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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Civil – TEC

Perdas Imediatas de Protensão

Prof. Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro


Prof. Luiz Antonio Vieira Carneiro
Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal Fluminense
Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.1 da NBR 6118 (2014)

onde:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.2.1 da NBR 6118 (2014)


Valores-limites por ocasião da operação de protensão

onde:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3 da NBR 6118 (2014)


Perdas imediatas da força de protensão

- Perda por atrito


atrito entre as armaduras e as bainhas ou o concreto
- Perda por deformação da ancoragem
deslizamento da armadura junto à ancoragem e à acomodação
dos dispositivos de ancoragem
- Perda por deformação imediata do concreto
encurtamento imediato do concreto

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

No sentido contrário ao movimento do cabo, tem-se:

onde:
µ é o coeficiente de atrito cabo/bainha;
p é a pressão contrária à retificação do cabo de protensão.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

Fazendo Fy = 0, tem-se:

Como e dx = R . dα:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

Fazendo Fx = 0, tem-se:

Como , e dx = R . dα:

Tem-se, , daí:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

Integrando

Chega-se a:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

Desenvolvendo:

Dividindo todas as parcelas pela área do cabo, tem-se:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)


Perda por atrito

onde:
α (em radianos) é a variação angular entre o ponto inicial e o ponto onde
se calcula a força no cabo;
μ é o coeficiente de atrito cabo/bainha, com os seguintes valores segundo
a NBR 6118:
μ = 0,50 entre cabo e concreto (sem bainha)
μ = 0,30 entre barras ou fios com mossas e saliências e bainha
μ = 0,20 entre fios lisos e cordoalhas e bainha
μ = 0,10 entre fios lisos e cordoalhas e bainha lubrificada
μ = 0,05 entre cordoalhas e bainha de polipropileno lubrificada
(cordoalhas engraxadas)

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito

Fatores que influenciam o coeficiente de atrito μ:


- Forma da superfície do aço: fios ou cordoalhas;
- Grau de oxidação da superfície da bainha e dos cabos;
> oxidação → > atrito
uso de bainha galvanizada: após a protensão, deve-se tamponar a
bainha até a injeção da nata.
- Dureza das superfícies em contato: cabo e bainha;
> dureza → < atrito

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Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


Fatores que influenciam o coeficiente de atrito μ:
- Pressão Normal;
A pressão normal aumenta não só o atrito como também o coeficiente de
atrito.
A bainha não deve ser muito mole para não ser cortada nas curvas.

- Lubrificação das bainhas.


A lubrificação da bainha diminui o coeficiente de atrito μ. Uso de
lubrificante, parafina, óleo solúvel, grafite, água.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


Cabos retos: Σα = 0 → Ff < Fi

Os cabos são fixados em estribos ao longo da sua trajetória, formando


ondulações chamadas de parasitas.
Estes desvios são construtivos e se manifestam tanto nos trechos retos
como nos curvos.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


A expressão da perda por atrito passa a ser:

Os desvios parasitários podem ser assimilados a uma perda por atrito β por
metro linear, assim:

onde:
é em rad/m
L é o trecho do cabo em estudo, em m

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Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


Daí:

Como µ β = k, a expressão final passa a ser:

Na falta de dados experimentais:


Para cordoalhas:

O valor de k é influenciado pela rigidez da bainha.


Quanto mais rígida a bainha, menor é o valor de k.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


Variação da força de protensão ao longo do cabo
Ancoragem ativa/passiva

Cabos de grande comprimento e com muitas mudanças de direção →


→ perdas elevadas por atrito

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


Ancoragem ativa/ativa

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


Ponto neutro:
ponto de uma seção que não se desloca durante o tensionamento da armadura.

- Ancoragem ativa/passiva: ponto neutro na extremidade da ancoragem passiva

- Armadura com traçado simétrico ativa/ativa: ponto neutro é o médio da


armadura

- Caso geral ativa/ativa: é o ponto onde a tensão de protensão, calculado pela


direita e pela esquerda, apresenta o mesmo valor.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 (2014)

Perda por atrito


Alongamento do cabo: maneira fácil de controlar a protensão na obra.

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Sistemas Pós-tensão

Exemplo

Perda por atrito

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Sistemas Pós-tensão

Exemplo

Perda por atrito

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Sistemas Pós-tensão

Exemplo
Perda por atrito
Viga com 5 cabos, cada um com 6 cordoalhas de 12,7mm em aço CP-190 RB

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3 da NBR 6118 (2014)


Perdas imediatas da força de protensão

- Perda por atrito


atrito entre as armaduras e as bainhas ou o concreto
- Perda por deformação da ancoragem
deslizamento da armadura junto à ancoragem e à acomodação
dos dispositivos de ancoragem
- Perda por deformação imediata do concreto
encurtamento imediato do concreto

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- No instante da cravação das cunhas de ancoragem há um
pequeno recuo da ancoragem ∆lac;

- A perda do alongamento e a movimentação contrária do cabo


geram um atrito que resulta em queda de tensão;

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Depois de aplicada a protensão nos cabos, é necessário
ancorá-los. Nas ancoragens ativas dos sistemas de pós-tensão,
a ancoragem dos cabos resulta em mais uma perda de tensão;

- Essa perda se deve a dois fatores: à transferência da força nos


macacos para as ancoragens e ao deslizamento das cunhas,
quando acionadas.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Nos sistemas de ancoragem por meio de cunhas, o cabo é tracionado com
uma força P até atingir o alongamento teórico. Ao se aliviar o macaco,
transfere-se a força para as ancoragens. A cunha passa a trabalhar com uma
força F. As forças F e P estão representadas na Figura.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- A perda de protensão depende do deslizamento δ ocorrido na transferência
da força P dos macacos para as ancoragens. O valor de δ é proporcional à
força P aplicada no cabo, conforme ilustrado na Figura. Os valores de δ são
indicados pelos fabricantes dos dispositivos de ancoragem.
a)

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- xac : ponto onde as
tensões deixam de ser
afetadas pelo efeito do
recuo da ancoragem;

- Os diagramas de tensões
ao longo da armadura, no
instante da protensão e
após a cravação, são neste
trecho simétricos em
relação à reta rk, paralela
ao eixo x.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- A distância xac é tal que Ωac = ∆lac.Ep

- ∆lac = recuo da ancoragem

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Deformação:

- Integrando ao longo de x:

xo < L/2
- Recuo da ancoragem ∆o:

onde A é a área sob o diagrama σ - x


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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Do figura ao lado:

xo < L/2 - Ponto neutro xo< L/2

onde tgα = (σο – σ1)/x1

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Do figura ao lado:

xo > L/2

onde tgα = (σο – σ1)/L/2

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Determinação analítica de xac

Caso geral:

A reta rk, paralela ao eixo x e


que intercepta o diagrama
1, em um ponto de abscissa
xac, limita com ele e com o
eixo σpx uma área:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Imagina-se o diagrama de tensões ao
longo da armadura 1 definido por
trechos retilíneos aos quais
correspondem às áreas Ω1, Ω2, ..., Ωj.

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- O primeiro passo para determinação da reta rk, que define xac, corresponde a
pesquisa do trecho j do diagrama 1 em que aquela o intercepta.

onde:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.3 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação da ancoragem
- Nas armaduras curtas e nas pouco curvadas, o efeito desta perda pode atingir
toda a extensão do cabo de protensão;
- Os diagramas 1 e 2 não tem ponto comum e xac=xN, onde N é o ponto neutro
da armadura.

- Esta perda tem a vantagem de reduzir a força de protensão na região próxima


ao apoio, onde não há necessidade de muita protensão.
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Sistemas Pós-tensão
Perda por deformação da ancoragem

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Sistemas Pós-tensão
Perda por deformação da ancoragem

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Sistemas Pós-tensão
Perda por deformação da ancoragem

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3 da NBR 6118 (2014)


Perdas imediatas da força de protensão

- Perda por atrito


atrito entre as armaduras e as bainhas ou o concreto
- Perda por deformação da ancoragem
deslizamento da armadura junto à ancoragem e à acomodação
dos dispositivos de ancoragem
- Perda por deformação imediata do concreto
encurtamento imediato do concreto

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)

- A queda de tensão decorre da deformação instantânea do concreto devido a


não simultaneidade de protensão das diversas unidades que constituem a
cablagem da peça;

- Os cabos que são protendidos primeiro sofrem encurtamentos devidos à


protensão dos últimos;

- A primeira unidade protendida sofre perda maior que as demais por este
efeito; a última a ser protendida não sofre perda.

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Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)
- Apresentam-se três cabos centrados e protendidos sequencialmente na viga
da Figura 2;
Sequencia de protensão: C1 → C2 → C3

Figura – Estudo da perda por protensão sucessiva

O cabo C3 não perde tensão.

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Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)
- Considerando a protensão centrada e realizada simultaneamente em todos os
cabos, tem-se a seguinte deformação no concreto:

- Entretanto, a protensão não é simultânea. A perda de tensão não é uniforme


em todos os cabos;

- Como não houve a injeção da nata de cimento na bainha dos demais, admite-
se que a perda de tensão seja igual para todas as armaduras que atravessam
uma mesma seção da peça, correspondendo a uma fração da deformação
instantânea – no nível do cg dos cabos – , devida às cargas atuantes neste
momento: εc (p + g1)

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)
Matriz dos encurtamentos do concreto ao longo da operação de protensão

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)
- A soma dos n primeiros termos da PA é dada por:

- Para o caso em questão:

sendo n é o número de etapas em que o conjunto de armaduras que constitui a


cablagem é protendida

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)
- A deformação média nos cabos de protensão é:

- A perda de tensão média dos cabos de protensão é calculada a partir da Lei


de Hooke:

E, como:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)
- Cálculo da tensão no concreto no nível do CG dos cabos - σc

Protensão centrada:

Protensão excêntrica:

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Sistemas Pós-tensão

Item 9.6.3.3.2.1 da NBR 6118 (2014)


Perda por deformação imediata do concreto
(protensão sucessiva)
- A expressão final de cálculo de perda de protensão é dada por:

onde:
σcp – tensão inicial no concreto no nível do baricentro da armadura de
protensão, devida à protensão simultânea dos n cabos;
σcg – tensão no concreto no nível do baricentro da armadura de
protensão, devida à carga permanente modificada pela protensão ou
simultaneamente aplicada com a protensão;
αp – relação entre os módulos de elasticidade da armadura ativa e do
concreto, na data do ato da protensão

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