Sendo assim, o uso da realidade aumentada beneficia o aumento da
produtividade, os processos de manutenção e de treinamento dentro de uma indústria.
Além disso, torna os processos industriais mais inteligentes. A RA é uma das
estratégias usadas pela Indústria 4.0 para integrar toda a cadeia de valor e assim
atender a demanda da indústria mundial que está em constante crescimento, seja em
procedimentos de manutenção através de assistência remota, no treinamento de
funcionários, no controle de qualidade, na logística ou no design de produtos.
(ALBERTIN et al., 2017).
Na construção civil, a RA se dá principalmente com o uso da metodologia BIM
que propicia a aplicação da RA que, de acordo com Azevedo (2009, apud
JUNQUEIRA, 2021) é um sistema que abrange todas as especialidades e o ciclo da
edificação de forma integrada. Essa tecnologia pode ser usada por exemplo no “[...]
auxílio na construção, manutenção e desenvolvimento dos projetos, além da venda e
comercialização dos empreendimentos” (JUNQUEIRA, 2021, p.6).

4.2.12 Big Data

Entende-se por Big Data uma grande quantidade de dados, estruturados ou


não, processos e tecnologias que são armazenados e podem ser usados para obter
36

informações. Com isso é possível determinar probabilidades para se tomar decisões


sem conhecimento de causa ou efeito (AMARAL, 2016).
Amaral (2016) define que o Big Data integra um conjunto de dados produzidos
com três a cinco Vs; velocidade, volume e variedade, além de veracidade e valor.
Esse conjunto de dados é produzido em diversos formatos e é armazenado por uma
enorme quantidade de equipamentos e dispositivos. Os hardwares vêm se tornando
cada vez mais baratos, menores e com alta capacidade de armazenamento e o Big
Data surge disso, da disseminação de equipamentos, dispositivos e processos que
são capazes de gerar e armazenar dados, da virtualização, internet, computação da
nuvem, estatística, infraestrutura, processamento, gestão de projetos e
governabilidade. Ainda não se sabe o tamanho do impacto cultural, empresarial e
social que vai causar, mas se pode afirmar que o mundo sofrerá mudanças (AMARAL,
2016).
Para o mundo empresarial há tanto vantagens quanto desvantagens com o uso
do Big Data: como vantagem se tem a competitividade, a eficiência, a melhora de seu
processo de seleção de profissionais, que se tornam mais qualificados, e a linha de
produção mais eficaz. Outra vantagem vem do ponto de vista fiscal, onde há redução
de custos, ações judiciais, fraude e perdas. Além disso, Big Data será uma importante
ferramenta para a inovação de produtos e serviços. Já se falando de desvantagens,
empresas que não souberem usar Big Data não conseguirão sobreviver ao mercado.
“Big Data não se trata apenas de processos que geram volumes de dados [...],
é uma mudança social, cultural, é uma nova fase da revolução industrial.” (AMARAL,
2016, p.9).
Na construção civil, isso se reflete na redução de impactos ao meio ambiente
gerados pela produção da grande quantidade de resíduos, pois com o uso de
programas é possível fazer o seu gerenciamento e um melhor manuseio. Além de
softwares que são capazes de determinar possíveis danos nas edificações através de
sensores que capturam e analisam uma grande quantidade de dados. O Big Data
também é importante para o planejamento urbano e a criação e cidades inteligentes
(BELLUZO et al., 2016).
37

4.3 Mudanças e Impactos da Indústria 4.0 e a Construção 4.0

Segundo Dacol (1996, apud SIMÃO, 2019), olhando pelo lado tecnológico, tem-
se atualmente três processos construtivos: o tradicional, que se fundamenta no
modelo artesanal; o convencional, onde acontece a repartição de trabalho e sua
execução é relativamente mecanizada; e o industrializado, em que acontece a
mecanização total dos serviços. No Brasil, segundo esses autores, ainda é forte a
presença dos dois primeiros processos construtivos (tradicional e convencional), com
maquinário substituindo o homem apenas nas execuções mais árduas.
Segundo Fleury e Vargas (1983) e Simão (2019), com as três primeiras
revoluções Industriais, o trabalho executado na construção civil brasileira pelos
processos tradicional e convencional passou a incluir o modelo de trabalho
conhecido por Taylorismo, maximizando a produção pela otimização da utilização
da mão de obra da construção, que se torna capacitada para a execução de uma
única função e passa a ser fiscalizada por terceiros, para maior controle do seu
trabalho. Mas essa forma de trabalho, ainda segundo estes autores, tem várias
vertentes, não apresentando um padrão, o que prejudica o seu desenvolvimento,
pois existe alta rotatividade de funcionários.
De acordo com Schwab (2016, apud COSTA, 2017, p.21), são previstas quatro
alterações fundamentais causadas pela Quarta Revolução Industrial: “[...] alterações
nas expetativas dos clientes; Produtos mais inteligentes e mais produtivos; Novas
formas de colaboração e parcerias; e A transformação do modelo operacional e
conversão em modelo digital”.
O setor da construção civil envolvido com a Quarta Revolução Industrial ficou
conhecido como Construção 4.0 e veio para atender as necessidades mundiais de
construção, sendo mais eficaz e efetivo para resolver os problemas construtivos com
rapidez e baixo custo (ACATECH, 2013).
No Brasil, essa transformação ganhou algum fôlego no ano de 2013, quando
passou a vigorar o conjunto de normas de desempenho ABNT NBR 15.575,
denominado Edificações Habitacionais – Desempenho, dividido em seis partes
(ABNT, 2021, 2013a, b, c, d, e) e publicado pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Essa norma adotou uma gestão focada na qualidade dos produtos,
38

o que gerou novos programas e inovações nos processos construtivos, possibilitando


sua modernização aos níveis europeus e americanos (CBIC, 2016).
Esse conjunto de normas, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC, 2016), instrui parâmetros mínimos para os principais materiais da
obra alongando sua durabilidade e, com isso, ajudou a acelerar a implantação de
novos processos da construção mais voltados às novas tecnologias construtivas. Esta
mesma autora argumenta que, além da nova normatização, o crescimento
desenfreado do mercado imobiliário em torno do ano de 2016 aumentou o gasto com
trabalhadores artesanais e, por isso, a procura por novas tecnologias de produção
construtiva também aumentou, incorporando às construções novos métodos
tecnológicos, gerando um aumento na sua produção, qualidade nos materiais e nos
serviços e redução de seus valores, o que reduziu o tempo de execução dos
empreendimentos construtivos, garantindo que tivessem maior ganho financeiro.
Dacol (1996) e Vargas (1992, apud SIMÃO, 2019) indicam que atualmente o
uso das inovações tecnológicas na construção civil leva os processos construtivos a
se concentrarem cada vez mais no processo industrializado e que a preferência pela
utilização destas tecnologias é viável, pois elas não só retornam resultados
construtivos melhores, como também, melhoram o atendimento das demandas,
trazem celeridade no ritmo das construções, reduzem os custos de mão de obra e de
execução das construções e aumentam consideravelmente a eficiência da produção
construtiva, com mão de obra mais qualificada e alta qualidade do produto final.
Nessa forma de trabalho da Construção 4.0 os processos produtivos estão
substituindo os trabalhadores convencionais por máquinas, aumentando a
produtividade, reduzindo custos e gerando alto padrão de qualidade (DACOL,
1996).
Entretanto, o impacto causado pela Construção 4.0 não fica apenas na
digitalização. É uma inovação tecnológica mais complexa que se fundamenta na
interligação de diferentes tecnologias, que forçará as construtoras e construtores a
reconsiderar a maneira como trabalham e executam suas obras sem ficar parados
no tempo com processos mais antigos de aplicação, como refletem a criação de
novos produtos e processos construtivos para inserir no mercado. É sabido que as
mudanças ocorrerão tanto para as construtoras e parceiros de negócios como para
o aumento considerável nas exigências dos clientes (COSTA, 2017).
39

As novas técnicas de trabalho apresentadas pelo setor construtivo nesse


cenário são uma forma de aperfeiçoar o desenvolvimento da categoria, diminuir o
prazo de produção, melhorar resultados finais e reduzir custos (PRIES; JANSZEN,
1995, BOUGRAIN, 2010, GAMBATESE; HALLOWELL, 2011 apud CBIC, 2016).
Entre as inovações tecnológicas proporcionadas pela Construção 4.0,
algumas chamam maior atenção pela sua abrangência no meio acadêmico. Dentre
elas citam-se: drones que fazem o acompanhamento em tempo real da execução
de uma obra, tablet para melhor administração e acompanhamento em tempo real
da construção, equipamentos e ferramentas robotizados para utilização no canteiro
de obras e demais áreas da construção, softwares como o Roff, que contribuem para
maior facilidade no projeto de cobertura, os Tripod Archi – aparelhos que medem
áreas e distâncias reais e transformam em plantas e maquetes 3D – e o BIM
(SIMÃO, 2019).
O uso e desenvolvimento dessas tecnologias de automação e robotização
estão ocorrendo com maior frequência em toda vida útil do projeto, nas etapas de
elaboração do design, nas fases de pré-construção e construção, e já no término
em operações e gerenciamento. Para os dias atuais, partindo do conceito preliminar
de um projeto digital, ele já conta com automação e interligação dos dados entre os
projetos complementares e, conforme prossegue para a fase de pré-construção,
novas tecnologias automatizam com exatidão a estimativa de custos, o controle
gerencial da obra, elaboração de estudos de mercado com obtenção e análise de
dados que foram usados em outros projetos para melhor desempenho competitivo
(PORTO; KADLEC, 2018).
Estes mesmos autores indicam que a fase da construção dispõe de várias
aplicações possíveis, tais como: inteligências para modelagem 3D, criação de
cronogramas automáticos, gestão de materiais por meio da automação e
robotização dos estoques, automatização de almoxarifados e canteiros de obra,
propiciando maior facilidade em identificar, acompanhar e localizar os materiais e a
produtividade de seu uso em tempo real. Ainda dizem que por meio da inspeção
remota – um exemplo é o uso de drone dotado de softwares que podem analisar e
identificar possíveis situações de risco – é possível gerenciar os equipamentos
usados e a utilizar e determinar o controle de qualidade.
Através de dados coletados na obra se torna possível a criação de
40

dashboards automatizados para mapear e determinar as fases construtivas e


estabelecer os progressos da obra. Prezando pela saúde e segurança dos
funcionários em campo, torna-se possível acompanhamento em todos os pontos da
obra, favorecendo em tempo real a prevenção de acidentes e reportando incidentes.
E, englobando a execução da obra em si, há a utilização de robôs, como por
exemplo a construção através de impressoras 3D (PORTO; KADLEC, 2018).
As incorporações tecnológicas que a construção 4.0 trouxe podem ser
agrupadas principalmente nos seguintes aspectos, de acordo com Cavalcanti et al.
(2018); CBIC (2016) e Portugal (2016).

a) Geolocalização de alta precisão

A geolocalização não é um assunto novo, porém a tecnologia que faz dela um


recurso essencial em diversos meios, vem evoluindo a cada dia. No caso de uma obra
que se inicia do zero, antes mesmo que a construção seja erguida, se faz necessária
uma análise do terreno, e, para isto, recomenda-se um levantamento topográfico da
área (RODRIGUES et al., 2019).
Esses mesmos autores afirmam que existem diversos métodos para o
levantamento topográfico mas que, entretando, para grandes áreas é primordial a
utilização de métodos que sejam mais eficientes e que sejam extremamente precisos,
e, para isso, usa-se equipamentos de Geolocalização de Alta Precisão.
Atualmente tem-se o RTK (Cinemátio em tempo real), que consiste em um
método que utiliza dois receptores, no qual um deles é estacionário e é chamada de
Estação Base, que normalmente fica em um ponto de coordenadas já conhecidas. O
outro é o Rover, que fica junto ao usuário que está coletando os dados. A base fixa
fica calculando as correções em relação as coordenadas do ponto em que está
estacionada e mede erros e são passadas para o Rover em tempo real. Após captadas
tais informações são usados equipamentos para calcular automáticamente os dados,
possibilitando uma forma mais barata e precisa se comparado a outros métodos
(RODRIGUES et al., 2019).
A geolocalizaçao de alta precisão não se baseia em apenas equipamentos
topográficos. Há também sua utilização em outros meios da construção civil como os
sensores em capacetes ou equipamentos, com interaçao ao sistema GNSS ou GPS,
que possibitam o monitoramento de sua localização em tempo real, entre outras
41

utilizações (RODRIGUES et al., 2019).

b) BIM

Uma das tecnologias da construção 4.0 que contribui consideravelmente para


o setor é o Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem de Informações da
Construção. Conforme Cavalcante et al. (2018), o BIM é uma ferramenta com a
capacidade de desenvolver de forma interligada todos os projetos construtivos ao
mesmo tempo, englobando todos os dados e conhecimentos que afetam a obra do
começo ao fim. O BIM é preparado para receber e conter informações como:
geometria dos projetos, materiais construtivos, estrutura da obra, eficiência térmica e
desempenho energético da construção, instalações elétricas e hidráulicas da
edificação, custos de produção, segurança da obra, manutenção e vida útil da
construção, dentre outras (CAVALCANTE et al., 2018).
Segundo estes mesmos autores, no método tradicional, usando como base
apenas o projeto básico, cada projeto é realizado separadamente por cada
engenheiro, dessa forma, na hora de juntar os projetos complementares (estrutural,
instalações elétricas, hidráulicas, dentre outras), ocorrem divergências na maior
parte das vezes já que, normalmente, não há troca de informações entre estes
projetos.
Já no BIM, os projetos compartilham informações entre si por meio de uma
configuração de dados denominada Industry Foundation Classes (IFC), um formato
próprio que permite uma intercomunicação entre a modelagem BIM, não permitindo
falta ou erro nos dados do projeto completo (CAVALCANTI et al., 2018).
A fim de inserir a construção civil na Indústria 4.0, foi elaborada pelo Governo
Federal uma Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (Estratégia BIM-BR)
(BRASIL, 2018a), que apresenta em seus documentos os seguintes resultados
almejados (BRASIL, 2018b):

 Garantir celeridade na produtividade no ramo da construção civil;


 Propiciar maior qualidade nas obras governamentais;
 Elevar o rigor para o planejamento e execução das construções, permitindo
maior relevância aos orçamentos e cronogramas das obras;
42

 Possibilitar resultados satisfatórios com sustentabilidade através da redução de


sedimentos sólidos da construção;
 Redução dos prazos para conclusão das execuções das obras;
 Colaborar com o aumento da transparência em licitações;
 Diminuir complementos nos contratos para mudanças no projeto, aumento no
valor e prazo de término e entrega da obra;
 Ampliar a qualificação da mão de obra executora da construção;
 Alcançar a redução nos custos em toda vida útil dos empreendimentos;

A vinculação entre o padrão IFC e a modelagem BIM promove um


entendimento unificado durante o começo, meio e fim e em todos os níveis da
construção, proporcionando um proveito direto já que se evita desperdícios como:
tempo de serviço, dinheiro investido ou gasto a mais, mão de obra sem qualificação e
materiais de baixa qualidade ou comprados a mais (CAVALCANTI et al, 2018).
O BIM é hoje o modelo mais avançado nos sistemas de computadores para a
Engenharia Civil. Ele torna possível grandes projetos com alta definição deixando o
projeto mais detalhado, com produção em tempo reduzido e sua eficácia na obra é
comprovada (PORTUGAL, 2016).
Entretanto, segundo estudo executado pela PricewaterhouseCoopers (PwC)
Global em 2016, o não conhecimento de uso dessa tecnologia e a falta de
cursos voltados para o BIM está sendo o maior problema da sua inserção na
construção civil. O estudo teve atuação em 26 países e notou que o uso de novas
tecnologias vinculadas ao BIM é eficaz e real, mas que é necessário que se crie um
plano de implantação e treinamento para se ter os ganhos no processo (PORTUGAL,
2016).

c) Colaboração digital e mobilidade

De acordo com a CBIC (2016), tecnologias inovadoras que estão sendo


usadas no canteiro de obras e em seus planejamentos com o intuito de garantir a
qualidade, redução dos custos e riscos das obras estão ocorrendo, promovendo uma
maior mobilidade e colaboração digital entre os envolvidos no processo construtivo.
Entretanto, segundo este mesmo autor, muitos profissionais têm receio de aplicar
43

seus recursos financeiros nesses sistemas tecnológicos por carência de informação


dos seus benefícios e isso acaba dificultando a evolução da categoria .
Na atualidade poucos fabricantes produzem e fornecem sensores e máquinas
que possuem redes avançadas de dados e computação embarcada que podem ser
utilizados na construção civil. Os equipamentos são organizados em automação
vertical, onde seus dispositivos têm inteligência artificial limitada e alimentam o
controle de processos de fabricação. Exemplos destes equipamentos utilizados na
construção civil são as smart boots – calçados com sensores acoplados que
permitem a localização do usuário e inspeções de serviço em tempo real ou os
capacetes inteligentes, que contém sensores, transformando-se em equipamentos
de proteção e de comunicação. Com o apoio do GPS, eles podem alertar o
colaborador caso ele entre em local não autorizado. Com a popularização da IoT,
uma maior variedade de equipamentos e dispositivos estão sendo melhorados com
computação embarcada e conectados com protocolos padrões (RUBMANN, 2015).

d) Internet das Coisas e análise avançada de dados

No campo da internet das coisas (IoT), essas coisas são informações e


processos emparelhados entre si, que compartilham e integram informações com
ambiente interno e externo. Sendo assim, mesmo que os algoritmos estejam
programados para reagir uma determinada ação, com sua integração a diversos
meios de automação, eles acabam influenciando eventos, para criar novas ações que
possibilitam a previsão de incidentes inesperados ou não, e interagir com ou sem
intervenção humana (CERP-IOT, 2010).
Esse mesmo autor afirma que, um exemplo desse sistema na construção civil
são os sensores para detecção de atividades que bloqueiam ações naturais ou
humanas que possam estar prejudicando um sistema de alta prioridade, que possa
acarretar uma falha total de um sistema, como em bombas de pressurização de
incêndio.

4.4 Obstáculos à Construção 4.0 no Brasil

4.4.1 Ambiente Macroeconômico e Desenvolvimento do Mercado Financeiro para


Viabilizar Negócios
44

Apesar do potencial que a indústria 4.0 pode proporcionar ao cenário da


construção civil brasileira, há desvantagens e algumas se situam no ambiente
macroeconômico (SILVEIRA, 2018).
O Brasil possui baixo nível de industrialização se comparado a outras nações,
apesar de ter grande potencial de mercado. Sendo assim, para a implantação da
construção 4.0 no país, se faz necessário o investimento em estrutura que sustente
esse cenário. Dentre os problemas que acercam essa implantação, pode-se
evidenciar como exemplos a falta de sinal de internet que atenda às necessidades
desse panorama e a escassez de mão de obra qualificada que, com o novo cenário,
podem piorar (SILVEIRA, 2018).
A construção 4.0 também significa transformação nos meios de trabalho da
área da construção civil que, embora possa reduzir a oferta de empregos operacionais
nesse setor, irá demandar profissionais mais qualificados para realizar atividades mais
específicas (SILVEIRA, 2018).
Neste âmbito, apesar de a indústria construtiva 4.0 estar ainda no começo, já
se verifica parte dos seus impactos tomando como exemplo a relação entre o
maquinário e o homem em seu espaço de trabalho. Por esse fato, não se pode afirmar
quais são exatamente as mudanças que essa transformação pode trazer para os
empregos dos trabalhadores do ramo da construção civil, porém é certamente
necessário que estes profissionais se adaptem a esse novo cenário (SILVEIRA, 2018).
O rápido ritmo de transformação tecnológica, demográfica e socioeconômica
está alterando a forma de se negociar, sendo primordial o desenvolvimento de
habilidades específicas num determinado serviço, e também encurtando a vida útil
dessas habilidades. A robótica e o aprendizado de máquina são exemplos dessa
situação. Eles não substituirão completamente as profissões e carreiras existentes,
mas podem substituir tarefas específicas anteriormente realizadas como parte dessas
tarefas, permitindo que os trabalhadores se concentrem em novas tarefas e conduzam
à mudança rapidamente (BARDUCCO; CONSTÂNCIO, 2019).
Embora haja funções que sejam menos afetadas por terem uma perspectiva
de mercado relativamente estável, que já estejam voltadas ao mercado emergente,
elas ainda assim, podem exigir em um curto período novas habilidades, caso o
ambiente em que estão situadas se altere (BARDUCCO; CONSTÂNCIO, 2019).
45

Para a Construção 4.0, é o caso, por exemplo, dos setores de gestão, podendo
haver uma diminuição da necessidade de parte do efetivo em campo, para
acompanhamento de determinados serviços, porque há possibilidade de uso de
tecnologias como, por exemplo, drones para acompanhamento em tempo real da
produção construtiva em grande áreas, ou também a utilização de sensores vestíveis
implementados nos capacetes, enviando informações em tempo real do trabalho dos
colaboradores das obras ou emitindo um alerta em caso de acidente de trabalho.
Entretanto, a construção 4.0 irá também gerar novas funções para que essas
tecnologias sejam atendidas (OLIVEIRA, 2018).
Parte da dificuldade de implantação da construção 4.0 no Brasil, no âmbito do
ambiente macroeconômico do mercado, pode ser raciocinada a partir dessas duas
tecnologias. Embora já exista a utilização delas na construção civil brasileira, elas
ainda são pouco difundidas dentro do mercado, como no caso dos sensores vestíveis,
ou carecem de incentivo, como no caso dos drones, cujos custos se pagam em pouco
tempo principalmente para terrenos com grandes dimensões, já que eles podem
realizar a tarefa de dois ou mais homens. Essa falta de difusão e/ou de incentivo se
vincula tanto aos aspectos econômicos dos gastos iniciais para a sua implantação,
que muitas vezes são possíveis apenas para empresas maiores e mais bem
estruturadas, quanto à necessidade de atualização de conhecimento da mão de obra
da construção brasileira, que historicamente tem resistência à mudança (RIBEIRO,
2018).

4.4.2 Atraso na Digitalização

Com a virtualização, pode-se realizar o monitoramento remoto de todos os


processos executados na construção, do escritório ao canteiro de obras, quando se
usam os diversos dispositivos tecnológicos como, por exemplo, aplicativos de
acompanhamento de obras como o Diário de Obras, ao longo de toda a cadeia
construtiva (LOPES; YAMAMOTO; SERRA, 2020; RIBEIRO, 2019).
Por meio da digitalização, o armazenamento de informações deixa o ambiente
físico e muda para o digital, possibilitando o compartilhamento de informações das
obras em tempo real, melhorando a sua qualidade, transparência, o controle de riscos
entre outros, contribuindo assim para um dos principais objetivos da construção 4.0
que é a produtividade (RIBEIRO, 2019).
46

Apesar de a digitalização poder ser um grande indício de nível de


produtividade, o setor da construção civil brasileira ainda não o utiliza como poderia.
A pesquisa realizada pelo Mckinsey Global Institute, mostrada pela Tabela 1, por
exemplo, permite observar o nível de digitalização das indústrias nos diversos setores
da economia. Nela, a construção civil está em 21º lugar entre 22 setores pesquisados,
ganhando apenas para a agricultura (RIBEIRO, 2019).
Para o aumento da produtividade, startups como a Work in Progress (WIP), que
nasceu da reunião dos grupos Gerdau, InterCement, Tigre e Vedacit, incorporam em
seu escopo novas tecnologias. Outras como ela desenvolvem inovações focadas na
otimização do processo produtivo, desde o anteprojeto até o pós-obra (BRASIL,
2018). Entretanto, a maioria delas ainda não o fazem. Desta forma, observa-se que o
setor da construção civil é lento para implementar novas tecnologias e continua dando
passos pequenos quando o assunto é investimento inicial, mesmo que os benefícios
de longo prazo sejam significativos (RIBEIRO, 2019).

Tabela 1 – Índice de digitalização da indústria do McKinsey Global Institute.

Fonte: Mckinsey Global Institute, 2015.


47

4.4.3 Formação de Engenheiros Civis

A formação acadêmica é um campo normatizado por diretrizes curriculares que


seguem princípios e finalidades da Instituição de Educação Superior (IES) e cujos
cursos são organizados a partir de programa curricular apresentado no Projeto
Pedagógico do Curso (PPC) que obedece à Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN). O PPC é um instrumento normativo que apresenta, de modo geral,
os objetivos do curso, as competências e habilidades as quais se espera que sejam
desenvolvidas pelo estudante, as disciplinas, as ementas, as bibliografias, entre
outros itens que são estruturantes para um curso de nível superior (PACHECO, 2010).
Para a área da engenharia, espera-se que os graduados desses cursos sejam
protagonistas no desenvolvimento tecnológico de um país. São conhecidos por
desempenharem atividades que promovam inovações em suas áreas atuantes
(PACHECO, 2010).
O perfil de egressos do curso de Engenharia Civil de acordo com as diretrizes
curriculares para os cursos de engenharia no Brasil (BRASIL, 2002) deve
compreender profissionais de sólida formação técnico-científica que sejam capazes
de analisar e solucionar problemas de engenharia com base em visão humanística e
ética, conhecimento científico, pensamento criativo, senso crítico, considerando seus
aspectos socioculturais e ambientais, para contribuir para a melhoria e o bem-estar
da sociedade da região na qual atue.
Tendo em vista o cenário educacional brasileiro, verifica-se que há problemas
relacionados à formação de profissionais do ensino superior que começam pelo
ensino básico. O Gráfico 1 mostra uma relação entre percentual da população de 25
a 64 anos que não concluiu o ensino médio e a desigualdade de renda no ano de
2015. Em seu eixo y mostra uma proporção P90/P10, isto é, os 10% da população
com maior rendimento, já no eixo x mostra a porcentagem da população sem o ensino
médio. Dessa forma, entende-se que em países onde a maioria da população possui
alta escolaridade há menor desigualdade de renda. Já em países como Brasil, Costa
Rica e México, onde a desigualdade é maior, há grande proporção de pessoas sem o
ensino médio completo, segundo a pesquisa realizada pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD – Organization for Economic
Cooperation and Developments Countries) - Education at a Glance (OECD, 2018).
48

Gráfico 1 - Percentual da população de 25 a 64 anos que não concluiu o ensino médio e a


desigualdade de renda, 2015.

Fonte: OCDE (2018).

De acordo com a mesma pesquisa realizada pela OECD - Education at a


Glance, as quedas nas taxas de matricula para o ano de 2016 (Gráfico 2) têm como
uma das causas a alta quantidade de estudantes acima da idade esperada para cursar
determinado ano de ensino, principalmente para estudantes do ensino médio.
Considera-se acima da idade recomendada os estudantes cuja idade é dois anos
acima da idade teórica para cursar uma determina série de ensino (OECD, 2018).

Gráfico 2 - Distribuição de alunos acima da idade teórica para uma determinada série cursando o último
ano dos anos iniciais e finais do ensino fundamental (2016) (INEP, 2018; apud OCDE, 2018).

Fonte: OCDE, 2018.


49

No total, mais da metade da população adulta brasileira (25 a 64 anos) não


concluiu o ensino médio, representando um pouco mais que o dobro da média obtida
pela OECD considerando todos os países investigados (mostrados nos Gráficos 1 e
2), mostrando que esse é uns dos maiores aumentos quando comparado aos países
membros e parceiros da OECD. A deficiência na formação de estudantes do ensino
básico brasileiro reflete diretamente no fluxo escolar, desta forma dificultando o
acesso ao ensino superior (OCDE, 2018, apud INEP, 2018).
O Gráfico 3 mostra o percentual de matriculados em cursos de nível superior
em Engenharia em relação a outros países catalogados pela OCDE (OCDE, 2018,
apud INEP, 2018).

Gráfico 3 - Percentual de distribuição de matrículas em cursos de nível superior no Brasil em 2018 em


relação ao total de matrículas em países da OCDE em 2017

Fonte: OCDE, INEP, 2018.

Apesar de ter havido alto interesse pelos cursos de engenharia, produção e


construção em 2018 (INEP, 2018), a OECD (2020) indica que o Brasil continua com
baixa porcentagem de egressos no ensino superior, que contabilizaram apenas 20%
dos adultos entre 25 e 34 anos em 2019, enquanto as porcentagens de adultos desta
mesma faixa etária que não concluíram o Ensino Médio e que o concluíram foram de,
respectivamente, em torno de 30% e em torno de 50%.
Além disso, também há uma lacuna entre o conhecimento acadêmico
aprendido pelos estudantes de engenharia nos centros de ensino e a atividade prática
50

que eles exercerão no mercado de trabalho. Sendo assim, também há necessidade


de os cursos serem melhorados para promover maior integração entre o período de
vida acadêmica e a vida profissional de seus discentes, bem como de as empresas
relacionadas às atividades da construção civil investirem nesses futuros profissionais,
como parceiras de instituições de pesquisa e acadêmicas, para treinar e formar
profissionais qualificados e especializados, que se foquem na operação, manutenção
e implantação de tecnologias digitais inovadoras para a construção civil (PACHECO,
2010). Este autor também indica que as principais especialidades que devem ser
abordadas são a análise de dados, as técnicas de programação e resolução de
problemas complexos e as habilidades criativas e empreendedoras.

4.4.4 Resistência à Inovação

Embora a construção civil seja uma das indústrias mais antigas da civilização
e a que representa algumas das maiores parcelas dos setores econômicos mundiais,
esse setor continua caminhando de forma lenta, quando a questão é inovação
(BALAGUER; ABDERRAHIM, 2008).
A construção civil envolve manipulação de objetos de grandes dimensões e
pesos, com baixo nível de padronização; além da participação de diversos outros
desenvolvedores, como fornecedores, arquitetos, instaladores e construtores, entre
outros serviços que envolvem a construção civil. Também está sujeita a intempéries
causadas por fatores naturais como sol, chuva, alteração de temperatura, ventos,
dentre outros. Sendo assim, torna-se um desafio o desenvolvimento de maquinários
e dispositivos tecnológicos que consigam atender a demandas tão complexas
(PORTO; KADLEC, 2018).
Além disso, também existe falta de interesse de vários dos investidores e
profissionais do ramo em aprender sobre as tecnologias já existentes e/ou em investir
na área, por acreditarem que ou não são capazes de aprender, ou que a forma como
trabalham já é eficaz e eficiente e que não precisam modificá-la ou, ainda, que o seu
retorno será pequeno e muito demorado, o que faz com que o setor não desenvolva
tecnologias que auxiliem a construção de forma eficaz e com rapidez, principalmente
as que envolvem alto custo inicial (PORTO; KADLEC, 2018).
Estes mesmos autores indicam que também há empresas que não estão
familiarizadas com a adoção de novas tecnologias, desde ferramentas até a
51

digitalização de processos. Sendo assim, faz-se necessário uma mudança de cultura,


seja por incentivo estatal, como subsídios para desenvolvimento e programas
voltados a especialização de funções emergentes no mercado, seja por aumento de
startups como a WIP, que promovam o desenvolvimento e implementação de novas
tecnologias, entre outros esforços que deem início ao desenvolvimento da
modernização dos processos e dos gerenciamentos no ramo construtivo, para que a
construção civil brasileira aumente sua eficiência produtiva através da automação de
processos, por meio do investimento em novas tecnologias na área.

4.5 Sustentabilidade e Construção 4.0

4.5.1 Eficiência Energética e Energia Solar

A eficiência energética é um padrão das construções voltadas à


sustentabilidade que requer preferencialmente o uso de fontes de energia
renováveis e necessariamente um excelente custo-benefício energético residencial
(BUNEMER, 2020; CAVALCANTI et al., 2018). Fontes energéticas sustentáveis
compreendem aquelas em que se utilizam recursos naturais renováveis, como é o
caso das energias solar, geotérmica, eólica, hidráulica e de biomassa, entre outras
(DUPONT; GRASSI; ROMITTI, 2015).
Em se tratando de energia solar, a eficiência energética residencial pode ser
atingida de diversas formas como, por exemplo, com a energia fotovoltaica; com o
aquecimento solar, que diminui o consumo energético para o aquecimento da água;
com o correto posicionamento de aberturas residenciais (janelas, claraboias, jardins
internos, etc.) que permitem a passagem da luz solar para iluminação interna por
maior período de tempo durante o dia, reduzindo o consumo de luz artificial; e como
sistema de controle térmico do meio (BUNEMER, 2020).
Diante as diversas aplicações da energia solar, o efeito fotovoltaico se
destaca como uma das formas mais elegantes de gerar diretamente a eletricidade
(RÜTHER et al., 2014).
Estes mesmos autores indicam que desde que foram criadas as primeiras
células fotovoltaicas que eram usadas por satélites que orbitavam o planeta, seu
alto custo e baixo rendimento para geração de energia em sua época sofreram
52

grandes transformações, de forma que se tornou viável sua utilização em zonas


terrestres e em locais que não possuem suporte para rede elétrica pública. Com
esse avanço, também se tornou realidade a criação de usinas de geração de
energia, usando sistemas solares fotovoltaicos, interligados à rede elétrica pública
(RÜTHER et al., 2014).
De acordo com Santos (2011) o sistema fotovoltaico pode ser de dois tipos,
autônomo ou ligado à rede, com base nas diferentes necessidades da instalação ou
quaisquer outros fatores.

a) Sistemas Autônomos

Se caracterizam pela sua forma autônoma de ser, ou seja, em um sistema


residencial são instaladas placas solares fotovoltaicas com a finalidade de gerar
energia elétrica tendo como fonte energética a luz gerada pelo sol, que em parte é
convertida em energia elétrica (SANTOS, 2011).
Para este autor, quando se opta pelo sistema fotovoltaico autônomo é
necessário que se tenha um bom planejamento visando qual vai ser a finalidade e a
quantidade do uso da energia, optando muita das vezes por baterias de
armazenamento, pois durante o dia há variações naturais da luz solar que podem
fazer com que talvez não seja possível suprir a demanda necessária de eletricidade.

b) Sistemas Ligados à Rede

Santos (2011) afirma que os sistemas fotovoltaicos ligados à rede pública de


distribuição de energia elétrica atuam como um fator gerador acumulador de energia
solar fotovoltaica. Com isso, usa-se a energia gerada pelo sistema de rede ao invés
de se fazer o uso de baterias para o armazenamento da energia gerada pelas placas
fotovoltaicas. Assim, primeiro a residência utiliza a energia gerada pelo sistema
fotovoltaico e, caso esta não supra a necessidade residencial de energia elétrica,
utiliza-se o sistema de distribuição da rede pública (SANTOS, 2011).
Já o aquecimento de água para banho, baseado nesse sistema tem
defasagem entre a disponibilidade de energia e a hora do seu consumo. Sendo assim,
torna-se necessário o uso de reservatórios térmicos, diminuindo a efetividade do
53

sistema. Seu funcionamento se baseia em placas metálicas instaladas no telhado,


também conhecidas como coletores solares, além de um reservatório térmico,
chamado de Boiler. Desta forma, as placas captam a radiação solar e transferem o
calor para a água que circula dentro da tubulação de cobre do Boiler (LAFAY; JEAN-
MARY, 2005).
Dentro da Construção 4.0, as smart houses, conceito no qual a construção é
mais segura, sustentável e capaz de prever as necessidades de seus usuários, pode
implementar a eficiência energética com o uso das tecnologias de energias
renováveis e utilizá-las em conjunto com, por exemplo, um sistema híbrido
embarcado que torne essa eficiência energética ainda melhor (BUNEMER, 2020).

4.5.2 Reaproveitamento de Águas Pluviais

A água utilizada em torneiras de jardim, irrigação de plantas, bacias sanitárias,


lavagem de roupas, limpeza de áreas externas, lavagem de veículos, entre outros,
não necessitam ser potável, apenas que sejam tratadas, denominadas como água de
reuso. A reutilização das águas pluvial e cinza, vem do conceito de conservação e
preservação desse bem natural, onde as águas cinzas claras são residuárias dos
chuveiros, lavatórios, tanque de lavar roupas; as cinzas são originárias de pias de
cozinhas, ralos de varandas, entre outros. Já as águas negras possuem resíduos dos
vasos sanitários, isso levando como base, uma residência (MAY et al., 2008).
Conforme estes mesmos autores informam, há algumas categorias de reuso
das águas. O reuso indireto, de acordo com eles, se caracteriza pela utilização da
água uma ou mais vezes no uso doméstico ou industrial. Para tanto, as águas são
armazenadas junto às águas superficiais ou subterrâneas, sendo reutilizadas de forma
diluída. Já o reuso direto ocorre quando a reutilização da água já é predestinada a
certo fim, sem a interação com outros tipos de água. O reuso planejado se caracteriza
quando se há um certo cuidado com a água visando a finalidade de sua utilização e o
reuso não planejado tem como característica o reuso da água que já foi utilizada para
atividade humana podendo-se regar jardim, lavar o carro, etc (MAY et al., 2008).
Embora o reuso da água não seja um sistema novo, ela está diretamente
ligada à Construção 4.0. Com adoção das novas tecnologias, o controle e rendimento
54

desses processos, torna cada vez mais fácil, barato e útil sua implementação (MAY et
al., 2008).

4.6 AUTOCAD

O Computed-Aided Design ou Desenho Assistido por Computador (CAD) é uma


tecnologia utilizada na confecção de projetos de Engenharia e Arquitetura. A utilização
desse software é voltada para o desenho técnico, e faz o uso de diversos recursos a
fim de deixar o desenho o mais próximo do compreendimento humano. O CAD é um
sistema informatizado, o que acelera o desenvolvimento de um projeto (AMARAL;
FILHO, 2010).
A história dos programas CAD ficou profundamente ligada à Matemática
Euclidiana (350 a.C.), já que, sem ela, não seria possível desenvolver a tecnologia
dos computadores. Muitos anos após a implantação da Matemática Euclidiana,
próximo do início da década de 60 do século XX, Ivan Sutherland implantou um
sistema novo, o editor gráfico Sketchpad. Esse software era uma caneta luminosa que
era utilizada diretamente na tela para realizar o desenho. No editor, era possível criar
e editar objetos em 2D, levando este sistema a ser reconhecido como o primeiro
software de CAD (AMARAL; FILHO, 2010).
Esses mesmos autores mostram que a utilização dos softwares de CAD ficou
inicialmente restrita às empresas aeroespaciais e às grandes montadoras
automobilísticas, devido ao seu alto custo de investimento para implantar esses novos
sistemas. Na década de 1970, os softwares de CAD começaram a ser vendidos para
todos os setores do mercado. Nesta mesma década foram desenvolvidos os softwares
de CAD 3D. Em meados de 1980, foi desenvolvido o primeiro Personal Computer
(PC), com lançamento no ano seguinte, facilitando assim o acesso aos computadores.
No ano de 1982 a empresa Autodesk, lançou o primeiro programa de CAD para PCs,
o AutoCAD Release 1 (AMARAL; FILHO, 2010).
No ano de 1995, foi lançado o SolidWorks 95 3D CAD, inovando o setor por ser
um sistema operacional Windows NT, pois na maioria das vezes esses programas
eram destinados ao sistema UNIX (sistema operativo portável). O SolidWorks 95 3D
CAD também mostrou ser um software de bom custo-benefício, comparado aos já
utilizados no mercado, pelos seus mais altos custos (AMARAL; FILHO, 2010).
55

De sua criação até os dias de hoje, o desenvolvimento de softwares de CAD


acontece de forma acelerada. A tecnologia está sendo aprimorada a cada dia e, no
final dos anos 90, esse tipo de software se tornou muito acessível, com novas versões
sendo disponibilizadas de forma gratuita (AMARAL; FILHO, 2010).
Dentre os diversos softwares CAD, o AutoCAD permite a realização de projetos
em modelos 2D e 3D e é utilizado em diversos projetos de engenharia, seja ela
mecânica, elétrica, civil, urbana ou, ainda, em arquitetura, uso nos ambientes
industriais, entre outras (AMARAL; FILHO, 2010).
O AutoCAD (Figura 2) é muito utilizado para desenvolver projetos voltados a
engenharia civil por ser de fácil acesso e desenvolvimento pelos profissionais de
arquitetura, por possuir ferramentas que auxiliam numa maior facilidade para produzir
representações gráficas (NEVES, 2017).

Figura 2 – Tela da área de trabalho do AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.

O AutoCAD 3D disponibiliza ferramentas que possibilitam a visualização do


projeto de forma mais real, possibilitando efetuar cortes, seções, chanfros de forma
simples na edição dos modelos. Sendo também possível revisar automaticamente
interferências de modelos e gerar um novo modelo como resultado, para sua
visualização com muita facilidade, evitando gastos futuros em obra devido a possíveis
56

erros de compatibilização entre as áreas de uma edificação, como: hidráulica, elétrica


e estrutural, por exemplo (FERREIRA, 2007).
Apesar da significativa evolução que o AutoCAD sofreu desde sua versão
original, incluindo a possibilidade de projetar em 3D, não se pode considerar, segundo
Souza e Figueiredo (2020), que este software represente uma mudança de
paradigma, pois apesar de todas as facilidades ofertadas ele representa uma maior
eficiência de modelagem, mas não uma de compatibilização de projetos, já que essa
compatibilização precisa ser feita manualmente para cada projeto feito com a
tecnologia CAD.
Antigamente os resultados obtidos pelo CAD clássico dependiam única e
exclusivamente de quem desenhava os projetos. Em outras palavras, diferente do que
ocorre hoje, não havia componentes já prontos, nem mesmo havia muitas opções de
detalhamento. Utilizava-se um quadro de penas para esse tipo de representação, visto
que as linhas que estão mais à frente na perspectiva 3D são linhas mais grossas do
que as linhas padrão do desenho e o contrário também ocorre, ou seja, as linhas mais
finas são as linhas de objetos que estão mais ao fundo das imagens. Hoje isso mudou
e os softwares CAD continuam evoluindo, já apresentando algumas opções a mais de
detalhamento de projetos que não existiam em versões anteriores (GARBINI, 2012).

4.6.1 Funcionalidades e Metodologia de Uso do AutoCAD

Para saber como o software funciona, faz necessário saber que o CAD
reconhece linhas e não objetos, com objetivo de criar figuras geométricas para
representar a realidade. Com isso, a interface desse software pode ser descrita como
uma grande prancheta de desenho cheia de ferramentas. Além da barra de
ferramentas que podem ser ativadas por comandos feito pelo teclado, na qual, como
por exemplo, é só digitar o comando Linha, ou L, para ativar a função linha, ela
também pode ser ativada através da barra de ferramentas já fixa, através de um clique
(AUTODESK, 2021).

Suas principais funcionalidades são:

a) Janela de Comandos
57

Na parte inferior central do programa, há a janela de comando que exibe os


prompts. Através dele é possível inserir diretamente os comandos, digitando os seus
nomes em vez de utilizar as barras de ferramentas ou os menus. Normalmente esse
método agiliza a utilização do software, quando já se sabe o nome do comando
(AUTODESK, 2021).

b) Escala

O software trabalha com escalas pré definidas pelo usuário, para que se
alcance a medida desejada quando for plotar um projeto ou calcular alguma medida.
Para isto, recomenda-se iniciar um projeto com a escala 1:1 (1 cm do projeto equivale
1 cm na realidade), para quando for plotar, ajuste a escala de acordo tamanho com o
papel que será utilizado (AUTODESK, 2021).

c) Unidade

Ao criar um novo projeto, é necessário saber qual unidade de medida para


comprimento quer trabalhar, informando ao software para que o projeto seja
dimensionado na unidade correta, seja ela quilômetros, metros, polegadas, jardas,
milhas e etc. (AUTODESK, 2021).

d) Modelo de Desenho Pré-determinado

Quando há uma padronização de escala, configuração de texto, layers, tipos


de linhas entre outras configurações pré determinadas, é possível salvar um modelo
de desenhos padrão para novos projetos que se deseja criar posteriormente
(AUTODESK, 2021).

e) Layers

As Layers são um comando que representa camadas de um projeto. Se


comportam como camadas sobreposta uma em cima da outra, na qual, se possibilita
configurar o tipo de linha, cor e espessura da mesma em cada camada criada. Sendo
58

possível ativa-la, desativa-la ou alternar-se em cada uma delas em qualquer momento


(AUTODESK, 2021).

4.7 Revit

De acordo com Gaspar e Lorenzo (2015) o software Revit (Figura 3) foi


produzido pela Autodesk, proprietária do AutoCAD, e é um software bidimensional
com maior utilização no âmbito internacional.

Figura 3 - Tela da área de trabalho do Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Gaspar e Lorenzo (2015) também mostram que o Revit se relaciona


completamente à construção e no desenvolvimento virtual tridimensional de
um protótipo com informações paramétricas das partes construtivas, constituindo-se
em software compatível com o BIM que é um ambiente para projetar o edifício virtual
fundamentado na construção real, sendo utilizado principalmente em gerenciamento,
projeto, construção e planejamento, com informações de características físicas de
cada objeto.
Contrário ao design auxiliado por computador quaisquer modificações feitas em
qualquer um dos componentes do projeto construtivo feito no Revit, serão
espontaneamente reproduzidas em todo o projeto, de maneira instantânea, nos
59

desenhos 2D, plantas, cortes e elevações. Deste modo, todo o projeto, incluindo a
lista de quantidades de materiais é atualizado em paralelo (GASPAR; LORENZO,
2015).

4.7.1 Funcionalidades e Metodologia de Uso do Revit

O Revit Building da Autodesk é um software, que tem várias bibliotecas de


objetos da construção no programa, como: pisos, paredes e telhados. Por exemplo,
para a parede, existem os tipos de paredes interior e exterior. Os elementos
selecionados na barra de desenho são representados tridimensionalmente, mas a
vista em 2D é acessível a qualquer momento, além de poder manipular o objeto no
espaço de desenho, podendo visualizar os detalhes do modelo construído
(ROSENMAN et al., 2007).
Esses mesmos autores mostram que cada objeto tem suas características
fixas, onde se pode mudar somente os valores. Algumas têm fórmulas que direcionam
a um objeto modelado e, sendo assim, pode-se dizer que são inteligentes, pois agem
de acordo ao que o usuário definiu em seu projeto (ROSENMAN et al., 2007).
O Revit Building é um modelo mais simples e abrange uma parte de todos os
modelos construtivos (Estrutural, Instalações e Arquitetura), porém em alguns itens,
como no caso de nível de detalhamento de um pilar-laje, ele não possui o suporte
necessário, desta forma, em 2005 foi criado o Revit Structure para suprir esse tipo de
necessidade, já que ele possui suporte para divisão do projeto em grupos, ou seja, o
software permite a criação de regras de acesso, e o arquivo com essas informações
é guardado em um servidor. Desta forma, possibilita o compartilhamento de modelos
como o arquitetônico com o estrutural por exemplo, tornando possível alterações por
ambas as partes (AUTODESK, 2006).
O Revit pode ser utilizado para estudo de insolação por exemplo, para
determinar a melhor parte do telhado para se colocar energia fotovoltáica ou
aquecimento térmico (PEREIRA, 2017).
Diferente de outros programas como o SketchUp ou o próprio AutoCad, o
Revit gera as próprias tabelas automaticamente, tanto das áreas dos ambientes,
quanto a tabela de caixilhos, mobiliário e os quantitativos no geral. Esse tipo de
relatório é um exemplo em que se acaba economizando muito tempo na construção
e consequentemente maior lucro (PEREIRA, 2017).
60

Já existe, inclusive, uma movimentação por parte das empresas de mobílias,


metais, louças e eletrodomésticos, atualmente, para trazer seus novos produtos em
versões BIM para facilitar seu uso e dimensionamento em projetos (PEREIRA,
2017).

Suas principais funcionalidades são:

a) Precisão

A quantificação é uma tarefa de extrema importância para gestão de projetos,


visto que impacta tanto o planejamento da produção quanto o controle de custos,
considerando que sobre o levantamento são atribuídos os preços unitários e
produtividades esperadas para calcular o período de execução e o custo final para
a obra (VIEIRA, 2018).
Este mesmo autor evidencia que uma função valiosa do Revit é a geração
automática dessa quantificação, sendo possível produzir facilmente orçamentos
precisos com quantidades exatas de materiais, levando segurança para o
orçamentofinal e para o andamento da produção da construção.

b) Flexibilidade

Caracterizado como uma ferramenta ímpar, permite todos os dados de um


projeto armazenados em um arquivo; com isso possibilita à colaboração entre
equipes, disciplinas e zonas, flexibilizando o uso e instigando a melhoria contínua
dosprovedores e campos de armazenamento virtual (nuvem) (AUTODESK, 2021).

c) Resoluão de Conflitos e Interferências de Forma Rápida Evitando Retrabalho

Clementino e Carvalho (2018) explicam que a metodologia de revisões de


projetos está otimizada, resultando na resolução de interferências no anteprojeto,
consequentemente diminuindo o número de revisões e ampliando a participação
entre os envolvidos na concepção do projeto, pois existe uma conexão entre seus
componentes. Assim, as alterações são feitas em paralelo no modelo, segundo
estes mesmos autores, e o software atualiza cada componente relacionado,
61

padronizando as informações.

d) Modelagem 3D Revit

A representação dos projetos em 3D representa ganho na sua percepção


comercial, sendo uma ferramenta auxiliadora na prospecção de clientes, que
oferece realismo ao produto e na operacional da construção civil, que levaa realidade
virtual para o campo, auxilia na verificação de interferências e facilita o entendimento
do projeto a ser construído (AUTODESK, 2016).

4.8 SketchUp

O SketchUp (Figura 4) é um software criado pela empresa Startup Last D


Software, Boulder, no Colorado em 1999. Lançado em 2000 como uma ferramenta
para criação do 3D, devido à facilidade de manuseio, a Google teve interesse e
comprou o programa. Devido à rapidez na execução dos projetos logo foi aceita no
ramo da engenharia e arquitetura e com o sucesso desse software ele foi aperfeiçoado
e passou a ser utilizado profissionalmente. O grande sucesso do SketchUp foi sobre
a facilidade de manusear as ferramentas, inverso de outros softwares que exigem
mais do usuário (AUTODESK, 2016).

Figura 4 – Tela da área de trabalho do SketchUp.

Fonte: Portal do Projetista, 2021.


62

Ao longo dos anos a Google desenvolveu melhorias para esse software e


depois de 6 anos ele foi vendido para a empresa Trimble, que é quem desenvolve o
produto nos dias de hoje. O programa está disponível nas plataformas Windows e
Macintosh e em duas versões: a versão profissional o Pro, e a versão gratuita para
uso privado (GASPAR, 2016).
O SketchUp é compatível com a plataforma BIM e consegue importar arquivos
a partir dela para que possa ser desenhada a volumetria dos projetos realizados em
2D no Revit. A utilização do modelo para o SketchUp, traz mais agilidade para o
produto, pois este software possui biblioteca em blocos e recursos vastos e é de fácil
operacionalidade (GASPAR, 2014; TRIMBLE, 2019).
Ainda segundo Gaspar (2016), o SketchUp possui uma interface intuitiva,
interativa e rápida. O programa modela superfícies, e dispõe de recursos que
permitem aos profissionais que elaboram o projeto, a transformação de um conjunto
de superfícies em um grupo, componente e camadas, permitindo trabalhar nas
modificações dos volumes de determinado grupo de forma simples (GASPAR, 2016).
Este autor ainda diz que o ensino de desenho técnico, utilizando o SketchUp como
ferramenta tecnológica é altamente educativa, e sua principal função é possível
construir modelos em 2D e 3D com perfeição, praticidade e de forma intuitiva, o que
permite a sua utilização em atividades básicas de desenho e nas criações dos
principais elementos geométricos.
O SketchUp possui um módulo denominado Layout que apresenta os desenhos
feitos em um espaço 2D de uma maneira perfeita seja nas linhas, tracejados, vistas,
sombras, texturas, textos, dimensões, blocos de título, exatamente como fora
elaborado no módulo principal do SketchUp. Nos modelos do software, a unidade de
medida tem um papel fundamental no sucesso do projeto final. Geralmente os
desenhos e projetos são construídos em metros, polegadas ou centímetros existem
diversas formas de comandar as unidades de medida no modelo do SketchUp, como
formato da medida, precisão de exibição, ajuste de comprimento e ajuste de ângulo.
Fazer as linhas retas no SketchUp é um processo fácil e ágil. Com as linhas é possível
produzir formas livres, com dimensões especificadas ou alinhadas a eixos de
coordenadas, finalizar superfícies ou separar áreas existentes em várias superfícies
independentes (GASPAR, 2016).
63

Outras funções não menos importantes desse programa são as ferramentas e


comandos como desenhar arcos com tamanhos determinados, definir pontos de
referência e componentes tangente, bolear arestas vivas a partir de arcos. Comandos
como Círculo e Polígono, têm aplicações parecidas, sendo que a visualização em
duas dimensões de polígonos e círculos são semelhantes quando configuramos o
número de lados visíveis do círculo igual ao número de lados do polígono (GASPAR,
2016).
Apesar da grande gama de informações presentes neste software, ele ainda
não tem uma quantidade necessária dessas informações para que se possa dizer que
ele conduza à realidade aumentada. Isto porque o SketchUp, acaba sendo um ótimo
software para modelagem, mas não para acabamento (GASPAR, 2016).

4.9 Lumion

De acordo com o Institute of Physics (IOP, 2021), o Lumion (Figura 5) é um


aplicativo com a finalidade de facilitar a elaboração e criação de projetos
arquitetônicos, oferecendo com melhor realismo a aparência da edificação acabada,
por meio de uma visualização em 2D e 3D em tempo real que é utilizada por
arquitetos, engenheiros e construtoras.

Figura 5 – Tela da área de trabalho do Lumion

Fonte: Maquetes Eletrônicas, 2019.


64

Ainda conforme o IOP (2021), o Lumion também fornece não só animação com
gráficos que se aproxima fortemente da realidade como, também, através de sua
rapidez e facilidade de uso, economiza tempo e esforço para projetar e custos no que
tange às escolhas dos materiais que farão parte da finalização da construção.
O Lumion configura seus gráficos e cenas por meio do uso de uma interface
baseada em Graphics Processing Unit (CPU), ou Unidade de Processamento de
Gráficos, com sua edição totalmente em 3D e em tempo real. Ele tem capacidade para
fornecer ambientes com: paisagismo, dia, noite, sol, céu, nuvens e água (IOP, 2021).
De acordo com Ribeiro (2015, p.56) o Lumion “[...] permite a importação de
objetos em diversos formatos: permite a introdução de texturas; modelação livre do
terreno [...]”. Com a utilização de várias ferramentas e blocos dentro do software, o
projetista consegue permitir maior imersão no projeto com a inserção de paisagismo,
móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, utensílios domésticos, veículos, entre
muitos outros (RIBEIRO, 2015).
65

5. METODOLOGIA

5.1 Pesquisa Teórica

A primeira etapa deste trabalho envolveu pesquisa bibliográfica, em que se


procurou analisar todos os aspectos da Indústria 4.0 e sua representatividade para a
construção civil. Esta pesquisa foi feita em plataformas virtuais tais como o Google
Acadêmico e o Scielo, com a busca de artigos acadêmicos, teses, dissertações,
monografias e livros didáticos. Também foram pesquisadas informações nos sites das
empresas fabricantes dos softwares utilizados nesta pesquisa, da AutoDesk e Trimble
SketchUp.

5.2 Construção dos Projetos em AutoCAD e pelos Softwares da Indústria 4.0

Primeiro se determinou o local da construção. Para esta escolha, os critérios


utilizados foram o de se obter um espaço que tivesse normas locais construtivas bem
definidas. Feito isso, realizou-se busca mais detalhada obtendo-se acesso às normas
de um loteamento da Z Incorporações situado entre Bauru e Piratininga denominado
Villa de Léon I.
Baseado neste regulamento, criou-se delimitações para uma construção dentro
das normas municipais e do regimento interno do condomínio. As principais
delimitações foram: muros com até 2,20 metros de altura, recuo de 3,0 metros para
frente e 1,5 metros para as laterais e fundo. Quanto aos beirais, poderiam avançar
0,80 metros dentro do recuo para os beirais laterais e do fundo em até 1,5 metros.
A área de proteção ambiental ou proteção permanente, também conhecida
como área permeável, segue tanto o regimento interno quanto municipal que fixam
esse valor em 10% (dez porcento) da área do lote. Dentro desses parâmetros, tentou-
se utilizar os recuos para área permeável e a construção da piscina também na área
do recuo, pois estes não seguem os recuos da construção.
O design construtivo foi debatido com o uso de Brainstorming (método de
debate em grupo que conta com a colaboração espontânea de ideias por todos os
integrantes, com a finalidade de idealizar um trabalho). Dentre as ideias que surgiram,
escolheu-se utilizar a que possuía inspirações de origem asiática, mais
66

especificamente japonesa e popularmente conhecida como minimalismo. Já as


dimensões de cômodos e seus respectivos valores de ventilação e iluminação foram
estipulados de acordo com o regulamento de áreas e valores mínimos, disponíveis no
site da prefeitura tanto de Bauru, quanto de Piratininga.
Após determinação do local da construção conforme as exigências do
condomínio utilizado, foi elaborada uma planta baixa da edificação no software
AutoCAD (AUTODESK, 2019), dentro dos moldes de projetos de construção civil
realizados fora dos conceitos da Indústria 4.0. Cada cômodo recebeu detalhamento a
nível de acabamento, assim como as portas e esquadrias. Cada ambiente obteve seu
nível, metragem quadrada e nomenclaturas, conforme exige o memorial descritivo.
A planta baixa do AutoCAD (AUTODESK, 2019) foi utilizada como modelo, em
seguida, para a produção do projeto tanto pelo AutoCAD quanto pelas ferramentas da
Indústria 4.0, como forma de manter os dois projetos o mais similares possível. Para
o projeto dentro dos padrões da Indústria 4.0, foram utilizados os softwares SketchUp
(TRIMBLE, 2019), Lumion (ACT 3D, 2020) e Revit (AUTODESK, 2019).
Com o AutoCAD, as características do projeto foram inseridas linha por linha
como se fosse desenhado num papel digital. Como este TCC não engloba a parte
estrutural, foi feita apenas a representação de viga baldrame nos cortes e que é
apenas para indicar que a fundação é existente, porém sem compromisso com as
medidas e os perfis corretos, isso fica a critério do projeto estrutural, que é um projeto
complementar.
Sendo assim, a parte arquitetônica teve seu início de desenho através de linhas
que delimitam o tamanho do lote de 12x25m (totalizando 300m²). Após isso, os recuos
foram definidos de acordo com o código de obras do condomínio e, nesse momento
iniciou-se a definição do layout da casa.
Após definido o layout, começou a uma fase de detalhamento, desenhando
linha por linha os caixilhos (que são as portas e as janelas), alguns dos móveis que
são comuns como sofás, poltronas e cadeiras, seus blocos foram retirados da internet
através de sites como bibliocad e blocoscad, no entanto a mobília planejada foi
desenhada e desenvolvida pelo próprio grupo. A cuba da cozinha e as torneiras, são
da Tramontina e da Deca respectivamente e ambos possuem seus blocos já
desenhados pelo próprio fabricante e disponibilizados no site deles, para AutoCAD,
Sketchup e Revit.
67

Neste trabalho, a fachada representada em 2D teve seu acabamento


totalmente definido através de hachuras (pinturas que o AutoCAD consegue fazer
para detalhar seus objetos) feitas a partir das plantas de cobertura, planta de piso
térreo, superior e através dos níveis definidos em planta. Ao colocar a planta de piso
por exemplo alocada para cima na folha do CAD, é possível utilizar o comando de
linhas infinitas e trazer as linhas da fachada para baixo e criando uma linha de base,
conseguimos através do comando offset definir as alturas do desenho, formando
assim a elevação da fachada.
A metragem dos cômodos foi retirada através do comando poliline (uma linha
continua que permite o desenho de todo o contorno do cômodo) que, ao clicar em
cima desta linha e ir em propriedades, o AutoCAD fornece a área do cômodo, sendo
assim basta apenas inserir uma caixa de diálogo através do comando text escrever o
nome do cômodo, a metragem obtida pela poliline e também os níveis de acabamento
de cada cômodo.
Embora este trabalho não tenha abordado a quantificação de materiais, é
importante salientar que a especificação e a quantificação são feitas manualmente. É
comum criar uma tabela na própria folha do AutoCAD através de linhas e caixas de
texto e colocar a identificação de cada caixilho manualmente.
Como não havia licença disponível, o software AutoCAD 3D não foi utilizado
neste TCC. Assim, não foi possível verificar como o projeto seria implementado em
3D por este tipo de tecnologia, e não foi possível comparar a fabricação dos dois
projetos, com os softwares da construção 4.0 e em padrão à parte dela, nesta
pesquisa.
Com o Revit, as plantas baixas do projeto construtivo foram refeitas.
Inicialmente o desenho da estrutura da casa foi realizado, com o baldrame, pilares e
vigas e, a partir deste esqueleto, deu-se início ao projeto arquitetônico. Foram
definidos os limites do projeto, os pés direitos de cada cômodo, altura dos forros,
níveis da casa e layout aproximado. Com as paredes levantadas iniciou-se um
processo de configuração dos objetos e a especificação dos mesmos, a fim de gerar
dados para o programa. Os comandos necessários à essas etapas incluíram ajustar
as unidades de medida para metros, encontrar nos comandos as famílias que
representam o baldrame, os pilares, as vigas, paredes e os caixilhos e, quando
necessário, ajustar essas famílias para o formato arquitetônico escolhido (por
68

exemplo, para as paredes, pode-se ajustar as larguras de seu núcleo, de alvenaria,


e seus componentes externos e internos, como reboco e acabamento) e, então,
desenhar no software conforme a planta arquitetônica definida.
Também no Revit foram colocados os objetos de mobília planejada, de autoria
própria, conforme o mesmo projeto utilizado no AutoCAD. Essas mobílias seguiram
o mesmo padrão adotado para o projeto em AutoCAD, sendo a cuba da cozinha e
as torneiras da Tramontina e da Deca, respectivamente, com o mesmo padrão
utilizado para o projeto em AutoCAD.
A especificação dos produtos foi realizada em seguida para que se pudesse
estimar o custo total da obra, visto que o programa consegue precificar os elementos
de estrutura. Isto, juntamente com o layout dos objetos da planta arquitetônica,
permite saber o quantitativo do material para cada etapa da obra, e
consequentemente prever o custo, a fim de comparar previamente se é uma obra
viável para o cliente antes mesmo que se inicie.
Em seguida, o software Revit foi utilizado para verificar os pesos da estrutura
da obra e retirar análises dessas leituras, com a finalidade de dimensionar
corretamente o projeto.
Como não foi utilizado o AutoCAD para a criação de um projeto 3D neste TCC,
não foi possível realizar a comparação entre os dois projetos neste quesito.
Entretanto, o projeto dentro da construção 4.0 foi transformado e renderizado com o
objetivo de se saber como é o funcionamento dessas etapas nos padrões mais
recentes dentro da construção civil.
Através dos projetos criados tanto pelo Revit quando pelo AutoCAD, foi
possível exportar para a extensão do CAD (DWG), que é um formato aceito pelo
SketchUp. Dessa maneira, obteve-se a planta em 2D do projeto e ela foi a guia para
levantar a edificação no 3D.
Feito isso, utilizou-se este software para detalhamento de interiores do projeto
a fim de trazer a realidade aumentada para a realidade física, através de inserções de
blocos produzidos por seus fornecedores que contém as dimensões e acabamentos
similares aos itens reais, dando proporção ao projeto e embelezamento (Figura 19).
Como o SketchUp aceita o formato de produção de projeto em CAD (DWG),
este software pode ser utilizado tanto em conjunto com o Revit quanto em conjunto
com o AutoCAD. Nesta pesquisa, utilizou-se o projeto realizado em Revit para as
69

renderizações feitas pelo SketchUp, já que este software foi considerado nesta
pesquisa como um software dentro dos padrões de projetos executados na
construção 4.0. Para tanto, o projeto em Revit foi exportado para a extensão do CAD
(DWG), que é um formato aceito pelo SketchUp.
Feito isso, utilizou-se o SketchUp para se obter volume no projeto da
edificação feita no Revit. Além disso, o detalhamento do mobiliário foi feito de duas
formas: utilizando blocos – desenhado pelos fabricantes – disponíveis na própria
plataforma do software e o mobiliário planejado e idealizado com autoria própria, a
partir de desenhos feitos diretamente dentro do projeto, seguindo os padrões de
Neufert (normas que estabelecem as medidas e representações de perspectivas de
móveis, bancadas, mesas, entre outros).
As portas e janelas foram projetadas seguindo as medidas da tabela de
caixilhos do projeto, que são valores que batem pelo menos o mínimo do exigido de
ventilação e iluminação por ambiente a fim de tornar o ambiente prazeroso,
habitável e salubre.
Utilizando o software Lumion, logo em seguida, os materiais foram
configurados minuciosamente em cada ambiente, desde reflexão dos pisos,
vidraçarias, eletrodomésticos, móveis e até a textura dos tecidos.
Isto se torna possível porque a ferramenta utiliza todas as informações que
vieram exportadas do Revit e do SketchUp, inclusive geolocalização quando aplicada.
Com toda essa informação, o Lumion, consegue realizar a leitura e otimização destes
dados, inserindo todos os fatores que deixam uma foto real.

5.3 Pesquisa de opinião

Foram elaborados dois questionarios (Apêndices A e B) pela plataforma


online Google Forms para que esta pesquisa conseguisse alcançar com facilidade
o maior número de pessoas, especialmente no momento atual em que a sociedade
ainda enfrenta a pandemia devido à COVID-19, onde a interação social é
controlada.
Foi adicionado um termo de acordo logo no início dos questionários para que
os candidatos entendessem os propósitos do mesmo e concordassem em ter seus
resultados comparados neste trabalho. A identificação não era obrigatória e houve
70

a separação em dois grupos. O primeiro grupo foi de profissionais da área, composto


por engenheiros civis, arquitetos e urbanistas e técnicos em edificações, que
responderam um questionário com doze questões que perguntavam desde o gosto
dos entrevistados até preferências e experiências de uso com os softwares
mencionados.
Já o segundo grupo foi de profissionais que não se encontram neste mesmo
campo e de estudantes de outras áreas que não engenharia. O questionário
compõe-se de seis questões e avaliam as preferências e as opiniões dos
entrevistados.
Para os entrevistados que não possuem vínculo com a área da construção civil,
perguntou-se qual dos dois projetos eles gostariam de adquirir, sem que se dissesse
que ambos correspondiam ao mesmo projeto construtivo. As respostas foram
agrupadas em gráfico percentual de compras do projeto do AutoCAD e do projeto pela
Indústria 4.0.
Já para os entrevistados que estão vinculados à área da construção civil, a
pergunta foi: de acordo com a sua experiência na área da construção civil, com qual
dos dois projetos seria mais fácil trabalhar, levando-se em consideração sua relação
com a equipe de obras e com seus clientes, e por quê? As respostas foram
analisadas para que se conferissem pontos similares e distintos considerados pelos
46 entrevistados.
A divulgação deste questionario foi feita por meio da disseminação do link do
formulário online pelo whatsapp, e cada formulário foi encerrado quando atingiu
vinte e três interações para cada grupo.
Os resultados de ambos os questionários foram agrupados em gráficos
percentuais feitos com o uso do próprio Google Forms e foram analisados
separadamente para cada grupo e, em seguida, comparados entre os grupos
entrevistados.
71

6. RESULTADOS

6.1 Estudo de Caso

O local escolhido para o projeto da edificação utilizada como modelo nesta


pesquisa se situa em Piratininga-SP, fazendo divisa com Bauru-SP, no condomínio
Villa de Leon I da Z Incorporações (Grupo Zopone).
O terreno construtivo mede de 12,0 metros de frente por 25,0 metros de
comprimento, com recuo de 1,5 metros para os fundos e laterais do projeto e de 3,0
metros para a frente. A construção propriamente dita possui 254m², além da piscina,
distribuídos em dois pavimentos: pavimento térreo medindo 168,0m² e o pavimento
superior medindo aproximadamente 86,0m².
Ainda de acordo com as exigências do condomínio no qual a edificação está
sendo projetada, a suposta construção não excedeu os limites de dois pavimentos
e sua altura total foi de 7,16 metros, se enquadrando dentro do permitido pelo
condomínio que seria de até 12,0 metros contando com a caixa d’água.
Além disso respeitou-se todos os recuos e regras de permeabilidade do solo.
O terreno não se encontra em área de preservação ambiental (APA) e nem em área
de preservação permanente (APP), conforme exigem as regras para se obter o
alvará de execução da obra.
As medidas para a criação de mobiliário próprio seguiram normas pré
estabelicidas conhecidas como Neufert, que formalizam os tamanhos que são
confortáveis para o dia dia do morador em todos os cenários. Já as medidas de
janelas representam pelo menos 1/5 da área de piso para iluminação e 1/10 para
ventilação, conforme determina as normas mínimas de salubridade.
O layout da casa teve como foco manter o coração da casa no jardim de
inverno e ao mesmo tempo torná-la independente para que em dias de chuva, possa
evitar o caminho pelo jardim de inverno. A planta baixa da edificação (Figura 6),
realizada no AutoCAD, mostra essas características e serviu de base para as
concepções dos projetos executados no próprio AutoCAD e no software Revit.
O design foi inspirado nos conceitos moderno, ecléticos e com tons
minimalistas, especialmente em cômodos mais privativos, para trazer maior conforto
e sensação de ambiente leve.
72

6.1.1 Projeto em AutoCAD

Para o projeto em AutoCAD (Figuras 6, 7 e 8, Apêndice C), seguindo as


definições projetuais empregadas na Engenharia Civil, os posicionamentos das
esquadrias ficaram representadas por linhas preenchidas de azul ciano onde há
presença de vidro e preto onde há batentes das esquadrias ou esquadria sólida,
como por exemplo, uma porta. Já as paredes estão apenas com seu contorno feito por
linhas e não recebe nenhum detalhamento por cores.
As áreas hachuradas trazem detalhamento ao projeto. Na representação das
portas, é possível ver uma curva. Esta curva seria a trajetória de abertura da porta.
As partes preenchidas com cor preta são as escadas em granito São Gabriel. A
escolha desta cor foi simplesmente para dar destaque neste referido projeto, levando
em consideração que o granito São Gabriel é majoritariamente preto. O mesmo
ocorre para a cor cinza na escada que leva ao segundo pavimento e representa o
mármore Carrara (Figura 6).
O detalhe de acabamento de cada cômodo foi feito através de legendas, onde
se tem três cores de simbologia. A simbologia vermelha representa três tipos de
acabamentos de parede, a simbologia preta significa o acabamento do piso, que no
caso é unânime no projeto com revestimento cerâmico e por último a simbologia azul
que seria o acabamento do teto (Figura 6).

Figura 6 – Planta baixa da edificação realizada pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.


73

As linhas de indicação de corte passam pelo projeto indicadas como A-A e B-


B, e tem a finalidade de situar o leitor do projeto onde o corte que ele está vendo no
projeto legal ou executivo está passando no projeto, a fim de conferir (Figuras 7 e 8).
A planta baixa do térreo (Figura 7) mostra os ambientes internos da casa, além
das áreas de garagem e piscina da construção.

Figura 7 – Planta baixa do térreo pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.


74

Como pode-se verificar pela planta do pavimento térreo da construção (Figura


7), o pavimento térreo resultou nos seguintes ambientes e suas respectivas metragens
de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2 – Metragem quadrada de cada cômodo do pavimento térreo.

PAVIMENTO TÉRREO
CÔMODO METRAGEM (m²)
GARAGEM 42.41
ESCRITÓRIO 4.59
LAVABO 01 2.89
SALA DE VISITA 46.72
HOME TEATHER 10.75
JARDIM DE INVERNO 14.45
ÁREA DE SERVIÇO 3.38
COZINHA 13.53
DORMITÓRIO DE HÓSPEDES 13.32
BANHO 01 4.34
CORREDOR ESQUERDO 4.59
CORREDOR DIREITO 4.59
Fonte: Autoria própria, 2021.

Já o pavimento superior (Figura 8) ficou definido conforme indicado a seguir.


As representações seguem o mesmo padrão apresentado para o nível térreo. No
entanto, por se tratar de um projeto do pavimento superior, tem-se a representação
adicional de uma área vazada, marcada com um x, que é basicamente uma área não
edificada no pavimento que é representada comumente desta forma.
75

Figura 8 – Planta baixa do pavimento superior pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.

É possível notar na planta baixa do pavimento superior (Figura 8), de acordo


com a Tabela 3, que o segundo andar da edificação é composto pelos seguintes
ambientes e suas respectivas metragens:
76

Tabela 3 – Metragem quadrada de cada cômodo do pavimento superior.

PAVIMENTO SUPERIOR
CÔMODO METRAGEM (m²)
CIRCULAÇÃO 20.48
SUÍTE 01 9.03
BANHO 02 3.42
SUÍTE 02 8.55
BANHO 03 3.64
VARANDA 5.8
SUÍTE 03 7.18
BANHO 04 2.46
VARANDA 02 2.05
Fonte: Autoria própria, 2021.

O corte AA feito no AutoCAD (Figura 9) mostra as paredes em vermelho, que


representam o corte das mesmas, o telhado aparece apenas com sua inclinação e
outros elementos não dimensionados, apenas para ilustrar, laje de cobertura cortada
e preenchida de cinza com granulados pretos para simular concreto e o mesmo para
o contrapiso. Abaixo das paredes em cinza pode-se notar a representação dos perfis
de baldrame.
Há também a representação de itens fixos como por exemplo a escada, as
portas, guarda corpo e o vidro que isola o jardim de inverno do restante da casa.

Figura 9 – Corte A-A do projeto em AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.


77

A fachada do imóvel, representada no AutoCAD 2D (Figura 10), fica possível


ver onde foram aplicados acabamentos iguais, mas por não possuir um realismo tão
alto fica difícil ou até mesmo impossível a leitura do projeto sem uma legenda.
Sendo assim, onde há o treliçado em marrom, seria um acabamento de Pedra
São Tomé assentado com o conceito FRENCH PATTERN, assim como ilustrado
posteriormente pelo render do Lumion.

Figura 10 – Fachada pioneira pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Como pode-se notar na Figura 11, o acabamento feito pelo AutoCAD 2D mostra
o corte B-B definido na planta baixa do projeto (Figura 6). No corte, é possível verificar
outros elementos além dos demonstrados no corte A-A. Alguns telhados foram
cortados na longitudinal e outros na transversal, além das diferenças de nível entre a
garagem, o pavimento térreo e o jardim de inverno, por exemplo. Nesta representação
não costuma utilizar detalhamento em hachura para mostrar escadas cortadas.

Figura 11 – Corte B-B do projeto em AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.


78

No apêndice C é possível verificar todo o projeto realizado com o AutoCAD.

6.1.2 Projeto com Revit

Para o projeto feito no Revit (Figuras 12 e 13, Apêndice D), seguindo as


definições projetuais empregadas na Engenharia Civil, os posicionamentos das
esquadrias ficaram representadas por blocos bem detalhados que contêm
informações desde as dimensões da esquadria, altura, largura, peitoril, marca e preço
até representação bem fiel em planta demonstrando as folhas das janelas por
exemplo.
A Figura 12 mostra a planta baixa do pavimento térreo da construção,
representando basicamente os mesmos itens apresentados anteriormente pelo CAD,
no entanto com um realismo e detalhamento muito maior, tornando mais fácil e clara
a leitura do projeto.

Figura 12 – Planta baixa do térreo pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Já a figura 13, representa não só os mesmos itens do pavimento superior feito


pelo CAD, mas traz também uma sobreposição do pavimento superior em relação ao
pavimento térreo, deixando o projeto com eixos melhor definidos, ajudando o
calculista na hora de fazer o cálculo estrutural da casa, se for o caso.
79

Figura 13 – Planta baixa do superior pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.

As linhas de indicação de corte (Figuras 14 e 15) passam pelo projeto indicadas


como A-A (Figura 14) e B-B, tem a finalidade de situar o leitor do projeto onde o corte
que ele está vendo no projeto legal ou executivo, está passando no projeto a fim de
conferir detalhes.

Figura 14 – Corte A-A do projeto pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


80

A fachada, de acordo com a figura 15, mostra os elementos de forma mais


homogênea do que no AutoCAD por exemplo, visto que é possível atingir níveis altos
de realismo com o Revit também.

Figura 15 – Fachada pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.

O corte B-B ficou demonstrado como na Figura 16, e nele, assim como em
qualquer outro corte, pode-se optar por deixar a mobília ou não. Neste caso elas foram
mantidas a fim de mostrar que como o Revit produz os cortes de maneira automática
e não totalmente manual como o CAD. Foi gasto o mesmo tempo para obter este
corte, no entanto ele possui um nível de detalhe muito maior que o do CAD, por
exemplo.
Interessante ressaltar que tal detalhamento acontece inclusive para as lajes,
como no caso da laje de cobertura, possuindo forro embutido representado por um
vão de 3cm na parte inferior em branco e no corte do chão é possível ver 12cm de
contra piso e 3cm para assentamento do piso.

Figura 16 – Corte B-B do projeto pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


81

As metragens dos cômodos do térreo e do piso superior foram as mesmas


obtidas para as plantas do AutoCAD, representadas nas Tabelas 2 e 3 (páginas 75 e
77).
Uma vez criadas as paredes, as medidas das paredes do projeto em conjunto
com o tipo de tijolo de cerâmica usado, de 90mm e com 30mm de reboco de cada
lado, com 15cm no total, foram inseridas no Revit. Nas paredes de 20cm, utilizou-se
o tijolo cerâmico deitadocom 140mm e com 30mm de reboco de cada lado (Figura
17).

Figura 17 – Medidas das paredes pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Em seguida, o mobiliário, metais, louças e eletrodomésticos que foram


adicionados aoprojeto, foram baixados diretamente dos sites das suas empresas
fabricantes para já serem inseridos no projeto dentro do próprio Revit. Por exemplo,
a cuba da cozinha é uma cuba Isis da Tramontina e o bloco foi baixado diretamente
do site da empresa e colocado no projeto. Feito isso, o produto foi orçado pela própria
fabricante e seu preço adicionado ao projeto (Figura 18).
82

Figura 18 – Adição de preços de materiais pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.

O mesmo foi feito para o restante dos móveis do projeto, que foram baixados
do site de seus fabricantes e agregaram informações ao projeto.
No Apêndice D é possível verificar todo o projeto realizado com o Revit.

6.1.3 Projeto com SketchUp

O volume dado ao projeto já dentro dos padrões da indústria 4.0 pode ser
verificado nas Figuras 19 e 20 e no Apêndice E, com o projeto realizado no SketchUp.
Nota-se na Figura 19 que representa o andar térreo da construção, tem-se o
mesmo dimensionamento e o mesmo design do projeto executado em AutoCAD
(Figuras 7 e 8, páginas 74 e 76). Desta forma, pode-se visualizar nesta figura os
detalhes mais básicos a nível de planta, desde a grama até os móveis e, embora não
haja muita definição, consegue-se perceber um projeto muito mais completo no
sentido de informações.
Nela, é possível visualizar os cômodos que são, de cima para baixo: a
esquerda, área externa com piscina, a cozinha gourmet com uma cozinha totalmente
equipada com torre de forno, mobiliário embutido e com design único, pia em granito
com uma cuba e meia da Tramontina – linha Isis – duas torneiras Deca
83

monocomando, uma delas extensível para maior comodidade e a outra com filtro
embutido. Há também a presença de uma churrasqueira ao lado da porta externa e
uma mesa de oito lugares (Figura 19).
Abaixo da cozinha, há a área de serviço, onde tem armários para guardar os
produtos, um tanque Tramontina embutido de inox e uma máquina de lavar, com
espaço para adicionar uma máquina de secar (Figura 19).
Ao continuar analisando o projeto, nota-se living indo de parede a parede
desta edificação que conta com sofá modulado, mesa de centro, decorações no
geral, um bar embaixo da escada e toda a área com pé direito duplo que ultrapassa
os 6 metros (Figura 19).
Novamente no topo do projeto, à direita, há um lavabo que abastece a área
externa da casa e logo ao lado, a suíte de hóspedes. Abaixo da suíte de hóspedes,
tem-se o home theater totalmente equipado para trazer mais harmonia e
ambientação no projeto, além de demonstrar como a realidade aumentada se insere
na Revolução 4.0 (Figura 19).
Por último, no coração da edificação, há o jardim de inverno (Figura 19A).
Já no pavimento superior do projeto (Figura 19B), os cômodos que aparecem
são, de cima para baixo: à esquerda, projeção da área externa com a piscina,
localizada no pavimento inferior, logo abaixo tem-se a suíte 03 do projeto com
varanda. Nota-se que as paredes estão alinhadas com as paredes de baixo, deixando
a casa com poucos eixos, facilitando na hora do cálculo estrutural.
No SketchUp já é possível ver esse tipo de detalhe e conferir se as paredes
estão realmente alinhadas. No entanto, não é tão fácil e preciso quanto o Revit, que
permite por exemplo a sobreposição das plantas.
À direita, localiza-se a suíte de número 02, totalmente equipada e com bancada
de estudos além de uma varanda bem espaçosa que permite mobiliá-la também
(Figura 19B).
Abaixo da suíte número 02, há a suíte número 01, uma suíte mais ampla, porém
diferentemente das outras, sem varanda e a sua iluminação e ventilação fica a critério
da janela especificada no projeto (Figura 19B).
84

Figura 19 – Planta humanizada da edificação pelo SketchUp. A. pavimento térreo. B. piso superior.

A B

Fonte: Autoria própria, 2021.

Com o projeto realizado pelo SketchUp ainda foi possível obter ângulos de
visão com perspectivas em 3D (Figura 20, Apêndice E).
Na Figura 20B, é possível observar alguns dos detalhes mencionados acima.
Pode-se ver, por exemplo, uma perspectiva inicial da cozinha pré-render, com a mesa
de oito lugares totalmente posta, a churrasqueira com a coifa, o micro-ondas embutido
acima da pia, as torneiras, a geladeira side by side, os pendentes da iluminação, a
marcenaria e os acabamentos de cada elemento, inclusive a pia de granito via-láctea.
85

Figura 20 – A. Fachada do imóvel feita no SketchUp. B. Cozinha com


mobiliário planejado nos padrões Neufert pelo SketchUp.

Fonte: Autoria própria, 2021.

6.1.4 Projeto no Lumion

As configurações do projeto ficam ainda mais reais quando são renderizadas


pelo Lumion, conforme demonstrado nas figuras do Apêndice F. A Figura 21 mostra
um detalhe da cozinha projetada com o software SketchUp.

Figura 21 – Cozinha renderizada pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


86

No ambiente externo, além das configurações de material, a ambientação e


iluminação são indispensáveis para um render realista, conforme a Figura 22.

Figura 22 – A: Fachada pré-render pelo Lumion. B: Fachada renderizada


pelo Lumion. C: Área do fundo renderizada pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


87

6.2 Resultados da Pesquisa de Opinião

De início, os participantes tiveram de assinar um termo de consentimento a fim


de formalizar o uso de seus dados neste trabalho. Dentre os 46 candidatos, todos
consentiram o uso de suas respostas neste trabalho.
Na primeira pergunta presente em ambos os questionários, os entrevistados
que não são da área tinham de escolher uma opção dentre três representações de
uma vista superior do projeto (Apêndices A e B). A vista “A feita no software AutoCAD,
a vista B feita no SketchUp e a vista C feita no Revit. Com 60,9% a opção B, da vista
feita no SketchUp, foi a mais votada (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Escolhas pela vista superior nos softwares. A. grupo de quem não é da área de
construção. B. profissionais da área da construção civil.

Fonte: Autoria própria, 2021.


88

A segunda pergunta se referia a qual das opções trazia uma maior sensação
de estar dentro do projeto (Apêndices A e B) e em ambos os questionários a resposta
foi quase unânime. O render feito pelo Lumion, foi o preferido em ambos os grupos
entrevistados (Gráfico 5).

Gráfico 5 – Resultados das escolhas pela sensação de estar na obra. A. grupo de quem não
é da área da construção. B. profissionais da área da construção civil.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Na terceira pergunta (Apêndices A e B), intuitivamente, os entrevistados


responderam em grande maioria que o projeto que eles acreditavam ter sido o que
mais demorou foi o projeto renderizado pelo Lumion (Gráfico 6) e de fato eles
acertaram, visto que o Lumion é uma ferramenta render que tem a capacidade de
trazer os projetos para a Realidade Aumentada, mas antes, é necessária a
modelagem do projeto em outra ferramenta, que no caso deste estudo foi o SketchUp.
89

Gráfico 6 – Resultado das escolhas para qual etapa foi mais demorada. A. por quem é da área.
B. por quem não é da área.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Na quarta pergunta (Apêndices A e B) houve divergência importante nas


respostas obtidas entre os profissionais da área e as pessoas que não são da área da
construção civil.
O questionário dos profissionais fora da área apontou que o projeto mais rápido
de se desenhar foi o feito no AutoCAD (52,2%), enquanto o questionário dos
profissionais da área apontou que o mais ágil foi o projeto feito pelo Revit (52,2%). No
entanto, houve uma grande divisão em ambos os questionários e os candidatos
pareceram confusos. Ainda assim, as porcentagens foram iguais para os diferentes
softwares entre os grupos entrevistados (Gráfico 7).
90

Gráfico 7 – Resultado das escolhas para qual etapa foi mais rápida. A. por quem é da área.
B. por quem não é da área.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Já na quinta pergunta (Apêndices A e B), a maioria apontou que preferiria


adquirir um projeto feito pelo Revit ao invés de um projeto feito pelo AutoCAD, caso
eles tivessem o mesmo preço para sua elaboração. Destaque que o formulário dos
profissionais da área escolheu com 69,6% dos votos a opção do Revit, enquanto
apenas 52,2% fizeram a mesma escolha na avaliação dos profissionais de outras
áreas (Gráfico 8).
91

Gráfico 8 – Preferência em adquirir um projeto feito pelo AutoCAD ou Revit. A. por quem é
da área. B. por quem não é da área.

Fonte: Autoria própria, 2021.

A sexta e última pergunta em comum entre os formulários (Apêndices A e B)


indagou se o entrevistado sabia que é possível englobar o orçamento junto ao projeto
e 56,5% dos candidatos fora da área responderam que não sabiam, enquanto 95,7%
dos candidatos que atuam no campo responderam que sabiam desta utilidade,
conforme ilustrado no Gráfico 9.
92

Gráfico 9 – Resultado das escolhas para orçamento e projeto integrados. A. por quem é
da área. B. por quem não é da área.

Fonte: Autoria própria, 2021.

A sétima pergunta para o questionário direcionado aos profissionais da área da


construção civil (Apêndice A) mostrou que 91,3% dos profissionais preferem trabalhar
com as ferramentas da indústria 4.0, de acordo com o Gráfico 10.

Gráfico 10 – Resultado dos profissionais que preferem trabalhar conforme a Indústria 4.0.

Fonte: Autoria própria, 2021.


93

Visando saber o ranking de popularidade dos programas utilizados neste


Trabalho de Conclusão de Curso entre os entrevistados que são profissionais da área
de construção civil, perguntou-se se haviam utilizado tais plataformas (Apêndice A).
39,1% responderam que já utilizaram os 3 programas enquanto 56% responderam
que já utilizaram pelo menos o AutoCAD (Gráfico 11).

Gráfico 11 – Ranking de popularidade dos softwares.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Notou-se que os engenheiros civis responderam que tiveram mais experiencia


com o AutoCAD, já os arquitetos e urbanistas, junto com os técnicos de edificações,
responderam que já tiveram experiência com os três softwares.
Na próxima pergunta os mesmos entrevistados foram indagados sobre qual dos
programas preferiam para desenhar projetos em 2D (Apêndice A). Nenhum dos
candidatos selecionou a feramenta SketchUp e quase 70% votaram no software
AutoCAD (Gráfico 12). A maioria dos engenheiros e arquitetos preferem o AutoCAD,
enquanto os técnicos em edificações preferem o Revit.
94

Gráfico 12 – Preferência pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Os entrevistados mostraram que o software que eles mais utilizam para criação
de um projeto 3D na construção civil é o Revit e, em segundo colocado o SketchUp
(Gráfico 13).

Gráfico 13 – Software mais utilizado para um projeto 3D.

Fonte: Autoria própria, 2021.

A maioria dos engenheiros, os arquitetos e os técnicos utilizam o Revit para a


modelagem 3D, apenas um engenheiro tem preferência pelo AutoCAD.
Os entrevistados profissionais da área de construção civil também
responderam que em sua maioria não renderizam seus projetos, mas os que
renderizam indicaram tanto o Revit quanto outras ferramentas para realizarem a
renderização (Gráfico 14).
95

Gráfico 14 – Softwares utilizados para renderizar projetos.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Entre os engenheiros, 60% não renderizam os projetos e, dos 40% restantes,


50% utilizam o Revit, 25% o SketchUp com o Lumion, 12,5% o AutoCAD e 12,5%
somente o SketchUp. Já os arquitetos, 100% renderizam, mas utilizam de outras
ferramentas que não foram especificadas pelos entrevistados. 100% dos técnicos em
edificações renderizam seus projetos utilizando o Revit. Analisando esses dados, a
maioria dos profissionais que geralmente renderizam seus projetos são arquitetos e
técnicos.
96

7. DISCUSSÕES

O ramo da construção civil caminha de forma lenta quando comparado a


Quarta Revolução Industrial. A rápida evolução da tecnologia fornece melhores
maneiras, processos e softwares para se trabalhar nessa área, trazendo consigo
melhor eficiência, menores custos e praticamente zerando os problemas
construtivos.
Nota-se que a planta feita no Revit aparenta muito mais humanizada que a do
AutoCAD e com isso é interessante destacar que apesar de haver um nível de
detalhamento muito maior nas plantas produzidas pelo Revit, acaba sendo mais
rápido fazê-las nele do que projetar no AutoCAD, visto que materiais pré
configurados agilizam na hora do desenho.
O interessante deste programa é que ele é um programa que além da planta
2D com alto nível de detalhamento torna possível visualizar o projeto em 3D, que o
próprio Revit cria baseado nas informações inseridas no projeto. É possível também
configurar material por material a fim de tentar trazer ao projeto o mais próximo da
realidade e até renderizá-lo.
Na elaboração do lavabo, por exemplo, ao invés de fazer um telhado, optou-se
pelo uso de laje impermeabilizada e a utilização de revestimento cerâmico, diminuindo
o custo da área e ganhando um espaço a mais na casa. A leitura desta oportunidade
foi feita após a elaboração do projeto no Revit, uma vez que através da sobreposição
de plantas, viu-se a oportunidade de eliminar a criação de mais uma água de telhado
e ao mesmo tempo estender uma área sem contar como área construída da
edificação, já que é uma varanda descoberta. Já no AutoCAD, seria um pouco mais
complicado para notar essa vantagem de aproveitamento da área, já que a
sobreposição das plantas ainda não é uma opção no software, o que deixa o
engenheiro projetista que utiliza o CAD numa posição de desvantagem quando
comparado ao que utiliza o Revit nesse quesito.
Além das vantagens em termos de desempenho dos próprios programas,
destaca-se a presença do Big Data, outra característica da indústria 4.0, que forma a
base e dados do Revit, Lumion e SketchUp. Esse enorme volume de informações
torna possível que se projete com detalhes a construção e, ao mesmo tempo, que já
97

se obtenham outros dados que, fora da indústria 4.0, tinham que ser obtidos
manualmente, como é o caso do orçamento da obra.
De acordo com os resultados da pesquisa de opinião, a maioria dos
entrevistados que não eram da construção civil ponderou que o projeto mais
demorado para ser executado foi o que foi feito no SketchUp e, de fato, eles estão
corretos. O detalhamento dos edifícios é um trabalho demorado pois é necessário
especificar cada produto e isso varia de acordo com o preço deles e o custo estimado
da obra.
Outro dado importante e, talvez, o mais intrigante, é que a maior parte de ambos
os lados respondeu que acreditam que o projeto mais rápido de se fazer foi o feito
pelo AutoCAD. Mas, de fato, o projeto que menos demorou para ser feito foi o pelo
Revit, visto que já havia um Template (materiais já pré-configurados) que trouxeram
agilidade, permitindo que se fizesse o projeto arquitetônico da edificação mais
detalhado que o do AutoCAD e em menos tempo.
Entretanto, deve-se considerar que todas essas ponderações podem variar,
dependendo da experiência que o projetista tem em trabalhar nesses softwares.
Profissionais acostumados a utilizarem o AutoCAD, por exemplo, podem ser capazes
de produzir em menos tempo o mesmo projeto nesse software em relação ao Revit,
da mesma forma que o projetista acostumado a trabalhar com o SketchUp pode não
achar tão complexo realizar o projeto nesse programa.
Dentre os profissionais da área de engenharia ou arquitetura, 91,3% dos
candidatos selecionaram que preferem desenhar com ferramentas provenientes da
quarta revolução industrial. No entanto, na pergunta seguinte, o resultado
surpreendeu, com 70% dos candidatos selecionando que desenham com AutoCAD,
gerando um contraste com a pergunta em que quase todos apontaram o desejo em
trabalhar com as ferramentas da Indústria 4.0. Isso mostra que é necessária uma
capacitação por parte dos usuários projetistas para que consigam modelar no Revit e
compreender o programa BIM.
Percebe-se uma vontade de aprender e se modernizar dentre estes
profissionais. No entanto, nem sempre essa é uma opção acessível até o momento e
por isso nem todos os profissionais conseguem adotar ferramentas mais modernas
para projetar em seu dia a dia profissional. Porém, acredita-se que está evidente a
necessidade de tal modernização.
98

Ficou evidente que boa parte dos profissionais ainda trabalham com o método
convencional e não com a metodologia exposta neste trabalho da Indústria 4.0. Esse
fator deve-se à certa resistência encontrada nos profissionais e trabalhadores da área
quando o assunto é tecnologias e inovações para o setor, visto que a tecnologia ainda
não está bem inserida nesse ramo profissional. Os profissionais mostraram que ainda
continuam usando métodos convencionais para o seu dia a dia, mas com vontade e
interesse em migrar para os propósitos e softwares da Indústria 4.0. Acredita-se que
isso acontece por medo de não aprender a trabalhar com os novos processos
apresentados nesse trabalho, ou até mesmo por imaginarem não terem um retorno a
curto prazo para seus investimentos nessa migração.
Há um custo para a capacitação dos profissionais para se migrar de tecnologia,
de tempo e monetário e, além disso, dependendo do tempo de uso do programa, um
profissional consegue ter agilidade muita boa somente com o uso do AutoCAD, mas
uma coisa é fato: a integralização de plantas ainda não é otimizada nesse software e
esse é um fator que acaba fazendo com que os projetos que utilizam o CAD fora dos
conceitos da indústria 4.0 fiquem aquém daqueles que são produzidos nos softwares
da indústria 4.0.
Ainda assim, acredita-se que a Indústria 4.0 está em processo no Brasil,
especialmente na parte de Engenharia Civil e já se pode verificar suas mudanças. A
alteração de criação pelo método da Industria 4.0 gera economia financeira, economia
de tempo e maior precisão na hora da execução projetual, evitando muitos erros.
Dessa forma, naturalmente o mercado vai escolher e até possivelmente tornar
obrigatório o uso das ferramentas dessa indústria no dia a dia do engenheiro, como já
começou a ocorrer com o BIM (BRASIL, 2018 a, b) visto que ele é aplicado por
exemplo em serviços da prefeitura, tendo condições de tornar licitações e projetos
muito mais transparentes.
Ainda, quando se compara as respostas dos grupos de profissionais da
construção civil e aqueles que não são dessa área, nota-se claramente a tendência
de profissionais ainda se sentirem pouco à vontade com o uso dos softwares
analisados nessa pesquisa que integram a indústria 4.0, ou porque nunca os
utilizaram e/ou possuem maior familiaridade com o AutoCAD, ou porque muitas vezes
é difícil adotar programas mais recentes e sofisticados quando parceiros ainda não
adotaram a mesma tecnologia, o que torna difícil fazer com que projetos executados
99

por diferentes profissionais parceiros interajam; enquanto os entrevistados que


desconhecem esses softwares claramente possuem preferência pelos projetos mais
humanizados dos programas que integram nessa pesquisa a indústria 4.0, que são
de mais fácil compreensão para eles.
Isso mais uma vez reforça a ideia de que a construção civil está se
encaminhando para adotar as ferramentas mais sofisticadas da indústria 4.0, e que
seus profissionais precisam se esforçar para aprenderem essas novas tecnologias, já
que profissionais que adotarem essas ferramentas possuirão, em pouco tempo, maior
facilidade em criar e manter clientes.
100

8. CONCLUSÕES

Baseando-se nos resultados expostos, pôde-se observar que as tecnologias da


Indústria 4.0 deram um salto à elaboração de projetos da construção civil em relação
aos outros programas que ainda se encontram fora desta revolução. É possível,
nesses novos programas, observar uma infinidade de detalhes até mesmo nas
sombras e o posicionamento solar, o que humaniza os projetos, tornando-os o mais
próximos do real possível.
Também se observou que cada programa foi utilizado para um propósito
especifico, ficando registrado que apesar de todos serem programas capazes de
operarem de maneira individual, cada um foi utilizado pela sua melhor qualidade, e
todos estes referidos programas se intercambiam, de forma que seus usuários podem
fazer suas próprias escolhas sobre em qual programa prefere fazer cada etapa.
Este tipo de análise cabe nesta situação especialmente para demonstrar que
estes programas tem muita informação, o referido Big Data. A base de dados desses
softwares é maciça e, graças a isso, é possível demonstrar com tamanha realidade e
precisão as informações de acabamento, estrutura da edificação e orçamento da obra,
por exemplo.
O Revit mesmo sendo um dos precursores, já vem com uma bagagem muito
alta, visto que vem da Autodesk, a mesma empresa que produz o AutoCAD até hoje.
Justamente por serem programas diferentes que ambos continuam sendo lançados
ano a ano, no entanto, como demonstrado neste TCC, são programas que chegam a
resultados muito próximos, mas o que os diferencia é o jeito como cada programa lê
as informações inseridas e principalmente no tempo que foi investido para a confecção
de cada um deles.
Desta forma, pode-se dizer que o Revit traz uma realidade da mais atual em
termos de tecnologia na área de engenharia civil e arquitetura. O fato de centralizar
todas as informações em apenas um programa é capaz de trazer agilidade ao dia a
dia e economia para todos os envolvidos.
Em relação aos questionários que foram desenvolvidos, a maior parte dos
entrevistados escolheu acreditar que o projeto mais demorado para ser executado foi
o desenvolvido pelo SketchUp o que, de fato, ocorreu, já que a etapa de detalhamento
da edificação é bastante complexa.
101

Ambos os entrevistados responderam que o projeto mais rápido de desenvolver


foi o feito no AutoCAD. Entretanto, como já havia um template no Revit, realizar o
projeto arquitetônico nele foi mais rápido nessa pesquisa. O resultado foi um projeto
mais detalhado e realizado em menos tempo que aquele feito no AutoCAD para esta
edificação. Entretanto, salienta-se que esta resposta pode variar de acordo com a
familiaridade do projetista com estes programas.
Referindo-se apenas ao formulário enviado para os profissionais da área de
engenharia ou arquitetura, 91,3% dos entrevistados preferem desenhar com
ferramentas que estão dentro da quarta revolução industrial, entretanto 70% deles
desenham com AutoCAD.
Isso mostra que apesar do desejo em trabalhar com as ferramentas da Indústria
4.0, é necessário que se invista em capacitação dos profissionais projetistas, para que
eles consigam modelar no Revit e compreender o programa BIM. Nota-se que a
vontade de aprender e se modernizar existe, mas que esta não é uma opção sempre
possível até o presente momento e, por isso, nem todos os profissionais conseguem
trabalhar com softwares que estejam dentro do conceito da indústria 4.0.
Porém, acredita-se que com esta pesquisa fica evidente a necessidade de tal
modernização.
102

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111

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA OS PROFISSIONAIS DA ÁREA


112
113
114
115
116
117

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA QUEM NÃO É DA ÁREA DA CONSTRUÇÃO


CIVIL
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120
121

APÊNDICE C – PLANTAS BAIXAS DO PROJETO EM AUTOCAD

Figura 23 – Planta baixa da edificação realizada pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.


122

Figura 24 – Planta baixa do térreo pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.


123

Figura 25 – Planta baixa do pavimento superior pelo AutoCAD.

Fonte: Autoria própria, 2021.


124

APÊNDICE D – PROJETO COM REVIT

Figura 26 – Planta baixa do térreo pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


125

Figura 27 – Planta baixa do andar superior pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


126

Figura 28 – Detalhamento da planta pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


127

Figura 29 – Linhas de indicação de corte pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


128

Figura 30 – Detalhamento do material pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 31 – Projeto em 3D pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


129

Figura 32 – Fachada e cortes pelo Revit.

Fonte: Autoria própria, 2021.


130

APÊNDICE E – PROJETO EM SKETCHUP

Figura 33 - Planta humanizada do pavimento térreo pelo SketchUp.

Fonte: Fonte: Autoria própria, 2021.


131

Figura 34 - Planta humanizada do pavimento superior pelo SketchUp.

Fonte: Autoria própria, 2021.


132

Figura 35 – Cozinha com mobiliário planejado nos padrões Neufert pelo SketchUp.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 36 – Detalhamento de interiores pelo SketchUp.

Fonte: Autoria própria, 2021.


133

APÊNDICE F – PROJETO NO LUMION

Figura 37 - Cozinha com mobiliário planejado renderizada pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 38 – Fachada pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


134

Figura 39 - Fachada pré-render pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 40 - Área do fundo renderizada pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


135

Figura 41 - Fachada pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 42 – Sala de estar pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


136

Figura 43 – Vista interna pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 44 – Sala pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


137

Figura 45 – Sala vista do canto pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 46 – Cozinha pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


138

Figura 47 – Lavabo pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


139

Figura 48 – Área dos fundos pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.


Figura 49 – Piscina pelo Lumion.

Fonte: Autoria própria, 2021.

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