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Figuras de Linguagem

PROFª MA. MYLLENA ALVES


Metáfora

É a substituição de um termo por outro baseada


numa relação de analogia.

Ex: Helena é uma rosa.


Comparação
É aproximação de dois termos entre os quais existe alguma
relação de semelhança.

Ex: Meu pai é forte como um touro. Aguentou carregar um


armário sozinho. (comparação)

Meu pai é um touro. Aguentou carregar um armário sozinho.


(metáfora)
Metonímia
Acontece quando se emprega um termo no lugar de outro, sendo que entre ambos há
estreita afinidade ou relação de sentido.

Exemplo: Sei que ela adora Fernando Pessoa. (Adora o que Fernando Pessoa
escreveu.)

Esse tipo de metonímia é chamada de “autor pela obra”. Existem outros tipo, veja,
por exemplo:
Parte pelo todo: preciso de um teto para morar. (Só um teto?? Não… a casa toda).

Lugar pelo produto feito no lugar: para comemorar compramos um Porto. (Porto =
lugar onde é produzido o vinho).

Continente pelo conteúdo: bebeu o cálice todo. (na verdade, bebeu o líquido que
estava dentro do cálice).
Sinestesia
Ocorre quando, numa enunciação, há uma mescla de
diferentes sensações que são percebidas pelos órgão de
sentido.

Exemplo: Gosto quando mamãe canta. Ela tem uma voz


macia e doce. (sentidos: voz = audição; macia = tato;
doce = paladar)
Eufemismo

É a utilização de expressões mais leves para suavizar o


impacto de enunciados tristes ou desagradáveis.

Exemplo: Vovó virou estrelinha, filho, e agora está lá no


céu!
Personificação
Também conhecida como prosopopeia, acontece
quando se atribui a seres inanimados qualidades ou
sentimentos próprios de seres humanos.

Exemplo: O Sol amanheceu triste e escondido hoje.


Acho que vai esfriar!
Pleonasmo
É usado para intensificar o significado de um termo através
da repetição dele próprio ou da ideia contida nele.

Exemplo: “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas


de Portugal.” (Fernando Pessoa)
Ironia
Ocorre quando se diz o contrário do que se tem
intenção de dizer para satirizar, criticar, questionar
certo tipo de pensamento ou para ridicularizá-lo.

Exemplo: Aquele menino dela é um santo. Só


derrubou minha coleção de discos de vinil três vezes.
Hipérbole
Consiste no exagero de uma ideia com a intenção de
engrandecer ou diminuir a verdade dos fatos.

Exemplo: Já disse isso a você um milhão de vezes!


Paradoxo
Consiste em empregar palavras que, ainda opostas quanto ao sentido,
se fundem num mesmo enunciado, resultando numa proposição
aparentemente absurda, já que desafia, muitas vezes, a opinião
compartilhada pela maioria.

Exemplo:
“A explosiva descoberta
Ainda me atordoa.
Estou cego e vejo.
Arranco os olhos e vejo”.
(Carlos Drummond de Andrade)
Antítese
É a aproximação, na linguagem escrita ou falada, de termos ou
expressões que têm sentidos opostos.

Exemplo: Um misto de alegria e tristeza tomou conta de Jonas quando


pisou novamente na rua onde havia passado sua infância.

ATENÇÃO!!! Não confunda antítese e paradoxo. Veja os exemplos:


A verdade e a mentira fazem parte do dia a dia. (A antítese é marcada
por palavras naturalmente opostas)

Os mesmo braços que serviram de abrigo hoje transmitem solidão. (O


paradoxo é marcado por ideias opostas)
Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de problemas sociais, entre
os quais o da violência sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do
pesadelo para

(A) informar crianças vítimas de violência sexual sobre os perigos dessa prática,
contribuindo para erradicá-la.
(B) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o objetivo de colocar
criminosos na cadeia.
(C) dar a devida dimensão do que é abuso sexual para uma criança, enfatizando a
importância da denúncia
(D) destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite, o que requer maior
cuidado dos responsáveis nesse período.
(E) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil durante o sono, sendo confundido por
algumas crianças com um pesadelo.
O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relativa à teoria
evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico. Considerando o contexto
apresentado, verifica-se que o impacto tecnológico pode ocasionar:

a) o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico.


b) a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua realidade.
c) a problemática social de grande exclusão digital a partir da interferência da
máquina.
d) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua
esfera social.
e) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da criação de ferramentas
como lança, máquina e computador.
Nessa tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas
figuras de linguagem para

a) condenar a prática de exercícios físicos.


b) valorizar aspectos da vida moderna.
c) desestimular o uso das bicicletas.
d) caracterizar o diálogo entre gerações.
e) criticar a falta de perspectiva do pai. 
(UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza
prosopopeia.

a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do


mundo.” (Clarice Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se
dissolvem…” (Drummond)
c) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se
escreveu.” (Clarice Lispector)
d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de
Melo Neto)
Fundação Carlos Chagas – 2012 - Oficial Logística Almoxarifado I

O robô faz-tudo
Os robôs têm se mostrado ferramentas valiosas para soldados, cirurgiões e pessoas que desejam limpar seu
carpete. Mas, em cada caso, eles são projetados e construídos especificamente para uma tarefa. Agora existe
um movimento que pretende construir máquinas multifuncionais − robôs que naveguem mudando de
ambientes como escritórios ou salas de estar e trabalhem com as próprias mãos. É claro que robôs multiuso
não são uma ideia nova. “Faz cerca de 50 anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza
Eric Berger, codiretor do Programa de Robótica Pessoal da Willow Garage, empresa iniciante do Vale do
Silício. A demora deve-se em parte ao fato de que mesmo tarefas simples requerem um grande conjunto de
habilidades. Para que busque uma caneca, por exemplo, um robô precisa processar dados coletados por uma
série de sensores − scanners a laser que identificam possíveis obstáculos, câmeras que procuram o alvo,
resposta de sensores de força nos dedos para segurar a caneca, e muito mais. Mas Berger e outros especialistas
estão confiantes em relação a um progresso real que possa ser obtido na próxima década.

(Adaptado de Gretory Mone. O robô faz-tudo. Scientific American Brasil. Ano 8, n. 92, 01/2010, p.39)
“Faz cerca de 50 anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza Eric
Berger...

A ironia da frase evidencia dois aspectos do tema tratado no texto, que são:

a) as dificuldades insuperáveis da criação de robôs multifuncionais e a persistência dos


pesquisadores do passado e do presente para ao menos chegarem perto dessa meta.
b) O  longo tempo de existência do propósito de se criarem robôs multifuncionais e o erro das
previsões sobre quando isso poderia vir a ocorrer.
c) o reconhecimento de que robôs multiuso existem há bastante tempo e o desconhecimento
disso por aqueles mesmos que deles se beneficiam.
d) o uso já antigo dos robôs multifuncionais nos setores de ponta e a constatação de que ainda
vai demorar muito a sua utilização em tarefas cotidianas.
e) a impossibilidade de se especular sobre quando os robôs multiuso poderão ser criados e a
pouca utilidade das pesquisas feitas nos últimos anos.
(ENEM-2001) Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem
mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior de todos os
oxímoros.

Folha de S. Paulo. 31 de julho de 2000.


Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”. Pode-se afirmar
que ocorre um oxímoro em:

a) “Era ele que erguia casas


Onde antes só havia chão.”
b) “… a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.”
c) “Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.”
d) “… o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.”
e) “Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.”

MORAES, Vinícius de. Antologia Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
Relacione as definições abaixo com as figuras de linguagem:
( ) Figura de linguagem em que se emprega um sentido incomum para uma palavra a partir de uma relação de semelhança
entre dois termos.
( ) Figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero, a fim de enfatizá-la ou destacá-la.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra por outra, com a qual tem uma relação de
interdependência, proximidade.
( ) Figura de linguagem que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou irracionais.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou expressão agradável para amenizar uma ideia desagradável
ou grosseira.
( ) Figura de linguagem que consiste em aproximar dois termos a partir de uma característica comum. Faz uso de
conectivos: como, tal qual, que nem etc.
1. Eufemismo.
2. Metáfora.
3. Comparação.
4. Prosopopeia ou personificação.
5. Hipérbole.
6. Metonímia

a) 6 – 4 – 2 – 1 – 3 – 5
b) 6 – 5 – 2 – 2 – 3 – 4
c) 2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3
d) 2 – 6 – 5 – 4 – 1 – 3
e) 1 – 2 – 6 – 5 – 4 – 3
(UFPA) 
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio,
1979)
Nos versos

“E se encorpando em tela, entre todos,


se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de

a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia

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