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PRÉ-VESTIBULAR 01

AULAS 13 E 14

Interpretação
de textos
Profa. Stephani Izidro

18 de abril de 2023
Figuras de Linguagem
É uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em
sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele em que
convencionalmente são empregadas.

São normalmente utilizadas para tornar mais expressivo o que


queremos dizer.
Empregadas tanto na língua falada quanto na língua escrita, ampliam
o significado de uma palavra, suprem a falta de termos adequados,
criam significados diferentes.
Comparação e Metáfora
1) Comparação: consiste em aproximar dois seres em 2) Metáfora: consiste no emprego de uma palavra
razão de alguma semelhança existente entre eles, de em um sentido que não lhe é comum ou próprio,
modo que as características de um sejam atribuídas ao sendo esse novo sentido resultante de uma relação
outro, e sempre por meio de um elemento comparativo de semelhança de intersecção entre dois termos.
expresso: como, tal qual, semelhante a, que nem, etc.

Minha Alma é como um pastor, Minha Alma é como um pastor


Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguire a olhar Minha Alma é um pastor

(Fernando Pessoa)
Metáfora
Metonímia
Consiste na substituição de uma palavra por outra em razão de haver
entre elas uma relação de interdependência, de inclusão, de implicação.

1.O efeito pela causa, e vice-versa


Pedro é alérgico a poeira e a cigarro fumaça

2. O nome do autor pela obra:


Nas horas vagas, ouvíamos Mozart a música

3. O continente (o que está fora) pelo conteúdo


O nenê comeu dois pratos alimento

4. A marca pelo produto


Menino, você quer um chiclete? goma de mascar
Metonímia
5) O concreto pelo abstrato
Só ele tem cabeça para resolver isso inteligência, sagacidade

6) Parte pelo todo


Mil olhos apreensivos seguiam a partida de futebol pessoas, torcedores

7) O singular pelo plural


O brasileiro é bem-humorado os brasileiros

Metonímias Visuais
Talheres = restaurante
Bola e cesta = basquete
Cama = hospedagem
Mamadeira = berçário
Metáfora x Metonímia
Antítese
Consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido.

"Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”


(Ditado popular)

“O que o berço dá só a cova tira.”


(Esaú e Jacó, de Machado de Assis)

“Sua alma subiu ao céu


Seu corpo desceu ao mar”
(Ismália, de Alphonsus de Guimaraens)
Paradoxo
Consiste no emprego de palavras ou expressões que, embora opostas quanto ao sentido, se fundem em um
enunciado. Consiste na aproximação de ideias contraditórias. Embora essas ideias sejam contraditórias, no
contexto em que o paradoxo é empregado, principalmente em contextos poéticos, esse contraste acaba
fazendo sentido.

“Separados, estamos mais unidos”


Slogan do governo do Rio de Janeiro durante a pandemia

“Se você quiser me prender / Vai ter que saber me soltar”


Esse trecho foi retirado da música “Tiranizar”, do Caetano Veloso.

“É como mergulhar no rio / E não se molhar” (Skank)

“Quanto mais vivemos, mais nos aproximamos da morte.”

“Já estou cheio de me sentir vazio” (Renato Russo)


Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;


É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões
Antítese x Paradoxo
A antítese opõe palavras que já são de natureza opostas, enquanto o paradoxo
opõe ideias opostas entre si, como visto no exemplo acima.
Dormir e acordar está difícil. (antítese)
Estou dormindo acordado. (paradoxo)
Personificação ou Prosopopéia
Consiste em atribuir linguagem, sentimento e ações
próprias dos seres humanos a seres inanimados ou
irracionais.
Eufemismo
Hipérbole Consiste no emprego de uma palavra ou
expressão no lugar de outra considerada
Consiste em expressar uma ideia com exagero.
desagradável ou chocante.

Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí


Pra te ver sorrir, eu posso colorir o céu de outra
cor
Eu só quero amar você, e quando amanhecer
Eu quero acordar do seu lado
(Pollo - vagalumes)
Ironia
Consiste em afirmar o contrário do que se quer dizer.
Há, no entanto, ironias mais finas, em que o discurso não trabalha nesse plano tão óbvio de contraste. A
ironia está presente em textos diversos. Para se observar a ironia é preciso prestar bastante atenção na
construção do discurso – a intenção do texto, o tipo de palavra escolhida, o humor etc. – e no repertório
cultural e social que aparece ao longo do texto. O contexto é fundamental para a compreensão da ironia.
1. Indique em quais alternativas foram usadas metáforas e em quais
foram usadas comparações.
a) Ele é simplesmente um deus grego.
b) Ele é bonito como um deus grego.
c) Suas palavras são doces da minha infância.
d) Age como um burro!
e) Aquele homem é um burro.
1. Indique em quais alternativas foram usadas metáforas e em quais
foram usadas comparações.
a) Ele é simplesmente um deus grego.
b) Ele é bonito como um deus grego.
c) Suas palavras são doces da minha infância.
d) Age como um burro! Resposta:
e) Aquele homem é um burro. a) metáfora
b) comparação
c) metáfora
d) comparação
e) metáfora
Questão 2
I. "À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita
paciência..."
II. "... se se queria que estivesse sério, desatava a rir..."
III. "... parece que uma mola oculta o impelia..."
IV. "... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se
pode imaginar."
Quanto às figuras de linguagem, há neles, respectivamente,
a) gradação, antítese, comparação e hipérbole
b) hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação
c) hipérbole, antítese, comparação e paradoxo
d) gradação, antítese, metáfora e hipérbole
e) gradação, paradoxo, comparação e hipérbole
Questão 2
I. "À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita
paciência..."
II. "... se se queria que estivesse sério, desatava a rir..."
III. "... parece que uma mola oculta o impelia..."
IV. "... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se
pode imaginar."
Quanto às figuras de linguagem, há neles, respectivamente,
a) gradação, antítese, comparação e hipérbole
b) hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação
c) hipérbole, antítese, comparação e paradoxo
d) gradação, antítese, metáfora e hipérbole
e) gradação, paradoxo, comparação e hipérbole Resposta: D
Questão 3

(UFPA)
Tecendo a manhã
Nos versos
Um galo sozinho não tece uma manhã:
“E se encorpando em tela, entre todos,
ele precisará sempre de outros galos.
se erguendo tenda, onde entrem todos,
De um que apanhe o grito que um galo antes
se entretendendo para todos, no toldo…”
e o lance a outro; e de outros galos
tem-se exemplo de
que com muitos outros galos se cruzem
a) eufemismo
os fios de sol de seus gritos de galo,
b) antítese
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
c) aliteração
E se encorpando em tela, entre todos, d) silepse
se erguendo tenda, onde entrem todos, e) sinestesia
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas.
Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)
Questão 3

(UFPA)
Tecendo a manhã
Nos versos
Um galo sozinho não tece uma manhã:
“E se encorpando em tela, entre todos,
ele precisará sempre de outros galos.
se erguendo tenda, onde entrem todos,
De um que apanhe o grito que um galo antes
se entretendendo para todos, no toldo…”
e o lance a outro; e de outros galos
tem-se exemplo de
que com muitos outros galos se cruzem
a) eufemismo
os fios de sol de seus gritos de galo,
b) antítese
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
c) aliteração
E se encorpando em tela, entre todos, d) silepse
se erguendo tenda, onde entrem todos, e) sinestesia
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão. Resposta: C
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas.
Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)
Questão 4

(UFU) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está
classificada corretamente:
a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopeia)
b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo)
c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese)
e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo)
Questão 4

(UFU) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está
classificada corretamente:
a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopeia)
b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo)
c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese)
e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo)

Resposta: C
Questão 5

(Vunesp) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o


máximo”, a figura de linguagem presente é chamada:
a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese
Questão 5

(Vunesp) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o


máximo”, a figura de linguagem presente é chamada:
a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese

Resposta: E
Questão 6

(Fatec) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a


mesma figura de linguagem que há na frase acima:
a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."
b) "Nasci na sala do 3° ano."
c) "O bonde passa cheio de pernas."
d) "O meu amor, paralisado, pula."
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."
Questão 6

(Fatec) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a


mesma figura de linguagem que há na frase acima:
a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."
b) "Nasci na sala do 3° ano."
c) "O bonde passa cheio de pernas."
d) "O meu amor, paralisado, pula."
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."

Resposta: C
Questão 7

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade grande
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria
Que beleza, Montes Claros.
linguagem.
Como cresceu Montes Claros.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
Quanta indústria em Montes Claros.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com
Montes Claros cresceu tanto,
intenção crítica.
ficou urbe tão notória, d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e
prima-rica do Rio de Janeiro, objetivo.
que já tem cinco favelas e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas,
por enquanto, e mais promete. atribuindo-lhes vida.
(Carlos Drummond de Andrade)
Questão 7

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade grande
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria
Que beleza, Montes Claros.
linguagem.
Como cresceu Montes Claros.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
Quanta indústria em Montes Claros.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com
Montes Claros cresceu tanto,
intenção crítica.
ficou urbe tão notória, d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e
prima-rica do Rio de Janeiro, objetivo.
que já tem cinco favelas e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas,
por enquanto, e mais promete. atribuindo-lhes vida.
(Carlos Drummond de Andrade)

Resposta: C
Questão 8

Morro da Babilônia No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond de


À noite, do morro Andrade,
descem vozes que criam o terror a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modo
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema, indireto, metonimicamente, pela referência ao Morro da
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua Babilônia.
Geral). b) o sentimento do mundo é representado pela percepção
Quando houve revolução, os soldados particular sobre a cidade do Rio de Janeiro, aludida pela
espalharam no morro, metáfora do Morro da Babilônia.
o quartel pegou fogo, eles não voltaram. c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia assemelha-se
Alguns, chumbados, morreram. ao que é dado a uma pessoa, o que caracteriza a figura de
O morro ficou mais encantado. estilo denominada paronomásia.
Mas as vozes do morro d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no percurso
não são propriamente lúgubres. figurativo do poema, um oxímoro: a relação entre terror e
Há mesmo um cavaquinho bem afinado gentileza no espaço urbano.
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.
(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012, p.19.)
Questão 8

Morro da Babilônia No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond de


À noite, do morro Andrade,
descem vozes que criam o terror a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modo
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema, indireto, metonimicamente, pela referência ao Morro da
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua Babilônia.
Geral). b) o sentimento do mundo é representado pela percepção
Quando houve revolução, os soldados particular sobre a cidade do Rio de Janeiro, aludida pela
espalharam no morro, metáfora do Morro da Babilônia.
o quartel pegou fogo, eles não voltaram. c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia assemelha-se
Alguns, chumbados, morreram. ao que é dado a uma pessoa, o que caracteriza a figura de
O morro ficou mais encantado. estilo denominada paronomásia.
Mas as vozes do morro d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no percurso
não são propriamente lúgubres. figurativo do poema, um oxímoro: a relação entre terror e
Há mesmo um cavaquinho bem afinado gentileza no espaço urbano.
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.
(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo:
Resposta: A
Companhia das Letras, 2012, p.19.)
Questão 9
Levando-se em conta o texto como um todo, é correto
POÇAS D’ÁGUA afirmar que a metáfora presente no primeiro verso se
As poças d´água são um mundo mágico justifica porque as poças
Um céu quebrado no chão a) estimulam a imaginação.
Onde em vez de tristes estrelas b) permitem ver as estrelas.
Brilham os letreiros de gás Néon. c) são iluminadas pelo Néon.
(Mario Quintana, Preparativos de viagem, São d) se opõem à tristeza das estrelas.
Paulo, Globo, 1994.) e) revelam a realidade como espelhos.
Questão 9
Levando-se em conta o texto como um todo, é correto
POÇAS D’ÁGUA afirmar que a metáfora presente no primeiro verso se
As poças d´água são um mundo mágico justifica porque as poças
Um céu quebrado no chão a) estimulam a imaginação.
Onde em vez de tristes estrelas b) permitem ver as estrelas.
Brilham os letreiros de gás Néon. c) são iluminadas pelo Néon.
(Mario Quintana, Preparativos de viagem, São d) se opõem à tristeza das estrelas.
Paulo, Globo, 1994.) e) revelam a realidade como espelhos.

Resposta: A
Questão 10

(PUC-SP) Em uma grande concessionária de São Paulo leu-se a seguinte chamada: “Queima total de
seminovos”. A mesma estratégia foi utilizada em uma chamada de um grande hipermercado, em que
se podia ler: “Grande queima de colchões”. Acerca dos sentidos criados por essas chamadas, é
apropriado afirmar que
a) em ambas há uma utilização da linguagem em seu sentido estritamente literal.
b) apenas em uma delas a linguagem foi utilizada em seu sentido estritamente literal.
c) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação com o contexto.
d) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido apenas pelas regras gramaticais.
e) em ambas o sentido é metafórico e não pode ser apreendido porque é incoerente.
Questão 10

(PUC-SP) Em uma grande concessionária de São Paulo leu-se a seguinte chamada: “Queima total de
seminovos”. A mesma estratégia foi utilizada em uma chamada de um grande hipermercado, em que
se podia ler: “Grande queima de colchões”. Acerca dos sentidos criados por essas chamadas, é
apropriado afirmar que
a) em ambas há uma utilização da linguagem em seu sentido estritamente literal.
b) apenas em uma delas a linguagem foi utilizada em seu sentido estritamente literal.
c) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação com o contexto.
d) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido apenas pelas regras gramaticais.
e) em ambas o sentido é metafórico e não pode ser apreendido porque é incoerente.

Resposta: C

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