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PRIMEIRA SESSÃO EM 1869

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VOLUME I

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TYPOGRAPHIA DO DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO
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GAMARA DOS SENADORES

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l" sessão preparatória das mais úteis, c honrosas que podem pertencer-
lho, dando conta dos trabalhos da sessão legis-
EM 27 DE A.BRIL DE 1869 lativa ne 1818, a que veio por termo o decreto de
Presidência, do Sr. visconde de Abarté. 18 de Julho daquelle anno, que dissolveu a
caranra dos Srs. neputados, lido no sanado em
A's 11 horas da manhã, frita a chamada, c ses-ão dc 20 do referido mez.
achando se presentes os Srs. visco de de Abaefé, Além desta circumstancia superveniente, os
Jobim, viacnnde de Sapucahy, barão do Eio motivos, por qu i nam se deu esta conta no ulti-
Grande, Mafra, barão de Antonínn. barão das mo dia da sessão de 18C8, como já nam se tinha
Tr»a Birras, Ottoni, Dias Vieira, Firmino, vis dado no da de 1867, acham-se expostos, e de-
conde de Jequitinhonha, baião de Itaúna, Sousa clarados no § 10 do parecer, ou relatório da mesa
Franco, barão do Bom Retiro, barão de Cotegipe n. 133 de 27 de Abril de 1868,
e Zacarias, o Sr. presidente abriu a sr-ssã >. A experiência convencera a mesa de que os
O Sr. 4o secretario, servindo de Io, leu a carta issumpios, que distrahem a sua attenção no
imperial da nomeação de senador do império decurso da ses-ão, avultando cada vez niais em
pela prov ncia do Amasonas, do Sr. Ambrosia nnmi-ro, e em importância, nam lhe peimittiam
Leitão da Cunha, de 15 de J ineiro ultimo. colhgir, e estudar com vagar, como era de mis-
Uemettida á commissão de constituição para ter, os documentos, a que indispensável é re-
dar parecer com urgência correr, a fim de offerecer ao senado um trabalho
O mesmo Sr. secretario leu o seguinte ; que para ser útil, convém que seja tão exacto, e
PARECER DA MESA N. 173 DE 27 DE ABRIL DK 1869. ompleto, como é possível em matéria de tanta
difliculdaie.
Expõe os nelos legislativos, e outros assumptns d', O aeerlo da innovnção está hoje sufflciente-
competência do senado, que foram sajeilos á sua mente justificado pela experiência; por quanto
delberação, durante a sessão legislahv i de 1861 si sa compararem os relatórios da mesa de
concluindo que o relatório com os documentos, que 1868, e deste anno, contendo ambos o resumo
o acompanham, seja impresso, e distribuído na hist -rico das sessões antecedentes, com os ou-
fôrma d > estilo, eremelUdo dcomir isiãode cons- tros anteriores relatórios, que aliás eram apre-
tituição, a fim de propor as medidas, que achar sentados logo no fim de cada uma das sessões
conveniente. legislativas, reconhecer-se ha facilmente, quan-
I. to aquelles excedem a estes na cópia, e metho-
Precedentes, em que se firma o relatório da do, e desinvolvimento das informações, que
mesa —Motivos por que se alterou a época da comprehendem.
apresentação do relatório da mesa.—A alte- Assim que, a innovação, quese fez, constituirá
ração feita justificada pela experiência. para o futuro a r gra dos relatórios da mesa, ao
menos emquanto o estudo, e a pratica não indi-
No intuito de mant r, e melhorar o louvável carem melhor alvitre.
precedente, que se estabeleceu no encerramento
da sessão legislativa de 1861, e que depois disso II.
tem si lo invariavelmente seguido, do se faser
ao senado uma fiel, e ciroumstanciada exposição Tabellas demonstrativas (1" serie de documentos).
dos actos legislativos, e outro ; assumptos *da
competência desta camara, que em cada sessão As tabellas demonstrativas em numero de trese,
annual sam sujeitos ao seu exame, e approvação, que acompanham a presente exposição, contem
a mesa vem hoje desempenhar esta tarefa, uma a resenha dos actos legislativos da sessão de 1868.
Todos os actoslegislatívosestam enumerados, do mesmo anno, já informou o senado do que oe-
e systematicamente classificados nas tabellas: e corrêra acerca desta Proposição.
o exame, e o estudo destas tabellas habilitam a A Proposição, de que se trata, veio da camara
mesa para offerecer á consideração do senado, dos deputados, e. tendo sido approvada pelo se-
como resumo da estatística dos trabdhosda nado na sessão de L 67, por engano da secreta-
sessão de 1.-68, o que abaixo se segue: ria, ri-co heci.lo em ofiicio do ofHdal maior de 29
Proposições iniciadas na camara dos deputa- de Octubro, deixou, durante a mesma sessão do
dos, que foram approvadas e dirigi Ias pelo ser reduzida a resolução da assembléa geral e
senaao á Sancçao Imperial, na fóru.a do dirigida 8ancçào Imperial, na fôrma do ar-
art. 62 da constituição (Tabella n 1), .23 tigo 62 da constituição.
Proposições iniciadas na mesma camara, e a Houve reclamação da parte, e a mesa entendeu
ella enviadas pelo senado com emendas ou que nada podia faser em seu beneficio.
addições, na forma do art. 58 da consti- Aberta porém a sessão legislativa de 1868, a
tuição (Tabella n. 2) 2 mesa propôz ao senado, no parecer n. 155 de 15
Proposições iniciadas na mesma camara, que de Junho, que a Proposição fosse dirigida á
o senado tornou a remetter-lhe, por não Sancção Imperial.
ter podido dar-lhes o seu consentimento, Para concluir por este modo allegou a mesa os
na fôrma do art. 59 do constituição (Ta- seguintes fundamentos:
bella n 3) . . . . 19
Proposições iniciadas na mesma camara, e 1.° Porque com o termo das sessões legisla-
ainda pendentes de decição do senado por tivas nã caducam entre uós, como aliás acon-
motivos que se declaram (Tabella n. 4) . 39 tece em outros parlamentos, os assumptos da
Proposições iniciadas no senado, que foram competência das camaras, qu nesses períodos
appruvadas, e enviadas á camara dos de- não chegam á comcl .são:
putados, na fôrma do art 57 da constitui- 2.° Porque muito pelo contrario o processo de
ção (Tabella n. õ) 2 taes assumptos em o nosso parlamento contiuúa
Proposições iniciadas no senado, que ainda sem a m nor alteração nas outras sessões, ou nas
pendem de decisão pelos motivos que se outras legislaturas até concluir-se:
declaram (Tabella n. 6) • 5 3.° Porque, de a cordo com a doutrina, e a
Pareceres de commissões discutidos, e ap- pratica invariável do parlamento, a formalidade,
provados (Tabella n. 7) . . . , . 49 embora substancial, de que deixara de ser reves-
Pareceres de commissões pendentes de dis- tido, na sessão de 1867, o projecto da camara dos
cussão pelos motivos que se declaram (Ta- deputados approvado pelo senado, namera mais
bella n. 8) . . . 8 do que uma parte complementar do projecto, e
Indicações appfovadas (Tabella n. 9). . . 4 consequentemente devia preencher-se na sessão
Requerimentos approvados (Tabella n. 10). 13 .e 1868, que estava aberta redm-indo-se o mesmo
Requerimentos retirados a pedido dosaucto- projo. to já apnrovado a Resolução da Assembléa
res (Tabella n. 11) 2 Geral, e dirigindo o Senado ao Imperador a Re-
Requerimentos rejeitados (Tabella n. 12). 4 s dução em dous autographos, pedindo-lhe a
Requerimentos pendentes de discussão (Ta- Sancçâo na fôrma do art 62 cons ituição.
bella n. 13) 1 Accrescentou-se no parecer que, como se tra-
trava de um projecto de Resolução, e nam de
• Total 171 Decreto, e como neste caso os dous autographos
eram dirigidos á Sancção Imperial por meio de
» III. officio do Sr. 1.° Secretario do Senado ao Sr Mi-
nistro do Império, intendia a Mesa que o ofiicio
Esclarecimentos sobre a tabella n. 1.—Proposição dévia conter a exposição dos motivos, que occor-
relativa ao estudante Fernando Luiz Osorio que reram, eobstaram a que os autographos se ex-
deixou dedingir-se em tempo áSancçãolmpe- pedissem na sessão legislativa de 1867 na qual
rial.—Parecer da mesa em 1863, e seus funda- o projecto tinha sido approvado.
mentos,ácerca da questão. —Approvação dada Este parecer, entrando- em discussão em ses-
pelo senado ao parecer da mesa.— Sancçâo da são de 25 Junho, foi na mesma sessão approvado
propo-ição.—Sancção de todos os decretos da por esta augusta camara em todas as suas con-
assemblea geral vo"tados na sessão de 1868. clusões, procedendo a mesa de conformidade
Releva e clarecer com observações algumas com o que o senado deliberara.
das tabellas, de que acaba de faser-se menção. Um dos dous autographos da resolução, que
Na tabella n. 1 está incluída uma proposição, foram dirigidos á sancção imperial, foi pelo go-
que autorisa o governo para mandar admittír a verno remettido para o archivo desta camara na
faser aeto do Io anno da faculdade de direito de fôrma do art. 68 da constituição, e delle consta
S. Paulo, cujas aulas frequ-nta, como ouvin- que a resolução foi sanccionsda em o Io de Ju-
te, o estudante Fernando Luiz Osorio, depois de lho de 18i8, e vè se outrosim da c- llecção de leis
faser o exame deolatim que lhe faltava. do Império a pagina 17 que a mesma resolução
A mesa, no § 3 do Relatório ru 133 de 27 de foi promulgada pelo decreto n. 1376 de 4 do re-
Abril de 1868, e no parecer n. 155 de ISde Junho ferido mez. - >
Por este modo ficou estabelecido o precedente, e sobre tudo com aquella fé nas instituições,
ou ja regra de decidir em casos idênticos, posto que illuraina, e fortalece, no meio das mais duras
qu" é de esperar que não se repitam faltas, como provações, os verdadeiros amigos, e propugna-
esta, attendendo-se ao cuidado, e zelo, que deve dores tio í-ystema representativo. »
haver na secretaria, quanto ao desempenho dos O ultimo dos relatórios da mesa, que vem a
deveres, de que se acha encarregada. ser o de n. 153 da 27 de Abril de 1868, faz no
Resulta da mesma tabella n. 1 que das propo- § 4° especial mensão de todas as medidas, que
sições que o senado dirigiu á sancção imperial, na ses-ão do anno antecedente foram votadas
todas foram sanccionadas, e já se acham pro- pelas duas camaras legislativas com relação á
mulgadas. guerra.
A data da saneção de cada uma dellas. bem A dissolução dacamara dos deputados, duran-
como o numero, e a data dos correspondentes te a sessão legislativa de 1868, foi causa de fica-
decretos de promulgação, acham-se declarados rem pendentes de deliberação do senado, nessa
na tabella. sessão, alguns projectos importantes, que para
o mesmo fim a camara dos deputados já tinha
IV. approvado, e remettido ao senado.
Considerações sobre medidas votadas pelas ca- Quaes sejam estes projectos, dir-se-ha em oc-
mara.s com relação águerracontra o Par iguaj. casiao, e lugar próprios.
—Quadros estatísticos:—Dos inutilisados na Houve porém tempo para o senado votar, e
guerra.—Das famílias dos que morreram na dirigir á Saneção Imperial as proposiçõe-i, con-
guerra.—Algarismos das pensões por serviços templadas na "tabella n 1. approvando as mercês
de guerra approvadas nos annos de 1866 e pecuniárias concedidas pelo Poder Executivo,
1867 —Dito, incluído o anno de 1868. Consi- como remuneração de serviços prestados na
derações geraes com dous quadros explicativos. guerra.
A nem uma dellas deixou o senado de dar de-
vida, e prompta solução.
Empenhado desde o fim do anno de 1864 em
uma guerra de justiça, e de honra contra o go- Destas mercês pecuniárias umas foram con-
verno da republica do Paraguay, o governo im- cedidas aos próprios, que prestaram os serviços,
perial encontrou sempre, para lev«l-a digna- e outras ás famílias dos bravos, que na guerra
mente ao cabo. a mais leal, e efflcaz coadjuvação tem gloriosamente succumbidõ.
da parte da assemblea geral. Nada pôde haver de mais justo, nem demais
Nem a camara dos deputados em tempo «Igum, conforme ao sentimento nacional.
nem o senado recuou jamais ante os sacriticips Do quadro n. 1 resulta que o algarismo de to-
que para esse fim tornaram-se indispensáveis. das as mercês pecuniárias approvadas pela as-
E' uma ve.rdade esta, de que dão testemunho sembléa geral na sessão de 1868 é de 27:37õg500
os diversos relatórios da mesa. (vinte e sete contos tresentos e setenta e cinco
mil, e quinhentos).
• Noo termo da 12« legislatura disse a mesa no
§ 6 do relatório n. 67 de 15 de Setembro de As mercês pecuniárias constantes do quadro
1866: n. 1, que foram approvadas na sessão de 1868,
estam, como as que foram approvadas na sessão
« Pelo que se tem demonstrado nesta exposi- de 1867,divididas em duas classes, a saber:
ção, e na dos dous annos antecedentes recouhe
cer-se-ha que a legislatura, que vae findar, 1.a classe.—As que foram concedidas aos pró-
tendo promovido cora zelo. e lealdade os inte- prios, que prestáramos serviços com declaração
reas-s do paiz, a despeito de innumeras difficul- do numero de pensionistas,°e da importância
dades, com que teve de lutar, deixa, no termo annual das pensões;
dos seus trabalhos legislativos, o governo habi- 2.• classe.—As que foram concedidas a pessoas
litado p ra desaggravar a nação da guerra in- de família dos que falleceram na guerra, ou por
justa, e barbara com que foi assaltada. causa delia, com as indicadas declarações, e ou-
« Collocada por este modo na altura da mis- trosim a do parentesco dos pensionistas com os
são, que recebera do suffragio popular, é per- que falleceram.
mittido diser que a legislatura de 1864 procedeu As pensões, a que a mesa se refere, sam, em
sempre com a confiança, que dá o patriotismo, cada uma das classes, as seguintes:
MOTIVOS JUS- FAMÍLIAS
TIFICATIVOS
vi< w
«O H«J IMPORTÂNCIA sr/i IMPORTÂNCIA
KO KO
AN N UAL üQ ANNUAL
CLASSIFICAÇÃO 33 y.y
s0 yy DAS DAS
y
O«o y
Q PENSÕES
y ^PENSÕES
y
"S 0,
03w

Viuvas

MORTOS
Filhos
Ts y

Mães
s Sy SP
1 1 y K
I
. .... 1
^ i níf.ns dp. fazenda 1 2 43230c0
c ) Imperiaes marinheiros... 0 1 0 288^000
5 S •
< f
3 2 2883C00 1 1 2 4323C00 1

1 1 5013000 d 3 11 3:3123000 10
's ) Guarda nacional 1 2 2 1:51230(0 2
J ) Voluntários da patria 1 1 4323cco u 1 4 19 1< :308 000 18
( Corpo de saúde.... 1 1 2 1:1523000- 2
1 1 2193000
4 80330(0
H (Voluntários da patria 0 2 4013500 1 1 21030(0 1
\0
ia 2 12 4 18 2:8173000
2 0 2923000
S ^ ( Voluntários da patria R 25 1 29 4:2343000 <> 2 3633000 2

12 41 5 õB 9:7323500 28 3 6 37 10:9233000 35
1

Do mesmo quadro n. 1 consta aiada o nu rero dos que, em conseqüência de ferimentos


recebidos, ou de moléstias adquiridas em cai panha, ficaram inutilisados para o serviço da
armada, ou do exercito, e obtiveram por is o do Poder Executivo a concessão de mercês
pecuniárias.
O que »este respeito resulta do quadro é o seguinte :
Era o numero das pessoas de família, que
VI obtiveram mercês pecuniárias por serviços dos
que pereceram na guerra, conlam-se :
o CQ

TOTAL

'y y9
VIU VAS

H
TOTAL

Pg H
FILHOS

P ai
3
a
^ j(Armada. 2
1868 Exercito. 171 19 41 53 1000
1838
1 Armada 1 i 2
(Exercito .;:;;. 23 3 6 37
Somma. 19 41 60
Somma 29 4 6 39
O numero de mortos, cujas famílias foram
agraciadas com mercês pecuniárias, é como se Do relatório apresentado a esta camara no
vi do quadro — trinta 0 cinco. principio da sessão de 1868, vê-se que o alga-
rismo das pensões concedidas pelo Poder Exe- declara-se o numero, assim dos offlciaes, e pra
cutivo em attenção a serviços prestados na cas da armada e do exercito, que tem ficado
guerra contra a Republica do Paraguay, e appro- inutili-ados no serviço da guerra contra o Pa-
vadas pela Assembléa Geral nas sessões legis- raguay, como das viuvas e filhos orphãos dos
lativas de ib6ó e 1067, foi: que tem perecido na mesma guerra.
Sendo certo, porém, que o calculo feito pela
186(5 47;444átõ0() mesa, assenta unicameute nos decretos de con-
1867 203:188}? 500 cessão . e pensões, que com alguns poucos do-
cumentos annexos foram presentes á assembléa
Somma 255:628g000 geral nas sessões legislativas de 1866 e 1867, é
Este algarismo elevar-se-ha a 233:0035000, 31 obvio que os algarismos indicados devem estar
addicinar-se á somma que íica designada a im- muito áquem da realidade, não sendo huma-
portância das pensões que o poder executivo namente possível ao governo ter informações
exactas á re-pidto de todos quantos possam estar
concedeu em attenção a serviços dsqueila na- ineluidos nas duas classes, de que se tem feito
turesa, e que a assembléa geral approvou na menção, isto é, dos próprios que prestaram ser-
sessão legislativa de 1868, a saber: viços na guerra, e ficaram inutilisados. e das
1866 47:414jJ500 famílias dos que pereceram no serviço ria guerra.
1867 208:1838'00 Isto não obstante, somo alguma utilidade ha
1868 27;37i; )?Õ00 em conservar registro de quaesquer rsclareci-
mentos estatísticos, ainda quemuito imperfeitos,
Somma. 2í<3 003)?õ00 a mesa tem por bom serviço reunir os que se
contém no quadro n. 1 aos dos annos de lb66 e
Nos quadros estatísticos, que acomoanharam 18 7 sobre o mesmo assumpto.
o relatório da mesa n. 133 de 27 de Abril de 1858, Procedendo assim, o resulta o será o seguinte:

r>íuinox-o tio iniitilisatios, jrxutllatlos e IVtiinoi o do viuvas, llllxos, mãos o ou-


mortos, caleulatlo A vista tias pon- tras pessoas do família dos que pore-
sões approvatlas no trionnio do 1«6G
a 18GS. coram na gnorra, calculado soT)ro a
■ base acima indicada.

IRMÃOS
FILHOS
VIUVAS

TOTAL
cn M3
—'al ík3
a

) Armada 9) J 9) W) 33 ( Armada 4 3 3 1 11
í Exercito 33 f ^ 16 ] 2õ •lõ (
55
05
94 ( Exercito 30 15 9 7 * 2 63
( Armada 10 10 i 3õ —( Armada 3 6 10
07 CO£•

( Exercito 498 41 116 ( 135 858


1Q
lsb
' \ Exercito 30 16 1 134
( Armada 3 1 1 3
( Exercito 171 W-ii}4' 30 iNJ0?
1QrQ Armada
37
35}. 93 ( Exercito 38 3 6

Somma... 569 315 317 1.101 Somma 153 52 36 15 2 357

V. de 1866 um augmenio de 43,8%, entretanto que


Comparução entre os algarismos das pensões o algarismo das que correspondem á sessão de
appruvadas em cada um dos annos de 1866 18 8 apresenta uma diminuição de 42,3 % com
1867 e 1868. relação ás de 1866, e de 86,9 com relação ás de
1867, t irna-se uma neecessidade explicar este
A mesa no relatório de 1863 informou o senado facto para evitar o erro de suppor-seque o tlga-
de que tinha sido na sessão de 1866 que a ns- rismo detaes pensões tende a diminuir, quando
sem déa geral approvára as primeiras pensõet aliás o augmento, se nana é com eífeito certo, e
concedidas pelo poder executivo por serviços infallivel, parece muito provável, ao menos na
prestados na guerra contra o Paraguay. sessão do corrente anno, e talvez na do se-
Isto posto, e vendo-se que o algarismo das guinte.
pensões approvadas na sessão de I8c7 teve so- A explicação consiste em que a camara dos
ore o das que tinham sido approvadas na sessão deputados, tendo sido dissolvida, não pôde en-
viar ao senado muitas proposiçSes, approvando Força é comtudo confessar que, provocado por
pensões por serviços prestados na guerra contra atroze*s offensas feitas á dignidarte e aos brios
o Paraguay. da nação, o governo imperial tinha por dever
As proposições, a que se allude, já tinham impreterivel aceitar e riun sabido sustentar com
sido votadas naquella camara em ultima discus- deci-ão e firmesa. por espaço de mais de qual.ro
são, e dependiam unicamente, a fim de serem annos, a guerra em que, no fim do de 1864, se
remettidas para o senado, de approvar se a sua empenhara contra o governo da republica do
redacção. Paraguay.
Consultando-se as actas da camara dos depu- Legitimam completamente esta guerra a ne-
tados correspondentes á sessão legislativa de cessidade da própria conservação e defesa, e o
lb63, e sobretudo a synopae, feita com esmero, rigor da justiça, que são dnus princípios incon-
e publicada em 3 de desembro do mesmo anno te-taveis donde deriva o direito de guerra.
pelo offiedal maior da respectiva secretaria, O governo imperial, e o povo brasileiro tinham
dando noticia dos trabalhos legislativos da refe- como amig s prestado ao Estado do Paraguay,
rida camara, durante aquella sessão, verifica-se em dias de dura adversidade, valiosos serviços
o seguinte : p.ra elle manter a independência e liberdade
Io O numero de proposições já votadas em que lhe disnutava a ambição do dietador Rosas.
ultima discussão na camara dos deputados, e Fiel ás honrosas tradições da sua política
remettidas á commissão de redacção, approvando sempre pacitica. amigável e desinteressada, o
mercês pecuniárias concedidas pelo poder exe- governo imperial e o pnv.) brasileiro procura-
cutivo por serviços prestados na guerra contra o ram constantemente cultivar com aquelle Es-
Paraguay, é de cincoenta e nove. tado boas relações internacbmaes, e como efficaz
2 ° O numero dos agraciados, comprehen- meio de desenvolvri-a^ e fortalecel-as, esfor-
deudo-se nelle, tanto os próprios que prestaram çou se o governo imperiri por firmar em con-
os serviços : como as pe-soas de família, que venções o principio da liberdade do commercio,
foram agraciadas em attenção a serviços dos que e da livre navegação dos rios interiores.
falleceram na guerra, é de qmlrocenlos e sessenta Nos poucos casos de desintelligencia que
e seie. oceorreram deu constantemente o governo im-
3.° O algarismo das pensões, que ficam indi- perial irrecusável testemunho da sua prudência,
cadas. eleva-se a 133:374^3.52 (centoe trinta e Ires e moderação nos meios diploraatcos que em-
C mtos. tresentos e setenta e quatro mil, tresentos e pregou no intuito de resolvei as paeifleamente.
trinta e dous réis). Era este o verdadeiro estado das relações
Além de-tas pensões, que já tinham rido vo- entre o império e a republica do Paraguay no
tadas. e estavam na commissão de redacção, ou- fim do anno de, 1861.
tras existem na secretaria da camara dosdepu Ninguém ignora entretanto o modo barbaro
tados, das quaes umas tinham apenas sido im- e desleal como, em dias de louca arrogancia,
pressas, e outras remettidas á commissão de procedeu então para com o Brasil o díctador da
pensões e ordenados, quando o decreto de dis- republica no ipeio da mais profun Ia paz
solução veio pôr termo á sessão legislativa de O governo imperial, e toda a nação firam sor-
1868.* prehendidos pela noticia de que o dictador do
Assim que, pôde diser-se sem receio de errar Paraguay. á falsa fé, acabava de apprehender
que, Se nam se desse a circumstancia da disso- embarcações mercantes do Brasil, e altos func-
lução da camara dos deputados, o algarismo cinnarios, e cidadãos brasileiros, que na impossi-
das pensões, sobre que o senado teria de delibe- bilidade de suspeitarem tão sinistra traição diri-
rar na sessão de 1838, não havia de ser muito giam-se tranquillos pelas aguas di rio Paraguay
inferior ao da de 1867. à província de Mato-Grosso, cujo território era
Cumpre ainda Informar que, durante toda a quasi ao mesmo tempo invadido, e devastado.
sessão legislativa de. 1868, não foi presente ao Pouco tempo dep'is foi também invadida, e
senado mercê alguma pecuniária, que o poder assoladas pelas ferosescohortes do dictador Lopez
executivo concedesse por serviços que nam fos uma grande parte da província de S. Pedro do
sem prestados na guerra contra o Paraguay, ou Rio-Orande do Sul.
por militares. D xar impunes no passado as injurias irro-
YI. gadas. e sem garantias no futuro os interesses
essenciaes do império, fôra o sacrificio da honra,
Considerações relativas á guerra contra o Para- segurança e existência nacionaes.
puaj —"Causas que legitimam a guerra.— O governo imperial, que se preza, e se respei-
Triu nphos das nações alliadas contra o go- ta, teve portanto de recorrer ás armas para vingar
verno do Paraguay. aquellas injurias, e para estabelecer estas ga-
O augmento da divida dos Estados, e da des- rantias.
pesa publica é, entre outros males, um dos Não podia deixar de triumphar a causa que o
tristes e funestos legados das guerras, que ainda império defendia, porque era a causa da justiça
affligem a humanidade, não obstante a propa- sempre abençoada por Deus.
gação e as luses do Evangelho, vai para 1,900 Foi em Itororó, "Vilieta e Loma Valentina, que
annos! as armas do Império, e das nações alliadas, por-
fiando em actos de valor, dedicação e heroísmo, VII.
alcançaram contra o inimigo as mais esplendidas Considerações sobre a tabella n. 1 relativas a na-
victorias.. turalisações de estrangeiros. —Numero de
Assim que, rendendo graças ao Todo Podero- estrangeiros naturalisados —Nacionalidades
so, que em Um grave conjunctura amparou-nos de origem. — Logares de residência.—Profis-
com a sua divina protecgào. e congratulando-se sões. — Numero de naturalisados desde Itífil
com o senado por Um gloriosos feitos, a mesa até 18(58 —Leis que regulam actualmente as
saúda com vivas acclamações dejubilo, e enthu- naturalísações, observações a respeito.
siasmo a aurora de paz, que í-e annuncia no ho-
risonte, e f^z sinceros e ardentes votos afim de
que esteja proximo o dia de se fecharem para Outra classe de actos legislativos da assembléa
sempre as portas do templo de Jano, como no geral contemplados na tabella n. 1 éh, da natu-
feliz reinado de Numa, podendo o Brasil livre ralisação de estrangeiros como cidadãos brasi-
dos sacriticioa da guerra, applicar a sua activi leiros.
dade a trabalhos essencialmente úteis e pro
ductivos, tornando-se prospero, e forte entre a Do quadro annexo sob n. 3 na 2a serie de do-
grande família das nações: cumentos, vê-se que o numero de estrangeiros,
que na sessão de 1&08 naturalisaram-se cidadãos
Prospero, e forte; brasileiros, foi de cincoenta enove, declarando-se
Pela naturesa das instituições, que o regem, e no quadro as nacionalidades de origem, ess pro-
pela sua fiel observância : fissões dos estrangeiros, bem como os lugares
Pelo respeito, e obediência ás leis: de sua residência no Império.
Pela união dos brasileiros:
Pela instrueção do puvo: O resumo do quadro mostra mais que entre
Pelo rtesenvulvimento do trabalho, e da indus os naturalisados ha:
tria e riquesa publica; Portuguezes . 49
Pelas garantias concedidas á liberdade nas Italianos 5
suas diversas applieações. , Prussianos ^
Serão estes, entre outros muitos, os fructos, e Allemào 1
os benefícios da paz. Belga 1
Francez ^
Felizmente não devo mais reputar-se sonho
de uma imaginação enferma a idéa de paz uni-
versal. Somma. . . 59
Tudo annuncia o triumpho certo, posto que Quanto á residência dos naturalisados consta
em ura futuro mais ou menos distante, do prin-
cipiíj chnstào da fraternidade entre todos ospõ do quadro que existem ;
Vos da terra. No Município neutro 11
Na província de Minas Geraes 11
Como presagio favorável ao triumpho de um Na do Rio de Janeiro . 10
principio, que é o ultimo anhelo da civilisação.
vê-se que acaba de ser elevado ao poder pela Na da Bahia 9
força irresisúvel da opinião do povo inglez, e Na de S Paulo 6
tem hoje um assento no conselho da Rainha da Na de Pernambuco 4
Gram-Bretanha, modôlo de virtudes, assim Na do Maranhão 1
como de sabedoria na scieneia, e na pratica do Na de Santa Catbarina 1
governo c nstítuicional, um cidadão eminente Desconhecidas '9
pelo liberalismo de suas crenças, e pela constân-
cia, e energia do seu caracter* do qual pôde di- Somma. 59
zer-se, como do egregio patriota húngaro Deak
escreveu, ha pouco tempo, Emilio de Laveleye. Quanto ás profissões o que resulta do quadro
« Nam ha senara uma cousa que Deak colloca é que ha:
acima da sua patria, é a justiça; e si elle tem Sacerdotes, sendo tres Portuguezes e dous
consagrado toda a sua existência á causa do seu Italianos. . ' . 5
paiz, ó porque ella ó também a causa do bom Engenheiro, civil pr ssiano 1
direito.» Operari j portuguez empregado no arsenal. 1
O senado já vê que a mesa quer referir-se a Desconhecidas 52
M. John Bright, o dedicado amigo d« Cobden, o
estrenuo defensor üa liberdade commercial, o Somma. 59
ardente apostolo da paz, queoppôz-se coro todas
as suas forças á dcclaraçao de guerra contra a Reunindo este quadro aos que correspondem
llussia, e contribuio em itõ! para enviar-se ao aos annos de 1861 a 1881, o resultado do numero
Czar Nicoláo uma deputação com o fim de per- de naturalísações em cada um dos annos será o
suad l-o a pôr termo as hostilidades. seguinte:
8 —

Annoí. Numero dos ções; mas seria um bom conselho o daquelle,


naturalisados. que nos dissesse—sêde fáceis em naturalisar os
1861, . . 54 vossos amigos, porque as vantagens da medida
1862. . . 143 sam manifi-stas, e dellas dá testimunho o exem-
186 í. . . 352 plo de muitos povos hoje florescentes, e pode-
1865. . . 95 rosos.
18.6. . . 354 VIII.
1867. . . 127
1868. . . 59 Licenças a empregados públicos, e considera-
ções a respeito.-^Numero de licenças desde
Somma. . 1,164 1861 a 1868.—Condições de tempo. —Condições
Não está comprehendido nesta resenha o anno de vencimentos.—Iiidice por ordem alphâbe-
de 1863, porque, tendo sido dissolvida a camara tica dos licenciados em 1868 —Intelligencia
dos deputados nesse anno por d< creto do 12 de dada ás autorisações concedidas ao governo.
Maio, nem um acto legislativo foi votado m se- —Observações sobre a intelligencia dada ás
nado até esse dia. autorisaçõ°es.—Observações feitas no relatório
Como remate desta parte do relatório, a mesa de 1868.«-Sustentação "das observações feitas
pe ie licença para acrescentar ainda algumas li- em 1868.
geiras observações.
As leis, que temos sobre naturalisação de es
trangeiros, sam a de 23 do Octubro de*1832, e a Estam incluídas na tabella n. 1 diversas pro-
de n. 2II cíelO de Agosto de 1843. posições, autorisando o governo para conceder
A primeira autorisa o governo para conceder licença cora todos os seus Yencime.,tos a alguns
carta de naturalisação de cidadão brasileiro aos empregados públicos.
estrangeiros, que a requererem, nos casos, e nas A legislação geral, que regula a matéria, di-
condições, que a mesma lei designa. vide os vencimentos dos empregados públicos
Como uma destas condições era a re idencia em ordenado, e gratificação.
do estrangeiro per espaço de quatro ann ts con- Nos casos de licença, qualquer que seja o mo-
secutivos depois de ter declarado, perante a ca-
mara do res ectivo municipio, os seus princí- tivo, e o tempo, o empregado publico perde a
pios religiosos, a sua patria, e que pretende gratificação, porque esta é concedida pro labore,
lixar o seu domicilio no Brasil, a lei de 1843 re- ou pelo exercício.
duzi i a dous annos o tempo de residência no Quanto ao ordenado, o governo podo conce-
Brasil do estrangeiro, que pretende naturali- del-o por inteiro, si a licença não exceder a seis
sar-se. meses.
Além desta modificação, talvez algumas outras Além deste tempo o ordenado fica sujeito a
sejam necessárias na lei do 1832 no intuito de desconto.
faci itar as naturalisações, que o governo possa O quadro annexo sob n. 3 nasegunda serie de
conceder.
O grande numero de naturalisações concedi- documentos mostra o numero de licenças, que
das todos os annos a estrangeiros, que para este atépoder legislativo rem concedido desie lb61
1868 a dilferentes empregados públicos, que
flm recorrem á assemblét geral, revela a utili- a elle tem recorri lo, e bem assim as condições,
dade de rovêr-se a respectiva legislação.
Nvsta matéria o povo do Brasil deve ser miiitu com que as licenças têm sido concedidas.
menos cioso, e reservado do que o povo Inglez Resumindo o referido quadro, vê-se que o nu-
Na alternativa de ser excessivamente reserva- mero das licenças quo correspondem a cada um
do, ou dem isiadamente franco, fôra prtferivel daquelles anno 6:
o segundo alvitre justificado aliás por mais de 1861 4
um exemplo, que se encontra na historia do 1362 . . e
' povo rei. 1864 "3
Nam ha por certo nesta casa quem nam te- 1863 1
nha lido esta bella passagem de Tácito, no Livro 1866 14
11.» dos seus Annaas, § 24 1867 8
« Num poenitet Belbos ex Hispania, nec mi- 1863 7
nas insgues viros e Gallia Narbuiiunsi transivis-
sel Manent posteri eorum, nec amora in hanc Somma ... 43
patriam nubis concedunt. Quid aliud exitio
Lacoelemoniiset Atheiiiensibus fuit, quanquam Neste numero de licenças concedidas ha:
armis poll -.rent, nisi quód vietns pro alienigenis Por tempo de três annos 1
arcebatu? At conditor noster Romulus ta-utum Por tempo de dous annos 3
sapientia valuit, ut píer. sque populos eodem Por tempo de u n anno 38
die hostes, dein eives, haburrit. » Por tempo de oito meses 1
Nam é preciso comtudo ser cidadão Inglez
para nam admittir tanta latitude nas naturali- Somma ... 43
— 9 —

Com todos os voncimentos 33 nana sara actos imperativos, mas simplesmente


Cora metade dos respectivos vencimentos . I facultativos, e nam se podendo desconhecer que
Cora o ordenado por inteiro ..... 7 além de outras dispensas no direito commum,
Sem vencimento algum 2 começam a avultar as que teem por fim alterar a
legislação, que regula o modo como deve con-
Somma ... 43 ceder-se licença aos empregados públicos, re-
Além do qmdro, de que acaba de faser-se men- leva porventuiv que a commissão de legislação
eSo, junt -se também na mesma serie de docu- d > senado se occupe seriamente desta matéria,
mentos sob n. 3 A, como meio de esclarecer du- e, si intender conveniente, proponha uma medida
vidas, e completar informações no faturo, um ín- geral, fundada no principio constitucional da
dice nominal, por or lemalphabetica, de tod .s os igualdade da lei. para ser applicada pelo gover-
empregados, que teem obti lo licenças da.as- no a todos os empregados públicos que prova-
semblea geral no decurso daquelle período de rem estar nas condições da mesma lei.
sete annos. • « A assembléa geral tem diversa missão a des-
O g iv rno tem intendido nestes últimos tem- empenhar, e é, provêr sobre os interesses do
pos que as resoluções, autorisando-o para algum Estado por meio de medidas geraes.
acto, não lhe impõem especie algam i,deobrigaçao, « São'estes interesses os que devem oecupar o
conced< ndo-llie apenas uma faculdade, de que seu estudo, e a sua attenção. »
eile pôde usar, ou deixar de usar, como lhe No § 2» do parecer n. 161 de 30 de Junho disse
aprouver. a mesa:
Acresce que, como nam sam muitos os empre- « A mesa já declarou no parecer n. 159 desta
gados públicos, que teem meios, c facilidade de mesma dada, e tem-o declarado em outos, que
recorrer á assembléa geral, soliciiando em seu quaesquer dispensas feitas no direito commum
beneiicio particular a dispensa das leis, que re- por actos legislativos especiaes não se conciliam
gulam as licenças, outros empregados públicos com os verdadeiros princípios constitucionaes,
em muito maior numero, e em eguaes, e porven- confundindo-se com privilégios pessoaes, essen-
tura mais p.ttendiveis circurnstaucias, ficarão cialmente odiosos, que a constituição condemna.
privados do mesmo beneficio. « A assembléa geral deve estabelecer regras,
A mesa, expon lo apenas os facto^, chama mais e disposições, que aproveitem a todos.
uma .vez sobre elles a attenção do senado com « E' nisto que consiste a attribuiçâo, que pelo
duas únicas observações, que pede licenca p-.ra §8° do art. 15 da constituição lhe compete, de
faser. faser leis, interpretal-as, suspendel-as, e revo-
Primeiramente, parece-lhe que a lei não re- gal-as. »
comrnenda, manda, o por conseqüência deve ser Taes sam os princípios, que a mesa advoga
Obrigatória—Lcxjubet, nonsuadel desde muito tempo perante o senado, como ga-
_ Em segundo logar, quando não fosse tão po- rantias de ordem para a sociedade no presente
sitivo o preceito que se contém no § 13 do e no futuro.
art. 179 da constituição a lei será egual para Além de outras, é uma rasão esta, porque a
todos—aehar-se-hia que a doetrina que a consti- mesa tem-se occupado por tantas veses desta
tuição rodusiu a preceito, 6 sustentada pelos mais questão, e porque continuará a insistir nella
illustrado ; publicistas, o jurisconsultos. cora o mesmo empenho, emquanto nam se lhe
Um delles é Dalloz, do qual citará a mesa a mostrar que está em erro.
seguinte passagem, que sa 16 no tomo 30do seu A mesa está profundamente convencida de que
liepertorio de Legislação, pagina 32—Lois.— o respeit) e obediência ás leis, além de ser
« La loi s'adres8e ã tons les eitovtns en masse, um dever, é uma condição essencial de força, e
voit les actions, en elles mimes, à jfart les indi- de segurança, assim para os governos, como
vidus ; égale pour tons, faita dans un intérèt paia os povos.
commun, elle depouille':ut s m vrai caractcre, _ Si uma lei nam satisfaz as necessidades da
Si elle statuait sur un cas particulier, pour le situação, convém revogai-a, ou modíflcal-a por
Seul avautage d'une, ou de plusieurs personnes. ou ra lei; mas emquanto isto nam se faz, a lei
Hógle générale, uniforme, permanente, elle se dis- deve ser rigorosamente executada com relação a
tingue, a ses divers titres, des eonventions, des todos, sem excepções nem dispensas.
actes judiciaires, et «dministratifs, qui, quoique Dispensar na lei a favor de certos indivíduos,
obligatoires comme la loi, parce qufolle veut ficando todos os mais sujeitos á acção da lei, ó
qu'unles execute, ne sont pas la loi même. » um acto que não teria explicação rasoavel em
A mesa não terminará esta parte do relatório, um governo qualquer, illustrado e justo.
sem reprodusir neste logar as observações quê No governo constitucional representativo é a
na sessão legislativa de 1868 já teve a honra de denegação de uma das mais solidaabases em que
faser ao senado sobre este mesmo assumpto no elle assenta—a igualdade de todos perante a lei.
§ 3° do parecer n. 159, e no § 2o do parecer O po ler que faz a lei é o primeiro que deve
n. 161, ambos de 30 de Junho daquelle anno. dar o exemplo de respeitai-a, nam a alterando
No§ 3» do parecer n. 159 disse a mesa: sem os mais fortes motivos, e nam dispensando
« Admittidaa doetrina de que as autorisa- nella por meio de medidas especiaes, de inte-
ções legislativas conferidas ao poder executivo resse simplesmente individual,
2
— 10 —

Os bons, como os máos exemplos, communi- Em sessão de 5 de Julho seguinte continuou a


cam-se facilmente ao povo. 1" discussão, e o Sr. senador Mendes dos Santos
Diz um historiador que o príncipe Alfredo, requereu verbalmente que o ministro da justiça
a quem um dos maiores vultos da Inglaterra fosse convidado para assistir á discussão; mas o
chama—a maravilha e o ornamento de tod s os ministro da justiça respondeu no dia 6 que nam
séculos—depois de ter em beneticio do povo es- podia comparecer.
tabelecido o jury, e feito um codigo de leis civis Interrompeu-se a dissu=são da proposição
cheias de sabedoria e brandura, costumava dissr desde 1855 até o dia 25 dea Maio de 1860, em que
que ser-lhe-hia impossível obrigar os seus sub- ella foi aapprovada em I discussão, e passou
ditos á observância das leis, si os juizes, si os para a 2 , requerendo entamoSr s nador Ferraz
magistrados, si elle mesmo nam desse o pri- o adiamento até que a proposição e o parecer se
meiro exemplo. reimprimissem, e se distribuíssem pelos mem-
O príncipe, que assim se exprimia em vida, bros da casa. a
declarou também no seu testamento—que os in- Continuou a 2 discussão nas sessões de 1, 2,
gleses deviam ser tão livres como os seus pen- 4,6 e 11 de Junho de 1860, e nesta ultima sessão
samentos. foi approvada a proposição para passar a 3a dis-
O príncipe, a quem nos referimos, foi o 6° rei cussão, sendo remet ida, com as emendasappro-
da Inglaterra da dyna.-tia s«xonica. vadas, ás commissões de legislação e de cons-
Os seus frítos valeram-lhe na historia o titulo tituição.
de grande; as suas palavras revelam nelle a di- A 3a discussão da proposição com as emendas,
vina inspiração do gênio. que as commissões apresentaram nos últimos,
A que outras causas com eífeito de mais bené- dias da sessão de 1867, começou em sessão de 28
fica e fecunda influencia pôde com rasão attri- de Maio de 1868, requerendo-se nesse dia o adia-
buir-se o rápido progresso, e a admirável gran- mento por 48 horas.
desa da Inglaterra, senam ao culto quasi su- A discussão ficou adiada pela hora.
persticioso da lei e da liberdade? Em sessão de 29 de Maio approvou-se o adia-
mento cora a declaração, ou additamento de
IX. convidar-se o Sr. ministro da justiça para assis-
ConsideraçSes sobre a tabella n. 2.—Projectos da tir á discussão.
camarados deputados emendados pelo senado. A 3a discussão da proposição com as emendas
— Processo do projecto sobre crimes commet- continuou, com assistência" do Sr. ministro da
tidos por brasileiros em Estados estrangeiros. justiça, nas sessões de 1, 2, 3 e 4 de Junho, e
— Projecto sobre a concessão de um auxilio nesta ultima ficou encerrada.
pecuniário ao Dr. A. P. Pinto, por uma obra Em sessão de 5 de Junho procedeu-se á vo-
que publicou. Opinião do Sr. senador Zacarias. tação.
— Parecer d i commissãode fazenda, á qual foi Êm sessão de 4 de Julho seguinte approvou-se
remettido o projecto.— Emendas dos Srs. Za- a reda ção, e no dia 8 do mesmo mez a propo-
carias e barão de Cotegipe.— Resultado da vo- sição cora as emendas foi enviada á camara dos
tação. de°putados na fôrma d > art 58 da consticu ção.
Durante o debate, que houve no senado, o"Sr.
A tabella n. 2 refere-se a duas proposições ini- ministro da justiça pronunciou-se a favor das
ciadas na camara dos deputados, que o"senado emendas, constando dos Annaes que em sessão
appvovou com emendas e addições. e teve por do 1° de Junho concluiia elle o discurso, que
este motivo i^e remetter á mesma'cam ira na fôr- nesse dia proferira, nos seguintes t rmos:
ma do art. 08 da constituição. « Em resumo, senhores, o governo aceita as
Uma daquallas proposições veio para o senado idéas apresentadas pelas illustradas commis.-ões
em 17 de Junho de 18Õ4. e está prompto a prestar quaesquer esclareci-
E' a que manda processar, ainda que ausentes mentos, que lhe forem pedidos. »
do Império, os cidadãos brasileiros, que em Es- A segunda proposição passou sem debate em
tados estrangeiros perpetrarem certos crimes, Ia e 2a discussão, e entrando na 3a em sessão de
que se designam. 9 de Junho de 1868, foi impugnada pelo Sr. se-
A outra proposição veio para o senado em 9 de nador Zacarias, então presidente do conselho e
Setembro de 1867. ministro da fusenda.
E' a que concedo aoDr. Antonio Pereira Pinto S. Ex. observou:
a quantia de 2 000$ por cada volume da sua obra 1.° Que a proposição afastava-se de quantas de
— Apontamentos para o direito internaoional, egual sentido tinham sido adoptadas pela assem-
ou collecção histórica dos tratados do Brasil. bléa geral; porquanto a pratica era autorisar-se
A primeira proposição de que se trata, entrou o governo pa a despender certa quantia com tal
em Ia discussão no senado, em sessão de 7 de e tal publicação, como se legislára a respeito da
Julho de 1854, e foi remettida ás commissões de obra histórica do Sr. Mello Moraes; mas que en-
legislação e de constituição. tretanto a formula da proposição, que se discu-
Em sessão de 16 de Julho de 1855 as commis- tia, era inteiramente diversa, dizendo o art. 1°.
sões de legislação e de constituição deram o seu E' concedida ao Dr. A. P. Pinto, autor dos apon-
parecer, que foi a imprimir. tamentos para o direito internacional, ou col-
— li —

lecçao histórica dos tratados do Brasil, o auxilio seguimento, estando pendentes de deliberação
de 2;000jf000 por cada um dos tres volumes já da mesma camara.
publicados da referida collecção, sendo de egual
fdrma outorgida a mesm a "quantia, logo que X.
vier á luz o 4° tomo da dita obra: Considerações sobre a tabella n. 3.— Projectos
2.° Que, como se nara bastasse ser a fdrma da da camara dos deputa ios, a que o senado não
proposição tam diversa do uso consta temente pôde dar o seu consentimento —Projeeto rela-
seguido em semelhante assumpto, o art. 2° de- tivo á matricula de estudandes com dispensa
terminava que o governo pelo ministério dos de condições legaes.— Considerações sobre a
negocios estrangeiros faria eífectivo o auxilio, inconveniência de se dispensar nas leia, que
de que se tratava, desde que a resolução fosse regulam as matrículas.— Dispensas autorisa-
competentemente Sanccionada ; o que involvia das pela camara dos deputados na sessão de
a 'violação de um bello principio financeiro 1868.—Necessidade de um mesmo pensamento
adoptadò na lei do orçamento de 1862, cujo nas duas camaras, ou de uma medida legisla-
art. 14 dispõe que nenhuma despesa se faça sem tiva geral.
haver fundos consignados para ella. ,
Como conclusão das observações, que havia
feito, o Sr. senador Zacarias réquereu o adia- A tabella n. 3 comprehende es proposições
mento da discussão até que a commissão de fa- iniciadas na camara dos deputados, que o se-
senda interposesse o seu parecer á respeito do nado tornou a rcmetter-lhe na forma do art, 59
projeeto, e assim se venceu. da constituição, por nara ter podido dar o seu
A commissão de fasenda, em sessão do 20 de consentimento ás mesmas proposições.
Junho, apresentou o seu parecer, concluindo Os projectos, aque acaba dealludir-se sarnde-
que o projeeto pouia ser approvado, porque o senove.
governonam ficava adstricto a executal-o se nam Todos estes desenove projectos tinham por fim
depois que a lei do orçamento o habilitasse para conferir ao governo diversas auetorisações, a
isso com os fundos necessários. saber ;
^ debate do projeeto continuou em sessão de Para mandar matricular estudantes nas fa-
2o de Junho, com o parecer da respectiva com- culdades do Império com dispensa de
missão, e ficou adiado com tres emendas, duas exames preparatórios, ou de outras condi-
offerecidas pelo Sr. senador Zacarias, e uma pelo ções legaes . . 7
Sr. barãode Cotegipe, tendo fallado contra o pro- Para conceder licenca a empregados públi-
jeeto, ou contra o rnodo como - estava elle redi- cos, com dispensa das leis, que regulam a
gido, os Srs. senadores Dantas , Zacarias, barão matéria .... ...... 9
de Cotegipe, e visconde de Jequitinhonha,e com Para conceder um privilegio era assumpto
o fira de dar algumas explicações o Sr. senador de mineração a João José Fagundes de
Dias Vieira. Resende Silva 1
As emendas offerecidas pelo Sr. senador Za- Para conceder aposentadoria ao secretario
carias foram : da Província de Matto-Grosso Joaquim
Felicíssimo de Almeida Lousada. . . 1
Art. 1» Em vez de — E' concedido — diga-se: Para mandar pagar ao curador e ao escri-
— O governo fica autorisado para conceder : vão dos Africanos livres vencimentos que
Art. 2.° Entre as palavras—sanccionadas e re- lhes sam devidos 1
vogadas — accrescente-se o seguinte: — salvo o
preca,to do art. 14 da Lei n. 1177 de 9 de Setem- Somma 19
bro de 1862.
A emenda offerecida pelo Sr. barão de Cote- Quanto á classe de projectos, em primeiro lu-
gipe foi : gar indicada, a mesa no relatório, que teve a
honra de apresentar em 27 de Abril de 1868, já
« Supprima-as o art. 2» no caso de passar a expôz francamente ao senado quanto lhe pare-
emenda do Sr. Zacarias ao art. 2''. ciam prejudiciaes, nam só á instrucçâo publica,
O debate proseguiu, e terminou em sessão de como também ao decoro das leis, e á força e
26 de Junho, tendo fallado a favor do projeeto os prestigio da auetoridade, as excepções ou dis-
Srs. Paranhos e barão de S. Lourenço, eno sen- pensas, que se concedem em puro beneficio, e
tido das emendas o Sr. Zacarias. simples interesse prrticular de alguns estudan-
O resultado da votação foi approvar-seo art. 1° tes, quando aliás todos os outros em idênticas,
da proposição, sendo rejeitada a emenda corres- ou melhores condições, ou porque nam podem
pondente, e approvar-se a emenda suppressiva reccorrer á Assembléa Geral, ou porque enten-
do art. 2° apresentada pelo Sr. barão de Cote- dem que as lejs sam feitas para executar-se, e
fipe, ficando prejudicada, ou comprehendida a nam para dispensar-se, ficam sujeitos ás pres-
o Sr. Zacarias. cripçõesdo direito commum.
Consultando se a synopse dos'trabalhos legis- Referindo se portanto inteiramente ás obser-
lativos da camara dos deputados na sessão de vações de 1868 áeerca do assumpto, a mesa nada
1868, vê-se a pagina 7 que os dous projectos, que dirá agora sobre elle, por lhe parecer desneces-
o senado remetteu com emendas nam tiveram sário.
Sendo porém de utilidade saber-se o numero muito secundaria, mas previstos, e regulados
de dispensas desta naturesa que a Assembléa por leia, de cuja revogação não se trata.
Geral tem auctorisado o governo pa-a conceder Os inconvenientes não cessarão, eraquanto en-
desde que a lei deli da Agosto de 1827 creou tre as duas camaras legislativas não houver ae-
os cursos de sciencias jurídicas, e soei: es, e a cordo no mesmo pensamento.
de 2 de Octubro de 1832 as escolas ou faculda- Esse accordo (preciso ó disel o com franquesa)
des de medicina, resolveu a mesa formular, e não existe ainda infelizmente.
tem a lionra de offerecer á consideração do se- O que significa o facto de nam ter o senado na
nado, o quadro annexo sob o n. 4 na segunda sessão de 1868 approvado proposição alguma,
serie de documentos. autorisando o governo para conceder a estudan-
Yê-se deste quadro que o numero de estudan- tes dispensa de habilitações para se matricu-
tes, que o governo foi autorisado para mandar larem 1
matricular com dispensa nas faculdades de di- Consultando-se aá actas do senado correspon-
reito, e de medicina, e na academia de marinha, dentes á sessão legislativa de 1868, vé se que
e escola centrei desde 1831 até 1868, vem a ser, nessa mesma sessão a camara dos depu'a los,
em cada um dos annos deste período, o seguinte: ate o dia da sua dissolução, já tinha enviado ao
senado duas proposições, autorisindo o governo
1831 1 para dispensar a favor de alguns estudantes,
183-2 1 nas leis que regulam as matrículas.
1833 2 Destas proposições uma é datada de 23, e a
1831 3 outra de 30 de Junho de 1868.
1835. .... 7 O numero de estudantes, que as proposições
18:38 1 comprehendem, é o seguinte :
1841 2
1847..... 1 A primeira. . . 68
1850 2 A segunda. . . 27
1852 1
1853- .... 3 Somma. . 95
185 4 Este numero excede em 215 ao dos estudantes
1855 5 dispensados no anno de 1866, é é inferior apenas
185 6 em três ao dos dispen-ados2no anno de 1867.
1858 8 E' difflcii calcular até onde se elevaria o nu-
1860 3o mero das dispensas autorisadas pela camara dos
1862 2 deputados no anno de 1868, si a sessão legisla-
1864 13 tiva desse anno tivesse tido a sua duração cons-
1866 53 titucional.
1867. . . . . 98 Assim que, para não continuar o mal. preciso
é que as duas camaras adoptem o mesmo pensa-
Somma. . .212 mento, ou de m»nter.-m sem excepções indivi-
Resulta deste resumo que as auetorisações de duaes as leis que regalam a mati icula d e estu-
que se trata, começaram a avultar no anno de dantes, ou de estabelecerem por via de disposi-
1860, e tiveram um augmento assustador nos ção geral quaefquer modificações, o tempo e a
annos de 1866 e de 1867. experieneia possam ter aconselhado.
E' csrto qu^ no anno de 186S, o senado não A divergência neste assumpto, alem de poder
approvou proposição alguma que conferisse ao perturbar com detrimento do serviço publico as
governo autorisação para mandar matricular es- relações.de boa intelligencia que devem subsis-
tudantes com dispensa de alguma das condições, tir entre as duas camaras, será um constante
ou habilitações que alei exige: porquanto, a obstáculo ao estudo e exame das grandes medi-
proposição relativa ao estudante Fernando Luiz das, de interesse político, ou econoraico, que
Osorio, que no anno de 1868, foi dirigida á sanc- teem por fim promover o bem geral do Estado,
ção imperial, tinha sido approvada no anno an- edasquaes as camaras legislativas devem com
terior, como se declara, e explica no § 3° do pre- preferencia occupar-se, ennobrecendo por este
sente relatório. modo a sua elevada missão.
Este meio, porém, não é suíficientemente effl-
caz para pôr termo aos inconvenientes que nas- xr.
cem da freqüência de taes auetorisações.
E' uma necessidade cada vez mais urgente que Projectosque ha no senado á respeito de habili-
a attenção das camaras se concentre no exame tações para matrículas.— Projecto da camara
e discussão das grandes medidas do interesse dos deputados. — Projecto do iSr senador Jo-
geral do Estado; e as camaras no exercício do bim. —Conveniência de serem vemettidos os
mandato, que receberam do povo, não poderão projectos á commissão de instrucção publica.
desempenhar este sagrado dever, se consumi- —Quadros estatísticos do numero"de doctores
rem o tempo em assumptos nam só de orde n e bacharéis, que tem tomado os respectivos
13 —

grãos nas faculdades de direito e de medicina. tomaram, em cada uma das faculdades, os res-
— Considerações estatísticas dedusidas dos pectivos gráos, é o que consta do seguinte re-
quadros. sumo :

Vem a pêilo neste logar informar ao senado OESIGNAÇãODAS [grãos conferidos. TOTAL.
que existem na secretaria, e terão provavelmen- FACULDADES. \Dnclores. Bacharéis
te de entrar na ordem dos trabalhos, durante a
sessíío legislativa deste anuo^ dous projectos re- 8. Paulo 75 1.4Ó3 1 036
lativos ao assumpto, de que se trata Recfe 37 1.971 2 004
Um dos projectos é uma proposição, que a
camara dos deputados iniciou, e inviou ao sena- 8o mm a, . 110 3 -124 3.534
do com a data de 21 de Setembro de 18(37.
A proposição dispõe que os exames de prepa- Do segundo quadro, que é o que se refere ás
ratórios feitos nas faculdades de direito do faculdades de medicina, e cursos annexos, re-
império serão aceitos para a matricula nas facul- sulta que o numero de pessoas, a que as ditas
dades de medicina, ou na escola central, e faculdades têm conferido o gráo de doctor, ou
vice-versa. dado outros diplomas desde o anno de 1833 até
O outro projecto foi iniciado no senado pelo o de 1867, é.o que consta do seguinte resumo:
Sr. senador José Martins da Cruz Jobim, e, além
de outras, contém as seguintes disposições : GRÁOS, OU TITUSDS CON-
1.a Que nenhum estudante poderá matricu- FERIDOS.
lar-se no 1° anno medico das faculdades de me-

Cirurgiões apprcvados. |
Cirurgiões formados. |
dicina sem estar appiovado em três pelo menos
dos seus preperatorios exigidos pelos actuaes

Pharmaceuticos.
estatutos, sendo necessariamente deste numero

TOTAL.
o francez e as mathematicas. DESIGNAÇÃO DAS

Doctores.
2.» Que aquelles, que antes dos deseseis an- FACULDADES.
nos tiverem obtido o titulo de bacharel em
letras, poderão matricular-se para obter qual-
quer dos títulos, que ss faculdades conferem.
Como destes dous project-ig já a mesa fez
menção no § 9° do relatório de 18(38, e como abi
se encontram também algumas observações, que
a leitura de taes projectos lhe suggei iu, a mesa Côrte 899, 41 123 183 1.246
nada mais dirá agora a respeito delles. e apenas
lembrará ao senado a conveniência de dar-lhes Bahia 529 129 658
quanto antes a solução que for mais acertada,
ouvindo previamente â commissão deinstrucção Somma.. 1.428! 41 123 312 1.904
publica, a que pela importância da matéria nam
deixarão por certo de ser remettidos. O estudo e analyse dos quadros que. ficam re-
Como remate de informações sobre esta parte sumidos. justificam as seguintes conclusões :
do relatório, apresenta a mesa ao senado os
dous quadros annexos sob ns. 5 e 6, ua segunda 1.a Comparando-se o numero de estudantes
serie de documentos. que obtiveram os gráos de doctor, ou de bacha-
Estes quadros foram formulados á vista de rel nas duas faculdades de direito do Império,
outros que a mesa solicitou, e obteve do go- desde 1831 até 1867, com o dos que concluiram
verno, o curso medico, e os outras annexos ás duas fa-
O primeiro quadro contém o numero de do- culdades de medicina, desde 1832 até 1867, re-
ctores e bacharéis, que tem tomado os respecti- conhece-se que o numero daquclles excede o
vos gráos nas faculdades de direito de S. Paulo destes em 46 %.
e de Olinda desde a sua creação em 1827 até o 2.» Comparando-se entre si o movimento de
anno de 1867. cada uma das duas faculdades de direito, du-
O segundo quadro comprehende o numero de rante o respectivo período, reconhece-se que o
doctores, que nas faculdades de medicina da numero de doctores e bacharéis p: la faculdade
côrte, e da Bahia tem obtido o correspondente de Olinda excede o dos que obtiveram os mes-
gráo desde o anno de 1832 até o de 1867, bem mosagráos na de S. Paulo em 24, 1 %•
como o das pessoas, a quem as mesmas faculda- 3. Comparando também entre si o movimento
des tem conferido titulos de cirurgião formado, das duas faculdades de medicina, durante o cor-
de cirurgião approvado, e de pharmaceutico, respondente período, reconhece-se que a da Côr-
durante aqucüe período. te apresenta sobre a da Bahia, quanto ao nu-
mero de doctores, cirurgiões e pharmaceuticos
Do primeiro quadro, que é o que se refere ás que nella obtiveram os respectivos gráos e titu-
faculdades de direito, resulta que o numero de tulos desde 1832 até 1867, uma differenea para
doctores, e bacharéis que no indicado período mais igual a 47, 2 %.
— u —

Sendo certo que desde 1831 até 1867 as facul- No 1° decennio anterior á reforma, isto é,
dades de direito conferiram a 3,534 estudantes de 1832 a 1841 342
os gráos de doctor e de bacharel ; e as faculda- No 2° decennio anterior á reforma, isto ó,
des de medicina, desde 1832 até 18 H. o gráo de de 1842 a 1851 542
doctor e outros títulos a 1,901 estudantes, reco- No 1° decennio posterior á reforma, isto
nhece-se que o termo médio dos grãos e títulos é, de 1655 a 1814 627
conferidos, em cada anno dos indicados perío- Resulta portanto que em o numero dos doc-
dos, nas respectivas faculdades, é o seguinte : tores ou dos que obtiveram outros títulos nas
Nas faculdades de direito . . , . .95 faculdades de medicina do império no Io decen-
Nas de medicina 53 nio posterior á reforma ha um augmento sobre
Se porém, no calculo do termo médio appli- os dous decennios anteriores á reforma.
cado ás faculdades de medicina, se contempla- O augmento é o seguinte:
rem somente os indivíduos que obtiveram o Com relação ao 1.° decennio anterior á
grão de doctor, cujo numero vem a ser 1.428, reforma de 42,8 %
eliminando-se os cirurgiões e pharmaceuticos, o Com relação ao 2.° decennio anterior á
reforma*, de. . . . . . - 13,6 %
termo médio ficará redusido a 40. Registrando todos estes dados estatísticos, e"
Além destas informações, intende a mesa que obvio que ainda falta o conhecimento, e o estu-
deve dar conhecimento ao senado da influencia do de muitos outros, que não foram, nem po-
que as ultimas reformas das faculdades de di- diam ser presentes á mesa, e a que convém at-
reito e de mediciua exerceram sobre o numero tender, para se poderem indicar com probabi-
de estudantes que nellas teem concluído os res- lidade de acerto algumas medidas adequadas no
pectivos cursos, antes e depois das mesmas re- intuito de promover, e diffundir com vantagem
formas. para a mocidade estudiosa, e para a sociedade a
As ultimas reformas das faculdades do Império intrucção publica nos seus diversos gráos.
foram feitas pelos estatutos que baixaram para E' porém de crêr, e de esperar que o ministé-
as faculdades de direito, com o decreto n. 1,386 rio competente tenha mandado colhgir, e coor-
de 28 de AbrJ de 18Õ4, e para as de medicina, denar os esclarecimentos, que são indispensáveis
com o decreto n. 1,387 de egual data. a um trabalho completo, e perfeito em matéria
Dividindo em dous decennios o tempo anterior ao mesmo tempo de manifesta utilidade, e de re-
á reforma, e comparando com cada um dellss o conhecida urgência.
primeiro decennio posterior á reforma, conhe-
cer-se-ha o numero de estudantes que em cada XII.
um dos decennios concluíram os respectivos Considerações sobre as outras proposições a que
cursos nas faculdades de direito e de medi- 0 senado nam deu o seu consentimento.—Pro-
cina. cesso do debate que as proposições tiveram no
O qua Iro annexo sob n. 5 mostra que em cada senado.—Debate sobre a aposentaçâo autori-
um dos indicados decennios o numero dos estu- sada a favor do secretario da Província de
dantes, que concluíram o curso nas faculdades Matto-Grosso Joaquim Felicíssimo da Almeida
de direito, tomando os gráos de doctor, ou de Lousada.
bacharel, foi o seguinte :
No 1° decennio anterior ã reforma, isto é, As outras proposições incluídas na tabella
de 1831 a 1840 787 n. 3, a que o Senado não pôde dar o seu con-
No 2o decennn anterior á reforma, isto é, sentimento, tinham todas por objeeto conferir
del8tla>8õ0 527 ao governo autorisação para differentes actos,
No Io decennio depois da reforma, isto é, como se expoz no § 10 deste relatório.
de 1855 a 1864 1,363 Nam sendo licito á mesa perscrutar, e muito
Result ■ portanto que em o numero de docto- menos apreciar as justas considerações que por
res e bacharéis que concluíram o respectivo ventura influíram na votação desta augusta ca-
curso no 1° decennio posterior á reforma, houve mara á respeito de taes proposições, é certo to-
um augrnento sobre os dous decennios anterio- davia que, feita excepção de uma, precedeu sem-
res á reforma. pre á d scussão de todas as outras um parecer
O augmento foi o seguinte : ou relatório da mesa do senado.
Procedendo assim, deu o senado testemunhô
Com relação ao Io decennio anterior á da consideração que é devida á camara dos de-
reformai isto é. de 1831 a 1840. . 43,5 % putados.
Com relação ao 2° decennio, isto é, de Seria inútil, e por demais fastidioso reprodu-
1841 a *1850 61,5% sir neste lugar, ainda que em breve resumo, os
O quadro annexo sob n. 6 mostra que em cida diversos pareceres da mesa com relação a cada
um dos indicados decennios o numero de estu- uma das proposições da camara dos deputados.
dantes, que nas faculdades de medicina concluí- Bastará portanto para conhecimento do senado
ram o curso medico, tomando o gráo de doctor, e das pessoas, que quiserem dar-se ao trabalho
ou os cursos annexos, obtendo títulos de cirur- de um exame, e estudo mais profundos, mencio-
gião ou de pharmaceutico, foi o seguinte; nar a matéria de cada uma daquellas proposi-
çSes, e o tomo e paginas da respectiva collecçâo, mesa o seguinte requerimento, que foi apoiado
onde sa podem achar os pareceres, que a ellds se e approvado:
referem. í Requeiro que seja ouvido o Governo Impe-
K' isto o que consta de um quadro, que a rial, lictndo entretanto adiada a discussão. »
mesa mandou formular, e que servirá de remate Em sessão de 2 de Junho continuou a l" dis-
a este paragrapho. cussão da proposição, depois de lidas as infor-
A proposição, a cuja discussão não precedeu mações, que o governo remettêra com officio
parecer da mesa, nem de alguma commissão Oo datado de 30 de Maio antecedente.
Senado, é a que autorisava o governo para apo- Fallou em primeiro lugar contra a proposição
sentar o secretario da província de Mato-Grosso o Sr. senador Silveira da Motta. e do seu dis-
Joaquim Felicíssimo de Almeida Lousada. curso consta que o governo addusira duas ra-
Consultando se porém os 1° e 2' volumes dos sões para nam dever approvar-se a auctorissção,
annaes do senado correspondentes á sessão le- sendo uma o estado dos cofres públicos, e a
gislativa de 1868, vê-se que o senado não deli- outra ter o governo indeferido já um requeri-
berou sobre a proposição senam depois de ter so- mento do pretendente, de que se tratava, por
licitado e obtido informações do governo, e depois nara considerai o inliabilitado para o serviço.
de te-la discutido á vista"das informações. Depois do Sr. Silveirc da Motta, fallou ô Sr.
O processo do debate foi o que passa a ex- senador Visconde de Jequitinbonha, e, findo o
pôr-se. debate, pôi se a votos a proposição, a qual não
Em sessão de 23 do Maio entrou a proposição foi approvada.
em l» discussão, tendo fallado sobre a matéria O quadro, a que a mesa já alludio, como com-
os Srs. senadores Silveira da Motta e Dantas, e plemento, e remate deste paragrapho, é o que
em ultimo logar o Sr. Paranhos, que mandou á se segue:
m NUMERO E DATA TOMO B PAGINAS
y. DATA DAS DISPOSIÇÃO DOS PÀRECEEES DA DA RESPECTIVA
K■"i PROPOSIÇÕES MESA COLLECÇÂO

1868, 14 de Maio Autorisa o Governo para conceder um


anno de licença com vencimentos ao
Amanuense da Secretaria de Estrangeiros
Manoel Pacheco da Silva Júnior N. 114 de 20 de
1868. 14 de Maio Maio de 18G8. Tomo 5. pag. 85.
Idem, idem ao Dr. Luiz José de Medeiros,
Juiz de Direito da Comarca do Icó N. 145 de 25 de
Maio de 18G8. Idem, pag. 87.
1868. 14 de Maio.... Idem, idem ao Desembargador Luiz An-
tônio Barbosa de Almeida Idem .Idem, idem.
1868. 14 de Maio Idem, idem ao Bacharel João Alves Dias
Vilíela, Juiz Municipal de Acaracú Idem Idem, idem.
1860, 23 de Junho... Idem, idem ao Io Conferente da Alfândega
do Pará Antonio de Araújo Marques N. 182 de 30 de
1808. 23 de Junho... Junho de 1868. Idem, pag. 159.
Idem, idem ao Chefe de Secção da Thesou-
raría de Fazenda do Pará Francisco
Pedro Gurjão Idem Idem, idem.
1868. 23 de Junho... Idem, idem ao 2" Conferente da Aifatidegã
do Pará Manoel Januário de Oliveira... Idem Idem, idem.
1868. 23 de Junho... Idem, idem ao Administrador da Capatazia
da Alfândega do Pará Antonio Joaquim
de Mattos Idem Idem, idem.
1868. 23 do Junho... Idem, idem ao Desembargador Antonio de
Barros Yasconcellos N. 159 de 30 de
1838. 23 de Junho... Junho do 18C3. Idem, pag. 153.
Idom, idem ao Dr. Ludgero Gonçalves da
Silva, Juiz de Direito da Comarca do Rio
Formoso N. 161 de 30 de
1887. 3 de Setembro. Junho do 1868. Idem, pag. 157.
Idem,para conceder privilegio para minerar
a João José Fagundes de Rezende eSilva N. 116 de 25 de
1807. 13 de Setembro Idem, para aposentar o Secretario da Pro- Maio de 1868. Idem, pag. 89.
víncia de Matto-Grosso Joaquim Felicís-
simo de Almeida Louzada.
1808. 23 de Junho... Idem, para mandar pagar ao Curador e Es-
crivão dos africanos livres, os vencimen-
tos que lhe sam devidos N. 157 de 18 de
Junho de 1868. Idem, pag. 141.
_ já —

XIII. « Querem uns que na palavra —voluntários—


Considerações sobre os projectos da camara dos se comprehenda tantos os offlciaes, ccmo as pra-
deputados, incluídos na Tabella n. 4, que fi- ças de pret; opinam outros que o art. 10 do de-
caram pendentes de deliberação do senado.— creto se refere sómente ás praças de pret.
Projecto sobre vantagens, concedidas aos vo- « A respeito do modo. por que devera ser con-
luntários da patria, e suas famílias.—Passa- cedidas aspensões, ou meiosoldo ás famílias dos
gem do relatório do Ministro da Guerra acer- voluntários dizem uns que nam ha razão para
ca da matéria.—Processo do debate do projec- que se exijam das famílias dos l íficiaes de linha
to na camara dos deputados—Processo do certas habilitações para obtenção de similhante
debite no senado.—Observações da mesa so- beneficio, sendo dispensadas para as dos volun-
bre o fim do projecto, e meios de conseguil-o. tários, que por isso devem estas obter a pensão
pelos mesmo meios por aqueli s empregados ;
outros porém afirmara que co.ocf dida a pen-
A tabella n. 4 refere-se ás Proposições, que a são, para que esta se torne uma realidade, nam
camara dos deputados, na fôrma do *art, 57 da se redusa a uma impossibilidade pratica, deve
constituição enviou ao senado na sessão le- ser esta conferida ás famílias de voluntários por
gislativa âe 1868, eque ficaram pendentes de de- meio de um decreto especial.
cisão do senado. « Opinam egualmente aliruns outros que o ci-
Entre estas proposições ha tres, que, como a tado artigo da Lei n.» 1,246 de 28 de Junho do
m.sa declarou no §4 0 do presente relatório, con- anno findo, só approvou oos decretos de 7 de Ja-
tém medidas tendentes a prestar ao governo neiro, 31 de Março, e I de Abril cio mesmo
leal, e eíficaz coadjuvação para levar dignamen- anno, na parte relativa ao goso das vantagens,
te ao cabo a guerra dejustiça, ode honra, era que sam inherentes ao tempo, em que durar o
que desde n fim do auno de 1864 se acha elle em- engajamento feho em virtude dos referidos de-
penhado contra o governo da republica do Pa- cretos, e nam ao que só pôde ter lugar depois
raguay. dessa época,, como seja o soldo dobrado garan-
A primeira das proposições dispõe que os vo- tido pelo art. 10 do decreto de 7 de Janeiro aos
luntários da Patria, ou suas tamilias nam pre- que se inutilisaram
cisam 'de decreto especial para entrarem no go-0 « Consultadas as secções de tazenda, e de ma-
so das vantagens concadidas pelo decreto n. rinha e guerra do conselho de Estado, entre os
8371 de 7 de Janeiro de 1865, e outrosim que seus membros deu-se divergência, e por isso
tem direito a uma pensão vitalícia tornou-se indispensável sujeitar este assumpto
Parece que deram origem a esta proposição ao vosso conhecimento.»
iniciada na camara dos deputados algumas con-
siderações feitas pelo Ministro da Guerra no re- Os Annaes do Parlamento mostram que o
latorio apresentado á Assembléa Geral em 14 de processo desta proposição na ccmara dos depu-
Maio de 1866. tados foi o seguinte:
A' pagiua 43 desse relatório lè-se o seguinte;0 Em sessão de 24 de Julho do 1866 (a pag. 223
« Vantagem aos voluntários. - O Decreto n. do tomoS1 dos Annaes) a commissão de óseu-
3371 de 7 de Janeiro do anno fiado, que creou da, a que tinham sido remettidas pelo governo
corpos para o serviço de guerra com a denomi- as consultas das secções reunidas de gm-rra e
nação de—Yoluntariosda Patria—além de outras marinha, e de fazenda do conselho de Estalo
vantagens que a estes concedeu, determinou no de 9 de Março, e de 23de Abril do mesmo anno,
art. 10 que as famílias dos que lallecerem no aprea ntnu um projecto, que julgou se oojecto
campo de batalha, ou em conseqüência de feri- de deliberação, e mandou-se imprimir para en-
mentos recebidos neila, terão direito a pensão, trar na ordem dos trabalhos.
ou meio soldo, conforme se a.ha estabelecido O projecto apresentado, é precedido de um lu-
para os Officiaes e praças do exercito, e os que minoso relatório, ou parecer da commissão de
tícarem inutilisados por ferimentos recebidos fasenda, assignado pelos Srs. Silveira de Souza,
em combate percebera durante sua vida, soldo F Carlos Brandão e B rbosa de Oliveira
dobrado de voluntário. Em sessão dc 27 de Agosto (a pag. 113 dos
« O § Io do art. 2o da lei n. 1246 de 28 de Ju- Annaes) , o projecto entroua em Ia discussão, e
nho do mesmo anno dispõe o seguinte: sem debate passou para a 2.
Os voluntários que se alistaram, e se alistarem Em sessão de 12 de Junho de 1877 (a pag. 151
nas fileiras do exercito em virtude dos decretos do 2° tomo dos Annaes) teve o projecto 2a dis-
rs. 3371 deo 7 de Janeiro, 340 1 do Io de Março, e cus-ão, e também sem debate, passou para 3.»
3428 do I de Abril do corrente, anno, gosarão Em sessão de 13 de Maio de 1868 (a pagina 28
desvantagens, que lhes samgarantidas pelos >io 1° tomo dus Annaes) entrou o Projecto em 3a
mesmos decretos, durante o tempo de seu engaja- discussão, e, sendo approvadosem debate, e
mento. adoptado, foi remettido á commissão de re-
« Suscitaram-se duvidas eobre a verdadeira daceão.
intelligencia do artigo do decreto acima citado Em sessão da 28 de Maio (a pagina 183 dos An-
combinado com a disposição da Lei, que acabo naes) entrou em discussão a redacção, e sem de-
de mencionar. bate foi approvada.
No senado leu se a proposiçüo em sísaSo do ranaguá, ministro da guerra. — Processo da
Io de Junto de 1868, e entrando errí Ia dNcussão discussão do projecto da camara dos deputa-
em sessão de 13 do mesmo mez,oSr. Paranaguá, dos na dos senadores.
que era nesse tempo Ministro da Guerra, man-
dou a mesa o seguinte requerimento, que foi
apoiado, e sem debate approvado: A cutra proposição, a que se allude no ante-
« Que vá o projecto á commissão de legisla- cedenie paragrapho, é o projecto fixando sobre
ção » proposta do poder executivo as forças de terra
O j rojeeto revela claramente a intenção que p ira o anno financeiro de 1869 a 187Ò.
teve a camara dos deputados de facilitar a s Conforme a pn posta do poder executivo de-
officiaes, e praças de pret de voluntários da pa verá continuar em vigor no anno financeiro de
tria, bem como ás suas familias, as vantagens, 1819 a 1870 a lei n. 1471 de 16 de Setembro de
a que lhes dá direito o decreto n. 3371 de 7 de 1.-07, que lixou as forças de terra para o anno
Janeiro de 1865. financeiro anterior de Í8G8 a 1869.
O art. 1.° da proposição dispõe neste sentido O art. l» da lei n. 1471 de 25 de Setembro de
que os ditos officiaes, ou praças de pret, bem 1867 dispõe que as forças de terra para o anno
como as suas familias, nam carecem de dec eto financeiro de 1868 a 18-9 não poderão exceder
especial para entrarem no goso daquellas van- de 20,000 praças de pr. t de linha em circums-
tagens, devendo sóraente para esse fim habilitar- taneias ordinárias e de 60 000 em circumstancias
se ante o Ministério da Fasenda pelo mesmo extraordinárias, incluídas nas primeiras as dos
modo determinado para o exercito. depósitos de in- trucção e de aprendises de arti-
A necessidade de um processo de habilitação lheiros.
é indubitavelmente uma exigência mais demo- O projecto da camara dos deputados conserva
rada, e dispendiosa do que a de um decreto intacta esta disposição, bem como todas as ou-
especial, que o governo, depois de bem infor- tras da referida lei de 1867.
mado, poderia expedir a favor do pensionista, Além disto o projecto contém dons artigos
não ficando este, para receber a pensão conce- additivos, que foram approvados pela camara
dida, obrigado a outra prova perante o thesouro, dos deputados como emendas á proposta.
ou thesourarias de fazenda, senão á de identi- O primeiro artigo addilivo confere ao governo
dade de pessoa. auctorisacão:
Actualmente o processo das habilitações para 1.° Para admittir no 1° posto do exercito os
as pensões de meio soldo, c monte-pio está regu- officiaes, e praças de pret dos corpos de volun-
lado pelo decreto n. 3607 de 10 de Fevereiro tários da Patria, e da Guarda Nacional, que
de 1866. tenham prestado por dons annos bons serviços
O processo ainda é longo o complicado. de campanha.
Assim que, si na impossibilidade de outra 2.° Para transferir de uma para outras armas,
medida mais ampla puder aquelle decreto admit- comprehendidos os corpos especiaes, os officiaes
tir algumas modificações, que conciliem os in- do exercito, que na guerra actual tenham mos-
teresses do thesouro com o das partes, tef-se-ha trado aptidão para arma differente da sua, uma
achado mais um meio de pagar uma divida de vez que para ella tenham as habilitações neces-
gratidão áqu^lles, que nos dias da incertesae do sárias, e exigidas, pelas leis em vigor.
perigo souberam ouvir a voz da patria, que os O segundo artigo additivo restabelece um pre-
chamava para desaffronta-la de uma selvagem ceito e uma auctorisacão.
aggressão, e attrahidos por aquella voz cara e • O preceito e o do art. 4.° da Lei n. 216 de 28
sagrada, e jurando vencer ou morrer, correram de Junho de 1865, que é o seguinte:
pressurosos a expôr a vida no campo das bata- « Os empregados públicos, que como guardas
lhas, cumprindo assim nobre e desinteressada- nacionaes, ou voluntários estiverem^ servindo
menteos deveres de bons cidadãos, e de valentes nas forças em operações, nam perderão os seus
soldados. empregos, e serão considerados em commi são,
XIV.' ficando com direito ã opção dos seus venci-
mentos.
Considerações sobre o projecto que fixa as forcas A auctorisacão é a do art. 5.° § 1." daquella
de terra para o anno de 1869 a|1870.—Autorisa- mesma Lei, a "saber :
ção para admittir no 1.° posto do exercito.—Au- Para o governo nomear em commissão até
torisação para transferir officiaes de uma para quatro auditores para servirem no exercito em
outras armas. — Disposição sobre empregados operações, garantindo estes serviços aos bacha-
públicos que estiverem servindo na guerra.— réis, que os desempenharem satisfactoriamente,
Autorisação para o governo nomear até qua- a preferencia para outro qualquer emprego,
tro auditores para servirem no exercito em para que tiverem habilitações, quando concor-
operações.—Considerações sobre transferencia rerem com outros cidadãos egualmente habili-
de officiaes — Deliberações do senado contra- tados.
rias a transferencias autoriaadas pela camara E' manifesto o immenso alcance das auetori-
dos deputados. — Opinião de diversas autori- sações conferidas ao governo pelo primeiro ar-
dades militares. — Opinião do Sr. senador Pa- tigo additivo - pprovado pela camara dos depu-
— 18 —

tados, como emenda á proposta do poder exe- que entam commandava o exercito brasileiro em
cutivo, e a influencia, que podem ellaa ter na operações contra o governo do Paraguay, a pre-
disciplina do exercito. tenção foi impugnada pelo Brigadeiro Comman-
E' sabido que a experiência aconselhou a ne- dante Geral interino do Corpo de Engenheiros,
cessidade de uma medida legislativa, que res- e pelo Ajudante General, reconhecendo estas
tringisse a faculdade, que o governo exercia, Auctoridades militares que o deferimento da
de transferir offlciaes de umas para outras pretenção prejudicaria, e offenderia os direitos
armas. adquiridos a accesso pelos Lts Tenentes exis-
A Lei n. 585 de 6 de Setembro de 1850, que tentes no Corpo, que eram nessa occasiâo—
regula o accesso aos postos de oíficiaes das dif Trinta e um.
ferentes armas do exercito, dando ao governo Durante o debate, a que a proposição foi su-
auctorisação para taes transferencias, como nam jeita no senado, o Sr. senador Paranaguá, que
podia deixar de dar nessa occasiâo, limitou-a no era Ministro da Guerra, tendo de dar a sua opi-
modo, e no tempo de executal-a, nião sobre o project > da camara dos deputados,
No modo, permittindo1 «penas que fossem além de outras judiciosas observações que fez,
transferidos para as armas, em que se exigem cão hesitou em exprimir-se nos seguintes ter-
conhecimentos theoricos, e scientificos, aquelles mos em sessão de 10 de Agosto de 1867;
offlciaes das outras armas, que tivessem habili- « Portanto eu nam tenho uma rasão especial,
tações completas: e dos corpos de engenheiros, que offereça ao nobre senador, pela Província de
Estado Maior, e Artilharia para outras os offi- Mato-Grosso (o Sr. Paranhos) para justificar a
ciaes, que nam tivessem as habilitações pre- excepção, que se pretende. As excepções em re ■
cisas. gra sain odiosas. A lei tem uma rasão *de ser, um
IVo tempo , determinando que a disposição, fim de utilidade publica. Nam tendo eu um mo-
de que se trata, só teria vigor, durante o pri- tivo para offereeer, e justificar a sua revogação
meiro anno que decorresse da public cão da Lei. nesta parle, devo votar contra a proposição
Posteriormente, pelo art. (3" da Lei "n. 1143 de vinda da outra camara. Pôde ella ser um favor,
11 de Setembro de 1861 foi o governo auctori- e um favor bem merecido ; mas eu nam posso de
sado para transferir os offlciaes do exercito no momento, assim como o senado, avaliar os ser-
primeiro posto de uma outra arma, devendo o viços, e as circumstancias dos outros ofBciaes,
oflflcial transferido considerar-se ornais moderno que têm de ser piejudicados por esta resolução-
da arma, para que passar, conforme o exigirem Nam estando bastante esclarecido a este res-
as conveniências do serviço, e a aptidão dos que peito, prefiro manter as cousas no estado, em
o requererem. que se acham, respeitando os direitos de cada
Pelo art. 5.° da Lei n.1220 de 120 de Julho de um. »
1864 mandou-se que ficasse em vigor, e se consi- Estando reconhecido pelo testimunho de auc-
derasse permanente a disposição do art. 6 0 da toridades competentes, e insuspeitas, e demons-
Lei n 1143 de 11 de Setembro*de 1861, que aue- trado por duras lições da experiência que a
torisou o governo para transferir de uns para transferencia de offlciaes do exercito de umas
outros corpos, ou armas os Segundos Tenentes, para outras armas prejudica, e offende direitos
ou Alferes, sem prejudicar a antigüidade dos legitijoamente adquiridos, pertuba, e confunde
offlciaes dos corpos, ou armas, para os quaes se a regularidade, e a ordem dos accessos, e pôde
realise a transferencia. ser uma causa permanente de inquietação, e de
E' esta legislação, que subsiste acerca da tran- descontentamento no exercito, e sendo estas
sferencia c^e ofBciaes de umas para outras ar- considerações as que provavelmente aconselha-
mas. ram a conveniência de limitar a faculdade, que
Do parecer da mesa n.0104 do Io de Agosto de o governo exercia a tal respeito, o senado deci-
1867 consta que, durante a sessão legislativa dirá em sua sabedoria, si é por ventura pruden-
desse anno, deixou o senado de dar o seu con- te, e de bom aviso restabelecer, sem profundo
Sentimento a duas proposições da camara dos exame, e aturado estudo, uma faculdade, hatam
deputados, auctorisando o governo para transfe- pouco tempo, e por tam justos motivos condem-
rir offlciaes de umas para outras armas. nada.
Uma das proposições referia-se aos capitães O projecto da camara dos deputados, de que
Segundino Felaflano de Mello Tamborim, e Luiz a mesa se tem occupado, foi lido no senado, e
Manoel das Chagas, conferindo ao governo au- mandou-se imprimir em sessão de 4 de Julho
torisação para transferil-os para um dos corpos de 1868.
pertencentes ás armas scientifleas. Em sessão de 10 de Julho entrou em 1» dis-
A outra proposição, datada de 27 de Agosto cussão, sendo offerecida pelo Sr. Senador Silvei-
de 1866, anctoris-íva o governo para transferir ra da Motta uma emenda, que foi apoiada.
do corp , em que servia para um dos corpos Em sessão de 17 de Julho continuou a 1* dis-
pertencentes á-< armas sciemifleas o Capitão de cussão, que ficou encerrada por não haver quem
Cavallaria ligeira Diogo Alves Ferraz. pedisse a palavra, nem numero suffloiente de
Posto que bem informado pdo commandante membros da camara para votar-se.
do corpo, e da divisão, em que este offlcial ser- O quadro, que se segue, e que se junta para
via, epelo Tenente General Visconde do Herval, conhecimento do senado, contem em uma co-
lumna os artigos da proposta do poder exeou- pondentes da proposta, e nao ultima a emenda
tivo ,em outra as emendas feitas, e approvadas apoiada no Senado ao art. I da mesma Pro-
pela Camara dos Deputados aos artigos corres- posta.
Quadro

PROPOSTA DO PODER EXECU- EMENDAS APPROVADAS PELA CAMARA EMENDAS AP0ÍADAS PELO
TIVO DOS DEPUTADOS SENADO

Art. l.o A lei n. 1471 de 25 de Accrescente-se no lugar competente: Ao art. 1.° da Lei de 25 de Se-
Setembro de 1867, que fixou as tembro de 1867, a que se refere
forças de terra para o anno fi- « A Assembléa Geral Decreta. » ' a Proposta:
nanceiro de 1868 — 69, continua-
rá em vigor no anno financeiro Em lugar das palavras—não
de 1869 — 70. poderão exceder—diga-se:
« Sam fixadas em 15,000 praças
de pret de linha em circumstan-
cias ordinárias, e em 60,000
em circumstancias extraordiná-
rias. » 0 mais como no artigo.
« Art. l.o (E' o da Proposta.)
Artigo (additivo.) Fica desde já o Go-
verno autorisado:
§ l.o Para admittir no primeiro posto
do exercito os ofíiciaes e praças de
pret dos corpos de voluntários da
Patria, e da Guarda Nacional, que te-
nham prestado por dous anuos bons
serviços de campanha.
§ 2.o Para transferir de umas para
outras armas, comprehendidos os
corpos especiaes, os officiaes do exer-
cito, que na guerra actual tenham
mostrado aptidão para arma diffe-
rente da sua, uma vez que para ella
tenham as habilitações necessárias, e
exigidas pelas leis em vigor.»
Artigo (additivo ) Continuam em vigor
as disposições dos arts. 4 0 e 5.° g 1.»
da Lei n. 1346 de 23 de Junho
de 1865.
Art. a." Ficam revogadas as dis- Art. 4.° (E'o artigo 2.° da Proposta.)
posições em contrario.

XY. ferir postos no exercito até o de coronel in-


clusivamente.— Declaração do eommandante
Considerações sobre o projecto, que fixa a força em chefe do exercito, o Sr. Duque de Caxias,
naval para o anno fln nceiro de 1869 al870. na Ordem do Dia n. 212 de 14 de Janeiro
— Artigos additivos approvados comoemen- de 1869.—Occupação de Humaytá e da As-
das^pela camara dos deputados. — Auctori- sumpção pelos alliados. — Declarações fei-
sação para preencher as vagas por merecimen- tas na ordem do dia n.0 272 de 14 de Janeiro.
to, durante a guerra.—Auctorisação para ex- —Continuação de informações.—Decreto da
ceder o quadro actual dos ofíiciaes da armada. 22 de Março, concedendo ao Sr. marquez de
Considerações sobre os artigos additivos. Caxias a demissão, que pedira.—Decreto da
Apresentação, e discussão na camara dos de- mesma data, nomeando a Sua Altesa o Sr.
putados na sessão de 1805 de um projecto Conde d'Eu eommandante em chefe das forças
que continha eguaes au torisacões- Impugna- em operações.—Decreto de 25 de Março, fa-
cão feita pelo Ministro da Guerra, Barão de zendo mercê ao Sr. Marquez de Caxias do ti-
Uruguayana.—Impugnação feita pelo mesmo tulo de duque de Caxias —Esperanças de uma
Ministro no Senado. — Rejeição do projecto próxima e feliz terminação da guerra.—Par-
pela Camara dos Deputados.—Medidas, que tida de Sua Altesa o Sr. Conde dTSu para o
depois se adoptaramefactosquetemoceorrido. theatro da guerra.—Estado dos quadros da
Lei auctorisando um quadro extraordinário armada tanto ordinário, como extraordinário
na armada. — Delegação da faculdade de con- no dia 9 de Abril.
_ 20 —

A outra proposição da camara dos deputados, autorisaeões, de que se trata ; porquanto evi-
a que se allude no"§ XIII deste relatório, é o pro - dente 6 "que as faculdades, que se conferem ao
jecto, fixando sobre proposta do poder executivo governo, são excepcionaes e extraordinárias, e
a forca naval para o anno financeiro de 1859 para justificar medidas de talnaturesa não basta
a 1870. a existência da guerra, é indispensável alem
Este projecto foi lido no senado, e mandou.se disto attender também ás circumstancias espe-
imprimir em sessão de 8 de Julho de 18G8. ciaes, em que a guerra possa estar, ou deva con-
A proposta do poder evecutivo contem apenas siderar-se.
dous artigos de disposição legislativa, determi- Consultando-se os Annaes das duas camaras
nando-sf?:' Legislativas, correspondentes á sessão de 1865,
Pelo Io—Que a força naval activa para o anno vê-se que, quando começou a campanha contra
financeiro de 1869 a 1870 consiará dos navios, o Paraguay, o Ministro dâ Guerra, que era nesse
que o governo julgar necessário armar, guar- tempo o Sr. Ângelo Momz da Silva Ferraz, no-
necidos pelos officiaes da armada, e das outras meado depois Barão de Uruguiyanna, não he-
classes, correspondentes ás suas respectivas sitou em pronunciar-se energicamente contra
lotações, e por tres mil praõas de marinhageme um projecto iniciado na camara dos deputados,
de pret dos corpos de marinha, era circurnstsn- o qual tinha por fim auetorisar o governo para
cias ordinárias, e seis mil em ciecurnstancias delegar nos generaes em chefe de terra e de mar
extraordinárias. a faculdade de conferir postos no campo de ba-
Pelo 2.°—Que, para preencher a força decre- talha, em certos e determinados casos, e bem
tada no artigo anterior, óo governo aútorisado assim para crear quatros extraordinários para
a dar gratificações aos voluntários, que so upre se poderem promover os ofllciaes, que prestas-
sentarem para o serviço, a contractar nacionaes, sem na guerra Serviços relevantes, como taes
e estrangeiros, mediante a concessão de prêmios, reconhecidos, quando por ventura os quadros
o a recrutar na fôrma da Lei. ordinários estivessem já preenchidos.
Os dous artigos da proposta foram approva- O projecto, a que acabo de alludir-se, foi dis-
dos pela camara dos deputados sem emenda al- cutido na camara dos deputados era se -sões de
guma. 4, 5 e 6 de Julho de 1865, e afinal substituído por
Além disto a camara dos deputados approvou. outro inteiramente differente.
como emendas á proposta, diversos artigos addi- Anteriormente em sessão de 2o de Junho da-
tivos. quelle mesmo anno, já o Ministro da Guerra
As emendas, ou artigos additivos, que a ca- tinha ciar mente manifestado no senado a sua
mira dos deputados formulou, e approvou, vem invencível repugnância áquellas duas medidas
a ser, o art. 2o da Lei n. 1523 de 28 de Sept?m- contidas no projecto iniciado na camara dos
bro de 1867, cuja disposição se declara perma- deputados.
nente, eoutrosim os arts. 4.°, 7.° e 8.° § 4.°, e « Quereria o nobre senador (dizia o Ministro
art. 9.° da referida Lei. da Guerra em resposta a um discurso do Sr Vis-
E' manifesto portanto que os artigos approva conde de Abaeté) que eu aceitasse para o gover-
dos pela camara dos deputados, como emendis nou medida de poder, a arbítrio, promover sem
á proposta, nada mais fazem do que restibele- marcar-se o limite dessa promoção? Quereria o
cer differentes auctorisações, que aquella Lei nobre senador que eu aceitasse o arbítrio de
tinha conferido ao governo, conceder ao general em chefe o presente funes-
A mesa occupar-se-ha somente de duas des- to de promover sobro o campo de batalha?
sas auctorisações, a saber; « A França, estando tam longínqua do Mé-
Pelo art.' 4."—(com referencia ao art. 6° da xico, nam concedeu ao seu general a promoção,
Lei n. 1250 de 8 de Julho de 1865)—Para preen- concedeu apenas o poder provisorio de distri-
cher por merecimento, durante a guerra, todas buir distineções, e condecorações. Eu, Sr. pre-
as vagas nos corpos da armada, e classes anne- sidente, cedo o h gar ao nobre senador; que
xas, dispensando as regras estabelecidas na le- elle venha satisfazer os seus desejos; mas lhe
gislação de marinha, nos casos, e pela fôrma augurarei mil desgostos, mil infortúnios, mil
prescripta no § 1,° art. 17 do regulamento de queixas do exercito, talvez mesmo uma grande
31 de Março de 1851 para execução da Lei n. 587 anarchia com as medidas que elle julga neces-
de 6 de Setembro de 185o. sário crear como incentivo.
Pelo art. 8o § 4'.—Para exceder o actual qua- « Immediatamente que o general em chefe
dro dos officiaes do e mpo da armada, nomeando tiver á sua disposição esta medida, que nam é
mais um almirante, um vice-almirante,um chefe necessária, porque â distancia da Côrte do Rio
de esquadra, dous chefes de divisão, tres capi- de Janeiro ao logar, em que operar o exercito,
tães de mar e guerra, seis capitães de fragata e é apenas de seis, ou vinte dias, ouvirá queixas,
doze capitães tenentes, nos casos porém ex- sentirá desgostos; e estes desgostos no campo
pressos no art 6° da lei de 8 de Julho de 1865. sam mais fataes do que aquelles, que partem do
O modo como o senado tiver de apreciar o es- centro do Imperir. »
tado, em que actualmente se acha a guerra A camara dos deputados, como já se disse,
contra o governo do Paraguay, deverá necessa- adherio ás idéas do Ministério da Guerra do ga-
riamente influir na adopeão, ou rejeição das duas binete de 12 de Maio, rejeitando, como rejeitou,
— 21 —

o projecto; e de alguns discursos,eoporíes profe- Aquella ordem do dia foi publicada na cidade
ridos no Senado na sessão do dia 20 de Junho de Assumpção, após os brilhantes e gloriosos
pôde concluir-se sem medo de errar que um feitos de armas, que no decurso do antecedente
grande numero de senadores apoiava o pensa- mez de Destmbro se tinham suçcedido, quasi
mento do Ministro da Guerra sobre as duas dia por dia, quasi hora por hora, fican o anni-
questões propostas. quilado o poder militar do barbaro e sanguiná-
Ha ainda um facto que parece confirmar este rio dictador do Paraguay nos memoráveis com-
juiso, e vem a ser. o do adiamento de um pro- bates de Yilleta, Itororó, Avahy, e Lomas Ya-
jecto offerecido pelo illustre senador o Sr. Ot- lentinas, e abertas aos alliados as portas da ca-
toni na camara a que pertence, auctorisando o pital da Republica.
Governo, com certas restricções, para exceder Testimunha presencial, e parte maxima da-
os quadros do exercito, e da armada. quelles brilhantes e gloriosos feitos, como com-
Este projecto, que, entrando em 2.* discussão mandante em chefe das forças brasileiras, o no-
em sessão de 25 de Junho de 1863, foi a reque- bre marechal do exercito o Sr. duque de Caxias
rimento do seu nobre auctor remettido á com- nam podia deixar de reconhecer pela própria ex-
missão de marinha e guerra para sobre elle in- periência, e de confirmar com a sua autoridade
terpôr o seu parecer, ainda permanece em estu- as vantagens praticas de poder o general pre-
do na mesma eommissão. miar com postos, no campo de batalha, sem ex-
Isto acontecia na presença do gabinete de 12 ceptuar os de generaes, actos de bravura, ou de
de Maio de 1865, e no principio da guerra. intelligencia, de que dependem multas veses a
O gabmete de 12 de Maio acabava com duas sorte das guerras, e o destino das nações.
únicas palavras de formular, perante as camaras, Era esta com effeito, como nam podia deixar
um programma tam conciso e significativo, como de ser, uma das auetorisações incluídas no pro -
patriótico—debellar a guerra—, e pôde diser-se j cto iniciado na camara dos deputados.
que a guerra ia entam começar. Auctorisisação util, e necessária que nunca
Nam seria esta a opportünidade de dar, por poderá converter-se em elemento de discórdia,
aquelles e outros meios, á guerra o maior im- e de indisciplina, si for, como deve ser, exercida
pulso, e animação, e aos chefes militares que com discrição e justiça.
deviam dirigil-a todo o prestigio, e força moral? Mas, defendendo essa, e outras bases do pro-
Nam se entendeu assim. jecto, 0 senador, cujo primeiro discurso fôra
Ha porém, na ordem moral, como na physiea, impugnado pelo Ministro da Guerra, o Sr. Barão
condições essencmes de ser, leis fataes, ou antes de Uruguayana, concluiu um segundo discurso
providenciaes, quo necessariamente ham decum- nos seguintes termos:
prir-se, a despeito da vontade do homem, e de
todos os seus cálculos, por mais bem concebidos, « Peço pois ao nobre Ministro da Guerra, peço
e exactos que pareçam. ao gabmete, que intenda, e fique certo, que os
Assim, depois do que acaba de referir-se, era os discursos, que hoje tenho profeiido, só podem
votada nas camaras a Lei n. 1523 de 28 de Sep- revelar o interesse que tenho pela conservação,
tembro de 1837, autorisando o governo, por dis- e estabilidade do ministério actual, eos desejos,
posição do §4.° do art. S.0, para crear na armada e os votos que faço para que elle desempenhe, e
um quadro extraordinário. desempenhebem,*o programma, que formulou
Assim, depois do que acaba de referir-se, de- perante as camaras, para que acabe quanto an-
legava o governo Imperial no digno marechal tes com a guerra, para que nos desafironte quan-
do exercito o Sr. duque de Caxias, Comman- to antes dos insultos, e violências, que temos
dante em chefe das forcas brasileiras em opera- soffrido, para que firmeporumaveza gloriadas ar-
ções contra o governo do Paraguay, a faculdade mas, e da bandeira brasileira nas muralhas de Hu-
de promover no exercito, em o campo de bata- maytá, e sobre as torres de Assumpção. »
lha, até o posto de coronel inelusivamente. Ora, é certo felizmente que a bandeira brasi-
Assim, depois do que acaba de referir-se, o leira, como as das duas nações alliadas do Bra-
quadro do exercito, em virtude de promoções sil, tremulam, ha muito tempo, nas amêas da
teitas no campo de batalha, era de facto excedi- outr'ora arrogante Humaitá, e sobre as torres da
do em alguns postos de offlciaes superiores, Capital do Paraguay.
sem lei, que isso auetorisasse. Accresce a isto que o marechal do exercito o
Assim, depois do que acaba de referir-se o il- Sr. duque de Caxias, na ordem do dia n.0 272 de
lustre marechal do exercito commandante em 14 de Janeiro do corrente anno, declarou:
chefe, o Sr. duque de Caxias, em ordem do dia «Que os importantíssimos acontecimentos, e
n. 272 de 14 de Janeiro do corrente anno, era victorias as mais completas por nós alcançadas,
obrigado a manifestar o pesar que sentia de que durante os memoráveis vinte e cinco dias do
nas attribuições, que lhe foram conferidas pelo mez de Desembro proximo passado poseram ter -
governo Imperial, nam se comprehendesse a de mo na sua opinião á guerra do Paraguay:
poder promover aos postos de offlciaes gene- « Que o dictador Lopez foge attonito, e espa-
raes nos mesmos casos, em que fôra auctorisa- vondo diante de nossos soldados triumphantes,
do para promover até o posto de coronel inelu- até que possa effectuar, si lhe fôr possível, sua
sivamente. fuga para fóra do Paraguay:
22 —

«Que nas condições criticas,em que as nossas O decreto de 23 de Março expedido pelo Mi-
manobras, e a intrepidez de nossos soldados o nistério do Império declara que Sua Magestade
coilocaram, restar-lhe-hia a pequena guerra de Imperador, attendendo aos relevantes, e ex-
recursos, si a republica do faraguay nam esti- traordinários serviços pi estados na guerra com
vesse , como está, completamente ' exhausta Paraguay pelo marechal do exercito o Sr mar-
deiles. » quez de Caxias, e querendo novamente distin-
Este ultimo asserto do general em chefe, o Sr. guil-o e eleval-o, fazia-lhe mercê do titulo de
duque de Caxias, revela o motivo porque, ven- duque de Caxias.
cido o dictador Lopez no campo de tantas bata- Sendo reconhecido o merecimento militar de
lhas,'nam se julgou neces-ario imitar, no conse- Sua Altesa o Sr. Conde d'Eu, e patentes as suas
lho e na acção, o exemplo de César depois da virtudes civicis, a nomeação do princepe veio
batalha de Pfiarsalia. reanimar no povo a esperança da próxima e feliz
Tendo vencido o seu rival naquelle lugar fu- terminação da guerra por ineio de uma intelli-
nesto á liberdade do povo romano. César, pondo gente e activa direcção, que Sua Altesa, com
tudo o mais de parte, nam cuidou senam de per- nobre e patriótico ardõr dará sem duvida ás im-
seguir a Pompêo com a sua cavallaria, sem dar portantesoperaeões, que tem de emprehender-se.
o descanso de um minuto siquer ao gene Sua Altesa Real o Sr. Conde d'Eu, tendo de
ral fugitivo, que puuco depois, victima da per- tomar
fídia dos amigos e conselheiros do rei menor Pto- seguio conta do commando, que lhe foi confiado,
lomêo, perdia a vida no Egvpto, onde tinha ido destino donoporto do Rio de Janeiro para o seu
dia 30 do mez de Março deste anno
pedir hospitalidade, e protecção.
E' isto o que se lè nos Commentarios de César a bordo do vapor Alice.
—de bello civili— § CII — no seguinte período; Deus proteja o Príncipe!
« Ctesar, omnibus rebus relictis, persequen- A mesa não terminará esta parte do relatono
dum sibi Pompeium existimavit quascumque sem informar o senado ácerca do estado em que
in partes ex fuga se recepisset; ne rursus copias se achavam no dia nove do corrente mez os
comparare alias, et bellum renovare posset ; et quadros da armada, tanto ordinário, como ex-
quantum itineris equitatu efflcere poterat, quo- traordinário.
tidíe progrediabatur. »
As informações encontram-se no seguinte
Nas circumstancias, que ficam expostas, e que mappa:
sem duvia alguma differem daquellas, em quo a
guerra se achava no anno de 1865, convirá por
ventura que o governo continue a ser investido
pela Assembléa Geral de faculdades excepcio- 2® 2, pooooo
» p pr p-
pio 13 "2. CO CD5
naes, e extraordinárias com relação aos acces- 3 Q S-' S-' S ^ S
sos no exercito, e na armada? OA 2.a cL p< cap< ^ p.
cn mP- ^
E' esta a questão, que o senado tem de exa- M m j3.CL® ^ B»-• 5 CD o
minar, e discutir, e que ha'de elle por certo re- a ® ® M Cr| 3^ m*
solver com a sabedoria, que costuma presidir a "H® p ©
todas as suas deliberações. PCD <-t-
3 Pn'
P ^ ÁM Í-S m
-3 o. a<3 ^ ® g,g.p
Para que neste sentido, e com este fim nam S'fí%03
falte esclarecimento algum, a mesa deve ainda c/2 • P CD 1 •
ao senado uma informação
No Diário Ofíicial n. "73 de 24 de Março ul- mmhbbçbw a b a—aaawiUi' w iai«iiiff.Mi/Kiaigawawi3aa» ar,
timo, sob ah-ubrica—Parte ofilcial—publicou to —' Cl CO '—1
Governo Imperial tres decretos, dous expedidos oooo ooo^w>- Completo. ^ ^
J-. CTs
pelo Ministério da Guerra com a data de 22 da-
quelle mesmo mez, e um pelo do Império com a o» to ^ ^ Effectivo
a data de 23.
Pelo primeiro dos decretos expedidos pelo Mi- as to h-1 • V»gas.
nistério da Guerra concedeu se ao marechal do
exercito o Sr. marqucz de Caxias a demissão que
pedio do commando em chefe de todas as forças to C5 CO to H-í M Completo.
em operações contra o Governo do Paraguay, á
vista do soffrimento de moléstia, que o impossi- Effectivo. m
bilitava de continuar naquelle commando, lou- GO IO-
vando-o pelos relevantes serviços, que nelle
prestara. ^ CO ►—1 1 Vagas
Pelo segundo dos referidos decretos Sua Al-
tesa Real o Sr. Conde d'Eu, marechal do exer-
cito, foi nomeado commandante em chefe de
todas as forças em operações contra o Governo
do Paraguay.
— 23 —

XVI. utilidade duvidosa, como impossível, salvo re


forma constitucional. Logo o que fazemos nós 1
Considerações sobre os Projeetos incluidos na a Auctorisamos o Supremo Tribunal de Justiça
Tabella n 5, que o Senado iniciou e enviou á para proferir decisões em matéria de direito com
Gamara dos Deputados. —1.° Dando forçade lei caracter temporário, visto como podem ellas ser
a alguns assentos da Casa da Supplicação de alteradas pelo poder competente. Pôde este de-
Lisboa, e autorisando o Supremo Tribunal de clarar que a interpretação nam fui bem feita, e
Justiç apara tomar assentos.—S1 Auctorisando manter-se desta fôrma a unidade dos julgados.
a licença com vencimentos de dous Desembar- Parece-me que no projeeto apresentado pela
gadores. — Processo da discussão do Io pro- Commissão ha notáveis vantagens, e que elle
jecto.—Opinião do Ministro da Justiça o Sr. melhora sem duvida alguma a distribuição da
Martim Francisco.—Referencia adous"Projec- justiça entre nós.
tos que o Senado enviou á Gamara dos De- Na°mesma sessão Sua Excellencia depois de
putados em 1867.—I.0Dispondo queaPrinceza adduzir diversos argumentos, concluio outro
Imperial é de direito do Conselho de Estado. discurso nestes termos :
—2.° Regulando os casos de prescripçào da di-
vida fluctuante anterior a 1827. —Processo da os «nobres
Por todas estas razões estou de accordo.com
discussão dos Projeetos na Gamara dos De sujeitarammembros da Commissão nas idéas que
ao esclarecido juizo do Senado. »
putados. Em sessão de 7 de Junho o Sr. Ministro da
justiça, no fim do outro discurso, pronunciou-se
A tabella n. 5 contém o resupio dos projeetos pelo seguinte modo :
«Eu pois,* Senhores, continuo a sustentar a
que o Senado iniciou e approvou, enviando-os á doctrina
Gamara dos Deputados na fôrma do art. 57 da sideraçãodocom projeeto. (Teio ter tomado em con-
toda a deferencia que me merece
Constituição. o nobre senador pela província da Bahia (o Sr.
Os projeetos são unicamente dous; Visconde de Jequitinhonha) os diversos argu-
mentos, que elle apresentou, e combatido com
1.° Determinando que os assentos tomados na todo o respeito as suas opiniões. »
Casa da Supplicação de Lisboa, depois da crea- Este projecto, cuja redacção foi approvada
ção da do Rio de Janeiro, até a época da Inde- pelo Senado em sessão de 4 de Julho, foi remet-
pendência, tenham força de Lei em todo o Im- tido para a Gamara dos Deputados no dia 6; e da
pério, e que ao Supremo Tribunal de Justiça sinopse dos trabalhos da mesma Gamara, du-
compete tomar assentos, em certos casos que se rante a sessão de 1868, consta á pagina 18 que o
designam e com certas formalidades que se es- processo que alli teve o referido projecto reduz-se
tabelecem, para intelligencia das leis civis, com- simplesmente a ter-se mandado imprimir.
merciaes e criminaes, quando na execução deli as Pelo que pertence ao projecto em segundo
occorrerem duvidas manifestadas por julgamen- logar mencionado, foi elle remettido para a Ga-
tos divergentes, havidos no mesmo Tribunal, mara dos Deputados em 9 de Junho, e daquella
Relações, Tribunaes do Commercio e Juizes de synopseápagina 5 vê-se que a Gamara dos Depu-
1' instância nas causas que cabem na sua al- tados approvou-o e dirigio-o ao Imperador na
çada. fôrma do art. 62 da Constituição, e que fôra
2.° Auctorisando o Governo para conceder um s nccionado.
anno de licença com vencimentos aos Desembar- A sua promulgação foi feita pelo Decreto
gadores Bernardo Machado da Costa Doria e n. 1578 de 11 de Julho de 1868.
José Florencio de Araújo Soares. Nam será inútil recordar neste lugar que na
O projeoto em primeiro logar mencionado en- sessão
bém á
legislativa de 1867 o Senado enviou tam-
Gamara dos Deputados na fôrma do art,
trou em 3« discussão em sessão de 4 de Junho 57 da Constituição dous projeetos nelle iniciados,
de 186S. e approvados.
Foi longo e luminosíssimo nessa sessão, e nas Determina um desses projeetos que as dis-
de 5, G e 7 do mesmo mez o debate entre os de- posições do art. 6o da Lei de 23 de Novembro de
fensores e os adversários do projecto. 184L na parte relativa ao Príncipe Imperial, sam
E', em matéria de Direito, uma das discussões applicaveis á Princeza Imperial, e que as dispo-
em que de parte a parte se porflou em conheci- sições do citado artigo, relativas aos Príncipes
mentos, e em argumentação. da Casa Imperial, sam anplicaveis ao Príncipe
Consorte da Princeza Imperial.
O ministério apoiou o projecto, deelarando-se Determina o outro projecto que a divida fluc-
a favor delle o Sr. Ministro da Justiça, Martim tuante, anterior a 1827, inscripta, ou nam in-
Francisco. scripta no grande Livro da divida publica, ou nos
Em sessão de 4 de Junho disse S. Ex., termi- seus auxiliares, cujos credores nam se apresen-
nando um primeiro discurso: tarem, reclamando o respectivo pagamento no
« Assim, Senhores, a incerteza nas decisões prazo de cinco annos da data da presente Lei, se
jurídicas é um inconveniente de alta monta. haverá como prescripta, derogadas nesta parte
Crear uma terceira instância seria nam só de as disposições dourt .2ida Lei de 17 de Septembro
— 24 —

de 1851, e a do art. 20 da Lei de 30 de Novembro nam podia deixar de manifestar-se neste caso
de 1841. um justo e vivo interesse por vel as decididas,
O processo destes dous projectos na Gamara como fosse conforme aos princípios da Consti-
dos Deputados na sessão de 1867 foi o se- tuição, e da Lei.
guinte : Este int resse subsiste no mesmo gráo, nam
Quanto ao 1.° tendo arrefecido com a demora da decisão.
O segundo dos indicados projectos contém
Em sessão de 30 de Julho foi a imprimir. uma medida, que ha sido reclamada pelo Go-
Em sessão de 6 de Septembro entrou em 2" dis- verno em diversos relatórios do Ministério da
cussão, e a requerimento do Sr. Deputado Bap- Fa zenda apresenta do á Assembléa Geral no prin-
tista Pereira foi remettido á Commissão de cipio das suas sessões.
Constituição e Poderes, para sobre elle interpôr Consultando-se a synopse dos trabalhos da
parecer. Gamara dos Deputados no anno de 1868, vê-se
Quanto ao 2.° que o processo dos dous projectos, de que se
Em sessão de 2 de Septembro foi a imprimir tem feito menção, conserva-se no mesmo estado
em que flcára no fim da sessão legislativa de
E' notorio que o primeiro dos indicados pro- 1867.
jectos, em conseqüência da importância da ma-
téria em si mesma, e das elevadas relações, a Como melo de ordem e de clareza, intende a
que se prende, mereceu, desde a sua apresenta- Mesa dever incluir em um quadro os projectos,
ção no Senado, um debate profundo, e esclare ue o Senado iniciou e approvou, e na fôrma
cido, assim na tribuna parlamentar, como na o art. 57 da Constituição enviou, nos annos de
imprensa ; e despertado por este modo o espirito 1867 e 18G8 á Gamara dos Deputados, de cuja
publico ácerca ue questões, que se referem a deliberação ainfia estam pendentes.
altas prerogativas, e direitos constitucionaes, E' o que se passa a fazer.
— 25 —
Quadro domoustratlvo dos projectos quo o souado tem enviado d camara
dos deputados nos annos do 1SG~—18GS com o processo que oXXcs tem
tXdo na mesma Oamara,

O PROCESSO
£ DATAS DISPOSIÇÃO NA CAMARA DOS
DEPUTADOS

18G7 37 do Julho Art. í.0 As disposições do art. G° da lei de 33 de Em sessão do 30 de Ju-


Novembro de 1841, na parte relativa ao Principe Im- lho de 1867 foi a im-
perial, são applicaveis á Princcza Imperial. primir.
Art. 3.° As disposições do citado artigo relativas Em sessão de 0 de Se-a
aos Príncipes da Casa Imperial, são applicaveis ao tembro entrou em 3.
Principe Consorte da Princeza Imperial. discussão, e a reque-
Art. 3.° 0 casamento da Imperante ou da Princeza rimento do Sr. depu-
Imperial com estrangeiro importa para este a condi- tado Baptista Pereira
ção de cidadão brasileiro naturalisado. Elle prestará foi remettido á Com-
o respectivo juramento nas mãos do Imperador. misaão de Constitui-
Art. 4.° Ficam revogadas as disposições em con- ção e Poderes para
trario'. interpor parecer.

1337 30 do Agosto Artigo único. A divida fluetuante, anterior a 1827, Em sessão de 3 de Se-
inscripta ou não inscripta no grande Livro da di- tembro de 18G7 foi a
vida publica, ou nos seus auxiliares, cujos credores imprimir.
/ não se apresentarem reclamando o respectivo paga-
mento no prazo de cinco annos da data da presente
lei, se haverá como prescripta, derogada nesta parte
a disposição do art. 24 da lei de 17 de Setembro de
18G5, e a do art. 20 da lei de 30 de Novembro de 1841.

18C8 G do Julho Art . 1 o Os assentos tomados na Casa da Supplica- Em sessão de 8 de Ju-


çao de Lisboa depois da croacão da do Rio de Ja- lho leu-se, e foi a im-
neiro até a época da Independência, á oxcepção dos primir.
que ostão derogados pela legislação posterior, tem
força de lei em todo o Império.—As disposições desta
lei não prejudicam os casos julgados contra, ou con-
forme os ditos assentos.
Art. 2.° Ao Supremo Tribunal de Justiça compete
tomar Assentos para intellmencia das leis civis, com-
mcrciaes e criminaes, quando na execução dellas oc-
corrcrem duvidas manifestadas por julgamentos di-
virgentos, havidos no mesmo Tribunal, Relações,
Tribunaes do Oommercio e Juizes de 1« instância nas
causas, que couberem na sua alçada.
S 1.° Estes assentos serão tomados, sendo consul-
tados préviamente sobre as matérias civis as Rela-
ções,, e sobre as commerciaes os Tribunaes do Oom-
mercio.
* § 3.° Os assentos serão registrados em Livro pró-
prio, e remettidos ao Governo Imperial, e a cada uma
das Camaras Legislativas; enumerados e inconiõ-
rados á Collecção das Leis de cada anno, e serão obri-
gatórios provisoriamente até que sejão derogados
pelo Poder Legislativo.
5 3.° Fica revogado o art. 13 do Regulamento
"V 6 d." Uma^ t'vez
e
Novembro
tomados,denão
ISõO.
poderão os assentos
ser mais revogados, ou alterados pelo Supremo Tri-
bunal de Justiça.
§ 5.° Os assentos serão tomados por dous terços
do numero total dos Ministros do Supremo Tribunal
de Justiça.
Art. 3.° Ficam revogadas as disposições em con-
trario.

I
26

XVII. zentos e dezoito como se vê do quadro annexo


sob n 25 ao relatório de 27 de Abril de 1868.
Estatística dos actos legislativos de que o Se- Este numero é actualmente de duzentos e vinte
nado conheceu nas sessões de 1866, 1867 e e um, como consta do quadro annexo sob n. 7,
1868 —Aceumulaçâo de trabalhos, que ficam tendo havido portanto um augmento, posto que
pendentes de umâs para outras sessões.—Nu- insignificante, e de que é fácil achar a explica-
mero, e duração das sessões diarias do Se- ção na mesma causa da dissolução da Gamara
nado nos annós de 1866 a 1868. — Causas, que dos Deputados.
se oppõem á freqüência das sessões do Senado.
—Intelligencia que se tem dado ao art. 23 da Dos assumptos pendentes achavam-se já na-
Constituição.—Falta de comparecimento de quella oecasião:
Senadores. — Demora no preenchimento das
vagas. Em 1«a discussão 24
Em 2a » 25
Do que se expoz no relatório da Mesa n. 133 Em 3 » 7
de 27 de Abril de 1868 § XV, e do que se vê do Em diversas commissões do Senado. . . 78
actual, resulta que o numero de actos legisla-
tivos de que o Senado tomou conhecimento em Total 134
cada uma das sessões legislativas de 1866,1867 e Estando tam adiantado no Senado o processo
1868 é o seguinte; de taes assumptos, quando foi dissolvida a Ga-
— 1866 228 mara dos Deputados, permittido é suppor que
1867 444 teria elle chegado ao seu termo constitucional,
1868 171 si a sessão tivesse durado quatro mezes.
Já se disse que a Gamara dos Deputados foi A regularidade, em numero e duração das
dissolvida por Decreto n. 4226 de 18 de Julho de sessões diarias do Senado seria um meio talvez
1868, ficando em conseqüência desse acto inter- etficaz de dar impulso aos trabalhos do Senado ;
rompidas nesse dia as sessões ordinárias do mas a experiência parece demonstrar que a isto
Senado, que aliás tinham começado no dia 9 se oppõem sérias difficuldades, reconheeendo-se
de Maio. em o numero e duração daquellas sessões uma
Assim, tendo sido apenas de dous mezes e diminuição, que ainda nam foi possível evitar.
sete dias o tempo dos trabalhos legislativos A Mesa pede licença para transcrever em se-
do Senado, nam admira quetam diminuto seja o guida, como prova deste asserto, o quadro, que
numero dos actos, de que o Senado tomou co- formulou, contendo o numero, e duração das ses-
nhecimento na sessão legislativa de 1868, com- sões diarias do Senado em cada um dos períodos
parado com os das duas sessões antecedentes, legislativos de quatro mezes correspondentes ás
que aliás duraram quatro mezes na fôrma do sessões de 1866 e de 1867, e no de dous mezes e
art. 17 da Constituição. sete dias correspondente á sessão de 1868.
Sem embargo disto, é facto que nam conviria O Senado sabe perfeitamente, mas nam será
dissimular, e que está hoje bem averiguado, que inútil repetir, para mais fácil intelligencia do
desde muitos annos ficam sempre pendentes de quadro, que no primeiro dos indicados períodos
. umas sessões legislativas para outras muitos a abertura da sessão ordinária da Assembléa Ge-
assumptos, nam poucos delies de alguma im- ral foi no dia 3 de Maio, e o encerramento em 4
portância, a que o Senado por falta de tempo deSeptembro, no segundo a abertura foi no dia 23
nam pôde dar a indispensável solução. de Maio, e o encerramento em 23 de Septembro,
Os trabalhos, que por esta causa têm-se accu- e no ultimo foi a abertura no dia 9 de Maio, e no
mulado1', já por demais avultam no arohivo. dia 18 de Julho a interrupção das sessões do Se-
O numero dos assumptos pendentes elevava- nado em virtude do acto de dissolução da Ga-
se no fim da sessão legislativa de 1867, a du- mara dos Deputados.
— 27 —

DIFFERENÇA NA DU- CCW


duração das sessões WN

DURAÇÃO MEDIA DE CADA Dl


NUMERO DAS SESSÕES RAÇÃO DAS SESSÕES

^
EM CADA MEZ

Que deixou de haver por 1

Completa de 4 horas na ,
DURANTE CADA MEZ 2ll

SOES DIABAS, DURANTE Cl


Effectiva, ou constante das I
n <,

j
á9

Que houve em cada mez


1

i
1
fôrma do regimento
falta de quorum
mo
ao CO
'cá
S
ANNOS

s
MEZES

uCSCS u05cs

actas
P4 Pm

h. h. m. h. m. h. m. S.
19 3 76 40 20 33 40
17 7 68 42 40 33 20 | 3 31 45
1866 | 18 8 72 56 5 15 55
30 6 80 48 5 31 53
Setembro 3

Somma 74 86 296 187 10 108 50


/
h. h. m. h. m. h. m. s.
5 2 20 9 40 10 20
1867 | J unho 14 8 56 35 45 20 15 | 2 53 55
Julho 13 13 52 41 23 10 33
Agosto 21 4 84 68 10 15 50
Setembro 16 8 64 45 » 19

Somma.... 69 29 276 200 76

h. h. m. h. m. h, m. h. m. s.
1868 | Maio 14 3 56 19 55 36 5
Junho 18 3 72 73 10 1 10 js 4 53
Julho 7 10 28 27 5 55

Somma 39 18 156 120 10 37

Referindo-se ainda ao quadro, que flca esbo • ria de tanto alcance como esta, a quese prendem
çado, nam julga a Mesa fóra de proposito lem- interesses políticos de especies varias, nunca po-
brar mais uma vez que, compondo-se o Senado derá produzir enfado, senam deleite, em quem
de um numero fixo, e pouco considerável de deve estudar a questão profundamente, e resol-
membros, nam será difiicil, nem porventura im- vel-acom acerto, sabedoria, e previsão, estando
provável o facto da continuação de freqüentes por tanto no caso de se poder dizer delia com
interrupções nas sessões diarias desta Gamara, relação ao Senado: hcec decies repetita placebit.
si nam sê removerem algumas das causas, que As causas vem a ser as seguintes;
para isso naturalmente contribuem, frustrando 1 ' A intelligencia que se dá ao art. 23 da Con-
a boa vontade, e o zelo dosmembros, que a com- stituição de que a metade e mais um dos mem-
põem, no exercício de suas funcções. bros das Camaras, sem a qual não pôde haver
Posto que em outros relatórios já se tenba al- sessão, refere-se á totalidade dos membros, de
ludido a algumas daquellas causas, e ainda ul- que as mesmas Camaras se compõem, sem excep-
timamente no de 27 de Abril de 1868, persuade- ção dos que se acham legitimamente impedidos,
se a Mesa todavia que a repetição de uma maté- e até das vagas deixadas pelos que fallecem:
28 —

2.1 A circuínstancia de deixarem de compa- de vinte membros, quando nam se procede a di-
recer na Corte no tempo da sessão legislativa visão, reputa se ás yezes válido.
alguns Senadores, que residem nas Províncias, « Si la chambre des communs [diz aquelle au-
e a necessidade, que outros têm da ausentar-se ctor no lugar citado) compte moins de quarante,
comalicença do Senado, ou sem ella : la chambre haute moins de trois membr s pré-
3. Ajiemora, que ás vezes ha na eleição, a sents, la séance est remise.. On demande aussi.
que deve proceder-se para preenchimento das snuvent, dans le cours d'une séance, le denom-
vagas que occorrem no Senado.
Cada uma destas causas merece, como nos brement des assistants [a count] lorsqu'on veut
relatórios antecedentes, explicações, que toda- se debarrasser d'une affaire, Tusage de la cham-
via serão breves. bre, en pareil cas, étant de n'y plus revenir. Los
Será este o assumpto dos três seguintes para- jours ou Pon s'abstientde compter, le vote d'une
graphos. chambre devingt membres. lorqu'il n'y a pas de
divisiou, est souvent reputé valable. »
XVIII. Só assim, e prolongando-se algumas sessões
PIME1RA CAUSA. diarias por muitas horas,pôde explicar-se o gran-
de numero de medidas importantes, quesam vo-
Intelligencia do art. 23 da Constituição. — tadas em cada sessão no parlamento oritannico.
Quorum da Gamara dos Communs, e da dos Em o anno de 1867 as discussões da reforma!
Lords, segundo diversas auetoridades.— Ers- eleitoral oceuparam a maior parte da sessão, e
kine May.— Fischel.— Numero, e importância todavia sobreu tempo para se discutirem,e appro-
dos aetos do Pari imento inglez em cada sessão. varem em ambas as Camaras, entre outras leis, a
— Medidas prcpostrsnoS nado para fixar-se que augmentou o soldo do exercito, e melhorou
a intelligenciado art. 23da Constituição—In- as condições do recrutamento, a da organisaeão 1
dicação do Sr. Ferraz em7 de Junho dê 1856.— das casas de trabalho (work houses) a que fixou
Indicação do Sr. Visconde de Jequitinhonha em as relações entre patrões e operários (master and
9 do Julho de 18GT.— Parecer di Mesa sobre servant acl) e finalmente a que regulou o traba- |
as indicações.—Processo da discussão do Pare- lho dos menores nas fabricas.
cer da Mesi.— 0 art. l" dos ofíerecidos pela Encerrando o parlamento no dia 31 de Julho
Mesa é approvado com uma emenda do Sr. Ba- de 1868, Sua Magestade a Rainha Victoria pro-
rão das Três Barras.— E' approvado o adia- nunciou ainda as seguintes honrosas expressões
mento do art. 4" para serremettido á Commis- que manifestam o zelo, com que todos os inte-
são de Constituição.—Parecer da commissão do ress s de um grande povo sam, com admirável
Constituição p ira que se rejeite o art. 4°.— O perseverança, attendidos, e promovidos pelos
Sr. Senador Dias de Carvalho impugna, o pa- seus representantes.
recer da Commissão de Constituição. —Encer- « Mylordse Senhores. Tive grande sati fação
ramento da discussão.—Alterações feitas pelo em approvar a serie de providencias, que com-
Senado no systema de refora-abfferecido pela pletam a grande obra de reforma da representa-
Mesa,—Considerações sobre as reformas regi- ção do povo na Irlanda, assumpto que chamou
mentaes approvadãs pelo Senado. a vossa attenção em duas legislaturas.
« Vi com satisfação que o tempo empregado
neste assumpto nam obstou a que discutisseis
Na Ioglaterra a Gamara dos Commus compõe-se outras questões de grande interesse publico, e
actualmentede mais de saiscentos membros, e de- com prazer sauccionei as leis para a melhor di- .
pois dahiltima reforma votada em 1867, provável recção das escolas publicas, caminhos de ferro,
é que este numero venha a ser augmentado. reforma da lei relativa ás pescarias marítimas
Sem embargo disto, o quorum na Gamara dos britannicas, e acquisição e conservação dos tele-
Communs é apenas de quarenta membros, e de graphos electricos pela direcçâo geral dos Cor-
tres na Gamara dos Lords, sendo certo que esta reios, assim como outras providencias impor-
regra tem soffrido em muitos casos alterações tantes, que têm por fim melhorar a legislação
para menos, como se lê na excellente obra do das causas eiveis, e crimes na Escossia.
Sr. ErskineMay-Treatise on the Law.privileges. «Coma creaçãj de umintendente superior para
proceedings, and usage of Parliamenty.—Liv. II a repartição da guerra, iniciou-se na adminis-
Cap. VII pag. 213-ibi; tração do exercito uma reforma importante, que
« The uper house may prooeed with business combinando no reino e colonias as varias re-
if only three lords be present; but the commons partições militares sob uma mesma auetoridado,
require as forty, including the speaker, to enable produzirá mais economia, e ellicacia do serviço,
them to sit. This rule however which appears to tanto em tempo de paz, como no de guerra ».*
have been íirst established in 1640, is only one O que isto prova com evidencia é que naquella
of usage, and may be altered at pleasure. » terra de liberdade p atlòa, em todas as classes
O Sr. Edouard Fischel na sua obra—Constitui- da sociedade, em todos os ramos de serviço pu-
ção da Inglaterra — Tomo II Liv. VII pag. 299 blico, assim como em todas as nobres, e legiti-
acrescenta que nos dias, em que se nam contam mas aspirações do interesse particular, predo-
os membros presentes, o voto de uma Gamara mina sempre a primeira lei da vida—o trabalho
29 —

—executada com a intelligencia, que dá a ins- « Adoptada essa intelligencia, devem ser ex-
trucção, e com a paixão, que inspira o dever, cluídos do numero completo de Senadores os
sendo esta uma das causas, que podem explicar que tiverem fallecido, emquanto as vagas nam
os prodígios de grandeza, e prosperidade, que forem preenchidas, e os membros escolhidos
sdli se admiram. nam entrarem no exercício de suas funeções.
No intuito de fixar razoavelmente a intelligen- « Parece á Mesa que esta intelligencia em nada
cia dos artigos do Regimento, que se referem á offende a Constituição, porque nam se devem
abertura das sessões, tinham sido, em sessões contar como membros de uma Corporação, que
anteriores, oílerecidas, e remettidas á Mesa, tem numero determinado delles, sem substitutos
para interpôr parecer, as seguintes indicações, legaes, senam os que realmente existem, e po-
1.a—Do Sr. Ferraz lida em sessão de 7 de d m effeetivamente concorrer para o serviço do
•iunho de 185G. mesmo Corpo, e de certo ninguém dirá que os
« Indico que se reformem os arti. 30 e 40 do mortos estam neste caso, nam devendo-portanto
Regimento interno do Sena Io para que, na fôrma ser contados. »
do art. 23, Capitulo 1.° Titulo 4.» da Constituição, De accordo com esta doctrina formulou a
logo que se reuna metade e mais um dos s*sus Mesa, no fim do parecer, diversos artigos addi-
respectivos membros, em cujo numero jamais se cionaes ao Regimento interno, contendo as alte-
podem contar os que nau; existem, e cujas vagas rações, que intendia convenientes.
ainda se nam tenham preenchido, se possa abrir Um dos artigos é o seguinte ;
a sessão.» « Art. 4.°—O numero do metade e mais um
a
2. —Do Sr. Visconde de Jequitinhonha, lida dos Senadores, que o art. 30 do Regimento exige
em sestão de 9 de Julho do 1867. para que se abra a sessão, será calculado pelo
« O Presidente, tomando em consideração a dos efhctivos, eliminando-se os que por morte
gravidade dos assumptoS, que der para a ordem deixarem vagos os respectivos lugares até que
do dia, marcará de vespera a hora, em que se es'es sejam de novo preenchidos. »
deve fazer a chamada, e abrir se a sessão, nam Consultando-se os Annaes do Senado, vê-se
sendo nunca para mais cedo de dez horas e que o pneesso da discussão do parecer da Mesa
meia. foi o seguinte ;
«Serão consideradas graves, além de outras, Em sessão de 15 de Junho de 1868 entrou o
as discussões sobre a resposta á falia do throno, Parecer em Ia discussão.
as do orçamento, dos requerimentos, que tive- O Sr. Senador Dantas requereu por escripto
rem por üm pedir informações ao Poder Execu- que, quanto ao numero legal de membros para
tivo, interpellações, sessões" secretas, e mais leis haver casa, de que tratava o parecer da Mesa,
annuas. fosse ouvida a CommibSão de Constituição. ,
« As horas indicadas serão publicadas no Diá- O requerimento nam foi aoprovado, e, prose-
rio Oflicial, e no que publica os debates das Ca- guindo a discussão principal, passou o parecer
maras. para 2a discussão.
« Sempre que nam fôr marcada hora especial Em sessão de 20 de Junho entrou o parecer
para a chamada, e abertura da sessão, entender- em 2a discussão.
se-ha que esta se abrirá ás onze horas e meia. O Sr. Barão das Três Barras offereceu ao 1.°
« Em tacs casos poderá começar a discussão dos artigos addicionaes formulados pela Mesa
com metade^ e mais um dos memhros residentes uma emenda, que foi apoiada.
na Côrte, ficando a votação dos objectos para O art. 1° dizia:
quando se verificar o disposto no artigo do Re- « Em todos os dias de sessão o Presidente oc-
gimento. »
As duas indicações acima transcriptas furam cu). ará a sua cadeira ao meio dia impreterivel-
mente.
objecto do Parecer da Mesa n. 149 de 2 de Junho
e a I es HÍto c a « Si nam heuver o numero legal de membros
iit
a Mesa, depois! Pdos argumentos,
l questão de
queque se tratae presentes para abrir-se a sessão, mandará o Pre-
adduzio,
das considerações que fez, concluio o § 4" do Pa- sidente proceder á chamada para verificar quaes
recer nos seguintes termos: os presentes, e quaes os ausèntes, e fará inserir
« O numero de Senadores pôde ser contado ou os nomes de uns, e outros na acta para serem
em relação ao estado completo do Senado, esta- publicados. »
belecido pelas leis, quereguhm o numero de A emenda foi:
representantes da nação, que a cada Provincia « Em vez de— ao meio dia—diga-se—ás II ho-
compete eleger (como se tem praticado até o pre ras da manhã. »
sente), ou em relação o numero dos que effec- Submettido á votação foi approvado o art. 1°
tivaraente existem em exercício. com a emenda do Sr." Barão das Tres-Barras.
« A indicação do Sr. Senador Ferraz adoptou Discutiram se successivamente, e foramappro-
esta segunda intelligencia, e, nam obstante ser vados os arts. 2° e 3°, e ssguiu-se a discussão do
ella contraria á uma pratica, seguida ha longos art. 4°, a qual ficou adiada pela hora.
aunos, a Mesa intende que é ella a que deve ser Em sessão de 23 de Junho continuou a 2» dis-
seguida, e nam hesita em propor ao.Senado que cussão do Parecer, versando sobre o 4° dos arti-
resolva a questão neste sentido. gos addicionaes ao Regimento.
— 30 —

O Sr. Dantas mandou á Mesa o seguinte reque- sâo de Constituição, datado de 10 de Julho, e lido
rimento, que foi apoiado e posto em discussão: em sessão de 13," e a favor delle no discurso pro-
« Eequeiro que a indicação vá á Commissâo ferido em sessão de 17 do mesmo mez pelo Sr.
de Constituição para dar "o seu parecer ácerca Senador Dias de Carvalho.
do art. 4°.» E' com este fim que se acham annexos a este
Posto a votos, foi approvado o requerimento.
o o
relatório os documentos sob n8 e 9.
Seguio-se a discussão dos arts. 5°, 6 , 7° e 8 , Do que se tem exposto vê-se que o systema de
que foram approvados, passando as indicações reforma concebido pela Mesa ácerca de alguns
para "á" discussão conjunctamente com o Pare- artigos do Regimento interno nam foi aceito
cer da Mesa. pelo Sena o tal como a Mesa o apresentára
Em sessão de 27 de Junho entrou em 3a dis- tendo sofírido no debate duas alterações.
cussão, e foi approvado o Parecer da Mesa com Destas alterações uma foi approvâda pelo Se-
as indicações, a que
a
se referia, exactamente como nado, e acha-se' em execução : é a que se re-
fôra votado em2 discussão. fere ao primeiro dos artigos addicionaes, que a
Keleva informar ainda o Senado ácerca do Mesa propoz.
processo, que teve, e do estado em que ficou o A outra alteração foi apenas indicada pela
debite relativo ao 4" dos artigos que a Mesaoffe- Commissâo de Constituição, mas ainda nam
recêra para se addicionarem ao Regimento in- foi votada pelo Senado.
terno do Senado E' a que se refere ao art 4.'° dos addicionaes,
Já te disse que em sessão de 23 de Junho foi o qual todavia nam está também em execução,
o art. 4° dos addicionaes remettido á commissâo tendo-se a respeito delle vencido um adiarae*nto
de Constituição para sobre elle interpôr o seu para remetter-se á Commissâo de Constituição,
parecer. que aconselha a rejeição do artigo.
A Commissâo de Constituição apresentou o Esta alteração é por certo a mais importante,
parecer em sessão de 13 de Jiiiho, concluindo como a Mesa "tem-se esforçado por demonstrar.
que o art. d» entrasse em discussão, e fossse re- Nam ha duvida, isto nam obstante, que a re-
jeitado. a
forma, tal como o Senado votou-a, approvando
O parecer nam pôde entrar em I discussão sem emenda alguma os outros seis artigos addi-
senam no dia 17 de Julho, vespera daquelle em cionaes, que a Mesa formulou, ha de dar ás dis-
que a Gamara dos Deputados foi dissolvida, e cussões mais ordem, e regularidade, e á solução
em que se interromperam por este motivo as dos assumptos da competência do Senado maior
sessões da dos Senadores. facilidade, e promptidào, sem que dahi resulte
O parecer achou com applauso da mesa um prejuízo nem ao exame, e esclarecimento das
impugnador no Sr. Senador Dias de Carvalho, matérias, nem ao acerto das deliberações.
o mesmo a quem coubera, sendo 2° secretario, Entretanto, como a utilidade pratica da re-
apresentar e redigir o Parecer n. 149 de 2 de forma depende essencialmente de haver sessão
Junho de 1868, com os respectivos artigos addi- em todos os dias designados no Regimento, a
cionaes ao Regimento interno. experiência mostrará," si poderá isto conseguir-se
Nam havendo quem pedisse a palavra para devendo as sessões diarias do Senado abrir-se
sustentar o parecer da Commissâo de Consti- impreterivelmente ás onze horas da manhã, e con-
tuição, nem numero sufflciente da membros tinuando a dar-se ao artigo 30 do Regimento in-
para voíar-se, ficou encerrada a discussão. terno a intelligencia, em que insiste aillustrada
Assim, o que o Senado tem actualmente a Commissâo de Constituição.
fazer é resoíver, unicamente por meio de uma E' preciso esperar, e confiar; mas é preciso
votação, a çrave questão, que lhe foi proposta ; também nam dissimular.
e nestes termos, si, approvado o parecer da
Commissâo de Constituição, fôr rejeitado em Ia naAssim, si dos primeiros ensaios da reforma,
parte relativa á hora da abertura da sessão,
discussão o art. d", acontecerá o que no prin- alguma cousa podesse já concluir-se com rela-
cipio do seu discurso disse o Sr. Senador Dias ção ao futuro, seria a necessidade da revisão da
de Carvalho, a saber:—que nam haverá mais alteração feita; porquanto, constando da acta
lugar á contrariedade dos argumentos, com que da sessão de 27 de Junho de 1868 que a reforma
foi impugnada a doctrina do art. d" dos addi- começou a executar-se no dia 1» de Julho, de-
cionaes. vendo por conseqüência desse dia em diante
Posto que o Senado esteja sufficientemente es- abrir-se a sessão ás onze da manhã impreterivel
clarecido para dicidir a questão com acerto, e mente, as respectivas actas provam o que se
sabedoria, intende a Mesa todavia que, na im- contém no quadro, que faz parte do § XVII
possibilidade de renovar-se o debate antes da deste relatório, a saber: que desde o 1° de Ju-
votação, a que tem de proceder-se, aquella cir- lho até o dia 20, no qual se leu no Senado o- De-
cumstancia nam a dispensa de fazer presentes ao creto de dissolução da Gamara dos Deputados, da-
Seuado, como testemunho do respeito, que lhe tado do dia 18 do mesmo mez, o numero dos dias,
tributa, e da eonsidaração que a si mesma deve em que deveria haver sessão, foi de desesete, e o
no exercício de suas funcções, as razões e argu- das sessões apenas de nele, por falta de membros
mentos, que ultimamente'se articularam, contra para abrir-se a sessão ás onze horas impreterivel-
o art. 4» dos addicionaes no parecer da Commis- mente.
— 31 —

Forçaéporém reeonhecerqueumamedidaqual- Assim que,compondo-seosenado unicamente


quertornava-se necessária, ou fosse a que a Mesa de cincoenta e oito membros, é manifesto que
tinha proposto, ou a que o Sena lo veio a adoptar; no decurso da sessão de 1866 deixou de compa-
e assim, si infelizmente nam se lograr na exe- recer pouco menos de um quinto de seus mem-
cução o que se teve em mira na parte dareforma, bros, no da de 1867 pouco menos de um quarto,
^ que se tem alludido, nem por isso poderá e no da de 1868 apenas um duodecimo com pe-
dizer-se que se perdeu o tempo e o trabalho. quena differença. .
Neste caso o que se segue é que a matéria terá Dos membros que sem licença do Senado dei-
de ser outra vez estudada, e a experiência adqui- xaram de comparecer na sessão legislativa de
rida no mallôgro da primeira tentativa ensinará, 1868 é notorio que o Sr.Duque de Caxias.nomeado
como deverá emendar-se, e supprir-se qualquer por decreto de 10 de Octubro de 1866 Comman-
talta, que possa ter havido, e fará descobrir o dante em chefe das forças brasileiras em'opera-
roeio adequado, e efficaz de conseguir-se o que ções contra o Governo do Paraguay, esteve alli
iliás deixou de obter-se com a primeira medida, no exercício desta importante commissão até
sendo por isso que com razão refere Plinio moço que regressou ao Fio de Janeiro em dias domez
que em certas emprezas basta, para louvor de de Fevereiro do corrente anno, sendo este o mo-
quem as concebe, ter-se querido leval-as a effeito, tivo porque deixou de occupar nesta casa, na
ainda que se tenham frustrado na execução: sessão de 1868, como já tinha acontecido na an-
' uon assequutis voluisse sat est». terior, a cadeira que lhe pertence, e que todos
os dias nos avivava a saudade de quem, no meio
XIX. dos perigos, e das fadigas da guerra, fôra illus-
tral-a com os seus serviços.
SEGUNDA CAUSA. Dos outros membros,"cujos nomes estam in-
Falta de comparecimento de Senadores. cluídos no quadro, o que consta dos Annaes
desta Gamara é o seguinte:
O Sr. Senador Francisco de Paula Pessôa dei-
quadro annexo ao relatório n.0133 de 27 de xou de comparecer na sessão legislativa de 1865,
Abril de 1868 vê-se quantos, e quaes os membros, bem como em todas as que se lhe tem seguido,
que deixaram de comparecer em cada uma das dando-se portanto uma ausência nam interrom-
sessêes ae 1860 e de 1867, declarando-se os que pida de quatro annos.
para isto obtiveram licenca. Em idênticas condições está o Sr. Senador
Kesulta do quadro o seguinte : Visconde de Suassuna.
Na sessão legislativa de 1866 deixaram de com- O Sr. Senador Conde da Boa-Vista, que nam
parecer : esteve presente na sessão de 1868, já tinha tam-
Sem licença do Senado. . . . 7 Senadores. bém deixado de comparecer na de 1867.
Com licença do Senado. ... 4 » No intuito de habilitar os Srs. Senadores, que
nam residem na Corte, ou delia se acham au-
t Total . . 11 sentes, para julgarem da conveniência de com-
Na sessão de 1857 deixaram de comparecer: parecer na primeira sessão preparataria do Se-
Sem licença do Senado. . . . 8 Senadores, nado no dia 27 de Abril de cada anno, a fim de
Com licença do Senado. ... o » que por falta de numero legal de membros nam
deixe de abrir-se a sessão da Assembléa Gerai
Total. . . 14 no dia 3 de Maio, como prescreve o art. 18 da
U numero de Senadores que deixaram de com- Constituição, tem a Mesa estabelecido, desde o
parecer na sessão de 1868, tolos sem licenca do anno de 1861, o precedente de informal-os com
oenado.samos que constam do seguinte quadro: antecedência, por meio de uma circular, a res-
peito do numero de Senadores existentes naCôr-
te, e de quaesquer eircumstaneias que possam
ANNO NOMES províncias NUMERO esclarecêl-os, e dirigil-os na deliberação que
lhes parecer mais acertada.
Assim procedeu a Mesa ultimamente.
Francisco de Paula A circular, 0que nestea sentido expedio, acha-se
Pessoa Ceará 1 annexa sob n. 10 na 2. serie de documentos.
Visconde de Suassuna Do quadro que acompanhou a circular, e que
Conde da Boa-Vista... Pernambuco. 2 se acha annexo sob n.011, vê-se:
1868 1.» Que na occasião em que foi expedida a cir-
Antonio Diniz de Si- cular de que acaba de fazer-se menção, apenas
queira o Mello Sergipe 1 existia na Côrte o numero de vinte nove Senado-
Kio-Grande res, numero este insufficiente, segundo a intel-
Duque de Caxias do Sul ligencia que se dá aô art. 23 da Constituição,
1
para abrir-se a sessão da Assembléa Geral:
Somma & 2.? Que o numero de Senadores ausentes era
de dezoito:
3.° Que neste numero comprehendiam-se tres de quatorze annos occupou nesta Gamara, que o
Senadores, que exerciam dentro do Império com- Sr. Eusebio de Queiroz sobresahio sempre pelo
missões do Governo, e sam elles: brilho de uma intelligencia superior.
O Sr. Barão de S Lourenço, Presidente da Como magistrado, e cotuo estadista, o illustre
Província da Bahia: Senador, pelo seu elevado merecimento, e por
O Sr. Barão de Itauna, Presidente da Provín- meio de serviços verdadeiramente, praticamente
cia de S. Paulo: relevantes, soube conquistar a estima, e o reco-
O Sr. Conselheiro João Pedro Dias Vieira, en- nhecimento dos seus concidadãos.
carregado, como membro do conselho naval, dos O sentimento publico pela perda de um cida-
exames e visitas a que se refere o art. 9o da Lei dão tam distincto manifestou-se por meio das
n. 874 de 23 de Agosto de 1856. mais significativas demonstrações
Dos 18 Senadores ausentes, a quem se expedio A segunda vaga déu se no dia 25 de Maio, ás
a c.rcular,somente quatro responderam, e foram 5 horns da manhã, pelo fallecimento do Sr. An-
os Senhores: tônio da Cunha Vasconcellos, nomeado Senador
Gabriel Mendes dos Santos, em Carta de 2 de por Carta Imperial de 23 de Dezembro de 1835.
Janeiro de 1868; ü Sr. Cunha Vasconcellos era, entre os que
•Thomaz Pompèo de Souza Brasil, em Carta de existiam, o membro mais antigo desta Camara.
6 do mesmo mez: A Carta Imperial da sua nomeação tinha sido
José Joaquim Fernandes Torres, em Carta de assignada pelo 1° Regente do Actô Addicional,
28 também do mesmo mez; o Sr. Diogo Antonio Feijó, e referendada, como
Barão de Antonina, em Carta de 25 de Feve- Ministro do Império, pelo aetual Presidente do
reiro. Senado.
A resposta dos Srs. Senadores é que Suas Ex- Tendo prestado juramento, e tomado assento
celleneias pretendiam achar-se na Corte no dia em 18 de Maio de 1836, o Sr. Cunha Vasconcellos
que o Regimento determina. occupou a cadeira de Senador por mais de trinta
e dous annos, e n- ste longo espaço de tempo foi
XX. constantemente um companheiro leal, e zeloso
no exercioio de suas funcções legislativas, sa-
TERCEIRA CAUSA. crificando ao desempenho d°e seus árduos devo-
Demora na eleição para preenchimento das res, como representante da nação, o descanço e
vagas de Seaa*dores.—Vagas que ha no Se- a saúde.
nado, e processo para o seu preenchimento.— A terceira vaga deu-se no dia 7 de Julho pelo
Do Sr. Eusebio de Queiroz.—Do Sr. Cunha fallecimento do Sr Francisso de Paula de Al-
Vasconcellos. — Do Sr. Paula de Almeida.— meida e Albuquerque.
• Numero de vagas existentes.-—Tempo decor- Nomeado Senador por Carta Imperial de 27 de
rido depois de cada uma das vagas. Septembro de 1838, e tendo prestado juramento,
e tomado assento em 3 de Octubro seguinte, o
Sr. Paula e Albuquerque exerceu o mandato le-
Do § 16 do relatório n. 133 de 27 de Abril de gislativo por espaço de quasi trinta annos, de-
1868, vê se que nessa occasião existiam no Se- sempenhando com zelo, e dedicação, emquanto
nado oito vagas, a saber; as forças nam o abandonaram inteiramente, a
Pela Província do Amazonas 1 elevada missão, de que fôra investido.
Pela da Bahia 1 Nam estando ainda preenchida com o necessá-
Pela do Ceará 2 rio assento no Senado nem uma das vagas, de
Pela de Minas Geraes • 1 de que se acaba de fazer monção, é manifesto
Pela de Petnambuco 1 que as vagas, que actualmente" existem, vem a
Pela do Rio Grande do Norte.. 1 ser onze, a saber ;
Pela de S. Pedro do Sul 1 Pela Província do Amazonas 1
Total 8 Pela da Bahia 1
No decurso da sessão de 1863 occorreram mais Pela do Ceará 2
tres vngas, a saber: Pela de Minas Geraes 1
Pela Província do Rio de Janeiro 1 Pela de Pernambuco 2
Péla da Parahyha 1 Pela do Rio Grande do Norte .... í
Pela de Pernambuco 1 Pela de S. Pedro do Sul 1
Pela do Rio de Janeiro 1
Total 3 Pela da Parahyba . 1
A primeira destas tres vagas deu se pelo falle- Total '11
cimento, no dia 7 de Maio ás 11 horas e um O espaço de tempo, que tem decorrido até ago-
quarto da noite, do Sr. Eusebio de Queiroz Cou- ra depois de cada uma destas vagas, é o que
tinho Mattoso Gamara, que tinha sido nomeado consta do quadro que era seguida vai formulado,
Senador por Carta Imperial de 17 de Maio de iudicando-se nelle as Províncias, a que corres-
1851, e que prestou juramento, e tomou assento pondem as vagas, e o dia do fallecimento de cada
no dia 22 do mesmo mez. um dos Senadores, que devem ser substituídos,
Nam foi sómente na cadeira, que por espaço e que ainda nam o foram.
— 33 -

DATA EM QUE SE REALISARAM NUMERO DE


VAGAS EM CADA
DESIGNAÇÃO DAS AS VAGAS PELO FALLEC1MENTO TEMPO DECORRIDO DEPOIS PROVÍNCIA
PROVÍNCIAS DOS SENADORES, QUE TEM DE DAS VAGAS QUE TEM DE SER
SER SUBSTITUÍDOS PREENCHIDAS

Amazonas 37 de Septembro de 1867 jUm anno e sete mezes


Dous annos, tres mezes, e oito
Bahia . i 19 de Janeiro de 1867. dias
Quatro annos menos um mez
Oearíi i 27 de Maio de 1865 — Tres annos, seis mezes, e vinte
5 de Octubro de 1855. e dous dias
Minas Geraes, Um anno, oito mezes, e dez
17 de Agosto de 1867. dias
Um anno, dous mezes, o cinco
dias
f"—«" i itarwtó!?; Nove mezes, e vinte dias—
Rio Grande do Norte... 30 de Janeiro de 1868. Dous annos, dous mezes, e vinte
oito dias;
S. Pedro do Sul 23 de Junho de 1860. Dous annos, dez mezes, e quatro
dias
Rio do Janeiro 7 de Maio de 1868. Onze mezes, e vinte dias 1
Parahyba 25 de Maio de 1808. Onze mezes, e dous dias I

Total. II

Além deste quadro mandou a Mesa organisar Consideradas todas as vagas, e o tempo de"
outro, que se acha annexo sob ou. 12 na 2a serie corrido depois dcllas até agora, o termo médio
de documentos, contendo explicações mais de- de demora no preenchimento de cada uma, vi-
talhadas. ria a ser até hoje de dous annos.
Asa explicações, que contém, sam. A respeito da Província do Ceará occorre ou-
1. —A designação das Provincias, por onde tra circurastancia digna de referir-se ao Senado,
existem as vagas: e vem a ser, que entre os quatro Senadores elei-
2.!1—Os nomeados Senadores,cujo falleciinento tos por esta Província o único que assistio ás
abrio as vagas; sessões legislativas d3 1866,1867 e 1BC8, é o Sr.
3.a-Os dias do fallecimente, que vêm a ser os Thomaz Pompêo de Souza Brasil, que prestou
das avagas : juramento, e tomou assento nesta Gamara em
4. —Os dias em que se proceleu em cada Pro- il de Fevereiro de 1864.
vinciaa nova eleição t into primaria, como secun- Do# outros tres Senadores do Império eleitos
daria a
pa:a preenchimento das vagas: pela Província do Ceará dous falleeeram muito
5. —Os nomes dos cidadãos, escolhidos entre antes de abrir-se a sessão da 1866, e ainda os
os das listas tríplices, e nomeados Senadores : seus lugares nam se acham preenchidos, e o ou-
6.1—A datadas Cartas Imperiaes de nomeação. tro o Sr. Francisco de Paula Pessoa nam tem
Conforme o quadro acima transcripto, o má- comparecido ás sessões depois da de 1864, como
ximo de tempo decorrido entre uma vaga e o a Mesa já informou ao Senado.
seu preenchimento, aliás ainda nam realisado, Dos tres Senadores pela Província de S. Pedro
é o de tres annos e onze mezes, c o minimn o do Rio Grande do Sul, apenas um assistio ás
de nove mezes e vinte dias, dando-se a priméir < sessões de 1867 e 1868.
hypothese na vaga que pela Província do Ceará E' o Sr. Barão do Rio Grande.
deixou no Senado o Sr. Cândido Baptista de D ,s outros dous Senadores por aquella Pro-
Oliveira, fallecido em 2~ de Maio de 1865, e a víncia, o Sr. Barão de Quarahim falleceu em
segunda na vaga, que pela Província de Per- Pisa em 23 de Junho de 1866, e o seu lugar ainda
nambuco deixou o Sr. Francisco de Paula de nam se acha preenchido, e o Sr. Duque de Caxias
Almeida e Albuquerque, fallecido nesta Côrte nam compareceu naquellas duas sessões por estar
em 1 de Julho de 1868. ausente no exercício ao commando em chefe das
5
- 34

forças brasileiras em operações contra o Governo Aconteceu, porém, infelizmente nam se con-
do Paraguay, como já em outro lugar se expôz. cluir durante toda aquella sessão legislativa, o
processo la verificação dos poderes.
XXI. Consultando se os Anaaes, vô se que a res-
i eito do assumpto. de que se trata, o processo,
Senadores nomeados, mas de que ainda nam es- que houve, e os termos, em que elíe ficou, sam
taca verificados os poderes —Processo de veri- como succintamente se passa a expôr. - o
ficação de poderes no Senado acerca de alguns Em sessão de 19 de Maio de 1868, o Sr I Se-
Senadores nomeados. — Senadores nome idos, cretario deu conta, e fez a leitura das Cartas
de que ainda nam se apresentaram ao Senado Imperiaes, pelas quaes eram nomeados Senado-
as Cartas Imperiaes de nomeação.—Informa- res do Império o Sr. Conselheiro José Antonio
ção relativa á eleição feita na Província do Saraiva, eleito pela Provincia da Bahia, e os
Amazonas. — Declaração do ex-Preaidente do Srs Conego Antouio Pinto de Mendonça e Con-
Conselho o Sr. Zacarias de Góes e Vasconcel- selheiro Joaquim Saldanha Marinho, eleitos pela
los.—Informação sobre a eleiç o feita na pro Provincia do Ceará.
vincia de Pernambuco. — Aviso do Ministério As Cartas Imperiaes foram na mesma sessão
do Império para proceder se á eleição de novos remettidas á Commissão de Constituição para
eleitores especiaes na Previncia de Pernambu- dar o seu parecer com urgência.
co —Protesto de alguns ex-Deputados da Pro- tím sessão de 5 de Junho leu-se, apoiou-se e
víncia de Pernambuco contra a ordem contida approvou-se o seguinte requerimento da Com-
no Aviso: e artigo publicado a este respeito missão de Constituição:
no Diário Official. c A Commissão de Constituição requer que
pela Repartição do Império se p°eçam as cópias
authenticas das actas de eleições parochiaes do
Para preencher as vagas, que ficam menciona- Ceará para Senadores que nam foram presentes á
das já foram escolhidos das respectivas listas Commissão para dar parecer sobre as eleições
tríplices na fôrma do art. 43 da Constituição, oe dessa provincia.
nomeados Senadores na fôrma do art. 101 § I : 1° Districto.—Freguezia de S. Bernardo 47
Pela Província do Amazonas, o Sr. Desemb tr- eleitores, Saboeiro 26, Aparé 17, Maria Pe-
gador imbrosio Leitão da Cunha por Carta reira 24.
Imperial de 15 de Janeiro de ISfiJ. . . 1 2« Districto.—Freguezia de Santa Quiteria 15
Pela daBjhia, o Sr Conselheiro José Antô- eleitores.
nio Saraiva por Carta Imperial de 12 de Oc- 3o Districto. — Freguezia do Icó 45 eleitores.
tubro de 1867 1 Total 147 eleitores.
Pela do Ceará, os Srs. Conego Antonio Pinto Em sessão de 8 de Junho foi lido, apoiado e
de Mendonça, e Conselheiro Joaquim Sal- approvado o seguinte requerimento do Sr. Se-
danha Marinho por Cartas Imperiaes de 36 nador Pompêo:
de Maio de 1868 2 « Requeiro que pela Repartição do Império se
Pela de Minas Geraes, o Sr. Conselheiro Fran- peçam os relatórios dos presidentes do Ceará,
cisco de Paula da Silveira Lobo por Carta os Srs. João de Souza Mello e Alvim e Pedro
Imperial de 22 de Julho de 1868. ... 1 Leão Velloso sobre as eleições senatoriaes da-
Pela do Rio-Grande do Norte, o Sr. Conse- quella provincia. »
lheiro Francisco de Salles Torres Homem Em sessão de 13 de Junho leu-se um officio do
por Carta Imperial de 22 de Julho de 1868 J. Sr. Ministro do Império, datado de 9, parlici-
Total . . "6 pando ao Sr. 1° Secretario, para ser presente ao
Senado, que naquella d^.ta expedia Aviso ao Pre-
Terão de ser escolhidos das respectivas listas sidente da Provincia do Ceará, a fim de ser por
tríplices, e nomeados Senadores na fôrma do elle satisfeita a requisição do Senado.
art. 101 da Constituição : Em sessão de 4 de Julho leu-se outro officio do
Pela província da Parahyba 1 Sr, Ministro com data de 3, transmittindo as
Pela de Pernambuco 2 actas da eleição primaria, a que se procedera no
Pelo do Rio Grande do Sul 1 anno de 1861, nas parochias de S. Bernardo e
Pela do Rio de Janeiro 1 Limoeiro, para preenchimento de duas vagas de
Total. T, 5 Senadores pela Pr .vincia do Ceará.
Este officio, cora todos os documentos annexos
As Cartas Iraperias de nomeação para Sena- foi na mesma sessão remettido áCommissão de
dores do Império do Srs. Con-elheiros José An- Constituição
tonio Saraiva e Joaquim Saldanha Marinho, bem Ultimamente, em ses ão de 17 de Julho, o Sr.
como a do Sr. Conego Antonio Pinto de Men- Senador Silveira da Motta pedio a palavra pela
donça, foram presentes ao Senado, logo no prin- ordem, e disse, dirigindo-se ao Presidente do
cipio da sessão de 1868, afim de verificar, de Senado :
accordo com as regras do seu regimento interno, « E' para pedir a Y. Ex. a nomeação de um
como determina o artigo 23 da Constituição, os terceiro membro para a Commiseào de Consti-
poderes dos nomeados. tuição, porque um dos membros desta commis •
- 35 —

sào está hoje no Ministério. V. Ex. e o senado Conselheiro Francisco de Salles Torres Ho-
sabem que a Commissao tem de dar seu p irecer mem, pela do Rio-Grande do Norte.
sobre duas eleições, que estam affectas ao seu Tendo porém o Senado de verificar na actual
conhecimento. Tem-se demorado este parecer, e sessão legislativa os poderes de cada um dos três
a (lommissSo nam deseja incorrer na resp nsa- dignos cidadãos, que mereceram a escolha da
bilidade da continuação da demora. Por isso Cotôa para o fim de serem nomeados Senadores
peço que se nomêe esta terceiro membro com do Império, nam pôde a Mesa deixar de recordar
urgência. » ao Senado, como informação indispensável, uma
Em sessSo de 18 de Julho o Sr. Presidente cireumstanda, que occorre Acerca da eleição, a
nomeou o Sr. Senador Francisco Octaviano de que se procedeu na Província do Amazonas.
Almeida Rosa para subítituir, como membro d i A circumstancia consta dos Annaes, e é a que
Commissão de Constituição, o Sr. B irão de Co- se passa a referir.
tegipe, que tinha sido nomeado ministro da Ma- Em sessão de 17 de Julho annunciou ao sena-
rinha. do o Sr. Senador Zacarias de Góes e Vasconcel-
Dos Annaes da sessão de 1868 nada mais do los que o gabinete de 3 de Agosto, de que Sua
que isto consta a respeito do parecer que a Com- Excellencia fôra Presidente, tinha pedido, e al-
missão de Constituição fôra encarregada de dar cançadoasua exoneração,ejulgando deseudever
sobre a eleição da Província do Ceará no pro- expor ao Senado a causa, e o modo deste acon-
cesso de verificação de poderes dos dous cida- tecimento, o illustre ex-Presidente do Conselho
dãos, que tinham sido escolhidos da dupla na parte do discurso, que comprehende a ques-
lista tríplice na fôrma do art. 23 da Constituição, tão, de que se trata, expriraio se nos seguintes
e nomeados Senadores na fôrma do art. 101 § Io. termos:
Pelo que pertence á eleição da Província da « No fim do despacho de s ibbado, 11 do cor-
Bahia, cujo exame fôra egualmente sujeito á rente, Sua Magestade o Imperador declarou: Io,
Cotmnissão de Constituição no intuito de poder que e-colhia Senador por Minás Geraes o Sr.
o Senado verificar os poderes do Sr. Conselheiro Conselheiro Francisco de Paula da Silveira Lo-
José Antonio Saraiva, escolhido da respectiva bo; 2°, que igualmente escolhia Senador pelo
lista tríplice, e nomeado Senador do Império, Rio Grande do Norte o Sr. Conselheiro Francisco
nada encontrou a Mesa nos Annaes, que a habi- de Salles Torres Homem : 3o, que no tocante á
lite para informar com exactidão sobre as cau eleição do Amazonas tinha uma duvida, sobre a
sas, por certo muito attendiveis, que retardaram qual' desejava que reflectissemos, e era; si lendo
o parecer, que deveria ser apresentado com ur- sido contemplado na lisla Iriplice o nome de um cida-
gência. dão que fora votado sem haverem decorrido seis mezes
Entretanto, depois de feita a escolha, e nomea- depois que d-ixára o exercido do cargo de Presiden-
ção do Sr. Conselheiro José Antonio Saraiva te daquella Província, em virtude de remoção, contra
para Senador do Império, na fórm% dos arts. 43, o disposto no § Io art. 4o da Resolução de 18 de
e 101 § Io da Constituição, um dos cidadãos in- Agosto de 1860, devia ou nam fazer a escolha »
cluídos na resp ctiva lista tríplice, o Sr Álvaro Tendo-se realisado a escolha, licito é inferir
Tiberio Moncorvo de Lima falleceu na Cidade da deste facto que o Gabinete, depois de ter reflec-
Bahia no dia 17 de Dezembro de 18G8, segundo tido, foi de opinião que o Poder Moderador na
annunciaram alli diversos Diários, e no Rio de hypothese, de que se trata, devia fazer a escolha
Janeiro o Jornal do Commercio n. 335 de 22 do nam obstante ter sciencia e consciência de que
referido mez. a lista tríplice, que lhe fôra apresentada, na
Assim que, tendo sido dissolvida a Gamara fôrma do art. 43 da Constituição continha o
dos Deputados por Decreto de 18 de Julho, e nome de um cidadão, que tinha sido votado
nam se tendo o Senado reunido depois disso contra o disposto em uma lei.
senam no dia 20 em que o Decreto foi recebido, Já se disse que ainda tem de ser nomeados
e lido em sessão, a verificação dos poderes do alguns Senadores, sendo dous pela Província de
Sr. Conselheiro José Antonio Saraiva, nomeado Pernambuco, onde se deve ter procedido a elei-
Senador do Império por Carta Imperial de 12 de ção de eleitores especiaes no dia 31 de Janeiro, e
Octubro de 1807, e dos Srs. Ci nego Antonio á de Senadores no dia 4 de Março deste anno.
Tinto de Mendonça, e Conselheiro Joaquim Sal- Assim corre á Mesa o dever de informar
danha Marinho, nomeados Senadores do Império também ao Senado de uma circumstancia, que
por Caria» Imperiaes de 16 de Maio de 1868, se refere a esta eleição.
ficou adia la, tendo o Senado de occupar-se Tendo fallecido em 22 de Fevereiro de 1868 o
agora deste objecto, que o Regimento considera Sr. Antonio Coelho de Sá e Albuquerque, Sena-
urgente. dor pela Província de Pernambuco recommen-
Nam foram ainda presentes ao Senado as Car- dou o Governo por Aviso de 27 de Março que se
tas Imperiaes, pelas quaes foram nomeados Sena- procedesse alli a eleição de eleitores especiaes
dores do Império os seguintes Senhores : para preenchimento dá vaga, que se dera no Se-
Desembargador Ambrosio Leitão da Cunha nado.
eleito pela Província i. o Amazonas. A eleição de eleitores especiaes fez-se no dia
Conselheiro Francisco de Paula da Silveira 28 de Junho do mesmo anno, e um mez depois
Lobo, pela de Minas-Geraes. deviam na fôrma do art. 68 da Lei n. 387 de 19
— 136 —

de Agosto de 1846, reunir-se os collegios eleito- putados, como o artigo publicado no DiárioOfíi-
raes, que tinham de votar para preenchimento cial, acham-se annexos ao presente relatório na
daquella vaga, bem como de outra, que sobre- segunda serie de documentos, aquelle sob n. 13,
viera pelo falleeimento, no dia 7 de Julho de e este sob n. 14.
1868, do Sr. Francisco de Paula de Almeida e O Senado poderá em occasiâo opportuna con-
Albaquerque, Senador pela mesma Província de sultar facilmente estes documentos, si assim lhe
Pernambuco. parecer necessário, ou conveniente.
Como porém fosse dissolvida a Gamara dos
Deputados por Decreto de 18 do referido mez XXII.
de Julho, recommendou o Governo pio Minis- Necessidade de se preencherem as vagas cora
tério do Império ao Presidente da Província de promptidão, e considerações sobre o assumpto.
Pernambueo, em Aviso de 21 do mesmo mez de —Projecto iniciado na Gamara dos Deputados
Julho, que expedisse com a precisa diligencia, e
brevidade as ordens nescess rias para que no na sessão legislativa de 1866.—Opinião ma-
dia 2 deAgosto, marcsdopara a eleição secunda- nifestada pela Commissão de Constituição do
ria na Província, nam se reunissem os collegios Senado.—Exemplos de outros Estados.—Da
eleitoraes, visto terem caducado os poderes dos Inglaterra.—Da Bélgica.
referidos eleitores, e ser illegal, e sem vigor a
eleição, a que procedessem. A necessidade de se nreencherem no menor
O Aviso expedido é do teor seguinte : espaço de tempo possível as vagas, que occorrem
« Rio de Janeiro em 21 de Julho de 1868. no Senado, está hoje na consciência de todos.
« Hlni. e Exm Sr.—Com a dissolução da Ga- No intuito porém de se estudarem, e adoptarem
mara dos Deputados, levada aeffeito por Decre- as medidas legislativas mais efficazes. que para
to de 18 do corrente, findou nessa data a 131 le- aquelle fim convirá propôr, nam julga a Mesa
gislatura. inútil reproduzir mais uma vez as informações,
« Sendo certo, em vista do disposto no art. I.0 que a este respeito tem dado ao Senado em
do Decreto n.° 535 de 10 de Julho de 1850, que differentes relatórios anteriores.
os eleitores especiaes de Senador eleitos no A Lei n.0 367 de 19 de Agosto de 1846 dispõe
período de uma legislatura só dentro delia podem no art. 80 que, tendo de nomear-se algum Se-
legalmente funccionar, expirando seus poderes nador por morte, ou augmento de numero, se
com a dissolução da Gamara temporária, é evi- procederá a nova eleição de eleitores de paro-
dente que os eleitores, que nessa Província foram chia em dia designado pelo Presidente da res-
eleitos em 23 de Junho ultimo para apresentar a pectiva Província, o qual também marcará o dia,
Sua Magestade o Imperador os tres nomes, de em que se ham de reunir os collegios eleitoraes
entre os quaes tem o Mesmo Augusto Senhor de compostos dos eleitores entam nomeados.
escolher successor ao finado Senador Antonio O têor desta disposição ó para muitos argu-
Doeiho de Sa e Albuquerque, perderam pelo mento de que a eleição dos membros desta Ga-
lacto da dissolução da Gamara a attribuição, que mara nos casos, a que a Lei se refere, devo fa-
haviam recebido naquella eleição primária. E. zer-se no dia, que aprouver ao Governo, a quem
pois, Sua Magestade o Imperador, em vista do compete dar instrucções aos Presidentes das
citado Decreto, e do art. 112 da I ei n.0 387 de 19 Províncias.
de Agosto de 1846, ha por bem determinar a A diversidade de prazos, que tem mediado
vossa Excellencia que espeça com a precisa deli- entre as vagas e a eleição de novos Senadores
gencia, e brevidade as ordenc< necessárias para nos casos, que se mencionaram, e em outros,
que no dia 2,de Agosto, por Vossa Excellencia que nam é necessário mencionar, confirma a
marcado para a eleição secundaria, nam se verdade da asserção
reunam nessa Província os collegios eleitoraes, Para desvanecer a ultima duvida, que o Se-
visto terem caducado, os poderes dos referidos nado podesse ainda ter ácerca deste objecto, ahi
eleitores, ser illegal, e sem vigor a eleição, a que estaria o Decreto do Poder Executivo n. 2754 de
procederem. 19 de Dezembro de 1866, em virtude do qual a
« Deus Guarde a Voss i Excellencia.—Pauíino eleição de Deputados á Assembléa Geral foi
'osé Soares de Souza-—Sr. Presidente da Província adiada na Província de S. Pedro do Rio Grande
[Pernambuco. » do Sul para depois de terminada a guerra contra
Contra a ordem contid i no Aviso acima trans- o Paraguay, si o contrario não fosse resolvido
cripto protestaram pela imprensa em 23 de Ju- pela referida Assembléa.
lho oito membros da Gamara dissolvida, que ti- Esta Decreto, guardando absoluto silencio a
nham sido Deputados pela Província de Pernam- respeito da eleição de Senador, a que tinha tam-
buco, expondo os fundamentos que tinham para bém de proceder-se na Província, mostra, evi-
considerar a ordem uma infracção manifesta do dentemente que o Governo intendeu que, adiando
art. 80 da lei eleitoral de 1846, e no Diário Official a eleição de Senador, exercia um direito que lhe
n. 203 do 1» de Agosto publicou-se sob a rubrica pertence, nam incorrendo em responsabilidade
—Diário Official— um artigo, analvsaudo, e im- alguma perante as Camaras.
pugnando os fundamentos do protesto. Como quer que seja, na ultima sessão da le-
Tanto o protesto assignado pelos oito ex-De- gislatura de 1864 iniciou-se na Gamara dos De-
putados precedido de um discurso justificativo, doit pourvoir á la vacance será réuni dans le
um Projecto, determinando: delai d'un mois. »
1.» Que no chso de morte de um Senador, ou AMesa, tendo francamente exposto ao Senado
de nova eleição por augmento de deputação, o nos §§ 18, 19, e20 algumas das causas, que em
Ministro do Império na Côrte, e os Presidente- sua opinião podem contribuir para retardar o
uas Províncias mandarão proceder a eleição de andamento, e solução dos trabalhos desta Ga-
novo Senador, dentro do prazo improrogavel de seis mara, está convencida de que o remedio devo
meies, salvo o caso de invasão de inimigo, in- ser prompto para que o mal nam se aggrave com
terno ou externo, ou suspensão de garantias: a demora.
2.'' Que os parochos, ern cujas parochias falle- Nem a Mesa deve hesitar em dizel-o, nem o
cerem Senadores, eos Cônsules em paires estran- Senado desagradar se de ouvil-o.
geiros, dentro em trinta dias, remetterão certidão Em eircumstancias um poum analogas um
de obito de qualquer Senidor ao Ministro do Im- dos maio.es vultos do Parlamento inglez nam
pério, ou ao Presidente da respectiva Província, duvidou propor a nomeação de uma Commissão
sob pena de trezentos mil réis de multa. especial para inquirir, e oecupar-se do estado
O pr.jjecto foi assignado por vinte eoito mem- dos negocios sujeitos á deliberação da Gamara
bros da Gamara dos Deputados. dos Lords, a que pertencia, e do modo como de-
A base principal, em que o projecto assenta, veria proceder-sn a respeito.
e o principio de, fixar se por lei um prazo impro- Ft- i Lord Broughatn quem fez para esse fim
rogavel, dentro do qual deve proceder-se a elei- uma moção em sessão de 5 de Junho de 1837, e,
ção para preenchimento das vagas, que no Senado sustentando-a, disse:
occorrerem. «I almit, however, that we are bound flrst of
A Commissão de Constituição desta augusta alltosee what canbe done by Parliament itself;
Gamara já se declarou também a favor deste and therefore I trust ali will allow that it is tbe
princípio, accrescent mdo ser urgente a adopcão imperativo duty of tbe House to seek for are-
de uma medida legislativa neste sentido. medy as speedily as posdble to tbe existing
A Commissão de Constituição pronunciou-se evüs". I trust that thesubject, having been tbus
claramente nos termos que ficam indicados, em brought fonvard, tbe Hcuse will not allow itto
Parecer de 10 de Julho de 18o8, lido em sessão be put aside, eitber frora negligence, or from
de 13 do mesmo mez. despairing of a cure. » A moção foi approvada.
Aconselhando a rejeição da medida proposta
pela Mesa sobre o modo como dovôra calcular-se XXIII.
o numero de metade e mais um dos Senadores Informações sobra o arebivo, e livraria, bem
que o art. 30 do Regimento exige para poder como sobre o serviço da secretaria do Senado.
abrir-se a sessão, diz a Commissão de Constitui- —Arebivo. O seu estado no principio da ses-
ção no referido parecer: são de 18Í57 —Trabalhos posteriores á sessão
« O inconveniente que se nota, e se procura de 1867.—Utilidade dos urebivos.
acautelar com a disposição proposta desappare- Além dos trabalhos propriamente legislativos
cerá, desde que se resolver, como urge, que dada a
vaga deum senador, seja ella preenchida dentro de da sessão de 1868, que sam os assumptos, sobre
um prazo marcado em lei. » que versam, pela maior parte, ss informações
contidas em tod s os antecedentes paragraphos,
A base do projecto, offerecido na Camnra dos outros assumptos ha, e nam poucos, de que o
Deputados, é com eííeito a regra, que se acha Senado deve ter conhecimento.
estabelecida na pratica, o na legislação de ou- Ta es sam, por exemplo, os (fue se referem á
tros Estados regidos pelo systemarepresentativo. organisação do arebivo, e da livraria do Senado
Dentre elles citaremos dous, que podem sem e ao serviço da Secretaria
contestação servir de modêlo para imitar-se, e A Mesa pede licença para occupar por mais
de exemple para seguir se. algum tempo a attençâo do Senado, tratando,
Na Inglaterra, a Gamara dos Communs, no ca- primeiramente, do arebivo, em segundo lugar
so de vacancia por morte de algum d« seus mem- da Livraria, e depois da Secretaria.
bros, pela elevação ao pariato, ou por alguma O estado, em que se achavam os trabalhos re-
outra causa, c aquc, estando reunida, ordena o lativos ao arebivo no principio da sessão legis-
preenchimento do lugar, que veio a vagar; e si lativa de 1867, era o seguinte •
a vaga se dá, nam estando reunida a Gamara dos Tinha-se mandado preparar, para o fim de en-
Communs ( during lhe recess) esta attribuição cadernar se opportunamente, o Io volume da col-
compete ao Presidente. lecção das Fallas do Tbrono na abertura e encer-
E' isto o que se lê no Tratado de May sobre as ramento das sessões legislativas desde 1826 até
leis, e pratica do Pailamento—Livro 2 °, Capitu- 1866.
lo 22.0 paginas 582 e 585. Estavam encadernados vinte tomos, formando
Na Bélgica, a lei eleitoral de 3 de Março de a eollecçâo dos autograpbos dos Decretes, e Re-
1831 contém no art. 50 a seguinte disposição: soluções da Assembléa Geral, que o Senad i tinha
81
.« En cas de vacance par option, décès, démis- dirigido á Sancção Imperial, durante aquelle
on, ou autrement, le collège électoral qui mesmo período.
— 38 —

^Tinha-se dado começo á colleccão dos auto-


graphoü dos Decretos, e'Resoluções, que a Ga- NUMERO D2
mara dos Deputados tem enviado ao Senado des- AUTOGRAPHOS
de ]82'5, e que (■ Senado tem approv^do. e diri- TOMOS ANNO - TOTAL
gido á Sancção Imperial na forma do art 63 da
Constituição. Decretos Resoluções
A colleccão destes autographos compunha se
entam de sete tomos, comprehen lendo os annos l.o 1826 a 1827 33 83 116
decorridos de 1826 a 1836. 2.0 1830 13 68 81
Nas collecções de autographos, assim na dos 3.o 1831 10 114 124
do Senado, como na dos da Gamara dos Depu- 4.° 1832 4 105 109
tados, cada um dos respectivos tomos é prece- 5.o0 1833 e 1831 9 82 91
dido de um indice explicativo. O. 1835 3 99 102
O índice de cada tomo da Gollecçâo dos auto- 7.° 1836 67 67
graphos do Senado divide-se em seis columnas 8." 1837 2 119 121
com as seguintes inscripções : D.» .838 e 183D 3 69 72
1.* Data dos autographos dirigidos á Sancção 10 0 1840 e 1811 10 119 129
Imperial • 11.» 1813 a 1846 5 97 102
12.° 1817 a 1848 1 98 99
2." Data dos projectos correspondentes envia- 13." 1850 8 56 64
dos ao Senado pela Gamara dos Deputados : 14.° 1851 a 1853 9 87 96
3.* Disposição da Resplução, ou Decreto diri-
gido á Sancção Imperial Somma .. 110 1263 1373
4.* Data da Sancção Imperial:
5." Numero e data do Decreto de promul- Os archivos foram sempre entre as Nações
gação ; cultas objeoto da solicitude dos Poderes Pú-
6.' Designação da pagina, onde se encontra o blicos.
Decreto, assim na colleccão dos autographos Além de outras provas, que mostram a impor-
do Senado, como na das Leis. tância, que se dá aos archivos, recommendam-
Um indice quasi egual precede também cada se especiolmente, pela autoridade de quem os
um dos tomos da Colleccão dos autographos das escreveu, os artigos que a tal respeito se lèm no
Resoluções e Decretos, que a Gamara dos De- Diccionario geral de política do Sr. Block, e no
putados envia ao Senado. Repertório de Administração, e de Direito admi-
Já se vê que a formação destes Índices exige nistrativo dos Srs. Brouchère e Tiellmans na pa-
muito cuidado e trabalho para evitar-se o menor lavra Archivos-
engano ou omissão. Razão portanto de soora assiste á Mesa para
Depois da sessão legislativa de 1867 nam se proseguir sem descanço no empenho, que tomou
descançou na tarefa de organisar o archivo, e de levar ao cabo com a maior brevidade possível
pôde dizer-se que nr m se tem feito pouco. a organisação do Archivo, que pertence ao Sena-
O 1° volume da Gollecçâo das Fallas do do, tendo motivos para persuadir-se que no
Throno angmentou-se com "as fallas de aber principio da sessão legislativa de 1870 poderá
tun. e encerramento da sessão legislativa de 1867, ella ter a satisfação de informar que a tarefa,
e com a da «bertura da de 1868. que se propoz, está concluída, pelo menos
Este Io volume é precedido também de um quanto aos document 'S mais importantes, que
indica explicativo, declarando-se nelle ; existem, e que releva preservar sem demorada
1.° Os dias, e o lugar da abertura e do encer- qualquer extravio, ou deterioração.
ramento :
XXIV.
2.° O dia da celebração da Missa do Espirito
Santo na Capella Imperial. Livraria. — Requerimentos feitos em 1826 para
Fez-se, e encadernou-se um outro tomo com a qiie o senado tivesse uma Livraria. Trabalhos
numeração de XXI, contendo os autographos dos feitos em 1860.—Estado da Livraria em 1660 e
Decretos, e Resoluções da Assembléa Geral, que augmento que esta tem tido de 1860 a 1878.
o Senado dirigiu á Sancção Imperial no anno Designação do empregado, a quem se com-
parlamentar de 1868. metteram os trabalhos relativos ao Archivo e
A colleccão dos autographos que a camara dos Livraria.
deputados "tem enviado ao Senado, augmentou se
com mais sete tomos, que já se acham encader-
nados comprehendendo os annos de 1837 até Das actas desta Augn.ta Camara correspon-
18Õ3 iaclusivamente. dentes á sessão legislativa de 1836, vê-se que um
Cada um dos tomos contém separadamente os dos assumptos que occuparam desde logo a
autographos de um ou mais annos, como se vê attençâo do Senado, foi a necessidade de orga-
do seguinte quadro- nisar-se uma Livraria.
— 39

Neste sentido discursaram, e mandaram á Como um acto de merecido louvor, e ao mes-


Mesa diversos requerimento», que o Senado ap- mo tempo de justiça, dever é da Mesa informar
Provou, os Sis. Senadores Barão de Cayrú e ao Senado que os trabalbos, de que tem feito
Marquez de Barbacena. menção,concernentes á organisação do Arcbivo,
A organisação da Livraria desta Gamara é um e da Livraria do Senado, foram commettidos ao
objecto de tanta impo tancia, e alcance, que a Sr. José Francisco deSousi Bracarense, e cora
Mesa nam pôde prescindir de tr -tar delle com o satisfação de Mesa por elje desempenh idos com
desenvolvimento necessário em um parecer es- zelo e provada inteüigencia.
peciaj, que opportunamente será presente ao Tt.ndo a Mesa, durante a sessão legislativa de
1868, requis tado de S. Ex o Sr. Zacarias de Góes
Entretanto convém informar desde já ao Se- e Vasconcellos, Presidente do Gabinete de 3 de
nado; Agosto, e Ministro da Fazenda, um empregado
E0 Que se fez o inventario de todas as obras de sua repartição para auxiliar os trabalhos da
exis'entes na Livraria do Senado. Secretari i do Senado, foi designado para este fim
o Sr. Jnsé Francisco de Souza Bracarense que,
2-0 Que se procedeu depois ácl issificação dassendo 1.° offlcial, e Chefe de uma das secções da
obras conforme as matérias scientiflcas, de que Secretaria do Ministério da Fazenda, ficou na
tratam, proferindo-se para classidcal-as o sys- classe dos addidos á Secretaria do mesmo Minis-
tema de divisão das sciencas adoptado pelo Sr. tério em virtude da ultima reforma, para a qual
Bouillet, por parecer á Mesa que, si esso sys- foi autoris ido o Governo pelo art. 36 § 3° da Lei
tema nam pôde ter pretcnçbes a um grande u. 1507 de 26 de Septembro de 1867.
rigor, ó pelo m nos mais simples, e mais con- Este empregafo, que tem correspondido per-
íorme ás divisOes estabelecidas pela pratica, e feit imenteá confiança de quem o designou, epelo
admittidas nos tratados de Bibliographia. seu merecimento adquirido a da Mesa, está
3 ° Que, segundo esta divisão, formulou-se o ainda no exercício da commissão, que lhe foi
catalogo de todas as obras, o qual contém : Io o dada na Secretaria do Senado, onde os seus ser-
titulo das obras; 2° a designação dos autores; viços têm sido, e podem continuar a ser de mui-
"" 0 anno, logar e formato da edição ; 4" o nu- ta^tilidade.
niero de exemplares e de volumes de cada uma Logo que foi organisado o Gabinete de 16 de
das obras; 5o a numeração assim da estante, Julho, appressou-se a Mesa em communicar ver-
sm que se acha a obra, como da mesma obra na balmente a S. Ex. o Sr. Visconde de Itaborahy,
estante. Presidente do novo Gabinete, e Ministro da Fa-
4.» Que além do catalogo fez-se também um zenda, a razão e o fim que justificavam a pre-
índice por ordem alphabetica, contendo os no- sença de um dos empregtdos do seu Ministério
mes dos autores das obras. na Secretaria do Senado.
O quadro que se segue, mostra o numero de XXV.
obras propriamente taes que existiam na Livraria
do Senado no anno de 1801 e os volumes corres- Serviço da Secretaria. Licenças concedidas ao
pondentes, bem como o augmento que tem tido Offlcial-Maior; e dispensa de alguns offlciaes
a Livraria depois de 1801. da Secretaria, e empregados da Casa no in-
Cumpre ainda accrescentar que entre as obras tervallo da sessão legislativa.—Amanuenses
existentes em 1801 contemplou a Mesa ; da Secretaria, e empregados da Casa que con-
tinuaram a servir sem interrupção.— Pessoal
o«•00 S Moniteur
ü Mirror .... com
of Parliamtnt. 7.) volumes
com 36 volumes. existente depois da reforma de "1863, compa-
rado com o designado no Regimento interno.
— Quadro demonstrativo dos trabalhos feitos
Total 115 na Secretaria desde 21 de Agosto de 1866 até
Quadro 31 de Dezembro de 1868 — Melhoramento, e
desenvolvimento do serviço da Secretaria —
Requerimento dos Offlciaes e Amanuenses da
1 Secretaria do Senado para que se egualem os
DIFFERENÇA PARA MAIS seus vencimentos aos dos da Secretaria da Ga-
ANNOS OBRAS VOLUMES ^ mara dos Deputados.—Inf rmação da Mesa.
Obras Volumes ^ O Offlcial-Maior da Secretaria o Sr. Ângelo
Thomaz do Amaral e.m requerimento datado e
1801 assignado no dia 1.° de Julho de 1868 pedio ao
81 187 Senado um anno de licença para tratar onde
1868 149 lhe eonvi Síe da sua saúde," que se achava arrui-
545 j 118 358 nada
Tendo resolvido o Senado, em sessão de 17 do
SOMMA. mesmo mez, de accotdo com o parecer da Mesa
180 732 | n. 168, e data do dia 9, que se concedesse a li-
cença sómente por dez mezes, com os respec-
— AO

tivos vencimentos, tem servido como Offlcial- O Senado sabe perfeitamente que o pessoal
Maior interino, desde entam até agora o Sr. Pe- da Secretaria ficou reduzido, em virtude da re-
dro Antonio de Oliveira forma feita em 1863, a um Offlcial Maior, tres
Era este o empregado, a quem competia sub- Offiei-ies, e dous Amanuenses, quando aliás pelo
stituir o Offlcial-Maior na fôrma do art, 27 do art. 134 do Regimento interno havia anterior-
Regulamento de 15 de Dezumbro de 1833 pela mente na Secretaria, além do Offlcial-Maior, seis
razão de estar encarregado do archivo, e biblio- Offlciaes menores.
tbeca do Senado, em virtude de Portaria expe- Assim que, areducção effectuada nam só com-
dida pela Presidência em 16 de Novembro de 1867.
Cumpre além disto mencionar a circumstancia prehendeu o numero de empregados, mas teve
de que o mesmo empregado já tioha exercido egualmente por fim diminuir a despeza.
interinamente o lugar de Official-Maior, duran- Mediante a fiel execução das cláusulas inser-
te o seaipo de duas licenças, que o Sr. Ângelo tas no Pai ecer n. 3 de 28 de Dezembro de 1863.
Thomaz do Amaral obtivêra anteriormente da persuade-se a Mesa ter conseguido o que se pro-
Presidência, uma dellas de um mez, desde o 1.» pozera, sem prejuízo algum, antes com vatagem
até o ultimo de Novembro de 1867, e a outra de do serviço do Senado.
dous mezes, desde o 1' de Dezembro de 1867 As principaes daquellas cláusulas sam;
até o l." de Ferereiro de 1868, devendo por con-
seqüência attender-se á experiência já adquiri- 1.° Melhorar o serviço, simpliflcando-o, divi-
da, por ser ella uma das condiçOes, que mais dindo-o, e distribuindo-o convenientemente:
habilitam para bem servir. 2.° Prescrever as habilitações dos candidatos
O Official-Maior interino tem com effeito pre- aos lugares da Secretaria, 'de accordo crm a
enchido os deveres do cargo com assiduidade, especialidade do serviço que lhes cumpre des-
zelo, e aptidão. empenhar, confiando tudo no pesi, e pouco ou
O Offlcial da Secretaria o Sr. Cândido José de nada no numero dos empregados :
Araújo Vianna foi dispensado por quatro mezes 3.° Firmar regras, que sejam verdadeiras ga-
do serviço da Secretaria do Senado para auxi-
liar os trabalhos concernentes ao Conselho de rantias
obstáculo
para o acerto das nomeações, e nam
umas vezes, e outras escudo para a
Estado pleno, como competentemente requisi- auctoridade, que nomêa, e que deve ser tam li-
tara ao Sr. Ministro do Império o Secretario do vre, como discreta no exercício desta attribuicão;
mesmo Conselho o Sr. Visconde de Sapucahy. 4.» Fixar com clareza os direitos e obrigações
A dispensa começou no Io de Septem-
bro de 1838, e devia' terminar no l" de Ja- de cada um empregado, bem como as penas cor-
neiro do corrente anno; mas, como o Offlcial respondentes á violação destas obrigações, para
dispensado nain se apresseatasse na Secretaria que nam seja illusono, nem illudido o principio
do Senado senam no dia 11 de Fevereiro se- da responsabilidade.
guinte, considerou-se a dispensa prorogada até A Mesa tem a honra de apresentar ao Senado
esse_dia nos termos do art. 46 do Regulamento o quadro annexo sob n. 15 na segunda serie de
de 15 de Dezembro de 1863. documentos, contendo o resumo dos trabalhos
O Offlcial da secretaria o Sr. Alonzo Carneiro da Secretaria do Senado desde 21 de Agosto de
Pestana de Aguiar, allegando incommodos de 1866 até 31 de Dezembro de 1838.
saúde, pedio que se lhe concedesse dispensa de
comparecer na Secretaria por espaçi de sessenta n. Tendo offerccido ao Senado, com o Parecer
64 de 25 de Agosto de 1866, um quadro simi-
dias.
Por despaeho da Presidência de 13 de Janeiro Ihante que se limitava aos trabalhos da Secreta-
do corrente anno concedeu-se a dispensa pedida ria do Senado desde 4 de Março até 20 de Agosto
do anno de 1836, disse cntam a Mesa que nam
nos termos do citado art. 46.
Este Offlcial apresentou-se na Secretaria no era elle uma obra perfeiti, mas apenas um en-
dia i6 de Março. saio, que se fazia, o um precedente que se esta-
Continuaram a comparecer diailamente na belecia para preparar, e reunir no fim de cada
Secretaria, sem interrupção alguma, com satis- anno parlamentar dados, e esclarecimentos es-
fação da Mesa, e vantagem do serviço, os dous tatísticos que no futuro poderiam ser consulta-
Amanuenses cs Srs. Francisco Nunes de Souza, dos, e aproveitados com vantagem do serviço do
e Manoel Paulo de Mello Barreto. Senado.
Pelo que pertence aos empregados da Casa tempo Continuando na mesma tarefa, com relação ao
foram todos dispensados,'dura.nte o intervallo de deccorrido de 21 de Agosto de 1836 até 31
da sessão, nos termos do já citado art. ,46 do Re- Dezembro de 1868, nada mais faz a Mesa nesta
gulamento de 15 de Dezembro de 1833, com ex- trahiraoccasião do que satisfazer ao empenho que con-
cepçào do Continuo, que serve de porteiro da
Secretaria, Eduardo Antonio de Padua, e do Consultando-se o quadro, a que a Mesa acaba
Correio Antonio Lopes Guerra, os quaes, com- de referir-se, vê-se que o numero, e natureza
parecendo também todos os dias na Secretaria, dos trabalhos feitos na Secretaria do Senado no
cumpriram sempre os seus deveres a contento resto do anno de 1866, e em cada um dos anno»
da Mesa. de 1867 e 1838, é o seguinte:
ANNOS
h!
CLASSIFICAÇÃO H
O
1866 1867 1868

Actas, segundo a especificação do quadro Rn 163 111 303


Autographos, segundo a especificação do quadro 71 318 48 467
Mensagens escriptas, que acompanham os autographos 47 223 46 315
uincios do Senado, avulsos, e cartas officiaes, segundo a especificação
do quadro. !.. 14! 670 323 i.iao
i areceres da Mesa, e de differentes Commissões do Senado postos a
limpo na Secretaria. 14 122 48 184
dtequerimentos e Indicações 3 31 11 45
Folhas de subsidio, e do vencimentos de empregados
Attestados
Extractos
Assentamento dos empregados, 143 411 335 939
oynopses
Termo de contas e de juramento.
Orçainontos
Receita e despeza corrente
índices diversos e quadros nominaes 29 4 34
■tuocesso da discussão lançado á margem dos diversos actos que'
entram em debato j 116 401 120 637
resumo ^de requerimentos de Partes, e despachos lançados no Livro
18 18
Catálogos das Obras existentes na Livraria do Senado, e de livros ma-
nuscnptos pertencentes ã Secretaria 2 2
^opias de differentes Actos Legislativos e documentos 199 980 521 1.700
•ttegistro de diversos Actos Legislativos e documentos 233 1.073 532 1.823

Somma. 993 4.449 2.168 7.610

Patente é o impulso, e nam menos o desenvol- Fundados nesta razão, e em outras que se
vimento, que a Secretaria tem dado aos diversos al!egam,os Offlciaes e Araanuenses da Secretaria
serviços, pertencentes ao Senado, que nellá se requereram no Senado, nos últimos dias da sss-
preparam. são legi-lativa de 1868, augmento de venci-
E' um melhoramento este que se deve á ordem mentos.
e
regularidade do serviço, e sobretudo á assídua O requerimento foi lido, e remettido á Mesa,
e util applicação, que da experienein, que com a Um de interpor o seu parecer, em sessão de 16
o estudo, e o tempo tem adquirido, fazem os em- de Julho.
pregados ao preenchimento dos seus deveres. Posto que a Mesa tenha de formular a este
Deste melhoramento nam é mais possível re- respeito um parecer especial, que brevemente
cuar sem grave sacrifício de muitos interes-es, terá de ser presente ao Senado, nam duvida ella
lue dependem do bom serviço da Secretaria. declarar desde já que a pretenção parece-lhe
Pelo contrario, os trabalhos da Secretaria, su- justificada pelo motivo, que se" allega, e por
jeitos como tudo á lei providencial do progresso outros nam menos attendiveis.
ouda perfectibilidade, nam poderão conservar-se E' certo que de aceordo com o Parecer da
por muito tempo estacionarios nesse mesmo Mesa n. 64 de 23 de Agosto de 1866 deliberou o
ponto, aliás um pouco adiantado, em que actual- Senado, em sessão d 11 de Septemhro desse
urente se acham, podendo dizer-se sem medo de anno, conceder aos Officiaes e Amanuenses da
errar que, si nam sobrevier alguma causa im- Secretaria, bem como aos outros empregados
prevista, os trabalhos da Secretaria terão de desta Gamara, um augmento de 20 % sobre os
avantajar-se do anno para anno em numero, e vencimentos, que percebiam
em variedade. Isto nam obstante, o augmento nam esta-
E' isto o que deve esperar-se, e promover-se ; beleceu a egualdade, que aliás ti iha sido recla-
e dahi vem que nunca haverá nem cuidado de mada. entre os vencimentos dos Offlciaes da
'hais, quanto á escolha dos empregados, nem ne- Secretaria do Senado e os dos da Gamara dos
cessidade de menos, quanto ao seu compareci- Deputados ; provando-se todavia com evidencia
rnento diário na Secretaria no intervallo das ses- que egualdade, pelo menos, existe nos traba-
sões legislativas. lhos de uma, e de outra Secretaria.
— 42 —

Preciso é ainda dizer com franqueza que, si e pela coadjuvação, com que nunca deixou de
das informa eSes, que se tem dado, permittido é animal-a, e fortalecel-a no exercício de suas ar-
inferir que alguma cousa já se tem feito no sen- duas funeções.
tido de melhorar, e organisaro serviço da Secre- Si, como lhe seria por demais honroso, tiver
taria, e suas dependências, muito mais é o que a fortuna de continuar a obter a mesma con-
ainda ha para fazer; e com este fim necessário fiança, a Mesa, no intuito de corresponder a uma
é aproveitar o tempo com diligencia, minuto por tam elevada demonstração, procurará empregar
minuto, conforme o bom conselho de Owem, ad- toda a sua boa vontade, ê os meios que estiverem
vertindo prudentemente que nam deve deixar-se ao seu alcance, para proseguir a tarefa de orga-
para o dia de amanhã o que podér fazer-se no nisação, que se propoz, com aquella perseve-
de hoje rança, que é indispensável, para que a empreza
« Cras, inquit faciam, concessaque labitur mereça consideração, o trabalho louvor, e o
hora; serviço agradecimento.
Fac hodie, fugit hrnc non reditura dies. » Ass'im que, como resumo, e conclusão das ob-
Assim, mostrando a experiência que o serviço servações que precedem, a Mesa:
da Secretaria que aliás nam admitte adiamen- Considerando que os Poderes do Estado de-
tos , tende antes a augmentar do que a di- vem conta ao publico dos actos, que praticam no
minuir, e torna-se mais difficil todos os dias, exerciciu de suas funeções :
nam ha razão plausível para espaçar a justa re Considerando que a "publicidade, além de ser
compensa, que merecem os empregados, que um elemento de força para os que governam, e
no^ exercício de suas funeções provam que os um dos melhores meios de obter a confiança dos
anima, com louvável fervor, a consciência do que sam governados, é também uma das" mais
dever, e o sublime amor do trabalho. efflcazes garantias de responsabilidade :
Considerando que alguns factos, de que se dá
XXYI. noticia no presente relatório, poderão por vem-
Declaração de que outros assumptos serão tra- tura aconselhar a iniciativa de providencias le-
tados em pareceres separados, e motivos por- gislativas :
que.—Resumo e conclusão do Relatório. Considerando, finalmente, os precedentes esta-
belecidos nas sessões legislativas de 186T, e de
186S ácerca dos Pareceres ou Relatórios da Mesa
A Mesa deve pôr termo a um relatório já por ns. ü8e 1:33, ambos de 27 de Abril, contendo a
demais extenso, reservando-se o direito deexpôr exposição de diversos factos concernentes ao Se-
opportunamente, e com franqueza, em pareceres nado que tinham occorrido, durante cada uma
separados, e especiaes, o seu pensamento ácerca daquellas sessões legislativas, e depois que ellas
de algumas outras questões. se encerraram:
Dando assim a cada uma das matérias, de que Oíferece o seguinte:
houver de tratar, o lugar proprio e devido, con- Parecer.
formar-se-ha a Mesa com os precedentes, e obe-
decerá ao mesmo tempo com satisfação a um 1° Que o presente relatório seja impresso, 0
preceito de ordem, e de clareza, que se^aprende distribuído na forma do estilo ;
na infancia, e que, attenta a grande auctoridadc 2." Que sejaoutrosim remettido á Commissão
de quem o formulou, nam deve esquecer-se no de Constituição para que esta o tome na consi-
corre: dos annos. deração que merecer, e proponha, si ojulgar
O preceito é; conveniente, as medidas que lhe parecerem acer-
tadas.
Singula queeque locum teneant sortita decenter Paço do Senado em 27 de Abril de 18õ9.—Fís-
Antes, porém, determinar, a Mesa rende res- conde de Abaelé, Presidente.—José Pedro Dias de
peitosamente graças ao Senado pelos votos, com Carvalho, 2.° Secretario.—/ose Martins da Cru*
que elle a tem distinguido em diversas eleições, Jobim, 4.° Secretario.
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5 00
PAGINA. DA COLLECÇÃO DAS LEIS
Dos decretos
Dos autographos dirigidos
a sancçào \
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11
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— 45 —

TABELLA N. 2

ProposiçSes inieiadas na Canwra dos Senhores Deputados e a ella enviadas pelo Senado com emendas ou addiçOes

1
DESIGNATIVOS ||

NUMERO DE
PROPOSIÇÕES
NÚMEROS
ANNOS DATAS DISPOSIÇÃO * DATAS EM QUE
FORAM ENVIADAS
#

1854... 17 de Junho, 22 Manda processar, ainda quando ausentes do Império, os


cidadãos brasileiros, que em Estados estrangeiros per-
petrarem os crimes que designa 8 de Julho i
1867... 9 de Septembro 181 Concede ao Dr. Antonio Pereira Pinto a quantia de
dous contos do réis por cada volume da sua obra—
Apontamentos para o Direito Internacional, ou Col-
lecção histórica dos tratados do Brasil 27 de Junho i
Total.... 2

S«cretaria do Senado, 16 d» Septembro de 1868.-0 Official-maior interino, Pedro Antonio de Oliveira.


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Proposiçõos da Gamara dos Srs. Deputados ainda pendentes do decisão do Senado por diversos
motivos, que se declaram

NÚMEROS DE-
SIGNATIVOS

PROPOSIÇÕES
NUMERODE
DATAS
ANNOS

DISPOSIÇÃO PROCESSO

1866 •. 4 de Setembro 177 Aritorisa o Governo para mandar abonar o meio soldo & viuva do Brigadeirc
Vicente Joso da Costa e Almeida, sem prejuízo do monte-pio Adiada para ir ás Oommissões dc
1867 17 de Agosto . 118 Estabelece, sob proposta do Poder Executivo, um patrimônio em terras para Legislação o do Fazenda 1
oua Alteza a Senhora D. Leopoldina., e seu augusto esposo Adiada para ir á Commissão dc
1867 17 de Agosto 119 Estabelece, sob proposta do Poder Executivo, um patrimônio em terras para Fazenda 1
Sua Alteza Imperial a Senhora D. Izabel Ohristina, e seu augusto esposo. Adiada para Ir á Commissão dc
_
18G7 197 Approva o Decreto que concedeo a Zozimo Barroso e John James Postei Fazenda 1
pmuegio para construcção de um porto e estrada na Província do Ceará. Adiada para ir á Commissão de
1SG7 17 de Setembro 195 Autorisa o Governo para contractar b melhoramento do porto do Pernam- Emprezas Privilegiadas 1
buco, e o estabelecimento de docas .na cidade do Recife Adiada para ir á Commissão.de
Emprezas Privilegiadas, à qual
1868 27 do Maio. 11 11 reunio-se a do Fazenda
^tora? Villa de Toriassú, da Província do Maranhão, um Collegio Elei-
Estatística 1
1868 20 de Maio 13 Cròa um Collegio Eleitoral na Yilla de Santa Quiteria, Província do Ceará Adiada para ir á Commissão de
* 1
Estatística
1338 29 de Maio 14 Crêa na Yilla de Missão Velha, Província do Ceará, um Collegio Eleitoral. Adiada para ir á Commissão de
1868 15 Crêa um Collegio Eleitoral na Villa de SanfAnna do Aoaracú, Província Estatística 1
do Ceara Adiada paia n á Commissão de
Estatística. 1
1868 29 de Maio 10 Crêa um Collegio Eleitoral na Yilla de S. Domingos, província de Goyaz.. Adiada para ir á Commissão de
Estatística 1
1868 29 de Maio 17 Créa na Cidade de Santos, Província dc S. Paulo, um Collegio Eleitoral. Adiada para ir á Commissão de
Estatística 1
1868 29 de Maio 18 Crêa na Yilla do Príncipe, Província do Paraná, um Collegio Eleitoral.. Adiada para ir á Commissão de
1868 29 de Maio 19 Estatística 1
^Eleitora?11'* ^ Itapemerim' Província do Espirito Santo um Collegio Adiada para ir á Cojnmissão de
1863 20 Estatística 1
Cr
EleitoraTregUeZÍa de Quebrangl110' Província das Alagoas, um Collegio ,
1868 29 de Maio 21 Estatística 1
0
EleitorafreSUeZÍa dG Ipojuca' Provincia do Pernambuco, um Collegio Aaiada . - • A á~i ~
paia 11 a Oommissao de
1868 22 Estatística 1
0
toraia VÍ1!a de Guaicuhy' Provincia do Minas Geraes, um Collegio Elei- Adiada para ir a Commissão de
1868 20 de Maio 23 Crêa dous Collogios Eleitoraes na Provincia de Minas Geraes, na Yilla da Estatística 1
Ponte Nova, e na de S. Paulo do Muriahe Adiada para ir á Commissão dc
18C8 29 do Maio Crêa na Provincia do Rio de Janeiro o Collegio Eleitoral do Santa Maria Estatística 1
Magdalena
1808 Estatística 1
Cr
Eleitürallr0<dl'a d0 <^a^0 ^erdc' Provincia do Minas Geraes, um Collegio Adiada para ir á Commissão de
Estatística 1
1868 29 do Maio 20 Adiada para ir á Commissão de
1868 27 Estatística.... 1
G 0 11621 1 da rande
EleUoraf " ' ® > Provincia da Parahyba, um Collegio Adiada para 11 a 0)ommxssao de
1868 28 Orôn na Provincia de Pernambuco dous Collegios Eleitoraes, na Yilla da Estatística 1
bloresta o na do Salgueiro.. Adiada para ir á Commissão de
Estatística 1
1808 29 de Maio 29 Crêa na Provincia do Amazonas um Collegio Eleitoral, na Villa de Scrpa. Adiada para ir á Commissão de
1808 30 Declara que os Voluntários da Patria, ou suas famílias não precisão de Estatística 1
Decreto especial para entrarem no gozo das vantagens concedida2 pelo
lícia 0 n 1865, e outrosim que tem direito a uma pensão vlta- Adiada paia ir á Commissão de
1808 31 Declara que no tempo de demora, de que trata o final do art. 3° do De- Legislação .... 1
creto de 30 de Dezembro de 1330, não está comprehendido o prazo, que
o mesmo Decreto concede aos Magistrados para comprovarem a sua
anügmdade Lida e impressa para entrar na
1808 10 de Junho.. 34 Declara que a Resolução da Assewbléa Provincial de Pernambuco, que ordem dos trabalhos.... ; 1
approva o Compromisso da Irmandade das Almas da Êreguezia de
S. Louvenço da Malta, deve ser sanccionada Lida e impressa para entrar na
1863 85 Autorisa o Governo para mandar pagar ao Brigadeiro José da Victoria ordem dos trabalhos 1
Soares de Andréa e sua irmã a quantia de 26:3258000 Encerrada a 1" discussão por falta
1808 12 de Junho 37 Eleva a um conto e duzentos mil réis o ordenado do Sooretario da Repar- de numero legal para votar-se.. 1
tição da policia da Província de Santa Oatharína. Lida e impressa para entrar na
1808 38 Al ri a 0 para lnandar a ar a
ordem dos trabalhos 1
im CIG
llcl m o.O/UfiUüü P g Jeronymo José Tavares a quan-
Vdiada para ir á Commissão de
4868 22 de Junho 40 Marca o tempo para a jubilação dos Lentes das Faculdades do Império, e Fazenda I
dos Cursos preparatórios Lida e impressa para entrar na
1868 4o Autorisa o Governo para conceder um anuo de licença com vencimentos ao ordem dos trabalhos 1
Ajudante do Inspector da Alfândega de Pernambuco Dr. Luiz de Car- 2ncerrada.a 3» discussão por falta
valho Paes de Andrade de numero legal para votar-se..
1808 "23 do Junho 49 Autorisa o Governo para mandar matricular em diversas Faculdades do
império o estudante João Bernardino Cezar Gonzaga, e outros. Lida e impressa para entrar na
1868 23 de Junho 51 ' Autorisa o Governo para conceder dous annos de licença com vencimen- ordem dos trabalhos 1
tos ao 1.° Official da Secretaria do Império Bacharel Antonio Rodrigues
55
da Motta Cunha Ada o impressa para entrar na
1868 51 Fixa, sob proposta do Governo, as forças dc terra para o anno financeiro ordem dos trabalhos 1
do 1869 a 18/0 Sncerrada a Ia discussão por falta
1868 30 do Junho 56 Autorisa o Governo para mandar matricular no 1." anuo da Faculdade de de numero legal para volar-so.. 1
Medicina da Corte o estudante Arthur Jeronymo de Souza Azevedo, e
outros em diversas Faculdades ' j lida o impressa para entrar na
1803 50 Autopisa o Governo para mandar readmittir no quadro aotivo do Exercito o ordem dos trabalhos 1
1 enento Gorouol graduado João do Souza Fagundes ' Lida c impressa para entrar na
Autorisa o Governo para mandar readmittir no quadro activo do Exercito ordem dos trabalhos 1
o Alferes reformado Belarmino Accioli dc Vasconcellos Lida o impressa para entrar na
1808 7 do Julho. 53 í ixa, sob proposta do Governo, as forças de mar para o anno financeiro ordem dos trabalhos 1
uo lojJ u 18/0 Lida o impressa para entrar na
1868 10 de Julho BB v lor a ordem cios trabalhos 1
" ;s o Governo para jubilar o Lente da Faculdade de Direito do
Recife Conselheiro Dr. Pedro Autrau da Matta o Albuquerque Lida o impressa para entrar na
ordem dos trabalhos 1
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Secretariado Senado, 16 de Setembro de 1863.- O Offlclal-maior interino. Pcdm Antonio de Oliveira.
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TABELLA N. 6
Proposições iniciadas no Senado, que ainda pendem de decisão pelos motivos que se declaram

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DATAS SP PROCESSO
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DISPOSIÇÃO
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1868 22 de Maio .. B Determina o lugar onde deve ser
feita a execução da pena de
morte; e marca o tempo em
que deve ser julgada a mulher
prenhe, accusada de crime su-
jeito á dita pena Apoiada e impressa para entrar
na ordem dos trabalhos
26 de Maio .. Determina como deve ser feita
a eleição dos vereadores das
Camaras Municipaes, e contém
outras reformas Apoiada e impressa para entrar
na ordem dos trabalhos
28 de Maio .. D Crêa Relações em diversas pro-
víncias, e bem assim collegios
judiciaes Apoiada e impressa para entrar
na ordem dos trabalhos
28 de Junho. Determina o modo de verificar-se
a naturalisaçâo dos portugue-
zes no Brasil, e contem outras
disposições Apoiada e impressa para entrar
na ordem dos trabalhos
6 de Julho.. Autorisa o Governo para conce-
der dez mezes de licença com
ordenado ao desembargador
Antonio de Barros e Vascon-
cellos Approvada em segunda discus-
são, com uma emenda additiva

Secretaria do Senado, 10 de Setembro de 1868.:—O Official-maior interino, Pedro Antonio de Oliveir*.


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TABELLA N. 7

Patcceres de Commissões discutidos e approvados

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Da Commissão d. e„p,».s «• ■" é"i''U o**
1806 5 de Setembro
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que seja discutida "Tír •aaKx-(ssíJÍ»i»: -í-f
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10 de Julho..
11 de Julho.
185,
11 de Julh.. ^ '
Jll de Julho. Da
^ce^Munf.pildoBananM, e crea^o - n-a. da V.Ua^
n0 a 1 1 ov
|ll de Julho. Da Eommissão de Estatística sob Capital para uma ^ - p , (jg Leqislaoâo e de Estatística de 1837,
jll de Julho. Da d limites da mesma P.-
vinda propondo 513530 ^^^^propoViçãó' do Senado' de 1837, acerca dosAssentos da asa e
6 de Setembro. K Da Commissao ^ ^p' ® nnn(io emendas " aVramarV dos Srs. Deputados, acerca
Ç
M IDas Cümmiss ÕC3 de patès estran|drM . propoüda em® ■-
jl4 de Setembro.
1-27 de Abril 133 loa SU-5SXSBS E s%« s-s rS«
Legislativa de 1867, conclumd q ,
• -.f.?rfíí..í
; V-''^V CôrtV " c "as'providencias que tomara para

127 de Abril 134 ■Da «to-o isr*0m4 » ^ ^ p0r foUa de


™0..lef^

1 de Maio ... ■ 135

2 de Maio 136
2 de Maio 137 : s-Sís rèlE

113 de Maio.. ■ . 138

139 f*y.?g£
113 de Maio
140 |D. âggqfS^gê-kí'^ t^"vSnS»Br s»
113 de Maio
141 |D.
118 de Maio I a D. Ludovina Gonzaga da ^.lva e .-••- ^útorisa concessão de

119 de Maio 143

144
1868 l20 de Maio

ÍÜB SR SBin^tó depois- de


A
1868 J-23 de Maio... 145
1868 |-25 de Maio— cessão ae iiceui.o^ ..'-■y."' '^"rêiatorio. "c™ ''AeniiVados ouo autorisa concessão

25 de Maio.... 146 ir»» r la or *' •rí'...'..^.^


1, de privilegio para explorai distribuído o Ê ^ i?; "A'"gõ dê Coíegipe, ácerca do adiamento

Uo de Maio... da eleição dc Deputados na DeDUtadoS e de um Senador. •■■■•■ Mêniárdo Machado da Costa Doria e

28 de Maio .. p,ássrs«tí: •-«« js-^átíswu»-»^ -


José Florèncio de Araújo Soares, em q , ...-■■•••-•■ p -• — d0 cõn-êio Mercantil*

30 de Maio.. ■ 147 Da Mesa0expondo ómodocõmo cumpria ms, concluindo que, depois do


publicação dos debates do - ' ' i /iAâ ' rinp annrovão diversas mercês

1 de Junho. 148

2 de Junho. 149

4 de Junho.. 150

4 de Junho.. 151

a 1
1868 1 4 do Junho.. .,■ Souza, e uma Proposição da concluindo que não seja a(i0Pta^ ' e conceda a palavra ao
do So ad
1868 1 8 do Junho.. Ministro, que a pedir a "Ai^ento ao Itegiraento interno ^ ";:V0s''ciue autorisa a matricula
c
1868 113 da Junho..
153 .": .c"duM0 .p.

154 L)A
UA ^Medicin^Sa^C^te, 'míduindo8
1866 13 de Junho.
155
1868 15 de Junho.
156 ...
1888 18 de Junho.,
157
1868 lis de Junho.

1868 U 9 do Judio...." 1
1868 r-
159
1863 1 10 do Junho 1

1863 30 de Junho 160

1868 30 do Junho 161 lentos ao Dr. Ludgero Donçaives u« ,


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BLja 1»=,. „„i„risi rie nuat ...^ =«.■ ■&***■ ■*>
1868 30 do Junho l 162

l 1868 1 2 de Julho.... l 163

\ 1868 \ 3 do Julho... .\ 104 exame de obstetrícia a Ma g V " AV "Õêmarà' dos Srs. Deputados áccmi dc
4808 \ O de Julho.

6 de Julho. 166
sjsés^s^spt^.isítit «rte'*
9 de Julho. 168 a, S&Sif* ;r'z\taTTSftíiÃMí" - «*• —•Sfr .q.
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Parcceres t!e comniissões pendentes de decisão pelos mo tivos pe se declaram

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DATAS o« Q OD.IKCTO PROCESSO
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1833 I 13 de Maio.... 112 Da Mesa expondo a matéria de uma proposição da Gamara dc is Srs. Deputados,
que autorisa o abono do meio soldo a viuva do Brigadeiro Vici mte'José da Costa
e Almeida, sem prejuízo do' monte-pio, concluindo que seja impresso e distri-
buido o relatório para ser tomado na consideração que merecei f Adiado com a proposição
i a que so re fero, a qual
foi remettida ás Com-
missões do Legislação c
1803 , 23 de Junho... 108 de Fazenda.
Da Mesa expondo a matéria de uma proposição da Gamara do s Srs. Dcputados-
que autorisa o pagamento da quantia de 3:G7i f) a Jeronymo J( jsé Tavares, con-
cluindo que seja impresso e distribuído o relatório . Adiado com a proposição
a que se refere, a qual
foi remettida á Com-
1863 27 de Junho missão de Fazenda
Da Comraissão de Emprezas Privilegiadas sobre aproposição-daC amarados Srs.De-
putados, que approva o contracto ■ celebrado pelo Governo <.;om João Carlos
Pereira Pinto para a navegação do alto Uruguay, offerecendo alterações... Reservado para entrar na
ordem dos trabalhos
com a proposição a que'
18J8 Cde Julho. Da Commissão de Fazenda sobro o requerimento do Deserabarj rador Antonio de se refere I
Barros o Vascoucellos, cm que pode licença com vencimento, offereceudo um
■pryjecto que autorisa a concessão ...... Adiado^ o projecto que
menciona, o qual pende
1308 7 de Julho. 107 Da Mesa expondo a matéria de documentos relativos a uma p reposição da Ga- de :> discussão
mara dos Srs. Deputados, que autorisa concessão do licença ao Dr. Luiz de
Carvalho Paes do Andrade, os quaes forão remettidos pela < Jita Gamara con-
cluindo que, sendo impresso, seja distribuído o relatório ' ' Adiado com a proposição
a que se refere, e cuja
3a' discussão llcou en-:
18G8 10 de Julho. cerrada
169 Da Mesa expondo a matéria de uma indicação do linado Sejnador o Sr. Her-
culano Ferreira Penna para addicionarem-se certas disposições ao Regimento
interno do Senado, concluindo que sejam adopladas com algumas alterações. Reservado para entrar na
ordem dos trabalhos,
com a indicação a que
1868 13 de Julho. 170 Da Mesa expondo a matéria de um requerimento do alferes João Zeferino de so refere
Hollanda Cavalcanti o Antonio Por Deus da Costa Lima acerca da omissão
da clausula de sobrevivência para suas mulheres em uma resolução, que
approva pensões que lhes Jforam concedidas, concluindo que devem os sup
plicantes irecorrer1á Gamara
" dos
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Srs. Deputados,
' ' ondo teve origem a referidt
resolução., Encerrada a discussão
por falta de numero
1808 legal para votar-se....
13 de Julho. Da Conimissão de Constituição ácerca do art. 4» das alterações propostas ao
Regimento interno do Senado no parecer da Mesa n. 149, concluindo oue 1
não
seja adoptado * Encerrado a l» discussão
por falta do numero le-
1863. 14 de Julho. 171 gal para votar-se

Lido c impresso para ser


tomado cm considera-
ção com a proposição
a que so refere

Secretaria do Senado, 10 de Septembro de 1838.-0 Offioiftnaior


interino, Pedro Antonio de Oliveira.


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TABELLA N. 11
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1866 , 11 de Setembro. Do Sr. Senador Firmino para serem icmcUidos ao Governo al-
guns documentos relativos á qualiliçaçSo de votantes da fre-
guezia de Itajubá, na província de Minas I
1867 2 de Agosto..... Do Sr. Senador Visconde de Jequitinhonha para pedir-se ao
Governo informações relativas áseommunicações dos nossos
agentes diplomáticos ou consulares acerca do trafico de afri-
canos .... l

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Secretaria do Senado, 16 de Setembro do 186(1.—O Offirial-maior interino, Pedro Anfonio de Oliveira.
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QUADRO N. 2

Annexo ao parecer da Mesa n. 172 de 27 Abril de 180(1, relativo ás naluralisações aulorisadas pela Assembléa
Geral na sessão Legislativa de 1868

^
RESIDÊNCIAS PROFISSÕES

I
|

|
1

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|

1
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Operários de Arsenaes
Engenheiros Civis
Município Neutro
Rio de Janeiro
nacionalidades

Santa-Catharina

Desconhecidas.
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Desconhecidas
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Pernambuco

O 0

Sacerdotes
S. Paulo
'2 1
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TOTAL.

TOTAL
Bahia

C-ca4
s

Allemães... 1 1 i i
Belgas... 1 1 i i
Franoczcs i 1 1 i i
Italianos . 1 1 2 1 5 3 5
Portuguozes 1 3 f, n 10 4 6 8 49 3 1 5 49
Prussianos 1 1 2 i 41 2
Somrna 1 4 fi ii 10 ' G i 11 9 59 5 1 1 52 59

Secretaria do Senado, om 31 do Dezembro de 1868.—O Official-maior interino Pedro Antonio de Oliveira.


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QUADRO N. 3
Arniexo ao Pnrccer da Mesa Pi. 172 de 27 de Abril de 1800 relativo aos Empregados Pubiicos, a quem o Governo foi autorisado pára conceder licenças em cada nm doj annos de 18fil ate 1868 inclusiv

ANNOS NOMES DOS EMPREGADOS EMPREGOS TEMPO DAS LICENCAS VENCIMENTOS DECRETOS DE PROMULGAÇÃO

Pedro Pierantony Parocho Dons annos. Congrua N. 1119 do 1» de Junho


1861. ■ Conselheiro José Carlos de Almeida Arêas. Procurador Fiscal ao Thesouro Dous annos. Todos os vencimentos.. Idem
Conselheiro Fausto Augusto de Aguiar.... Director Geral da Secretaria do Império 1 Um anno... O competente ordenado. N. 1134 de 27 de Julho
Anlonio Borges Leal Castello-Branco Juiz de Direito da Comarca de Oeiras na Província do Piauhy. Um anno... Todos os vencimentos .. N. 1135 de 27 de Julho
Vcnancio José Lisboa Desembargador da Relação do Rio de Janeiro Um anno. Todos os vencimentos. N. 1171 de 27 de Agosto
Manoel Elisiario do Castro Menezes.. Desembargador da Relação do Rio de Janeiro Um anno. Todos os vencimentos. Idem
1862. Dr. Clemente Falcão do Souza Lento Cathedralico da Faculdade de Direito deS. Paulo Um anno. Todos os vencimentos. Idem
Antonio Nobre de Almeida e Castro. Juiz Municipal da Capella na Província do Sergipe Um anno. Todos os vencimentos. Idem
Augusto César de Sampaio Ajudante do Inspector da Alfândega do Grão-Pará Um anno. Todos os vencimentos. Idem
José Firmino Vieira Inspector da Thesourana do Fazenda do Maranhão . Ura anno. Todos os vencimentos. Idem
Antonio da Costa Pinto Desembargador da Relação do Rio de Janeiro Um anno. Todos os vencimentos., N. 1187 de 12 de Março...
18.64. | Bacharel Luiz Pinto de Miranda Montenegro— Juiz de Direito da Comarca do Rio Bonito Um anno.. O respectivo ordenado . N. 1209 de 28 de Maio
Membro do Supremo Tribunal de Justiça Um anno.. O respectivo ordenado , Idem
1865... Innocenoio Marques de Araújo Góes. Desembargador da Relação da Bahia Um anno. O respectivo ordenado , N. 1251 de 8 de Julho ...
Joaquim Firmino Pereira Jorge. Desembargador da Relação do Rio de Janeiro Um anno.. Todos os vencimentos N. 1293 de 15 de Junho...
Anlonio José Moreira ;» Cirurgião do Corpo de Saúde do Exercito e Adjunto da Os vencimentos que percebe
Escola de preparatórios annexa á Militar Oito mezos. menos a gratificação de exer-
Manoel Jansen Ferreira. Juiz de Direito da Comarca de Carolina na Província do cício de ambos os lugares N. 1312 de 27 de Junho..
Maranhão Ura anno.. Os respectivos vencimentos N. 1313 de 6 de Julho..
Padre Francisco Vital da Silva. Vigário Collado da Freguezia de Nossa Senhora do O' da Cidade
deS. Miguel na Província das Alagoas Dous annos. Sem vencimentos N. 1316 de 13 de Julho...
José Joaquim da Gama e Silva Inspector da Alfândega do Pará Um anno... Os respectivos vencimentos. N. 1318 de 13 de Julho...
me.; José Joaquim Rodrigues Martins Chefe da Ia Sccção da Alfândega do Pará Um anno... Os respectivos vencimentos. Idem—
Felippe Pereira Marinho Falcão e Mello... Conferente da Alfândega do Pará Um anno... Os respectivos vencimentos. Idem.. .
Odonco Sena Cardoso 4° Escripturario da Alfândega do Maranhão Ura anno.. Os respectivos vencimentos. N. 1319 de 13 de Julho...
Antonio Botelho Pinto de Mesquita Júnior. Corretor Geral da Praça do Recife, Província de Pernambuco. Tres annos.. N. 1320 de 13 de Julho.,.
Bento José Fernandes de Barras 1» Conferente da Alfândega da Côrte U anno... Os respectivos vencimentos. N. 1321 de 13 de Julho...
Martiniano Severo de Barros Chefe do Secção da Alfândega da Côrte Um anno... Os respectivos vencimentos. N. 1332 de 24 de Agosto.,
João Pinheiro Guimarães 2° Official da Secretaria de Estado dos Negocios Estrangeiros. Um anno... O respectivo ordenado N. 1343 de 31 de Agosto.,
Egydio Gonçalves dos Reis Amanuenseda Secretaria do Império Um anno... Todos os vencimentos N. 1346 de 6 de Setembro
Dr. José Ignacio Bal.ia Administrador da Mesade Rendas da Província da Bahia Ura anno... Todos os vencimentos N. 1347 de 6 de Setembro
Dr. Luiz Antonio Pereira Franco. Juiz de Direito da Comarca da Feira de SaafAnna da Provín-
cia da Bahia — Um anno Os respecitivos vencimentos. N. 1415 de 21 de Agosto.
Antonio Ladisláo do Figueiredo Rocha Desembargador da Relação da Bahia Um amio Todos os vencimentos N. 1410 de 21 do Agosto.
José Nicoláo Rigueira Costa Desembargador da^ Relação do Maranhão Um anno Todos os vencimento 1 N. 1417 de 24 de Agosto.
1867. Dr. Cândido Gil Castello-Branco Juiz de Direito da Comarca Thoresina na Província do Piauhy. Um anno... . Todos os vencimentos N. 1418 de 21 de Agosto.
Conselheiro Pedro Autran da Mata e Albuquerque, Lente Cathedralico da Faculdade do Recife Um anno Os respectivos vencimentos. N. 1542 de 28 de Agosto.
Mariano José Cuperlino do Amaral 2° Escripturario da Alfândega da Côrte Um anno Todos os vencimentos N. 1456 A de 4 de Setembro
Dr. José Luiz da Silva Moura Juiz de Direito da Comarca de Oeiras na Província do Piauhy. Um anno Todos os vencementos N. 1457 de 11 de Setembro
Bacharel Leopoldo Henrique Castrioto 2° OIlicial da Secretaria da Agricultura Mais um anno. Todos os vencimentos N. 1459 de 14 de Setembro
Joaquim Corrêa da Silva 5o Confetente da Alfândega da Côrte Um anno. Todos os vencimentos N. 1568 de 6 de Junho...
Bacharel Manoel Jesuino Ferreira i» Official da Secretaria do Império Um anno. Todos os vencimentos Idem
Bernardo Machado da Costa Doria.. Desembargador da Relação da Bahia Um anno. Os respectivos vencimentos. N. 1578 de 11 de Julho...
José Florencio de Araújo Soares Desembargador da Relação da Côrte Um anno. Os respectivos vencimentos., Idem
1868./ Dr. Joaquim Antonio de Oliveira Botelho Lente da Cadeira qa matéria medica e lherapeutica da
Faculdade de Medicina^ da Bahia üm anno. Todos os vencimentos N. 1579 de 11 de Julho...
José Nicoláo Rigueira Costa Desembargador da Relação do Maranhão Um anno. Metade dos respectivos venci-
mentos N. 1581 de 31 de Julho...
Dr. Manoel Adriano da Silva Pontes. Cirurgião de Brigada de Commissão Um anno. Todos os vencimentos N. 1584 de 1 de Agosto...

Secretaria do Senado, em 31 1c Dezembro de 1868.—O Olficial-maior interino, Pedro Antonio de Oliveira.


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QUADRO N. 3 A
Annexo ao parecer da mesa h. 172 de 27 de Abril de 1809, contendo um indicc por ordem alphabelica dos empregados
públicos, a quem o governo foi pela Assembléa Geral autorisado para conceder licença em cada um dos annos que
decorrérão de 1861 até 1808.

NOMES DOS LICENCIADOS

Antonio Borges Leal Oasteilo Branco (juiz de direito) 1861


Antonio Botelho Pinto do Mesquita (corretor geral) 1866
Antonio da Cosia Pinto (desembargador) 1864
Antonio Ignaoio de Azevedo (ministro do supremo tribunal de justiça) 1866
Antonio José Moreira (cirurgiãe de commissão do corpo de saúde do exercito). 1867
Antonio Ladisláo do Figueiredo Rocha (desembargador) 1869
Anconio Nobre de Almeida e Castro (juiz municipal), 1863
Augnsto César de Sampaio (empregado de faàenda) 1862
Bento José Fernandes de Barros (empregado de fazenda) 1860
Bernardo Machodo da Costa Doria (desem«argador) 1868
Cândido Gil Castello Branco (juiz de direito) 1867
Clemente Falcão de Souza (lento de direito) 1863
Fgydio Gonçalves dos Reis (amanuense) 1860
Fausto Augusto dr Aguiar (director geral) 1861
Felippe Pereira Marinho Falcão e Mello («onferente) 1866
Francisco Vital da Silva (vigário) 1866
Innocencio Marques de Araújo Góes (desemnargador) 1865
João Pinheiro Guimar«es (official de secretaria)....;. 1866
Joaquim Antonio de Oliveira Botelho (lente de medicina) 1808
Joaquim Corrêa da Silva (empregado de fazenda) 1868
loaquim Firmino Pereira Jorge (deesembargador) 1866
loso Carlos de Almeida Arèas (procurador íiscaj do thesouro) 1861
José Firmino Vieirr (inspector de thesouraria) 1862
José Florencio de Araújo Soares (desembargador) 1868
José Iqnaoio Bahia (empregado de fazenda) 1860
José Joaquim da Gama e Silva (inspector da alfandega) 1806
José Joaquim Rodrigues Martins (empregado de fazenda) 1860
José Luiz da Silva Moura (juiz de direito) 1867
José Nicoláo Rigueira Costa (desembargador) 1867
José Nicoláo Rigueira Costa (desembargador)......... 1868
Leopoldo Henrique Castrioto (offlcial de secretaria; 1867
Luiz Antonio Pereira Franco (juiz de direito) 1807
Luiz Binto do Miranda Montenegro (juiz de direito)..... 1864
Manoel Adriano da Silva Fontes (cirurgiço-mór de brigada) 1868
Manoel Elisiario de Castro Menezes (desembarSador) 1869
Manoel Jausen Ferreira (juiz de direito) 1860
Manoel Jesuino Ferrejra (official do secretaria) 1808
1867
Mariano José Oupertino do Amaral (empregado da alfandega; 1S66
Martiniano Severo de Barros (conferente da alfandega) 1866
Odorico Senna Cardoso (empregado da alfandega)...... e 1867
Pedro Autranda Matta o Albuquerque (lente de direito) 1801
Pedro Pierantony (vigário) 1809
Yenanoio José Lisboa (desembargador)
Observações
As licenças autorisadas, duraute o sptennio, foram quarenta e tros. . , . ..
Secretaria do senado, em 31 de Dozembro de 1868.—O official-maior tntenno, Pedro Antonio de Oliveira.
— 77 —

QUADRO N. i

Amicxo ao |iarecer da Mesan. )72 de 27 de Abril de 18G!), canlendo o numero de estudantes, (|ué o Govèrno por
actos da Asscmbléa Geral tem sido auclorisado para mandar matricular nas Faculdades e Escolas do Império com
dispensa de exame preparatórios, ou de outras condieçòes legaes nos annos decorridos desde 1831 até 1868.

FACULDADES •
oo

(Rio de Janeiro)

CURSO 1TIARMACEUT

ESCOLA CENTRAI.
DE DIREITO DE MEDICINA S'
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ANNOS rZ
oJH K oB i
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3CJ D Pi
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PH 'o<p Ts
m p-» P
1831 : , 1
1832 2 1
1833 2 3
1834... 3 o 3
1835... 2 2
1838... 1 1
1841 2 2
1847 .' 1 t
1850 2 2
1853... 1 1
1853... 8 3
1854.... 1 1 ■j 0
1855.... 1 2 o
1856.... 1 i 0
2 !*
1853....
1860. . oi 13
4
9
1 .
5 1 31 1 J
J862... 2 0
188,1 .. I 4 1 : ' 13
18G6.. 5 32 9 > 53
1867.. , G 14 59 18 1 93
Somma 31 42 118 41 0 3 | O 243

Observação
Nos annos mio nam ostam designados, incluido o de 18G8, o Senado não approvou dispensa alguma, que
fosse dirigida á Sancção Imperial.
No anno de 18G8 dirigiu-se á Sancção Imperial uma Proposição que tinlia sido já approvada no de 1867
sobro dispensa de um estudante. Esta dispensa, porém, está comprohendida em um dos quadros correspon-
dentes á sessão de18G7.
Secretaria do Senado, 37 de Abril de 1809.—O OITicial-maior interino, Vedro Antonio de Oliveira.
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— 79 —

QUADRO N. 5

An neto ao parecer da Mesa n. 172 de 27 de Abril de 1SG9, contendo o numero do Doctorea o Bacharéis for-
mados pelas Faculdades de Direito do Império., desde o anno de ISÍil até o do 1867.)

Quadro dos Doclorcs c Bacliareis formados nas Faculdades de Dircilo do Brasil, desde 1838 a 1867

DK S. PAUI.0 DO RECIFE
ANNOS |
TOTAt
Doctores Bacharéis Doctores Bacharéis
1
1828
1829
1830
1831 5 r
1832 36 41 77 1
1833 3 56 2 41 102 (
1831 14 78 3 69 161
1835 4 41 4 59 108
1886.... 2 35 1 40 78 i
1837.... 33 56 • 89 '
1838 4 22 22 45
1839 3 16 58 67
1810 1 6 5 37 49 |
1811 1 11 21 33
1812 1 9 27 37
1813 3 13 23 39
1814 2 10 33 46 ?
1815 1 15 28 44 ;
1846 3 11 20 34
1847 2 9 25 37 'i
1848 5 25 48 78
1819 7 14 68 87
1850 5 29 63 87
1851 3 8 2 79 92
1852 3 21 81 105
1853 1 ' 41 1 70 ! 113
1854 2 38 55 | 95
1855 3 32 44 j 79
1856 42 2 55 99
1857 58 2 75 135
1853 67 5 60 132
1859 55 2 77 131
1860 51 1 73 125
1861 69 2 108 179
1862 92 1 61 154
1863 112 67 179
1861 81 1 70 152
1865 66 I 90 157
1868 79 1 65 135
1867 67 f 1 83 151

Som ma 73 1,453 ' 37 1,971 3,534


Observações
Os formados na Faculdade de Direito de S. Paulo em foram estudantes brasileiros, que vieram da
Kuropa, a saber : os Srs. Antonio Simões da Silva, Manoel Vieira Tosta, Paulino José Soares do Souza,
Anlonio Joaquim do Siqueira e Francisco Alves de Brito. . , , ,
Nos sráos do doctores no anno de 1831, vam incluídos os grãos mandados dar pelo decreto do 16 de
Setembro do mesmo anno, aos lentes os Srs. Antonio Maria de Moura, Prudencio Giraldos da Veiga
Cabral, José Maria de Avellar Brotero e Carlos Carneiro.de Campos.
Secretaria do Senado, 27 de Abril de 1869.—O Official-maior. interino, Pedro Antonio de Oliveira.
— 8] —

QUADRO N. 6
Anncxo ao parecer da Mesa n. 132 de 27 de Abril de 1809, conlcndo o numero das pessoas a quem as Faculdades
de Medicina do Império conferiram o grão de Doctores, ou deram oulros diplomas desde o anno de 1832 alé
o de 1867.
Qiiadx-o aos Moadcos o Fliax-unacouticos Xormaaos nas facxiiaaclos
ao Brasil a os a o 1S33 a ISG'!'

RIO DE JANEIRO BAHIA

ANNOS o TOTAL
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ÍO(0 oo? aB Ba a
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Se 3S && BS sa
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3

1832.. I 30
1833.. 10 8 18
1831.. 2 16 23
1835.. o 3 25 34
183G.. 10 4 39 55
1837.. 9 II 8 6 34
1838.. 17 6 8 3 00
1839.. 17 1 1 11 30
184(i.. 26 1 11 41
1841.. ao 2 9 47
1813.. 21 í 10 32
1813.. 25 2 10 40
1844.. 24 3 6 3Í
1817.. 32 1 21 58
1810.. 29 12 15 59
1817.. 29 1 12 46
1848,., ao 3 14 53
1819... 58 10 19 89
1850.., 39 12 13 67
1351.,; 34 6 21 65
1853... 47 7 34 93
1853... 44 5 42 95
1851... 35 9 20 69
1855... 41 9 15 70
1856... 37 10 37 92
1857.,. as 3 31 69
1858... 50 1 41 100
1859... 37 4 34 12 87
1800... 16 7 11 8 41
1801... 10 11 14 7 42
1802... 10 12 5 10 37
1803.. 13 5 19 8 45
1804... 22 4 13 5 44
1865... 23 10 15 4 52
1866... 13 12 6 6 37
1807... 19 11' 13 4 47
Somma. 899 41 123 183 529 129 1,904

Observações
No numero dos Doctorados pela Faculdade de Medicinado Rio de ^neirovamincluidostodo^
ilioes formados e armrovados., que se doctoraram na conformidade dos arts. 2wda Lei 6^3d® Outubro de Ibtk,,
e 2° da ™e 15 de Julho de 1843: não vam, porém, incluídos os Lentes da Escola Medico-Cirurgica, que,
em numero de 12 prestaram juramento de collação do gráo, em virtude da Lei de 16 de Septembio do 1834,
nem também urn'Boctor em Medicina pela Vnivorsidade, d0^°ts^i^
estudo do curso desta Faculdade, passou poios eiames das matérias doe annos restal^ « ^
na fôrma dos arts. 22 do Decreto n. 133/ de 28 de Abril de 18o4, e 74 ao cie n. i/uaao l-i ae Maio
de .1856, no anno 5c 1860.-
— 8^

No numero dos que concluíram o curso de Pliarmaeia não vam incluídos os iudividuos que^ em
•úmero de 111, dentro do período de 1830 a 1H':4, obtiveram titulo de Pharmaceuticos por esta Faculdade
na conformidade da Lei de 11 de Julho do 1135, visto não terem sido estudantes da Faculdade.
Dos Cirurgiões formados doctoraram-se depois, satisfazendo as condições das respectivas Leis: 5 do
anno de 1W: t do do 1833 , 9 do de 1134-, 9 do de IV-íõ: 4 do do 1833 ; 6 do de 1137; toíal 23.
Dos Cirurgiões approvados, doetoraram-se depois, satisfazendo as condições das respectivas Leis : 1 do-
auno de 1119;-5 do de 1131; d do de 1811; 1! do de 1115; 14 do de 1833; Ido de 1817; total 37; e for
maram-se em Cirurgia, concluindo o 3° anno do curso medico-cirurgico: 9 do anno de 1333:1 do de 1833 ;
4 do de 1804 ; 3 do de 1833; 11 do de 113); 1 do de 133.3; total 29.
No anno do 114" passou-se titulo de Cirurgião, na conformidade do art. 13da Lei do 3, de Octubro
de 1839, a um indivíduo que, tendo sido approvadõ em ura o.vame feito perante o Delegado do PJivsico-
Mór, na Província de S. Pedro do Rio Grande do Sul, foi admitttdo a igual exame nesta Faculdade,
era virtude do Aviso do Ministério do Império do 91 do Scplcmbro do mesmo anno, o ficou approvado.
Nota. Na parte relativa á Faculdade de Medicina da Bahia, só se mencionam Médicos o Pharma-
ceuticos, de conformidade com o mappa que servio de base, romettido pelo Secretario da referida Fa-
culdade .
Secretaria do Senado, 27 do Abril de 1339.—O Ofificial-maior interino, Vedro Antonio de Oliveira.

QUADRO N. 7

Amiexo ao Parecer da Mesa n. ITi de 27 de Abril de 1809, demonstrativo dos assumplos ([hc ficaram
pendentes de deliberação da Senado cm 19 de Julho de 1SCS, com declaração do processo que lero
c do eslado em que se acha cada uiii delles.

EM DIVERSAS COMMISSÕES
o

Emprezas privilegiadas e Fazenda


73O
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O 77
O .277
-oo CJ
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77O

TOTAL
CLASSIFICAÇÃO t/3 ICSoo cr .2
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1
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Projectos do Senado.... 11 1 14 2 2 1 1 1 o 2 O 1 2 3 1 1 1 53
Ditos da Caraara dos De-
putados 53 10 4 2 3 1
G 6 6 1 19 1 2 1 2 i i ) l 1 128
Pareceres das commissões
do Senado 3 8 3 3 1 2 1 1 1 1 31
Indicações 2 1 8
Requerimento 1 6 2 .. i .. 1
1 1
1
Somma 67 U 25 7 13 7 7 2 11 8 8 1 1 21 1 •4 1 1 1 t í 1 1 221
V
Secretaria do Senado, 16 de Setembro de 1838.—O OíTicial-maior interino, Vedro Antonio de Oliveira.
2» serie de Documentos. O inconveniente que se nota, e se procura
acsutellar com a disposição proposta deaappare-
DOCUMENTO N. P. cerá, desde que se resolver, como urge, que.
d da a viga de um senador, seja el!apreenchida
Ànnexo ao Parecer ia Mesa n. 172 de 27 de Abril de dentro de um prazo marcado em lei.
1867, coiitende o Parecer da Comrnissão de Cons E' portanto a comrnissão de parecer que o re-
tiluiçào do Sen- do relativo ao l.0 dos artigos nd ferido art. 4' entre em discussão, e seja rejei-
dicionaes do fíegimcntn interno offertcid- s p. In. tado.
Mesa com o Parecer n. 149 de 2 de Junho de 1868.
Sala das coramis.sões, em 10 de Junho de
A' Coinmissão de Con.-tituição f i presente o 1868,— Barão de Cotegipe.— Visconde de Sapuca-
art. 4 0 das td te rações p •-opostas ao Regimento hy.—Silreira da Moita.
interno do Senado, no parecei da Mesa sob Secretaria do Senado, 16 de Setembro de 1868,
n. 149, e. remeltido á mesma commissao, era vir- —O oflioial major interino, Pedro Antonio de Oli-
tude do requerimento do Sr. senador Dantas. veira.
O art. d" sujeito ao exan.eda comrnissão dis
põe: DOCUMENTO N. 9
« O nuraer ; do metade e mais um dos sena-
dores que o rt 30 do resíimento exige para que Annrxo ao Parecer di Mesa n. 173 de. 27 de Abril de
se abra a sessão, será calculado pelo dos ( ffeeii- 186 co-íendo um discurso do Sr. senador Dias
vos, eliminando se es que por morte deixarem de Carvahln. i .■ pugnando o Parecer da Comrnissão
vagos os respectivos lugares, até que sejam de d Co sli uição para que s". rejede o artigo 4o dos
novo preenchidos » add-cioitac- ■ Ifcrecidos pela ilesa no parecer n. 149
A Constituição do Império, no art. 23 deter-
mina: de 2 de Junho de 1868.
« Kam se poderá celebrar sessão em cada uma O Sr Dias de Carvalho :—Se eu nam estivesse
das camarns, sem que esteja reunida a metade e conv, n udo de que a opinião da illustrada Com-
mais um do seus respectivos membros. » mi-^ã) de Constituição ha de prevalecer neste
O preceito e imperativo—nani poderá—o termo negocio. de'certo nã * occuparia por alguns mo
—sessão—e geral, abrange tanto as sessões diá- m' at s a attenção do? nobres senadores que ain
rias como as de afeerturadas camaras: respectivos da se acham pres^ nte-i, para dizer sobre a mate
membros refere-se à totalidade, e nam aos que ria algumas palavras.
realmente existem. Approvado o Parecer,- o art. 4.° será rejeitado;
Esta intelligencia tem sido constantemente por conseqüência nam terá a Mesa oocasião de fa-
seguida, e no parecer da Mesa n. 134 transcre- zer quacs jucr reflexões contra o que foi dito a
ve-se um officio do governo em 1821, recus-ndo resj eito deste artigo.
abrir a assemblea geral, sem que estiv.--se pre- Sr. Presid' nte, nam foi pelo desejo deinnovar
sente a metade e mais um de seus membros, em a pratica que ha 42 annos se segue no parlamen-
contrario ao qui pensava a c unara dos deputa- to em vi tude ao disposto na Coi]S: ituição, que
dos para i-sse caso especial, A excepção que faz o a M? Sá julgou dever interpor o seu parecerá este
Regimento cominum, art. 33, só refere se ao acto respeito; foi sim por ter sido obrigada a pronun-
da Sessão Imperial, a qual todavia não tem lugar cKr-so sobre differentes iindicações, subrnetti-
sem que, previamente se haja verificado existir dus ;:o seu exame por deliberação do Senado, nas
em ambas as camaras a maioria de cada uma quai s »e propunhaniprovidencias acerca doas-
dellas (art.27 do Regimento commum.) sumpto, a que cila offerecia a solução contida no
A razão de tal excepção, se excepção se pôde art. 4 0 No parecer que iniciou as reformas, ja
consider. r, é obvia, e em nada contraria o pre- «pprovadas pelo Senado, entre as quaçs sa acha-
ceito geral da Constituição. va o art. 4.° ora em discussão, a Mesa. fez sentir
O senado nam funcciona sómente como ramo que desde o anuo de 1856 a att nção do Senado
do poder legislativo; funcciona também como fôra chamada p Ta esta matéria. O nobre sei ador
tribunal de justiça em certos o determinados o Sr. tia âo de ürugayanna, cuja perda com ra
casos. zôo Iam ntamos, foi o primeiro que iniciou, se-
Alterar o numero dos juizes, por meio do uma gundo minha lembrança, n idéa de que o art. 23
disposição transitória e variável, seria dar mem s <la Constituição se devia intender nam em relação
garantias aos accusados, e ao acerto dos julga- ao numero total dos membros do Senado, mas
mentos. sim ao dos memb-os existentes, e neste sentido
Estando orno está o governo no uso do direito offereceu elle uma indicação. _
De-dc esse anno esta matéria fui rerasttida a
.
de mandar proceder, e marcar os prazos para a
eleição d ssemidores, poder-se hia reali er fácil Mesa para dar seu parecer; mas nem uma medi-
mente a hyi) these de ficir em mas n ãos o da tinha rido ainda oíferecida a este respeito.
cornpôr o tribunal do modo que mais llic con- Km divers. s pareceres da Mesa, e assignalada-
viesse, sendo aliás o mais interessado na mor mente no de numero, creio que 133, deste anno,
fizeram-se diversas observações ácerca deste as-
parte dos julgamentos dos crimes, de que toma sumpto, e a meea mostrou â necessidade de ser
conhecimento o Senado.
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elle tomado em con-ideração, e ouvida a seu res- modo : para haver sessão devem achar-se reuni-
peito aCcmmissão de Constituição. dos mais do metade do numero dos seus mem-
O nobre senador pela província da Bahia, o bros—Em um caso estabelece-se, precisamente,
Sr. visconde de Jequetinüonha, reconhecendo o que para haver sessão nos conselhos geraes
anno passado quanto era conveniente que tomás- (hoje nas assemhléas provinciaes, porque este
semos alguma proridencia a fim de evitar que o artigo da Constituição nam foi reformado ) deve
Senado deixasse de funccionar repetidas vezes, estar presente matade do numero de seus
oífereceu também uma indicação, nam resol- membros, entretanto que no caso se diz —
vendo a questão por este modo. mas propondo metade e mais um dos seus respectivos mem-
outro meio no intuito de que o Senado tomasse bros. Ora, nam se podendo razoavelmente con-
uma medida, pela qual podessemos aprovei- siderar como membros de uma corporação
tar melhor o tempo das sessões do que o tem aquellcs que deixaram de existir, que nam po-
sido constantement*. Considerando esta neces- dem ser de maneira nenhuma suppridos, porque
sidade sentida por todos para que nam conti- os membros do Senado nam têm substitutos,
nuasse, como acontecia antes da ultima refor- assim como hoje nam os tem os da outra Ga-
ma. ficarem per discutir as próprias maté- mara, porque n?.m ha mais supplentes, será tam
rias dadas para ordem d) dia, a Mesa procurou despida de senso a intelligencia da Mesa, e tam
evitar o inconveniente de que, nam podendo ser contraria á Constituição como se pretende ?
votada por falta de numero uma proposição, se Eu observo ainda que, quando se decretou a
encerr sse a discussão, e o Sr. presidente fosse lei que marcou aa attribuições da regoncia, a
obrigado a levantar a sessão, ficando assim pre- qual até certo ponto' se pôde considerar como
teridas as outras matérias. O Senado intendeu lei constitucional, no art. 13 tratando-se dos
como a Mesa, que a providencia era necessária, actos legislativos que nam tivessem a saneção
e adoptou as medidas por ella : ropostas, das da regencia se diz—si a regência intender que
quaes fazia parte o ait. 4.° que agora se discute, ha razão, para que a resolução ou decreto seja
com o parecer da Commissão de Constituição. rejeitado ou emendado, poderá suspender a sane-
Este art. i" desde o principio da discussão ção pela seguinte formula— volte á assembléa
excitou reparos da pa te de um nobre senador geral—expondo por escripto as referidas razões.
pela província das Alagôas, que accuson o A exposição será remettida á oaraara que tiver
mesmo artigo de oífender a Constituição. De- iniciado o projecto ; e sendo imjressa, se discu-
claro ao Senado que si estivesse convencido tirá em cada uma das camaras, e vencendo-se
de que a Constituição nam podia ter senam pqr duas terças partes dos membros presentes
a intelligencia que se lhe' tem dado. nam em cada uma das camaras ou em reunião, no
concorreria para que fosse propoíto ao Senado caso em que tem lugar, que a resolução ou de-
esse artigo. Mas o que intendia, e ainda intendo, creto passe, sem embargo das razões expostas,
é que nam se pode dizer que o artigo d.i Consti- será novamente apresentado á regencia que im-
tuição é tara claro, como se afigurou ao nobre mediatamente lhe dará a saneção.
senador pelas Aiagôas, e como intendem os Trouxe esta disposição psra mostrar que, tra-
illustr idos membros da Coramisíâo de Constitui- tando-se d^s dons terços que eram necessários
ção. Para isto seria de mister que eu duvidasse para fazer passar as medidas legislativas a que
da intelligencia do nobre senador, que primeiro a regencia negasse saneção, o Corpo legislativo
oífereceu a indicação que serviu de base ao Pare- julgou conveniente estabelecer claramente o
cer d: Mesa, c dalntelligencia da própria Mesa, principio de que esto numero deverá ser regu-
que se promjnoiou também a favor desta opinião; lado pelos dos membros existentes, e nam pelo
quando nella existem senadores dignos de toda numero total.
a consideração por suas luzes por sua experiên- Veio depois o Acto addicional ou a lei de 12 de
cia e pelo sêu amor á Constituição, oa quaes não Agosto de 1831. Esta lei, tratando de matéria
sdoptaram a doutrina do art. 4o levianamente, idêntica, diz no art. 15: se o presidente julgar
mas sim depois de maduro exame. que deve m gar a saneção por intender que a lei
A Constituição diz no art. 23 que nam se po- ou a resolução nam convém aos interesses da pro-
derá celebrar sessão em cada uma das Camar s víncia, o fará por esta formula—volte á Assem-
sem que estejam reunidos metade e mais um de bléa legislativa provincial—; expondo debaixo
seus respectivos membros. A questão, pois, de sua assignalura as razões em que se fundou.
versa sobre a intelligencia das palavras—respecti Neste caso será o projecto submettido a nova
vos membros; — si nellas se comp-ehende o nu- discussão, e, se fôr adoptado tal qual, ou emen-
mero daquellesque existem, dos membros effec- dado no sentido das razões pelo presidente alle-
tivos da corporação, ou se o numero total de que gadas, p..r dons terços dos votos dos membros
a corporação se compõe. da Assembléa, será reenviado ao Presidente da
Si como'regra de interpretaçãonós recorrermos província que o eanccionará.
a outros artigos parallelos" da Constituição, Esta disposição oifereceu duvida na pratica, e
acharemos que ha alguma differença entre o dis- duvida que até hoje nam foi resolvida pelo poder
posto neste art. 23 e o que sele* no art. 78 da legislativo, apezar de que ha mais de 20 annos
mesma Constituição, que, tratando dos conse- este negocio está submettido á sua decisão.
hos geraes de província, exprime-se por outro Creio, porém, que a opinião geralmente seguida
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pelas assembléas é que, nos casos de nam sanc- Quando o nobre senador pelai; Alagôas, que
ção por parte do Presidente, prevalecem os dnus propôz o adiamento desta matéria, orou pela
terços dos votos necessários para compôr a As- primeira vez, disse que era es a urna questão
sem bléa, e que nam se exige que estejam presen- muito importante, muito grave, que nam devia
sentes dous terços do numero total de seus ser decidida em um simples artigo do regimento
membros. em uma disposição transitoiu. ; a nobre Com-
Tendo ocoorrido a duvida de que fallei sobre mi são diz o mesmo.
a intelligencia deste artigo do Acto addicion d, Eu respeit. muito as opiniões dos nobres se-
e tendo o governo sob consulta do Conselbo nadores que assim se pronunciaram, mas ham
de Estado resolvido que os dous terços de v.dos da permittir que a Meza allpguu também em seu
se contassem com relação ao numero (otal dos ravur os aetos do mesmo Senado. Em primeiro
membros das Assembléas provinciaes, foi depois lugar uma medida, regimental nam é da nature-
pelo mesmo governo alterada aquella decisão, za, daquellas que passam desapercebidas; ella
e declarado que estando o negocio submottido tem t e.s discussões; nem uma reforma se faz
á deci-ão do poder legislativo, emquanto esta nos artigos do regimento do Senado sem que
decisão nam fosse promulgada, se devia deix o soffra essas tres discussões. Si se allega que a
a intelligencia ao critério de cada uma das As Mesa propõe a intelligencia ibí Constituição por
semblé is provmciaes; e assim se conserva inde- meio de nm artigo regimental, ella também pódo
cisa esta questão. Do que tenho dito se infere invocar o precedente no Senado em malena tal
que nam é tam liquida a intelligencia do artigo vez mais grave, que nam me ■ onsta que passas-
da Constituição; e si b d<.s os dias o .Senado re- - e por três discussões, mas sim que fôra accei-
conhece a necessidade de alguma providencia a ta imroeiliatamente.i Quando a Gamara dos
respeito da falta de membros para poder haver Srs. deputados requereu em 1 46 ou 1847 a
casa, nam é para estranhar que a Mesa no seu reunião rias duas camaras para discutir-se em
parecer oíTerecesse á tua consideração á mediJa assem bléa geral as emendas ao prejéeto sobre
que faz o objecto do art. 4.° creação de lielaçoes em Minas ;■ .S.Paulo, depois
Nesta parle perdoem-me os iilustres membros de um simples r ebate, e creio que sem parecer
da Comraissão de Constituição que eu diga que algum de Commissão, decidm o Senado por uma
a Mesa fui mais franca do que elles A Mesapr o votação que se rejeitasse o pedido da fusí-o,
pôz a solução da duvida como intendeu; mas dando assim uma inteJJig nci ao art. Cl da
os nobres' membros da Commigsão dizem so- Constituição em caso, como disse, mais grave :
porque nò art. 4o, proposto pela Mesa, trata -e
mente que se rtjeite o artigo offcrecido pela- sómente d» policia da ct-»4 disposição esta qüe
Mesa. Nam é assim que as commi.-.-ões costu- pela Constituição
mam tratar reciprocamente; de ordinário gu ir- maras regular emcompele a ada. uma das Ca-
seu rogi rieuto, pois que a
d -se certa defferencia; quando o exame da constituição diz no art,
mesma matéria o- sujeito a outra cummissão, Presidente, vice-presidenvi- que a nomeação do
v-iificação de pode-
esta expenda a sua opinião, gubmette-a ao jui/.o
res, policia interna, etc , far se-lia na fôrma do
do Senado, e deixa que elle escolha entre as regimento
duas a opinião que llie merece preferencia. de cada uma d.fs caraaras.
Ora, si em um caso em que se tratava de as-
Entretanto a u- bro Commissão de Constitui umpto que tinha rt laçâo i om a outra camara. o
ção nam se contentou em apresentar sua^ conai- de direito que ella jül/: v:; ter, se intendeu
deraçães para mostrar que o artigo nam era fun- que uma simples delibera.ro do Senado êia
dado na Constituição, propôz desde l-.go que bastante par -- dar a IntelU, em-ia pratica do ntt.
fosse rejeitado 1 A Mesa esperava que a Com- Gi da Constituição, nam r d estranhar-se qaa
missão de Constituição, si nam desconhece a a Mesa propuzesse em aitigo de regimento a in-
nec.ssidade do tomar-se alguma providencia, telligencia que se devia dai no art. 23 da Consti-
nam deixasse o negocio no estado em que se tuição.
acha, por que dizer queéproci uma medida Argumentou-se também com as consequou-
legislativa sem offerecer esta meóidx, é o mei-mo cias que podem resultar da disposi ão do art. 4°,
fue deixar a questã > sem solução alguma. Foi o e eutão se fez vêr que o ' úmero de senadorer li-
fie fez a nobre Commissão, por q.ie iznj i caria as-im muito reduzido. Ora. Senhores, a
te-se o artigo r—mas nam propõe o meio do pro- .este respeito cumpre notar uraa circamstanpU;
videnciar a faltaqoe se dá. Si 6 p/ecisa medi!» nunca se verificou o facbi d i a um Icuipo exisla-
legislativa, nam tinha a n bre Commissão ooi- rem no Senado 11 vagas nam pi eencl,idas, ' eu
íeito depífevecer essa medi la que deve rosolver espero que este factj não e lep tira nos annos
e. questão, suo-equeutes M,-s, tonando a questão no po-ti
Eu nam esperava que chegássemos hoje a dis de vi-ta actu d. e consiilenmdo qn o Senado se
CUtir esta matéria ; por isso naro louxo slguns com; õe h-j de 63 membros, deduzindo as va-
Apontamentia que havia tom do nos debates ge u ti-. rá o numero de òl s-enadores, e m.lão
"nterb res; mas, venho proxin.a a encerrar-se a pouca differenç - fará o Senado hoje do que era
discussão do Parecer,intan ii que nam devia hei- no começo (festa instituição.
^ar sem defesa o artigo, proposto, e que a Mesa Se nani me falha a memória, as instruceões de
inha direito de também ser ouvida. 26 de Março de 18M deram ao Senado o numero
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total de 50 membros, dos quaes um era perten- berar. Creio que os accusados nam podem ter
cente á província Cisplstina, que se separou do parte na constituição da casa, e se assim é, a
Império, ainda antes que a Constituição come- que fica reduz;do o numero de senadores ? Por-
çasse a funccionar; era, pois, no começo da tanto'este argumento nam prova cousa alguma,
primeira legislatura apmas de 49 o numero dos porque prova de mais
senadores; e reduzido hoje por uma tam consi- Creio que e-tas razões si nam levam a con-
derável mortandade apenas em dous senadores, vicção aos nobres senadores, e e tou certo de
a garantia do numero de hoje pouco inferior que i. não levarão, porque a opinião da Coramis-
teria de ser á do numero com que o Senado são do eonstituiçã') naturalmente ha de prevale-
começou a fnnccionar, e que durante muitos cer, todavia íoiam bastames para inspirar á
annos prevaleceu, porque o Senado nam teve Mesa a necessidade de alguma providencia a
augmento de numero em longos annos de sua e te nspeito, e aconselhar-Jhe que propuzesse
existência. essa intelligencia da Constituição, intelligencia
Em 1856 quando se propôz a 1.' indicação que tem em seu apoio a opinião de alguns nobres
acerca desta matéria, creio que muito poucos senadores muito illustrados, e que nam cedem
eram os membros que faltavam no Senado; e em amor da C nstituíção aos iilu-tres signatá-
hoje, Senhores, apezar de, como lia pouco disse, rios do Parecer.
se djirem 11 vagas, o numero só ficaria reduzido Em ultimo lugar, si a c mmissão intende que
a 47, e dentro de poucos dias esse numero pôde esta nam é a providencia que deve ser adoptada,
ser augmentado, porque ahi estam na casa nam está no rigoroso dever de i ffcrecer á considera-
menos de três Cartas lmperia> s de senadores. ção do Senado uma medi a que remova esse
O Sr. Po peu—Ha mais de d us roezes. obstáculo Nam basta simplesmento dizer; «Isto
O Sr. Dias de Carvalho : —Dous dos quaes estão se deve f-zer por um acto JegLsIativo »; sem que
presentes na Côrte, e podem tomar assento logo s ■ tome o trabalho de apresentar esse acto legis-
que sejam reconhecidos. A approvaçâo de uma lativo;^ fazèl-o i assar para assim remediar uma
das tres cartas não produzirá effeito immediato, necessi ade por todos nós reconhecida.
porque o senador esceihido está na Eurcp ; mas Dou estas razões uni amente para que nam
licará o Senado egualado ao que foi no começo passe a Mesa as-im indefeza, quando se combate
de t ua instituição, e augcir-ntar-se lia, logo que c-.m tanto vigor um artigo que ella apresentou
se verifique a escolha dos que já foram eleitos, com um fim tam louvável.
e cujas listas se acham na Côrte. Desculpem-me os nobres senadores, si tomei
Voltando a outra face da questão, isto é, ao o seu tempo com estas pouco importantes refle-
perigo ou abuso que pôde resultar dessa inter- xões.
pretação, e a arma que ella j óde ofíei ecer ao Secretaria do Senado em 10 de Septembro de
governo para influir sobre u constituição do 180^.—O Oficial Maior interino.—Pedro Anlonio
Senado, permittam-me os nobres sen dorês que de Oliveira.
eu lhes d'ga, repetindo tal vez o que já foiponde- DOCUMENTO N. 10.
rado pelo n bre senadorelaBahia; que n-un sô o Annexo ao Parecer da Mesa n. 172 de 27 de Abril de
principio da desconfiança nam deve prevalecer 1869, contendo uma cir ular dirigida em 21 de
quando se trata d» uma disposição desta ordem, Dezembro d. Ih08 aos senadores ausentes da
mas ainda considerando a questão no seu ver- Còrle.
dadeiro ponto de viste, Senhores, cc m ; pôde o Circular.—Sab- d; Presidência do Senado cm
governo abusar iif-ste caso? Tem o governo o 21 do Dtzembro do 18G8.
direito de vida e de morte sobre os fenadores? Illm. e Exm. Sr. —Tenho a honra de par-
Podem elles desapparecer da scena aa vidv á ticipar a Vossa Exeellencia que a Mesa do
vontade do governo? Si, pois, nam está nas Senado, tendo verificado o facto, que p-.reco
mãos do governo augmentar nem diminuir o realisar-se pela primeira vez, de nam haver
numero dos senadores, se algum vaga se der, na Côrte no inteiVallo da sessão .senam vinte
não poderá jámais ser prevista, nem entiar nes e nove Senhores senadores, numero já insufi-
calcrü s do governo para f rmar maiorias ; nem ciente para o Senado poder celebrar as suas
poderá jámais o g .verno iefluir na Organisaçâo sessões na fôrma do art. 23 da Constituição;
cio Senado, por este meio, quando elle tenha de attendendo á pcssibiiidade do ficar..m ainda
constituir-se era tribunal de justiça. impedidos algum ou alguns dos membros que
Além disto, o facto que se citou a respeito dos se acham pre.-entcs; ec nsi ierando quanto con-
Conselheiros de Estcdo ou nada prova ou prova vém evitar que, por falta do numero legal de
de mais; porque si infelizmente houvesse hoje Senadores par • formar casa, deixo do abrir-se a
uma r. co usa cão contra essa corporação, o Sena to sessão da Assomblea Geral no dia deGgnado
nam a:podia julgar. Sendo suspeitos to ios os pela Const tuicão, resi.lvêo em conferência de
membros do Conselho de Estado que tôm as- hoje:
sento nesta casa, digam os nobres senadores si J.0 Qu , de conf. rmidade com os precedentg
ficaria, numero para deliberar? O Senado pôde constantes das Actas das conferências de i0 de
fnnccionar hoje com .,0 membros, eliu.inem-se Dezembro de 1861, 23 da Janeiro de 1860 e 21 de
desses 30 os Conselheiros de Estalo, e veja-se Dezembro do 1807, se levasse esta exposição ao
gi fica numero suficiente para o Senado deli- conhecimento de Vossa Exeellencia, afim do
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poder Vossa Excellencia avali il a devidamente, determinar aVossaExcellenciaque expeça com


e á vista delia deliberar o que lhe parecer mais precisa diligencia e br vida le as ordens nec -ssa-a
acertado e util ao serviço publico, bem como ao rias para que no dia 2 de Ago-to, por Vossa Ex-
da Gamara a que pertenço : c Ueuci - marcado para a eleição secundaria, nam
2 ° Que se lhe remettes.m o quadro nominal se -ounaiu nessa província os collegios eleiioraes,
demonstrativo dos Senhores senadores actunl- visto terem caducado os poderes dos referidos
mente presentes, e ausentes, c iin declaração el itores, ser illegal e sem vigor a eleição a que
das vagas, que existem no Senado. procedessem.
Fazendo pois a Vossa Excellencia esta coiomu- « D-ms Guarde a Vossa Excellencia.— Paulino
nicação, como nos annos anteriores, peço licença Jo.-é Soares de Souza.—Sc. Presidente da Provín-
para acrescentar que o arfc. 29 do Regimento do cia de Pernambuco. »
Senado dispõe que todos os senadores deverão «Não podemos aceitar a doctrina deste Aviso ;
comparecer no Faço do Senado no dia 27 de 1°, porque, sendo especial a eleição de senador,
Abril para as .sessões prepara tórias, e que tia istoé, dependente da occasião da vaga que tem
forma do art. 30 ó necessário que nesse dia de ser preenchida, nam está subordinada ao pe-
esteja reunida metade e mais um dos membros ríodo da legislatura ordinária; e assim os po-
desta Gamara para se poder dar part. ao Miní«tio deres legalmente conferidos aos eleitores para
do Império, pedindo dia. hora e lugar em oue este acto especial proveniente da vaga devem
Sua Magastade olmpeiador se dignará receber etn todo o caso ser exercidos, e produzir effeito ;
uma deputação do^Seuado. 20, p rque a disposição do art 112 da lei
Aproveito o ensejo, que se me offsrgce, para u. 387 de 19 de Agosto de 1846, quando emprega
reiterar as segurauças da perfeita esíirna, e as p d i ras- cassados' os poderes dos respectivos
subida consideração, com que tenho a honri de eleitores—, refere-se unicamente aos eleitores
Ser. — De Vossa "Excellencia — lllm. e Exm. que elegeram os deputados, como se evidencia
Sr Senador... das seguintes palavras—os quaes (eleitores) ser-
Cüllega e attencioso Venerador.—Físconde de virão todavia para os trabalhos das mezgsparochines;
Abaeíé.—Conformo.—Secretaria do Senado, em 3.°, porque a noticia da dissolução não pode
21 de Dezembro de 1 SUS—O Official-Maior in- chegar em tempo a todos os collegios eleitoraes
terino, I'edro Anlonio de Oliveira. daquella província; 4.°, finalmente, porque a
DOCUMENTO N. 13. concessão de poderes para eleitores especiaes, e o
exercício do mandato destes escolhendo os se-
A mexo ao Parecer da Hesa n. 172 de 27 de Abril da nadores, sara matéria e actos coostinucionaes,
1869, contendo o protesto as si g nado por oito tx- que só ao Senado compete decidir si foram ou
depulados pela provincin de Pernambuco contra a nam praticados legitimamente, e nunca ao poder
ordem expedida pelo Ministério do Império rm executivo, em vista do art. 21 da Constituição
data de 21 de Julho de Í86.1 no Presidente da pro- do Império.
vincia de Pernambuco a fim de nam se reunirem no « Protestamos,portanto,contra a ordem contida
dia 2 de Agosto os collegios cleilorae» para a elei- no Aviso que acima copiamos, por considerai-a
ção de senadores visto terem caducado os pudera umainfraccão manifestada disposição do art. 80
dos eleitores especiaes. da lei eleitoral de 1846, e da Constituição.—
No Diário O/Jicial de hoje 28 de Julho, lemos Dr Joaquim Francisco de Faria.—Antonio Epami-
o seguinte Aviso do Ministério do Império, ex- nondus de Mello.— Francisco Carlos Brandão —
pedido á Presidência de Pernambuco: Joaquim Francisco de Mello Cavalcanti — Luiz Fe-
« Rio de Janeiro, 21 de Julho do 1868.—Illm lippe de Souza Leão.- Francisco de Araújo Sarros.
e Exm. Sr—Com a dissolução duCtmarados —Floriano Corrêa de Brito.—A. A. de Souza Car-
deputados, levada a effeito por decreto de 18 do valho.
corrente, lindou nessa data a 13 a legislatura. « Côrte, 28 de Julho de 1868. »
Sendo certo, em vista do disposto no árt 1.° do Secretaria do Senado, em 27 de Abril de 1869.
0
Decreto n. 565 dn 10 de Julho de 1850, que os —O Offlcial Maior interino, Pedro Anlonio de OU-
eleitores especiaes de senador, eleitos uo pe> veira.
riodo de uma legislatura, só dentro delia po- DOCUMENTO N. 14.
dem legalmente funceionar, expirando seus po- Annexo ao Parecer da Mesa N". 172 de 27 de Abril
deres com a dissolução da Gamara temperaria,
ó evidente que os eleitores que nessa província de 1869, contendo um artigo publicado no Diário
foram eleitos em 28 de Junho ultimo para feito Offlcial. como analyse, e iwpugnação do protesto
apresentar a Sua Magesta 'e o Imperador os por oito ex-deputados pela província de Per-
tres nomes, dentre os quaes tem o mesmo nambuco contra a ordem expedida pelo Ministério
Augu8'o Senhor de escolher successor ao do Império em Aviso de 21 de Julho de 18 38.
finado senador Antonio Coelho de Sá o Al- Rio de Janeiro, Io de Agosto de 1868.
buquerque, perderam pelo facto da dissolução Por aviso do Ministério do Império, datado
da Gamara a attribuição que haviam recebido de 21 de Julho ultimo, declarou-se ao Presi-
naquella eleição primaria. E, pois, S. M. o Im- dente de Pernambuco que os eleitores eleitos
perador, em vista do citado Decreto ejdo art. 112 nessa Província em 28 de Junho do corrente
da lei n." 387 de 19 de Agosto de 1846, ha porbem anno, para apresentar os tres nomes, d'entre os
/
- 88 -

quaes Sua Magestade o Imperador teia de esco- Secretaria do senado em 27 de Abril de 1869.
lher suceessor ao finado senador Sá e Albu- —O Official Maior interino, Pedro Antonio de
querque, perderam, pelo f .c o da dissolução da Oliveira.
Gamara dos deputados, a attribu ■ ão que haviam
recebido naquell • eleição primaria.
« Alguns dos illustjes ex-deputados por Per- Parecer rt» Slesa de
n. f 93 do Sí de Abril
ISUO.
nambuco protestaram pela irnpren'-a, contra a
ordem contida neste Avis ■, por eonsi'leral-a Expõe o numero de Senadores presentes na
uraainfi-Jcção manifesta da disposição do art. Côrte no dia 27 de Abril de 1869, e as provi-
80 da lei eleitoral de 181(5. dencias que a Mesa tomou cm tempo oppor-
« Carece de fundamento esta nrguieão. tuno, a fira de que, por falta de numero legal
« Dispõe o art. 80dalei n. 38T de 19 de Ago>to de membros do Senado, nara deixasse de
de 1816 que_ tende-se de nomear algum senador, abrir-se a Assembléa Geral no dia 3 de Maio
se proceda á eleição de eleitores de pa ochia.
« Com referencia a esta preceito, dettrraina o I.
art. Io do Decreto n. 565 de 10 de Julho de 1850, Objecto do Parecer.— Numero de Senadores pre-
a que allude o art 21 do decreto n. 1382 de 23 sentes na Côrte no dia 27 de Abril.
de Agosto de 18.'6; que ume vez eleitos aqm lies
eleitores sam competentes para proceder a tod^s Pelo quadro annexo sob n. 1 mostra-se que no
as eleicò-s de senadores que hajam de fazer-se dia de hoje acham se presentes na Côrte, sem
até o fim da Irgisl itura que então decorrer. impedimento participado de comparecerem ás
« Mas o art. 112 da citada lei e 19 de Agosto sessões diarias desta augusta caraara, trinta e
de 184(5 quer que dissolvida a Gamara dos de- doua Srs. Senadores, c ausentes da Côrte quinze ;
putados, considere se findn.a ligislalura, e cassa- e mostra-se outrosim que ha .onze vagas, que
dos os poderes dos respectivos eleitores, ficando nqm estam preenchidas, nam tendo o Senado ve-
sem vigor qualquer eleição por elles feita posterior- rificado ainda os poderes dos que já foram esco-
mente ao auto da dissolução lhidos, c nomeados Senadores, como mais ex-
« Ora. por Decreto de 18 de Julho ultimo foi '.ensumenteexpoz a Mesa no parecer 0.172 desta
dissolvida a Gamara dos Deputados: b-go, em vir mesma data.
tude do art. 112 da Lei de 19 de Agosto de 1816 D; s trinta e dons Senadores actualmente pre-
força era considernr-seflnda a legislatura; h go, sentes, vinte sete teem domicilio na Côrte, um
ficaram cassados cs poderes d s respectivos em Nitherohy, um em Peiropolis, um na cidade
eleitores, isto é, de todos c s eleitores respecti- da Bahia, um na de S. Paulo e um na do Des-
vos á legislatura, que então decorria, como ex- terro.
prime o art. 17 do Decreto de 10 de Julho de Dos Senadores ausentes ha um, que tem o seu
1850; 1 go, devia ficar sem effeito qualquer elei- domicilio na Côrte, e outro na cidade de Petro-
ção que os eleitores eleitos em 25 de Junho do polis, sendo o dos outros treze era suas respec-
corrente anno fizessem posverii rmente ao De tivas Províncias
creto da dissolução ; e neste caso estava a elei- Um dos dons senadores ausentes acha-se no
ção de senador marcada para o dia 3 do presente exercício de uma commissão do governo fóra do
mez de Agosto. Império,
«Nem se digique as palavras respectivos eleito- E' o Sr. Conselheiro José Maria da Silva Para-
res do art. 112 da Lei de 19 de Agosto de 1846, nhos.oqual nointervallo dasessãolegislativa foi,
indicam os eleitores só de deputados, porquanto pordeereto de 27 de Janeiro do corrente anno,no-
essa intelligencia estaria em pleno descceordo meado enviado extraordinário e miuist o pLni-
com o referido art. Io do Decreto de 10 de Jullio potenciario do Brasil, em missão especial, junto
de 1850, quando dispõe que os eleitores de se- aos governos do Estado Oriental do Uruguaj e
nador sirvam até o fim da legislatura que de- da Confederação Argentina.
correr, quando elles furem eleitos. Outro dos Senadores ausentes é presidente de
«O Governo Imperial, portanto, determinando para que foie nomeado.
província, conserva-se no exercício do cargo,
que a 2 do corrente mez não se reunissem, na E' o Sr. barão de S. Lourenço, presidente da
província de Pernambuco, os collegios eleito- província da Bahia.
raes, visto terem caducado os poderes dos elei-
tores, e ser illegal e sem vigor a eleição a que 11.
procedessem, não praticou acto algum arbitrário; Disposição do Regimento interno sobre o com-
pelo contrario, mandou respeitar p art. 112 da paiecimento dos Senadores no dia 27 de Abril.
lei de 19 de Agosto de 1816, e o art. 1° do decreto —Necessidade do comparecimento dos Sena-
legislativo de 10 de Julho de 1850, e art. 24 do dores nas sessões preparatórias.
decreto de 23 de Agosto de 1856.
« A administração não só obrou dentro da es- O art. 29 do Regimento interno do Senado de-
phera de suas attribuições, mas cumprio o seu termina expressamente que todos os Senadores
dever, íazendo effectivòs preceitos claros, ex- deverão comparecer no Paço do Senado no dia
pressos e terminantes da lei. » vinte e sete de Abril ás dez horas da manhã para
as sessões preparatórias.
89 —

Esta disposição está em vigor, menos quanto Precedentes como este c outros, revelam a
á hora do compareciraento, que foi alterada para sabedoria, e previsão com que o Senado costuma
onze da manhã impreterivelmente, em virtude do attender a todos os assumptos da sua compe-
que o Senado deliLorou em sessão de 27 de Junho tência, e o empenho, com que zela a observância,
de 186-h e execução d > lei, e por este meio o respeito ao
E' indispensável o compar. cimento dos Sena principio de auctorinaie.
dores no, dia 27 do Abril, afiná de que o Sanado, A Mesa, pois, desejando tanto, quanto pôde
verificando se nos tarmos do art, 30 do Regi- ser lhe permitüdo, eonformar-se com taes pre-
mento estar presente o numero sufflciente de cedentes, adoptou como regra, desde o anno de
membros, segundo o art. 23 cap. l» tit. 4.° da 1834, o alvitre de dirigir aos Senadores ausentes
Constituição, para abrir-se a Assembléa Gersl, da Côrte no intorval o da sessão, uma circular
possa nesse dia dar parte disto ao Ministro do. eom o fim de mformal-os acerca do numero de
Império, pedindo dia hora, e lugar,em que Sua Senadores que estão presen es na Côrte naocca-
Magestade Imperial se dignará do receber uma sião em que a circular é expedida, e com que
deputação do Senado, e nos seguintes dias pro- pôde contar-se para as sessões preparatórias e
ceder na fôrma prescripta nos arts. 31, 32 e 33 para a da abertura da sessão imperial no dia 3
do mesmo Regimento. de Maio, convidando-os para apreciarem devi
Ha ainda uma razão, que reeommenda ocom- damente esta e outras circumstancias que se
pareciraent >, e ó que nas sessões prepaiatorias lhes communicam, e resolverem, á vista de tudo,
tem o San :do o dever de verificar os podenes dos ■i que lhes parecer mais conforme aos interesses
que tiverem sido nomeados SeilaJores, tomando do serviço publico e aos da Gamara, a que teem
conhecimento das cartas imperiaes de nomea- a honra de pertencer.
ção que lhe forem apresentadas, como f.i resol A circu.ar que em virtude do que a Mesa deli-
vido em sessão de 27 de Abril de 1827. berou ultimamente em conferência de 21 de
Esta razão nunci foi tão relevante como ac- Dezembro do anno proximo passado, dirigiu-se
tualrnente, dando se a circumstaneia de achar- aos Senadores a esse tempo ausentes da Côrte,
se adiado, desde o principio da sessão legislativa é a que consta do documento n. 3.
de 1868, o conhecimento de tres cartas impe- Do quadro annexo ao parecer da Mesa n. 172,
riaes de nomeação desanadores, as quaes foran com data de h je, vê-se que no dia 21 de Dez-
presentes ao Senado, e remetiidas á Commis- embro de 1868 nam havia na Côrte senam vinte
são de Constituição que sobre ellas ainda nam nove senadores, numero aliás insufíiciente para
deu parecer, e sendo nutorio outrosim que de se poder abrir a sessão legislativa no dia 3 de
pois disso foram nomeados mais tres Senadores, Maio do corrente anuo.
que provavelmente terão de_ apresentar desde já Deste numero ausentou se da Côrte, para
as respectivas canas imperiaes para o Senado exercer fdra do Império uma commissão do go-
tomar dellas conhecimento. verno, o Sr. senador José Maria da Silva Pa-
III. ranhos, como já se declarou, ficando reduzido a
vinte oito o numero dos Senadores presentes.
Precedentes de 1832 sobre comp irecimento de Depois disso tem já chegado á Côrte os Se-
Senadores.—Preced-ntes de 1864. — Numero nhores Senadores:
de Senadores presentes na Côrte em 21 de Dez- Duque de Caxias,
embro de 1868, e alterações supervenientes. ' Barão de Maroim,'
Ha uma longa serie de precedentes, que de- João Pedro Lias Vieira,
monstram a importância que se deu sempre ao Barão de Antoniua,
comparecimento dos Senadores no dia designado Barão de Itaúna.
no Regimento, bem como a solicitude, ccm que
o Senado sempre velou a execução deste pre- Constando porém que dos cinco Senadores,
ceito. qu« ficam mencionados, o Sr. Barão de Maroim
Assim é que, consultnndo-se as respectivas está residindo na c dade de Petropo is, segue-se
actas, observa se que em sessão de 20 de Outu que o numero de Senadores que esíão na Côrte
bro de 1832 o Sr. Senador Rodrigues de Carva- no dia de hoje, sem qua nem um delles tenha
lho mandou á Mesa o seguinte requerimento: participado impedimento para comparecer ás
« Proponho que o Senado ordene que se ex- sessões, vem a ser trinta e dous.
peça ordem aos Senadores, que teem fallado ás IV.
sessões annuaes, para que venham tomar as-
sento na futura sessão afim de que, nam com- Resumo e conclusão do parecer.
parecendo posfJi o mesmo Senado tomar a resolução,
que convier. » Assim que, como resumo, e conclusão do que
O requerimento, sendo apoiado, entrou em acaba de expor-se, a Mesa:
Considerando que o numero de trinta e dous
discussão, e, concluída esta, propoz-se a votação
por partes, e foi approvado. Senadores é mais do que metade e mais um dos
Em consequeneia desta deliberação expcdio- membros do senado, calculada com relação ao
se, no mesmo dia 20 de Outubro, a circular estado completo desta Camara, que se compõe
constante do documento annexo sob n. 2. de cincoenta e oito membros:
90 —

Considerando que, estando presente no dia 27 sem impedimento participado de comparecerem


de Abril nu nero sufflciente de Senadores, se- ás sessões desta Gamara, os Srs. Senadores; An-
gundo o art 23, cap. 1°, tit. 4° da Constituição, bmiu Luiz Dantas de Birros Leite, barão de Mu-
para abrir se a Assemblea Gorai deve proceder-se ritiba, Josó Thom«z Nabuco de Araújo J ,sé
na fôrma do que dispõe o art. 30 do Eegimento Ignacio Silv-.dra da Motta, Francisco José Fur-
interno; tado, Antonio Marcellino Nunes Gonçalves, José
Oiferece o seguinte Pedro Dias de Carvalho, marquez de Olinda,
barão de Pirapama, João Lustosa da Cunha Pa-
PARBCEE ranaguá, visconde de It-borahy, Antonio Pinto
Chichorro da Gama, Francisco Octaviano de
1.° Que se ofíicie ao Sr. Mioistro do Imperij- Almeida "Rosa, visconde de S. Vicente, Carlos
pedindo dia, hora e logar, e.m que Sua Mages, Carneiro de Campos eduque de Caxias. Total 32.
tade Imperial se digaará de receber uma depu- « Acham-se ausentes da Côrte, os Srs. Sena-
tação do Senado, que deve ir pedir respeitosa dores :
mente ao mesmo Augusto Senh r se digne de «João Lins Vieira C ms mção de Sinimbú, ba-
designar o dia, e hora para a missa do Espirito
Santo na capeüa Imperial, assim como a hor ■, e rão de S. Lourenço, Francisc - de Paula Pessoa,
logar para a sessão imperial da abertura : Tliomaz Porapèo de Souza Brasil. José Maria da
2.0 Que se participe á Gamara dos Deputados Silva Paranhos, Jcsó Joaquim Fernandes Tor-
que ha na Côrte numero sufficiente de Senado- de res, Gabriel Mendes dos Santos, Manoel Teixeira
res para poder abrir-se a Assembléa Geral no dia Souza, Frederico de Almeida e Albuquerque,
designado na Constituição. visconde ie Sua>-suna, conde da Boa-Vista, Fran-
3.» Que o presente parecer com os documen- cisco Autonio de Souza Queiroz, José Manoel da
Fonseca, Antonio Diniz de Siqueira e Mello e
tos, que o acompanham, seja impresso, e distri- barão deMaroim, em Petropolis Total 15.
buído na fôrma do estyio.
Paço do Senado em 27 de Abril de 1869 —Fis- « Com onze vagas que existem flca preen-
conde dedífaeíe, Presidente—José Pedro Dias de chido o numero de 58 San idorcs, que sara os
Carvalho, 2o Secretario.—José Martins da Crus membros, de que se compõe actualmente o
Jobim, d" secretario. Senado.
O mesmo destino. « E' possível que as informações, que a Mesa
O Sb. Presidente disse o seguinte : acaba de dar, não sejam inteiramente exactas.
« O art 29 do Regimento interno determina e nem preciso dizer que fica livre qualquer é
que todos os senadores devem comparecer no reclamação a quem entender que o caso vale a
Paço do Senado no dia 27 de Abril ás 10 horas pena de"lazer-se.
da manhã, para as sessões preparatórias. «. Veriíicando-se pelas informações que a Mesa
«Esta disposição acha-se em vigor, menos procurou e obteve, que na Côrte existem actual-
quanto a hora, que por deliberação do Senado mente 32 Senadores, numero sufficienteo de mem-
foi alterada para as II impreterivelments. bro , segundo o art, 23, eap 1°, tit. 4 da Con-
« A pratica tem admittido, ha muitos annos, stituição, para abrir se a Assembléa Geral, vae
a substituiçã i do comparecimento por uma de- participar-se isto ao Governo pelo Ministério do
claração verbal ou escripta que fezem os Srs Império, pedindo dia, hora e logar era que Sua
Senadores d<? que estam presentes na Corte,e sem Magestade Imperial se dignará receher uma de-
impedimento para comparecer. putação do Senado, na fôrma do art. 30 do Regi-
« Na falta de comparecimento e da participa- mento.
ções completas, a Mesa teve este anno de pro- « Vae participar se igualmente á Csmara dos
curar informações para saber o numero de Senhores Deputados que ha numero sufficiento
Senadores que°ha na Côrte sem impedimento de Senadores para abrir-se a sessão da Assembléa
participado de comparecerem ás sessões. Geral no dia designado pela Constituição.
« O resultado das informações que a Mesa « Convido os.Srs. Senadores para se reunirem
obteve é o seguinte : amanhã, na fôrma do art. 31 do Regimento.»
« Além dos dezaseis Srs. Senadores, que esti- Levantou-se a sessão ás onze horas e tres
veram presentes á chamada, existem na Côrte, quartos.
DOCUMENTO N. 11
Quadro nominal demonslralivo dos Srs. Senadores presentes na Curte, no dia 21 dc Dezembro de 1808, e dos que delia estam ausentes, com declaração das
vagas que existem no Senado, annexo ao Parecer da Mesa n. 172 de 27 dc Abril de 1869

NOMES DOS SENHORES SENADORES NUMERO

PROVÍNCIAS
PRESENTES ausentes

Alagôas... Antonio Luiz Dantas de Barros Leite- João Lins Vieira Cansansão de Sinimbú.
Amazonas.
Barão de Muritiba
Visconde de Jequitinhonha 1
Rahia . José Thomaz Nabuco de Araújo... Barão de S. Lourenço.
Barão de Cotegipe
Zacarias de Góes e Vasconcellos.. -
Francisco de Paula Pessoa
Ceará. Thomaz Pompêo de Souza Brasil.
Espirito-Santo, José Martins da Cruz Jobim...
Govaz José Ignacio Silveira da Motta.
Maranhão... Francisco José Furtado João Pedro Dias Vieira
Antonio Marcellino Nunes Gonçalves.
Malo-Grosso. José Maria da Silva Paranhos.
Visconde de Sapucahy
Visconde de Abaelé.I José Joaquim Fernandesi Torres...
Barão das Tres Barras Gabriel Mendes dos Santos 6 i 3
Minas Geraes. José Pedro Dias de Carvalho
Firmino Rodrigues Silva Manoel Teixeira de Souza
Theophilò Benedicto Ottoni
Pará Bernardo dc Souza Franco.
Parahyba . Frederico de Almeida e Albuquerque.
Paraná Barão de Antonina
Marquez de Olinda. Visconde de Suassuna.
Pernambuco. Barão de Pirapama. Conde da Boa-Vista...
Piauhy João Lustosa da Cunha Paranaguá.
Rio Grande do Norte.
Visconde de Itaborahy
Rio de Janeirc Antonio Pinto Chichorro da Gama — Barão de Itaúna.
Barão do Bom Retiro
Francisco Octaviano de Almeida Rosa.
Santa Catharina. José da Silva Mafra.
S. Paulo. Visconde de S. Vicente Francisco Antonio de Souza Q11611'02
Carlos Carneiro dc Campos José Manoel da Fonseco
Fonseca,
S. Pedro do Sul. Barão do Rio Grande. Marquez do Caxias
Sergipe. Barão de Maroim c
Antonio Diniz de Siqueira

Somma

Vedro Antonio de Oliveira.


Secretaria do Senado, e® 51 f
le Dezembro de 1868.—o Offi'cial-ra8Íor mte n
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DOCUMENTO N. 12
e (0
Quadro dcmonslralivo das vagas existentes no Senado, B9 (i'a 27 de Abri ^ ' processo relativo ao seu preenchimento annexo ao Parecer da Mesa N. 172 de 27 de Abril de 1869

PROCESSO DA NOVA ELEIÇÃO PARA PREENCHIMENTO DAS VAGAS

DESIGNAÇÃO DAS PROVÍN- NOMES DOS SENADORES QUE DEIXARAM data 00 Regi- TEMPO DECORRIDO DEPOIS
CIAS POlí ONDE HA VAGAS AS VAGAS mento DAS VAGAS
eleição de eleitores SECUNDARIA NOMES DOS NOMEADOS ENTRE OS PROPOSTOS NAS DATAS DAS CARTAS IMPE-
LISTAS TRÍPLICES HIAES DE NOMEAÇÃO ,

Amazonas. Hereulano Ferreira Penna 27 de Setembro de 1867. 31 de Janeiro do 1869. i de Março do 1869— Desembargador Ambrozio Leitão da Cunha. 15 de Janeiro de 1869.. Um anno e sete mezes.
Bahia Ângelo Muniz da Silva Ferraz. (Barão do Uru-
guayana) 19 do Janeiro de 1867... 24 de Março do 1867.. Conselheiro José Antonio Saraiva 12 de Outubro de 1867. Dous annos, tres mezes e oito
dias
| Marquez de Abrahtes 5 do Ouiubro de 1866. 17 de Fevereiro de 1867, 19 de Março de 1867.. Reverendo Antonio Pinto de Mendonça. 16 de Maio de 1868 Quatro annos menos um mez...
Ceará. | Cândido Baptista de Oliveira 27 de Maio de i865i _ _ _ 17 de Fevereiro de 1867. 19 de Março de 1867.. Dr. Joaquim Saldanha Marinho 16 de Maio de 1868 Tres annos, seis mezes e vinte
dous dias
Marquez de Itanhaem 17 de Agosto de 1867.. 9 de Fevereiro de 1868. 11 de Março de 1868. Francisco de Paula da Silveira Lobo. 22 de Julho de 1868... Um anno, oito mezes e 10 dias..
Minas Geraos.
Parahyba Antonio da Cunha Vaseonoellos 25 de Maio de 1868.... 31 de Janeiro de 1869,... 4 de Março de 1869.. Onze mezes e dous dias
Antonio Coelho do Sá e Albuquerque 22 de Fevereiro de 1868. 31 de Janeiro de 1869.... 4 de Março de 1869.. Um anno, dous mezes e cinco
Pernambuco. dias
Francisco de Paula de Almeida e Albuquerque... 7 de Julho de 1868... 31 de Janeiro de 1869.... 4 de Março de 1869.. Nove mezes e vinte dias
Bio Grande do Norte. D. Manoel de Assis Mascarenhas 30 de Janeiro do 1867.. 15 de Setembro de 1867. 15 de Outubro de 1867 Conselheiro Francisco de Salles Torres Homem... 22 de Julho de 1868... Dous annos, dous mezes e vinte
oito dias
Euzebio de Queiroz Coutinho Mattoso Camara 7 do Maio de 1868 31 de Janeiro de 1869... 4 de Março de 1869.. Onze mezes e vinte dias
Rio de Janeiro
Barão do Quaraim 23 do Junho do 1866... 31 de Janeiro do 1869.., ^ do Março de 1869.. Dous annos, dez mezes e qua-
S. Pedro do Sul tro dias

somma.

ir , -....Ho fio Aviso do Ministério do Império de 27 de Marco de 1868 tinha-se Podido a eleição de eleitores especiaes na Província de Pernambuco em 28 de Junho do mesmo anno; mas, por Aviso do mesmo Ministério de 21 de Julho seguint
declarou se que os poderes de tae_s eleitores tmham^caducado polo facto dc ler sido dissolvida a Camara dos Deputados, por Decreto do 18 do referido mez c terminado assim a 13» Legislatura.
Secretaria "do Senado cm 27 do Abril de 1869.—O Offlcial-maior interino, Pedro Antonio cie Oliveira.
ANNOS

3 CLASSIFICAÇÃO
3
De abertura e encerramento da assembléa geral
Do Senado inclusivamente as preparatórias ACTAS DAS SESSÕES
Das Conferências da Mesa
Dirigidos á Sancção Imperial 1em duplicata) AUTíIOGRAPIIOS DE RESOLUÇÕES
Do Senado enviados á Gamara dos Deputados E DECRETOS
Com os autographos dirigidos á Sancção Imperial
«I Corn os da Gamara dos Deputados enviados com emendas
.Qc ■ MEJÍSÁGESS ESCRIPTAS
Com os da mesma Gamara, a que o Senado não deu o seu consentimento
| Com os do Senado remeltidos á Camara dos Deputados
A' Camara dos Deputados
OFFICIOS DO SENADO £=-
O Aos diversos Ministérios 3
e
s. &
Dirigidos a diversas pessoas OFFICIOS AVULSOS E CARTAS
3 3 OFFICIAES
Da Mesa
DARECERES
Das differentes Commissões da Casa
De Senadores
1 De Commissões REQUERIMENTOS
-s
De Senadores | INDICAÇÕES
Ci I CD CO KS De subsidio de Senadores (em duplicata)
Yeílc nlen os FOLHAS
3 \ ^ ^ dos,empregados da Secretaria, e do Paço ão Senado (em duplicata) j
cc hè híJ j De presença de empregados contemplados nas folhas dos vencimentos ATTESTADOS
Das aefas das sessões do Senado na fôrma do art. 30 § 6.° do Regulamento de 15 de
Dezembro de !853
O EXTRACTOS
«o í-s cr» Do Livro do pouio dos empregadas na fôrma do art. 51 do mesmo Regulamento
CO OO oo Constantes das notas mensaes lançadas cm livro proprio ASSENTAMENTOS DOS EMPREGADOS
Dos objeetos lidos e discutidos no Senado
Dos objeetos que ficam pendentes da deliberação do Senado SINOPSE
Da tomada de contas (annual) no Livro da Receita o Despeza da Secretaria
_ Do juramento de empregados no Livro proprio TERMOS
De abertura c encerramento do Livros para registro
i - Das despezas da Secretaria o Paço Jo Senado í, ORÇAMENTO
Constante das notas lançadas em livro proprio RECEITA E DESPEZA oo
De pareccres da mesa «s
De pensionistas do Estado desde 1881 até 1883
De estrangeiros naturalisados durante o mesmo período tí
O
Dos estudantes mandados matricular em diversas faculdades, de que o Senado tomou | O
ü conhecimento na sessão de 1866 e de 1SG7 O
rs Cl
e-a
rs
De oíGciaes mandados transferir para corpos de armas scientiíicas, de que o Senado / 3 g
tomou conhecimento nas mesmas sessões. . j
De empregados públicos, licenciados em vencimentos, de que o Senado tomou conho-| izl
e: cimento nas mesmas sessões H
•SSD O
o Das aposentações concedidas pelo Poder Executivo, e approvadas pelo Senado desde ' oo
1861 até 1867 ' / OS
oo ízS
Dos termos que segue a discussão de todos os Projectos, Indicações, Requerimentos,
e Pareceres, de que o Senado se occupou, lançados no Livro do respectivo re- PROCESSOS ESCRIPTOS
gistro
Dos Senadores presentes na Côrtc em 21 de Dezembro de cada um dos annos de ) „tt.r>nrn: vn mi vi rs
1867 6 de 1868. | QUADROS NOMINAES
Constantes do Livro da Porta, RESUMO DE REQUERIMENTOS DE
PARTES E DOS DESPACHOS
Dos Livros impressos existentes na Bibliotbeca do Senado CATÁLOGOS
Dos Livros manuscriptos existentes na Secretaria
Das actas das sessões imperiaes de abertura, e encerramento da Assembléa Geral
Da resposta á falia do Throno
Das actas do Senado na fôrma do art. 30 S 4° do Regulamento de 15 do Dezembro 5
de 1863 Ci-
Das actas da conferência da Mesa para a imprensa
Das emendas redigidas pela Commissão de Redacçâo
Da ordem do dia que se manda aos Mininistros que sam Senadores
| Dos contractos para a publicação dos trabalhos do Senado
Dos Pareceres da Mesa para a imprensa
Dos documentos, tabellas, quadros, e índices annexos aos Pareceres da Mesa
Das Proposições da Camara dos Deputados para a imprensa
Dos Projectos do Senado para a imprensa
SO3 Dos Pareceres de diversas Commissões para a imprensa
3
Dos orçamentos da despeza da Secretaria e paço do Senado.
Das Portarias do Presidente do Senado.
Das actas das sessões imperiaes de abertura, e encerramento da Asseinbléj Geral, e
das do Senado.
Das Proposições da Camara dos Deputados.
Das proposições do Senado.
oo
Dos pareceres de diversas Commissões.
Dos requerimentos diversos de Senadores, e de Commissões.
De indicações de diversos Senadores.
Das folhas do subsidio dos Senadoies.
Das folhas dos vencimentos dos Empregados da Secretaria e Paço do Senado.

Dos Oílicios e Cartas oíTiciaes


Do Índices, por ordem alphabetica, dos pensionistas desde 1861 até 1868, lançados
em livro propio
1 De índices, por ordem alphabetica dos estrangeiros naturalisados desde 1881 até

-
sessão itregjaratorin. acta da a uração dos votos para eleição de um
senador, a quê se procedeu na província de
EM 28 DR ABRIL DE 1869. Minas para preencher-se a vaga do fallecido se-
PRESIDÊNCIA DO SR, VISCONDE DE ABAETÉ. nador Sr. marquez de Itanhaem.
De 16 de Outubro do dito anno, em addita-
A's 11 horas da manhã, foila a cham: da, e mento ao de 19 de Setembro, remettendõ as actas
achando-se presentes os Sra. visconde de Abaeté, da eleição de eleitores espeeiaes, a que se pro-
Dias de Carvalho, Jobim, Zacarias, barão do Bom cedeu na província de Minas em 9 de Fevereiro
Retiro, visconde de Sapucahy e Nunes Gonçal- do mesmo anno.
ves, o tír. presidente abriu a sessão. De 20 de Julho de 1818, em additamento ao
Leu-se e approvou-se a acia da sessão antece- de 3, remetten 'o cópia do offlcio do presidente
da província do Leará, de 27 do mez de Junho,
dente, não havendo quem sobre eila fizesse obser- relativo á requisição do senado de 5 do dito mez-
vações. —Foram todos re°mettidos á commissão de cons,
Ô Sr. S" secretario, Dias de Carvalho, commu- tituição.
nicou que não comparecera hontem por ter es- Leú-se também um requerimento do Dr. Sala-
tado incummodado. thiel de Andrade Braga, sobre a eleição de elei-
0 Sr. Mafra communicou também que não tores espeeiaes, feita no dia 9 de Fevereiro de
podia comparecer hoje á sessão por incommodo 1863, na freguezia da cidade de S. Jcão d'El-Rei,
de saúde. na província de Minas, pedindo providencias a
Ficou o Senado inteirado. tal respeito —Remettido á mesma coramissao.
O mesmo Sr. 2o secretario, servindo de D, Nada mais havendo a tratar, o Sr. presidente
no o seguinte convidou os Srs. senadores para comparecerem
EXPEDIENTE no dia seguinte, na forma do regimento, e le-
Oflleio do Sr. marquez do Olinda, participando vantou a sessão ás II1/4 horas.
pão poder já comp.recer ao senado por achar-
se incommodado, mas que ompareceria logo
que começassem os trab-lhos legislativos; e re- S1 Sessão sta*ejpas>otoi.*la
mettendo o oílicio do Sr. barãu de Viila Bcila,
datado de 10 do corrente, do Recife, acompa- EM 29 DE ABRIL DE 1869.
nhando cdpia do protesto que dirigira ao col- PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ
legio eleitoral da capital da província em 4 de
Março ultimo, concernente á eleição de sena- A's 11 horas da manhã, feita a chamada, e
dores cm lista sextupla, pedindo 'que seja to- achando-se presentes os Srs visconde de Abaeté,
mado na devida consideração Dias do Carvalho, Dantas, Dias Vieira, Souza
Quanto á primeira parte, ficou o senado intei- Franco, barão do Rio-Grande Fernandes Torres,
rado Carneiro de Campo-:, Zacarias, visconde de Sa-
Quanto á segunda, remettido á commissão de pucahy, Ottoni, Mafra o barão do Bom Retiro, o
constituição. Sr. presidente abriu a sessão.
Ofiicios do ministério do Império; Lea-se c approvou-se a acta da sessão antece-
De 10 de Fevereiro do corrente anno, remet- dente. o
tendo por cópia o oflv. io de 10 de Maio de 18G8, O Sr. 2 secretario, servindo de 1% lê as cartas
do presidente da província do Amazonas, com impariaes de nomeação para senadores do Im-
as actas constantes de uma lelação, concernen- pério, pela província rio Rio-Grande do Norte, do
tes á eleição feita na mesma província de ura Sr. Francisco de Salles Torres-Homem, datada
senador para preencher-se a vaga deixada pelo de 22 de Julho de 18í;8, è pela província de
Sr. senador Herculano Ferreiri Penna, o o ;)íü- Minas Geraes, do Sr. Praneiseo de Paula da
cio da camara municipal da capital, a acta da Silveira Lobo, com amesraa data —Foram ambas
apuração, e lista tríplice, á commissão de constituição para dar parecer
Do 22 do corrente, remettendõ em additamento com urgência.
ao de 10 de Fevereiro umoffi -io do pre -idente O Sr. presidente disse que não ha sobre a mesa
da província do Amazonas, cora cópia da acta parecer algum, nem matéria que podesso entrar
da (loiçã > do eleitores especiies feita na paro- em discussão, e depois do convidar os Srs. sena-
chia de* Moura. dores p-ira se reunirem no dia seguinte á hora
Do 27 do Outubro do 186\ remettendõ es actas designada no regimento, levantou a sossão ás
e documentos constantes do uma relação, sobre 11 1/4 horas.
a eleição da um senador, feita na província do
Rio Grande do Norte, pela vaga do fallecido se-
nador Sr. D. Manoel do Assis Mascarenhas ; o 4" sessão prepapatoría
bem assim cópia da con ulta da secção dos ne- EM 30 DE ABRIL DE 1869.
gócios do Império do conselho de Estado, acerca
da me ma eleição, PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ.
De 19 de Setembro do mesmo anno, remet- A's 11 horas da manhã, feita a chamada, e
tendõ as actas e documentos, lista tríplice, e a;hando-se pre sentes os Srs, visconde de Abaeté,
— 98 —

Dias de Carvalho, Johira, Zacarias, Mafra, vis- provincia de Pernambuco, remettendo a authen-
conde de Sapucahy, Fernandes Torres, barão tica das actas da eleição para senadores a que
das Tres Barras, b rão do Bom Retiro, Ott ni, se procedeu na dita provincia.
Paranaguá, Dias Vieira e barão de Ilaúna, o Foram ambos remettidos á commissão de con-
Sr. presidente abriu a sessão. stituição.
Leu se a acta da sessão antecedente, e, não
havendo quem sobre ella fizesse observaçdes, O Sr. presidente disse que não havia matéria
foi approvada. alguma sobre a mesa, que podesse entrar em dis-
O Sr. 2'' secretario, servindo de Io, dá conta de cussão; convidou os Srs. senadores para se reu-
duas participações, uma do Sr. duque de Caxias, nirem depois de amanhã, e levanta a sessão ás
com data de 2á do corrente mez, declarando que 11 1/4 horas.
por ee achar incommodado não lhe tem sido
possível comparecer ás sessões do senado, mas
que compareceria logo que a sua saúde permit- Ga sessão jirettHrntorin
tisse; e a outra do Sr. Furtado, com a mesma EM 3 DE MAIO DE 1869.
data, declarando que se aehaprompto para com- PRESIDÊNCIA DOSE. VISCONDE DE ABAETÉ.
parecer ás sessões do senado. — Ficou o senado A's 11 horas da manhã, feita a chamada, e
inteirado. achando se presentes os Srs visconde de Abaeté,
O Sr presidente disse : Dias de Carvalho, Zacarias. Octaviano, Mafra,
« Não havendo sobre a mesa parecer algum visconde de Sapucahy, barão do B 'in Retiro, Dan-
da commissão de constituição, relativo ás car tas, barão das Tres Barras. Silveira da Motta,
tas imperiaes de nomeação" de senadores, que barão de Itaúna, Fe.maodes Torres, barão do Rio
lhe teem sido remettidas, item matéria que posso Grande, Ottoni, barão de S Lourenco e Teixeira
entrar em discussão em sessões preparatórias, de Souza, o Sr. presidente abriu a sérsão.
convido os Srs. senadores para se reunirem ama- Leu-se a acta da sessão antecedente, e não ha-
nhã, na fôrma do regimento. » vendo quem sobre ella fizesse observação, foi
appçovada.
Levantou-se a sessão ás 11 horas e 10 minutos. O Sr.o2o secretario, servindo de 1°, leu um offi-
cio do I secretario da cámarados Srs. deputados,
iatalo do 1° do corrente mez, participando não
ã.a sessão iireiiaratoria. haver ainda numero suffleicnte de deputados
EM Io DE MAIO DE 1869. para abrir-se a assembléa geral no dia mareado
pela Constituição
Presidência do Sr. Visconde de Abaeté O mesmo Sr" 2° secretario deo i arto de que o
A's 11 horas da manhã, feita a chamada, e Sr. prrsidente tinha r-cebido hontem, da esta-
nchando-se presentes os Srs. visconde de Abae ção do Entre-Rios, um telegramma, coinnninican-
té, Dias de Carvalho, Mafra, Zacarias, Para- do-se lhe, que nesse dia chegariam á Còrte os
naguá, Octaviano, Nabueo, visconde de Sapu- Srs senadores por Minas Garaes Teixeira de
cahy, barão do Rio Grande, Souza Franco e Souza, e Mendes dos Santos.
Otloni, o Sr. presidente abriu a sessão. De ambas as participações ficou o senado
inteirado.
Lêu-se a acta da sessão antecedente, e não ha- O Sr. presidente convidou os Sr. senadores
vendo quem sobre ella fizesse observações foi para se reunirem amanhã, á mesma hora, e
approvada. * levantou a sessão ás 11 1/4 horas.
O Sr. 2° secretario, servindo de Io, deu conta
do seguinte.
EXPEDIENTE T'3 sossilo preparatória
Officio do Sr. senador baião de Maroim, diri- EM 4 DE MAIO DE 1869.
gido de Petropolis. com a data de 28 do mez Presidência do Sr. visconde de Abaeté.
proximo findo, p- rtieipando que, por ter pe soa
de sua família g.avemente doente, não podia A'â 11 horas da manhã, feita a chamada e
comparecer já ás senões do senado, masque achando-se presentes os Srs. visconde de Abaeté,
compareceria logoquelhefosse possível.— Ficou Dias de f arvalho, Mafra, Zacarias, visconde de
o senado inteirado Sapucahy, Diim, Fernandea Turres, Nabueo,
barão de Ant nina, Paranaguá, Octaviano, Men-
Officio da camara municipal da cidade d j Re- des dos Santos, Silveira da Moita, Souza Franco
cife, de 4 de Janeiro do corrente anno, re netten- e Ottoni, o Sr. presidente abriu a sessão.
do diversas actas e protestos feitos por alguns Lêu-se a acta da sessão antecedente, e,não ha-
collegios eleitoraes_, bem como o do collegio da vendo quem sobre ella fizesse observações, foi
capital da provincia, relativos á eleição para approvada.
senadores, em numero de vinte. 6 Sr. 2' secretario, servindo de Io, lêu um offi-
Outro de 3 de Agosto do anno proximo findo, cio datado de 26 de Abril de 1868, do 1° juiz de
do collegio eleitoral da Villa do Barreiros, da paz da parochia do Bom Despacho, na provincia


de Minas Geraes, acompanhando cópia da re- acerca da segunda eleição de eleitores especiaes
presentação, que fizera ao presidente da dita a que o governo mandou proceder na dita pro-
província contra o procedimento do c< Ilegio viueii.
eleitoral da cidade de Pitangui, em relação aos A representação foi remettida á commissão de
eleitores da referida parochia, na ultima eleição constituição, ficando o senado inteirado da par-
para senador. ticipação odo impedimento do Sr. senador.
Foi remettido á commissão de constituição. O Sr. 2 secretario leu oa seguintes pareceres :
O Sr. presidente convidou os Srs. senadores Da mesa, n, 174 de 7 de Maio.
para se reunirem amanhã á hora marcada no PARECER DA MESA N. 174 DE 7 DE MAIO DE 1869
regimento, e levantoua sessão ás 11 horas c 10
minutos. Expõ' o modo como a mesa procedeu no traba-
lho de colligir, e preparar irfurmações para o
senado poder deliberar sobre a publieeçào dos
8« sessão preparatória debates da sessão legislativa de 1869, e apre-
EM 5 DE MAIO DE 1869 senta a proposta feita para este fim pela em-
prez i do Diário do Riu de Janeiro, enunciando
PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETÈ. a sua opinião a respeito.
A's 11 horas da manhã, feita a chamada, e I.
achandu-se presentes osSrs. visconde de Abaeté, Objecto do parecer. — Publicação dos debates do
Dias de Carvalho, Teixeira de Souza, Mafra, ba- senado na sessão legislativa de 18õí).—Medi-
rão do Rio-Grande, Paranagur, viscondo de Sa- das da mesa para serem presentes ao senado
pucahy, Dias Yieira, Octaviano, Fernandes Tor- como esclarecimentos para o contrato sòbre
res, Diniz e Ottuni, o Sr. presidente abriu a adia publicação.—Annuncios, e termos em
sessão. que foram feitos.—Proposta apresentada pela
Leu-se a acta da sessão antecedente, o não empreza do Diário do Rto.—Informações da
havendo quem sobre elk fizesse observações, foi mesa sobre a proposta.-Opinião da mesa, e
approvada. " * razões que a justificam.—Resumo e conclusão
O Sr. 'Z" secretario, servindo de 1°, deu con- do parecer.
ta de uma representação, sem data, do cidadão ISão tendo a sessão legislativa de 1868 chega-
Francisco Alves de Souza e Mello, da Yilla do do ao seu termo ordinário em conseqüência de
Patrocínio, na província de Minas Geraes, con- ter sido dissolvida o camara dos deputa ms por
tra a eleição de eleitores especiaes feita na <iita decreto de 18 de Julho de&seanno, lido no sena-
villa, em Fevereiro do anno passado. Foiremet- do era sessão do dia 2Ü. não pôde a mesa iniciar
tida á commissão de constituição. O Sr. presi- parecer algum com o fim de ser ella autorisada
dente convidou os Srs. senadores para se reu- para contratar q serviço da publicação dos de-
nirem depois de amanhã á fora marca dano re- bates e impressão das e.ctas, e aunaes desta ca-
gimento. mara, durante a actual sessão legislativa.
Levantou-se a sessão ás 11 1/4 horas. Na deficiência de tal autorisação a mesa,
de accordo com os precedentes, entendeu que
era do seu dever colligir, e preparar todas as
»8 Sessão preparatório. informações e esclarecimentos, que em tempo
EM 8 DE MAIO DE 1869. cpportuno podessemMiabiütar o senado para de-
liberar com acerto,, e sem delonga ácerca do ob-
Presidência do Sr. visconde de Abaeté. jecto, de que se trata, e resolveu em conferên-
A's onze horas da manhã, feita a chamada, e cia do 7 Abril do corrente anno :
achando-se presentes os Srs. visconde de Abaeté, 1' Que se mandassem fazer annuncios, con-
Almeida Albuquerque, DDs de Carv ilho, Pom vidando as omprezas dos diários da Côrte, que
peu, Mafr», Uetaviano, Silveira da Motta, vis- quizessem encarregar-se da publicação dos de-
conde de Sapucahy, Zacarias, Mendes dos San- bates, c em avulso da impressão dos annae.s e
tos, Souza Quein z, barão do Rio Grande. das netas do senado na sessão legislativa de 1869,
Sinimbú, barão do Bom Retiro, visconde de Suas- a apre-ieniar pa^a este fim as suas propostas di-
suna, Dias Vieira, Paranaguá, Peru .ndesTones, rigida; em carta fethada ao ofiieial-maior da se-
Diniz, visconde de S. Vicente e barão de Muri- cretaria i té o dia 25 de Abril :
tiha, o Sr. presidente abriu a sessão. 2.' Que aos ímnu-.cios se declarasse como con-
Leu-se a acta da sessão antecedente, e não dições es cnci .es: 1°, que a despeza com o ser-
havendo quem sobre ella fizesse observações, ako, que se pretendia contratar nãoo excederia á
foi approvada, de 1: 8, isto é, 5:800$ mensaes; 2 , que os em-
O Sr. Io secretario deu eonta de um officio do pr;zari;j. deveriam ter dous redactores, que
Sr. marquez de Olinda, declarando que não po- assistiss uu ássessõès, e redigiaseoi os discursos
dia comparecer nasescão de hoje porincommoda- á vista das not.s decifradas pelos tachihraphos;
do, e reraettendo um offieio de 23 de Abril do 3», que o contrato para este fim celebrado não
corrente anno, do Io secretario da assemhlea le- duraria mais de um anno; D, que as actas se-
gislativa da província do Pernambuco, acompa- rio m impressas nos annaes do senado, c não em
nhando uma representação da mesma assembléa separado.
100 —

n. lação de seus debates por meio de diversas


Daactaünnexaporcíjpiíisob n. 1, vê se queren- deliberações que tem adoptado;
do expirado no dia 2õ de Abril do corrente anuo, o Considerando que o sacriflcio da despeza, que
praso fixado noa annuncios para a apresentação tem de fazer se cem este serviço, será sobe-
das propostas, reuniu-se a Mesa no dia 26'do jamente compensado pelas vantagens que delle
mesmo rnez para tomar conhecimento das que hão de resultar:
por ventura houvesse, o a única que se apresen- Offerece o seguinte
tou foi a da empreza do Diário do Rio de Janeiro pareceu;
e da outra acta annexa p r cópia sob n. 2, consta A mesa fica autopis-ada para contratar com
que a Mesa tornou a reunir se no dia 2i, e fui de a empreza do Diário do Rio de Janeiro, sob as
opinião que se aceitas-e a proposta apresentada. condições mais vantajosas que poder obter, a
Pela pmpos a do Diário do Rio de Janeiro, obri- publicação dos debates e a impressão dos an-
íta-se o proprietário deste j- rnal a encarregar-se naes dó senado na actual sessão legislativa
dos trabalhos da pubifcaçáo d; s deb- te , e da de 1869.
impressão dos annaes eactas, com as mesmas Paço do senado, em 7 de Maio de 1869 -Fts-
condições do ultimo contrai celebrado com a conde de Abaeté, presidente.— Jose Pedro Dias de
empreza do Correio Mercantil. Carvalho, 2I, secretario.—José Martins da Cru:
O c mtrnto a que 8 3 alludc, celebrado como Jobim, á" secretario.
Correio Mercantil, é o que foi assigaado ailOde Ficou sobro a Mesa, e entretanto foij a im-
Maio de 18 .8; delle resulta que a empreza do primir.
Diário do Rio de Janeiro, ficará obrigada a trans- Da commissão de constituição.
crever por extenso e cora toda a exactidão o t mr Foiremettida á commissão de constituição
das act'S e papeis nt lias apre-entados, e o dos a carta imperial de 12 de Outubru da 1867, que
discursos dos Sr.--. Senadores, depois de revistos nomeou senador do Império ao Sr. conselheiro
por elles, t-ndo para esse fim um redàctor. José Antonio Saraiva, á qual acompanbiram as
Além disto a empreza sujeita se ás demais actas e mais papeis concernentes á eleição a
condições, que foram estipuladas no referido que "Se procedeu na província da Bahia," para
contrato de 1868, e que já o tinham sido no de 6 preenchimento da vaga acontecida no senado
de Junho da 1867, seguu 10 o qual a empreza do pelo fallecimento do barão de Uruguayana.
Correio Mercantil foi dispensada, nã" so der te ■ Do exame instituído pela comrnissao nesses
dons redactores que assistissem as discussões, documentos resultou o conhecimento de que esta
como anteriormente podendo apenas ter um, eleição correu serenamente, e que não foi man-
mas também de dar além dos anna.' s, quinhen- chada com fraudes e violências, como tem sido
tos exemplares da collecção das actas separados em outras, em diyersas províncias.
nos annaes. Antes de entrar na exposiçã i das occurren-
Sendo pois na aetualidade o Diário do Rio de cias da eleição tratará a commi.-são de uma
Janeiro o único cuncummre, a sua proposta está questão por sua natur za prejudicial.
do caso de se; aceita, potqus os c ndiçoos, que Serviram nesta eleição os eleitores eleitos na
offerece, são precisamente ns mesmas que o legislatura próxima passada quando se tratou
seuad > approvou na sessão de 13 de Junho de d; preencher a vagado conselheiro Vallasques.
1838, e que serviram de base ao c ntrato já re- A competência desses eleit res fui contestada
ferido, Celebrado com a empreza do Correio Mer- no collegio da capital pelo seguinte protesto :
cantil. r «Os eleitores abaixo assignades protestam con-
A mesa. tendo em seu parecer n. 137 de 2 de tra a validade da presente eleição para sena-
Maio do anno findo ex.msto algum i*das rasões, dores, peh sua notoria illegalida"le em face das
ue jus ificam a conveniência e nece-si<l de disposições legaes que regulam o processo elei-
a publicação dos deb ites do sen do, julga inú- toral. Porquanto, tendo se procedido a eleição
til repetir o que se le nesse parecer, e que tem par; deputa tos á asserabléa gera! legislativa no
por apoio a opinião desta câmara, constantemen- dia 6 do corrente mez, acha-se finda a legisla-
te sustentada sobre tal assumpto. tura, e por conseguinte os actuaes eleitores sem
III. os poderes necessários para a eMção de sena-
dores Seria urna anomalia, ou antes um absurdo
Assim que, como resumo e conclusão do que constitucional, que tendo sido consultada a opi-
fica dito a mesa. . nião nacional para deputados, se recorresse a
Considerando que a publicação dos debates uma opinião mais remota para senadores, cujo
das camaras legislntivas é mna necessidade, e mandato é vitalício, tendo sido de mister, para
uma condição de sua existência: gdardar-se uma apparencia de legalidade, que
Considerando que desta publicação deponde os prasos para a eleição fossem marcados de
essencialmente a dos annaes do parfa' ento que modo que grande numero de eleitores não pode-
começou no anno de 1858 e não deve ser inter- rarn comparecer, e mesmo alguns collegios não se
rompida : reuniram, dando, como deu-ss, para convocação
Considerando que desde a sua primeira reu- dos collegios menor praso do que a lei dá pára
nião em 1816 o senado tem constantemente a apuração das respectivas actas e verifican-
promovido, e protegido a publicação e compi- do-se esta, que é aeto complementar da eleição, '
— 101 —

no dia 24 de Maio vindouro, indubitavelmente desembargador Barbosa e no coronel Espinola.


comprehendido na seguinte legislatura; Reque- A commissão entende que esses votos devem ser
rem oa abaixo assignados que este protesto seja accrescentados aos apurados. As ciromustancias
inserido na acta aíim de que a camara dos Srs. da votação excluem a idéa de fraude ou con-
senadores resolva o que "ôr mais justo. luio que se praticasse por meio do papel dif-
«Babia, 21-de Março de 1867. (Seguem-se as ferente.
ass''gnaturas.) » A commi-são recebeu duas* actas do collegio
Vé-se que o fundamento do protesto o— Io fa da villa de Nossa Senhora da Puriflcação, figu-
zer-se a eleição de senador estando finda a le- rando duas eleições, uma presidida por Miguel
gislatura com a eleição de deputados—> admit Carneiro da Silva Ribeiro, outra por João Regis
tida a existência dav legislatura até 2 de Maio, de Lima Valverde, que se acha assignado na
a apuração geral devia ser feita a 24 disse mez, acta da apuração, única em poder da cominissão.
muitos dias depois de sua terminação. Das actas ciô 1° collegio e dos documentos re-
A commi-são, comquanto muita consideração raettidos directamente ao senado se deprehende
tenha pela opinião dos distinctos signatários do que o 2° não existiu legalmente, e até par, ce ter
protesto, contesta o primeiro motiv. com o silo uma ficção engenhada pelo 1° juiz de paz.
principio coostenteraente reconhecido, que a A exposição do facto aeoropanhada de docu-
legislatura começa a '3 de Maio, e finda a 2 do mentos, que comprovam as asserções contra o
dito mez do anno°seguinte, salvo o caso da dis- 2», faz objecto do um offlcio dirigido ao Sr. 1"
solução d camara dos deputados, que pôde secretario do senado.
encurtar esse praso: e quanto ao segundo moti- Na acta da apuração geral não se faz menção
vo, entende que a apuração geral é uma simples das duas actas, nem se falia em duplicata, coíno '
operação arithmetica qu*o a lei incumbe ás ca- era necessário para a preferencia que a lei ou-
maras municipses das capitães das província- e torga ás c matas apuradoras. Mas, confron-
que não pó ie conferir, nem tirar direitos; julga tando se o total da apuração com o raappa que
portanto que o protesto não pôde ser attendido. v commissf.o levantou á vista das actas dos ou-
Passando A apreciação do processo da elei tros collegios, se reconhece que a camara mu-
cão, releva prenotar: ° nicipal adoptou razoavelmente a acta do pri-
1.° Que dos .60 collegios eleitoraes que se meiro collegio da Purificação.
reuniram não foram presentes á commissão as No c- llegio de Jacohiria"alguna eleitores proy
actas da orgauisação de vinte e seis. testaram contra a deliberação da maioria de
A commissão diz que se rcuniraçn rómente não tomar em separado os votos dos eleitores
50 collegios, porque o único eleitor do de Santo das parochias da Saúde, Riachão e Morro do
Antonio da Barra que compareceu, foi votar n Cbapéo, p r entenderem que os pederes desses
collegio de Caitité, do qual fòra desmembrado eleitores não tinham sido verificados.
aquelle A coramis=ão examino ; os pareceres do anno
2.° Que do collegio d > Pombal não recebeu a do 18Gt que se refere o protesto, e achou que
commhsão nem a acta da organh ação, nem a houve equivoco no de Agosto em quê se pediu
da apuração a remessa das actas daqnellas freguezias; porque-
Se a camara municipal apuradora declara em verdade, os eleitores re-pecti vos estavam im-
que incluiu na apuração todos os collegios (51) plicitamente approvados. Além disto os votos do
è por que, segundo conjectura acorcmis-ão, teve collegio, eeforemdeduzidos dalista tríplice, não
presentes aa do Pombal, que a commissão não re- a alterarão esse ncialmente; * ó haverá differença
cebeu. no numero de votos.
Esta falta de actas inhibe a commissão de Foram tomados em separado no collegio do
formar juizo completo e positivo sobro a legali- Rio de Contas os votos o 11) eleito, es da fre-
dade com que foram constituídos os collegios, guezia do Brejo Gran le pertencente ao collegio
mas não havendo representação em contrario, «te Santa Izabel de Pnr-.gtiaísú, a requerimento
nem denuncia de fraude on omissão de for- do eleitor De, José de Aquino Tanajura, pelo
malidade substancial, accrescendo que em mui funda nento lançadonoprotestoannexo sob n. 1,
poucos collegios seria conveniente o exame Contra a admissão desses eleitores protes-
dessas actas, a c irnraissão não se opporá á sua taram doze do collegio do Rio de Contas. (Dceu-
admissão, respeitando desta arte os precedentes mento annexo n 2.)
em casos semelhantes estabelecidos pelo senado, A maioria da mesa contestou e^te protesto
onde afalt-vde taes actas nunca, em regra, vedou como se vê no documí-nto annexo n. 3.
o reconhecimento dos eleitos, salvas hypotheses A commissão entende que as razões allega-
especiaes. das no protesto dos eleitores do Brejo Grande
Não se eximirá porém de trazer ao eonheci- nãoteora força para admitiil os a votar em colle-
mento do senado o que achou digno de notar- gio diíferente do seu.
se nos diversos collegios. A commissão procurou saber se a ausência
O da capital tomou em separado os vetos dos 19 protestantes do Brejo Grapde foi notada
de uma cédula por ter sido escripta em papel nas actas do collegio de Paraguassú; e abi achou
differente do fornecido pela camara municipal, que entre os nomes de oito eleitores, cuja falta
os quaes recahiram no conselheiro Saraiva, no so declara, encontram-se sois dos dezenove. Era,

00
..
— 102 —

pois, de presumir que os treze restantes estives- Em conclusão, a commissão prepõe que seja
sem presentes, se nelles se desse o dom da ubi- ;approvada a eleição de que se trata, e reconhe-
quidade. A omissão na remessa da acta da or- icido senador do lmperio o Sr. conselheiro José
ganisação deste collegio onde se devia declarar Antonio Saraiva. — Visconde de Sapucahy.— F.
o numero eos nomes dos seus eleitores, com dis- Oclaviáno. — Silveira da Motla, com restricção
tincção de freguezias, é aqui altamente reprehen- iquanto ao direito que se arrogou o governo de
siveí. mandar fazer segunda lista.
A commissao entende que esses votos, não
devem ser contados. No respectivo collegio de-
veriam os protestantes comparecer ; e se contra « Srs. eleitores do collegio do Rio de Contas,
elles se c mettessem injustiças, usar então do — Os abaixo assignados eleitores especiaes, e
direito de reclamação, que seria attendido com- reconhecidos da freguezia de Nossa Senhora do
petentemente. Brejo Grande do município de Santa Isabel re-
Quanto á lista tríplice a camara apuradora correm a este collegio para que se digne tomar
apresentou a seguinte: seus votos, ainda mesmo em separado. Na próxi-
Conselheiro José Antooio Saiaiva. . . 2,190 ma eleição passada, de 5 de Março, os eleitores
Dr. Álvaro TiberioMoncorvo Lima . . 1,093 daquellâ freguezia, que em sua maior parte são
Coronel Antonio de Souza Espinola . . 1,142 igualmente especiaes em numero de 28, que tan-
Segue-se : tos dá a dita freguezia, votaram unanimemênte
Desembargador Luiz Antonio Barbosa nos Drs. Salustiano Ferreira Souto, Frederi o Au-
de Almeida 1099 gusto de Almeida, e coramendador Antonio de
A falta da acta do collegio do Pombal tem im Souza Espinola, em osquaes já os mesmos eleito-
pedido a commissão de dar parecer Sabre res tinham declarado p;la imprensa da capi-
esta apuração, porque sem esse collegio te- tal, que votariam. Mas a mesa inflei e falsaria
ria o 3° cidadão apresentado na lista á Corôa do collegio de Santa Isabel com a mais torpe
de passar par-, o 4» legar, o que a inutilisaria, escamotagera e cynica immoralidade engoliu
obrigando nesse caso a commis ão a propôr pro- estes votos, commettendo dostaaite o mais in-
videncia especial Mas. tendo sido agora presen- justo, e violento estellionato político, e assim os
te á commis-ão o n. 4,094 do Jornal da Bahia, votos dos supplicantes foram engrossar a vo-
no qual dando-se as list-s de votações de ou- tação dos candidatos da opposiçüo, quando ha-
tros colhgios, também se dá a do Pombal e -viâru sido dados aos governistas". Debalde pro-
completando perfeitamente esta lista a votação testaram os supplicantes, e não assignaram a
apurada pela camara municipal, pensa a com- acta. Esta violência inaudita nos annaes das
missão, na ausência de qualquer protesto, re- immoralidades eleiteraes vae produzindo seus
clam-.ção ou duvida que pela imprensa ou offl- ellcitos, até que a augusta camara dos senhores
cialmente ee houvesse levantado contra os alga- deputados tomo devidamente conta aos falsá-
rismos daquella lista, que não deve por mais rios. E', pois, sobre esta dolorosa impressão que
tempo adiar o seu trabalho á espera da dita reccorrem os supplicantes a este moralisado e
acta. honrado collegio para que se lhes aceite seus
A commissão julga do seu dever informar votos, que serão devidamente apreciados pelo
ao senado que esta nèo foi a uniíu lista org.sni- poder competente, sendo inserido na acta este
sada pela camara apuradora. Duos.apurtições pedido de cidadãos eleitores, feridos em sua
geraes se fizeram. A list - resultante da D, féita honra e brios e victimas da mais estupenda
em 23 de Junho de 18(57, ó a seguinte : immoralidade, e violência. Rio de Contas, e
Conselheiro Saraiva ....... 1,815 sala da camara municipal, 24deMarço de 18fi7.—
Dr. Tiberio 1,494 José Pires de Oliveira.— Jósé Antonio de Oliveira.
Desembargador Barbosa 988 —José da Silva Gomes.— Joaquim Antonio de Oli-
veira Pinto.—Leoneio José dc Figueiredo.—Fran-
Segue-se cisco Pinto de Oliveira.—Rodrigo Leite das Santos.
—AnUnio Justiniann de Souza.—Fabricio José da
Coronel Espinola 902 Trindade.—Estevão Rodrigues de SiAiza.-JoséBene-
Reraettida e-ta lista ao poder moderador' diclo de Souza. —Joaquim Jo-é de SanPAnna. —
por intern edio do ministerio do Império, e ob- Plácido Rodrigues Pinto.—José Salustiano de Souza
servando-se que a apuração não estava completa —Galdinn José Pereira. —Francisco Anlonio Pinto.
por se exclui rem delia os votos de cinco colle- — José Honor ato da Rocha — José Honorio Rodri-
gios, com o fund imento de que asactus não se gues da Silva.—Francisco Joaquim d i Silva.—Theo-
achavam conferidas e concertadas na forma da doro Pires da Silva.—Manoel Francisco de Souza »
lei, podenio por isso duvidar-Se de sua autlvn-
ticidade, ord "n .u-:-o ao presidente da província,
de conformidade com o parecer da secção do « Os abaixo assignados eleitores desta fre-
conselho de Estado, que satisfeita essa formali- guezia do Santissmo Sacramento de Minas do
dade, se procedesse n nova apuração. Rio de Contas e da do Senhor Bom Jesus do
A camara municipal, pois, fez a nova apu mesmo município, protestam contra a extranha-
ração em h de Setembro do dito anno de 18ó7, e vel decisão da maioria deste collegio que ad-
dalii resultou a 2a lista triplico. mittiu a votar e a apresentar protestos intem-
— 103 —

pestivos nelle, na presente eleicSo, os eleitores dade da Fortaleza, contestam a validade de mui-
da fre?uezia de Nossa Senhora do Allivio do tas das operações eleitoraes daquella quadra, e
Btejo Grande pertenci-nte ao muni •ipio de San reclamam contra a annulliição de outras. O
ta Isabel de Paragua-sú, de cujo coltegio principal trabalho dac.imtnissâo é, portanto, ex-
fazem elles pane em virtude uns decr.-to- por ao senado o exame qoe fez de cada um dos
n. 1814 de 27 de Agosto de 1856 e n. 2637 pontos sobre que versa a reclamação e a opinião
de 5 de Setembro de 1860. E como tão irre- que formou com esse exame.
gular procedimento seja manifesta transgms- Cumpre observar que só houve sete dupli-
são do disposm 'no art 65 da lei regulamen- catas de cMlegios, sendo 28 os da província.
tar das eleições de 19 de Agosto de 1846, Deram-se as duplicatas em Canindé, Ipú, Granja,
os protestantes usam deste meio para res-dvar o Viçosa, Jardim e Milagres. Na eleição primaria
direito dos que prejudicados forem com tal de- houve uma duplicata mais, na freguezia de
cisão, e requerem que o seu protesto seja inse- Sant'Anua, p rtencente ao collegio de Acaracú,
rido na respectiva a^ta. Sala da camara mu- que tomou em separado as votações das duas
nicinal em collpgio eleitoral, na villi de V luas turmas.
do Rio de Contas, 24 de Março de 1867.— Bento A respeito dos 21 collegios sem duplicata,
Mendes Oliva — Miguel Joaquim de Novaes — José os recla .antes pedem a annullação das eleições
Joaquim de Oliveira Libero.— Agostinho José, de primarias de Maranguape, Imperatriz, Lavras e
Macido Pereira— Jouqwtm Antomo de Oliveira.— Pamboril, e das secnudarias nos collegios de Ma-
José Lucas de Mnccio. - Miguel Jmliniano de Ma- raoguape e Aracaty. ' ■
cedo.— José Silvestre da Silva e Mello.— Joaquim Quanto aos 7 collegios duplic dos, pede a
Antônio de Azevedo.— Joio Evangeli ta de bouza aceitação daquelles que exprimem o triumpho
Pereira.— José Galdino de Mattos.— José Joaquim de seus correligiouarios politicos, approvando-
Marques. » se as respectivas turmas parochi es de eleitores
com exclusão das correspondentes de seus adver-
« A maioria da mesa do collegio eleitoral da sários.
Villa de Minas do Rio de Contas, interpretando a «Ia parte.—Freguesias e collegios sem duplicata.—
deeieão da maioria do collegio em contra pro- Maranguape. — Allegam os reclamantes que o
testo ao protesto apresentado pelo ciei tor o capitão ; residente da província incompatibilisara ille-
Bento Mendes Oliva, que fica transcripto, diz que galmente o 1° juiz de paz. São as provas que
aceitando a mesma maioria do collegio a petição offerecenr artigos de jornaes opposieionistas as-
em fôrma de protesto dos eleitores de Nossa Se- sev rando o facto e uma exposição feita no pe-
nhora do Allivio do Brejo Grande, pertencentes riódico Constitucional de 14 de Abril de 1867 pelo
ao collegio eleitoral de Sant Isabel do Para- ex-official-maior da secretaria do governo do
guassú, e que lhe fôra requerido por um eleitor Ceará, attribuindo a sua exoneração a resistên-
deste Cullegio, eadmittindo os mesmos eleitores cia que oppuzera ao presidente, o qual pretendia
a votar era separado, não fez mais do que dar ex- coagil-o a certificar que tal incompatibilidade
pansão egarantiaaosagrado direito do voto livre, não fôra fulminada, tendo-o realmente sido.
e quando seja uma transgressão do art. 65 da lei Mas nem semelhante deliberação de incom-
regulamentar das eleições, o que nega, não é patibilidade consta tos archivos da secretaria
tão revoltante e estraiiliavel corno a escamota- da província nem foi jamais publicada na folha
gem que aquelles eleitores soffreram de seus offieial; e na própria exposição do ex-offlcial
votos no collegio de Santa Isabel, como. se maior e no me.smo numero do citado jornal en-
queixam, e a camara dos Srs. senadores, contram-se officios do 1° juiz de paz convidando,
sentinelia vigilante da liberdade e direitos da por enfermo, o 2° a tomar a presidência das me-
nação, a quem compete a apreciação deste sas eleitoraes dos dias 3 e 17 de Fevereiro.
procedimento, o avaliará devidamente. Paço Não procede, portanto, a allegação.
da camara municipal em collegio eleito- Contra o collegio eleitoral de Maranguape al-
ral da Yilla de Minas do Rio de Contas, 25 de legam mais os reclamantes que alli se commet-
Março de 1867.— Manoel Alves de Castro Coelho, tera fraude na leitura dos nomes dos votados e
presidente.— Thomé Bernardino de Magalhães, se apresentara um protesto de 4 eleitores que alle-
cretario.—/sidro Rodrigues Vianna, secretario. » gam ter sido desattendidos pelo collegio quando
A commissâo de constituição, a que foram pre- reclamavam contra o abuso, o que os obrigou a
sentes os diplomas dos senadores eleitos pelo ir, como foram, lançar o seu protesto nas notas
Ceara, o Sr cuiisclheiro Joaquim Saldanha Ma- de um tabellião.
rinho e o Sr. padee Antonio Pinto de Mendonça, A aota da apuração no collegio, assignada por
tendo agora presentes as actas de todos oi col- 36 eleitores, conferida e concertada pelo mesmo
legios eleitoraes e de quasi todas as assembléas tabellião, nada diz a esse respeito. Não se pôde
parochiaeS que funcciona-atn naquella província estabelecer o perigoso principio de recusar fé
a 17 de Fevereiro de 1837, pôde desempenhar a publica a uma acta sem vicio para dal-a a decla-
tarefa em que se viu paralisada o anno passado rações de alguns eleitores, sem o concurso de
pela falta de vários daquelles elementos. ■ilguma prova valiosa. Accresce que entre os
Dous distinetos cidadãos consideram-se leza- nomes votados naquelle collegio apparecem os
dos pela apuração da camara municipal da ci- de correligionários dos reclamantes e os dos pro-
— 104 —

prios reclamantes. Um delles, o Sr. Araújo Lima, havendo contra a eleição de 17, protesto ou re-
tem alli eleição superior á que lhe poderiam dar clamação alguma
os quatro eleit .e . Não se compreheude, pois, Conclusão. Não ha, pois. fundamento suílici-
como reconhecida a fraude, os outros eleitores, ente para se attender aos pomos desta primeira
que derem Sste votos ao Sr. Fernandes Vieira, e parte da reclamação.
seis ao Sr. Araújo Lima, deixaram de apoiar a 2* parte.—Freguezias ecollegios com duplicatas.
reclamação e de-sidencia dos quatro signatários
do protesto. Varzea Alegre.— Pedem os replamantes a an-
nullaçâ ; de qualquer eleição liberal que se diga
Imperatriz. — O argumento que oíTerecem os feita era Varsea Alegre e á approvação da con-
reclamantes pava a nullidade da eleição desta servadora. Quanto á primeira, que ó a única que
parochia éa supposição em que estavam de haver consta offlcialmente, está de facto nulla, porque
dado ella 48 em vez de 32 eleitores que lhe com- foi presidida por juiz incompetente e a mesa se
petia dar. Mas das actas da ejeição, quer pri- organisou illcgalmente.
maria quer secundaria, se evidencia o contrario. Quanto á segunda, nada pôde dizer a eom-
A Imperatriz deu, como devia, aómente 32 elei- missão pois não teve para examinar acta algu-
tores. ma de semelhante eleição. O presidente da pro-
Também ha engano da parte dos reclamantes víncia também informa que na secretaria daquelle
no supporem que a parochia de Aracaty Assú governo nunca appareceu a.ta concernente a
déra maior numero de eleitores do que o devido, tssa turma de eleitores.
quando se vê da acta do collegio resp. ctivo ( a Granja. — A comrnissão rejeita as duas elei-
Imperatriz ) que a dita parochia só dera os 16 ções parochiaes da Granja ; a conservadora por
eleitores, numero que lhe havia sido marcado. ter com a absorpeào da parochia de Ibuassú feito
E' fácil de explicar se este engano, porque os maior numero dê eleitores do que devera e não
reclamantes declaram que os seua arguraentr s estar baseada na qualificação vigente; a liberal,
são tirados por iuducção dos acontecimentos da por ter sido presidida por 1juiz inc' mpetente.
eleieão do dia 3 {para a camara dos deputados) Os respectivos collegio- teera de ser annul-
acreditando elles, segundo sa exprimem, que lados. Mas havendo sido tomados çro separado
naturalmente se dariam na eleição de 17 os mes- os votos eleitoraes de Iboassú no collegio libe-
mos vicios daquella. ral, podem estes ser contados na apuração geral
Aracaty — Apresentam os reclamantes uma Na el-ição de Ibr assú a mesa foi orgacisada por
carta do juiz de direito da comarc . Francisco de juiz de paz do districto vizinho, por ser aquella
Assis de Olivein Maciel, ao Sr. conselhoiro F. u a par chia recem-creada, e a chamada se fez
de P. de Negreiros Sayáo Lob;to contendo este pela cópia da ultima qualificação da freguozia
período: «Em conseqüência da ultima coaiisão da Granja, de onde fôra desmembrada.
calculada dos liberaes dissidentes desta provín- Não houve contra essa eleição protesto, nem
cia com o senador Fompcu, os negocios extre- reclamação : fôra iniquo annullal-a, só pelo que
maram-se Se tal modo que não foi possível conse- disseram os jornaes da eleição do dia 3.
guir-se no collegio deste termo um só voto na eleição SanCAnna. • A commissão rejeita também
de senador para o Dr. Araújo Lima, e, se tivesse as duas eleições desta parochia : a conservadora,
obtido, certamente não seria apuro do, como, se pela evidente incompetência do juiz qiie a pre-
gundo me informam, deu-se com tres votos con- sidiu (o 5» votado dn outra parochia) e pela falta
feridos ao Dr. Jaguarib • por eleitores de sua do livro de qualific ição ou lista authentica : a
intimidade » 9 hber 1, porque não ficou bem provado .que hou-
As palavras seg"t>do me informam, desta carta vessem sido obrigados os seus autores a retirar-
não bastam pare. provar uma fraude eleitoral de se da matriz para outro edificin, recurso que
tamanha gravidade, quanto mnis que o mesmo nem mesmo seria jámaia admittido pela com-
juiz do direito reconhece não ter obtido um só missão, se não estivesse consagrado pelas ca-
voto o proprio candidato, pelo qual se interes- raaras no reconhecimento de seus membros,
sava, Cumo o assevera no flual da carta mus que deve ser limitado acasos muito res-
tricto-i
Lavras.— Ha aiadi equivocação dos recla- Ambas s turmas votaram em separado no
mantes no argumento que "íferecem contra a respectivo cnlleno (Acaracú) e por tanto não lhe
eleição desta parochia. Livras só e eg^u 23 elei- viciaram a eleição total.
tores, como se vè das actas, enào 45 como sup- Ficos»—Também pensa a commissão que se
poem òs reclamantes. devem annullar ambas as eleições parochraes
Tamboril.— Os reclamantes d zem tão somente • ia Viçosa: ^conservadora, por ter sid» presidida
que a eleição desta parochia do dia 17 fui por juiz incompetente e feita por qualifica' ão il-
salpicada com sangue derfamado nã eleição do legaí, embora por ordem do governo, ob-
dia 3 e ajunt-m como documento úm numero do tida como está provado, sob fals m informações-
jornal o Progressista referindo se a es e facto a liberal, porque, embora presi iida por juiz com-
occorrido no uia 5 petente e feita com a qualiflp ição ultima, não
Não tendo o senado de emittir juizo sobre a teve para a formação da mesa nenhum dos 23
eleição de 3 e sim sobre a de 17, nada vem ao eleitores da parochia nem os supplentes corres-
caso uma tnste occurreneia da primeira, não pondentes, ao passo que vários desses funccio-
— 105 —

n&rios serviram na outra eleição presidida pelo postara na portada igrejae franqueal-a ao povo,
3» juiz de paz, devendo crêr-ré que i-uppunham o juiz de paz convidou os yotsntes para o acom-
estar cumprindo uma ordem legal e fundada do pauh irem á casa da camara, onde apoiado por
governo. nove eleitores e oito snpplent>'s, org»nispu a
Consaguintemente a commis^ão propõe a mesa e f z uma eleição, contra cujas aetas, re-
nullidade dos doas collegios formados por aquei ferindo miudamente todo o processo eleitoral,
ias duas turmas de eleitores, sem concurso de nada se r ó le Ázer.
mais outras parichias. O único argu ento com 'que os reclamantes
ípú — A. eleição liberal desta, parochia não pedem a sua rejíição, é o já referido em outras
pôde ser aceita, "p.rque f i presidida p rjuiz occasiões, de conjecturas e probabilidades pelos
incompetente; e a* conservadora, embora po- factos anteriores da eleição do dia 3,
dessd ser legxlisada, tornou se impresta el_, por Quanto á outra eleição basta apontar-se que
que a respectiva turma de eleitores reuniu-se as próprias actas referem ter sido feita sob a
como collegio na casa do subdelégado de poli- pr- sidencia de um juiz de paz Je outra fregue-
cia, corno confessam os reclam n es e consta da zia e de outro termo estando a funccionar para
acta. • _ o mesmo fim o juiz competente.
S6 lia a aproveitar-se do collegio que funccio- Não tem, pois, valor algum.
nou na matriz a votação de Tamboril que foi Canindé. — As circumstanoias das - eleições
tomada á parte. em Canindé são idênticas ás de Milagres.
Telha. — A acía da eleição conservadora desta A argumentação dos reclamantes contra a
parochia, que foi presente ao senado, não tem eleição presidida pelo Io juiz de paz na casa da
caracter algum de authentieidade. Ilesa, além camara nã > procede á vista das actas Nellas
disto, que no dia 18 nu espaço de «ma hora se se menciona e o presidente da província o cor-
abriu a urna, veriflcou-se o estado das listis, robora com uma attestação da camara munici-
livros, etc., fez-se a terceira chamada de mais pal, que no dia 17 a policia, dispondo da força,
de mil nomes e o rol desses mil nomes de votan tomara as avenidas da matriz e tolhera a liber-
tesque não comparecer m; e depois dis 10horas dade de ingresso. E' este um caso extremo, e
da manhã, e antes de se ; ôr o sol, ebimaçarum- que justifica a transferencia da eleição p. ra ou-
se, leram-se e apuraram-se 1,735 cédulas com tro Leal. As actas dessa eleição estão regulares.
45 nomes cada urna. Não ha, pois, motivo para annullal-a, nem para
Eeconhece a comraissão que »s duas cama- approvar se outra qualquer feita com juiz in-
ras legislativas não teem estabelecido em regra competente.
a nuliidade das eleições pela impossibilidade Concluíão. Cumpre, como ficou exposto,
material de tanta rapidez no trabalho; todavia, annullar . Igumaa das eleições, tanto das accu-
coincidindo "cora esta impossibilidade o que já sadas pelos reclamantes, 'como das que elles
o foi dito da falta de authentieidade da acta, deve consideram boas e valiosas.
esta ser rejeitada. 3a p-iríe.— Outras irregularidades e nulli-
«A aeti liberal está revestida do caracter do dades.
authentieidade e a eleição se diz allt ter sido Deve a commissão referir o senado que de-
feita sob o Io juiz de paz. Mas os documentos parou ainda com varias irregularidades na elei-
exhibidos p4os reclamantes deixam em duvida ção d outra í partchias, mas como não encon-
se existiu esta eleição. trasse protesto, reclamação ou denuncia contra
A conseqüência "será a rejeição de ambas e ellas, não as attribue a fraude ou violência.
dos respectivos collegios. Os reclamantes dão noticia de um conluio
Jardim.— A eleição da matriz éevidentemente entre inflaencias do partido conservador e uma
nulls, tendo sido presidida por um 3° juiz dc parte do partido liberal, apoiada nas regiões oífl-
outro districto, o Brejo, sem impedimento pro- ciaes Dalii talvez proviesse a calma que quasi
vado, nem dos da parochia do Jardim, nem dos geralmente reinou na eleição de lide Fevereiro,
dons primeiros do Brejo. porque os partidos se toleravam reciprocamente.
A eleição, feita cora o juiz legitimo na ca- Assim, é que a irregularidade que mais avulta é
mara municipal, foi denunciada á presidência a que nasce da ausência da luta e da falta de fls-
da província como acto irregular por pessoas calisaçSo nos adversários, a saber, essa prodi-
insuspeitas, segundo elle, informou ao governo. giosa rapidez com que se figuram preenchidas
Rejeitadas estas duplicatas, ficam nullos os as formalidades legaes, e recebidas e apuradas
respectivos collegios. as cédulas
Milagres.— A neta da eleição a que se pro- E posto que a commissão já dissesse que só
cedeu nesta parochia sob a presidência do 2° por esse. fundamento não se acha autorisada a
juiz de paz ó corroborada pelas informações da annullar eleições, todavia não pôde deixar de
camara municipal. Na manhã de 17 a autoridade apontar dous casos, nesta eleição do Ceará, que
policial impediu o ingre-ss^o da matriz ao juiz não devem passar, o primeiro sem censura, o
competenie. Jofio Rodoaldo Linhares, o segun- segundo sem eorreceão. Em S. Matheus, paro
do da lista dos juizes de paz por ter participado chia do Saboeiro, diz a acta, que 2,180 listas,
moléstia o 1° Francisco José de Souza.—Recu- e ntendo cada qual 24 nomes, foram apuradas
sando o delegado de policia retirar a força que em um dia, tendo também sido todas recebidas
em um só dia! Em Arneirós, parochia do colle- Nada mais havendo a tratar, o Sr. presidente
gio de S. João do Príncipe não se contantaram convidou os Srs. senadores para se reunirem
com a rapidez do trabalho, foram até ao mila- amanhã á hora designada no regimento.
gre de encontrarem em 1,401 listas recebidas, Levantou-se a sessão ás 11 3/4 horas.
1,801 votospara um eleitor,1,100 para outro, etc.
A eleição de Arneirós não pode prevalecer.
Devem descontar-se da votação unanime do col- f«a sessão preitarotoria.
legio de S. João do Príncipe os 17 votos dos elei- EM 8 DE MAIO DE 18Ü9.
tores daquella parochia.
Também não pôde prevalecer a eleição de Qui- Presidência do Sr. visconde de Abaeié.
xeramobim. De uma serie de documentos que fo-
cam remettidos ao senado, ficou evidente a in- A's 11 horas da manhã, fez-se a chamada, e
competência dos dous juizes de paz que na acta acharara-se presente vinte e dous Srs. senadores,
figuram ter presidido aquella eleição, Tiburcio a saber; visconde de Abaeté, Almeida e Albu-
Valeriano da Costa eSilvana formação de mesa e quer, Dias do Carvalho, Pompeu, Mafra. Souza
Vicente Enéas de Moraes Monteiro nos outros Queiroz, visconde de Sapucahy, Paranaguá,
actos até á apuração. Tiburcio Valeriano não era Ottoni, barão de Itaúna, Zacarias, Nabucu, ba-
mais do que o40 votado e Vicente Enéas o 6o na rão de Cotegipe, barão do Bom-Retiro. Fernan-
precedente eleição de juizes de paz, cumprindo des Torres, Souza Franco, Dantas, Octaviano,
attender-se a que o 1», 3° e 5o votados estavam Sinimbú, Mendes dos Santos e visconde de
juramentados e não foram convocados. Ha cer- Suassuna.
Deixiram de comparecer com causa partici-
tidões extrahidas á vista dos livros da eamara pada/os Srs. Nunes Gonçalves, Chichorro, barão
municipal, que demonstram tudo isto, embora de Antonina, barão de Maroim, barão de Muri-
as actas houvessem sido calculadamente redi- tiba, barão de Pirapama, barão de S. Lourenço,
gidas para occultar-se a fraude, dizendo-se alli barão do Rio-Grande barão das Tres Barras,
que na formação da mesa tomara a presidência Carneiro de C impôs, duque de Caxias, Firmlno,
o juiz de paz Tiburcio sem se declarar se era elle Furtado, Paula Pessoa, Dias Vieira, Silveira da
ou não o Io, e nem o motivo porque se apresen- Motta, Paranhos, Jobim, Teixeira de Souza, mar-
tava a funccionar; bem como que depois se quez de Olinda, visconde de I aborahy, visconde
retirara o juiz de paz mais votado e o substituirá de Jequitiuhonha, e visconde de S. Vicente. Dei-
o juiz de paz Vicente Enéas. xaram de comparecer sem causã-participada os
Apuração.—Sommados os votos dos collegios Srs conde da Boa Vista e Fonse&i.
que não te -ra vicio com o accrescimò das vota- O Sr. presidente abriu a sessão.
ções que se poderám escoimar nos collegios vi- Leu-,-e a acta da sessão antecedente e não ha-
ciados, fica assim a apuração: vendo quem sobre ella fizesse observações, foi
Posto que soffra alteração a ordem era que apprnvada.
foram collocados pela eamara apuradora os seis O Sr. 1° secretario leu um officio do Sr. sena-
nomes apresentadus á Coroa, não provém desse dor Francisco de Paula Pessoa dirigido da ci-
facto conseqüência alguma que careça de provi- dade do Sobral, província do Ceará, com a data
dencia. de 13 de Abril proximo findo, declarando que
ainda este anno não podia comparecerás sessões
Assim como, se abstem a commissão de pro- por incommodo de saúde.—Ficou o senado in-
pôr conclusões especiaes a respeito dos eleitores teirado.
de cada uma das parochias, porque taes elei- O Sr. Presidente, diíse ;
tores- não teem mais direitos a exercer, nem
funeções a desempenhar, « Não havendo numero sufflciente de sena-
dores para discutir-se os pareceres da commissão
■" Conclusão geral. — A commissão é portanto de constituição, sobre as eleições para senado-
de parecer que se reconheçam como senadores res pelas províncias da Bahia e Ceará, convido
do Império pela província do Ceará os Srs. os Srs. senadores para se reunirem depois de
conselheiro Joaquim Saldanha Marinho e padre amanhã, á hora designada no regimento. »
Antonio Pinto de Mendonça.
Levantou-se a sessão ás 11 horas e um quarto.
Sala das commissões, 6 de Maio de 1869.—F.
Octaviano.—V. de Sopucahy.—Silveira da Motta.
com restricção quanto a Canindé e Milagres. tla sessão preparatorl».
O Sr. presidente disse que não havendo hoje EM 10 DE MAIO DE 1869.
numero sufflciente de membros para formar PRESIDÊNCIA. DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ.
casa, não podia por esse motivo pôr em discus-
são desde já os dous pareceres da commissão A'8 11 horas da manhã, feita a chamada,
de c onstituição, mas que estes entrariam ama- achavam-se presentes 24 Srs. senadores, a
nhã em discussão, se houvesse quorum; e que no saber :
entretanto mandaria imprimir os referidos dous Visconde de Abaeté, Almeida e Albuquerque,
pareceres. Dias de Carvalho, Pompeu, Jobim, barão de
— 107 —

Itaúna, Marquez de Olinda, Paranaguá, barão do A assembléa geral resolve :


Eio Grande, barão de S. Lourenço, visconde de Art.l."Ficaraapprovadas as seguintes pensões
Sapucahy, M>fra, Dantas Octiviano, Nunes concedidas por decretos de 20 de Maio de 1868 :
Gonçalves. Mendes dnsSantos, Fernandes Tor- Pensões annuaes : de 1:200jJ a que fica elevada
res, Zacarias, Sinirnbú, Dias Vieira, Souza Quei a de 4b# mensae.s coneedida p .r decreto de 4 do
roz, visconde de Jequ tiniionha, barão das Três mesmo mez a D Hermelinda dos Guimarães
Barras e barão de Muntiba. Peixoto, viuva d > tenente-C' ronel comn andante
Deixaram de comparecer com causa partici- do !« corpo de infantaria Francisco Maria dos
pada, os Srs. Diniz, ('hichorro, barro de Anto- Guimarães Peixoto: de 1.44# ao ex-primeiro ma-
nina, barão dn Bom Eetiro, barão de Cotegipe, rinheiro Bazilio Pedro ; de 180# ao guardião ex-
barão de Maroim, barão de Pirapama, Souza tranumerario d > corpo de offlciaes marinheiros
Franco, Carneiro de Campos, duque de Caxias, José Coelho de Brito.
Firmino, Furtado, Paula Pessoa, Silveira da Por decreto de 23 de Maio de 1868 : de 36#
Motta, Paranbos, Nabuco, Teixeira de Souza, tmnsaes a D. Anna Joaquina de Pontes Mari-
Otfconi, visconde de Itabiraby, viscondedeSuas- nho, mãi do alferes de voluntários da patria e
suna, e vhconde deS. Vicente. em commissão no i0 batalhão de infantaria An-
Deixaram de comparecer sem causa partici- tônio Joaquim Pontes Marinho.
pada, os Srs. conde da Boa Vista e Fonseca. Art. 2.» Estas pensões serão pagas das datas
dos referidos decretos.
O Sr. presidente abriu a sessão. Art. 3.° Eevogam-se as disposições em con-
Leu se a acta da seseâo antecedente, e não trario
havendo quem sobra elia fizesse observações .Paço da camara dos deputados, em 18de Julho
foi approvada. de 18"J8. —Francisco de Paula da Silveira Lobo,
O Sr. I.0 secretario deu conta do seguinte : presidente.— AnUmio da Fonseca Vianna, D se-
.cretario.—José Avelino Gurgel do Amaral, 2° se-
EXPEDIENTE. cretario.
OÍBcios acompanhando autographos sanccio- A assembléa geral resolve:
nados de re-oluções da assembléa geral; Artigo único. Fica o governo autorisado a
De 25 de Julho de 18(18, do ministério do Im- mandar admittir no quadro eifectívo do exerci-
pério. mandando admiUir á exame de obstetrícia to, no posto que actualmente occupa, ao briga-
na faculdade de medicina da Côrte a Margarida deiro honorário Barão do Triumpho, coroman-
Falconet. dante superior da guarda nacional do Eio Pardo
De 28 do dito mez, do mesmo ministério, au- na província de S Pedro do Eio Grande do Sul,
torisando a concessão de cartas de naturalisação e comrnandante geral das cavallarias do exercito
ao portuguez padre Albino de Brito Arraes e brasileiro em operações contra o governo da re-
outros. publica do Paraguay; revogadas as disposições
De 1° de Agosto do dito anno, do ministério em contra'io.
da justiça autonsando a concessão de licença Paço da camara dos deputados, em20 de Julho
por um anno ao desembargador da relação do d 1868 —Franeisco de Paula da Silveira Lobo, pre-
Maranhão, José Niooláo Eigueira Costa," com sidente.—-Awtnmo da Fonseca Vianna, 1.° secreta-
metade dos respectivos vencimentos. rio —José Avelino Gurgel do Amaral, 2.° secreta-
De 29 de Julho do mesmo anno, do ministério rio.
da guerra autorisando a concessão de licença por Foram ambas a imprimir.
um anno ao .cirurgião mór de brigada Dr. Ma- O Sr. Presidente disse que lhe parecia muito
noel Adriano da Silva Pontes.—Foram os auto- provável que hoje fosse recebido o offlcio do
graphos remettidos para o archivo, fazendo-se governo, em resposta ao que o senado lhe diri-
a devida communicação á outra ca'mara. gira no dia 27 do mez de Abril ultimo, pedindo
Offlcio de 16 de Julho de 1868, do conselheiro dia, hora, e logar, em que Sua Magestade Impe-
José Martiniano de Alencar participando que' rial se dignaria de receber a deputação, que de-
por decreto de igual data fora nomeado por S. M via ir pedir respeitosamento ao mesmo augusto
o Imperador ministro da justiça.—Ficou o sena- senhor se dignasse de designar o dia e hora
do inteirado. para a missa do Espirito-Santo na Capella Im-
Offlcio do 1° secretario da camara dos Srs. de- perial, assim como a hora e logar para a sessão
putados de 18 de Julho do dito anno partici- imperial da abertura da assembléa geral; e que
por este motivo interrompia a sessão até as duas
pando que por offlcio do ministério da justiça de horas da tarde, afim de que no caso de rece-
10 do dito mez, constára que S. M. o Impera- ber-se a resposta, que esperava-se podesse no-
dor consente na resolução da assembléa geral mear a deputação a que se referira.
que concede licença com vencimentos aos des- Sendo 2 horas da tarde, continuou a sessão
embargadores Bernardo Machado da Costa Doria que ficara interrompida.
e José Florencio de Araújo Soares.—Inteirado. Leram-se os seguintes offlcios datados de hoje:
Dous offlcios do mesmo mez e anno, do dito Do D secretario da camara dos Srs. deputa-
secretario acompanhando duas proposições; dos, participando que tinha-se verificado numero
108 SESSÃO EM 11 DE MAIO DE 1869

sufflciente de membros dessa caraara para poder Moraes, Fernandes Braga, Carneiro da Cunha,
ter Ingar a abertura da as»cmbléa greral. Salathiel, Cavalc anti de Albuquerque Pereira da
Do rnioisteão do Império, participando que Silva, Fausto. Figueiredo Horta, Araújo, Men-
Sua Mage^tade o Imperador disrna-se de receber donça, Pedcnoira. Frederico de Oliveira, Valle
hoje, ás 5 horas da tarde, no paço da cidade, a da tíam-. Oliveira de Andrade, Azambuja, Cor-
deputaçSo do senado que tem 'de ir pedir > o rêa e Duarte.
mesmo augusto senhor o dia e hora da missa do Senadores: cs Srs. Souza Franco, visconde de
Espirito-Santo, na íbipella Imperial e a hora e Sapucaby, Paranaguá, Chich rro, Jobim.' Diniz,
logar para a sessão imperial da abertura da barão do B .m Retiro, Teixeira do Souza, Mendes
aasembléa gerrl. dos Santos, barão de S Lourenço, visconde de
O s nhnr presidente nomeou para membros S. Vicente e barão de Antonina.
da deputação, os Srs senadores, visconde de
Sapucahy, barão de Itaúoa, barão do Rio Gran- Para receber Sua Magestade a Imperatriz.
de, Dimz, Teixeira de Souza, barão de S Lou- Deputados' os Srs. visconde da Camaragibe,
reoço e Dias Vieira. Dias da Rocha, Rodrigo e Gama Cerqueira.
Tendo convidado os membros da deputação Senado'es: os Srs. Sinimbú e Pompeu.
para desempenharem a eua missão a hora de- Para receber Sua Alteza a princeza imperial:
signada, disse que a ses-ão ficara outra vez in- Deputados; os Srs Ferreira Vianna.Barbalho,
terrompida até as õ horas da tarde para se rece- Arauj i Góes e barão de Mamanguape.
ber a resposta de S. M o Imperador. Senadores; os Srs. Zac ulas e barão do Rio-
Continuando a sessão ás5 3/i da tarde,que fôra Grande.
interrompida pouco depois das 2 hora .o Sr. vis- Para receber Sua Alteza o Sr. duque de Saxe:
conde de Sapucahy. orador da deputação, que ti-
nha ido pedir respeitosamente a Sua Magestade o Deputados; os Srs. Benjamim, Cunha Figuei-
Imperador que se dignasse de designar o dia e redo, Belizario e Mello Rego.
hora para a missa do Espirito-Smto na Capella Senadores: os Srs. Firmino e Souza Queiroz
Imperial, assim como o dia hora e logar para a A' I hora da tarde, f.nnunciando-se a che-
sessão imperial da abertura da assemblea geral gaáa de Suas Magestades e Altezas Imperiaes, o
communitou ao senado que, introduzida a depu- Sr. presidente convidou as deputações para es-
tação com as formalidades do e tylo á presença peral-os á porta do ediftcio, e entrando Sua
de Sua Magestade o Imperador, f/mesmo augus Magestade o Imperad- r no salão, foi alli rece-
to senhor se dignara de re ponderque a missa bido pelos Srs. presidente e secretários, que
do Rspirito-Santo seria amanhã ás 10 horas da unindo-se aos membros da respectiva deputaçao,
manhã, e a abertura da sessão da assembléa ge- acompanharam o mesmo Augusto Senhor até o
ral no mesmo dia á 1 hora da tarde no paço do throno.
senado. Logo que Sua Magestade o Imperador tomou
O Sr. presidente declarou que a resposta assento e mandou assent- rem-se i s Srs. depu-
de Sua Magestade o Impeiador era recebida tados e senadores, lôu a seguinte falia:
com muito especial agrado. « Augustose digníssimos senhores representan-
Tendo convitado os Srs senadores para se tes da nação.—A reunião d i asserhblé i geral,sem-
reunirem amanhã ao meio dia no paço do se- pre grata" para mim, desperta em todos os bra-
nado. do que ia dar-se conheciineutp á camara sileúos lisongeiras esperanças. Nunca precisou
dos Srs. deputados, o Sr presidente levantou a mais o governo do auxilio de vossas luzes e pa-
sessão ás 6 horas da tarde. triotismo.
«Tenho a maior satisfação em annunciar-vos
Sessão Iiii|)erinl <laHliertiiraf9alases- que a tranquillidade publica permanece inalte-
são da 14' legislatura da assemleléa rável, graças á boa índole de nossos concida-
geral, em 11 de Alnio de 1^69. dão-i, seu amor ás instituições e respeito ás leis.
« São amigáveis as relações do Império com os
Presidência do Sr visconde de Abaeté. governos das nações estrangeiras, excepto o do
Paraguay, onde tem proseguido, com honra e
Sümmario. — Nomeações das commissões para gloria para o Brasil e para nossos allia los, a
receberam a Suas Magestades e Altezas Impe guerra, a que nos provocou o presidente Lopez.
riaes.—Recepção de Suas Magestadese abertura
da sessão.—Falia do throno. «A phase em que entraram as operações mili-
tares depois da occupação da capital do inimi-
Ao meio-dia, reunidos os Srs. deputados e se- go, determinou a missão especial junto aos go-
nadores, no paço do senado, foram nomeadas as ve nos alliados, confiada ao ministro e secreta-
seguintes deputações: rio de Estado dos negócios estrangeiros.
Para receber Sua Magestade o Imperador ; «AS forças brasileiras são hoje commandadas
Deputados; os Srs. conde de Baependy, Souza por meu muito amado e prezado genro, o ma-
Reis. Silva Canedo, Lima Arnau l, Ferreira òe rech 1 do exercito conde iÇEu, que, espero, ha
Aguiar Pinto de Campos, Cardoso, Fontes, Mello de brevemente conduzir á ultima victoria os
SESSÃO EM 12 DE MAIO DE 1869 109

■ valentes sol lados,que tauto lustre teera dado ás A'â 11 horas da manhã, acharam-se presen-
nossas armas em numerosos e memoráveis com- tes 43 Srs. senadores, a Suber: visconde de
bates . Abaeté, Almei 'a e Albuquerque, Dia-" de Carva-
«A constância e beroismo dos voluntários da Ihu. IA mpeu, Jubim Diniz, Dantas, Nunes Gon-
patria, da guarda nacional, do exercito e da çalves, Chich rro, barão de Antonina, barão do
armada tem triumphado de U-drs os obstacolos Bom Retiro, barão de ("otegipe, barão de Itaúna,
oppostos, já pelo terreno, já pelas fortiíicaçSes barão de Muriiiba, barão de Pirapama. barão de
do inimigo. S- Lf-urenço, barão do Rio Grande, barão das
Três Barras, Souza Franco, Carneiro de Cam-
« A marcha pelo Chaco, os combates de Iror ró, pos, duque de Caxias, Firmino, Souza Queiroz,
Avahy e Lomas-Viilentinas attestam a discipli- Furtado, Octaviano, Mendes rios Santos, Sinim-
na o bravura de nossas tropus e das alliada:-, e bú, Paranaguá, Dias Vieira, Silveira da Motta,
honram a perícia e iatrepidez dos generaes que Fernandes Torres, Fonseca, Mafra, Nabuco, Tei-
as commandarum. xei a de Souza, marquez d« Olinda, Ottoni. vis-
« Contrista-me profon lamente a morte de conde de Itaboraby, visconde de Jequttinhonba,
tantos brasileiros : entre elles s bresaem alguns visconde do Sapue-ihy, visconde de Suassuna,
do nossos mais distíneto ; offlciaes. Suadedica- visconde de S. Vicente e Zacarias.
çã •, o afêrro que mostrara e aos deveres da hon- Deixaram de compareo-r com causa partici-
ra raílit >r, recommendam-lhes a memória á gra pada os Srs. barão de Marfim, Paula Pessoa e
tidão nacional. Paranhos.
« A provinci;-. de Matto-Grosso está livre da Deixou de comparecer sem causa participada
invasão paraguaya; o inimier ) já não pisa o o Sr. conde da Boa-Yista.
sólo brasileiro; nossa esquadra domina boje as O Sr Presidente abriu a sessão e disse;
aguas do rios Paraná e Parrgqay. « Na fôrma do regimento vae-se procederá
« As ren Ias publicas teem t;do incremento, eleição da mesa, começando pela do presidente,
que permitte contiar nas forças produetivas do e depois a das commissões. »
Brasil Paraacudip, porém, aos pesados encargos Corrido o escrufinio para presidente, reeebe-
do tbesouro, é necessário prover aos meios de ram-sc 43 cédulas, e sabiu eleito o Sr. visconde
satisfazer os empenhas j.i contrabidos pel • lis- de Abaeté com a maioria absoluta de 3 ) votos.
tado, c as despezas extrao; dinsri .s exigidas Para a eleição de vice-presidente recebe.rara-
pelo serviço da guerra. se 13 cédula-, e obtiveram os Srs. barão das
«A reforma elcitoi el, o melhoramento da almi- Tres B irras 19 votos e Nabuco 17, seguindo se
nistração dajustiçi, uma nova erganisação mu- outros senhores com menos votação.
nicipal o da guarda nacional, e bem assim uma Náo_ tendo nenhum dos Srs. senadores obtido
lei de recrutamento e um codigo pen de do/pro- maioria absoluta de votos, prt cedeu se á se-
cesso militar, rão, entre outra», necessidades gunda votação, na fôrma do art. 1° do regi-
ba muito sentida s, e a que urge atteuler. mento, entre os dous senhores senadores mais
« Augustos e digni simos senhores represen- votados; e tendo se recebido 42 cédulas foi elei-
.tesda nação. to o Sr. barão das Tres Barras, com 23 votos.
Foram em seguida eleitos secretários ;
« A plena confiança, que inspiram vossa sabe-
doria e dcsvéllo pelo' progresso do Brasil, asse- 1° o Sr. Frederico de Almeida e Albuquerque,
gura-mo que concorrereis quanto estiver ao com 22 voto-t.
vosso alcance, para superar as difficuldades 3' o Sr. João Pedro Dr-s Vieira, com 21.
actuaea, o firmar em sólidas bases o futuro en- 2° o Sr. José Mariins da Cruz Jobim, com 23.
grandecimento de nossa patria. 4° o Sr. Thomaz Pompeu de- Souza Brasil,
« Está aberta, a sessão. » com 16, tendo tido igual numero de votos o
Sr, J sé Pedro Dias de Carvalho, e decidido a
Terminado esto acto retiraram-se Suas Mages- sorte pelo primeiro.
tades e Altezas Imperiaes com o mesmo cerimo- Ficaram supplerites:
nial com quef ram recebidos, e iramediatamente Os Srs. barão do Rio Grande, com 10 votos;
o Sr. presidente levantou a sessão. Anfini > Murcellino Nunes Gonçalves, com 8.
Corrido o escrutínio para a eleição das com-
missões, f.ram eleitos;
Para a de re:p sla á falia do throno.
Sa en-sssso
CD Srs. barão de S. Lourenço com 23 votos,
EM 12 DE MAIO DE 18C9 Firmino> R ingues Silva com 20, barão de
Itaúna com 19.
PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE AB .ETÉ. Constituição e diplomacia.
Summario.—Eleições da mesa e das commissões Os Srs. visconde do Sapucahy com 40 votos,
de resposta á.falia do tbrono, constituição e barão das Tres Barras cora 23, marquez de Olinda
diplomacia, fazenda e legislação. com 18.

I
110 SESSÃO EM 13 DE MAIO DD 1869

Fazenda. corrente mez, e, não havendo quem sobre ellas


Os Srs. Bernardo de Sonza Franco com 33 votos, fizesse observações, foram approvadas.
Carks Carneiro de Camp: s com igual numero, O Sr. Io secretario deu conta do seguinte;
barão do Bom Retiro cum 18. tendo tido igual
numero de votos o Sr. Zacarias de Góes e Vas- EXPEDIENTE
concellos, e decidido a sorte pelo primeiro. Carta imperial de nomeação para senador do
Legislação. Império pela província do Rio de Janeiro, da-
tada de 8 Jo corrente, do Sr. conselheiro Fran-
Os Srs. José Tliomaz Nabuco de Araújo com cisco de Paula Hegreiros Sayão Lobato.—Foi
35 votos, barão de Pirapama com 21, Francisco remcttida á commissào de constituição para dar
José Furtado com 18. parecer com urgência.
O Sr. presidente disse; Ofllcios:
o o
« Os Srs. 3 e 4 secretários informam que ha De 11 do corrente, do Sr. barão de Cotegipe,
na casa somente 28 Srs. senadores, e por isso mi istro da marinha, participando que por de-
não pôde continuar a eleição das commissòes, creto de 27 de Janeiro ultimo se dignara Sua Ma-
gestade o Imperador nomeai o ministro dos ne-
Deu para ordem do dia o seguinte = gócios estrangeiros, durante o impedimento do
Continuação da eleição das commissòes, e ha- Sr. conselheiro José Maria da Silva Paranhos.
vendo tempo discussão dos pareceres da com- —Inteirado
missão de constituição, que estão sobre a mesa, De 13de Julho del868. doministerio da guerra,
acerca de eleições para senadores. remettendo informações const»nt-s de docu-
mentos juntos, relativos á marcha e movimento
Levantou-se a sessão á 1 hora e 35 minutos da das forças expedicionárias á província de Matto-
tarde. Grosso.—A quem fez a requisição.
De 15 do dito mez e anno, do ministério do
Império, remettendo duas relações dos médicos,
8' sessão cirurgiões e boticarioi. organisadas pelajunta de
EM 13 D S MAIO DE 1839. hygiene publica e o oflBco do presidente da mes-
majonta—O mesmo destino.
PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ, De z4 de Agosto do dito anno e do mesmo mi-
nistério, communicando que expedira aviso so
Summario — Expediente.—Carta imperial de no- da fazema para pagar-se a Rnphael José da
meação para seoador—Offieios dos Srs mi Costa Júnior & C., a quantia de 2;12üjJ6G3,
ni-tros da marinha, guerra e Império.— Ordem como fôra requisitado.
do dia —Eleiçõ s das commissõrs de marinh» De 2t de Fevereiro do corrente anno. do
e guerra, emprezas privih-giadas e obras pu- mesmo ministério, con municiando a requisição
bdcas. do da agricultura, sobre a expedição de tele-
grammas.
A's 11 horas da manhã, acharam-se presentes De todos ficou o senado inteirado.
41 Sr», senadores, a saber: visconde de Atiaeté.
Almei lae Albuquerque, Jobim.DiasVieira.Pum- ORDEM DO DIA.
peu. Dia;z. Dantas,MunesGonçalves, Chichorro.
barão do Antonina, bar o do Bom Retiro, barão Continuou a eleição das commissões permanen-
de Cotegipe, barão de Itaúna, barão de Muritiba, tes, e são votados para a de
barão de Pirapama, barão de S. Lourenço, barão
do Rio Grande, bnrão das Três Birras, Souza Marinha e guerra.
Franco, Carneiro de Campos. Firmino, Souza Os Srs.; duque de Caxias com 23 votos, José da
Queiroz, Furtado, Octaviano, Mendes dos San- Silva Mafra com 19 e Juào Lustosa da Cunha Pa-
tos, Smimbú, Paranagua, Silveira da Motta ranaguá com igual numero.
Fernandes Torres, Dias de Carvalho, Mafra, Na-
buco. Teixeira de Souza, Marquez de Olinda Commercio, agricultura industria e artes.
Ottoni, visconde de Itaborahy, visconde de J—
quetmhnnha, visconde de Sapucahy, visconde Os Srs ; Tlienpbiln BenedictoOToni com 31 vo-
de Suassuna, visconde de S. Vicente e Zac iriss. t- s, baião do Rio Grande 21, e João Lins Vieira
C-ins neão de Sinimnú com 17, tendo tido igual
Deixaram de comparecer com ciusa partiei- numero de votos o Sr. barão de S Lourenço,
padi, os Srs. barão de M^rdrn, Paula Pcs ôa, e dieidido a sorte pelo Sr. João Lins Vieira Cao.' .
Fonseca, Paranhos e duque de Caxias. sansão de Sinimbú.
Deixou de. comparecer sem causa participada,
o Sr conde di B a Vbta. Emprezas priviUgiadas e obras publicas.
O Sr. presidente abriu a sessão. Os Srs.-. Francisco José Furtado com 31 votos,
Foram lidas as actas de 17,18 e 20 de Julbo Antonio Marcellino Nunes Gonçalves com 28, e
do anno proximo passado, e as de 10 e 12 do barão das Tres Barras com 17.
SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869 111

Instrucção publica e negocias (eclesiásticos. De igual data do Io secretario da camara dos


Srs. deputados, eommunicando que a mesma ca-
Os Srs.: roarquez de Olinds com 32 votos, Za- mara procedera á eleição d i mesa, que deve func-
CDrl>is de Góes e V.is-oneellns cúm lo, e José eionar no presente mez, e quaés os membros
Pedro Dias de Carvalho com 1-t. elenos. — Inteirado.
Infoniiando nesta oceasiáo o Srs. 3' e 4° secre- De presidentes de província remettendo rela-
tários, que ró havia na ca-n 2.) Srs. senadores, o tórios das presidências.
Sr. presidente declarou que não podia proseguír De Ití de Julho de 1838, da província do Pa-
a eleição das commis-ões. raná. ^
Em seguida deu para a ordem do dia de De 2 do mesmo mez e anno, da de Matto-
amanhã: Grosso.
Bieição das commDsões restantes De 27 do mesmo mez e anno, da do Piauhy.
Discdssão dós pireceres sobre as eleições para De 3 do mesmo mez e anno, da do Bio Gran-
senadores. de do Sul.
Levantou-so a sessão ás 12 3/4 horas. De 5 do mesmo mez e anno, da do Amazonas.
De 2 de Setembro do mesmo anno, da de Ser-
gipe
3' sessão De 1 de mesmo mez e anno, da das Alagoas.
EM 14 DE MAIO DE 1839. De 22 do mesmo mez e anno, da de Santa Ca-
tharina.
PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ. De 1 de Outubro do mesmo anno, da da Bahia.
De 10 do mesmo meze anno, da de S. Paulo.
Summario —:1iapidiente.— OfRcios dos Srs. roi- De 1 do mesmo mez e anno, da do Piauhy.
ni-tro do Imp uio, l" secretario da camara dos ■ De 2Jdo mesmo mez e anno, da do Rio-Gran-
Srs. depu ados, e presidentes de província.— de do Sul.
Ordem d - dia.— Eleições d is com missões de De 13 de Novembro do mesmo e anno, da do
saúde publica, redacção d s leis, e^tatistica, Pará.
cateehbse e coloni»açáo, e assemoléas provin- De 7 de Outubro do mesmo anno dado Piauhy.
ciaes. De 30 de Janeiro ultimo, da das Alagoas.
A's 11 horas da manhã acharam-se presentes Tres de 12 de Fevereiro ultimo, da do Ceará-
39 Srs. seuadore , a saber : vi -conde de Ah eté, De 10 de Março ultimo, da das Alagôas.
Almeida e Albuquerque. Jibim, Dias Vieira, De U do mesíno mez^ da da Parahyba.
Poinpeu, Diniz, D mtas, Nunes Gonçalves, ( hi- São todos remettidos para o archivo.
. chorro, barão de Antonina, birão do Hora Pe- De pre-id mres deprovinciaremettendo collec-
tiro, barão de Cotegipe, barão de Itaúna. barão Ções <ln 1 is provineiaes.
de Muritiba, barão de Piraparaa, barão d.' S. L u- De31 de Julho de 1861, do Pará.
renço, barão do liio-Grande, barão das Três De 18 de Agosto do mesmo anuo, da Bahia.
Barras, Souza Franco, Firmino. Souza Queiroz, De i I do dito mez e anno, de Santa Catharina.
Furtado, Octaviauo, Mendes dos Sai tos, Si- De 25 de Setembro do mesmo anno, do Rio-
nimbú, Paranaguá, Sdveira da Motta, Fernan- Grsnde do Sul.
des Torres, Dias de Carvalho, Mafra, Nabuco, De 20 de Outubro do mesmo anno, de Ser-
Teixeira de Souza, marquez Olinda, Ottoni, gipe.
visconde de Jequitinhonha, vi-conde dc Sapu- De 28 de Novembro do mesmo anno, de Minas
cahy, visconde de Suassuna, visconde de S. Vi- Geracs.
cente e Zacarias. De 30 de Dezembro do mesmo anno, do Ama-
Deixaram de comparecer com causa participa- zonas.
da os Srs. barão de Maroirn, Carneiro d-Cam- De 27 de Novembro dito, de Mato-Grosso.
pos, duque de Caxias, Paula Pessoa. Fonseca, De 3 de Fevereirodocorrente.deMinasGeraes.
Paranhos e visconde de Itabor hy. Deixou cie De 12 de Março dito. das A lagôas ,
comparecer sem causa participada o Sr. conde Foram todos remettidos á commissão de as-
da Boa Vista. seoibleas rruvinciacs.
O Sr. presidente abriu a sessão. O Koio de Io de Outubro do anno passado do
Leu-se a acta da sessão antecedente, o, não ha- presidente da província do Rio Grande do Sul,
vendo quem sobre ella fizesse observações, foi remettendo dons exemplares do quadro estatís-
approvada. o tico e geographico, e da carta topographica da
O senhor I secretario leu o seguinte : mesma província.—A' commissão de estatística.
EXPEDIENTE ORDEM DO DIA.
Proseguiu a eleição das eommissões e foram
Officios d) 13 do corrente, do ministério do eleitos para a de
Império remettendo as actas para a eleição de Sande publica.
um senador, a que se pn ce teu na província do
Bio de Janeiro, para preencher-se a vaga do con Os Srs : Antonio Luiz Dantas de Barros Leite,
selheiro Eusebio de Queiroz Coutinho Mattoso com 24 votos, barão de Itaúna, com 21, visconde
Camara.— A' commissão de constituição. de Jequitinhonha, com 13.
u
112 SESSÃO EM lõ DE MAIO DE 1869

Redacção das leis. barão do Bom Retiro, Firmino, Octaviano, ba-


rão de Pirapama, Nunes Gonçalves. Oit ni, ba-
Os Srs: visconde de Sapucnhy com 27, vis- rão de Muiitiba, barão de Lotegi.e, visconde
conde deS. Vicente com 10, Hrmino iiodrigueb de Jeiuitiuhunha, Silveira da Motta e Carneiro
Silva com 14. de Campos.
Estatística, cathechese e colonisação. Deixaram de comparecer com causa partici-
pada os Srs. barão de Antonina, barão de Ma-
Os Srs. : barão do Bom Retiro com 26 votos, roim, duque de Caxias, Paula Pessoa, Fonseca,
Gabriel Mendes dos Santos com 21, barão de Paranhos e visconde de Itaboraby.
Antonina com lõ. Deixou de comparecer sem causa participada
o Sr. conde da, Boa-Vista.
Assernbléas provimciaes. O Sr. 1° secretario deu conta do seguinte
Os Srs. Antonio Pinto Cbichorro da Gama EXPEDIENTE.
com 26, visconde de Jequitinhonhacom2õ, Joi-é
Ignacio Silveira da Motta com 13. Representação datada de 4 deNovembride
Informara m então os Srs. 3o e 4» secretários que 186S, du asrembléa legislativa provincial de
só se achavam na casa 27 Srs. senadores, e o Sr. Goyaz áccrca da subvenção de 40:00dg pelo es-
presidente declarou que não pmlia continuar paço de trinta annos para est beleçer uma linha
a sessão, e depois de ter respondido a -Igumas regular denavega.' ão a vapor noAraguaya. entre
observações feitas a e-te re^peit) pai i Sr. D as os pontos que indica.—A' commissão da empre-
de Carvalho, deu para ordem do dia seguinte; zaa privilegiadas,
Discussão dos pareceres da commissão de Offlcio de 21 de Abril do corrente anno da as-
constituição, sobre a eleição de um senador pela semhSéa legislativa do Paraná, remetendo a re-
Bahia e dous pelo Ceará. presentação da incsma assembléa contra a no-
Ditados pareceres da mesa, ns 174, 172 6 173. meação do bacharel Ant nio Augu-to da Fon-
seca. para o cargo de, vice-presidente da dita pro-
Levantou-se a sessão á meia hora depois do víncia.—A' commissão de constituição.
meio-dia. Representação de 17 do mesmo m z da camara
municipal da Villa de Cab ) Verde, da província
de Minas Geraes, _ sobre creação de um collegio
4a sessão eleitoral na mesma villa —O mesmo destino.
EM lõ DE MAIO DE 1869 Offlcio do 7 do mesmo mez, do presidente da
província da Parahyba, remettmdo duas copias
PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ. dos contratos celebrados com o engenheiro civil
Antonio Gonçalves da Justa Araújo e cutros,
Sumntario.—Expediente ; —Representação para a illuminação da capital, abastecimento
da assembléa da proviucia de Goyaz.—Offlcio de agua e prolongamento do estrada.—A' com-
da assembléa do Paraná.—Representação da missão do emprezas privilegiadas.
camara municipal da villa de Cabo Verde de Offlcio de 28 do mesmo mez, do superinten-
Minas Geraes.—Offlcio da presidência da Para- dente da estrada de ferro do Recife ao S. Fran-
hjba.—Dito do superintendente da estr ida de cisco, offerecendci pura serem distribuídos pelos
ferro do Recife a S. Francisco.—Pareceres da Srs. senadores 50 f lh tos expondo Vetos rela-
mesa, ns. 175 e 176.—Discussão e approvação tivos á mesma estrada.—Mandou-se distribuir.
do parocer da commissão de constituição e Pelo Sr. 2' secretario foram lidos os seguintes
poderes sobre a eleição de um senador pela pareceres da mesa:
Bahia.—Discussão do parecer da mesma com-
missão sobre a eleição de dous senadores pelo PARECER DA MESA N. 17Õ DE lõ DE MARÇO
Ceará.—Discursos "dos Srs. barão de S. Lou- DE 1809.
renço, barão de Cotegipe, Octaviano e Silvf ira
da Motta.—Encerramento da diseussão.—Dis- Expõe a matéria de uma proposição da camara
cussão e encerramento do parecer da mesa dos Srs deputados de 18 de Julho de 1868,
n. 171. apurovando diversas mercês pecuniárias con-
cedidas pelo poder executivo em attenção a
A's 11 horas da manhã acharam-se presentes serviços militares prestados na guerra côutra
39 Srs. senadores, a saber; visconde de Abaeté, Al- o Paraguay.
meida e Albuquerque, Jobirn, Dias Vieira, Pom-
peu, Teixeira de Souza, Dantas, Dias de Car-
valho, barão de Itaúna, Chicborro, Souza Quei- Objecto do parecer.— Proposição da camara dos
roz, visconde de Suassuna. Mendes dos Santos, deputados approvando mercês pecuniárias.
Mafra, barão do Rio Grande, P>ranaguá, vis- E?tá sobre a mesa, afim de dar se para a or-
conde de Sapucahy, Fernandes Torres, barão dem du d,a, uma proposição datada de 18 da
das Três liarras, Zacarias mnrquez de Olinda, Julho de 1863.que a camara dos Srs. deputados
Diniz, barão de S. Loure-n ;o. Furtado, Si-dmbú, enviou ao senado na fôrma do art. 57 da con-
Nabuco, visconde de S. Vicente, Souza Franco, stituição.
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 113

O objecto da proposição é a approvação de sobre os avisos do ministério da marinha


mercês pecuniárias, que por decretos do -0 e de acerca das pensões
23 d i Maio do referido anno o poder executivo, A pensão concedida a D. Joaquina de Pontes
em attenção a serviços prearadus na ffiierra con- Marinho, mãe do alferes deo voluntários da pá-
tra o Paraguay, tem c mcedido, ou a militares, tria, o em commii-sao no 2 batalhão de infan-
que ficando inutilis dos para o serviço do exer- taria Antonio Joaquim Pontes Marinho, fallecido
cito. ou da armada, em conseqüência de feri- em combate, funda-se em diversos documentos,
mentos recebidos em combete, ou de moléstias com que a parte interessada instrue o seu re-
adquiridas em campanha não podem procurar querimento.
os meios de subsistência, ou a famílias dos que A data do decreto é de 23 de Maio, e a pen-
falleceram em combate, ou por outras causas são é de trinta e seis mil réis mensaes.
que se declaram. Pelo que pertence aos decretos relativos ás
II. pensões concedidas aBasilio Pedro, ex-primeiro
Tabella annexa ao parecer com diversas de- marinheiro, e José Coelho de Brito, guardião
clarações. extranumerario do corpo do oíHciaes marinhei-
ros, os únicos documentos, que os acompanham,
Continuando a observar o precedente estabele- cousistein nos avisos que o Sr. ministro da
cido pelo parecer n, IC de 26 de Maio de 18(17, marinha dirigiu ao Sr. ministro do Império.
mandou a mesa organisir a tabella annexa, que Os respectivos decretos declaram que o pri-
contem os seguintes esclarecimentos: mei-o se invalidara para o serviço no combate
1.° Os nomes dos pensionistas. to Riachuelo, e que o segundo, por se ter invali-
2 0 A classe, bem co mo a importância aunual dado era combate, ficara impossibilitado de pro-
das pensões. curar méios de subsistência.
3.°0 A data dos decretos de concessão. Os avisos do Sr. ministro da marinha ao do
4 Os motives que, os justificam. Império teem a data, ura de 14, e outro de 1(5 de
5.° Os di cum-nt iS que os acompanham. Maio de 18(58, e em ambos o Sr. ministro da ma-
0.° O numero dos decretos de concessão. iriba communica. ao do Império a concessão das
7.° O numero dos pensionistas. pensões, para mandar expedir os despachos neces-
III. sários.
No parecer n. 135 de 2 de Maio de 1868, e em
Numero de pensionistas e outros esclarecimen- outros anteriores, já a mesa fez a este respeito
tos. — Numero e data dos decretos —Decreto algumas observações.
relativo a D. Hermelinda dos Guimarães Pei- E' irmegavol que do teor doa avisos do minis-
xoto. terio da marinha ao do Império, sobre concessão
A proposição da camara dos Srs. d putados de pensões a officiaes e praças da armada, e a em-
comprehenle çun/ro i)ensioni-«tas, sendo o im- orfgados dos corpos de sàude e de fazenda, em
meiro nome o de 1) Hermel nda dos Guimarães remuneração de serviços pmstados na guerra
Peixoto, viuva do tenente coronel cornmandante cooPa oPvcgu y. pôde inferir-se que a attri-
do l" bataUiàn de infantaria Francisco Maria dos biiição de propôr taes pensões ao chefe do poder
Guimarães Peixoto, fallrcilo em conseqüência executivo, e de pedir approvação da proposta
de ferimentos recebidos em combate. ó exercida pelo ministro da marinha, e não pelo
A pensão concedida é de 1:200$0Õ0 annuaes. do Império.
O numero doa decretos de eonce-sào é quatro, Esta pratica, entretanto, não é conforme á
exactamente igual ao do.-- pensionistas. que sob e a mesma matéria se segue na corres-
Dos decretos, tres teem a data de 20 de Maio pondência do ministério da guerra com o do
de 1808, e um a de 23 do mesmo mez. Império, nem parece estar de accnrdo com a
O decreto que se refere, a I) Hermelinda dos c mpetenc a d- ministério do Império, regulada
Guimarães Peixoto, tem por üm elevar á quanti < pelas leia de 20 de Outubro de 1823, e n. 1,067
de ura conto e duzentos mil reis annuaes a de 28 de Julho de ISfO, e pelo decreto do poder
pensão mensal de quarenta e, oito mil léi-q une executivo n, 1747 de 16 de Fevereiro de 1861.
lhe fòra concedida por decreto de 4 de Maio
de 18-8. Y.
A elevação desta pensão funda-se não só em índice alphabetico dos pensionistas, e impor-
alguns precedentes, mas também nos relevantes tância animal das pensões.
serviços do marido da agraciada, que marchou
para a guerra na primeira expedição, ed^sde, Além das informações, que se tem prestado,
lotro começou a distinguir se pur honrosos feri- e que servem de complemento e remate ás que
mentos nó ataque contra Paysandú, no Estado constam da tabelli, mandou timbem a mesa,
Oriental. di aceord i com os precedentes, organisar por
IV. ordem alphabetica o indica annexo, do qual se
A D. Joaquinade Pontes Marinho.—ABasilio Pe- vè que o numero de pensionistas incluídos na
dro.—A José Coelho de Brito—-Observações proposição vem a ser quatro, e bem assim que a
114 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

importância annual das pensOes r.pproyadas él mandou ámesa um additaraento, para que tam-
exactamente~]:9-'6i$000, a saber: bém se requisitasse ao conselho supremo rnili-
Tabella annexa. I:956f000 i ,L:JÍ)t,güuu
n-rsnriA tar a collecção dos provisões, que por elle tinham
índice annexo. LySSgOOOj baixado, e fazi m parte da h gishçao.
0 senado approvou sem debate assim o reque-
VI. rimento. como u emenda additiva.
Parecer e seus fundamentos. Immediatamente depois o Sr. marquez de Bar-
bacena fez um requerimento, que foi apoiado,
Como resumo, e conclusão das observaçães, para nomear-se uma comrn ss-âo composta de um
que precedem, a mesa ; membro de cada uma das commissões existentes
Considerando que, conforme o art. 102 g II da —legislação, commercio e finanças—, afim de
constituição, as mercês pecuniárias dependem apresentar á camara ura catalogo dos livros, de
da approvação da nssernbléa geral : que devera eompòr-se a livraria do senado.
Considerando que a eonees^êo de mercês pe- Este,requerimento foi na mesma ses-ão posto
cuniárias augmenta a despeza do Estado : a votos pelo Sr presidente nos seguintes termos :
Considerando que uma das mais importantes 1 0 Se o senado devia ter urna livraria ?
attribuições da assembléa geral é zelar, e fi-ca-' Venceu-se que sim.
lisar a despeza publieu, protegendo, em bene- 2.° Se se approvava a proposta para a nomei-
ficio do trabalho e da industi ia, a sorte dos con- ção de uma cnnmi.-são?
tribuintes : Venceu-se igualmente que sim.
Offerece o seguinte. Em consequenciadesta votação o Sr. presidente
nomeou para a referida commiAaoos Srs. senado-
PARECER: res marquez de Earbacena, barão de Cayrú o
bagão de Alcantara.
1° que a proposição da camasa dos Srs. depu-
tados deve entrar era discussão : II.
2o que o presente relatório deve ser impresso, Demonstração da utilidade das livrarias.
e distribuído na fôrma do estilo. Fôra impossível que o senado deixasse de
Paço do senado, em 15 de Maio d* de 1809. — reconhecer a import-.ncia de uma bôa livraria,
Visconde de Abaelé, presidente.—Frederic
o
i de Al- e a necessidade de possuil-a
meida e Albuqnerqae, I secretario.— José Martins As livrarias não devem contar-se entre as
da Cruz Jobtm, 2o secretario —lodo Cedro Dws 1 i-
eira, 3° secretario.—r/tomas Pompeud Souza lha oenore-i Fontes
i iquczas de uma naçvo.
abuudantos, na pbrasede umdistincto
sil, l" secretario. publicista, o Sr. Tieieman onde as sciencias, e
PARECER DA MESA N. 176 DE 15 DE MAIO as artes veem todos os dias saeiar-se servem
DE 18(59. ellas para propagar as luzes, para favorecera
industria, para oesenvolvera cividsaçao.
Expõe o modo como a mesa tem procedido na Paliando das livrarias, diz também o Sr. Dal-
organisaeão da livraria do senado, e apresenta lo/, que são ellas a prova, é o instrumento da
o catalogo das obras nelia actnalmente exis- civilíseção dos povos, e que o seu numero deve
tentes. considerar-se o melhor thermometro do ertado
I- dos conhecimeatus e dos progressos do e pirito
hurnan >.
Objeeto do parecer.— Livraria do senado.— Re- I1,1 assim que actualmenté existem na França,
querimentos feit 'S a e«te respeito por alguns sem cornar a sua capital, cerca de duzemas ci-
senadores em 1826.— Nomeação de uma C im dades era que ha livrarias publicas, contendo
missão para apresentar um catalogo de livros u nas 30,00o, outras uO.OOO, algumas 50 000, e
para a livraria do senado.— Nomes dos mem- duas como Bordéos e Lyon, muito mais de
bros nomeados. 100,000 volumes.
Consultando-ae as actas desta augusta camara Respeitado e venerado pelo primor da intelli-
correspondentes á primeira sessão legislativa, que gencia e pela f rça da vontade, bem como pela
foi no anno de 1826. vê-se que um dos objectos, sua illustração e virtudes, o grande cidadão
Be jamin Franklin. que tão relevantes serviços
que occuparam desde logo a attençào do senado, veio a prestar á independência e liberdade da
foi a necessidade de Organisar-se uma livraria.
Assim é que na acta da sessão de lá de Maio sua patria, assim que a fortuna lhe deparou
daquelle ann > apparecem como à porfia algumas vraria, edeu-se
meios, logo pressa em fundar uma li-
medidas, que o senado adoptou para conseguir jornaes e urna sociedade litteraria, e em publicar
almanaks, tendo todos estes actos por
o flm que se propunha.
O Sr. barão de Cayrú requereu que se pedisse fim espalhar profusamente entre o povo uma
ao governo uma collecção de leis tanto de Por- utii instruccão. III.
tugal, como das Litas ho Brasil e alguns outros
artigos de semelhante naturesa, paraserem depo- Falta de informações sobre o catalogo de livros,
sitados na secretaria do senado, e o Sr. Borges que devia ser apresentado ao senado.—Obsta-
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 115

culos á organisneSo de uma livraria.—Remo- Bastará para isso que o senado confira á mesa
çSo de alguus dos obstáculos. a neces-aria autorisaçào para cila nomear áquel-
les empregauos, e marcar lhes os respectivos
Procurando a mesa ses-uir os vestígios do re- vencimentos, Oiiuo a mesa terá de propôr em
querimento do Br. senador marquez do B^rba- oceasião opportuna.
cena no intuito de decobrir o catai go de livros
que deveria ter sido offerecido ao senado pela IV.
commissão que se nomeara,como se disse n ipara- Medidas da mesa para organizar-se a livraria.—
grapho 1°, não achou ellainfelizmente nem som- Cumpra de estantes e moveis —Encomraenda
bra desse trabalho em toda a sessão de 182(5; e de livros para a Europa.—Compra de livros
como 'ia leitura e evame das aefas da sep-uinte. no Bio d' Jeneiro.—Dita mandada fazer na
sessão leg slativa de 1827 resulta que o senado Europa. - Dadiva de livros ao senado peloopre-
não nomeáia mais uma tal commis-ão, parece sidente o Sr. visconde de Ahaeté, pelo I se-
provável que obst col >s de differentes especies cretario o Br José da Sdva Mafra, e pelo offi-
se oppozeram á execução do pensamento do cial maior o Sr. Ângelo Thornaz do Amaral —
senado. Compra de livros no Rio de Janeiro.
Os obstáculos deviam com effeito ser muitos,
e nem todos estão ainda vencidos. Logo que n mesa conseguiu remover as prin-
eipaes diffleuldades, que se < ppunham á execu-
E' lei de cortezia, assim nas cidades, como nas ção da idéa de formar-se uma livraria, que com o
aldêas, não convidar, nem receber hospcies sem tempo venha a ser digna do senado, deu-se ella
ter a casa decentemente preparada e bem provi- pressa em occupar-sesériarnente deste a^sumpto,
da de todo o necessário, para que nada f ite corno consta das a tas de diversas conferências,
nella ao agasalho e tratamento que são devidos que celebrou, e de que fará o resumo, como a
áquelles que a procutam e a quem a offere- melhor e a mais exaeta informação que pôde
cemos. offerecer ao secado acerca da matéria, de que se
Dá-nos disto uma bdla e asrradavel lição o trata.
poeta deMantua nas suasbucolicas,descrevendo O que consta das actas, a que acaba de allu-
na primeira etrl ga, em harmoniosos vorsos, os dir-se, vem a eer o que se segue:
regalos que Tityro annunciavaa MelíbAo, conví- Em conferência de 8 de Fevereiro de 1866
dando-o para descansar por uma noute no seu apreseitou-s •, e approvou-se uma proposta re-
tugurio. lativa á ".omp; a de estantes para a bibliotheca
» Hictamenhacmecum poteris reqnteseere nccte do senado, be.m como de moveis para as salas
« Fronde super viridt. sunt nobis mitia poma, de pavimento inferior.
« Castanese moles, et pressi copia lactis a Em conferência de 15 de Outubro apresen-
tou-se urna proposta relativa á conveniência de
Ora, não ha hospedes, que tenham tanto di- se fazer para a Europa encommenda de algumas
reito de ser bem acolhidos e cuidadosamente obras scientiflcas, de que se offereceu a relação,
tratados como os livros. dando-se assim começo á ereação de uma livra-
Entretanto o senado sabe que até o anuo de ria, que com o tempo se tornasse digna desta
1860 não havia no edifício do senado nem uma augusta camara.
sala ao menos que po ies^e servir para biblio- Esta proposta ficou adiada nessa conferência,
theea, nem estantes próprias em que se collo- bam como na de 31 do mesmo mez.
cassem os livros que podes-mm adquirir-se. Em conferência de 5 de Novembro, entrando
Actualmente existem já tres salas com ar, luz a matéria novamente em discussão, resolveu a
e sufficieute espaço, as qunes podem destinar- mesa, findo o debate :
se para a bibliotheca do senado : e ha também 1.° Que se comprassem certas obras na loja
sete grandes estantes preparadas com ss condi- de livros de Antonio Gonçalves Guimarães & C.
ções indispensáveis para a conservação dos li estabelecida á rua do Sabão.
vros que neilas se depositarem. Os titules das obras, e o preço dellas estão
declarados na respectiva acta.
Além destas, ha outras estantes e armários 'L0 Q ie se mandassem vir algumas outras
portáteis, que se mandaram fazer para o mesmo oVas da Europa por meio da legacão do Brasil
fim. cm Londres.
Poder-se-ha dizer que falta ainda um biblio- A ralação destas obras está transcripta na acta
thecario, que seja responsável pda guarda e. da confeieacia.
conservação dos livros, e bem assim alguns 3 • Que a mesa devia proseguir na acquisição
outros empregados, que coadjuvem o biblio- das olmas, que lhe parecessem próprias para a
thecario neste serviço, que deve ser de todos livrana do senado, ou comprando-as nas lojas
os diis. de livros desta cidade, ou maadando-as vir da
Eurooa na conformidade do que a mesa delibe-
Assim é. rasse.
Este obstáculo, 'porém, é entre todos o mais Em conferência de 20 de Dezembro o Sr. presi-
fácil de vencer-se. dente, do senado visconde de Abaeté, tendo ma-
116 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

nife-tado o desejo de associar se, por um modo quantia de 124$''89, moeda portugueza, impor-
signiticativo e pratico, aos esforços da irio r t uici' do qu despendôra c m a compra da col-
tendentes a crear e i.rgfini -ar a l.vnm, depois le -ção das lei portuguezas de 1821 a 1865 inclu-
de ter disposta e prep rado os meieiS adequados aivament:', que se encomm ndárapara a livraria
ao fim que pepropusera, otfeje-.eu p ra a u csu.a do senado, incluindo as despezas de encaderna-
li raria as obras que se meucionam era lima rc- ção e de frete
1 cão, que está annexa á acta d conferência, A mesa resolveu:
sendo o numero das obras 3á, e o dos Vulti- l." Que se officias^e ao Sr. ministro do Impé-
mes 5T. rio para quo da consignação destinada para des-
Na mesma conferência o Sr. Io secretario Jusé pesas do senado no corrente excrcicio se satis-
da Silva Mafra ofiêreceu também a obra em 10 tizesae ao ministério dos nagocios estrangeiros a
volatnes intitulada Annales du parlamcnt français quantia acima indicada. dignando-seS.Ex.de
par une spcielé de publicistes (1839 a 1849), e de- participará mesa a quantia correspondente paga
clarou outrosimque o ollicial-m-dor da secretaria, pelo thesouro em moeda brasileira, e lançada
o -r. Ângelo Th maz do Amaral, offerecia para a em conta do senado aíim de regularisar a es-
livraria do çenado as obras que constavam de cripturacão.
uma relação que também está annexa á acta 2 " Que o offlcial maior da secretaria do se-
da conferência, sendo o numero das obras 10, e nado comir.unicasse a resolução da mesa ao con-
o di.s volumes 28. selheiro direetor geral d i secretaria de Estado
Em conferência de2t de Dezembro apresentou- dos negócios estrangeiros.
se, e aaprovou se uma proposta para se compra- Releva declarar neste Jogar que a mesa não
rem na loja de livros de F. L. Pinto & C. as reccb-u a informação que sodeitára de S. Ex. o
obras deciaralas na rekc o, que se acha tran- Sr. conselheiro José Joaquim Fernandes Torres,
scripta na acta da me-ma conferenci», sendo 10 então n. inistro do Império, ácerea da reducção
o numero das obras, e 21 o dos volumes. da moeda portugueza á moeda brasileira em
No tomo l» das actas das conferências da mesa que se fizera o pagamento.
celebradas desde o anno de 1801 até o de 18 6, Em conferem ii de 28 de Agosto de 1868 (a fo-
foram já impressas e publicadas todas as actas, lhas L 7 v. do livro) communicou á mesa o Sr.
a que se tem feito referencia, e com-equente- presidente do senado:
mente achar-se-bã j ailt esclarecimentts com- « Q.te na conf rmidade do que se tinha pro-
pletos a respeito de tado quanto a mesa acaba posto, e a mesa tinha resolvido, em conferências
üe informar. de 15 e31 de Outubro, e 5 de Novembro de 1860,
encoramendára elle para a Europa a compra das
V, obras completas de Dsllozsobre jurisprudência.
Actos da mesa posteriores ao anno de 186(5 para a Que avisado de estar esta obra na alfandega
a formação de uma livraria.—Compra e paga- da Côrte, e estando estabelecido por muitos pre-
mento da collecção de leis poitugurzas dcsíe cedentes que os objectos vindos para serviço
1821 até 1865.—Compra e pagamento da obra e uso do senad.) se de-paoham livre-; d-i direitos,
de Dilloz sobre jurisprudência.—Dadiva de dirigira elle presideute uma carta a S Ex. o
diversas obras feitas pelo Sr. Melchior Car Sr. pre-idento do conselho, mi istro da fazenda,
neiro de Men lonea Franco.—Resoluções da uara que o despacho da referida obra se fizesse
mesa acerca desta dadiva —Informações que o livre de direitos.
Sr. pTesidente procurou obter sobre o preço « Que assim o determinara com effcito S. Ex.
de algumas obras na Europa.—Resolução do o Sr. presidente do conselho, ministro da fa-
Sr. presidente á vista das informações obtidas zenda, em portaria do 18 de Agosto de 1868, di-
rigida ao inspector do alfandega da Côrte.
Ainda não se mandaram imprimir ss actas das « Que a obra de Dilloz fòra entregue na se-
conferências da mesa celebradas nos annos de cretarii do senado no dia 27 de Agosto do refe-
1S67 e 1868; mas do livro, em que ellas estão rido anno, e que o custo da obra com todas as
lançadas, e registradas, vê se o que posterior despezas addicionaes, incluída a de encaderna-
mente ao anno di 1866 tem occorrido com re- ção, fôra, em moeda brasileira, 5 Wg505. »
lação ao assumpto d« que se trata. Em conferência de 23 de Novembro (a folhas
O que tem occorrido é o que se passa succin- 145 v, do livre) o Sr. presidente informou á
tamente a expôr. mesa:
Em conferência de 28 de Fevereiro de 1807 (a « Que tinha recebido no dia 20 de corrente
folhas 53 do livro) leu se um offlcio dirigido pelo mez u na carta do Sr. Melchior Carneiro de
conselheiro direetor geral da secretaria de Esta- Mendonça Franco (documento n. 1) offerecendo
do dos negoeios estrangeiros ao offlcial msior para a livraria do senado diversas obras scien-
da secretaria do senado, com data de 24 do Ja- tifleas constantes de uma relação que a acom-
neiro de 18 .7, transmittindo-lhe por cópia um panhava (document) n. 2):
despacho da legação do Brasil em Lisboa, data- « Que elle presidente no dia seguinte 21 res-
do de 27 de Dezembro de 1866, no qual se com pon era por meio de outra á carta do Sr. Mel-
munica ao dito ministério que a mesma legação chior Carneiro de Mendonça Franco, (docu-
sacara sobre a legação do Brasilem Londres pela mento n. 3). »
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 117
A mesa resolveu: período do 1826 a 1860, cumprindo notar que
1.° Que se recolhessem á livmria do senado ns nesta relação não se inolue só rs obras propria-
obras oíferecidas pelo Sr. Melchior Carneiro de mente taes, mas também as collecções de leis
Mendonça Franco, devendo o offieial maior da e outras, que não f ratn contempladas no qua-
secretaria accusar o recebimento : dro da pagina 86 do tomo VI dos pareceres da
2.° Que logo que o smad . se reunisse, se lhe mesa do senado.
desse conhecimento do ofiereciraento. » Os periódicos constam do appendice á relação
O senado poderá avaliar muito melhor do que u. 4.
a mesa a importância e merecim ;nto de rlgu- Na obra intitulada — Memórias- históricas do
masdasobias off.mecidas para a sua 1 vr^ria Rio de Janeiro, por monsenhor Pisarro, com-
pelo Sr. Me chior Carneiro de Mendonça Franco. po-ta de 9 volumes, faltara três volumes.
O numero das obras é da 56, e o dos volumes Do Moniteur Universel falta o 1.° volume de
290. „ 1813
A mesa porá remate a esta parte do relatório Do Diário do Senado falta o do anno de 1828.
informando que no propósito de enriquecer a i- Do üiar-o do Rio de Janeiro faltam os dos un-
vraria, com critério e cura economia, tem procu- nos de 1855 e 1850.
rado saber, antes de determinar a compra, o Além do trabalho de inventariar os livros teve
preço porque poderá obter na Furopa algumas a mesa o de classiticar as obras conforme as ma-
obras que lhe parecem proprirs porá a livraria térias seientiflcas de que tratam, e de formar
do senado. , o indica- alphabetico dos autores, annexy sob
Assim que, desejando obter a obra intitulada n. 5 i ara maior facilidade das consultas.
II amar d's parliamenlary debuts, bem como outras Este trabalho exigiu muita attenção e muito
de semelhante natureza, que setee o publicado na tem 00, e tudo foi de menos,e não da mais para po-
Inglaterra, bem como na Frar ça e na Belgici, dar formar-se um catalogo regular e methodico.
emendeu-se para esto li o com um negociante Por pouco que se raílicta sobre a 1 gacão que
desta praça que nas daquelles Estados tem cor- as descobertas sciemitieas tcem entra si, é fu il
respondentes habiLtadus para dar circumstau- eomprehander que as sejencias e as artes pres-
ciados esclarecimentos a respeito do assurnpto. tam-se auxílios mutuamente, e, portanto, quo
Da acta da conferência da mesa, celebrada no existe uma cadêa mais ou menos perceptível
dia 30 de Novembro !e FG8, o .msm quaes fura a que as une.
os esclarecimentos que o Sr. pre?i ente obteve Mas, se muitas vezet ó difficil reduzir a um
Os esclarecimentos aconselharam o Sr presi- pequeno numero de-regras, ou de noções ge-
dente a declarar que por ora nã . estava soí- mes cada scioncia, ou cada arte em particular,
vido a fazer encommenda alguma <10 livros para muito mais difficil é encerrar nos limites de
a Europa, por lhe parecer um pouc eleva to o u:u systema, que não seja alteravel, as partes
preço das obras que tinham de c » .; rar-s ■ em inhnitarnente variadas da sciencia humana,
Londres, e por aecrescer a isto r, drcumstancia O sy.-teuui, que a mesa preferi - para fo mar a
da depressão do cambio,: aqua! por si só recom- relaçao, que se acha annexa sob n, c é iustin'-
mendava o adiamento d qu ilqm r enconomenda cado peíu Sr. Bouillet senão como o mais con-
para tempos mai- prosperes e fiv->,aveis. forme ás divi- õ-s estab decidas pelo uso, e
Alem das diíterentcs obras, de que te fem nos tratados de bibliographia,
feito menção, e de que exista ragimru nf.> aclas VIL
das conferências da mesa, algumas outras -e
tem adquirido por compra, ou p.,r doarão, das Referçneia ao sytema de M. Bouiilet.
quaes nao ha registro nas acras, mas que cons-
tam de outros documentas. Conforme d /, nquelle ahalisado e-criptor no
seu
eu D clio inaire Univem l dess ciencs, de* ,Dl
r,,,
ires,
r,
VI. iitc., na antignid de asciencia que os gretro-eha-
Relação das obras existentes no senado — la- mava - -Of/hia, Rhilosiphio, est iva lão qouco des-
ventari • dos livros e sua classificação, se- envolvida, que era fácil a uma só pessoa ubran-
gundo o systema de Bjuillet. írel-H inteira; rnas á medida dos progressos que
a sciencia foi fazendo necessário foi muluplicar
Não tendo sido possível encontrar o cataWo as euas divi-óeS.
de livros, a que se alludiu nos §§ 1» e 3" du pre- No principio os greg s limitarnm-se a dividir
sente relatorif, e sendo cerlo que o senado ad- a sciencia. ou phiLisophia. em tres partes; ló-
quiriu para a sua livrarii algumas obras, posto gica, phy ici cu [íbisn l cia, e mi ral.
que em pequeno numer ), desde 182d até I8G). é Mais tarde sub-tituipam a e t > divisão a das
de presumir que essas obras e.- tivesssem incluí- sete artes libertes: a granimatica, <• di-lecticv
das no catalogo. e arh t irica (f nmuidn d trivum, a antlnnetica
As obras a que a mesa acaba de referir se, oa geometria a astronomia e a musica (form .ndò
qwidr viuml.
bem como as que se adquiriram de I -61 em No fim do XVI século Brcon foi o primeiro,
diante, constam da relação sob n. 4, onde estão que emprehendeu no tr>it-Mo~Deaugmeniisscien-
marcadas com um signal as que pertencem ao Uarum, systhemar cs conhecimentos humanos.
118 SESSÃO EM 15 DE MÃIO DE 1869

Tomando como base da sua classificação as ção naval, construcção das pontes e calçadas
priccipaes faculdades do entendimento humano, dos caminhos de ferro, etc. metrologia.
a saber; a memorie, a ra/ào e a imaíinaçâu, es- IV—Sciencias /'hysicas, e tia tara es.
tabeleceu Bacon três grandes divisões corres- Physica: óptica, acusti ia, calorico, electrici-
pondentes, que intitulou, historia, philosophia dade, magnetismo meteorolcgii, ele.
poesia. thimica; chimica inorgânica, chimica orgâ-
A historia coraprehendia a historia natural nica;
e a historia das artes. Historia natural, mineralogia, geologia, botâ-
A philosophia dividia-se em sciencia de Deus, nica, zoologia, anthropologia, anatomia compa-
ou theologia, em sciencias da natureza, compre- rada ;
hendendo com as sciencias physiois es scien- Sciencias médicas: anatomia, e pbiuologia
cias mathematicas, e em sciencia do homem, humanas; medicina; pathologia, hygiene, the-
subdividida esta em sciencia do homem phy rapeutica; cirurgia; pharmacta; arte veteriná-
sico, corapreheudendo amedhúna, ahygiene, a ria.
athletica, etc., e em sciencia do homem intel- V,—Sciencias occullas e falsas sciencias.
lectual e moral, que abr ngia a p^ychologia, a Alchimia, astrologia cabala, magia, chiro-
lógica om a grammaticae a rhecorica. e linal- mancia, nicromancia, sortilegeria.
meute a moral com a poliiica e a juri-<pru tencia,
que sSo seus appendiees. LETTRA9.
A poesia dividui-se em narrativa, dramatica e Grammatica, lingüística, pbilolngia;
parabólica.
No XVIII século os autores da encyclopedia lilietoriea e esiudo das composições em prosa,
adopWam a arvore encyclopedi -a de Bacon, fa- discursos, e diversos gêneros de eloqueuci i, his-
zendo lha to mvia as moditicnções reclamadas toiia, romances, obias didacticas, genero epis-
pelos progressos da sciencia. t Dr, etc.;
Depois, esta classidcação tem sido objecto de Portica, e estudo das composições em verso,
muitas censuras,e tem-se feito, para substituil-a, poesia lyrica, épica, dramatica, satirica, didae
muitas tentativas. tica dcscriptiva. elegíaca, etc,;
As mais importantes dellas são devidas aos Critica luteraria.
autores da Encyclnpedia d'Krsch e Gruber, a J. ARTES.
Bentham Essatsur la classificalton d'art el science.
Pans, lb21) a M. Amperè [Essai w la philotophie I.—Dellas artes e artes de recre o
de< sclences, Expnsihon (Pune clawficalwn nnuvile Artes do desenho : desenho propriamente dito,
183 ) a M. Cournot. (Essaitur le* f ndunml* deu pintura, gravura, lithog'aphia, photographia,
nos connaissances 18')^) e a M Charma {Une n n- esculptura e estatuaria; architectura ;
vtlle cla^sificaiion des •ciences. 18o2.) Musica: theoria da musica, solfejo, musica
Na impossibilidade de discutir neste logir vocal e inst um ntal; eompos cão musical;
todas estas cUssiticaçõrs, limitar-nos hemos a Dinsa e choreographia; gymnastica, esgrima,
apre eotar uma divisão, que sem preterição a eqmti çào, natação;
um grande rigor e mais simples, e mais conforme Jogos: jogus scenicos, e festas publicas; mi-
ás divisões estabelecidas pelo uso, e admittidas onica ; jogos de, destreza, prestigiação, etc:
nos tratados de bibliogrsphi >. II.—Artes úteis, artes mecânicas e industriaes: Te-
SCIENCIAS. chnolngia,
Artes que fornecem matérias primas: artes
I—Scie' cias melhaphisi as e moraes. agrícolas ; caça. pesei, zoote.chnia, piscicultura,
The d 'gi«: theologia natural e theodioca ; apicultura, sericultur»; exploração de minas,
Theolngm reveltda: dogma, li urgia, exegese; pe Ireiras. salinas, ctc
Ph losophia : psycholrg a. lógica, metaphisi Artes e industrias que preparam as matérias
ca, moral, esthetica. pedagogia ; primas: fabricas, m mufacturas e ofRciaas:
Jurisprudência: direito natural e direito in- liaçã ', tecelaria. f ibricss de p inno, pellari", ta-
ternaci uai, direito politicn, direito admi dstra- noaria, tinturaria, metallurgia, affinaçào; fabri-
tivo, direito civil e criminal, direito c inoaico ; cação de produetos chimicos, de potvora e sa-
Economia política e social. litres, refinação, etc.
II—Sciencias históricas. Artes, e inclustrias que empregam as matérias
Historia politica, historia ecclesiastica, histo- preparadas: artesalimentares, padaria, açougue,
ria litteram, biographii, bib ingraphia ; fibrieação de bebidas (vinho, cerveja, cidra,
Ch omdoiria. geuealogia. «rche logía, paleo- espíritos, etc ). arte culinária; artes de ves-
graphia. numismatica, heraldirte : tuário: aifai ite, chapelt-iro, sapateiro, luveiro,
Geographia. ethnogra phia, estatislica. costureira, etc : artes de edifloar e mobília ■: pe-
III—Sei «teias iwlhemalicas. Ireiro, carpintaria, marceneria, serralheri-a,
Mathematicas puras : arithmetica, algebra, iiinlura, fumistaria ebanistaria, tapes-aria;
geometria ; artes cerâmicas: olaria, vi traria; artes de
Mathmaticas applicadas: mecanica, astrono- luxo: arte de ourives de ouro e de prata, e de
mia, nautica, arte militar, engenharia, construc- de dixes {bijouterie), jolharia: fabricação de in-
SESSÃO EM 15 DE MAIO DD 1869 119

strumentos, ferramenta, maclúnas ; instrumen- encendia, emprega uma. linguagem tão natural
tos aratorios, cutillarif, armaria, instrumentos e ao mesmo tempo tão persuasiva, que difflcil é
de mathematica, de óptica, etc ; instrument-. s imittal-a, impossível excedel-a, agraJavel repro-
de musica; artes typog.-aplucas ; papelaria, im- duzil-a.
pressão, livraria, etc. « Hi sunt magisíri, qui nos instruunt sine
Industria commercial: negocio, trafico, trans- virgis et f-rulis, sine c^olera, sine pecunia.
porte de mercadorias; troca de moedas, ne- « Si aecedis, non dormiunt.
gociação do valores, banco. « Si inquiris, non abscondunt.
« Non obraurmurant, si oberres.
VIII « Cachinnos nesciuut, si ignores. »
Considerações geraes sabre os meios de ter o IX.
' senado uma boa livraria. Condução.—Parecer da mesa.
Do que fica exposto vê-se que está dada o pri- Assim que, como resumo e conclusão das ob-
meiro impulso á formação da livraria do senado, servações que precedem, a mesa :
sendo certo que a mesa teve primeiramente de Considerendo que lhe corre o dever de prsstar
vencer os obstáculos materiaes, que contraria- ao senado amplas informações sobre o modo
vam este melhoramento, e que consistiam, como como ella procedeu para verificar o estado da li-
se disse no § 3°, • a falta de salas para biblio- vraria, e para organisal-a e augmental a conve-
theca, e de estantes para livros, e que iramedia- nientemente :
tamento depois fez acquisição c'e muitas obras, Considerando que as informações prestadas
no decurso de pouco mais de um anno, e com coraprehendem duas series de medidas; uma,
uma minguada consignação. das que a mesa já adoptou; e outra, das qire na
Não se pretende dCbimular, antes convém re- sua opinião devem a !optar-se ;
conhecer como uma triste verdade, que as Considerando que o juizo do senado a respeito
obras, que ha, pouco cu nada avultam ainda. de todas estas medidas é uma necessidade para
O presente não tomará por isso contas ao dar ás deliberações da mesa animação e força, e
passado. ao serviço, de que se trata, ordeíh e estabili-
Não ha motivos senão para respeital-o ; mas o dade :
respeito para com o passado não justifica a im Considerando que a publicidade é uma condi-
mobilidade, nem seria compatível com as espe- ção de exísteaci.. nos governos representativos:
ranças que justamente devem depositar-se no Offerece o seguinte
futuro. PARECEU.
O empenho damesaactual como das que lhe 1.' Que o presente relatório deve entrarem
succederem, deverá consistir em ir earique;endo discussão
todos os annos, com critério e economia, a li- 2.» Que para este fim deve ser impresso e dis-
vraria do senado.
Em tão louvável empenho, nem o senado ha de tribuído na forma do ■ stilo com todos os docu-
deixar de intervir com a sua nrotreção, nem os mentos que o acompanham.
poderes do Estado hão de faltar com o seu au- - Paço do senado, em 15 de Maio de 1839.—Fís-
xilio ; e assim poder-se-ha proclamar, e affcuta condêde Abaelé, presideate.—Frederico de Almeida
tamenía seguir a maxima—redire sit nefas e Albuquerque, Io secretario.José Martins da
Redire sit nefas. Foi pela perseverança no tra- Giuz Jobirn, 2" secretario.—João Pedro Dias Vieira,
balho, que emprehendera, de adquirir," e r/unir d» secretario.—lhomaz Pompeu de Souza Brasil, 4°
os melhores livros que Richard de Bure-, bispo secretario.
de Durhain, e chanceller e thesoureiro de In- ORDEM DO DIA.
glaterra, conseguiu formar no século XII uma Entrou em discussão o parecer da commissSo
livraria, que se tomou afamada, apezar da des- de constituiçdo sobre a eleição de um senador
graça daquelles tempos pela província da Bahia.—Po'sto a votos foi ap-
0'sabio prelado procedia assim porque estava provado.
convencido, como todos devem convencer-se, O Sr. presidente disse que em virtude da res-
de que as livrarias são o lhesouro dos remedtos pectiva carta imperial de nomeação e da delibe-
da alma: bella inscripcão que Osymandias fez ração que o senado acabava de tomar, declarava
gravar no frontespicio de uma magnífica biblio- senador do Império o Sr. conselheiro José Antô-
theca, que em honra e por amor da soiencia nio Saraiva, a quem ia fazer-se a communieacão
mandou construir, e que, segundo o testirau- do estilo.
nho de Diodoro de Sici ia, foi a primeira que Seguiu se em discussão o parecer da mesma
houve no Egypto. commissão sobre a eleição de dous senadores
Aconselhando, e recommend mdo o incessante pela província do Ceará.'
estudo de obras instruetivas no tratado, que es-
creveu ácerca da escolha dos livros, e do modo O Sr. darão de S. Loürenço : — Peco a pa-
de formar-sc uma livraria, o veneravel bispo de lavra.
Durham, para inspirar em todos a paixão pela O Sr presidente : — Tem a palavra o nobre
leitura dos bons livros, em que elle proprio se senador.
15
120 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

O Sp. fiarão de S. Losiresafo : — Sr são decidiu como se viu do parecer, que era o
presidente, não quero ainda tratar da matéria praso comprehendido em 4 annos, de 3 de Maio
em discussão; mas, tenho ouvido tanta cousa a a 3 de Maio, opinião que, com o devido respeito
respeito desta eleição, mesmo a muitos nobres á commissão, eu não partilho.
membros do senado, que, me parece, votarão O Sr. visconde de Sapucahv : — E' a seguida
porella. que sou obrigado a apresentar algum geralmente.
escrúpulo b pedir o adiamento da discussão deste
parecer para segunda-feira O Sr. F. Octaviano : — E é a verdadeira.
Consta-me que esta eleição tem graves nulli- O Sr. ministro da marinha.—líntrarei sgora
dades; talvez não tenha vindo ao senado uma na discussão do pareoer a respeito das eleições
igual. O Sr. ministro da marinha fazendo parte do Ceará. Também preciso dar uma satisfação
da commissão de constituição o anuo passa lo ao senado
estudou a matéria.... Tendo tido a honra no anno proxirno passado
{Comparece o Sr. ministro da marinha.) de fazer parte da commissão de constituição,
O Br. Zacarias : — Eil-o. fui incumbido pelos meus illustrados coliegas
O Sr. barão de S. Lourenço: — Ah I de examinar os piiiie:s relativos a esta eleição. A
commissão actuil pôde dizer qual não devia ser
O Sr. T. Ottoni : — Outro motivo de adia- o trabalho para chegar-se ao conhecimento da
mento. verdade em uma eleição tão complicada como é
O Sr barão de S. Loürexço: — Não In outro esta.
motivo; não dou permissão ao Sr. senador para Tendo formado então o meu juizo, eu faltaria
julgar que eu especulo motivos. (Apoiados,) aos meus deveres para com o senado, e mentiria
O Su. T. Ottoni : — Eu não disse isto. á minha própria consciência, se não viesse ex-
pol-o á camara dos Srs. senadores.
O Sa. presidente : — Attenção. O Sr Zacarias: - Estabelecendo um exem-
O Sr. barão de S. Lourenço = — Eu nunca plo perigoso de ministro discutir verificação de
suppuz intenções más aos meus companheiros poderes.
' e não admitto que as attribuam a mim.
Sr. presidente, a necessidade da presença do O Sr. F. Octaviano :— Mas já deu uma razão
Sr. ministro da marinha, que tem estudado a pluusivel.
matéria, me fazia pedir o adiamento ; eu o re- O Sr. ministro da marinha:— V. Ex. deve
firo. desculpar-me, eu não tomaria parte na discus-
O Sr. presidente ; — O Sr. senador retira o são da verificação de poderes, se acaso não fosse
a circumstancia a que me referi, e se também
adiamento ? esta camara não fosso vitalicia e em que eu não
O Sr. Zacarias : — Não, propõe. figuro como ministro sómonte e sim também
O Sr. presidente : - Continúa a discussão como senador. ..
do parecer. O Sr. Jobim :—Apoiado.
O Sr. barão de Cotegipe (ministro da ma- O Sr. ministro da marinha; — .... zelando
rinh^j. —Peço a palavra. mais os créditos do senado do que o do proprio
O Sr presidente : — Tem a palavra o Sr. se- ministério.
nador. O Sr. Zacarias :—Isto é bom de dizer.
O Sr. liarão ile atotegiiie [minislTO da ma- O Sr ministro da marinha: — E admira me
rinha): — Sr. presidenta, antes de entrar na dis- que seja o nobre senador quem me lance em
cussão do parece'- da commissão de constituição rosto o rneu procedimento, quando os seus col-
a respeito da eleição de duus senadores a que se iegas do ministério passado, na camara dos Srs.
procedeu na província do Ceará, permittirá deputados, não só estiveram presentes como vo-
V. Ex que eu declare ao senado que teneimava taram em questões eleitoraes dando e tirando
dizer duas palavras da eleição da Bahia, que ha direitw. (Apoiados.)
pouco foi approvada; não pára contestai a, mas O Sr. Zacarias ;—E' diverso; não discu-
apenas para fundamentar um protesto em que tiram.
me achava assignado. Infelizmente cheguei a
horas em que a eleição já tinha sido approvada, O Sr. ministro da marinha :—E' diverso?
e porhso não posso expor ao senado os funda- O Sr. Zacarias ;—Não romperam, comoV.Ex.,
mentos daquella opinião, demonstrar que ella o debate: votaram, porque eram membros da
era muito conscienciosa, e que nada tinha com casa ; V. Ex. podia votar.
a pessoa eleita muito dignamente para, esta ca- O Sr ministro da marinha :—Eufallo porque
ma ra. sou membro da casa.
Em occasião opportuna terei de aventar no-
vamente a questão que é muito grave no nosso O Sr. Zacarias : — E' um exemplo perigoso.
systema. qual a de saber-se quando começa, O Sr. ministro da marinha:—Y. Ex. não me
quando finda a legislatura entre nós. A commis- perturbe.
SESSÃO m 15 DE MAIO DE 1868 121

O Sn presidente ; — Attenção. ambas as duplicttas do collegio da Granja, ex-


O Sr. ministro da marinha : — A duvida que traliindo deste colleg o, que considera nullo, os
appareco desde o começo sobro & validade desta eleitor, s do Iboassú ; annuTa as duas eleições a
eleição não foi suscitada pnrmim ou pelos meus que se procedeu na fregu-zia da Sanl'Anna,
amigos; geralmente so dizis, eu. todo o Império, annulla as de villa Viço-a e assim também as
nesta Côrte, e nesta casa, que a eleição de sena- do collegio do Ipú, extrahindo deste collegio
dores pela província do Ceará, era uma dtquel- 11 votos pertenceoles á freguezia de Tamboril;
las em que nada se podia aproveitar. Vejo actual- annulla ambas as eleições da freguezia da Telha;
mente que não havia grande fundamento para annulla «s de Jardim*: jinnulla as de Milagres,
essa opinião, porquanto três respeitáveis se na feit»s na matriz; annulla bs de Canindé. no
dores deram um parecer approvando ou legiti- mesmo caso; annulla as da freguezia de Arneirós,
mando as eleições contra as quaes havia tão pertencente ao collegio de S. João do Príncipe:
graves accusações. Tornei, duvidando dojuizo annulla o collegio do Quixeramohira em que
que havia feito, a examinar a eleição, c, com não houve duplicata: annulla; portanto, a cona-
grande pezar digo, cada vez descobri neila maio- mis-ão 216 votos.
res vícios que aífcetam intrinsecamente » sua Convém observar que os eleitores da provín-
legitimidade. cia do Ceará, na sua totalidade, sã-. 1,263 e que
Eu os exporei ao senado, tomando por base o destes apenas d . ixnram de comparecer, em toda
preprio parecer da commissao. a eleição, 21 ele.tores! Esta circumstancia, em-
A (Ilustre commissão seguiu um systema, neço bora não seja de natureza tal que affeoto a elei-
permissão para dizêl o, novo na verificação de ção todavia é, como fez a commissão em o col-
poderes: englobou por tal forma as questões, legio do Saboeiro, digna do nota. Doduzidos
expôz por tal fôrma os factos que, para . ue pos- estes votos da apuração gerrl a que procedeu a
samos votar as suas conclusões, é mister que o camara mpnicipal da cidade da Fortaleza, a
faça-nos fundados na fé que prestamos ao juizo lista vem a ficar composta da seguinte fôrma;
e á probidade da cornmisíão. O Sr conselheiro S .Id .nha Marinho 630 votos. .
E'de estilo que as commissões arresentom A apuração anterh r é conheci ia o se querem os
as apurações, declarem quaes os votos que Re- nobres senndores, eu a referirei.
duzem e como fica a lista depois do deduzidos O Sr F. Octaviano Perdoe me, V. Ex : a
esses votos, para que a-sim o senado possa com apuração da commissuo dou sómente ao Sr.
conscioncia votar as conclusões do par.-ce!-. A Saldanha Marinho 611 votos e não 630.
commissão, porém, annullou e approvou algumas
eleições e concluiu que, como não influiam na O Sr. ministro da marinha ; — 030 dá a mi-
lista" sextupla, deviam ser approvados os diplo- nha apur-ção. [Lendo):
mas dos senadores nomeados. O Sr. Dr. José Lourenço . . , 564
Isto, quando não tenha •. utro inconveniente, O Sr. Alencar 512
Sr. preeidente, tom ao menos o de obrigar-nos O Sr. Castro Carreira .... 537
a um estudo maior do que aque le que faríamos O Sr. Ratiahona 520
se a commissão tivesse procedido conforme os O Sr p.dre Pinto 507
estilos adoptados nesta casa. Vi me, pois, obii- O Sr. Jaguaribe 426
gado a fazer novas apurações a fazer nov .s de- O Sr.-F. Octaviano dá um aparto.
ducções e este trabalho âccumulado a outros
que pesam sobro mim fizeram com que talvez eu O Sr. ministro da marinha Bem, aceito
não estudasse a eleição tanto quanto ella é digna a correcção, embora precisemos vêr donde pro-
de ser estudada. vém a differença: a apuração do nobre sena-
A illustre commissão, entendendo que os ví- dor, membro da commissão, dá menor numero
cios de da eleição consistiam sómente naquelles de votos ao S'-. Pinto de Mendonça (490), e por-
que eram apontados por d. us reclamantes, trata tam o é mais favorável o meu calculo-
em primeiro logar de destruir os fundamentos Eis aqu-, portanto, a que fica reduzida a lista
da reclamação, e assim procedendo parece na sextupla depois das anuallações, adoptadas to-
realidade haver justificado suas conclusões 11- das as decisões da commissão.
naes. Mas, eu que também examinei as reclama- Vejamos se a commissão, annullando estas c
ções e vi que ellas, na verdade, em muitos approvando aquellas, procedeu de aocordo com
pontos são improcedentes, tratei de examinar o que está escriptonas actas e com cs princípios
outros pontos sobre que não havia reclamação, que estabeleceu cm difTerentes períodos de seu
e então conheci que a commissão deixou' de parecer. Sou obrigado a adoptar o mesmo wetho-
apreciar muitas eleições idênticas áquellas que do que adoptou a commissão, porque facilit-,-se
ella reprova; e deduz°idas estas eleições, sem du- assim adiscusíão ; vou acompanhal-a freguezia
vida nenhuma que a lista sextupla não pôde ser çor freguezia, collegio por collegio até chegar
compos'a com os mesmos nomes que foram ás suas conclusões.
apresentados pela camara municipal e pela com- O primeiro collegio dc que se occupa a com-
missão. missão e em que não houve duplicata é o col-
Senhores, a commissão de constituição an- legio de Maranguape Neste collegio a questão
nulla a freguezia de Varzea Alegre: annulla importante que appareceu foi a da iocompati-
122 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

bilidade do Io juiz de paz, c: utra os preceitos O Sr. F. Octaviano : — A camara dos Srs. de-
da lei. A commisbào entendeu que esta incom- putados tem sempre precedido assim.
patibilidade não f i resolvida pelo presidente da O Sr. ministro da marinha :—Se a camara dos
província, e comprova-se isto cas actas com o Sfs. deputados tem assim procedido, eu penso
offlcio do proprio juiz de paz, o qual declara que o senado ainda não procedeu da mesma
que não foi prtsidir a eleição, não porque o pro- maneira.'
s dente da província o julgasse incompativel,
mas pjrquese achava incjmmoclado O Sr. F. Octaviano : — Noraeie-se então uma
commissâo de syndicancia sobre as actas que se
O senado Sabe que esta questão da incompa- ap rovaram; eu terei o cuidado oe apresen-
tibilidade do Io juiz de paz ae Maranguape deu tar isto.
motivo até para serem demittidos empregados
da secretaria; e. em um folheto que se distri- O Sn ministro da marinha Ainda ha nes-
buiu, publicado por um dos demittidos, vêm tas nelas uma outra singularidade ; quem as
alguns documentos que contrariam a tSsejuiz confere é o secretario da cama: a, que é o proprio
de paz. Por exemplo: o proprio juiz, que de- juiz de paz que presidiu a eleição.
clarou que o presidente não o havia iuccmpati- Haverá nas actas authenticidade?
bilisado, escreve agora uma carta dizendo que Mas, dou por valida a eleição de Maranguape.
foi julgado incompativel Ha uma jusiificaião O Sr. F. Octaviano : — E faz muito bem,
tamb tu dada emjuizo, em que juram teste- porque não ha uma acta conservadora que não
munhas de vista que leram o ofilcio que incom- esteja neste sentido.
patibilisou o juiz, além de outros documentos O Sr. ministro da marinha :—O meu collega
que ao u.enos ievam-ma a cier, que este juiz de sabe, tenho dito mais de uma vez, que não olho
paz não merece muito credita, nern quan ío diz nunca para qual das parcialidade^ pertencem as
uma cousa, nem quando diz ouira. actas; que não indago, previamente, se a acta é
O ducumento trauscripto na nct i 6 desmen- conservadora ou liberol.
tido pela própria parte sob palavra de honra ; a O Sr. F. Octaviano:—Agradeço a V. F,x ;
justiücação que se deu em juizo prova que mui- eu abaixo a cabeca ante a imparcialidade de
tos viram e o juiz de paz lhes mostrou o officio V. Ex.
de incompatibilidade : onde está a verdade aqui?
Esteja ella onde estiver, eu cedo á commissâo o O Sr. Zacarias : — Eu é que não abaixo, neste
collegiO de Maranguape ; é valido Mas vá o se- p nto, não. F/ bondade do V. Ex : é amigo par-
nado por abi conhecendo qual foi o modo por ticular dello, faz-lhe esta concessão : eu não faço.
que ss fizeram estas eleições. O Sr. ministro da marinha :—E'uma das
E, posta de parte esta questão, examinando a muitas injustiças que o nobre senador me faz o
acta de Maranguape notam-se nella irregulari- de que se ba de arrepender quando conhecer a
dades, que aliás a commissâo não perdoou em verdade.
outras eleições. O Sr Zacarias ; —Aqui fico impenitente.
Por exemplo : reuniu-se na matriz sob a presi- O Sr. ministro da marinha:—E digo-lbe
dência do 2o juiz de paz, Raymundo Francisco mais, que quando examinei, cm o anno passado,
da ÇostaTavares, a mesa parocbial para proce- estas actas, não encarei as conseqüências, não
der á eleição primaria. Começou a chamada no quiz conhecer sobre quem reoahiam os votos Os
dia 17 e c íncluiu-se no dia li); mas tudo em uma apontamentos aqui estão e V. Ex. pôde ver pela
só acta, desde o dia 17, principio do recebimento tinta c papel, que não são desie anuo. Sc fosse
das cédulas até o fim da eleição. mister um testemunho para confirmar a minha
O Se. F. Octaviano • Quer que se annulle palavra, invocaria o do Sr. Silveira da Motta qúe
toda a camara doa deputados ? comigo examinou esta eleição.
O Sr. ministro da marinha : — Receberam-se Guardarei para depois o tratardos collegios da
l.GrO listas, faltando tíH votantes, dos quaes a Imperatriz, de Araoaty, de Lavras o freguezia
acta diz que omitte os nomes por brevidade; é do Tamboril, de que a commissâo se occupa
eSSí-ucialissimo em uma eleição, que se insiram na primeira parte do seu parecer, e passarei á
os nomes daquelles que não votaram. Entre- segunda era que lia principalmente as nullída-
tanto, na acta de Maranguape não são trau- dtjs de diversos collegios e freguezia».
scriptos os nomes dos que faltaram á chamada. A commissâo annullou a eleição da Yarzea
Inj dia 20 começou-se e concluiu-se a apura- Alegre pertencente ao collegio de Lavras, por-
ção iie 1 630 listas!" E' possível que a eleição se que a única acta existente e que a commissâo
fizesse, ptrém mateiialmente é impossível. Ora, diz ser da eleição liberal, não tem a precisa au-
adicionem estas cPcumstancias á outra que tbenti idade; « está de facto nulla, porque foi
mduz-nos a duvidar se na realidade o juiz de presididaporjuiz incompetente eamesate orga-
paz foi incompatibiiisado, e dir-me-bão se esta nisou illegalmente. »
eleição ; ode ser approvada com k consciência da Estando eu de accordo quanto á illeg.ilidade
verdade. E' a c uninissío annulla algumas outras desta eleição, seria escusado expôr as razões por
eleições por impossíveis. que assim penso, se não quizesse que o se-
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 18G9 123

nado conhecesse que a examinei; direi, pois, que, A mesa dessa eleição foi composta per sup-
além dos vicios que notou a cominissao, ha ou- plentes do juiz de paz da Granja, ediz-se que fez-
tros importantíssimos: reuniu-se a assembléa se a chamada por uma cópia authentica da lista
parochial sob o presidência de José Antonio Tei- dos cidadãos qualificados em Granja e na fregue-
xeira, 4o ojuiz de paz dafreguezia de Lavras, na zia de Villa Viçosa, donde se desmembrou a fre-
falta do I e dos que se lhe seguiam; não c apare- guezia de Iboassú,
ceram, nem eleitores, nem supplentes, nem os Temos aqui duas questões; primeira, validade
quatro juizes de paz. As actas não descrevem o ou nulbdadedas duplicatas de Granja; segunda,
processo eleitoral, e contradizem-se quanto validade ou nulli .tade da eleição da freguezia de
aos dias e horas das chamadas, etc. Iboassú. A coiomissão reconhece que a eleição
Tratou, depois, a cornmissao do collegio da da Granja, que denomina liberal, isto é, a pre-
Granja, e são annulladas ambas as eleições a que sidi-la polo primeiro juiz de poz, deve ser an-
se procedeu nessa freguezia : a conservadora (é nullada ; sobre este ponto não temos duvida:
palavra da coramissão) por ter com a absorpçãj minha conclusão geral é que as eleições, em seu
da parochia de Iboassú feito maior numero de complexo, são nullas, e, portanto, tudo qua .to a
eleitores do que devera, e não estar baseada na coramissão deduz contra cilas, está de accordo
qualificação vigente ; a liberal por ter sido pre- com a minha opinião A outra eleição também
sidida por juiz incompetente. a com missão considera nulla, porquê houve ab-
« Os respectivos collegiosteem de ser annul- sorpeão -ia freguezia de Iboassú. Eu não con-
lados. Mas (acrescenta a coramissão) havendo testo a nullidade desta segunda eleição presi-
sido tomados em separado os eleitores de Iboassú dida pelo segundo juiz de paz; posto que esteja
no eollegio liberal, podem estes ser contados na em melhores circumstancias que outras appro-
apuração geral. vadas ; mas, o que contesto é a procedência da
« Na eleição de Iboassú a mesa foi organisada razão que a commissào dá, quantaá freguezia de
por juiz de" paz do districto visinho, por ser Iboassú, porque, no meu entender, a eleição de
aquella uma parochiarecem-creada; ea chamada Iboassú é essencialmente nulla.
se fez pela cópia da ultima qualificação da fre- Senhores, a parochia de Iboassú foi creada,
guezia da Granja, donde fôra desmembrada. tirando-se parto da freguezia da Granja e parte
« Não houve contra essa eleição protesto nem da freguezi« de Yüla Viçosa; naquella freguezia
reclamação; fòra iníquo annulíal-a só pelo que não havia ainda juizes de paz eleitos; foi, pois,
disseram oa jornaesda eleição do dia 3. » proceder a eleição od^juiz de paz da Granja,
Em primeiro logar examinemos como foram sendo convidados para formar a mesa os outros
feitas estas eleições, tanto da Granja como de supplentes do juiz de paz, o 5o, o 6J etc.: ora isto
Iboassú; depoÍ8,*tirarei as conclusões e analjsa- é regular?
rei as razões da coramissão. Se é nulla a2!, eleição da Granja, por ter com-
O collegiu da Granja compõe-se dafreguezia da prehendido Iboassú, entendo que nulla está a
Granja e da freguezia de Iboassú; na Granja de Iboassú, porque o juiz de paz não convocou
houve duplicata. Fez-se a primeira eleição na os votantes para essa fr-geezia, convocou-os
matriz soo a presidênciaodo 2o juiz de paz João para a da Granja Se a eleição, pois, se devia
Felix de Lima, por ter o I declarado que ia pro- fazer em Iboassú. está nulla a* eleição da Granja
ceder a eleição em outro logar; fez-se a eleição por ter absorvido Iboassú; mas, não pôde nunca
para 3J eleitores, englobando-se os da freguezia a eleição de Iboassú ser válida, porque é intriu-
de Iboassú; compareceram 9 eleitores e nenhum secamenta nulla; não ha eleição mais nulla em
supplente ; receberam-se 584 listas; não se de- todo o Ceará : não havia juiz de paz; não sei
clara de que livro se usou; vem transcripta a mesmo sc a freguezia estava provida canonica-
portaria do presidente, de 12 de Janeiro, mar- mente ; não houve convocação de votantes para
cando 24 eleitores para Granja, por se ter des- Iboassú; não consta que as listas viessem das
membrado Iboassú. duas freguezias de que foi desmembrada; a mesa
A outra eleição da Granja foi feita sob a presi- foi comp .sta pó-- supplentes do juiz de paz da
Granja; como pôde ser válida essa eleição?
dência do Io juiz de paz João Maria Ferreira Lo-
bo ; compareceram 7 eleitores e 13 supplentes, _ Acre ce, senhores, que determinando o pre-
fez-se a chamada pela qualificação de 18(54. por- sidente da província a 12 de Janeiro, que Iboassú
que o presidente da província, por officio de 22 fize se eleição em separado, o juiz de paz da
de Dezembro de 1866, julgou irregdlar as seguin- Granja declarou na acta que, por ter chegado
tes. fora de tempo essa participação, deixou de fazer
a convocação de votantes de Iboassú para vota-
Agora, a freguezia cie Iboassú. Nesta freguezia rem naquella freguezia. Sc o juiz ae paz não
a eleição para 15 eleitores, que acommissão con foz a convocação, como podia Iboassú fazer
sidera válida, fez-se na matriz sob a presidência eleição ?
do 4° juiz de paz da Granja, por impedimento do Ainda mais, se é nulla a eleição da Granja,
1», João Maria Ferreira Lobo, que figurou em porque o juiz de paz englobou a eleição de Ibo-
uma das duplicatas da Granja; do 2o João Fclix assú, então são nullaa outras como mostrarei
de Lima, que presidiu a outra duplicata; e do 3'. adiante, porque mandando a piesidencia fazer a
por estar fóra da província. eleição era outras freguezias, Cachoeira e Flores,
124 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

por portaria da mesmi data, deixaram os juizes Passemos á outra que a commissão também
de paz de fizera convocação dos votantes para an .ulla e que foi feita na matriz sob a presidên-
as novas freguezias; os qualificados votaram nas cia dc Leonel Dias da Fonseca, juiz de paz, diz a
antigas, e, t odavia, a c mumissão approvou essas acta (mas não diz de que anno) de Tucunduba.
eleições. Só começou a eleição no dia 19; chamo a at-
Eu podia mostrar como a eleição da freguezia tenção do senado parà esta circumstancia: se a
da Granja feita na matriz sob a pres denc.a da eleição é nulla, todavia me parece mais real do
2» juizde paz é valida; mas, concordo com a com- que a outra, porque, se fosse falsa, teria princi-
mn-são em que também é nul a. addiciono, po- piado no mesmo dia em que principiou a outra ;
rém, como nulla a de Iboassú que a cornmissão mas, segunda a acta descreve, estiveram todos
manda extremar. Portanto, tolos os dous colie- os eleitores e votantes na matriz até que compa-
gios da Granja são nullos sem discriminação de recesse o juiz de paz. Estiveram presentes 12
freguezias. eleitores e nenhum supplente ; recolheram-se
Temos agora de considerar a eleição da fre- 937 cédulas.
guezia de rianfAnna, pertencente ao collegio O Sr. F. Octaviano dá um aparte.
deAcaracú- A comraissão rejeita também as duas O Sr. ministro da marinha:—Portanto já se
eleições desta parochia: uma pela evidente in- vê que, se ha questão, é sobre a competência do
competência do juiz que a presidiu (o 5" vo- juiz de paz.
tado de outra parocbia) e pela falta do livro de
qualiíic.ação ou lista authentiea ; a outra « por- O Sr. F. Octaviano;—A commiseão tomou
que não dcou bem provado que houvessem sido essa base, porque não precisava de outra. Fo-
obrigados os seus autores a retirar-se da matriz ram-lhe presentes documentos qne provara que
pam outro edifício, recurso que nem mesmo se- não se recolheu a acta dessa eleição á camara
ria jamais admittido pela cominissão, se não es- municipal. E' melhor que V. Ex. não continue a
tivesse consagrado pelas c iraaras no rcconlic- fallar sobre essa eleição.
cimento de seus membros, mas que devo ser O Sr. ministro da marinha:—Ha outros ví-
limitado a casos muito restrictos. Ambas as cios nesta eleição.
turmas votaram em separado no respectivo col-
legio (Acaracú), e portanto não lhe vici ram a O Sr Zacarias:—Isso é estudo do anno pas-
èleição total. » Vejamos os caracteres dessas sado; está atrazado um anno.
eleições, tanto ss duas da freguezia de Santa O Sr. ministro da marinha:—Também não
An na, como a da freguezia de Acaracú que a sustento esta eleição: entendo com a commissão
commiasão considerou válila. que ambas devem" ser rejeitadas.
A primeira eleição de SanfAnna foi feita na O Sr. F. Octaviano;—Toiíiíur questio.
camara municipal soba presidência do 2o juiz
de paz F.oriano Ferreira Ponte de Maria por par- O Sr. ministro da marinha:—Mas era-mc pre-
ticipação official, diz a acta, do Io, Policarpo ciso dar as razões do meu procedimento.
Francisco Maria de Souza, que remetteu o livro O Sr. F Octaviano;—Quer convencer o sena-
da qualificação. Reuniu se a mesa na camara do, porque a commissão...
municipal por ter sido a matriz cercada com O Sr ministro da marinha;—Quero mostrar
força publica pelo delegado João Domingos Tor- que o meu voto se baseia no exame das actas.
rásí capitão de policia. Abro aqui um parentlie-
se: o senado h i de ler muitas vezes nas actas O Sr. Zacarias;—Isso é estudo do anno pas-
que a policia, interveio nas eleições, ora a favor sado Este anno V. Ex. não teve tempo para es-
da opposiçâo, ora a favor do governo. tudar; as notas do Sr. Webb o perturbaram
O Sr. Pompeu:—Não. senhor; a favor da oppo- muito.
siçâo nunca Nesse tempo eu era da opposiçâo. O Sr. ministro da marinha:—V. Ex. acha!''
Eu eatendu, Sr. presidente, que o negocio é
O Sr. ministro da maeinha:—V. Ex. estava muito serio.
na opposiçâo e venceu? O Sr. Zacarias;—Sem duvida
O Sr F. Octaviano : — Não, senhor ; V. Ex. O Sr. ministro da marinha;—Discussão de ve-
sabe como foi essa luta; havia dissidência no rificação de poderesnão admitte essas interrup-
partido. ções/ Peço ao nobre senador que contenha
O Sr ministro da marinha«o qual seus ímpetos opposicionistas; terá para isso
dechirou (o delegado) que só consentia que se muitas occasiões e melhor logar.
installasse a mesa sob a presidência de Leonel
Dias da Fonseca, supplente do juiz de paz da O Sr. Zacarias-—E' para começar.
povoação de Tucunduba, distante 11 léguas. O Sr presidente:—Attenção 1
Não compareceu um só eleitor. A aIa o 2a cha- O Sr. ministro da marinha; — Então have-
madas foram feitas a 17, 18 e 19; a 3 a 20, reco
lhendo-se 412 cédulas. mos de vêrquem se perturbou. O nobre senador
Vem em seguida o protesto contra a eleição está com uma soffreguidão! Tem quatro, cinco
da matriz Esta c a eleição que se denomina li- ou seis mezes para desabafar se.
beral e que a commissãô annulla. O Sr. F. Octaviano : — Assevera isso?
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 125

O Sa. Zacaeias : — Estamos garantidos? guezia que votou com esses eleitores e a julga
válida? Já sei o que vt,e responder o honrado
O Sr. ministro da marinha; — Não posso ga- senador, e é que, sendo unanime a votação nos
rantir, porque já vejo o programma da tempora- candidatos, faci! é extrahir os votos.
lidade; talvez sejamos uissolvidos.
O Sr- Zacarias: — Isso não é serio. O Sr.F. Octaviano:—Votaram em separado re-
conhecendo isso mesmo.
O Sr. ministro da marinha: —O nobre sena- O Sr. ministro da marinha ;~Mas eu entendo
dor não quer que o senado dê attenção ao que que, funccionando essa freguezia em um colle-
estou dizendo; é uma tactica de general con- gio radicalmeníe nullo,^ cujo juiz de paz era in-
summado.
competente tanto na eleição primaria como na
O Sr. Zacarias: — Não sahi ainda da sor- secundaria, não se pôde considerar válida a sua
preza que V. Ex. me causou hoje. eleição.
O Sr. ministro da marinha: — Também não O Sr. F.Octaviano;—E'uma severidade atroz
sahi aind i da sorpreza de vêr Y. Ex. como está .. de V. Ex.
O Sr. Zacarias : — Está falhmdo sorpren- O Sr. ministro da marinha ; -Não é.
dido.... A commissão annullou as duas eleições pa-
rochiaes de Viçosa : uma por ter sido presidida
O Sr. ministro da marinha;—Sr. presidente, por.juiz incompetente, e feita por qualiíicação
tenha a bondade de garantir-me a palavra. illegal, embora por ordem do governo (note-se)
O Sr F. Octayiano : — Ora! ora ! Isso não é obtida, como está provado, sob falsas infor-
para V. Ex. mações ; a outra, porque, embora presidida por
O Sr. T. Ottoni : — O seu natural acanha- juiz' competente e feita pela qualiíicação ultima,
mento... não teve para a f irmação da mesa nenhum dos
23 eleitores daparochía, nem os supplentes côr-
O Sr. presidente : —V. Ex. sabe que sou respondentei, ao passo que muitos desses func-
oppoato aos apartes por serem inteiramente eionarios serviram na outra eleição presidida
contrários á escola ingleza, a que pertenço. polo 3o juiz de paz, devendo crer-se que suppu-
(Apoiados.) nham estar cumpriudo uma ordem legal e fun-
O Sr. ministro da marinha:— A freguezia de dada do governo. Por conseguinte, a commissão
Acaracú que votou no •mesmo collegio que a propõe a nullilade dc dous eollegios formados
commissão valida, fez uma eleição contra a qual por aqucllas duas turmas de eleitores. Isto é que
também não houve reclamação ; mas entre ou- eu chamo severidade extraordinária.
tros defeitos, vê-se que ha maior numero de vo- O caso é o seguinte: O juiz de paz representou
tos do que o de votantes que a acta diz terem ao presi lente que as qualificações ultimas não
comparecido. Por exemplo, na 3" chamada se estavam concluídas, e o presidente mandou pro-
recolheram 855 listas e depois apparecem 1)15 ceder o
á eleição por uma outra qualificação. O
votos. A apuração dá a todos os eleitos 915 votos! I juiz de paz negou-se a cumprir a ordem do
Vê-se o pouco cuidado com que foi tudo isto fei- presidente e o 3' juiz de paz assumiu a jurisdic-
to. Emfim seja válida a eleição. ção em falta dos dous e presidiu a eleição. Este
OSr.F. Octaviano V, Ex. não nos fez o juizé incompetente, senhores? A eleição será
favor de mandar os apontamentos, por isso foi nulla.por outras circumstancias, mas não por
feito com pouco cuidado. incompetência do juiz; ou então a presidên-
cia não tinha o direito dc fazer o que fez.
O Sr. ministro da marinha : — O que digo é Mas isto é o que a commissão não pôde affir-
que a eleição foi feita com pouco cuidado e não mar.
o parecer. Se V.Ex. achar que alguma, expressão O Sr. F Octaviano ; — Oh I a presidência
minha o pôde offender, peco, de ante-mão, que praticou um acto acreditando que o fazia na
não a tome em máo sentido. sua legalidade; é illegal porque a lei manda
O Sr.F. Octaviano:—Sei que não tem intenção ue a qualificação seja a ultima : o presidente
de offender, mas pôde a expressão ser offensiva. iz seja a penúltima ou ante-penultima : a elei-
O Sr. ministro da marinha : — Até admiro o ção ficou nulla.
cuidado com que foi lavrado o parecer. . O Sr. ministro da marinha : —Bem, a res-
O Sr. F. Octaviano;—Y. Ex. tem reconhecido ponsabilidade recahe sobre o presidente, mas
que a commissão cumpriu o seu dever. não torna o juiz incompetente : o juiz foi com-
petente para fazer a eleição porque o foi na falta
O Sr. ministro da marinha:— Sr. presidente, do Io e 2° juizes de paz, que não quizeram com-
minha duvida a respeito dessa freguezia ó outra: parecer.
essa freguezia votou conjunctamente no collegio
com a turma de eleitores, que a commissão an- os Ol" Sr. F. Octaviano: —Estavam presentes
e 2"; foi regra adoptada ainda ha pouco
nulla por incompetência do juiz de paz e do na camara dos Srs. deputados.
logar onde se procedeu a eleição : desde que o
collegio é nullo por incompetência do juiz de paz O Sr. ministro da marinha;-Perdoe-me V.
e do logar, como a commissão destaca uma fre- Ex., elles estavam fazendo uma outra eleição e
126 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

ambas na matriz. Depois reuniu-se o collegio lida; não pôde ser recusada. Entretanto acom-
na casa da camara com o Io juiz de paz. missão a annulla, p rque o collegio reuniu-se
O Se. F. Octaviauo :—Mas eram os compe- na casa do subdeb gado. E' esta uma das curio-
tentes. Se se admittir este principio, é bor- sidades das eleiçõe> do Ceará.
riyel. O Sr. Silveira da Motta : — Casa muito in-
O Sr. presidente : — Atteneão 1 compete ;te.
O Sr. ministro da marinha : — Eii mostrarei O.Sr. F. Octavuno:—Não pôde servir na c?.-
adiante em como V. Ex. o admitte. mara dos senadores uma acta vinda da casa dc
um subdelegado.
O Sr. F Octaviano:— Em uma sd excepção;
e provarei ao senado que excepçào legitima: é O Sr. ministro da marinha: — Ouça-me: a
o caso de defeza dos direitos nacumaes. eleição primaria liberal fez-se na casa da* camara
porque não abriu-se nesse dia a matriz; mas na
O Sr. ministro da marinha : — A razão da matriz fez-se a eleição que se chama conserva-
incompetência para mim não precede, e se esta dora. Ora, esses eleitores que foram eleitos na
é a única, a eleição está valida. Se porém se matriz, que eram os verdadeiros eleitores, que
mostrar, como se diz, que ba urm, serie de do- razão teriam para depois não formarem collegio
cumentos contra o juiz de paz ; que elle fez uma na matriz? Que razão podiam ter para irem vo-
representação falsa que obrigou o presidente a tar em casa do subdelegado 7
dar uma decisão, fundado em dados que não
eram reaes, neste caso concordarei com a com- Agora o reverso; a outra eleição chamada li-
missão; mas nunca pela razão de incompeten beral—foi feita na casa da camara, o collegio
cia do juiz. depois reuniu-se na matriz.
Passemos á eleição do Ipú. O Sr. Silveira da Motta : —Está annullada.
No collegio do Ipú a commissão annulla a O Sr. F. Ocaviano :—Vamos ouvir a razão.
eleição liberal porque foi presidida por juizin- O Sr. ministro da marinha : — Eu é que de-
competente, è a conservadora, embora pudesse sejava que os nobres senadores, que são dotados
ser legalisada, por imprestável, porque a res- de tanta penetração, me explicassem este phe-
pectiva turma de eleitores reuniu-se como col- nomeuo : porque os eleitores validos da matriz
legio na casa da subdelegacia de policia, como não tornaram á matriz ? Porque os eleitores
confessam os reclamantes e consta da acta. Só nullos da casa da cumara reuniram-se na matriz?
ba a aproveitar-se do collegio que se reuniu na
matriz a votação do Tamboril que foi tomada á O Sr. F. Octaviano :—Não recebi informa-
parte. ções.
Sr. presidente, a eleição primaria da freguezia O Sr. ministro da marinha:—Abi não re-
do Ipú, isto é, aquella que a commissão deno- cebeu informações... Nem logicamente deduz
mina conservadora, foi feita sob a presidência nada ?
do Io juiz de paz, João Corrêa de Sá, com o
competente escrivão e na matriz. Estão as actas O Sr. F. Octaviano : — Absolutamente nada.
regalares; só ba a notar que fossem apuradas O Sr. Silveira da Motta:—Esta turma já
as listas de 1,117 votantes em pouco mais de está considerada nulla por ser a eleição prima-
um dia. Portanto a eleição primaria desta fre- ria feita na casa da camara, a outra está também
guezia, se a commissão "tivesse de approvar os nulla por ser a secundaria feita na casa do sub-
eleitores, embora annullasse o collegio, seria va- delegado: é a incompetência do logar applicada
lidada por ella; é uma eleição primaria incontes- á eleição primaria e secundaria.
tável .
A outra eleição, que a commhsão denomina O Sr. ministro da marinha :—Não responde
liberal e anaulfa pm incompetência do juiz de ao que eu perguntava.
paz, foi presididao na casa da camara por João O Sr. F. Octaviano: — Eu também pergun-
Ribeiro Mourão, 3 juiz de paz, na falta do 1° e 2» tarei: o reverso?
que communicaram, diz a acta, estar doentes. O Sr. ministro da marinha:—V. Ex. quer a
Esse sim era incompetente, porque o Io estava explicação? E' porque depois da eleição prima-
na matriz fazendo uma eleição com todos os ca- ria os eleitores validos não puderam entrar na
racteres de autheaticiJade, cí mo se mostra da matriz; este é que era o caso de força maior que
acta. Ao passo que os dous primeiros juizes de- depois veio a servir para a commissão validar
claravam estar doentes, procedia o primeiro á uma outra eleição.
eleição na matriz I A própria acta da casa da ca-
mara confessa que se estava fazendo outra eleição O Sr. F. Octaviano dá um aparta.
na matriz. O Sr. ministro da marinha:—Então porque
Declara a acta que fez-se a eleição na casa da não veio á matriz esta turma de eleitores ?
camara, por não se ter aberto a matriz; mas
consta da mesma acta que houve missa ás 9 ho- O Sr. F. Octaviano :—Porque não quiz.
ras 1 Portanto é evidente que a eleição primaria O Sr ministro da marinha:—Oh 1 não quiz...
a que denominou-se conservadora, é eleição va- Além de outros motivos foi nomeado um novo
SESSÃO EM 15 DE MÂIO DE 1869 127

delegado de policia para o termo o qual tomou O Sr. F. Octaviano Quanto a esta eleição,
posse na vespera da matriz, pôl-a em cerco, e tollilur queslio; vamos adiante Folgo muito de
obstou a entrada dos eleitores. vêr-me de accordo sempre com V. Ex.
O juiz de direito no mesmo dia (que coinci- O Sr. MINISTRO DA MARINHA :—V. Ex. verá
dência 1) abriu o jury; occupou o salão em que para adiante que não ficará de accordo comigo
os eleitores podiam reunir-se, e em que a outra em ponto mais nenhum.
turma fez a sua primeira eleição, e desta sorte O Sr. F. Octavi.-NO ;—Vamos lá...
não tendo um editicio publico para uhi fazer a
eleição, viram-se constrangidos afazel-a em uma ■ O R. ministro da marinha :—Segue se a elei-
casa particular. ção da freguezia e collegio da Telha.
Diz a commissão que a acta da eleição conser-
Eis aqui a razão. vadora desta parochia, que foi presente ao se-
O Sr. F. Octaviano: — Creio que é a contra- nado, não tem caracter algum de authenticida-
ria. Também exporei a razão. de. R' sa, além disto, que no dia 18 no espaço
O Sr. ministro da marinha Está-se vendo de uma hora se abriu a urna, verificou-se o es-
meu collega, que esses eleitores válidas eleitos tado das listas, livros, etc., fez-se a terceira cha-
na matriz, á matriz tornariam se ella lhes f sse não mada do mais de mil nomes de votantes que
franca, na segunda eleição. compareceram; e depois das 10 horas da
manhã, e antes de se pôr o sol, emaç»ram-se,
O Sr. F. Octaviano : — Validos 1 Felizmente leram-se e approvaram-se 1,^35 cédulas cora 45
que V. Ex. já encontra uma eleição válida no nomes cada uma Eis a razão porque se annulla.
Ceará.
O Sr. F. Octaviano Não ; porque não tem
O Sr. ministro da marinha:—Eu não disse nenhum caracter de authonticidade na brevi-
que a eleição secundaria é válida; digo que o é dade com que em geral se fazem as eleições pelo
pelo systema da commissão, mas rejeito a pela Norte.
incompetência do logar do collegio, e applico a
outras nas mesmas circumstancias igual sen- O Sr. presidente: — Attençâo!
tença. O Sr. ministro da marinha; — Pelo Norte?
O Sr. F. Octaviano ;—Pelo systema da com- O Sr. F. Octaviano : — Estou dando uma ex-
missão, não ; se se pudesse tirar os votos desses plicação ao nobre ministro, que pediu
homens, sim. O Sr. ministro da marinha : —Senador.
O Sr. Silveira da Motta : — Embora válidos O Sr. F. Octaviano : — Ao meu nobre amigo
ps votos, dados na casa do subdelegado não senador.
prestam para nada.
O Sr. ministro da marinha ; — E a outra por-
O Sr. ministro da marinha:—Bem, concordo que á vista dos documentos recebidos deixam
com a incompetência de logar: é nullidade in- em duvida se existiu esta eleição.
sanável.
O Sr. F. Octaviano ; — Todas as duas estão
O Sr. P. Octaviano ;—Este 1 evidentemente nullas.
O Sr. ministro da marinha:—Não, qualquer. O Sr ministro da marinha;—Concordo abso-
A incompetência de logar e a incompetência de lutamente com a commissão nestes deus pontos.
juiz são para mim nullidades manifestas. Apezar de que tenha nos meus apontamentos
O Sr. T. Ottoni: — Sobretudo sen o logar a uma das,duplicatas desta freguezia, todavia não
cozinha do subdelegado. achei a segunda a que se refere a commissão,
aquella de que diz que não tem caracter de au-
O Sn. ministro da marinha ; —Para que o no thenticidade; e examinei esta acta-em outra oc-
bre senador ha de dizer isto tendo approvado cssião, e nenhuma falta de authenticidade lhe
tantas eleições feitas em casas de subdelegado 7 notei.
O Sr. F, Octaviano dá um aparte. Annul.a mais a commissão o collegio do Jar-
O Sr. ministro da marinha ; — Eu não disse dim, por ser a eleição primaria evidentemente
senado; o nobre senador foi depu ado muitos nulla, presidida por um S" juiz de paz de outro
annos. districto, o Brejo, sem impeiümeuto provado,
O Sr. F. Octaviano : — Vá a resalva para a nem dos da prrochia do Jardim, nem dos dpus
primeiros do Brejo. A eleição feita com o juiz
camara.
legitimo na camara municipal, foi denunciada á
(Ha outros apartes ; o Sr. presidente reclama at- presidência da província como acto irregular por
tençâo.) pessoas insuspeitas, segundo elle informou ao
O Sr. ministro da marinha:—Notei somente governo. Kejeita portanto ambas as dupli-
esta contradicção ou ^em&siado rigor, e não catas.
porque, como disse, queira que a eleição seja Sr. presidente, a commissão não considerou a
válida feita em c isa do subdelegado : concordo questão neste ponto pela face por que ella devia
com o nobre senador. ser considerada. A eleição da casa da camara
16
m SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

que a cominissão annulla, sob a presidência do da parochia de Milagres, sôb a presidência do 2o


juiz de paz Cláudio Alvares Couto, em razão de juiz de paz do Brejo, João Alves de Moura ; na
t,cIia;-3J cercada a igreja, contém, a nulli lade freguezia de Milagres também houve duplicata.
que a commissão nota. Mas desde que o juiz de E' julgada válida a feita na casa da camara.
paz se achava na casa da camara fazendo uma A commissão diz que a aota da eleição a que
eleição nulla, como reconhece n commissão, ahi se procedeu sob a presidência do 2» juiz de
pódêser incompetente o juiz qae preside a outra paz é corroborada pelas informações da camara
na matriz, logar designado pela lei? municipal. Na manhã de 17, a autoridade poli-
O Sr. Poiipeu : — E' cousa diversa. cial impediu o ingresso da matriz ao jmz com-
petente, João Rodoaldo Linhares, o segundo da
O Sr. ministro da. marinha: — Se houve lista dos juizes de paz, por ter participado mo-
coacção na eleição feita na matriz, então, pelo léstia o Io, Francisco José de Souza —Recusando
principio da commissão, 11a devia approvar a o delegado de policia retirar a força que pos-
eleição feita na casa da camara. tara ria porta da igreja e franqueal-a ao povo,
O Sr. Silveira da Motta : — A da matriz o juiz de paz convidou os votantes para o acom-
está annullada. panharem á casa da camara, onde, apoiado por
O Sr. ministro da marinha ; — Está annul- nove eleitores e oito supplentes, organisou a
lada a da matriz e também a da casa da camara. mesa e fez uma eleição, contra cujas actas, re-
ferindo miudamente* todo o processo eleitoral,
O Sr. Silveira da Motta;— Por incompe- nada se pôde dizer.
tência de logar. O único argumento com que os reclamantes
O Sr. ministro da marinha:— E a outra por pedem a sua rejeição, é o já referido em outras
incompetência de juiz. occasiõBS, de conjecturas e probabilidades pelos
O Sr. Silveira da Motta: -Sim, senhor. factos anteriores da eleição do dia 3,
Quanto á outra eleição basta apontar-se que
O Sr.o ministro da marinha;—Mas, desde que as próprias actas referem ter sido feita sob a
o Sr. I juiz de paz, o competente, sahiu do logar presidência de um juiz de paz de outra fregue-
designado por lei para ir fazer uma eleição, com- zia e de outro termo, estando a funccionar para
petente tornou-se o outro juiz. o mesmo fim o juiz competente.
O Sr. F. Octaviano :—Oh I Daqui vê-se que a commissão approva a eleição
O Sr. ministro da marinha;—Sim, senhor. feita na casa da camara.
Admira-me que o nobre senador recuse este O Sr Silveira da Motta: -Assignei com res-
principio. tricções quanto a esta parte.
O Sr. F. Octaviano : — Eecuso-o. não o acei- O Sn. ministro da marinha :—Quanto a esta
tei até hoje; aceito as instrucções da lei: a in- parte? Estimo muito.
competência do juiz de paz ainda é mais grave
do que a incompetência de legar. O Sr. Silveira da Motta ;-Quanto a Mi-
lagres e Canindé, está declarado no parecer.
O Sr. Silveira da Motta : — Incompetente
porque não foi para a matriz. O Sr. ministro da marinha;—A eleição que
a commissão. valida foi feita na casa da camara
O Sr. ministro da marinha:— O compe- sob a presidência do juiz que se diz competente,
tente achava-se na casa da camara, porque disse e a que annulla foi feita na matriz sob a presi-
que a matriz estava cercada, e lá fez uma eleição dência do juiz que ella denomina incompetente.
seip nenhuma formalidade. Os eleitores e vo- Ora, senhores, ha pouco annullou-se uma outra
tantes da matriz viram-se sem juiz de paz; cha- el ição feita na casa da camara, embora esti-
maram um outro juiz de paz para presidir a vesse na acta referido miudamente que a igreja
eleição e a eleição ó nulla t Ha immonsos exem- estava cercada pela força publica
plos* de approvação cm taes casos, e fundados
em dififerentes instrucções do governo. Sr. F. Octaviano ; —Não foi approvada.
O Sr. Silveira da Motta dá um aparte. O Sr. ministro da marinha: — agora
O Sr. ministro da marinha : —Não quero que valida-se uma eleição feita na casa da camara,
porque também a igreja se achava cercada por
fique válida também, força publica : são principies contraries um ao
O Sp. Silveira da Motta : — Ohl outro.
O Sr. ministro da marinha: — Estou apenas O Sn. F. Octaviano: — Não.
notando a severidade com que procedeu a com- O Sr. ministro da marinha :—Vejamos como
missão a respeito de certas eleições que ella an- foram feitas essas eleições primarias. A' da casa
nulla, e muito melhores que outras consideradas da camara, presidida pelo 2o juiz de çaz, por es-
válidas. tar a matriz cercada com força policial, compa-
O Sr. Silveira da Motta : — Ainda devia ser reeerarn 9 eleitores e 8 supplentes. A chamada
mais. foi feita pela qualificação de 1860 (uma ha pouco
O &r. ministro da marinha : — Concordo. E' foi annullada porque a chamada foi feiia pela
annullada a eleição a que se procedeu na matriz qualificação de 1804 I) e foi feita pela qualifica-
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 129

ção de 1860, em virtude de uma portaria da Aqui está jáadoptado o principio de que o caso
presidência; recolheram-se 612 cédulas. For- da força maior valida a eleição fóra do logar em
maram depois collegio, também na casa da que a lei determina, e eu já fiz ver que a cir-
camara, dahi a 30 dias ; não üveram tempo cumstancia do logar é tão importante, ou talvez
de reclamar do presidente que retirasse a mais importante ainda do que a circumstancia
força 1... As eleiçOes primaria e secundaria da competência do juiz : não obstante, a com-
forâm, portanto, feitas fóra do logar mar- missão seguiu em uns casos este principio, em
cado pela lei e consideradas válidas; uma outra outros adoptou principio differente, J^ual é,
é considerada nulla porque o collegio reuniu-se porém, a razão que dá? Uma attestação da ca-
em casa do subdelegado, quando aliás a casa mara municipal, que muitas vezes, como se
da camara tinha sido oecupada desde a vespera sabe, é do mesmo lado, e está prompta a dar
com as scasbes do juryl Esta eleição pôde ter os atteslados que se lhes peça. Entretanto é este
caracter algum de validade, nem como prima- o documento único, e o dito dos presidentes da
ria, nem como secundaria? Entretanto esta é província, algum dos quaes proferiu o seu
julgada válida e nulla a da matriz, no logar juizo um anno ou anno e meio, depois de feita
competente, só porque foi presidida por outro a eh-ição.
juiz de paz e porque o competente nào appare- O Sr. F. Octaviano ;— Requesitado por V.Ex
ceu e arranjou uma duplicata na casa da ca- mesmo. Foi a requerimento de V. Ex, que se
mara. pediu este documento
O Sn. Silveira da Motta:—'Não foi o primeiro O Sr. ministro da marinha O meu reparo
quem foi fazer a eleição na casa da camara. não recae sobre o facto de termos pedido estes
O Se. ministro da marinha: —O terceir: não documentos, mas, sobre o modo p rque foram
quiz comparecer, veio outro juiz de paz. escriptos. Nem ainda me referi a elles; hei de fa-
O Sr. F. Octaviano;—Seria bom que o sena- zel-o. O presidente quiz envernisar as eleições.
do reclamasse do governo a lista de todos os O Sr. Zacarias;— E V. Ex, propõe-se tirar o
juizes de paz das parochias do Império, quando verniz.
tivéssemos de approvar eleições; sabe Deus o O Sr ministro da marinha :— E' preciso ás
que se terá approvado por aqui. vezes tiral-o V. Ex. mesmo foi um dos que o
O Sr. ministro da marinha:—Senhores, se esta anno passado disse que não envernizava....
eleição não é válida, segundo cs princípios da O Sr. Zacarias:—... horrores, o citei o verso
commissão eu não sei qual seja: pelo menos a de José Bonifácio.
commissão devia annullar ambas.
O Sr. F. Octaviano Note que são actas de
O Sr. Silveira da Motta; — Klsto estou de eleições conservadoras
accordo com V. Ex.; pela incompetência da casa O Sr. ministro da marinha: —Y. Ex. pôde
e do juiz, nem uma nem outra. saber ahi quaes são as actas conservadoras e
O Sr. F. Octaviano -.—Póde-se annullar. quaes as que não são ?
O Sr. ministro da marinha: — Eu não peço. O Sr. F. Octaviano :— Pois não 1 Não ao co-
O Sr. F Octaviano ;—V. Ex. ordena. nhecem os collegios pela votação ?
O Sr ministro da marinha: —Nem ordeno; O Sr. ministro da marinha A eleiçã q que
desejo que os nobres senadores se convençam a commissão valida, foi feita na casa da'camara,
das razões que apresento. porque,, nllega-sa que a igreja se achava cercada
Assim, pois, fico ao menos com a fundada espe- por força publica; que os eleitores que haviam
rança de que a commissão concordará na annul- faltado não compareceram com causa justificada
laçã^o de ambas as eleições se não quizer validar (a elles lá se achavam na outra eleição). Foi esta
a outra uma eleição quo começou e apurou- e no mesmo
As circumstancias das eleições em Canindé são dia (720 cédulas). Da outra eleição feita na ma-
idênticas ás de Milagres. triz não achei a acta, e portanto não a pude
Diz a commissão: examinar afim de conhecer se ella tinha todos os
« A argumentação dos o
reclamantes contra a caracteres da legalidade ; parece-me que a com-
eleição presidida pelo I juiz do paz na casa da missão a teve presente.
camara não procede á vista das aotas. Nellas se O Sr. F. Octaviano ; — Qual ?
menciona, e o presidente da província o corro-
bora com uma attestação da camara municipal, MINISTRO DA
O Sr. ministro da MARINHA
marinha 1: — De Canindé.
que no dia 17 a policia, dispondo da força, to- O Sr F Octaviano : — Está ahi mencionada
mara as avenidas da matriz e tolhera a liber na relação que fiz.
dade de ingresso. E' este um caso extremo, e O Sr. ministro da marinha [Depois de ler parle
que justifica a transferencia da eleição para outro
do parecer]: — A commissão mesmo não faz men-
local As actas dessa eleição estão regulares, Não ção delia.
ha, pois, motivo para annullal-a. nem para ap-
provar-se outra qualquer feita com juiz incom- O Sr. F. Octaviano : — Podia não fazer men-
petente, » ção ; mas havia declaração minha das que exis-
130 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

tiam e das não existentes. Tenlia V. Ex. a bon- de Fevereiro (vejam que calma) porque os
dade de ver. partidos se toleravam reciprocamente, o que deu
O Sr ministro da marinha ; — Tenbo aqui motivo a algumas irregularidades, parece crer
a lista de Y. Ex. ; nesta lista se diz que existe; que a eleição só não é calma, quando ha san-
mas não pude encontrai a. Entendo que a elei- gue....
ção assim feita, a eleição do collegio reunido na O Sr. Pompeü; —Calma reinou agora.
casa da camara não pode ser uma eleição válida:
esíou de accordo nesta parte com o meu collega O Sr. ministro da marinha: — ... e consi-
membro da commiisao, que assignou o parecer dera, portanto, como irregularidade, e não como
com restricções quanto aos dous collegios, nullidade, o que occorreu no collegio do Sa-
Milagres e (Janindé. boeiro, parochia de S. Matheus. Quanto á paro-
Depois de ter tomado em consideração todos chia do S. Matheus, desde já, farei uma observa-
os collegios que, ou por haver duplicata, ou por ção e é que recolheram-se 2,180 listas, contendo
difíerentes circumstancias, a commissão annul- 21 nomes, e foram apuradas em um dia! Pode-se
lou, passou ella na terceira parte do seu parecer dizer que esta eleição é válida, que ha aqui
a considerar as irregularidades e nullidades de apenas uma irregularidade?
outros colégios. Nesta terceira parte a commis- O Sr. F. Octaviano dá um aparte.
são annulla a eleição da freguezia de Arneirós, O Sr. ministro da marinha : —Quando al-
do collegio de S. João do Príncipe. Estou de guma vier assim (creio que não ha de vir) pedirei
accordo com esta nullidade, porquanto a acta da ao nobre senador que me faça uma advertência ;
eleição primaria é evidentemente falsa. Ahi se votarei contra. Mas uma ele°ição destas, em que
diz que foram recolhidas 1, ÍOl listas, e appajecc nem ao menos ha o pejo da falsificação, deve^ser
depois cada eleitor votado com 1,800 votos. Mas approvada? Se o paiz está neste estado; se não
porque, embora contra esta eleição não tivesm ha melhora nenhuma a esperar, então votemos
havido reclamação, opposição, ou representação por toda e qualquer eleição; quem for eleito e
a commissão a annulla ? escolhido, venha, tome assento; ó escusado que
O Sr. F. Octaviano : — Porque é evidente- haja verificação de póderes.
mente nulla, Senhores, eu cotnprehendo bejn semelhante
O Sr ministro da marinha ; — Bem, então principio; naquellos, que teem a í pinião de que
não temos neces-ldade de que haja reclamação uma vez Dita a escolha do senador, o senado
contra esta ou aqueüa eleição, para que a smnul- nada mais pode fazer, senão verificar a identi-
lemos, e para que consideremos as irregulari- da le dn pessoa; é esta a opinião de homens res-
dades provenientes da falta de flscalisação doa peitáveis.
partidos. Houvesse ou não íiscalisaçSo dos par- O Sr. Zacarias ; — Não me consta,
tid.-s, o certo é que, quando de' uma acta O Sr. ministro da marinha; — Não duvide,
qualquer se conhece que a 'leição não se podia
fazer como se di •; quando se conhece que houve porque pôde ofiender alguém...
impossibilidade material ou moral para isto, o O Sr Zacarias : — De não se annular a elei-
senado está no seu direito, rejeitando seme- ção, porque tem a firma imperial? Creio que não
lhante,eleição. ó opiuião de ninguém.
O Sr. F. Octaviano:—Não digo o contrario. O Sr. ministro da marinha :—Pois esta opi-
nião foi aqui ennunciada pelo finado visconde
O Sr. ministro da marinha Como adiante de Caravollas, e teta quem a professe no senado.
a commissão diz, ^ue em outros collegios houve
certas irregularidades por falta desta üscalisa- O Sr. Zacarias :—Mas os factos são em con-
cão, e não devemos attender a razão semelhante, trario.
quero, desde, já repehr esse principio da com-1 O Sr. ministro da marinha :—Não é opinião
missão, isto é, que a falta de fiscalisação do^ rainha . .
partidos, a falta de reclamação não faz com que O Sr Zacarias:—Nem minha.
a eleição re torne válida ; se assim fôra os exa-
mes seriam muito perfunct uios. Outros senhores :—Nem minha.
Arneirós pertence ao collegio de S. João do O Sr. ministro da marinha-.—Se for appro-
Príncipe, mas os eleitores de Arneirós votaram, vada toda e qualquer eleição, porque não ha re-
nullos como são, englohadamente nesse col- clamação contra ella, então este trabalho que
legio. Se os eleitores dessa freguezia votam en- aqui estamos tendo é uma superfluidade.
glohadamente, como não se annulla o collegio
de S. João do Príncipe? Da eleição de Quixeramohim diz a commissão
que de uma serie de documentos que foram re-
Um Sr senador; —Se a eleição foi unanime, mettidos ao senado ficou evidente a incompe-
como se podiam tirar estes votos nullos ? tência dos dous juizes de paz, que figuraram
O Sr. ministro da marinha A commissão n'aquella eleição. Aqui não houve duplicata de
que annullou a freguezia de Arneirós onde não eleição, mas a commissão a annula por incom-
houve reclamação, accrescenta, que a calma petência dos juizes, e pelo que consta dos docu-
que quasi geralmente reinou na eleição de 17 mentos ; não os vi, não os tive presentes, mas
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 131
acredito no juizo da eommissão, mesmo porque rença do ultimo votado e escolhido) o Sr. Araújo
as actas estão tão informes, que não podem ser Lima 411, o Sr. Figueira de Mello 399.
entendidas; por conseqüência aqui também es- E pela apuração da eommissão fica o Sr. pa-
tamos de accordo. dre Pinto com 417 votos, inferior ao Sr. Ja-
O senado se admirará que, estando em quasi guaribe.
tudo concorde com a eommissão quanto a elei- Ors, se acaso se désse a hypothese de qual-
ções de um e outro lado, esteja soffrendo alguns quer das freguezias ou collegios que tenho men-
golpes por analysal-as, sómente porque me cionado, e que votaram nos outros candidatos,
apartei em um ou em outro ponto, os quaes fossem julgados válidos, a lista ficaria ainda
aliás foram corroboradcs pelo meu illustre mais alterada.
amigo, membro da eommissão de poderes. Au O Sr. F. Octaviano : — Mas V. Ex. já con-
torisando-me com a opinião deste illustre mem- cordou que eram nullos.
bro da eommissão, quanto a Canindé e Milagres,
creio que em mais alguma cousa havemos de O Sr. ministro da marinha :—Já concordei;
ficar accordes. mas se Y. Ex. não concorda com outros meus
princípios, parece que dá-me o direito para que
O Sr. Silveira da Motta ; — Sem duvida es- eu faça e escolha entre os menos máos.
tamos accordes em muita cousa.
O Sr. F. Octaviano : — Se Y. Ex. já sommou
O Sr. ministro da marinha Mas, quanto a estes com aquelles nullos, como quer que lhe
Canindé e Milagres nãoserei taxado de term rario conceda mais?
Íiedindo á eommissão que acrescente acs col-
égios e freguezias por ella annullados estes O Sr. ministro da marinha:—Não me enten-
dous collegios. Também não serei temerário deu; eu admitto a nullidade de todas as dupli-
pedindo á illustre eommissão, que me conceda a catas ; a minha argumentação é que i e algumas
nullidade da freguezia de Iboa sú, onde não destas actas melhores que"as preferidas fossem
havia juiz de paz, onde a eleição foi feita por válidas alista seria muito diversa.
um modo irregular, senão tumuítuario. O Sr. F. Octaviano:—Mas Y. Ex. já declarou
O Sr. F. Octaviano : —Eegularissimo. que o não são
O Se, ministro da marinha:—Regularissimoí O Sr. ministro da marinha:—Pela apuração
que o honrado relator da eommissão me trans-
O Sr. F. Octaviano :—Depois mostrarei. mittiu, vem a ficar desde já fóra o ultimo vo-
O Sr. ministro da marinha : — Se me provar tado e escolhido.
isto, ms mihi magnus Apollo. Assim também Examinarei agora, Sr. presidente, as outras
peço á eommissão que accrescente uma outra eleições que forauí julgadas válidas pela eom-
eleição, que não pôde deixar de ser considerada missão e em que não houve duplicata, nem re-
nulía ; é a eleição da-freguezia de Tamboril que clamação.
a eommissão "destaca do collegio do Ipú, que ■ Freguezia do Riacho de Sangue.—A eleição pa-
annullà para consideral-a válida. rochiai d'esta freguezia fez-se sob a presidência
Deduzidos os collegios e as freguezias que a do 1° juiz de paz da freguezia da Cachoeira (José
commisêão annulla, deduzidos os dous collegios Gomes Pinheiro de Mello) 61/2 léguas distante,
de Canindé o Milagres, annulladas as freguezias às 9 horas da manhã, em ausência dos 4 juizes
de Iboassú e Tamboril .. de paz da freguezia (achavam-se napovoaçâo),
Um Sr. senador:— Não accrescenta a do Sa- irmãoescrivão
com de paz ad hoc por ser o efíectivo o
do presidente da mesa: compareceram 8
boeiro que annullou? eleitores, etc. Nota-se o facto de ser a acta da
O Sr. ministro da marinha Accrescentarei terceira chamada lavrada a 19 sem que o presi-
depois. dente da mesa annunciasse no dia anterior que
O Sr Silveira da Motta Tudo quanto fôr ia proceder a esta terceira chamada.
deduzir,V. Ex. pôde fazer por minha conta, por- Receberam-se 650 listas, não se dizendo na
que concordo. acta que fossem recebidas no dia 18; em acto
O Sr. P. Octaviano Está no seu scholio. continuo começou a apuração ás 11 horas, le-
vou-se a trab&ihar até ás 3 horas da tarde só-
O Sr. ministro da marinha No meu scholio mente; continuou-se e concluiu-se, declaran-
a eleição ó radicalmente nulla, mas quero pro- do-se que a parochia dava 24 eleitores com partes
val-o pelos seus próprios argumentos. Deduzi- da Boa-Vista e Cachoeira que aliás deu juiz de
dos os collegios e freguezias que tenho mencio- paz para a mesa? Não. O acto foi presidido por
nado, alguns do 3 quaes podiam ser considerados um juiz de paz de outro districto sómente com
válidos, fica a votação, segundo minhas notas, a allegação de não comparecerem os 4 da
deste modo: - O Sr. Saldanha Marinho com õõd povoação, votando nessa freguezia pessoas de
votos, o Sr. José Lourenço 490, o Sr. padre outras localidades que não se diz se são fre-
Alencar 480, o Sr, Carreira 464, o Sr. Ratisbona guezias providas canonioamente, e que deviam
451, o Sr. padre Pinto de Mendonça 434. Se- fazer eleição. E' uma aeta de tal natureza que
guem se o Sr. Jaguaribe 426 ( 8 votis de diffe- não pode inspirar confiança; mas como a elei-
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ção é daquellas contra a qual - nada se allegou, 19, para as 9 horas ; concluiu-se a terceira cha-
como não houve duplicata, está a eleição va- mada ás 9 horas do mesmo dia; —votaram 2,903
lida : é o principio. indivíduos; deixaram de comparecer duzentos e
E' natural que uma eleição feita na capital, tantos; a 20 fez-se a apuração que começou no
em presença por assim dizer do presidente da dia 19 para 50 eleitores l
província, àscalisada pelos partidos, seja uma Para alguém poderá semelhante eleição ser
eleição escoimada de vicios, ou ao menos nella considerada regular; para mim uma eleição
estejam preenchidas todas as formalidades le- desta ordem não pôde ser approvada.
gaes; mas eis aqui a eleição primaria da capital Um Sr. senador dá um aparte.
do Ceará.. {Procurando entre os papeis a acta da
Fortaleza e não a encontrando, o orador continua.) O Sr. ministro da marinha:—O que quero
Para não demorar o exame que tanto faz ser provar é que uma eleição em que com as bases
antes como depois da eleição da Fortaleza, men- da commissão, á differença entre o ultimo votado
cionarei outra freguezia que pertence ao mesmo ao escolhido ou é pequena, ou exclue a este,
collegio que é a de Parasinho.—Fez-se a eleição em que basta annullar ou approvar uma fregue-
na matriz sob a presidência do Io juiz de paz, zia mais para alterar-se a lista, não é uma elei-
teve logar no dia 19 a terceira chamada: votaram ção que possa tranquillisar o senado.
839 cidadãos; deixaram de votar 900 pouco mais O mesmo escândalo se deu na freguezia da
ou menos; houve recebimento de listas até ás 3 Missão Velha de 51 eleitores, onde votaram
horas ; teve-se de lavrar a acta com os 900 no- 1,933 indivíduos ; a apuração principiou no dia
mes em acto successivo; e findou-se a apuração 20 e acabou no mesmo dia, sendo além de vota-
ás 2 horas da tarde t dos 51 eleitores, mais 21 supplentes com 1,000
Sr. presidente, resta-me ainda bastante tem- votos cada um.
po para tomar em consideração outros collegios, Tenho visto eleições municipaes annulladas
e analysar um pouco mais êsta eleição; mas eu com o parecer do conselho de Estado, de conse-
pedi á camara dos Srs. deputados hora e dia lheiros que não são do mesmo credo político,
para apresentar a proposta da fixação das for- pela impossibilidade material de se fazer a apu-
ças de mar, o que V. Ex. sabe é um preceito ração ; tem sido esta a regra invariável.
constitucional, a que não posso faltar; a cama- Poderá alguém duvidar de que não pôde ser
ra designou-me hoje, ás 2 horas da tarde; está feita em um dia a apuração de cerca de dous
quasi chegada a hora em que devo alli compa- mil votantes para cincoenta eleitores e vinte
recer. Se Y. Ex. entende que devo continuar, e tantos supplentes?
continuarei; mas se Y. Ex. julgar que não pos-
so faltar a este meu dever, pedirei a V. Ex. que O Sr. F. Ogtaviano dá um aparte.
me permitia interromper aqui o discurso com o O Sr. ministro da marinha:—A' acta da
consentimento do senado, podendo concluil-o freguezia de S. Francisco o meu honrado colle-
em outra occásião. Como ha matéria, para que ga pôde applicar sua judiciosa analyse, porque
algum dos membros da commissão possa, se o meu espirito se fatiga, lendo uma papelada
quizer, responder ás observações que tenho fei- tão indigesta, como actas eleitoraes; verá que a
to, proseguiremos na discussão. Em todo o caso acta dessa freguezia contém irregularidades que
estou á disposição de V. Ex. não podem ser explicadas; não sabe-se quaesas
O Sr. presidente:—Não posso responderão datas em que foram praticados os actos ; ora se
ministro quanto ás observações que acaba de diz que a 19, ora a 20; ora que um acto que
íazer ; mas ao senador o Sr. barão de Cotegipe devia ser feito a 20 o foi a 21; eu tenho aqui
direi que os precedentes da casa nlo permittem esses documentos ; não os leio, porque não quero
a interrupção do discurso de um dia para continuar a abusar da attençâo ou antes da pa-
outro. ciência do senado. Nesta freguezia dá-se o caso
O Sr. ministro da marinha :-V. Ex. per- de ter-se apurado quasi com a mesma rapidez
mitia que peça ao senado me dispense de pro- mil tresentas e tantas listas.
seguir hoje pára continuar depois. Se o meu collega ler as actas da primeira,
O Sr. presidente Não tem sido esta a pra- segunda e terceira chamada, c a acta da apu-
tica; não posso admittir senão as disposições do ração, verá as irregularidades que ahi for-
regimento. Eu não desejo admittir praticas migam.
O meu honrado collega, relator da commis-
novas; sou homem de precedentes nesta ca- são, também j ulgou válido o collegio do Sobral,
deira. que se compõe das freguezias do Sobral e Santa
O Sr. ministro da marinha:—Bem; procu- Quiteria. Eu não tive a acta da freguezia de
rarei resumir minhas obseivações. O collegio do Santa Quiteria, porém a acta da freguezia do
Crato foi considerado válido ; ás actas da eleição Sobral contém bastantes irregularidades, de
primaria resam que compareceram -13 eleitores modo que a eleição que alli se procedeu não se
e 17 supplentes sob a presidência do 1° juiz de pôde considerar regular. Diz a acta que proce-
paz; o acto da installação ,está legal; fez-se a deu-se á eleição na matriz sob a presidência da
primeira e segunda chamada's a 18 e a terceira a 2° juiz de paz, por não ter comparecido o Io,
19, annunciada no dia antecedente, diz a acta de Dr. Francisco de Paula Pessoa Filho.
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 133

E' possível que o primeiro juiz de paz não 4, isto é ás mesmas horas em que se diz que
comparecesse; mas porque não se dá a razão do se fez a 3» chamada.
não comparecimento desse primeiro juiz de paz, O Sr. F. Octaviano ;— V. Ex. está provando
cidadão distincto como é, filho creio eu do que não tivemos severidade para certos colle-
nosso collega o Sr. Paula Pessoal Fez-se a gios.
chamada dos cidadãos convocados na falta de O Sr. ministro da marinha :— E Y. Ex. não
eleitores, sendo quatro pelo juiz de paz, e quatro annulla este ?
pelos supplentes. Não sei se esta eieição tenha
sido annullada pela camara dos deputados ; o O Sr. F. Octaviano;— Não vi reclamação al-
meu collega que fica em frente, como senador guma contra elle.
da província, poderá me informar: hem vê que O Sr. ministro da marinha Collegio de Ara-
is',o é uma cousa que ataca radicalmente a caty que se compõe das freguezias do Aracaty
eleição. e da União. No Aracaty que dá49 eleitores, fez-se
O Se. F. Octavxano Fallo com sinceridade anio eleição na matriz com o Io juiz de paz Antô-
que não tomei isso em conta; é collegio conser e 10 Andró da Costa ; compareceram 24 eleitores
supplentes; a acta do recebimento das cé-
vador, e eu parto do principio de que quanto a dulas ó de 20 • diz-se que a primeira e segunda
esses collegios contra que não ha reclamação...
chamada tiveram começo no dia 17, a terceira no
O Sr. ministro da marinha :—Comprehendo dia 20; que se receberam 897 cédulas, faltando
que V. Ex. devia concentrar sua attenção sobre cerca de 800 votantes; que no dia 21 fez-se
este ponto... a apuração.
O Sr. F. Octaviano Não sobre os conserva- A respeito da freguezia da União não veio se
dores, porque diziam que eram todos honestos. não a acta üa apuração; mas como deu menos
Esses de que V. Ex. tem fallado são conserva- eleitores, e no Aracaty havia maior numero,
dores. parece-me que se entende que esta falta é pouco
O Sr ministro da marinha;—Eu disse ha regular. Pelo exame que pude fazer, julgo este
pouco que, quando examinei as eleições, não collegio evidentemente nullo; o nobre senador
sabia quaes eram as dos conservadores, quaes verá que, ainda dando muita enchança á sua
as dos liberaes. opinião, não existe propriamente corpo eleito-
ral regul r, verdadeiro, para que se possa jul-
O Sr. F. Octaviano:—Faço-lhe justiça. gar válida uma semelhante eleição ; restará por
O Sr. ministro da marinha : —Ha eleições muito favor uma minoria insignificante.
em que se nuta falta essencial, regulando-se pe- O Sr. F. Octaviano :—Sempre contando com
las actas; diz-se que não compareceram os elei- a questão do tempo para annullar uma porção
tores convocados, que organisou se a mesa com dc collegios Adopto este principio, quero
outras pessoas que não eram supplentes do juiz tirar as conseqüências delle ...
paz ; que a 17 fez-se a chamada pela qualifica- O Sr. ministeo da marinha; — Quanto áfre-
ção de 1865. por ordem do presidente, por não es- guezia do Pereiro, collegio do mesmo nome, cuja
tar concluída a de 1866. A acta da apuração é de ac a remettida em Outubro examinei, e que
23 de Fevereiro ; diz que votaram 863 cidadãos
e deixaram de votar 3,000! dá 32 eleitores, vê-se que a eleição foi presidida
pelo 2» juiz de paz, por ter sido julgado incom-
Eleição primaria da freguezia e collegio do S. patível o Io que era professor publico. Ora, o
Bernardo.—Ainstallação foi a 7 sob a presidência nobre senador que é de opinião que a incompe-
do segundo juiz de paz por impedimento do pri- tência dó juiz é uma nullidade insanável, e eu
meiro ; compareceram dez eleitores e um sup- concordo, dir-me-ha, se comeffeito é incompatí-
plente, faltaram dezeseis eleitores por motivo vel um professor publico, em o logar de juiz de
justo e vinte por pertencerem á nova freguezia do páz.
Limoeiro. A acta do recebimento é de 18, come- Quem foi que incompatibilisou esse Io juiz de
çando a chamada ás 9 horas ; nesse dia fizeram- paz para que o 2o podesse ser o presidente da
se todas as tres chamadas; recolheram-se 433, eleição primaria"! Se foi o presidente da provín-
deixaram de votar 1846 qualificados, cujos no- cia, já o nobre senador relator da commissão
mes não veem especificados na acta. disse que as ordens, embora partissem do presi
O Sr. F. Octaviano dá um aparte dente, não podiam produzir seus eflfeitos desde
O Sr. ministro da marinha : —Diz-se que esta que eram illegaes. Se as ordens não partiram do
eleição foi assim feita por falta de flscalisação ; presidente, quem tinha o direito de expellir da
mas* eu não admitto este motivo para validar a eleição o juiz de paz competente ?
eleição. Pôr conseguinte, a eleição do Pereiro, a não
haver uma explicação procedente, não pôde ser
Na freguezia do Limoeiro, que também per- approvada por esse simples facto.
tence a este collegio, nota-se que se recolheram
480 cédulas , deixaram de votar 716 cidadãos; O Sr. F. Octaviano : — Não tendo havido re-
não se mencionam também os nomes dos que clamação, não quer Y. Ex que approvemos a
deixaram de votar. A acta da apuração ó do eleição? Vou aceitando estes princípios todos, e
mesmo dia 18 ; começou ás 9 horas e acabou ás depois tirarei as conclusões.
134 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

O Sr. ministro da marinha : — Estou »í'gu- porque esses presidentes não julgaram nullos
mentando com os prieipios de V. Ex.... alguns dos collegios que a própria commissão
O Ss. F. Octaviano:—Está abusando delles annulla e cujos votos recairam sobre aquelles
que estão abaixo da lista sextupla.
O Sr. ministro da marinha;—"V. Ex. disse Uma eleição feita pela fôrma por que esta o
que, se o presidente decidindo que a eleiçáo devia foi; uma eleição contra a qual se levantaram
ser presidida por tal juiz de paz, feita pela qua- tantas accusações de uma e outra parte ; uma
lifica ç3o tal, não tinha obrado em virtude da eleição que, com o respeito devido ao senado,
lei, o acto não produzia effeito. se fos-e julgada o anno passado, talvez não reu-
O Sr. F. Octaviano :—V. Ex. diminue o ar- nisse a seu favor uma terça parte dos votos ;
gumento. Não houve reclamação do povo dizen- uma eleição a cujo respeito posso afflrmar que
do que aquillo foi ob e subrep*ticio. bastaria â rejeição de uma ou outra freguezia
O Sr. ministro da marinha:—Attenda-me para transtornar toda a lista e excluir um dos
V. Ex. Além da nullidade que se nota na in escolhidos...
competência do juiz foi feita a chamada pelo li- O Sr F. Octaviano ; — Hão é mais possível.
vro da qualificação, diz a acta, por não ter appa- O Sr. ministro da marinha:—. . .uma eleição
recido a lista geral e supplementar da qualifica- que, onde não houve duplicata, resento-se*de
ção de 186i e por ter sido annulladajnão diz vícios e irregularidades como as que tenho indi-
qual foi o acto que annullou) a de 1665 e 1869, cado, não pôde, Sr. presidente, tranquillisar o
em razão de ter sido presidida por um juiz de paz espirito do senado para que a julgue válida.
incompetente; de gorte que o professor não só
não presidiu a eleição primaria por ter sido jul- Tem se querido considerar de pequena impor-
gado incompatível,* como por ter presidido as tância a verificação dos poderes, sob pretexto de
qualificações foram annulladas as de 1805 e de que e#ses vícios são inherentes á nossa natureza:
1866, e fez-se a eleição pela qualificação do 1861. que não é possível que se façam eleições de
Ora, ha pouco nó*s vimos que o facto do presi- outra fôrma, quer predomine um quer outro par-
dente ter annullado a qualificação de 1865 e 1866 tido ; mas confesso a Y. Ex. que ain la não chegou
por falso motivo deu causa a que a eleição não a esse ponto o meu septicismo.
fosse approvada, Entendo que do rigor da verificação dos po-
O Sr. F. Octaviano ;— Havendo reclamação. deres, ha de nascer necessariamente mais mora-
lidade na eleição ; entendo que o senado, corpo
O Sr. barão de S. Loueenço : — A reclamação vitalício', limitado em seu numero, não pôde
não vale. deixar de ser muito escrupuloso na admissão de
O Sr. F. Octaviano ; —A reclamação do povo seus membros. Um erro da camara temporária
vale alguma cousa para mim, Sr. senador. pôde ser facilmente emendado pelo povo ; um
O Sr. ministro da marinha: — No mesmo erro da camara dos senadores é um erro vitalí-
vicio de impossibilidade material da apuração cio ; dura tanto quanto o proprio indivíduo que
das listas recebidas incorre o collegio de Batu- aqui ó admittido.
rité, votando 1876, deixando de votar perto de Cumpre nos ser um pouco mais rigorosos ,
900 e dando a freguezia 59 eleitores... embora os nobres senadores creiam que por essa
O Sr. F. Octaviano : — Está devorando to- mesma fôrma se sentam aqui muitos senadores.
dos os collegios conservadores? Que Saturno! Pela minha parte, Sr. presidente, declaro que
não me julgo merecedor de semelhante censura,
O Sr. ministro da marinha:—Eu me sor- ou porque durante o tempo que tenho tido a
prendo, Sr. presidente, de ver o meu honrado honra de ter assento nesta casa ainda não appa-
amigo lançar-me em roato o facto de eu accusar receram eleições como esta, ou porque tenho
certos collegios que elle denomina conservado- tido a felicidade neste ponto unicamente, infe-
res. licidade em outros, de estar ausente quando
O Sr. F. Octaviano ;—Eu sei disto Só eu taes escândalos se praticaram; do que eu duvido.
é que tenho paixões politicas nesta casa. Portanto não se extranhe que me tenha op-
O Sr. ministro da marinha : — O espirito de posto á approváção do parecer que admitte os dous
partido não me cega. distinetos cidadãos que foram escolhidos para
preencherem vagas abertas pela morte de dous
O Sr. F. Octaviano ; — Mas pôde empoeirar nossos collegas. Se eu fosse a dirigir-me pelo
muitas vezes. meu coração ou pelo conceito que formo desses
O Sr. ministro da marinha ; — Lá isto não cidadãos, "a questão estaria resolvida desde já,
tem questão. daria o meu voto, porque considero-os tão dig-
Emfim, como estes são quasi todos os outros nos como nós de terem assento no senado bra-
collegios que me resta analysar, e em que não sileiro. Espero que ninguém se persuada que a
houve reclamação. A opinião qiie deram os pre- individualidade tem parte no que acabo de di-
sidentes, que aliás quizeram justificar esta elei- zer. Basta-me a censura de ter a dupla quali-
ção, ainda corrobora em alguns pontos aquella dade de senador e dj ministro e ver-me obri-
que eu tenho de emittir pela nullidade total, gado a tomar parte neste debate.
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1860 135

E' porisso, Sr. presidente, é por ess • influen- recer da commissão,esperarei por essas censuras,
cia que sempre entre nós principalmenteteemas Deste modo não se eternisará o debate. Mas, se
pessoas, é pelo nosso caracter brando,benevolo, ninguém mais pede a palavra, então a pedirei eu.
que seria muito conveniente que as eleiçóes, O Sr. presidente ;—Tem a palavra o Sr. Oc-
quaesquer que ellas fossem, tivessem de ser taviano.
julgadas pelo senado antes do conhecimento das O Sr. F. OcTAViANo;-Não se pôde duvidar,
pessoas escolhidas. Então, se errássemos, ao Sr. presidente, da sinceridade do nobre senador
menos não viríamos accusar uns aos outros de pela Bahia. Basta attender se á observação que
falta de boa fé, porque não posso considerar de eile dirigiu ao nosso collega pelo Ceará, que tem
outra fôrma os apartes ou certas expressões assento na mesa. Dizendo o nosso collega que
proferidas no debate. durante o pleito eleitoral estivera em opposição,
Não sei, Sr. presidente, se assim poderá suc- o nobre senador pela Bahia exclamou logo .- «Em
ceder em algum tempo ; é uma opinião ainda opposição e venceu? » (Apoiados).
não estabelecida e muito haverá que dizer sobre O Sr. Zacarias.- — Estimo que não lhe esca-
ella. passe este incidente'.
O Sr. Zacarias Que opinião não é esta- O Sr. F. Octaviano -.—A admiração do nobre
belecida 1 ministro prova que estamos de accordo em um
O Sr. ministro da marinha-.—De serem julga- ponto capital, a saber, qu; neste paiz as opposi
dos os po deres antes da escolha. ções não podem protestar nas urnas contra o
O Sr Zacarias:— Está escripto na constitui governo.
cão que é depois ; "V. Ex. quer que se verifique O Sr. ministro da marinha : — Foi bem apa-
antes da eleição ? nhada.
O Sr. ministro da marinha -.—Haveria conve- O Sr. P. Octaviano .• — Tinha, pois, razão o
niência em que se verificasse a eleição antes da meu ülustre amigo, tnmbem senador pela Bahia
escolha. (o Sr. Zacarias), quando fez o reparo da impro-
O Sr Zacarias Mas a escolha é comple- priedade de um ministro entrar nesta dis-
mento da eleição, logo só depois do acto imperial cussão. Elle não pretendia negar o direito de
é que pôde haver a verificação. S Ex. como senador: pareceu-me que a sua
observação queria dizer : « Annullada esta elei-
O Sr ministro da marinha:— E' opinião de ção, é o actual governo que vae dirigir e fazer
pessoas qualificadas e não é daquellas que se outra, como, pois, um ministro, que reconhece
possam decidir assim. aimpossibilidade de luta para a opposição, vem
O Sr. Zacarias.-—Esta está decidida. dedir mais esta dictadura para si ? »
O Sr. ministro da marinha;—Por quem ? O Sr. ministro da marinha; — Não está màl
assim não posso apreciar a eleição como sena-
O Sr. Zacarias;—Pela pratica constante, dor?
O Sr. presidenté-.—Mas é uma quèstão in- O Sr. F. Octaviano : -^ão digo o contrario;
teiramente estranha á matéria de que se trata. mas desgraçadamente um voto do senado man-
O Sr. ministro da marinha; - Sim senhor, não dando procederá outra eleição é, segundo Y.Ex.
vem ao caso. mesmo confessou, um pres nte ao governo para
E' portanto com grande sentimento que voto fazer votar os seus amigos.
contra o parecer da commissão, por que sempre Pouco trabalho me deixou o nobre impugnador
nos incommoda fazer opposição á entrada de do parecer, porque quasi todo o seu discurso foi
pessoas que talvez amanhã estejam aqui senta- a demonstração da severidade com que procede-
das, e das quaes não temos a menor offensa mos no exame dos pontos que nos foram indica-
Peço perdão ao senado deste tempo que lhe dos pelos dous illustres reclamantes.
tomei; devia á minha consciência, não votar S. Ex. só divergiu da commissão a respeito de
contra esta eleição sem dar »s razões ; nã queria eollegios, que os contendores respeitaram como
que alguém acreditasse que o fazia por espirito a expressão legitima e sincera do pensamento
de partido. O que diria o publico se eu e meus das respectivas localidades. You dar ao senado
amigos que teem a mesma opinião, votássemos as razões, porque não podemos adoptar as vis-
contra o parecer sem proferir uma palavra? tas do nobre senador.
« São tão rancorosos, tão partidários, tão oly- Não tenho, Sr. presidente, a pretanção de ca-
garchas que nem ao menos quizeram dar a razão tonismo, com que muitos de nossos políticos se
por que votaram contra a eleição.» A província nessa dão por typos de imparcialidade. Nem creio
do Ceará, a nação que nos julgue, o senado que grandesimparcialidade, quando estão em jogo
interesses políticos.
decida. Juizes de uma vida exemplar nos tribunaes.
O Sr. F. Octaviano» — Não desejando administradores honestos e escrupulosos, pen-
tomar ao senado o seu precioso, tempo, e tendo tam (como diz um grave historiador inglez) que
visto outro nobre senador tomar notas, o que a política ó regida por outras leis e deixam-se
indica que tenha talvez de fazer censuras ao pa- dominar pela paixão. Homem de partido, com
17
136 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

opiniões confessadas perante o pair- condem- Eis aqui esses coilegios:


nando os hnmons neutros, especie que conside- No de S Bernardo, teve o Sr. Saldanha 1 voto,
ro u mais fatal e perigosa, não me reputo despi- o Sr. padrí Pinto I voto, e os Srs. Jaguaríbe e
do de prevenções. E'p;r isso que, antes de tudo, Araújo Lima 43 e o menos votado de seus corre-
propuz em commissão um methodo que nos po- ligionários 37.
dia garantir contra essas prevenções e foi acei- No da Cachoeira (a que pertence o Riacho do
tar como boas todas as eleições, deste ou daquel- Sangue) as forca^ se equilibraram, 17 por 17 vo-
le partido, contra as quaes não tivesse havido tos. menos quanto aos dous concorrentes do ul-
protesto nas parochias e nos collegiòs, ou recla- timo logar da lista, porque o Sr. Pinto teve 17 e
mação perante o senado. o Sr. Jaguaríbe 23.
Foi este o systema que achei adoptado nesta Em Baturité tiveram os conservadores de 5(3
casa, e, note bem o senado, até em eleições de- a 54 votos e o Sr. padre Pinto nenhum. Só foi
nunciadas pela voz publica. O senado compre- votado dos liheraes o Sr. Saldanha com 16 votos.
hendendo a impossibili ade de um prccesso elei- Em S Francisco os conservadores tiveram
toral puro, faz c que se pratica na Inglaterra; 14 votos e os liheraes 11.
só examina a fraude e a violrncii, caracterisadas Em Sobral tiveram os conservadores de 57 a
pelas reclamações tos contendores. (Apoiados). 48 votos e os liheraes de 11 a 9
O nobre senador, porém, quer que nesta elei- No Pereiro só o Sr. Saldanha foi votado: toda
çã,o haja o que ainda não se fez a respeito das a votação se concentrou nos conservadores.
outras um exame severo de acta por aota, paro Os votos de Acaracú que salvámos não foram
chia por parochia, collegio porcollegio. Elle nos para os liheraes, foram para os conservadores.
disse : « O que fizestes foi bem feito : mas paras- Dos coilegios, pois, que o nobre senador pela
tes no meio do caminho, devieis ir além. » Bahia condemna pelo bico da penna só ha um,
Além, como, senhores? A commissão tinha o de Maranguape, que fosse liberal.
para dirigil a uma reclamação dc dous membros Já vê V. Ex., Sr presidente, que eu tinha ra-
distinetos do partido conservador da província zão quando disse que o nobre miuistro era um
do Ceará, candidatos que foram a entrar na lista Saturno, devorador de seus filhos. Não podendo
tríplice, os quaes esmerilharam a eleição, e dando achar fundamento para annullar o processo elei-
como válida e incontrover. a a maioria dos col- toral de grande maioria da província do Ceará,
legios, só pediam a annullação-de ura certo nu- sacrifica os coilegios conservadores, mostrando
mero, tão convencidos da bondade do resto, que que os seus amigos fazem eleição a bico de
pretendiam ser incluídos em uma novaiista rati- penna.
ficada, que mandássemos sujeitar á Corôa. Em um ou outro ponto, em que S. Ex, di-
Examinada a reclamação com escrúpulo, como vergiu da commissão, também o debate é des-
o disse o nobre ministro,fomos regei audo oque necessário, porque concedidas as annulações de
S. Ex, também acaba de regeitar, tirando-me o Canindé e Milagres, a lista não se altera , e
trabalho de mais longa defeza, porque o discur- apenas se annulla no total um quarto do corpo
so do nobre ministug^é a defeza da commissão. eleitoral. Quanto ás de Acaracú e Tamhoril, não
Como havíamos de ir além ? Queria o nobre posso admittii- o principio novo, contra todos
ministro que regeitassemos as eleições conser- os precedentes das duas camaras, de annular o
vadoras, r itiflcadas perante esta casa, por ho- qu ; é válido, e não se confundiu com o que era
>
mens do valor moral dos signatários da recla- nullo. Quanto á Ibuassú, a argumentação do no-
m^ção, e contra as quaes não se levanta uma só bre ministro é uma equivocaçâo, porque não re-
voz'de seus adversários ? Isto é novo. parou que es.^a parochia era rêcem-desmembrada
Repito, sou homem de partido e folgo de con- e não podia fazer eleição pelo processo geral.
fessal-o, porque nas condições do systema re- O nobre senador nos clisse que não olhou para
presentativo não se pódc chegar a esta casa sem as côres das actas, para saber se eram liheraes
ter idéas políticas definidas, e portanto, desejar ou conservadoras. Creio que a commissão tam-
o seu triumpho. Entendi, como os" outros mem- bém está escoimada de qualquer censura, se
bros da commissão, que o meio de refrear não essa expressão do nobre senador dá a entender
sómente as nossas paixões, mas também a ma- imparcialidade de exame. Mas, se ella vem es-
lignidade da critica, era aceitar as actas con- tranhara qualificação, porque fizemos conhe-
servadoras dos coilegios e parochias não contes- cidas do senado as turmas litigantes, direi que
tadas pelos liheraes e vice-versa. [Apoiados). Só é escrúpulo de mais, porque ninguém se des-
fomos severo3, quando sobre qualquer acta os doura de ser chamado pelo que é.
dous pãrtidos litigavam ou os interessados cha- O Se. Zacarias:—Apoiado; não é dezar di-
mavam a nossa attenção, como succedeu com os zer se que se é liberal ou conservador.
pontos da reclamação mencionada e com o col- O Sr. F. Octaviano . — Resta-me entrar em
legio de Quixeramobim, dc cuja nullidade nos outra ordem de idéas do discurso do nobre mi-
foi remettida queixa.
Ora, se o senado observar que os coilegios que nistro.
o nobre ministro quer agora annullar são os da Quer S. Ex que annullemos estas eleições e
opinião vencida, comprehenderá o escrúpulo e qual a garantia que nos dá de que os seus ami-
generosidade da commissão. gos farão outras mais puras ? A garantia é de-
SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869 137
nunciar ao senado que o vicio principal destas com as suas condições reaes e não phantasticas.
vem de seus amigos 1 Os catões de um dia dormitam no seguinte.
O Sk Zacarias:—Apoiado. Em conclusão, Sr. presidente, propõe-se a an-
O Sr. F. Octaviano :—Diz-se que é neces nullação de todas as eleições do Ceará, quando
sario que o senado seja severo no exame dos di- os vencidos, com a energia do int resse político
plomas imperiaes; mas porque a respeito desta e do interesse particular, apera.i pediram a
eleição quereis ter a severidade que não tivestes nullid^de de algumas turmas p lochiaes e a
com as outras? Acreditaes em bõa fé,que no es- apprcvação de outras. E comouad; mais se pode
tado actualda legislação e dos costumes creados descontar aos vencedores; como desta arte a
pela própria autoridade, a eleição possa ter o annullaoão mostrará o seucaract1 ■ de violência,
caracter da espontaneidade, da convicção e das propõa-se a annuP.açâo de tod» as eleições do
idéas? Posso desde já garantir-vos, qiie muitas Ceará, o que será um beneficio ; ra os vencidos
das actas que aqui nos trouxeram, resam as com o admirável pretexto de qce os vencidos
mesmas incoherencias, irregularidades, s, se praticaram fraudes! Deixo á ap ciação do se-
quereis, até vicios dessas do Ceará. nado se isto não consiituirá um» violência po-
O nobre ministro, como indivíduo, me insuira lítica. [Apoiados).
perfeita confiança. Mas pôde eile, nas circíim- O Sr. Silvrirs» tia Mottaj—iSr. presi-
stancias deploráveis do paiz e dos partidos, as- dente, apezar do não ter havido contestação á
segurar-nos que terá força contra o seu partido plena defeza que o meu collega da commissão
para não repetir as iminoralidades queíA Ex. fez do parecer com o qual concordei, com poucas
acaba de condemnar? Posso acaso fiar-me na restricções que não affectão o resultado da sua
sincera repugnância do nobre ministro, qu-.ndo conclusão geral, entendo que, tendo assignado
o tenho visto e tenho 7Ísto os seus coilegas ar- este parecer com restricções quanto a dous col-
rastados e involvidos por seus amigos nesses legios, devo dar ao senado a razão das minhas
attentados que aessignalam a quadra nefasta restricções.
porque passamos?
Como já disse, as restricções que fiz quanto
O Sr. Paranaguá e outros :—Apoiado. aos collegios de Canindó e"Milagres, não aífec-
O Sr. P. Octaviano Senhores,tem-se r.reado tan o o effeito da conclusão geral do parecer,
uma opinião falsa em torno destas eleiçOes do só me impõe o dever, visto que não houve con-
Ceará. Entretanto cumpre attender-se aôtjmpo testação, nem da parte do honrado Senador que
e modo por que foram feitas, segundo as pro impugnou a validade da eleição, nem da parte
prias confissões dos reclamantes dos nobres membros da commissão que julgam
O partido liberal dividira se, e parte delle tra- que as minhas restricções não aífectavarn o seu
balhou de accordocom os conservadores A' testa parecer, só me impõe o dever, de dar as razões
de uma fracção dos libtraes ficou o nosso col- dessas restricções, principalmente á vista das
lega, o Sr.'Pompeu, que seguramente nessa observações que fez o mQju collega e amigo, rela-
quadra não tinha os favores do governo. (Jpoia- tor da commissão.
dosj. E', pois, certo que a intervenção da auto- As minhas restricções, quanto aos colleg cs
ridade foi favorável aos conservadores, e isto de Camindé e Milagres, foram inspiradas pela
confessava a sua imprensa, que na eleição pri- coherencia "Uma vez que tínhamos adoptado o
maria esteve apoiando o governo. principio de contestar, de não admittir a vali-
Deu-se depois uma discórdia no campo dos dade da eleição em que não concorressem ao
alliadoa, e os liberaes dissidentes reuniram se mesmo tempo as duas competências de logar e
aos seus co-religionarios.E'claro, Sr. presidente de juiz, eu devia estender este principio a estes
que se alguém se podia queixar da eleição prima dous collegios, e não fazer exoepcão, porque no
ria era o nobre senador pelo Ceará. Como, pois parecer da commissão tinha-se âdmittido este
por uma aberração inexplicável se pretende in principio paraputros casos. Mas no caso, verbi
culcar que annullando-se os diplomas dos libe- gratia, da eleição de Milagr-s tinha-se adoptado
raes, tem-se em vista reprimira interferência do uma eleição feita em logar incompetente, na
governo na eleição primaria ? Aquelles que mais camara municipal, e por um juiz de paz que não
aproveitaram dessa interferência, são os que a devia ter presidido a eleição neste logar: esta
pretendem reprimir 1 O nobre ministro verá
muito brevemente que tenho razão em não lhe foi a razão das minhas restricções.
dar, como ministro, a dictadura que lhe concedo Mas, já que tomei a palavra, eu devo, visto
como particular... que V. Ex. tem permittido algumas considera-
O Sr. Zacarias : —Pois não I foi pela maciota ções políticas na discussão deste assumpto elei-
toral, manifestar ao senado a razão porque as-
quem mais fez; foi quem moveu todo o Norte. siguei este parecer sem uma restriccão que fiz
O Sr. F. Octaviano :— Quem quer que ve- no parecer já approvado pelo senado* quanto á
nha eleito, sob o império das paixões actuaes. eleição da província da Bahia. Quando reconheci
com o regimen e costumes eleitoraes que temos, que, deduzidos os votos dos collegios de Cauindé
será muito feliz se vier com actas como estas que e Milagres, o ultimo votado da lista, e que foi
se quer condemnar. Havemos de aceitar o paiz escolhido, não ficava por isso prejudicado do
138 SESSÃO EM 15 DE MAIO DE 1869

direito de entrar nella, entendi qu e não ti- pratica, o uso do direito do poder moderador de
nha logar fazer a mesma restricção que fiz na exercer a sua escolha sobre uma lista sextupla é
lista di Bahia. um abuso que deve ser corrigido.
Mas, senhores, eu entendo que o senado, se O Sr.T. Ottoni :—Ha muito tempo que penso
quer reformar algumas praticas que me parece assim.
que não estão muito conformes com os princí-
pios da nossa constituição, devia estabelecer O Sr. Silveira da Motta:—Em uma lista sex-
alguma cousa nestes pareceres que obrigasse o tupla
o
opoder moderador poderá escolher o 5" e o
governo, quando manda proceder á eleição de 6 , de umalista de 9 pode escolher o 8° e o SF.e assim
senador, a adoptar a verdadeira intelligencia da progressivamente, com prejuízo do principio
constituição, que é outra. Entendo que a consti- eleitoral que dá os primeiros logares aos que
tuição do lmperio não reconhece senão lista trí- antecedem na lista. O senado sabe que o paiz,
plice, e quando se tenha de proceder á eleição quando offerece á Corôa uma lista para escolher
de dous senadores , em caso algum se deve os homens que merecem sua confiança, tem dif-
mandar fazer listas sextuplas; e a razão por- ferentes gráos de confiança a respeito daquelles
que assim se deve entender, é porque, segundo que colloca nessa lista, e então o meu principio
os principies constitucion .es, segundo a raiz da dissidência da pratica accual é que é preciso
dos nossos princípios constitucionaes, uma vez que a constituição, que só reconhece a escolha
que se dá á Corôa o direito de escolher dentre do poder moderador no terço da lista triplice, não
três eleitos, a constituição conservou para o possa estender-se além.
principio d < eleição popular o predomínio que Já consignei o meu protesto nestas poucas
as listas sextuplas tiram. palavras; contento-me com isto. Assignando o
parecer com discordância sómente a respeito dos
O Sr. T. Ottoni:—E'verdade. collegios de Canindé e Milagres, estou habilita-
O Sa. presidente:—V. Ex. bc-m vô que são do para votar pelo parecer, visto que esta dis-
questões de alta importância e que não teem cordância não affecta ao resultado geral; mas
logar nesta di-cussão da verificação de po- fique resalvada a minha opinião a respeito das
deres. listas que não são tríplices: é mais uma absorp-
O Sr- Silveira da Motta: —Tem logar desde ção da influencia popular pelo poder moderador.
que eu contesto a legalidade de uma lista sex- Ninguém mais pedindo a palavra e não ha-
tupla. vendo numero suficiente para votar-se, ficou
encerrada a discussão.
O Sr. presidente : —V. Ex não faz observação Entrou em Ia discussão o parecer da mesa
nenhuma. n. 171, sobre a proposta para a publicação dos
O Sr. Silveira da Mgtta : — Faço. debates do senado na sessão de 1869.
O Sr. presidente: —A. conclusão então devia Ninguém mais pedindo a palavra ficou a dis-
ser que era nulla a eleição. cussão encerrada pelo mesmo motivo.
O Sr. presidente deu a ordem dia para 17:
O Sr. Silveira da Motta —Estou fazendo Votação sobre o parecer da commissâo de
esta observação, e entendo que elia deve ser constituição ácerca da nomeação dos dous se-
permittida, por isso que condemno a má pratica dores pela provincia do Ceará.
constitucional que se tem estabelecido entre Votação sobre o parecer d« mesa ácerca da
nfls, e que debilita o principio, a influencia da proposta relativa á publicação dos debates do
eleição, quando.se sujeita uma lista de seis no- senado nas-ssão de 1869.
mes*ao poder moderador. E' uma observação que Discussão de urna proposição da camara dos
em muito a propefeito. deputados, de 18 de Julho de 1868. approvando
O Sr. presidente — Acho que é questão im- diversas mercês pecuniárias concedidas por ser-
portante, mas que não vem a proposito agora viços de guerra, com o parecer da mesa n. 175.
O Sr. Silveira da Motta :—A' respeito da elei Indicação do Sr. Ferreira Penna sobre addi-
ção da Bahia eu contestei ao governo o direito ções do regimento interno do senado com o pa-
demandar fazer segunda lista. Se estivesse pre- recer da mesa n. 169 de 10 de Julho de 1868.
sente na casa, eu declaro a V. Ex. que, tendo Discussão dos pareceres da mesa ns. 172
assignado o parecer pela validade da eleição, e 173.
mas com restricção quanto a esse ponto, teria Ia discussão do proje to do senado de 22 do
já manifestado minha opinião a respeito do abuso Julho de 1867. determinando quaes os prepara-
commettido pelo governo de mandar fazer se- tórios para serem os estudantes matriculados no
gunda iista. V. Ex. dirá—se julga a eleição va- curso medico.
lida, não pôde dizer mais nada.—Mo, senhor ; 3' discussão do projecto do senado autorisan-
comquanto ache a eleição válida, porque elia foi doo governo para conceder dez meies de licença
feita segundo o precedo da lei de 1813, que re- com ordenado ao desembargador Antonlo de
conhece, admittc as listas sextuplas, todavia, Barros Va-concellos.
uma vez que tenho de d ir o meu voto sobre a Levanton-se a sessão ás 2horas e 3/4 da tarde.
questão,—se é valida a eleição—, posso dizer
que entendo que é; mas também entendo que a
SESSÃO EM 17 ÜE MAIO DE 1868 139
■esüão. I-
EM n DE MAIO DE 186 \ Objecto do parecer. Proposição da camara dos
deputados aut risando a licença de um em-
PRESIDÊNCIA. DO SR VISCONDE DE ADAETÉ . pregado que é actualmente fallecido.
Summarlo—Leitura dos psreceres da mesa
ns. i íT. 178 179 e 180 —Or l.jm do dia —Re- Das actas do senado e do parecer da mesa n.
jeição do parecer da comm ssão de constitui- 171 de lide Julho de 1868, consta que em sessão
ção. sobre a eleição dedous senadores p^l 'Cea- d dia 9 do referido noz leu-se, e foi a impri-
rá.-Approvação do parecer da mesa sobre a miruma proposição datada de 23 de Junho ante-
publicarão dos debates do seoa to. Discussão cedente, que a camara d"s deputados enviou ao
da prop sição da camara d"s deput-dos ap- senado na fôrma do art 57 da con>tUuiçâo au-
provando uma peri-ão a D Erraelmda dos torisando o governo para conceder ao 1° official
Guimarães Peix- to e ( U'rHs. — XpproreçSo da da sec.eteiii do lm eri >, bacharel Antonio Ro-
indicação do Sr Ferreira Penmi •-(dir o re- diigu s da Motta Cunha, dous annos de licença
gimento do senado. — Approvação dos pa- enm to-)"- o-veucime itns, para, tratar de sua
recer es da mesa, ris 171 e 17 5—Discussão do saúde onde lhe e<*nviesse.
projecto do senado d) 1867, deterudoan Io os A prop sição véu. ac mpanhada de dous at-
preparatório para a matricula no curs.) n edi- testados passados p"Io doutor em medicina Do-
co.—Requerimento do Sr. J bim.—Kneirm- mingosde Azevedo Coutinh i D ique Estrada.um
mentoda discussão do projecto d senado, c m- em 13 de Maio, e outro em 7 de Julho de 1868,
cedendo licença ao desembargador Antonio nos quaes se decla-a, que o Sr. Dr. Antonio Ro-
de Barros c Tasconcellos. drigues da Motta Cunha achava-se soffrendo de
uma nffecçã" berpeti -a geral, em virtude da qual
A^ 11 horas da manhã acharam-se presentes estava subraeitidu a tratamento, e impossibilita-
39 Srs. senadores, a saber; vi-conde d*. Ahaeté. do de prestar-se a qualquer serviço, devendo
Almeida e Albuquerque, Joblm. Di s Vi-ira, ser muito prolongado o tratamento, a que esta-
Pompeu, Furtado, Mendes dos Santos, Nabu"o, va súbmettido.
Paranaguá, visconde de Suassuna, Chiehorro, II.
Di»s de. Carvalho, Diniz, Sini nbu, Oltoni, b o âo
deCotegipe, Teixeira de Souza, barão das Três Informações da mesa sobre o fallecimeiito do
Barras, barão de S. Lourenço, barão d > Bom Re- empregado a que a proposição se refere. —
tiro, Firmino, duque de Caxias, Souza Franco, Pareecr e seus fundamentos.
Souza Queiroz, Octaviano, visconde dedequiil-
nhonha. Silveira da Motta, barão de I- iúna, Posto que dada para ordem do dia em sessão
Zacarias, barão de Muritib i, visconde de Ir 'ho- de 17 de Julho, não lendo a proposição entrado
rahy, Fernandes Torres, rna-quez de Olinda, em discussão durante a sessão legislativa de
visconde de S. Vicente, birão de Pirap-mt, 1863, e acontecendo ter-se divulgado depois que
Fonseca, barão de Maro m, Nunes Gonçalves, e o empregado a que a proposição se refere era
Mafra.
Deixaram de comparecer com causa partici- i fallecido,
informações
procurou a n esu obter a este respeito
que pod ssem ser presentes ao sa-
pada. os Srs. Paula, Pessoa c Paranhos
Deixaram de comparecer sem causa participa- nado e por uma carta dirigida em 2 de Setem-
da, os Srs. Dantas, barão de Antoniua, barão do bro daq ielle anno ao presidente desta camara
Rio Grande, Carneiro de Campos, conde da Boa por S Êx. o Sr. ministro do Império, mostra-se
que o Io official da secr d ria de Estado dos ne-
Vista e visconde de Sapucaby.
gócios do Império, bacharel Antonio Rodrigues
O Sr. presidente abriu a sessão. da Moita Cunha, falleceu no dia 24 de Agosto
Leu-se a acta da sessão antecedente, e não do mesmo anno.
havendo quem sobre ella fizesse observações, foi Assim que, como resumo e conclusão do que
approveda. fica exposto, a mesa :
O Sr. 2o secretario leu os seguintes pareceres mara Considemudo que as proposições que a ca-
da mesa; dos deputados envia ao senado, devem ter
prompta soluç m nos termos dos artigos 58, 59
Parecer da meaa i». ty» de ti de Haío e 62 da constituição:
de ISCO. Considerando que a proposição, de que se tra-
ta, não tem mais ra/ão de ser pelo facto de ser
Expõea circumstanciade ter falDeido o Io offi- fallecido o empregado publico, a que ella se re-
ciftl da secretaria do Império bacharel Antonio fere :
Rodrigues da Motta Cunha, ficando por este Pe- Offerece o seguinte
to prejudicada a proposição dacamara dos depu-
tados de 23 de Junho de'1868, que autoris iva o PARECER : ■
governo para conceder a esto empregado dons 1°0 Que a proposição deve entrar em discussão:
annos de licença com todos os seus venci- 2 Que o senado não pôde dar-lhe o seu con-
mentos. sentimento t
140 SESSÀO EM 17 DE MAIO DE 1869

3.° Que o presente relatório deve ser impresso e Considerando que as proposições, que a ca-
distribuído na fôrma doestylo. mara. dos deputados envia ao senado, devem ter
Paço do senado, em 17 de Maio de 1 69.— Vis- prompta solução nos termos dos arts. 58, 59 e62
conde Abaeté, presidente.—Frederico de Almeidn e da constituição;
Albuquerqw,. Io secretario.— José MarUn< da Cruzo Considerando que a proposição, de que se trata,
Jobim, 2° secretario — João Ptdro Dias Vieira, 30 não tem mais r zão de ser pelo facto de ser fal-
secretario. — Thonias Pompeu di Souza Brasil, A leci Io o empregado publico a que ella se refere;
secretario. Offerece o seguinte
Pareeer di* mera n, 1JS de 1J de PARECER.
Mnio <Ie 1SG9 1°o Que a proposição deve entrar em discussão ;
Expõe a circumstancia de ter fallecido o 1' con- 2 Que o senado não pode dar o seu consenti-
ferente da alfandega da Corte João N-íscí ntes ment i á preposição ;
Pinto, ficando por este f cto prejudicada a 3o Que o prese*nte relatório deve ser impresso
proposição da c imara dos deputados, de 17 de e distribuído na forma do estylo.
Agosto de 1867, que autorisava o goveimo para Paço do senado, e n 17 de Maio de 1869.—Fís-
melhorar a aposentadoria deste empregado. conde. de A baelé. presidente.—Frederico de A hntida e
I. Albuquerque, 1° secretario —José Martins d i Cruz
Jobim, z0 secretario—João Pedro Dias Vieira,'.Io
Objecto do parecer.—Proposmão da camara dos secretario.—Thomaz Pompeu de Souza Bratil, A°
deputados sobre o melhoramento da aposenta- secretario
doria de um empregado.
Parecer «Ba mesa u 179 dc 17 de Maio
de asC9
Das actas do senado con«ta que em sessão de
19 de Agosto de 1867 foi lida no senado, e man- Expõe a matéria de uma proposição da camara
dou-se imprimir uma proposição, datada de 17 dos deputados, mandando sanccionar, pornão
do referido moz, que a camar ■ dos deputados en- oífm ler disposição alguma constitucional,
viou á dos senadores, na fôrma do art 57 da un a resolução da as-mmbléa provincial de1
constituição, Pernambuco sobre a approvsção do compro- "
O objecto da proposição e aut rizar o g iverno inisso de uma irmandade.
para melhorar a aposentadoii i concedida ao 1.
1° conferante da alfandega da Còrte Joã > Nas- Objecto do pare nr. Proposição da camara dos
centes Pinto com as vantagens concedidas pelo deputados, declarando que d-ive ser sancciona-
art. 95 do decreto n. 2617 de 19 de Setembro de da pelo presidente uma lei da assembléa pro-
1860, mandaido-lhe contar para esse fim os an- vincial de Pernambuco
nosem que serviu comoófficial da extincta 2'linha
de milícias.
A proposição veio acompanhada por um re- Está sobre ame-a, afim de entrar na ordem
querimento do suppHcante, instrui io com diver- do di!, um proposição datada de 10 de Junho
sos dooumentos offici \es comprobatorioa dos lo de 18C8, que a camara dos Srs. deputados en-
gares, e commissões que exerceu, e cora diffc- viou ao senado na fôrma do art. 57 da consti-
rentes attestadcs, que justificam os seus bons tuição.
sefviços e procedimento. O' objecto da proposição é determinar que a
II. resolução da assembléa provincial de Pernam-
Informações da mesa sobre o fdleciraento do em- buco de 13 de Março de 1866, approvando o com-
pregado.—Parecer eseus fundamentos promisso da irmandade das Almas da freguezia
de S. Lourenço da Matta da mesma província,
deve ser sanccionada, visto não offender dispo-
Não tendo a proposição entrado era discussão, sição alguma constitucional.
durante a sessão legislativa, de 1867, já muito II.
adiantada, quando a prop sição foi lida no se-
nado, e acontecendo ter se divulgo Jo o falleci ■ Extrahto dos documentos que acompanham a
mento do supplicanta no segundo mez da de proposição.—Modificação feita pela assembléa
1868, procurou a me;a obter á e-de reipeito in- provincial na resolução de 13 de Março de
formaçõos, que podassem ser presentes ao se- 1866 — Teor, e data da res lução qu*e foi
nado ; e por um cíficio dirigido em 22 de Setem- reenviada pela assembléa ao presidente da
bro do ânno próxima passado ao presidente província.
desta camara por S Ex, oSr presidente do con-
selho e ministro da fazenda, reostra-se que o refe- Acba-se junto á proposição um offlcio com a
rido 1° conferente João Nascentes Pinto falle- data de 2 de Junho de 1866, que o vice-presi-
cêra em 10 de Junho do anno de 1868. dente da província de Pernambuco dirigiu com
Assim que, como resumo, e conclusão do que diversos documentos iustifleativos ao 1° secre-
fica exposto, a mesa: tario da camara dos deputados.
SESSÃO EM 17 DE MAIO DE 1869 141

Sendo certo que as informações que se encon- oppor a isto a disciplinada igrejacatholica apos-
tram no officio e nos documentos, a que se al- tólica romana; e que a co-existencia de duas
lude, esclarecem perfeitamente a questão, de irraandades com a mesma invocação em uma
que se trata, a me-a no extracto que se propôz mesma igreja daria origem a inconvenientos,
fazer, e que respeitosamente submet e ao ex me, que são da primeira int ação, nascendo dahi
e apreciação do senado, não offerece por certo co flictos e discórdias, qae convinha prevenir ;
um trabalho do merecimento, mas apenas a e deMarou outrosim que na questão o melhor
prova d cumprimento de um dever. direito estava da parte da primeira irmandade
A assembléa legislativa da província de Per- que procurára instituir-se
nambuco na sessão de 1866 approvou em virtu- Vel ando a resolução á assembléa legislativa
de da resolução acima mencionada o compro- provincial, foi a mesma resolução na fôrma do
misso de uma irmandade das Almas erecta na art 15 do acto addicional approvada por dous
igreja matriz da freguezia do S. Lourenço da terços dos votos dos membros da assembléa, e
Matta.e o vice-presidente da provincia deixou de reenviado ao presidente da provincia.
sanccionar a resolução, que fezvoltar á assembléa Segundo consta do documento, que com a
provincial cora as razões, emque safundára para numeração de 8o se aeba junto ao oíficio do vice-
negar asancção. presiden e, v'ê-se que a resolução de 13 de Março
A mesa resumirá as razões allegadas pelo vi- de 1867, que voR ira á assembléa legislativa pro-
ce-presidente viüciul, foi modificada ou antes alterada, posto
Antes da resolução da assembléa provincial que não no sentido das razões pelo vice-presi-
de Pernambuco, que tem a data de 13 de M rço dente allegadas.
de 1886, o presipente da província [por acto de Com efléito, a primitiva resolução continha
11 de Novembro de 18üõ tinha j appr vado, e au- arenas um artigo, e a que foi reenviada á presi-
tori ado, com a clausura de ser provisória a sua dência para sanccionar contém, além do artigo
decisão, um compromisso organisado para urna da resolução primitiva, a que se negara a sanc-
irmanoftde daã Almas na igreja matriz da mes- ção um outro artigo com a numeração de 2.•
ma freguezia de S. Lourenço da Matta, depois Esta ultima resolução está redigida nos se-
de ter sido approvado na parte espiritual p lo guintes termos:
reverendo vigário capitular. « A assembléa legislativa provincial de Per-
Releva observar, que, s1 gundo se vê de uma nambuco, resolve ;
circumstanciada informação do Rev. vigário da
freguezia datada de 7 de Abril de 18 6 sob n. 3 « Art. 1.° Fica approvado o compromisso da
a irmandade recorreu á presideneir d' provincia irmandade tb^ Almas da freguezia de S. Lou-
para a approvaçào provNoru do eompromns-o, renço da Matta.
depois deseterêm extraviado dou-, umqueella « Art. 2.° Fica revogada para que não possa
enviara para a Côrte por uma pessoa particular produzir eífeito algum legal, a approvação pro-
afim de ser approvado pororrta imperial, e outro visória, da ia pela presidência da provincia em
que ella apresentara á assembléa legislativa pro- data do 11 de Novembro de 1865, ao compro-
vincial em 22 de Março de 1865, afim de ser ap- misso que foi organisado por outra irmandade
provado, como se confirma pelo documento sob da mesma invocação, na sobredita freguezia.
n. 14, factos estes, dos quaes se deprehende que « Paço da as-embléa legislativa provincial de
a irmandade teve de lutar contra muitos obsw- Pernambuco, 12 de Maio de 1866 —0 presidente,
culos e difficuldades, que desde o começo se lhe Francisco Pedro da Silva. — João da Silva Ramos,
oppozeram. !• secretario. — Ayres de Albuquerque Gama, 2°
Estando assim instituída esta primeira irman- secretario.»
dade das Almas na fivguezia de S Lourenço III.
da Matta, foi apresentado ao poder religioso
um compromisso para outra irmandade com a Observações sobre a resolução modificada pela
mesma invocação na matris de S. Lourenço da asssembléa provincial.
Matta, e em 15 de Janeiro de 1866 o Rev. vigário
capitular concedeu a sua approvaçào a este Assignalando a rrodificação feita pela assem-
compromisso para uma nova irmandade com o bléa legislativa provincit.l no teor da resolução
mesmo titulo, ou invocação. primitiva a mesa tem por fim não deixar passar
O compromisso da segunda irmandade das desapercebida u ua circumstaneia, que lhe pa-
almas foi apresentado á assembléa provincial, rece dever eetudar se de cuidado, para poder-se
que o approvou pela referida resolução de 13 de dicidircom acerto, se aquella assembléa, proce-
Março de 1866, e a resolução foi enviada ao pre- dendo pelo modo como precedeu, não enviou á
sidente da provincia na forma do art, 13 d j acto presidência uma resolução inteiramente nova,
addicional. a que não pôde ser applicavel a disposição do
Intendeu o vice-presidente nestas oircumstin- art. 15 do acto addicional.
cias que ora contrario á constituição p rmittir, Accresce que o projeeto enviado depois da
sancmonando a lei, que secreassem para o mes- alludida modificação ao presidente da provín-
mo fim, e exercessem funcções duas irmanda- cia na forma daquelle ao art. 15 do acto addi-
des das Almas em uma mesma igreja, por se cional tem a data de 12 de Maio de 1866, entre-
1-41 SESSÃO EM 17 DE MAIO DE 1869

tanto que a prop^sicSo «ta camara dos Srs. da camara dos deputados correspondentes ao
deputados manda sanccionar a resolução da anno de 1867 a pagina 295, onde forem publi-
assembléa provincial de Pernambuco de" 13 de cados.
Março de 186t). Assim que, como resumo e conclusão das
No intuito deesclarfcer se, para bem informar observações, que precedem, a mesa-
o senado, a mesa consultou os respectivos an- Ccnsiderando que a proposição da camara dos
naes do parlamento sobre o processo e debate, a Srs. deputados deve terprompta solução:
que na camara dos deputados foi sujeita a pro- Cons detandoque. para deliberar com perfeito
posição de que se tem ocCupado, e o que deiles eonbe imento de causa, pôde o senado julgar
consti unicamente e o que passa a expôr-se sufiieienttís as inf >rmações prestada^, ou, no
Em sessão de 11 de Junho de 18 6, deu-se caso contrario, solicitar i utras, que tenha como
conta de um offlcio do vi e presidente da provín nece-sarias :
cia de Pernambuco, dando as ra-õ s, porque dei- Offerece o seguinte
xara de sanccionar a resolução, qua spprovou o parecer:
compromisso de uma irmândade das Almas,
erecta na igreja matriz de S. Lourenço da Matta. 1° Que a proposição da camara dos Srs. depu-
O offlcio foi remet ido^á coihmissàô de aasem- tado'» deve entrar em discussão ;
bléas provinciaes. * 2o Que o presente relatório deve ser impresso,
Em sessão de 23 de Julho de 1867 leu-se, e e di-tribuido na fôrma do estilo.
julgou-se objecto de deliberação, para entrar Paço do senado, em 17 de Maio de 186) —Vis-
na ordem dos trabalhos, o projt.ct . com que a cuide de Abale, presidente.—Frederico de Al-
commissão de assembléas provinciaes cmclue o meida e. Albuquerque, 1' secretario —José Martins
seu parecer sobre a resolução da as-emblú> le di CruzJnbnn—'od-' 1'idro Dias Vieira.—Thomaz
gislntiva da província de Pernambuco, a que o Pompev de JSoüza llrasil.
presidente negara a sancção, com um voto se- Parerer <la mesa it. ISO «le 19' «le Hlalo
parado. «le ISCO.
Em sessão de 4 deSeptembro entrou o projecto
em 1» discussão, e cata ficou encerrada, por n io Exdõo a matéria de uma proposição da camara
haver quem pedisse a palavra, e por falta de nu dos deputados de 30 de Maio de 1868. acerca da ■
mero legal de membros paia votar-se. irite liireac.a qu deve dar-se ao final do art. 3o
Em sessão de 5 p oced-n -e á votai ãs do pro do deereto de üO de Deze ebro de 1830, sobre
jecto em 1" discussão, e pasmou pari 2" di-cussâo. o m do de contir-se a antigüidade dos ma-
Em sessão rie 21 entrou o nr jeét?» em 3' dis- gistrados.
cussão, ficando esta encerra la., por nã ■ haver r.
quem pedisse a palavra, nem nun ero legal de
membros para votar se. Objecto do parecer.—Uma proposição da camara
Em sessão de 13 de maio de 186S entrou o pro rios deputados sobre * intelligeni-ia do decreto
jecto era 3" diseus-ão, que ficnu encerrada, por de 20 de Dezembro de 1810, relativo ao modo
não haver quem pedis-e a palavra, neiii numero de » ontar-se a antigui iade dos magistrados.
legal de membroso para votar se.
Em sessão de I de Junho prt celeu-se á vota- Está sobre a mesa, afim de entrar na ordem
ção do projecto, que foi remettido a commisfão do dia, uma proposição datada de 30 de Meio
de redacção. d- IsfiS, que a eamarâ dos Srs deputados enviou
Em sessão de 6 leu-se, e foi a imprimira re- ao senado na forma do art. 57 da constituição.
dacção O objecto da proposição consi-te em deter-
Em sessão de 8 foi approvada a redacçâo. minar que no tempo da clemora, de que trata o
final do art 3° do decreto de 20 de Dezembro
IV. de 18 0, não está comprebendido o praso, que
o mesmo decreto ccneede aos magistrados para
Parecer e seus fundamentos. apresentarem ao suoremo tribunal de justiça
documentos com probatórios doa seus txerci-
Posto que do resumo, que acaba de fazer-se, -cios e posses, o qual ser-lbes-ha contado em
resulte que a proposição f. i approvada sem de suas antigu'dades, ficando «ssira declarado o
bate algum prla camara dos Srs deputados, é citado decreto, e revogadas as disposições em
certo todavia que o parecer e v to separado, contrario.
que precederam o projecto cfferecido pela com- II.
missão de assembléas provinciaes em sessão de Requerimento que acompanha a proposição.—
22 de Julho de 1867, desenvolvem, e elucidam Allegiições feitas no requerimento.
completamente esta importante questão, que
aliás ainda pode ser sub oetti ia ao exame de Deu origem a esta proposição um requeri-
uma commissão do senado, se elle assim ach^r mento. que a acompanha, d b icharei Vicente
conveniente. Ferreira. Gomes, nomeado por decreto de 2 de
Aquelle parecer, e o voto separado podem Novembro de 1855 juiz de direito da comarca da
consultar-se facilmente no tomo 8° dos annaes Palma na província de Goyaz.
SESSÃO EM 17 DE MAIO DE 1869 143

O requerimento, assis-n^d > pelo snpflieante 2 0 A carta imperial da nonvação para o dito
na cidHde do N;ital em 5 de Mkío de lí-67. e «pre- l-gir. datada de 11 de Setembru de 1857, e re-
senla lo na camara dos de ijtado-<. fui remettido gi-trada em llfio mesmo mez ne secr taiia da
á comtnis-ão d" justiça civil e:n sesràu de 12 de justiça, e em IJ na du supremo tribunal de jus-
Junho do mesmo anno. tiça o;
Allega o aupplicante no requeâmento : 3 Certidão passada na secretaria da justiça
em 24 de A' ril de 1867. em qúe se dechra que
« Que, logo que soube ter sido nomeado juiz dos livri sde assentamentos dos juizes de direito
de direito da comarca da Palma em Gní. z, pai tiu consta que o Supplicante entrara em exercício
para a Côrte, e solicitou a carta iinperi-1 de no- ua comarca da Palma na província de Goyaz em
meacfto. dando-se-lhe, porém, em li gar desta, có o dia 1 de Junho de 1856 e nelle se ci nservara
piado decreto de nomeação, p rquea carta só se até que foi removido para a comarca de Seridó
expede depois que na se tretana da justiça consta ua província do R o Grandedo Norte por decre-
a posse e exercício to magistrado ; to de 14 da Dezembro de 1858, ena qual não
« Que com o tituío que se lhe deu tomara o constava que tivesse entrado em exerricio.
supplicante posse na capital de Goiaz em 14 de De todo o allegado, e provado conclue o sup-
Abril de 1856, e entrara em exercício em 4 de plicante por pedir que ou seja interpretada a lei
Junho do mesmo anno; de modo que não soífram a pena de perda de
«Que, obtendo no mez de Julho de 1836 as tempo de effectivo exercício aquslles magistra-
certidões de posse, e exercício, as enviara pelo dos, que, como o supplicante, deixarem de apre-
correio á secretaria da justiça, e ao supremo sentar no tempo marcado a carta, e certidão de
tribunal de justiça, afim de se tirar a sua cai ta, posse e exercício por circumstancias indepen-
e ser o suppliaate matriculado ; mas que acon- dentes da sua vontade, ou que por equidade seja
tecera serem as certidões demoradas nas muitas dispensado o lapso de tempo marcado no decreto
agencias do correio, que ha entre a ci ade de de 20 de Dezembro de 1830, resolvendo-se que se
Palma e a Côrte, e que por este motivo só em conte na antiguidads do supp icante o tempo de
Setembro de 1857 é que o procurador do sup- effectivo exercício,que decorre de4 de Junho de
plicante pôde obter a caita, e fazel-a registrar ; 1856 a 16 de Setembro de 1857.
«Que o supremo tribunal de justiça firmado na
litteral disposição da lei de 18 de Setembro de IV
18-8, e no decreto de 20 de Dezembro de 1830, Processo da proposição na camara dos deputa-
que determinam que para a matricula, e con- dos.— Processo doprojecto no senado.
tagem de antigüidade devem os magistrados de
Goyaz apresentar a carta, e certidão de posse, e
exercício dentro de um anno, deliberara que a Consultando se os annaesdo parlamento, vê se
antigüidade do supplicsnte se contasse, não do que o processo, a que a proposição foi sujeita na
dia 4 de Junho de 1856, em que em entrara cm camara dos deputados, é o que consta do resumo
exercício, mas sim do dia 17 de Setembeo de que se segue, a saber :
1857, em que a sua carta fôi a apresentada; « Em sessão de 12 de Junho de 1867, leu-se
« Que o supplicante, logo que recebera a um requerimento de Vicente Ferreira Gomes,
lista dos magistrados publicada em Abril de pedindo que se lhe conceda dispensa de lapso
1857, r» clamara contra a decisão do tribunal; de tempo para poder contar em sua antigüidade
mas que o tribunal desaltendera a reclamação o tempo decorrido de 4 de Junho de 1856 até 16
com o fundamento de ter sido apresentada fóra de 8etembro de 1857. Foi remettido o requeri-
dos dez mezes marcados no decreto de -0 de De- mento ácommissâo de justiça civil.
zembro de 1854, entretanto que o supplicante « Em sessão de 9 de Julho leu-se, e julgou-se
tinha recebido a lista no mez de Abri de 1858, objecto de deliberação o projecto, que a commis-
isto é, um anno depois da sua publicação, não são apresentou precedido de um parecer, defe-
lhe sendo portanto possível fazer a reclamação rindo a petição do supplicante.
dentro do praso marcado no referido decreto. « Em i-e-são de 5 de Agosto entrou o pn jecto
em 1* discussão que ficou adiada, tendo f .liado
III. contia o prejeeto o Sr deputado Olegario, como
Documentos annexos ao requerimento.—Con- se vê á pagina 31 do tomo 4° dos annaes^
clusões do requerimento. « Em sessã • de 12, segui dose lê á pagina 114,
continuou a 2" discussão, que ficou encerrada
por falta de numero legal de membros para
Além de outros documentos tendentes a pro- votar-se. Paliou a favor do projecto o Sr. depu-
var que nunca houve da parte do supplicante tado Araújo Vascmcellos.
móra na posse, e exercício dos logarf s de ma- Em sessão de 13 procedeu se á votação do
gistratura. para que tem sido nomeado, juntou projecto, cuja segunda discussão ficara encer-
elle 0os seguinte^: rada, e passou o mesmo projecto para terceira
1 Cópia do decreto de 2 de Novembro de 18 )5, discussão.
pelo qual foi nomeado juiz de direito da comar- « Em sessão de 4 de Setembro, segundo se lê
ca da Palma na província de Goyaz; á pagina 51 do tomo 5° dos nnnaes, roconhe-
18
144 SESSÃO EM 17 DE MAIO DE 1869

ceu- e , e deelarou-se que a discussão em que OSp. F. Octuvinno [pelaordemj :—Sr. pre-
o projecto entrava era a segunda, e não a ter- sidente, prez > muito o sentimento que dictou
ceira. Ficou adiada a segunda discussão, tendo as ultimas palavras do meu amigo o Sr. ministro
falJado outra vezsobre o projecto o Sr. deputado da marinha na discussão que tivemos sobre
01egario,que mandou ámesa duas emendusque esta eleição: « Ahonra e pureza do senado antes
foram apoiadas, e o seguinte requerimento que de tudo. (Apoiados)» Tomo pois a liberdade de
também foi apoiado : pediraV. Ex. que a mim, novo nesta casa, e
« Requeiro que se ouça o governo pelo mi- que venho aprender estylos, me diga se, não
nistério da justiça, sobre a conveniência, e ne- sendo est» questão política, mas sim o reconhe-
cessidade do projecto. » cimento de direitos de cidadãos, os membros
« Em sessão de 5, como se lê á pagina 08, desta casa que não pertenceram ás commissões,
houve uma questão de ordem relativa ao pro- que não tiveram as actas, que não estiveram
jecto, e requerimento, a qual ficou encerrada presentes ao debato, náo tendo sido publicado
por falta de numero de membros para votar-se. este para formarem a, sua convicção, podem
« Em sessão de 6, como se lê á pagina 76, vo- sobre esta questão ser juizes?
tou-se sobre o requerimento que foi rejeitado, e O Sr. presidente: — O regimento determina
continuando a 2.a discussão do projecto, foi este expressamente que todos os Srs. senadores que
sem debate approvado, e passou para a 3.» dis- se acham na casa teem obrigação de votar ; é
cussão. disposição expressa do regimento.
« Em sessão de 13 de Maio de 1868 entrou o
projecto em 31 discussão, e sem debate f i ap- O Sr. F. Octaviano ; — Estou satisfeito.
provado, adoptado, e remettido á commissão de O Sr. T. Ottoitl (pela ordem): — Suppo-
redacção. nho que estão na casa diversos collegas nossos
« Em sessão de 27 de Maio de 1838, leu-se, e que estudaram esta questão, e um dosquaes deu
fú a imprimir a redacção do projecto apresen- parecer sobre ella, o Sr. visconde de Sipucahy.
tado pela respectiva commissão. Supppnho mesmo que estão por ahi os Srs. ba-
« Em sessão de 28 entrou em discussão, e rão de Ant mina, barão do Rio Grande e Carneiro
sem debate fui approvada a redacção do pro- de Campos. Eu pediria, pois, a V. Ex. que ao
jecto. » menos tocasse a campainha para ver se elles ap-
O processo do projecto no senado limita-se a parecem, se não houver parte de doente. Creio
ter sido lido, e mandado imprimir em sessão do que não h v rá nenhum constrangimento illegal
1° de Junho de 1868. sobre estes cavalheiros, senão seria o caso de
V. requerer-se habeas córpus.
Parecer e seus fundamentos. O Sr. presidente (depois de tanger a campai
nha ;— Vou pôr a votos o parecer,
Como resumo, e conclusão das observações O Sr. T. Ottoni :— Não apparecem !...
que precedem a mesa: Posto a votos o parecer, foi rejeitado.
Considerando que a proposição da camara dos
deputados deve ter prompta solução; O Sn. T. Ottoni Honra e gloriai trium-
Considerando que, para deliberar com perfeito phou o ministério 1 questão delle ! Começam as
conhecimento de causa, pôde o senado julgar depurações!
suficiente as informações prestadas, cu, no O Sr. presidente :— Attenção 1
caSo contrario, solicitar quaesquer outras que O Sr. T. Ottoni :— Carrego com as conse-
tenha como necessárias: qüências de minha declaração; depurem-me
Offerece o seguinte também. E' a moralidade do ministério do Sr.
parecer: visconde de Itaborahy 1
l» Que a proposição deve entrar em dis- Votou-se sobre o parecer da mesa, relativo á
cussão : proposta para a publicação dos debates do se-
2» Que o presente relatório deve ser impresso, nado na presente sessão, cuja 1" discussão ficara
e distribuído na fôrma do estilo. igualmente encerrada, e foi approvado.
Paço do senado, em 17 de Maio de 1869.—Fis- A requerimento verbal do Sr. 1° secretario, foi
condede Abaeté, presidente.—Frederico de Almei- dispensado o interstício para a 2* discussão.
da e Albuquerque, ^secretario.—losé Martins da Entrou em a Ia discussão, passou para a 2a e
Crus Jobim. — João Pedro Dias Vieira.—Thomaz desta para a 3 a proposição da camara dos Srs
Pompeu de Souza Brasil, 4° secretario. deputados que approva a pensão concedida a
Ficam sobre a mesa indo entretanto a im- ü. Erraelinda dos Gui narães Peixoto, e outras.
primir. O Sr. presidente declarou que ficara dispen-
ORDEM DO DIA. sado o interstício para 3' discussão, na fôrma do
estylo.
Votação do parecer da commissão de consti- Entrou em Ia discussão, e foi approvada a in-
tuição, cuja discussão ficara encerrada na ses- dicação do Sr. Ferreira Penna sobre addicções ao
são antecedente, acerca da nomeação de dous regimento interno do senado, com o parecer da
senadores pela província do Ceará. ' mesa n. 169 de 1868.
SESSÃO EM 17 DE MAIO DE 1869 145
Entraram em discussão e foram um após ou- 4 ' De 30 Março de 1868, dispondo que no
tro approvados os pareceres. da mesa ns. 172 e tempo de demoraj de que trata o final do art. 3.»
173 do corrente auno. do decreto de 20 de Dezembro de 1830, não está
Entrou em Ia discussão o projeeto do senado comprehendido o praso que o mesmo decreto
de 1867 determinando qu.es «s preparatórias concede aos magistrados para apresentarem ao
para serem matrisulados os estudantes no curso supremo tribunal de justiça documentos com-
medico. probatorios dos seus exercícios e posses, com o
parecer da mesa n. 180.
O Sr JoIiíiu j — Sr. presidente, este pro- Levantou-se a sessão ás 3 horas da tarde.
jeeto foi apresentado por mim; mas entendo que
elle não é completo; para que seja completo ACTA DE 18 DE MAIO DE 1869.
precisa que também sejam reformados outros
artigos. Trata-se, porém, segundo me consta, de PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETB.
fazer algumas reformas nas escolas de medicina
Assim, pois, Sr presidente, entendo que é me- A's 11 horas da manhã, o Sr. presidente occu-
lhor remctter este projeeto á commissão de pou a cadeira, e não estando presente nenhum
instrucção publica para ella o tomar em consi- dos Srs. secretários, nem supplentes, convidou,
dera^ão quando se tratar no senado dessas re- na fôrma dos precedentes, aos Srs. senadores
formas que se project-^m. P.jço portanto que sej < Chichorro e Dantas para servirem de secre-
remettído á commissão de instrucção publica o taries.
projeeto de que se trata. Feita a chama da,acharam-se presentes dezesete
Foi lido, apoiado e approvado o seguinte re- Srs. senadores a saber: vise- nde de Abaeté,Chi-
querimento : chorro, D: ntap, Dmiz, Teixeira de Souza, Furta-
« Peço que seja remetrido á commissão de in- do, barão das Tres Barras, barão de Itaúna, ba-
strucção publica. rão de Maroim, barão de S. Lourenço, barão do
« Em 17 de Maio de 1869.—Jobim. » Bom Retiro, Paranaguá, barão da Pirapama, Za-
carias, visconde de Suassuna, Mendes dos Santos
Entrou em 3a discussão o pr jecto do senado, e barão de Muntiba
autorisando o governo para conceder licença por Deix. ram de compar ecr com causa partici-
10 mezes com ordeaado ao desembargador pada os Srs. Paula Pessoa, Paranhos, Mafra,
Antonio de Barros e Vasconcellos,com a emenda Caxias, visconde do Jequitinhonha, visconde de
do Sr. Furtado Itaborahy e bTão i e Cotegipe.
Ninguém pedindo a palavra e não havendo nu- Deixaram de comparecer sem causa partici-
mero legal para votar-se, licou a discussão eu- pada os Srs. Nunes Gonçalves, barão de An-
cerrada. tonina, barã do Rio Grande, Souza Franco,
Esgotada a ordem do dia, oSr. presidente deu Carneiro de Campos, conde da B^a Vista, Fir-
a seguinte para 18 do corrente : mino, Souza Queiroz, Oetaviano, Almeida e Al-
Votação sobre a proposição, cuja discussão buquerque, Sinumbú, Dias Vieira, Silveira da
ficou encerrada. Motta, Fernandes Torres, Ponsecs, Jobim, Dias
3a discussão da proposição,da camara dosSrs de Carvalho, Nabuco, marquez de Olinda, Ottoni,
deputados, approvando ■ ive.sas mercês pecu- Porapeu, visconde de Sapucahy e visconde de
niárias concedidas por -erviços de guerr ,com o S. Vrcente.
parecer da mesa n. 175. O Sr. pr.esidente declarou que não podia ha-
2a dita do parecer da rnesan, 174,sobre o contrato ver sessão, mas que ia dar-se conta do expe-
da apublicação dos debates do senado. diente que houvesse.
I discus*sãi> das seguintes proposições da ca- O Sr. Chichorro, servindo de 1° secretario,
mara dos Srs. deputadas. deu couta de um offlcio datado de hoje, do Sr.
].a De 23 de Junho de 1868, autorisando o visconde de Sapucahy, communicando que por
governo para conceder ao 1° offlcin! da secreta- ineommodo deixou cie comparec r hontem, e
ria do Império, bacharel Antonio Rodrigues da não pôde ainda comparecer hoje.— Inteirado.
Motta Cunha, dousannos de licença com todos O Sr. piesidente deu a oídemdo dia para 19
os vencimentos, com o parecer da'mesa n. 177. do corrente :
2.» De 19 de Agorto de F 07, autorisando o Votação sobre os seguintes projectos e pare-
governo pira melhorar a aposentadoria conce- ceres, cuja discussão se acha encerrada:
dida ao 1° confereate da alfand.ega da Corte, Projectado senado, autorisando ogoverno para
João Nascentes Pinto, com o parecer da mesa conceder 10 mezes do licença com ordenado
n. 178. ao desembargador Antonso de Karros Vascon-
3.a De 10 de Junho de 1868, disoondo que a cellos, com a emenda do Sr. senador Furtado.
resolução da nssembléa provincial de Pernam- (3a discus-ão encerrada em 17 de Maio de 1869).
buco, do 13 de Março de 1861, approvando o Projeeto da camara dos deput dos, autorisan-
compromisso da irmandade das Almas da fre- do a eoneessão de licença com veneimentos ao
guezia de S. Lourenço da Matta, da mesma pro- Dr. Luiz de Carvalho Paes de Andrade. (3a dis-
víncia, deve ser sanccionada, com o paxecer da cussão encerrada no fim da sessão legislativa
8
mesa n. 179. de 1868.)
146 SESSÃO EM 17 DE MAIO DE 1869

Idem, autorisando o pagamento da quantia ACTA DE 20 DE MAIO DE 18G9.


de 26.325)5000 ao brigadeiro, boje marechiil de
caiupj, Soares de Andréa e sua irmã. ( 'dis- PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ.
cussão encerrada no íim da sessão de 18G8).
A'? 11 horas da manhã, fez-se a chamada, a
Parecer da mesa n. 1T0 sr/bre o requerimento acharam se presentes 28 Srs senadores, a saber:
do alferes João Z ferino de Hollauda Cavil- visconde de Abaetc, Almeida e Albuquerque,
canti, e outro acerca da omissão da cláusula de Pompeu, Diniz, Chichorro, visconde de Sapu-
sobrevivência em pensões concedidas (18ó8). cahy, Teixeira de Suuza, Dantas, barão de An-
Parecer da commissão de constituição sobre tonma, barão de Maroim, barão do Bom Retiro,
o art. ■t" das . Iterações propostas ao r*gimeoto barãn de S. Lourenço. Furtado, marquez de Olin-
interno do senado no parecer da mesa n. 149 da, Ottoni, Jobim, *barão do Rio Grande, Dias
(18,8). Vieira, Firmino, visconde de S. Vicente, Silveira
Projeoto da camara dos deputados, fixando da Motta, visconde de Jequitinbonha, barão das
sobre proposta do poder executivo as forces de Três Barras, Fernandes Torres, Zacarias, barão
terra para o anuo financeiro de 1869 a 1870. (1' de Itaúna, Nunes Gonçalves c duque de Caxias.
discussão encerrada no fim da sessão de 186;)). Compareceram depois da chamada os Srs.
E as matérias já designadas para ordem do dia barão de-Muritiba, barão de Cotegipe, Dias de
de hoje. Carvalho, visconde de Itaburahy, visconde de
Em seguida convidou os Srs. senadores para Suassuna e Paranaguá. Deixaram de compare-
se occuparem com os trabalhos de commissôes. cer com causa participa1 ia os Srs. Carneiro de
Campos, Paula Pessoa, Paranhos, Mafra, e Men-
des dosSantos.
Deixaram da comparecer sem causa partici-
ACTA DE 19 DE MAIO DE 1869. pada os Srs. harão de Pirapama, Souza Franco
conde da Boa V;sts, Sousa Queiroz, Fonseca,
PRESIDÊNCIA DO SR, VISCONDE DE ABAETÉ. Octaviano, Nabuco e Sinimbú.
O Sr. presidente declarou que não podia haver
A's II horas da manhã occupou o Sr. presi- sessão, mas que ia dar-se conta do expediente
dente ao cadeira, e não estando presente senão que houvesse.
o Sr. I secretario, filiando os outros três, bem O Sr. 1» secretario- deu conta dos seguintes
como os dous supplentes. consi lou, na fôrma offlcios:
dos precedentes, o Sr. Chichorro para servir na De 18 do corrente do ministério dos negocios
mesa. estrangeiros, remettendo um exemplar do rela-
Feita a chamada acharam-se presentes deze- tório da mesma repartição apresentado á Assem-
nove Srs.- senadores á saber: visconde de Abaeté. bléa Geral —Remettido á cominissão de consti-
Almeida e Albuquerque, Chichorro, Teixeira de tuição e diplomacia.
Souza, barão do Bom Retiro, Dantas, barão ue D itado de R j-do Sr. senador Mendes dos San-
Maroiin, Oiniz, visconde de Suassuna, Firmino, t is, parlicipundo que jor i-e achar incoramoda-
vismnde de Sapucahy, barão de Murit ba, Zaca- do não compareceu nem liontem, nem hoje, mas
rius, bnão da Pirapnma, barão de Itaúna, vis- que comparecerá logo que puder.
conde de Itabarahy, Paranaguá, Oltoui e Sil- De igual data rio -r. i-enailor Carneiro de Cam-
veira da Motta. pos pamcpuido que por «chir-se doente não
Deixaram de comparecer com causa participa- lem poüido comparecer nos últimos cias Intei-
da ( s Srs. barão de ' otegipe, duque de Caxias, rado.
Paula Pessoa, Paranhos. visconde de Jequiti O Sr. 2* secretario leu o seguinte parecer da
nhonha, barão das Três Barras, e Mifra. mesa:
Deixaram de comparecer sem causa partici- Parecer da meina n. fSt de iSO de Maio
pada os Srs. Nunes Gonçalves, barão de Anto- de «869.
nina. barão de S. Lnurenço, barão do Rio Gran
de, Sousa Franco, Carneiro de Campes, conde Expõe a matéria de uma proposição da cama-
da Bõa Visti, Sousa Queiroz, Furtado, Octavia- ra dos deputados, de 21 de Setemoro de 1857,
no, Mendes dos Santos, Sinimbú, Diis Vieira, mandando aceitar nas faculdades de medicina,
Fernandes T rrcs, Fonseca, Jobim, Diasde Car- ou na escola central os exames de prei aratorios
valho, Nahuco, Marquez de Olinda, P^mpeu, e feitos nas faculdades de direito, e vice versa.
visconde de S. Vicente. I.
O Sr. preddente disse que não podia haver Objecto do parecer.—Proposições da camara
sessão par f.lta de numero 1 gal. dos deputad s sobre exames de preoaratorios
O nvidru os Srs. senadores para se occupa- para matricula de estudantes.—Informações
rem com os trabalhos das commissôes. e deda- da mesa sobra a proposição.
rou que a ordem do dia para 20, era a mesma já
de signada Está sobre a mesa, afim de dar-se para ordem
do dia, uma proposição datada de 21 de Se-
SESSÃO EM 17 DE MAIO DE 1869 147

tembro de 1867, que a camara dos Srs. depu- que se acha sobre a mesa, pôde o senado julgar
tados enviou ao senado na forma do art. 57 da sufficientes as informações prestadas nos rela-
oonstituição. tórios n. 133, de 1868, e n. 172, de 1869, ou, no
A proposição tem por objeeto determinar que caso do contrario, solicitar as que ainda tiver
os exames dê preparatórios feitos nas faculdades por necessárias ;
de direito do Império serão aceitos para as matrí- Offerece o seguinte
culas nas ficuldades de medicina, ou na escola
central e vice-versa. PARECER
A proposição attende sem duvida a uma
classe de dispensas, que as partes interessadas 1" Que a proposição da camara dos Srs. depu-
reclamam com freqüência da assembléa geral, e tados deve entrar em discussão.
que esta tem concedido umas vezes, e recusado 2" Que o presente relatório deve ser impresso,
outras. e distribuído na fôrma do estilo.
A questão que a proposição tem por fim re- Paço do senado, em 20 de Maio de 1869.—Fts-
solver não é tão simples, nem tão isenta de conde de Abaeté, presidente.—Frederico de Al-
objecçOes, como pôde afigurar-se a quem ler a meida e Albuquerque, 1° secretario.—/osé Martins
proposição uma só vez ; mas seja ou não assim, da Cruz Jobim.
11
2o secretario.—João Pedro Dias
o que é certo ó que no § X do relatório n. 133, Vieira, 3 secretario —Thomaz Pompeu de Souza
de 27 de Abril de 1868, a mesa já se julgou na Brasil, 4o secretario.
obrigação de informar que a medida não com- O Sr. presidente convidou os Srs. senadores
prehendia as escolas militar e de marinlia, nem para se occuparem com os trabalhos das com-
provia sobre outras classes de dispensas que raissões, e declarou que a ordem do dia para 21
todos os annos inutilmente consomem o tempo, e era a mesma já designada.
distraem a attenção, que o senado, no intuito de
ennobrecer a sua missão, deve utilmente em-
pregar na discussão de assumptos de interesse
geral, economicos e políticos. ACTA DE 21 DE MAIO DE 1869.
A mesma camara dos deputados parece ter re- PRESIDÊNCIA DO SR. BARÃO DAS TRÊS BARRAS.
conhecido que a proposição, de que se trata, é
defectiva; por quanto logo na sessão legisla- 'A's 11 horas da manhã occupou a cadeira o
tiva de 1868 iniciou outra, que já na aetual sessão Sr. vioe-presiden-e, e declarou que se achava
se deu para ordem do dia, e cuja discussão impedido por motivo de serviço publico, o Sr.
está adiada, determinando que os exames de presidente visconde de Abaeté.
preparatórios feitos em qualquer das faculdades Feita a chamada acharam-se presente 27 Srs.
academias, ou escolas do Imperio sejam acceitos senadores, a saber : barão das Trcs Barras, Al-
em todas as faculdades, academias, ou escolas meida, e Albuquerque, Dias Vieira, Pompeu, Tei-
do Império para produzirem todos oi seus xeira de Souza, barão de Maroim, Diniz, Dias
eífeitos. de Carvalho, visconde de Sapucahy, Dantas,
Esta circumstancia provaria por si só que a Chichorro, Ottoni, barão do Rio Grande, Mafra,
proposição exige maior exame, e mais profundo duque de Caxias, Paranaaruá, visconde de Jcqui-
estudo, e foi por este motivo além de outros que tiuhonha, barão do Bom Retjro, barão de S. Lou-
a mesa, referindo-se á matéria, de que ella se oc renço, marquez de Olinda, Sinimbú, Pirapama,
cupa, não hesitou em dizer no § 11 do relatório Fernandes Torres, Furtado, Firmino, Zacarias
n. t72 de 27 de Abril do corrente apno que, de- e barão de Antonina.
vendo o senado dar quanto antes a proposição a Compareceu depois da chamada o Sr. Nabuco.
solução, que fosse mais acertada, convinha que Deixaram de comparecer com causa partici- ,
fosse ouvida previamente a sua commissão de pada os Srs. visconde de Abaeté, visconde de
instrucção publica, á qual pela importância da Itaborahy, barão de Cotegipo, visconde de S. Vi-
materin* seria de bom conselho remetter-se a cente, barão da Itaüna, barão de Muritiba, Car-
proposição da camara dos deputados. neiro do Campos, PmuIí Pessoa, Mendes dos
A me°sa continua a pensar pelo mesmo modo. Santos, Paranhos e Jobim.
Deixaram de comparecer sem causa partici-
II. pada os Srs. Nunes Gonçalves, Souza Franco,
Parecer da mesa. conde da Boa-Vista, Souza Queiroz, Octaviano,
Silveira da Motta, Fonseca e visconde de Suas-
suna.
Assim que, como resumo, e conclusão das O Sr. vice-presidente declarou que não podia
observações, que precedem, a mesa; haver sessão por falta de numero legal, mas que
Considerando que as proposições, que a ca- ia dar-se conta do expediente que se achava
mara dos deputados envia á dos senadores, na sobre a mesa.
fôrma do art. 57 da constituição, devem ter O Sr. Io secretario deu conta dos seguintes
prompta solução: offlcios :
Considerando que, para deliberar com perfeito De 19 do corrente, do ministério do Império,
conhecimento de causa acerca da proposição, remettendo a cópia authentica da eleição pri-
148 SESSÃO EM m DE EAIO DE 1869

maria para eleitores especiaes a que se procedeu barão de Pirapama, Souza Franco, conde da Boa
na freguezia da Barra de S João, da província do Vista, Souza Queiroz, Fernandes Torres, Nabuco
Rio de Janeiro.-A' commissão de constituição. e marquez de Olinda.
De lide Abril ultimo, do presidente da pro O Sr, presidente abriu a sessão.
vincia de Sergipe, remottendo dous exemplares Foram lidas as actas de 17, 18, 19, 20, e 21 do
e um relatório da mesma província —Ao archivo. corrente, e nam havendo quem sobre ellas fi-
De 19 do corrente, do Sr. Ângelo Thrmaz do zesse observações, foram approvadas.
Amaral, official maior da secretaria do senado,
participando que na mesma data fôra reconheci EXPEDIENTE.
do e prestara juramento na camara dos deputa- O Sr. Io secretario deu conta de um oíficio da-
dos como deputade eleito pela província do Ama tado de hoje do Sr senador Nunes Gonçalves,
zonas — Inteirado. participando não ter comparecido, nem hontem
O Sr. vice-presidente convidou os Srs. sena- nam hoje, por motivo de moléstia.—Ficou o se-
dores para se occuparem com os trabalhos das nado inteirado.
commissões, e declarou que a ordem do dia para Requerimento do Sr. senador visconde de Je-
23 era a mesma já designada. quitinhonha, datado de hoje, pedindo licença
ao senado para irá Europa tratar de sua saúde.
—A' commissão de constituição
6» Sessão.
O Sr. visconrte tle S Vicente s—Sr.
EM 23 DE MAIO DE 1869. pr.sidente, se mo me engano as differentes
opiniões politicas eGão de accordo sobro a ne-
PRESIDÊNCIA. DO SR. VISCONDE DE ABAETÉ. cessidade de melhcrar-se o nosso systema elei-
Summnr ia —Expediente .—Offlcio do Sr. Nu- toral. A divergência, que naturalmente ha de
nes Gonçalves.—Requerimento do Sr. visconde apparecer, versará não sobre essa necessidade,
de Jequitinhonha —Offerecimento e leitura de sim sobre o modo pratico de realisar o melho-
3 projectcs do Sr. visconde deS. Vicente.—Or- ramento.
dem do dia —Rejeição das proposições da ca- Para isso mesmo, porém, é indispensável, que
mara dos Srs. deputados, concedendò licença ao haja uma base de discussão. Só então os debates
dezembargador Antonio de Barros e Vascon- poderão manifestar suas differentes aspirações
cellos e ao Dr. Luiz de Carvalho Paes Je An- e propôr o que julguem mais conveniente.
drade.—Discussão da proposição da mesma Como procurei estudar esta importante maté-
camrra sobre a pretenção do" marechal de ria para formular o meu voto, julgo cumprir
campo Soares de Andréa. — Approvação dos um dever, nfferecendo ao senado o resultado
pareceres da mesa p. 110 e da 1commissão de do meu astudo.
constituição,—Approvação em l discussão do Não presumooffertar um plano que haja de ser
projecto de fixação de forças de terra para o convertido em lei, mas sóraente, como já indi-
anno de 1869 a 1870.—Discussão do art. Io do que, uma base para a discussão.
mesmo projecto.—Discursos dos Srs. senadores O que po-so asseverar, é que procurei des-
Paranaguá, ministro da guerra, Zacarias e Sil- prender-me de toda e qualquer idéa do partido,
veira di Mott\.—Encerramento da discussão. e considerar a matéria com a maior imparciali-
Discussão do art. 1° additivo com os dous §§ dade a bem de uma eleição real e sincera.
—Discursos dos Srs. barão de S. Lourenço, Não consultei nenhuma opinião a não ser o es-
ministro da guerra e Zacarias. tudo de algumas legislações - estrangeiras ; tra-
bilhei com menos luz, mas sem resentir-me de
influencia alguma.
A'8 11 horas da manhã, acharam-se presentes
trinta e um Srs. senadorrs, a saber : visconde dc Em vez dc confeccionar um só projecto, dividi
Abaeté, Almeida e Albuquerque, Jobim, Dias o meu trabalho ora tres projectos distinetos, e
Vieira, Pompeu, Teixeira de Souza, Dantas, isso por diversas razões. A matéria prestava-se
Ottoni, Chichorro, viscondo de Suassuna, Fir- a essa divisão sem inconveniente : pôde aconte-
mino, Diniz, Furtado, visconde de Jequitinho cer que o s -nado dô mais attenção a um do que
nha, Mendes dos Santos, barão do Bom Retiro, a outro projecto, e desde então estabelecerá a
barão das Três Birras, barão da Rio Grande, prioridade da discussão, como julgar melhor :
Octiviano, Fonseca, barão de S. Lourenço, emfim o trabalho dividido torna-se menos fati-
Sinimbú, visconde de S. Vicente, Paranaguá, gaute.
barão de Muritiba, Dias de Carvalho, barão de Concluirei, dizendo, que não peço voto a
Antonina e Silveira da Motta. nenhu n partido, a nenhum membro do senado,
Deixaram de comparec-r com causa partici- esó sim que emendem, ou substituam as indica-
pada os Srs. Nunes Gonçalves, barão de Çoto- ções que offereço por outras mais acertadas,
gipe, Carneiro de' Campos, duque de Caxias, porque creio que nosso systema eleitoral precisa
Paula Pessoa, Paranhos e Mafra. de melhoramento não só em si, como em outras
Deixaram de comparecer sem causa partici- instituições quesobre elle influem. Comecemos,
pada os Srs. barão de Itaúna, barão de Maroim, pois, por elle.
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869 149

Qualquer que seja a oolução ficarei contente, Art 7.« A camara municipal enviará na Corte
uma vez que se realise algum melhoramento : directamente, o nas províncias por intermédio
em todo o caso fica-me a pe^suação dc que em das presidências, ao ministério da fazenda, có-
matéria tão irnpórtante contribui com o pequeno pias certiflcad;.s da relação apresentada pela
contingente, que minhas pequenas forças per- collectoria, c da definitiva por ella c infeceionada,
mittiram. á qual deverá addicionar os esclarecimentos,
Eu mando á mesa os projectos. que forem convenientes pira justificar quaesquer
O Sr. 2o secretario lêu os seguintes projectos, alteraçõis.
offerecidos pelo Sr. visconde de S. Vicente. No caso de divergência entre duas as relações e
os espectivos livros ou documentes, o governo
A assembléa geral legislativa resolve : fará responsabilisar, quando haja matéria para
Art. 1.° Asdisposições vigentes a respeito das isso,- os culpados, e levará o negocio ao conheci-
eleições continuarão â ser observadas com as se- mento das camaras legislativ-s para os fins
guintes alterações: c nvenientes.
_Art. 8.° Da sobredita relação da camara mu-
secçXo i. nicipal, ella fará extrahir uma cópia geral por *
pa ochias, que mandará*affixar na porta do seu
Da organização da junta de qualificação. edifício, e publicar pela imprensa se hou er, e
tantas cópias parciaes quantas forem as paro-
Art. 2 0 O governo providenciará para que chías e enviará estas aos respectivos juizes de
no mez de Novembro do annp proxirao futur ■, e p :Z. para que mandem affixal-as no corpo da
depois annualmcnte no referido mez, esteja con- igr-ja matriz, em logar em que fiquem bem visí-
feccionada, em relação a todas as parochtng de veis.
todos os municípios do Império, unm lista dos Art. 9.° Até 20 de Dezembro a camara muni-
doze contribuintes nacionaes, que estivcrctn no cipal por intermédio dos juizes de paz ofüciará,
gozo de seus direitos políticos, de cada uma dei- excluindo os quatro maiores contribuintes de
las, que no anno financeiro proximo passado ti cada parochia, a cada um dos outros, para que
verem pago a maior somma result- nte Je impos- na 3.a lorainga do mez de Janeiro haj im impre-
tos geraes da deiirna urbina, taxa de escravos, terivelmente de comparecer ás 9 horas da manhã
imposto pessoal, de t ansmissâo de propriedade, na respectiva igreja matriz para a formação da
e das profissões industriaes junta de qualificação, e prnees-vo nltcrior'desta.
Art. '3.° Essa lista nominal será feiti com de- Art. 10. No dia e hora aprazada, reunidos os
signação do estado, profissão, e residência das contribuintes, o presidente da camara munici-
pessoas, da importância de cada um de«sn im pal da parochia em que estiver o edifício delia,
postos, e por ordem da maior somma total paga seivhá de presidente da junta ; e em cada uma
por cada um dos sobreditos contribuintes no re das outras servirá um dos vereadores, que oito
ferido anno financeiro. dias antes tiver sido designado pela sorte em
Os quatro maiores contribuintes serão poi - sessão publica.
tanto collocados nos primeiror logares, o os ou- Se o numero de vereadores não bastar para
tros respectivamente. __ ... todas as pirochias, a sorte designará successi-
Art. 4 0 Manualmente estarelação serárevista vannente um dos quatro primeiros supplentes.
e alterada pelas collectorias, ou reccbedorins, á Se a matriz da parochia distar mais de dez
vista dos lançamenstos, e cobranças constantes legras do local da camara, o respectivo vereador
dos respectivos livres, e documentas do anno poderá escusar-se, e nesse caso será substituído
financeiro anterior. _ pelo juiz de paz de que tr&ta a lei de 19 de Agosto ■
Art. 5.° Além dessa lista os collectores faraó de 184G, art. 3, o qual será desde logo avisado
ao mesmo tempo outras de todos os contribuin- pela camara.
tes, que tendo domicilio era outros municípios Esta mesma disposição observar-se-ha se o
pagaram todavia taes impostos na sua colleatoria,
vereador deixar de comparecer em tempo, sendo
e as remetterão aos collectores re-pectivos com então o aviso feito pelos contribuintes pre-
os esclarecimenios
o
do art. 3 0. sentes.
Art. 6.° No I de Dezembro de cada anno ocol Art. 11. O presidente nomeará dous dos con-
lector ourecebedor domunicipio se apresentará tribuintes para que sirvam de secretários, os
em sessão publica na camara municipal, com os quaes tomarão assento ao lado dellc, e manda-
livros, e mais documentos respectivos, para que rá fazer a chamada por um dos mesmos. O ou-
ella examine se a relação confeccionada está tro formará a lista dos que estiverem presentes,
exactamente conforme com o que delles cont:r. e a dos que não comparecerem. Disso, assim
Os cidadãos que tiverem interesse, ou que es- como dos aotos posteriores, far-se-ha menção
tiverem presentes, poderão offerecer esclareci- nas actas das respectivas sessões.
mentos ou documentos, e fazer as convenientes
rechmações. . , , , Art. 12. Si não estiverem presentes ao menos
Acimara municipal, depois de tudo exami- quatro contribuintes, o presidente esperará até
nar, adoptará ou modificará de acoordo com os ao meio dia. Se apezar disso não comparece-
ditos livros, e mais documentos produzidos a rem ou não se completar esse numero, então
mencionada relação. elle convocará os eleitores que tiverem doinici-
150 SESSÃO EM m DE MAIO DE 1869

lio mais visiaho, que forem necessários para cerem depois tomarão assento e continuarão
compor, ou inteirar o dito numero. com elles os trabalhos.
Esta mesma disposição se observará, se por Se não se reunirem ao menos dons contri-
alguma causa qualquer não tiver sido confeccio- buintes, serão convocados os eleitores neces-
nada a relação dos contribuintes da paiochia; sários para compôr ou perfazer esse numero,
salva a questão da responsabilidade. que forem os mais votados da parochia, cabeça
Art. 13. Constituída a junta, e lidas as escu- do município, e que não tiverem serviço na junta
sas dos que não tiverem comparecido, ella im- qualificadora.
porá aos que não justificarem sua falta a multa Art. 19. Observar se-ha a respeito dos sohre-
de 20^000 por cada dia de sessão Esta multa ditos contribuintes e eleitores que deixarem de
será também imposta aos que se ausentarem sem comparecer, o que fica disposto nos arts. 13 e 14.
motivo justificado. A camara municipal com a precisa antece-
Art. 14. Os contribuintes, que posteriormente dência avisal-os ha para se reunirem na 3*
comparecerem, tomarão ass-nto, mas não serão dominga do mez de Abril.
relevados das multas, que lhes tiverem sido im- Art. 20. Terminados os trabalhos o presidente
postas, salvo por motivqs justificados perante a do conselho enviará ao governo, na Corte direc-
camara municipal. tamente e nas províncias por intermédio das
Os eleitores que estiverem servindo nos termos presidências uma relação de todos os recor-
do art. 12 continuarão fazer parte da junta nessa rentes por parochias côm declaração dos que
reunião, silvo se então se escusarem. obtiveram provimento, e dos que" não foram
Art Í5. Observados os termos prescriptos attendidos.
pro reder-se-ha na revisão da qualificação do SECÇÃO III.
anno antecedente segundo as disposições "do art.
26 e seguintes da lei de 19 de Agosto de 1848, e Da organisação das mesas parochiaes.
as demais que não estejam alteradas pela pre- Art. 21, As mesas parochiaes serão presididas
sente lei. pelos presidentes das juntas de qualificação nos
Art. 16. Depois do concluída a revisão annual termos desta lei, e compostas de mais de quatro
de votantes, o presidente da junta de qualifica- membros, que serão designados pela maneira
ção enviará -ao governo na Corte directamen seguinte:
te, e nas províncias por intermédio das presi- § l.0 Os membros da junta de qualificação an-
dências, uma synopse por quarteirões do nume- nualrnente, no dia immediato aquelle cm que
ro dos votantes!; unparala com a do anno imme- tiverem concluído os trabalhos da revisão, pas-
diatamente -nterior. O governo fará publicar na sarão era sessão publica a eleger por escrutínio
folha offlcial essa synopse. Enviará também uma secreto doze nomes das pessoas que devam for-
relação dos cidadãos que foram eleminados por mar a mesa parocbial, caso esta tenha de^ reu-
terem perdido as oualidades dc votantes com nir-se O respectivo presidenta não votará.
declaração do motivo porque perderam. Esta § 2.° Esses doze nomes poderão ser tomados
relação será transmittida á camara dos deputa- dentre os doze contribuintes, do que trata o art.
dos. 1° dentre os eleitores da parochia, de igual nu-
Enviará finalmente a relação das reclamações, mero de seus supplentes, ou dentre quaesquer
que foram dirigidas á junta e que por ella não cidadãos da mesma parochia, que tenham as qua-
foram attendidas. lidades necessárias para deputados.
SECÇÃO II. § 3 0 Esta eleição será feita por maioria abso-
t luta de votos, para o que se repetirá o escrutínio
Da organisação dos conselhos municfpaes de recurso. se assim fôr necessário.
§ 4.° Delia se fará precisa a acta, da qual será
Art. 17. O conselho municipal de recurso de enviada uma cópia á camara municipal, e outra
que trata o avt. 33 da referida lei de 19 de Ag s- á presidência da província, e na Côrte ao go-
to será composto dos quatro maiores contribuin- verno.
tes da parochia mencionados no art, S.". Elle será Art. 22. A camara municipal, mez e meio antes
presidido: do dia designado para a eleição do eleitores, en-
S§ 1.° Nos termos em que houver juiz munici- viará ao presidente da mesa parocbial cópia
ai, por este em conformidade do art. 33 da cita- dessa acta e eleição, e este um mez antes desse
a lei. dia convocará as doze pessoas eleitas, assim
§ 2.* No primeiro caso previsto pelo art. 34 como os cidadãos qualificados para que concor-
da mesma, pelo respectivo supplent ; do juiz ram para os fins eleitoraes.
municipal; e no segundo caso por um vereador Art. 23. Nessediaaprasadoopresidente, tendo
designado pela sorte de entre aquelles, que não em torno da mesa esses eleitos, depois de satis-
tiverem feito parte da junta de qualificação, e feitas as dete-minações do art. 42 da lei de 19 de
na falta por um dos quatro supplentes" mais Agosto, escolherá um delles para secretario pro-
votados. visório, e mandará fazer a chamada das outros,
Art. 18. O conselho se julgará constituido . As cédulas dos nomes dos que estiverem pre-
desde que estejam presentes o seu presidente, e sentes, depois de revistas por todos, serão reco-
dons dos ditos contribuintes : os que compare- lhidas a uma urna.
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869 151

Os quatro que primeiro sahirem por sorte for- Os votos que se contiverem em taes listas
marão a mesa, e os outros serão supplentss pela serão apurados em separado, e disso se fará
ordem indicada pela continuação do sorteio. menção na acta.
Nesta qualidade poderão continuar a assistir Art. 30. Nas parochiasque derem tres a cinco
aos trabalhos em seus assentos em torno da mesa eleitores as cédulas de votação para elles con-
e dar os esclarecimentos, que possam ser conve- terão um nome menos do que a respectiva tota-
nientes. lidade.
Art. M. Os eleitos que faltarem, soffrerão a Nas que derem de seis até nov', dous nomes
multa de 50)^000, que será imposta pela respec- de menos.
tiva camara, se não provarem escusa legitima. Nas que derem de dez até trese, tres nomes
Esta multa será duplicada contra os que sendo de menos.
de novo chamados, ou porque não compareçam Nas que derem de quatorze até dezesete, qua-
ao menos os quatro de que trata o artigo ante- tro de menos.
cedente, ou porquo não haja ao menos dous sup- Nas que derem de dezoito até vinte e um, cin-
plentes, deixarem,apezar disso, de apresentar-se co derceaos, e assim progressivamente.
dentro de quatro horas da notificação. Feita a apuração serão considerados eleitores
Nestes casos serão chamados com preferencia cs que forem mais votados até a totalidade, que
os que residirem mais proximamente. a parochia deve dar.
Art. 23. Se por alguma causa qualquer não
tiver sido confeccionada a relação dos contri- Art. 31. Nos collegios eleitoraes dos districtos
buintes da parochia, e portanto não se tiver feito que derem tres deputados, os eleitores não es-
a eleição de que trata o art. 21 § 1°, em tal caso creverão nas cédulas da respectiva votação senão
servirá como mesa parochial a da lei de 19 de dous nomes. Feita a apuração os tres mais vota-
Agosto de 1816, sob a presidência estabelecida dos serão considerados deputados eleitos.
pela presente lei. Art. 32. Ficam revogadas todas as disposições
Art. 26. Concluída a formação d mesa paro- em contrario.
chial, o presidente procederá nos termos do
art. 41 e seguintes da lei de 19 de Agosto de de Paço S.
do senado, 20 de Maio de 1869.—Visconde
Vicente.
1846, e mais disposiçbes que não forem contra-
rias ao que fica determinado. A assembiéa gi r.il legislativa decreta;
SECÇãO IV. SECÇÃO i.
Disposições diversas.
Dos crimes contra a veracidade da qualificação
Art 27. Ao passo que cada um dos votantes eleitoral
fôr chamado e chegar á mesa parochial para en- 0
tregar a sua ccdula, dous membros desta des- Art. I. Todo aquelle que fizer inscrever á si,
carregarão na lista da chamada o nome delle ou concorrer para que elle proprio, ou outrem,
com a palavra—volou—, e rubricarão esta des- seja insoripto no alistamento da qualifleação
carga. com falso nome, ou falsa qualidade, ou que
Só então o votante entregará a célula da sna encobrir, ou concorrer para que se encubra,
votação. A lista da chamada terá uma columna uma incapacidade prevista na lei, ou que tiver
destinada para isso. reclamado ou concorrido para que faça a ins-
Art. 28. Depois de feita a ultima chamada dos cripção de um mesmo votante em dous ou mais
votantes, o presidente fará contar as cédulas alistamentos, será punido com prúõo de um
que se acharem na urna, declarar o numero mez, até um anno, e multa de 20 a lOOjjüOU.
dellas e confrontar com o numero de votantes,
que compareceram segundo as notas de des- lei,Art. 2.° Aquelles que sendo encarregados pela
como funocionarios públicos de fazer, ou de
cargas meocionadas no artigo antecedente, do concorrer para a qualificação, por que devam
que tudo se fará menção na acta. veriíical-as ou dar informações ou ministrar
Na mesma acta se declarará também o numero documentos, inscreverem, ou deixarem de ins-
de votantes, que deixou de comparecer, dos crever, ou concorrerem para que se inscreva ou
quaes se fará afin d uma rdacão nominal por deixe de inscrever indevidamente, e comdolo
quarteirões. Uma copia desta "será afBxada no qualquer cidadão, serão punidos com o dobro
corpo da igreja matriz ; e outra assignada pela das penas do artigo anterior.
mesa será enviada á camara municipal, cujo se-
cretario passará as certidões, que dellas sejam Art. 3.° Os que por qualquer maneira falsifi-
pedidas. carem as listas parciaes dos quarteirões, ou das
Art. 29. As listas que a mesa achar illegitimas parochias, ou a lista dos membros da mesa da
ou viciadas serão rubricadas pelo presidente, e qualificação, ou os documentos respectivos, ou
com os precisos esclarecimentos deverão ser que extraviarem ou inutilisarem taes listas ou
documentos, ou consentirem que se extraviem
presentes á camara dos deputados.
A mesma disposição se observara quanto as ou inutilizem; serão punidos com a pena de pri-
listas recebidas ou declaradas válidas, nao são de um a tres annos, e multa de cem mil réis
obstante alguma reclamação. a um conto de réis.
152 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

SECÇXO II. artifícios fraudulentos, sorprender, ou desviar


votos, determinar, ou tentar determinar a um ou
Dos crimes contra os dire tos de reclamação ou dos mais votantes ou a votar a favor de alguém, ou
recursos eleitoraes. abster-se de votar, será punido com a pena de
Art. 4.° As autoridades ou funccionarios, que prisão de um mez a um anno, e multa de 5Q
deixarem de passar dentro de três dias as certi- a 200)5.
dões, que lhes forem pedidas' para demonstraçOo Art. 11. Aquelles que praticarem qualquer dos
da existência ou não de algum direito eleitoral, crimes do artigo qntecedente por vias do facto,
ou que por qualquer modo embaraçarem, ou com violências, ou inculcando ordens sui eriores, ou
qualquer pretexto demorarem a passagem dessas pormeio deameaças contra o votante,ou fazendo-
certidões, ou a entrega de quaesquer documen- he s temer algum damno contra a sua pessoa, fa-
tos, que lhes hajam sido confiados, serão puni- mília ou fortuna, ouimpedindo lheo dirigir-se,
dos com a multa de cem a tresentos mil réis e aproximar-se ou entrar nologarda eleição, se-
suspensão do emprego por seis mezes a um rão punidos com prisão de um a três armos, mul-
anno. ta de 100)5 a 1:000$.
Art. 5.° As p,:nas do artigo anterior são appli- Se as vias de facto, ou violoncias forem taes
caveis aos escrivães que demorarem por mais de que, segundo a lei, mereçam pena maior, impor-
Io dias a extracção do traslado dos recursos in- se-ha essa pena.
terpostos para as relações das decisões dos con- Se o delinqüente for fanceionario publico,
selhos municipaes, ou que no praso de três dias será além disso suspenso por um a tres annos
posteriores não os fizerem seguir para o sou des- e inhabilitado por esse tempo para qualquer
tino cobrando disso recibo. emprego.
Art. 12. Será punido com a pena de seis mezes
SECÇÃO m. a um anuo de prisão e de suspensão por um a
quatro annos toda a autoridade ou funccionario
Dos crimes contra a segurança da mesa e da assemblca que no dia da eleição ou nos oito dias imme-
par' chiai. diatos a ella, fizer sob qualquer pretexto e ainda
mesmo a titulo de serviço publico, sahir invo-
Art. 6 o Todo aquelle que entrar armado no luntariamente do seu domicilio, ou permanecer
local de urnaassembléaparochial, ou assim pos- fora delle, qualquer votante. A pena só não terá
tar-se junto ao edifício em que- ella funecionar. logarse o votante fôr empregado publico imme-
será punido com a pena de prisão de 1 a 3 mezes diatamente subordinado a sobredita autoridade,
e multa de 40S a 100)5000. ou funccionario, e sc o serviço publico fôr ur-
Art. T 0 Todos aquellcs que dinante a reunião gente e como tal comprovado.
da assembléa parochial faltai em a obediência Art. 13. Será igualmente punido cora a mesma
devida á mesa, insultarem, ou violentarem a ella, pena todo o offlcial da guarda nacional ou de
ou algum de seus membros, serão punidos com linha, delegado ou subdelegado de policia, ins-
a pena de prisão de 1 a 3 f.nnos, e multa de 100JI pector de quarteirão, ou qualquer outro funccio-
a fiCOjS; caso não mereça maior pena applieavei nario publico que por si, ou por imermedio de
ao fact u0 seus subordinados, ou agentes mandar avisar o
Art. 8 Todos os que durante ts trabalhos da povo para votar, ou conduzir ou fizer conduzir
assembléa ou mesa parochial, por questão de os votantes ao lucal da eleição para darem o seu
identidade, ou não da pe-soa do votante, ou por voto, eu que alli, ou em qualquer outro logar
qualiuar outro pretexto, levantarem tumulto, ou impedil-os de communicarem, ou tratarem com
perturbarem as operações eleitoraes, ou fizerem outros para accordarem no melhor modo do
qualquer demonstração ameaçadora com o fim exercer o seu direito eleitoral.
de impedir a eleição, ou violentar o livre exercí-
cio do direito eleitoral serão punidos com prisão seccXo v.
de uma íresannos, emulta de lOO^aõOOj?, salvo
pena maior quando applieavei. Dos crimes de umrpação de votos
Semelhantemente ser. o punidos, os que em tu- Art. 14. Aquelle que tendo perdido o direito
multo entrarem, ou tentarem entrar no local da de votar era confoimidade da lei, não obstante
eleição com o fim de perturbal-a, ou impedil a. isso eífectivamente votar, será punido com a
Art. 9 °0 commíidante da força, que ordenar, pena de prisão de um a tres mezes, e multa de
ou consentir que ella, ou parle delia se aproxi- 20)5 a (30$.
me ou entre armada no local, em que estiver reu- Art. lõ. Aquelle que votar tomando falsamente
nida a mesa parochial sem prévia requisição do o nome, ou qualidade de outro, será punido com
presidente desta, será punido com prisão d"e três a pena de prisão de tres a seis mezes e multa de
mezes a um anno. 40)5 a 120)?.
seccXO IV. Art. 16. Será punido com a pena de prisão de
Dos crimes contra a liberdade do voto. dous a seis mezes e multa de 30)5 a 90)5 aquelle
que se aproveitar de uma qualificação múltipla
Art. 10. Tudo aquelle que por via de noticias para votar mais de uma vez, ou seja na mesma,
falsas, boatos calumniot os, ou quaesquer outro, ou em diversa parochia.
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869
153
SECÇÃO VI. que deu começo ao processo, e mensalmont,
fios crimes contra a realisação ou pureza do escru- qual o estado delle até final solução, sob rena
tínio. /HSP99Sa0nbljW^e'.e multa de 20()S a 600/
direito de queixa ou denuncia pelos
Art. 17. Aquelle que roubar a urna com as 6 eSta lei resc
cédulas recebi tas e ainda não apuradas no todo, um anno ^ P reve dentro de
ou roubar algumas cédulas delia, será punido 23 0s roeessos
com prisão de dous a quatro annos, e multa de pendem as ' operaçbes
P Por taes crimes não sus-
eleitoraes.
100$ a 1:000$. 50 luand fôr
Se o roubo fôr feito com violência ás pessoas Poderá^mT^J, í ? Pronunciada, não
ou em tumulto, a pena será duplicada; além K dÚ^uK.^, ler p3r ***ded,r"
das outras era que segundo a lei por essa occa-
sião possa incorrer. 8ECÇÃ0 VIII.
Art. 18. Todos aquelles que falsificarem ou
concorrerem para que seja falsificado o escru- Disposições geraes.
tínio , aceitando listas illegaes, ou contando
votos indevidos, pondo ou consentindo que se púllt to bi to l?d° Agoí» S fsicü
ponha nota do descarga nos votantes que não
tiverem votado, deixando de pôr, ou consentindo uaes, ae que ella trata, e que não forem erm
que não se ponha nos que tiverem votado, in- tranas ao que aqui fica determinado.
troduzindo ou deixando introduzir illegilmente Art. co Todas e quaesquer autoridades ou
cédulas na urna, tirando ou substituindo as que funcdonanos, á quem é imposta uma obrigação
nella tiverem sido legalmente lançadas, ou dei- eleitoral, se a deixarem de cumprir, na falta'de
xando que isso se faça, trocando na leitura o
nome dos votados, ou diminuindo os votos a Art •a millta de ^ * 100S
lcam levo adas
uns ou acrescentando a outros, ou falsificando contrário." ° as disposições em
por qualquer outro modo a verdade da eleição,
20 de M
ou consentindo nisso, serão punidos em qual- conde de 1° ' «0 de 1869.-1^.
quer desses casos cora a pena de prisão de dous A assembléa geral legislativa resolve;
a cinco annop e multa de 200Í! a TOOOJOOO.
Art. l.o Não poderão ser votados nars mom
SECÇÃO VII. iros das assembléas legislativas provineíaes
deputados, ou senadores nas províncias em «ná qUe
Disposições relativas ao processo criminal. exercerem autoridade ou jurisdicção '
Art. 19. Os crimes previstos por esta lei podem b PreS enteSdepr0VÍIlcias e
ser perseguidos pelo queixoso, ou por qualquer seLtar?o s ' ^ seus
votante de qualquer parochia perante o juizo de § 2." Os commandantes da armas, generaes
direito da comarca do delicto com recurso para me chefe, ou de divisões militares de ma? ou ter-
ra, ou chefes de estações navaes.
a Relação. § 3v Os inspectorea da fazenda geral ou nrn
Quando os indiciados forem magistrados ou
militares, serão processados no juizo compe- m
tente, seguudo a legislação em vigor. ; s™LodSu"do'ea fl'cís" • »s
Art. 20. O queixoso ,'qualquer membro da
junta do qualificação, ou da mesa parochial, ou
qualquer votante de qualquer parochia, pode re- I al ••'Ulzes ™uniciPaes e os de orphãos.
querer ao promotor publico da comarca do de- JU ZeS dlreit:) daa
licto, que persiga os ditos indiciados perante o especlaesf
Ar-, 2.° A
'
incompatibilidade
comarcas, e os
eleitoral de one
juiz competente ministrando-lhe os precisos es- trata o artigo antecedente, prevalece : q
clarecimentos.
O promotor publico, que dará recibo dessa P d S S
petição, deverá dentro de 4 dias dar a respectiv que tÍ7.n"e tado e". Sérei™
denúncia; pena de responsabilidade e de multa de ■#,S ""8e8
de 100^000 a 300j?000.
Independente de requerimento, o promotor § 2.» A respeito dos funcoionarios effectivos
publico pôde promover tass processos, e admit- desde a data da^ aceitação até que deixem os
tirá o queixoso, havendo, como seu auxiliar. cargos ; contmúa ainda depois em relação aos
Art. 21. O juiz competente,logo que requerido que os não tiverem deixado ao menos seis"mezes
seja, procederá sem demora na form icão dq corpo antes renuncia,
da dita eleição secundaria em virtude de
demissão, accesso, ou remoção.
de delicto e nos termos ulteriores. Elle é obri-
gado a dar parte na Corte directamente ao mi Art. 3.° Depois de eleitos deputados por pro-
nisterio da justiça, e nas províncias por inter- víncias, em que não exerçam autoridade ou
médio das presidências, dentro em dez dias da jurisdicção, aquelles que já tinham aceito áu já
data em que receber taes queixas, ou denuncias, oeeupavam, e também os que de novo a.eitarom
154 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

quilqu^r dos cargos enumerados no art. 1", reeleito, menos pelas províncias em que exercer
§§ e seguintes, em relaçSo a qualquer pro- ou tiver exercido autoridade, ou jurisdicção nos
víncia, observarão as seguintes disposições. termos dos arts. 1° o 2o.
0
§ L. Os que preferirem servir esses empregos No caso dessa oreeleição
o
observar-se-ha a dis-
com os seus vencimentos e antigüidade, pode- posição do art. 3 § I na sua segunda parte.
rão renunciar o lugar de deputado ; e se neste Art. 7.° Ficam revogadas as disposições em
caso forem reeleitos por províncias, em que não contrario.
o
ei rcerem, ou não tiverem exercido autoridade
ou jurisdicção nos termos dos arts. 1° 6 2°, pode- Paço do senado, 20 de Maio de 1869.—Etsconde
rão então àccumular os vencimentos de depu- de S.'Vicente.
tado com os de taes cargos, e a antigüidade, Ficaram sobre a mesa na fôrma do regimento.
indo servil-os no intervallo das sessões, menos
em relação as províncias por onde forem re ORDEM DO DIA.
eleitos. ' Votou-se sobre a proposição do senado, con-
§ 2.° Os que não quizerem renunciar o logar
de deputado não serão obrigados a ir servir os cedendo
gador
licença com ordenado ao desembar-
Antonio" de Sarros e Vasconcellos, e foi
sobreditos cargos no intervallo das sessõen em rejeitada.
provineia alguma, e ainda quando voluntaria-
mente forem, não perceberão por isso venci- Votou se igualmente e foi rejeitada a propo-
mentos, nem contarão antigüidade. sição da camara dos Srs. deputados, que auto-
§ 3.° Os juizes de direito, que, em virtuie das risa a concessão de licença com vencimentos
disposições desta lei, deixarem de servir ou ao Dr. Luiz de Carvalho Peos de Andrade.
forem removidos, porque o serviço publico assim Votou-se em 1.' discussão e passou para a 2.1,
o exija, ou fiquem avulsos, continuarão todavia na qual entrou, a proposição da mesma ca-
no quadro da magistratura, posto que sem ven- mara que autorisa o pagamento da quantia de
cimento de ordenado, nem de antigüidade, até 26:325§000 ao brigadeiro, hoje marechal de cam-
que, finda a legislatura e havendo vaga, sejam po Soares de Andréa e sua irmã.
convenientemente collocados.
Art. 4 ° As disposições do artigo antecedente O Sr. Dantas:—Sr. presidente, V. Ex. ma
não serão ápplicaveis na hypothese contemplada pôde informar se o arbitramento desta quantia
pelo art. 34 da constituição, de modo que se por foi em conseqüência de sentença do poder judi-
algum caso imprevisto, de que dependa a segu- ciário ou se foi por deliberação do governo; se
rança publica, ou o bem do Estado, fôr indispen- a esta deliberação precedeu avaliação?
sável, que algum deputado vá durante a sessão, O Sr. presidente :—O que posso informar á
ou no intervallo dellas exeicer algum desces vista dos documentos que se leram é que houve
empregos ou commissões, a camara dos deputa- avaliação mandada fazer pelo governo; não me
dos o poderá determinar, sem que por isso elle recordo se houve sentença; o que affirmo é que
percaos sobreditos vencimentos, e a antigüidade. houve avaliação.
Se a camara não etiver 'reunida, determmal o-
ha então o governo provisoriamente dando con- O Sr. Dantas:—E o governo esteve por
ta a ella logo que se reuna. ella? consta isto ?
Art. 5.' E' também incompatível a eleição para O Sr. presidente : — Bem vê V. Ex. que a
deputado com o caracter de contratador ou arre- mesa, não tendo formulado parecer, não pôde
matante, ou de interessado na arrematação_ de dar informações que poderiam ser aceitas;
rendimentos, obras ou fornecimentos públicos acha mesmo que não deve dal-as. A proposição
em relação a todas as províncias era que esses da camara dos Srs. deputados é acompanhada
contratos possam exercer influencia. de muitos documentos.
Depois de eleitos deputados é incompatível o O Sr. Dantas.—Eu pediria então ao Sr. minis-
exêrcicio conjunctode tal missão lesgislativa com tro da fazenda, ou ao Sr, ex-ministro da fa-
a celebração ou continuação das relações resul- zenda, que naturalmente estão ao facto disto. ...
tantes de taes contratos, íesde que possam ter
influencia em mais de uma província. O Sr. Zacarias:—Ao Sr. ministro da fazenda
A camara dos deputados conhecerá de taes que está presente e tem vantagem para isto.
circumstancias e da conseqüente renuncia pre- O Sr. Silveira da Motta: — Esta theoria do
sumida da deputação. ex-ministro dar informações ó horrível.
Art. 6.» Presume-se que renuncia votos para O Sr. Dantas :— Talvez não as possa dar o
deputado em toda e qualquer província aquelle actual ministro da fazenda, porque ha muito
que dentro de quatro mezes anteriores ás elei- tempo que estava fóra do poder, e esta questão é
ções primarias aceitar, ou tomar posse do cargo especial. Creio que V. Ex. está mais ao facto
de presidente, ou de chefe de policia de qualquer disto; mas emflm não tenho o direito de exigir
dellas.
Se apezar disso verificar-se a sua eleição por esses esclarecimentos de V. Ex.
alguma, julgar-se-ha o logar vago, e se procederá O Sr. presidente : — Os documentos podem
a nova eleição, em que tal candidato poderá ser esclarecer ao nobre senador.
SESSÃO EM m DE MAIO DE 1869 155

O Se. Dantas:—Isto é uma papelada que nSo O Sr. BARão de Muritiba [ministro da guerra]:
tenho tempo de examinar; queria louvar-me na —Eu adopto a proposta como está. A outra quê
opinião de meus collegas. apresentei na camara dos Srs deputados é idên-
O Sr. Dxas Vieira;—Requeiro que vá a alguma tica á esta, com excepção somente de algumas
commissão da casa. disposições que não poderiam ficar em vigor no
anno fi°aanceiro em que ha de vigorar esta pro-
O Sr. presidente : — Não havendo mais posta, se fôr approvada.
quem peça a palavra, sohre o art. em discussão Estou resolvido a aceitar os estylos, fazendo
vou por a votos. que a proposta actual vigore também no anno
da 1870—1871. A mesma clausula que se acha
O Si*. F. Octaviano (pela ordem): — Tenho no art. 6o da lei n 1471 do 25 de Setembro de
receio, Sr. presidente, que, nesta oceasião, tra- 1867 será reproduzida na proposta que se acha
tando-se de questão de propriedade, o senado em discussão.
possa dar um voto menos prudente; portanto Creio que desta maneira fica satisfeito o nobre
requeiro que a proposição vá a alguma commis- senador.
são para que ella examino esta questão (dpotados).
Foi lido, posto em discussão e approvado o se- O Sr. Paranaguá: — Eu poderia dar-mo por
guinte requerimento; satisfeito; mas a camara dos Srs. deputados é
que me parece, não deve ficar muito contente
« Requeiro que se ouça a commissão de fa- com a resolução do nobre ministro, que importa
zenda.—F. Oclaviano.» nada menos do que o abandono da proposta que
Votou-se e foi approvado o parecer da mesa por S. Ex. lhe foi ha poucos dias apresentada,
n. 170 sobre o requerimento do alferes João Ze- privando-se-lhe desfarte de tomar, como lhe
ferino de Hollanda Cavalcanti e outro. compete, a iniciativa da discussão de uma lei
Votou-se igualmente e foi approvado o parecer tão importante, como é a de fixação das forcas
da commissão de constituição, rejeitando o art. de terra, que vae reger em dous exercícios.
4° das alterações propostas ao regimento inter- Respeitando, como devo, os direitos da ca-
no do senado no parecer da mesa n. 149. ^ mara dos Srs. deputados, não posso deixar de
Votou-se era D discussão e passou para a ^'o estranhar que o governo esteja no prOposito de
projecto da camara dos Srs. deputados, fixando tratar com menos deferencia aqueila augusta
as forças do terra para o anno ode 1869 e 1870. camara Não aventuro sem motivo esta propo-
Entrou em discussão o art. I do mesmo pro- sição; digo-o á vista do procedimento que teve
jecto. o nobre ministro da marinha ha muito poucos
dias.
O Si*. Par»Magtiáí—Sr. presidente, antes Tendo S. Ex. solicitado dia e hora para apre-
de entrar no debate, desejara, saber se o nobre sentar a proposta de fixação das forças de mar,
ministro da guerra adopta a proposta que se por parte da camara dos Srs. deputados, assig-
discute, porquanto, tendo S. Ex. ha poucos dias, nou-se dia e hora ao nobre ministro da marinha
apresentado na outra camara a sua proposta de e interinamente de estrangeiros, para o fim re-
fixação das forças de terra para 1870—1871, pode querido ; mas S. Ex. que zela mais o seu logar
ser que o nobre ministro por economia de tempo de senador do que o de ministro, como declarou
além de outras razõis, prescinda da proposta em seu discurso naquelle mesmo dia, não esteve
que se discute, dando expediente á que fora pela designação, deixando de comparecer pe-
apresentada de conformidade pom as suas idéas rante a camara dos Srs. deputados, para tomar,
Não é possível, que as duas leis contenham dis- como tomou a principal parte, na verificação de
posições diversas, e, pois, fora ocioso promover poderes dos senadores eleitos pela provinêia do
o andamento de ambas. Ceará Dahi resultou que o nobre ministro da
A lei n 1471, de 25 de Setembro de 1867, que marinha deixasse de apresentar dentro dos
a proposta mandi vigorar, foi discutida e votada cinco dias a sua proposta, excedendo o praso
em circumstancias analogas, dispondo um artigo fatal, marcado pela lei de 15 de Dezembro de
da mesma lei (art. 6°) que ella vigorasse também 1810 art. 41, para a apresentação das propostas.
no corrente exercício. Ora, parece-me que S. Ex. O seu procedimento portanto, além de uma
não quererá abandonar os estylos seguidos e as grande inconveniência, foi uma flagrante viola-
praticas constantes do nosso parlamento: uma ção de lei.
disposição semelhante poderia accrescentar-se O Sr. Zacarias:—Tratava-se da verificação de
como emenda á proposta do nobre ministro da poderes, que era uma pasta nova...
guerra, apresentada ultimamente na camara dos O Sr. Paranaguá:—A' vista do proposito em
Srs. deputados. , . , , que está o nobre ministro da guerra, eu entendo,
Se o nobre ministro tivesse a bondade de ma- Sr. presidente, que é do meu dever apresentar
nifestar a sua opinião a esto respeito, talvez eu um requerimento de adiamento da proposta que
deixasse de preseguir em uma disciusao, que se discute. Ainda não nos foi distribuído o rela-
se torne escusada, limitando-me a votar contra tório de S. Ex. [Apoiados).
a proposta. Mas se S. Ex. adopta a proposta,
terei do justificar e mandar á mesa um requeri- O Sr. ministro da guerra : — Já mandei dis-
mento de adiamento, que julgo indispensável. tribuir.
156 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

O Sh. Paranaguá : — Talvez fosse distribuído disposto a fazer uma opposição systematica ao
na camara dos Srs. deputados, que não tem este actual gabinete, comquanto sVja opposicionista
anno de discutira proposta da lixacão de forças, franco e decidido.
que lhe foi apresentada por mera formalidade,... Por isso mesmo que não desejo que predomine
O Sb Zacarias : — E' uma compensação.. esta política fatal á causa das instituições livres,
O Sr. Paranaguá ;—... mas no senado ainda {apoiados) ; por isso mesmo que não d°csejo que
não foi distribuído. Ora é sobre proposta do continue por mais tempo o regimen da dicta-
poder executivo e em vista de suas informações dura [apoiadas), é que estou disposto a votar
que a constituição e as praticas parlamentares pelas medid is indispensáveis de governo, afim
exigem que sejam discutidas.evotadas essas pro- de chamar o gaóinete actual ao regimen da le-
postas, e portanto o adiamento que pretendi galidade [Apoiados). Não quererei de modo algum
ofíerecsr acha-ss justificado. dar-lhe pretexto para que continue no exercício
As informações não são seguramente aquellas da dictadura a que se mostra sobremaneira affei-
que o nobre miaistro nos vem fornecer «gora com çoado... não digo bem .. pelo qual se mostra
sua palavra aliás muito autorisada; essas infor- entranhavelmente apaixonado.
mações devem constar do relatório, par^ que Em taes circumstancias, a nossa opposição ao
depois de um exame acurado, qualquer membro actual gabinete é o cumprimento de um dever
do sen do possa fazer as considerações que lhe sagrado e não a expressão de um sentimento de
suggerir a leitura desse documento. Como have- hostilidade a tudo qu»nto por ventura parta do
mos de fixar as forças de terra, sem termos as governo, ou possa aproveitar-lhe; o que quero é
informações que devem orientar-nos a respeito exera :r o direito de flsealisação, reclamar contra
das necessidades e recursos actuaes a respeito a-> injustiças o os abusos que depreciam o regi-
do estsdo da guerra e de outras circumstancias men constitucional, afim de que este mante-
que são indispensáveis para uma votação con- nha-se de modo que todos tenham interesse em
scienciosa e justa? sustentai o e defendel-o, considerando-o como
Acredito, pois, que o meu requerimento não uma garantia, como um verdadeiro beneficio.
pôde deixar de ter o assentimento do nobre Não sei, á vista do silencio do nobre ministro,
ministro da guerra; e declaro a Y. Ex. e ao se o meu requerimento terá o seu assentimento ;
senado que sem o apoio valioso do nobre minis- não sei se devo apresental-o já. Acredito que o
tro não tenho animo de apresentar o requeri- nobre ministro não quererá privar ao senado de
mento, porque S. Ex , que teve com a sua eschrecimentos , q ic reputo indispensáveis ;
influencia o poder do desviar o curso dos rios, seus amigos mesmo, teem necessidade d'elles,
poderá muito bem com sua palavra autorisada porquanto estru persuadido que não os obtive-
abalar a opinião de alguns nobres senadores per- ram em conferência particular com S. Ex., não
dendo eu o meu trabalho e tempo. estarão pois mais adiantados do que o orador que
Se o nobre ministro me auxiliar neste em- ora faz estas considerações sobre o assumpto.
penho, não duvidarei pôr logo termo ao meu Não estou ainda benTinforraado a respeito dos
discurso mandando'á mesa o requerimento últimos succassos da guerra; não sei se o go-
Para que a discussão prosiga, precisamos da verno, não obstante as victorias alcançadas, con-
distribuição do relatório do nobre ministro; sidera as circumstanctas tão extraordinárias
estamos inteiramente nas trevas. E' verdade que que justifiquem a necessidade de uma força de
da palavra da S Ex. nos pôde vir a luz; mas GO,000 homens, como a que fòra decretada an-
como pvovoearemos nós qualquer explicação, teriormente.
tendo apenas á vista uma proposta formulada o Demais o nobre ministro da marinha já apre-
anno passado, sem os esclarecimentos novos que sentou nesta casa algumas opiniões que não sei
lhe devem servir de base, que podem muito bem se serão partilhadas pelo seu nobre collega da
autorisar a sua emenda, o seu desenvolvimento? guerra. Por exemplo, S. Ex disse, impugnando
Parecia-me mais natural que se tivesse dado a l i que a proposta manda vigorar, que a fixa-
andamento antes á proposta que foi apresentada ção das forças deve ser c informe as circum-
ha pouco pelo nobre ministro, não privando-se stancias do momento em que a lei é votada, que
a camara dosSrs deputados, do direito que tem, não se deve flx .r a força para uma o outra hypo-
de iniciativa na discussão de questões desta na- these, mas para circumstancias ordinárias uni-
tureza, principalmente quando essa camara é camente ou para as extraordinárias; S. Ex. não
nova e de política diversa. Pode ser que tenha o admitte a alternativa de circumstincias ordi-
governo bons fundamentos para contar com a nárias ou extraordinárias, a fixação é uma só.
tolerância e com a abnegação d'aquella augusta O nobre ministro da marinha, quando aqui
camara, mas não me parece que seja isto muito fazia a m tis decidida opposição ao gabinete de
decoroso, nem conforme com os estylos parla- 3 de Agosto alludiua queixas* do exercito sobre
mentares. abusos e injustiças praticadas nas promoções e
Eu não receio ser taxado de contradictono pelo na concessão de" condecorações. Não será por-
nobre ministro, se por ventura fizer algumas tanto fóra do preposito que eu pergunte ao no-
observações sobre esta proposta apresentada b.e ministro se porventura essas injustiças teem
quando tive a honra de ter assento nos conselhos sido reparadas, se esses abusos teem sido corri-
da Corôa : não creiao nobre ministro que estou gidos; se com os últimos actos do gabinete no-
SESSÃO EM 22 1 lE MAIO DE 1869 157

vas queixas nSo se teem reproduzido, se não teem Ora, este motivo, V. Ex., Sr. presidente, com-
, elles excitado os clamores do exercito, produ- prehende que é, não direi mero protesto, mas
zido desgostos, uma quasi desorginisAção ; éo inteinimente insustentável, porque não se trata
que tenho lido em varias correspondências, que de fixar a força para o anno de 1870 á 1871, mas
aliás podem ter exagerado ; mas tudo isto é de fixar a força para o anno de 1869—1870, cujas
muito grave nas circumstancias actuaes. informações deviam ser dsdas, e com efíèito
Eu acredito que no relatório do nobre mi- foram prestadas, no relatório apresentado pelo
nistro virão as informações que nos tranqui- nobre senador, ex-ministro da guerra. Quaes
lisem a este, ea muitos outros respeitos. outras informações ; ão mais necessárias para
Parece-me,, pois, de rigorosa justiça que esse que a força deste anno a que me refiro seja fi-
documento, essencial para a questão de que se xada, ou não posso saber agora.
trata, seja previamente trazido ao c nhecimento O nobre senador referiu se ao estado da guerra
eas circumstancias extraordinárias; disseque
do senado, para proseguir se na discussão e não n.10 sabia se porventura o governo reput-.va as
se gastar inutilmente o tempo, e a paciência do circumstancias tão gravei, que a fixação da forca
senado. relativamente ás circumstancias extraordinárias
Vou mandar á mesa o meu requerimento: e ordinárias devesse ser feita do mesmo modo".
« Requciro o adiamento da discussão da pro- _ u não me julgando obrigado á dar informa-
posta até a distribuição do relatório da guerra. ções em relaçao á força fixada em circumstan-
—C. Paranaguá. cias ordinárias, porque essas informações de-
viam ser dadas, como disso, pelo nobre senador
O Sr. ímrão «le Muritlba [ministro da direi que as circumstancias extraordinárias não
guerra] —Começarei as poucas palavras que te- são muito di(Terentes das do anno passado, quan-
nho a dizer por uma resposta ás do nobre sena- do apresentou o nobre senador a sua proposta
dor, que importaram uma censura ao meu nobre Posto que a guerra esteja c termo de chagar
collega, o Sr. ministro da marinha, por nao ter ao seu completo fim, todavia não está ainda "dn
apresentado no dia 15 de Maio a sua proposta na todo coBcluida; é isto um fsoto publico; ao
camara dos Srs. deputados. Entende o nobre governo, portanto,o não é lícito dizer que as cir-
senador, ex-ministro da guerra^ que havia neste cumstancias do I de Julho do 1869 era diante
procedimento uma violação, não sei se da cons- serão diversas daquellàs que obrigaram o mesmo
» tituição ou se da lei.... governo a pedir a força de 60 mii homens e nes-
O Se. Pabanagoa' Da lei de 1830. tas mesmas circumstancias concedida.
Não precisa o nobre senador que eu lhe faca
O Se. minísteo da guerra :—Creio que naq o detalhe das forças necessárias em circumstan
pôde ser da constituição. Ha com effeito uma lei cias extraordinárias; S. Ex. sabe que além de
que dispõe que as propostas para a fixação das 30 c tantos mil homens, que se acham cm cam-
forças de mar e terra devem ser apresentadas panha no Paraguay, uma força considerável da
dentro de certo praso de dias do raez de Maio; guarda nacional destacada e outras que estão
mas V. Ex, sabe perfeitamente que esta lei re- nas províncias do Império não excederão na
fere-se á abertura da assembléa geral no dia verdade dos 60,000 homens, mas chegam a um
marcado na constituição numero muito aproximado. Assim,* existindo as
Ora, desde que ne=se dia a abertura da assem- mesmas circumstancias, parece-me que a forca
bléa geral se não pôde verificar, os quinze dias não pôde deixar de ser a mesma.
da lei devem-se contar daquelle era que a aber- Em circumstancias ordinárias o nobre senador
tura tiver logar. Por conseqüência não ha nem declarou nesta casa o anno passado, que 20,000
uma violação de lei, porque o meu nobre colle- homens não eram seguramente hastantespará fa-
ga, não podendo apresentar sua proposta no zer face a todas as exigências do serviço. Disse-o
dia 15, o fez dous ou tres dias depois. era seu relatório de 1867, disse-o no seu relató-
Creio mesmo que o nobre senador a quem te- rio de 1868. Estoudeconformidade, inteiramente
nho a honra de responder não fallaria dessa vio- de accordo com o nobre senador, ex-ministro da
lação de lei, se porventura o fosse, porque me guerra; se não peço, como elle não pediu, uma
parece que elle ou algum de seus collcgas dp força maior, é porque o estado de finanças do
ministério em uma das sessões passadas prati- nosso paiz não permitte que haja com effeito
cou a mesma cousa. maior força.
O Sr. Paranaguá;—Nãõ, senhor. Creio, Sr. presidente, pelo que acabo de di-
zer, que não é procedente o motivo apresentado
O Sr. ministro da guerra : — — e não foi pelo uobro senador, para que tenha logar o
isto levado a mal. adiamento desta discussão. As informações de
Dada esta pequena resposta, passarei ao adia- S. Ex. devem servir como serviriam as que po-
mento, pedido pelo mesmo illustre senador. desse dar para fixar a forca do anno de 1869
S. Ex. entende não ter os dados necessários para 1870.
votar a proposta que está em discussão, p .r- Mas, disse mais o nobre senador que não sabia
que não foi ainda apresentado o relatório deste se o meu nobre collega ainda exigia que as forças
anno. fossem fixadas, não para a alternativa do cir-
158 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

cumstancias ordinárias ou extraordinárias, mas O Sr. ministro da guerra:—O nobre senador


para uma só dessas condições; se as cireum- fallou com muito calor no regimen da dictadura
stancias são extraordinarias^eve-se fixar a força que pesa sobre o paiz. Com effeito, eu fiquei um
para estas circumstancias, se são ordinárias, so- pouco soiprendido e atordoado com esta accu-
mente para estas mesmas circumstancias. sação, porque o nobre senador declarou logo
Parecendo-me, Sr. presidente, que desta ques- que pretendia votar por todas as leis, para que
tão não resulta interesse algum, o nobre senador o governo tivesse normas pelas quaes regulasse
me permittirá que não responda. seu procedimento.
O Sr. Paranaguá.—A questão é com o seu Eu desejava muito que o nobre senador em tem-
collega da marinha. po opportuno,não na segunda discuasão desta lei
me mostrasse quaes são os actos de dictedura
O Sr iiinistroda guerra:—Osestylos da casa praticados pelo actual ministério, que especifi-
são estes: fixara força tanto para circumstancias casse esai s actos, e não viesse com esse (permit-
ordinárias como exlraordinarias: póde-se ter ta-me o nobre senador que diga) logar commum
uma opinião particular, o meu nobre collega muito usado nos parlamentos: o emprego de
fallou nesta questão, mas não deu uma opinião certas palavras, cujo fim e sentido é tornar odioso
que podesse prevalecer. aquelle a quem são applicadas. Não posso en-
O Sr. Paranaguá:—Apoiado; estou de ac- trar agoranesta discussão. V. Ex., Sr. presidente,
cordo. não me permittiria, e tinha razão para isso, por-
O Sr. ministro da guerra:—Não posso res- que tratamos da segunda discussão da lei de
ponder já aos seus apartes; o farei quando forem forças, e esta discussão deve ser restricta.
publicados. Creio ter suecintamente respondido ás obser-
vações feitas pelo honrado senador,a quem me te-
O Sr. F. Octaviano:—O aparte é que está de nho dirigido; tenho mostrado que não ha razão
accordo. alguma, para que fique adiada a discussão da
O Sr. Paranaguá:—O que diz S. Ex. vae a proposta que se acha sobre a mesa, que foi apre-
quem toca, ao Sr. ministro da marinha. sentad' pelo meu honrado collega quando mi-
O Sr. ministro da guerra :—Não sei se posso nistro da guerra.
occupar-me com outras proposições emittidas As razões que então actuarem, actuam ainda
pelo nobre senador, como por exemplo a que hoje, para que eu aceite a proposta; e parece-
diz respeito á camara dos deputados, em con- me, portanto, que não se precisa de grande de-
seqüência de não começar alli adimussão da senvolvimento, se não daquelles dados que o
proposta que .apresentei*. Isto é fóra de tempo, nobre ex-ministro nos forneceu no seu relatório
porque não se trata aqui de fixar a força que e nos brilhantes discursos que proferiu na ses-
deve ser alli proposta. são passada. Eu terei occasião de recordar as
Disse eu que havia de pedir emendas, quando opiniões de S. Ex,, que são as mesmas que te-
delia tratasse ; censura-me o nobre senador, ae nho. Demais, Sr. presidente, o relatório já se
cusa-me por isso; procurarei defender-mc nessa acha distribuído; ha já 8 dias que está impresso;
occasião; mas desde já digo que nesta parte por não ter havido casa é que não tem sido feita
aceito os exemplos que o nobre senador me dei- ha mais tempo a sua distribuição.
xou na sua carreira ministerial, os quaes tenho O Sr. Paranaguá.A distribuição feita
muita satisfação em seguir. neste momento do relatório do nobre ministro da
Fallqu tauibem o nobre s nador em injustiça guerra deve modificar os termos do meu renue-
de condecorações dadas no seu tempo; disse que rimento. Não direi que essa distribuição feita
desejava iofjrmações a este respeito; se teem agora seja uma nova especie de sophisma; não:
sido ou não reparadas essas injustiças. Eu não o relatório foi enviado com antecedência ao se-
argui ao nobre senador em tempo* algum de nado, ha oito dias, como acaba de informar-nos
praticar injustiças; algumas reclamações tem S. Ex., mas por não ter havido casa não foi dis-
havido com effeito; o nobre senador deixou-me tribuído. E' verdade que outros relatórios fo-
um grande volume de pretenções desta ordem, ram aqui distribuídos: ainda hontem recebemos
volume que em meio anno nã"o poderia segura o do nobre ministro da marinha ; em outro dia
mente examinar com a maior attenção, para em que deixou de haver sessão recebemos o do
poder conhecer quaes foram as injustiças com- honrado ministro da fazenda e o do nobre minis-
mettidas tro de estrangeiros.
O que é certo é que em 'algumas reclamações Mas, como quer que seja, a apresentação ou a
parece-me que ha fundamento para qualquer re- distribuição feita neste momento, quando não
paração, e neste caso o governo não deixará de podemo-;'consultar as informações subrainis-
fazel-a, mas está longe, principalmente o mi- tradas, leva-me a fazer uma modificação nos ter-
nistro da guerra, de fazer a menor censura ao mos do meu requerimento ; não contava quan-
nobre ex-ministro por injustiças que por ven- do o mandei á mesa que fosse distribuído o rela-
tura houvesse praticado, e ainda mesmo que eu tório hoje; perguntelmesmo, se havia relatórios
as conhecesse não as declinaria. a distribuir-se; informaram-me que não. Assim,
O Sr. Paranaguá ;—Peço que as diga; a este modificarei o meu requerimento nestes termos;
respeito não tomo como favor qualquer reserva. — que seja a discussão da proposta da fixação
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869 159
de forças de terra adiada até segunda feira — últimos tempos; eu. pois, nao me admirarei
Agora não podemos ler o relatório do nobre mi- que a vista das considerações do nobre ministro
nistro. a minha argumentação seja apenas vozes de
O Sr. Silveira da Motta; — Melhor é adiar quem clama no deserto; que a maioria d) se-
para quando se tratar da outra proposta. nado se julgue bastante inspirada pelas obser-
O Sr. Paranaguá: — Sim, ou para quando se qualquervações do nobre ministro, que dispense todo e
tratar da outra proposta, que pareee-me estar a propostaesclarecimento,
que se discute.
votando de entuviada
condemnada por S. Ex.
O nobre ministro disse-nos que não tinhamos Disse também o u ,bre ministro que a respeito
necessidade de su-.s informações para a discus- das_ forças pedidas para circumstancias ordi-
nárias louv.i-se i, teiramente nas minhas opi-
são e votação da proposta, porque, ella rt fere-se niões. Agradeço muito a S. Ex.; e não serei eu
ao anno de 1869—1810, que devia basear-se nas quem me opponba.
informações que tive a honra de apresentar em Mas como aquillo que eu disse a este respeito
meu relatório. Ora, sabe o nobre ministro, sa- alguma razão devera ter, aecrescentarei agora
bem todos que as circumsiancias mudim, e com que (suppondo que no ministério existe a me-
ellas as necessidades lhor harmonia, que todos os ministros estão no
O Sr. ministro da guerra.- — Eu disse que mais perfeito accordo de vi-tas), como esta pro-
não mudaram posta, ou antes aquella que se manda vigorar
O Sr. Paranaguá ; A proposta que foi formu- uo proximo exercício, foi acremente censurada
lada em vista de circumstancias dadas,' em- pelo nobre ministro da marinha, devera acre-
quanto não é convertida em lei, está sujeda a ditar que S. Ex, de accordo com o seu nobre
alterações, emquauto pende de deliberação de collega dá marinha não podia julgar que fossem
qualquer dos ramos do poder legislativ ; com- necessários os 20.000 homens para circumstan-
pete a este, ó mesmo do seu dever, fazer-lhe cias ordinárias; o Sr. ministro da marinha en-
aquellas emendas que as circumstancias aut^ri- tendia que 15,000 homens eram suflicieates em
sam. Parece me, portanto: não ser fora de pro- pé de paz.
pósito « exigência de informações á distribui- Desde, porém, que o nobre ministro não so-
ção anticipada do relatório do honrado minis- mente a este respeito, mas também a reápeito
tro da guerra ; tratamos da discussão e votação da fixação de forças para o caso de circumstan-
de uma proposta que ainda nso é lei, que ainda cias extraordinárias não adopía a opinião extra-
pôde ser influenciada pelas circumstancias de vagante do nobre ministro da marinha ,..
momento, que não' devem ser. despresa as de O Sr. presidente do conselho : — E da fa-
modo algum .... zenda.
Tenho necessidade de insistir sobre isto para O Sr Paranaguá : — V. Ex não teve oca-
mostrar ao nobre ministro que não predomina, sião de pronunciar-ee a este respeito.
que não resumbranaquillo que digo, o desejo de O Sr presidente do conselho: — Yi dos
hostilidade ou de fizer mm opposiçâo systema- relatórios.
tica; preciso, tenho necessidade de esclarecer o
meu espirito, de guiar o meu voto em ss-umpto O Sr. Paranaguá: — Pois seja também ex-
de tanta transcendência. Sinto que razões tão travagante.
convincentes, razões intuitiva, como estas, não se Desde que o nobre ministro da guerra mostra-
cal 1 em. no animo do nobre ministro; mas eu bresinteiramente em desacordo com os seus no-
collegas da marinha e fazenda, e concorda
nas palavras do honrado miuístro acharei razão com as idéas da proposta e com o que a este res-
sufBciente para justificar ó adiamento proposto.
S. Ex. não só no aparte que deu-me, quando vida em votarnopela
peito expandi meu relatório, não tenho du-
proposta nesta parte. Mas
lhe perguntei se adoptava a pr. posta apresen- sempre foi bom que o senado ouvisse agora a
tada o anno passado e que ora se discuto, se não ctndemnação do que em outras sessões aventu-
também na impugnação ao meu requerimento,
foi o primeiro á declarar que este projecto, con- rou aqui o nobre ministro da marinha e interi-
namente dos negoc os estrangeiros, pelo seu
vertido em lei, ha de reger não só para o anno nobre collega da guerra, de cujo apoio eu me
de 1869—1870, mas também para 1670-1871. felicito.
Portanto, quando não Seja pela consideração
de que a lei de 1869-1870 tivesse de ser discu- til-a, Quauto á dictadura, não é occasião de discu-
tida e votada em vista do relatono do anno pas- nem Y. Ex. consentiria; e eu, desejando
sado, "O menos porque ella tem de reger igual- sempre obedecer aos seus preceitos pelo grande
mente o anno de 1870-1871, incluindo a pro- respeito e pela consideração que me merece in-
dividualmente, e pela posição eminente que oc-
posta formulada e apiesentada ultimamente pelo cupa nesta casa, como presidente do senado, não
nobre ministro na camara dos Srs. deputados, trarei para este debate a apresentação Me fac-
os esclarecimentos e informações do nobre mi-
nistro em seu relatório tornaram-so indispensá- tosNão : haverá oceasiões mais próprias para isso.
quero de maneira alguma azedar o de-
veis, Isto me parece logico, ede maior evidencia. bate; não quero embaraçal-o ; não quero cau-
Mas, meus senhores, a lógica parece que tem sar o menor detrimento á marcha regular, á
perdido muito de sua força e influencia nestes
160 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1860

marcha legal dn, administração em neg cios - O nobre senador (ministro da guerra), disse
desta ordem Portanto, me parecendo bem jos- que apresentássemos factcs de dictadura, sob
tificado o meu requerimento, ainda devo aguar- pena de ser a asserçãouma banalidade.
dar da justiça do senado a sua approvação. Senhores, sem descer neste momento á apre-
O Sr. Zitrarlas « — Sr. presidente, estou sentação de factos constitutivos de dictadura,
maravilhado do que vejo e ouço ! 6 comtudo certo do que o governo começou a
Ha dias discutia-se nesta casa uma verifica- governar e está governando por meio de dictadu-
ção de poderes e um presidente de província ra. O nobre mioistro da fazenda o diz em seu
que tem assento njesta casa.. . . relatório; e não precisava dizel-o. O nobre mi-
O Sa barão de S. Lourenço : - Quem tem nistro emittiu 40,000:000$ de papel..
assento nesta casa é senador do Império. O Sr. presidente do conselho: — 40, não.
O Sr. Zacarias:—. .. como senador do Impé- O Sr. Zacarias; —.... o nobre ministro le-
rio. . epor certo um dos principaes mantenedores vantou um empréstimo de 30,000:000$ ; isto não
da situação, pediu o adiamento da matéria por é dictadura ?
sua natureza urgente; ma^ estranho quasi sem- Sr. presidente, note Y. Ex. que eu não estou
pre segundo as nossas praticas á intervenção Gondemnando a dictadura, nem para isso articu-
ministerial, para segunda feira, dia em quê o lando fact js constitutivos delia; o que estou di-
nobre ministro da marinha (S. Ex. ''eclinou o zendo é de interesse constitucional do governo.
nome), pudesse vir á casa apresentar o resul- Tendo dissolvido a camara, tendo sido coagido
tado de suas locubrações arespiito da eleição oelus circumstancias a tomar gravíssimas me-
do Cea^á Hoje um membro da opposição pê :e didas cuja responsabilidade não declina, o seu
ao senaido que adie a discussão de uma proposta dever antes de tudo é ir ouvir a camara, não
do poder executivo até a distribuição do compe- digo escrava, como no anno passado se denomi-
tente relatório, e é um nobre ministro da Coròa, nava aqui a que apoiava o ministério (opoía-
o Sr. ministro da guerra, quem se levanta par» dos); também não direi de-sú/noda, não (nunca
dizer: « Discutamos já. » da minha boca sahirão taes qualiflcativos); a
Sr. presidente, a rasãu a que soccorreu-se o
nobre senador para dizer-nos que a distribuição camara de seus amigos dedicados: é ella que
não se tinha feito, a saber; o não ter havido casa deve dar força ao governo approvando as me-
por falta de numero, é, imitando a phrase ha didas illegies que adoptou. Eeito isso, Sr. pre-
pouco usada, pueril e extravagante. Do qn rum sidente, (e o nobre senador presidente do cm-
não depende a distribuição dos relatórios ; e selbo podia couseguil-o cm breve espaço) cabia
quando V. Es, por falta de quorum que tão então a discussão da proposta de fixação de
notável se ha tornado nesta casa ultimamente, forças de terra- não esta, que representa uma
declara que na ha sessão, e couvida-nos cons época que cahiu, que representa uma época de
tantemente (pregando no deserto) & que trate- corrupção, de desperdícios, de esbanjamentos,
mos de trabalhos de commissões, nada impele como diziam o anno passado os nobres senado-
que, se estivesse na casa o relatório da reparti- res, que hoje no governo não duvidam aceitar
ção da guerra, fosse elle distribaido como foram todo o trabalho do seus antecessores !
os de outras pastas. Feito isto, Sr. presidente, o nobre senador en-
O relatório da repartição da guerra distri- contrará até em mim, que não sou dos que o
bue-se neste mdmento, talvez porque agora é que cercam, achara apoio ; porque em tudo quanto
acabaram de pôr á disposição do nobre senador for governamental, auxiliarei o governo do paiz,
òseu trabalho. não vendendo caro o peixe, como outros o fi-
Quando ha dias a proposta foi dada para a zeram .
discussão, e o nobre senador veio ocoupar a Mis, em consciência, o nobre ministroda guer-
sua cadeira, pareceu-me que S. Ex. estava dis- ra pôde dizer-nos que as circumstancias ac-
posto a pedir o adiamento do debate, até que tuaes são as circumstancias, que actuavam ao
pelo menos, o seu relatório se distribuísse. tempodu apresentação da proposta que se dis-
Mas euganei-me: o nobre senador quer discu- cute 1 Certamente que cão.
tir a sua proposta sem o relatório e impugna a Senhores, o governo passado apresentou essa
preterição modestíssima do meu colloga senador proposta depois de um feito glorioso de nossas
pelo Piauhy, que pediu o adiamento da respec armas, a passagem de Humaitá a 19 de Feve-
tiva discussão para quando estivéssemos um reiro Mas a guerra ainda então nos trazia muito
pouco orientados pelas informações contidas no inquietos, ainda nos amedrontava; as circum-
seu relatório. stancias erão gravíssimas.
Eu diss que o pedido é modestíssimo Este Hoje, senhores, depois dos acontecimentos de
assumpto devia ser propriamente adiado para Itororó, Avahy, Lomas Valentinas, as circums-
depois que na camara temporária o minis tancias continuam a ser quasi as mesmas como
terio tratasse da discussão da falia do throno. dizS. Ex. 1
(Apoiados.) " Huraaytá jaz por terra; invoco o testemunho
Sr. presidente, trata-se de uma legislatura do nobre semidor por Goyaz...
nova e de uma legislatura que nasceu da dicta- O Sr Silveira da MoTTA:—Oh ! senhor.
dura e tem-se mantido com dictadura. O Su Paranaguá;—Que viu.
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869 161
O Sr Zacarias:—. .. que viu e as-evera aos providencias que lhe sejam adequadas, mas não
amigos que não ha de dar noticias a retalho, mas receber com açodamento a^ providencias dadas
em grosso.. para uma época differente
O Sr. Paranaguá :—for atacado. A verdade do regiraen representativo que, se-
gundo estou persuadido, o nobre ministro apre-
O Sr. Zacarias:—. .. e eu espero essas noti- cia, reclamava que a discussão desta matéria co-
cias em grosso e por atacado. [Risadai.) mece na camara temporária, ficando esta pro-
Hoje Humaitájaz por terra; o inimigo soffreu posta adiada até que venha a que o nobre minis-
um golpe tremendo em Itororó, Avahy e Lomas tro apresentou na outra camara,
Valeotinas; qual é o estado da guerra? senhores, O nobre ministro está em maré verdrdeira-
por decencia digam-o já á nação no logar mais mente de rosas: seu antecessor lutava com uma
eminente, na camara temperaria, por ser a re- opposição fortíssima em uma e outra camara; o
presentante immediata do povo : digam já qual nome ministro apresenta-se hoje á uma camara
é o estado da guerra, porque se nós consulta- unanime, uma camara em que, por decencia
mos a opinião dos competentes, a opinião do parlamentar, o honrado ministro da fazenda de-
general Caxias, a guerra acabou, a grande clarou que estava prompto a dar os e-clareci-
guerra,a guerra das batalhas campaes terminou : mentos que lhe fossem podidos a respeito da
hoje só ha a guerra de capilã') do matto. H i um gravíssima questão do augmento de impostos e
documento da autoridade,que o nobre ministro da não houve uma voz, inimiga não podia haver
guerra considera amais competente, declarando uma voz amiga que se levantasse o pedisse al-
a guerra acabada e Lopez redusido, Sr. p esi- guns esclarecimentos, ve sorte que o nobre mi-
dente, a fugir, se pudesse fugir. nistro teve do esconder á nação o fhesouro de
ü procedimento do ex-general commandante seu saber, aliás tão importante. Se pois, o no-
das forças brasileiras acommodou se a essa de- bre senador, ministro da guerra se apresentasse
claração : elle retirou-se ; entretanto o governo á camara pedindo já e já a discussão de sna pro-
declara que a guerra não estava acabada ; e •posta, ella passaria immediatamente
nomêa o Sr. conde d'Eu para ir acabar a guerra! Senhores, sou amigo sincero do systerna re-
Cumpre dizer á nação francamente o que é que presentativo e, pois, embora a camara em sua
pensa o governo a este respeito. Se a guerra está unimiraidade seja contraria ás opiniões que pro-
acabada, bem; comprehendem se as condeco- fesso, entendo que o governo deve dar-lhe toda a
raçóes e os títulos dados aos que acabaram a importância; é a ella que os nobres ministrojs de-
guerra; se a guerra não está acabada, como vem recorrer pressurosos para dar conta do seu
explicar a concessão de taes graças. Para votar- procedimento, eé por isso,Sr. presidente, que es-
mos conscienciosamente precisamos, já não tranhei ^obre maneira o procedimento do honra-
digo da leitura do relatório, mas que o govemo, do ministro da marinha na sessão de ha 8 dias.
collocando-se na posição devida, diga á nução S. Ex. começou o debate por ura protesto. « Eu
qual é o estado da guer/a e o que pretende fallo como senador,não como ministro», protes-
fazer. to escusado. Eu lhe disse « Isso é bom de dizer,
Sr. presidente, um dos artigos da proposta mas diificilde distinguir. »
autorisa o governo a transferir de umas para
outras armas, comprehendidos os corpos espe- Dahl a pouco S. Ex declarou que não podia
ciaes, os ofliciaes do exercito que na guerra continuar a fallar, porque tinha de apresentar
actual tenham mostrado aptidão para arma na outra camara uma proposta para a qual havia
differente da sua, uma vez que para cila tenham pedido dia e hora. V. Kx , com a imparcialidade
as habilitações exigidas pelas leis vigentes ... que o caracterisa e que o torna digno de todos os
nossos votos, disse: «Falia o senador e, segun-
O Sr. presidente :—O art. 1° é que está em do os estylos, não se interrompe um discurso. »
discussão. O nobre ministro da marinha continuou a fallar
O Sr. Zacarias:—Trago essa disposição só- e fallou até muito depois da hora que lhe tinha
mente para argumentar. sido marcada para apresentar a sua proposta.
V. Ex. comprehen le que tal autorisação é de Ora, sto involve uma falta de respeito á camara
um alcance extraordinário. Segundo o luminoso dos Srs. deputados. (Apoiados)
parecer da mesa, que colligiu tudo quanto ha a Bem sei que omobre ministro da marinha con-
este respeito, as opiniões des pr, flssionaes são ta com a dedicada affeiçâo daquella camara, mas
Contrarias a semelhante autorisação como uma Sr. presidente, amigos'amigos, negocios á par-
ameaça constante a direitos adquiridos. to; o regimen parlamentar exige qne se trate a
Quando ainda era formidável a posição militar camara dos Srs deputados com toda^ ceremo-
do dictadoregrandes os recursos de que elle d s nia (apoiados) e S. Ex. não a tratou assim, porque
punha, essa disposição, comoputras muitas, po- para um negocio que decentemente não interes-
deria passará sombra da gravidade das circums- sava ao governo e que em tiltimocaso podia con-
tancias; mas hoje se o estado da guerra é outro, fiar a algum amigo, ficou aqui discutindo miu-
se os documentos ofíleiaes dizem que a guerra dezas eleitoraes, deixando de comparecer aquel-
entrou em uma nova phasc, essa nova phase se la camara a que o chamavam deveres do seu
é menos grave do que a anterior, pôde pedir cargo.
162 SESSÀO EM 22 DE MAIO DE 1869

Vê, pois, V. Ex. que eu m falta de um adia- O Sr. Silveira da Motta : —S. Ex. podia ter
mento mais largo p ira que o nobre ministro de então muito boas razões para offerecer esta
accordo com as normas constitucionaes, con- proposta, e não haver hoje razões que estejam
sulte a opinião da catnara dos Srs. deputados a ao alcance do actual ministério e que elle nos
respeito dos recursos que a actualidade exige, tenha de dar para justificar a mesma fixação.
voto pelo requerimento do meu collega senador Como, pois, bade o senado «pprovar uma fixa°ção
pela província do Pó uhy, para que seja adiada de forças que tem por base as informações dadas
ao menos até s-gunda-feira a discussão desta o anno passado, e que desappareceram inteira-
proposta porque quero ter a satisfação de lêr e mente com o ministério que cahiu? Muito mais
apreciar o relatório do nobre ministro da guerra, ainda quando no governo parlamentar, de que
com quanto esteja desde já inclinado a crer que nos restam apenas estas demonstrações solem-
é luminosíssimo, porque reconheço as fenden- nes, é preciso aguardar com muito zelo as
cias e aptidões guerreiras do nobre" ministro. razões porque os ministérios comparecem pe-
O Sr. ministro da guerra dá um aparte. rante o parlamento dando informações para a
fixação de forcas. Ora. as razões que militnram
O Sr. Zacarias : — Com o00% mais do que na camara dos êrs. deputados são muito diversas
estou dizendo, ficava V. Ex ainda muito alcan- das que militam hoje. O senado sabe que uma
çado para comigo, em relação ao que fez em lei de força é uma lei de confiança, e portanto,
1867 e em 1863. nós não podemos votar hoje uma lei que foi
Voto, pois, pelo adiamento limitado e votaria approvada pela camara dos Srs. deputados em
com mais gosto por outro que fizesse demorar uma confiança que desappareceu.
esta discussão até vir da outra camara a nova O Sr. F. Octaviano Apoiado.
proposta do nobre ministro, a qual, sendoexpres- O Sr. Silveira da Motta:—Para salvar o
são fiel -a situação actual, não pôde hombrear principio do governo parlamentar é preciso que
com a proposta da situação decahida. A proposta nós sejamos muito cuidadosos nestas questõ-es.
que partir como um decreto luminoso do con-
ctiti da razão nacional, hade necessariamente O Sr Zacarias : — E' preciso que não aprovei-
supplantir a velha proposta que vem do otscw temos a confiança alheia que desprezamos.
rantismo. O Sr Silveira da Motta Admirei-me, por-
Tenho concluído, tanto, e nisto acompanho a admiração com que
O Sp Silvsira da Klotta : — Sr. presi- começou o nobre senador pela Bahia o seu dis-
dente, pedi a palavra p-ira fundamentar a emenda curso, admirei-me. vendo transtornados os pa-
que vou offerecer ao requerimento de adiamento pais nesta occssiâo : o honrado nobre ex-minis-
do meuhonr do collega, senador pelo t iauhy, a tro pedindo o adiamento da sua proposta, e o
qual parece-me que acoramoda todas as conve- nobre actual ministro pedimlo a approvação da
niências que o honrado senador tem em vista proposta do ministro a quem succedeu.
com o seu requerimento. O Sr Zacarias :— Isto é novo, e quando se
S. Ex px- põe que a discussão fique adiada tem uma camara unanime, que não tugo nem
até a apresentação do relatório do nobre minis- muge. [Riso).
tro da guerra. O motivo subsiste, porque este Um Sr. senador : — Com que poderá fazer até
relatório foi distribuído hoje, e não pôde se- o universo em 4 dias.
nado ijlustrar se com as informações de um O Sr. Silveira da Motta Se o senado des-
relatório que é Imje distribuído. Parece me, por- cui iadau)ente approvasse hoje esta proposta de
tanto, que o honrado senador deveiia antes re- lei, fixando a força de terra, que nos t nviou a
querer que a proposti de flx-.ção de forças para camara dos Srs. deputados o auno passado, e
1869 —1870 ficasse adiada para quan lo se tratasse que então não foi discutida porque sobreveio a
da fixação de forças para 1871—1872. dissolução ; se o senado por facilidade dos trami-
O Sr. Zacarias : — Isso era o verdadeiro. tes da discussão approvasse este projecto, eu
O Sr. Silveira da Motta:—Na occ^sião em creio que tínhamos com mettido um grande trans-
que o senado tiver de exercer o seu direito de torno, tínhamos concorrido para uma substan-
exame a respeito das necessidades da força pu- cial degeneração do regimen parlamentar.
blica, poderemos aproveitar as informações do O Sr. Octaviano: - Apoiado.
governo tanto para um como para outro"- ffeito. O Sr. Silveira da Motta As leis de con-
Isto deduz-se mais das circuncstsncias em que fiança não podem passar assim nas camaras; taes
s : acha o Império a respeito da força publica. leis não podem passar sem que o governo se
O nobre autor do requerimento de adiamento foi communique com as camaras muito intima-
o autor da proposta que sc acha em discussão, mente, s <m que lhes diga quaes são as circum-
porque estava no ministério o anno passado; ns stancias do paiz, quaes são as necessidades ac-
razões que levaram o honrado senador, entã" tuaes, e que nos possamos saber se aca o o mi-
ministro, a propôr aquella força teem variado nistério merece a confiança do parlamento, para
inteiramente -... que se saiba que força o dinhtiro se lho pôde
O Sr. Zacarias:'—Muitíssimo. confiar.
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869 163
Ora, Sr. presidente, até hoje ainda não se deu mar; porque já ouço fallar a tal respeito de voto
oecasiãosolemne em que pudéssemos interpellar de confiança, e neste caso deixar-se-ha talvez de
o ministério a respeito da sua política .. dar ao governo os meios de fazer a guerra, como
O Sn. Zacarias E já se vota uma lei de con- uma prova de desconfiança.
fiança 1 Portanto, não seria fóra'de proposito pedir ex-
plicações a este respeito e fazer applicação das
O Sr. Silveira da Motta:— ... não se deu doutrinas do anno passado, que negavam ao se-
uma occasião solemne em que o parlamento pu- nado o direito de fazer política e de-refugiar-se
desse abrir uma communicação com o ministé- na confiança para dar ou negar as leis annuas.
rio. e lhe perguntasse — para onde é que vós Mudaremos por ventura todos os annos quanto
ides 1 até onde quereis chegar?—O parlamento ao modo de entender a constituição ?
ainda não sabe o que quer o ministério: como
então dar-lhe a Lrça de 1869—1870, sem saber O Sr. Silveira da Motta.— E' intelligencia
as razões porque o"governo ha de pedir a lei de muito antiga.
forca de 1870-1871? O Sr. barão de S. Lourenço:— Também me
Eu entendo, Sr. presidente, que aquelles ho- parece que o nobre ministro *da guerra e tá de
mens, que ainda querem ■ alvar este resto de accordo com o nobre ex-ministro, seu anteces-
prerogativas do parlamento, devem ser muito sor, quando quer a appro'vação da proposta vin-
ciosos nestas occasiões em fazer concessões fá- da da camara doa Srs. deputados, porque sabe-
ceis, como esta seria, votando-se uma lei de se que de 1 de Julho em diante cessa a lei que
forças antes de termos conversado com o go- autorisa e rege a força militar. Se, pois, o nobre
verno. ex-ministro da guerra quer fazer entrar o gover-
Assim, Sr. presidente, o que me parece regu- no nas vias ordinárias, forçai o a abandonar a
lar é que adiemos a discussão deste projecto, dictadura, deve apressar-se em discutir esta lei,
vindo da outra camara, para quando vier o novo evitando a anormal situação da força miliiar sem
projecto do flxsção de forças da camara nova autorisação. Quer pois," o nobre" ministro da
para o senado ; nessa occasião então, quando guerra entrar nas vias ordinárias, quer uma lei
discutirmos a fixação de forças para 1870—1871, para se reger por ella, e não arrogar-se á dicta-
poderemos apreciar as razões do governo para a dura pela força da necessidade, até que a ca-
fixação das forças de 1869—1870. Neste sentido mara dos Srs. deputado vote a nova lei do anno
vou mandar a mesa uma emenda ao requerimen- subsequente.
to do nobre senador pelo Piauhy. Disse o nobre ex-presidente do conselho que
Creio que tenho dito bastante para justificar será fácil passar a nova lei de fixação de força
a minha emenda; não quero por ora aceeder ao de terra, como qualquer outra, na camara tem-
reclamo de informações a respeito da guerra, porária, que S. Ex. declara não ser designada,
porque este assumpto tem occasião mais oppor- mas que não ha de tugir, nem nruigir. Acho que
o nobre ex-presidente do conselho irroga inju-
tU
Sendo apoiada e posta em discussão, foi offe- ria á camara com estas suas expressões, julgando
recida a seguinte emenda : que ella, composta de homens que toem liber-
dade de pensar, ha de receber as propostas do
« Que fique adiado até a discussão da lei das governo sem tugir nem mugir, posto que não
forças de 1870—1871.—S.Ti.—Silveira da Moita.» sejam designados nem escravos.
Depois de apoiada, e posta igualmente em
discussão, ficaram prejudicados o requerimento O Sr. Zacarias: — Mas são dedicados.
e a emenda, por não haver quorum. O Sr. barão de S. Lourenço ; — Pôde uma
Continuou a discussão do art. 1°. camara ser composta de homens de uma só polí-
tica, mas estes homens de uma Só política podem
O Sr liarão «le S I-ourenços —Eu não encarar as circumstancias do paiz differente-
tomo a palavra por estratégia nem para combater mente.
os calculo- daopposição, se elles existem; por-
que se o quizesso fazer, concorreria para a queda O Sr. Zacarias : — Eu espero que, em relação
do adiamento, inevitável desde o momento que aos projectos de justiça, isto se ha de dar.
á falta de numero não podesse ser votado, conti- O Sr. barão de S. Lourenço Pôde também
nuando a discussão. Jã se vê, portanto, que o dar-se alguma discordância "em relação aos do
meu propusito não ó combater a estiategia ou o ministério da guerra ou de outro qualquer, sem
meio de opposição empregadi contra o governo, que por isto se possa dizer com a innocencia que
e sim sómente offerecer algumas considerações quer ostentar o nobre ex-presidente do conse-
ás observações em opposição. lho que a camara dos Srs. deputados, que aliás
Sr. presidente, o nobre ex-ministro da guerra não é designada, não ha de tugir, nem mugir.
disse que estava no proposito, como muitos dos Disse o nobre ex-presidente do conselho (ha de
seus companheiros (não sei se todos), de dar ao permittir que eu me exprima assim para corres-
governo os meios de administrai o pniz, para ponder á sua recordação da minha qualidade de
que este governo não continuasse na dictadura. presidente) que o nobre ministro da marinha e
Não sei se está comprehendida nesta propo- interinamente dos negocio estrangeiros faltara
sição a concessão do meio de forças de terra e ao respeito devido á camara dos Srs deputados
164 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

não se apresentauJu ao dia marcado para ler o O Sr. Paranagua' ;—Apoiado.


seu relatório e oíferecer a sua proposta. O Sr. mi- O Sr. barão de S. Lourenço ; O nosso exer-
nistro não está presente, sou seu amigo, devo cito, senhores, depois de cinco dias de porfiada
dizer que S. Ex. não proceleu desta maneira para luta como nunca se viu na America, salvos os
desrespeitar a camara dos Srs. deputados : elle comb it^s últimos do Norte, que puzeram termo
estava na tribuna do senado, e esse acto é que áquella guerra de gigantes, o nosso exercito
não deve ser interrompido: entretanto que a devia ter ficado muito destroçado, assim como
apresentação da sua proposta á camara^dos Srs. estragado o material de guerra. Com difflcul-
deputados" podia ser adiada, como foi, para outro dade, e só ccm tempo se poderia reparar tão
dia, tenlo elle communicado o seu inesperado grandes daranos.
impedimento Não vejo portanto abi falta de res-
peito á camara dos Srs. deputados ; o Sr. minis- O Sr. Zacarias:— São esclarecimentos novos
tro exercia um direito que lhe compete como que cumpre ter em vista para votar a pro-
senador; assim como eu exercia o meu quando posta
pedia o adiamento para o ouvir, não como pre- O Sr. barão de S. Lourenço;— O que se está
sidente de uma pv-.vincia, mas como senador fazendo não é devido áescassezde recursos,nem
do Império. nós devemos deixar chegar a situação da guerra
Sr. presidente, certamente as circumstancias a este ponto, pondo em perigo tudo quanto se
da guerra do Paruguay teem mudado. tem feito, n m podemos prever quaes serão
as nossas cireurnstaueias no desfecho desta
O Sr Zacarias: — Apoiado. guerra.
O Sr. barão de S. Lourenço: —Mas não teem O Sr. Zacarias :—Apoiado, estamos de accor-
mudado até o ponto a que quer chegar o nobre do; mas ó o que nã) disse o Sr. Paranaguá por-
ex-presidente do conselho; porque se por um que não tinha taes informações; são factos ulte-
lado se combatia Lopez em um só ponto, onde riores.
podíamos reunir o nosso exercito para lhe dar
batalha; per outro b.do, hoje, tendo elle se em- O Sr. barão de S. Lourenço:—Se o Sr. minsi
brenhado nas mattas e nas serranias, e podendo tro da guerra aceita a propo*sta que está em dis
de lá descer para o ponto que escolher, o nosso cuasão, é porque ella está de accordo com as in-
exercito precisa fraccionar-se em tantas divisões formações que tem; e quando não o esteja em
e subdivisões, q- antas exigir o systema de guer- alguns pontos, póde-se harmonisal-a cora as ne-
ra adoptado. cessidades actuaes neste ou nos artigos se-
guintbs.
O Sr. Zacarias:—Eis aqui informações novas.
O Sr. Firmino: —Apoiado.
O Sr barão de S. Lourenço :—Por conseqüên-
cia pôde não existir hoje.Sr. presidente, a guerra O Sr. barão de S. Lourenço : — Isto, porém,
chamada geral, em que se empenham exércitos não é aproveitar-se do voto de coníiança que
e grandes forças; não se terá de darumabatilha obteve a passada situação. E se o nobre senador
campal, mas podem haver muitos conflictos pela Bahia diz que a camara actual nem tugirá
sérios, nos quaes se ponha em perigo a causa nem mugirá, não ha necessidade de sorprender
que temos nté agora ganho com tantos sacrifí- o senado com aquelle voto, porque podemos obter
cios. A luta que nos resta não está no caso de facilmente igual voto da camara presente ; mas
denominar-se, com desar do exercito, diligencia é para adiantarmos tempo, para (jue não continue
de capitão do matto.. . a dictadura do 1° de Julho em diante.
Eu neste sentido, Sr. presidente, hei de votar
O Sr. Zacarias : — A expressão não é minha. contra o adiamento.
O Sr. barão de S. Lourenço ; —... porque Finda a discussão, fie m encerrada pelo mes-
todos sabem que na defensiva ha a guerra de mo motivo.
recursos, que é das mais perigosas e para as Entrou em discussão o art. l0 additivo com os
quaes se requer conhecimentos especiaes, tino, dous paragraphos.
critério, e talvez mais cautela do que no arrojo O Sr. Paranaguá s—Sr. presidente, acaba
de uma grande batalha. Não demos, pois, á ta- de encerrar-se a discussão do 1° artigo da pro-
refa importantíssima que desempenham actual- posta, isto é, do artigo mais importante, e que
mente as armas brasileiras a desdenhosa expres- por assim dizer ronstitue a lei, do artigo que
são de guerra de capitão do matto. manda vigorar a lei de 25 de Setembro de 1867,
Os Srs. Zacarias e Paranagua' :—Apoiado. que contém uns poucos de artigos e paragra-
O Sr. barão de S Lourenço -.—Nós estamos phos sobre diversas disposições em relação ao
assegurando o nosso triumph*o e previnindo de exercito. Como quer que seja, não houve meio de
modo que as nossas victorias nSo sejam inutili- evitar um semelhante acontecimento; não fomos
sadas por um descuido. auxiliados pela boa vontade do nobre ministro
daguenaiassim, póde-se dizer que esta lei pas-
Os Srs. Zacarias b Paranagua':—Apoiado. sou em Ia e 2« discussões sem ter sido conve-
O Sr. barão de S. Lourenço : —Ella é tão hon- nientemente examinada; o governo assim o
rosa como aqueila outra. quiz 1
SESSÃO EM n DE MAIO DE 1869 165
a
O Se. ministro da guerra:—Em I discus- penhada a sua honra e a sua dignidade, precisa
são passou sem reparos? de esclarecimentos mais amplos, de informações
O Sr. Paranaguá Não houve di-cussão. completas, que só o relatório do nobre ministro
V. Ex. e o senado hão de recordar-se de quo nos pôde dar.
esta proposta achava-se ua ordem do dia quando O art, 2» que se discute contém duas autori-
manifestou-se a crise ministerial, que trouxe sações, e eu desejara saber se o nobre senador
em resultado a mudança de urna situnção polí- as adopta nos termos em que se acham formu-
tica, e não era em taes circumstancias que o se- ladas. Refere-se uma á admissão no primeiro
nado poderia entrar em uma discussão aprofun- p sto dos offielaes de voluntários o da guarda
dada, como estou certo que o faria em outras, nacional que tiverem prestado mais de dous
sobre esta proposta, porque então o nobre mi- annos de bons serviços de campanha; eu dese-
nistro da marinha e outros nobres senadores, jara saber se S. Ex. julga conveniente estender .
que e^merilhavam cuidadosamente tudo que esta medida a outros postos, á vista da repug-
partia do ministério passado, não deixariam de nância que naturalmente hão de ter officiaes
cumprir o seu dever como o haviam feito ante- mais graduados de servir effeetivamente no pri-
riormente. Foi, pois, subir ettido oprr jectoá dis- meiro posto.
cussão quando o senado não lhe podia prestar Quanto à autorização contida no §20 06^6
toda aquella attenção que tora para desejar lhe artigo, não posso dar-lhe o meu voto sem saber
prestasse, isto é, no momento da crise: ficcou a iqu.es as vistas do nobre ministro como pre-
discussão encerrada, e a votação teve logar este (tende exeeutal-a. Esta autorisação', senhores
anno. f,nÃ<?iVe j11111porSr!\ircumstancias
,lde
arbítrio, excepcionaes;
qu*e só pôde eíía
ser
Findou-se uma legislatura, cora o raio desfe- justiticado
chado a 18 de Julho: uma camara nova foi elei- entende cora direitos adquirides; só as circum-
ta; uma nova política inaugurou-se: entra o sUncias de guerra podem justificar uma me-
projecto em 2» discussão no senado, e faltam nos dida desta natureza, com as precisas restriccões
todos os esclarecimentos: S. Ex. deixa de an- e cautellas.
nuir ao meu justo pedido, e assim corro a dis- A autorisação do § 2» é relativa á transfe-
cussão sem o pneiso exame em matéria de tanta rencia dos officiaes do uma para outra arma Eu
gravidade! preciso saber, repito, como o nobre ministro
A esta discussão naturalmente prende-se o pretende executar esta autorisação. que eu de-
modo como o nobre mimstro tem de preencher sejara fosse concebida era termos mais restric-
a força, a discussão sobre o recrutamento, so- tes; preciso saber se S. Ex está disposto a atten-
bre o^engajumento, sobre o alistamento do v: lun- der os interesses dos indivíduos e concilial-os
tarios, sobrj o destacamento da guarda nceio com os interesses públicos, ou se pretende
hal, etc,; assumptos de summa transcendência e transferir os officiaes de umas para outras armas
sobre os quaes o senado preci-ava saber as vistas independente de pedido sou.
do nobre ministro. Entretanto, de tudo isto se Se eu tivesse de exoeutar esta medida, não dei-
prescinde pela maneira porque a discussão tem xaria de ter em muita consideração os pedidos
sido encaminhada, uma vez que não encontrei O que fossem feitos pelos officiaes, e áfFe. il-os pelas
acolhimento do nobre ministro ao requerimento conveniências do serviço publico, allian io assim
que tive a honra de apresentar. o interesse publico com o privado. Por acto pró-
Não temos informações sobre 0 estado da guer- prio e sob o fundamento de utilidade publica,
ra; e, entretanto, havemos devotar medidas con- por informações, muitas vezes falliveis, podemos
cernentes á guerra, da qual apenas sabemos o commetter'graves injustiças, em detrimento de
âue dizem os correspondentes dos jornaes. Nem officiaes prestiraosos, cuja transferencia forçada
evo reputar sufflcientes as informações que nos pôde importar em demissão.
foram transmittidas pelo orgão do nobresenador Quero crer que o nobre ministro esteja ani-
pela Bahia. Comquanto muito competente nesta mado dos mesmos sentimentos, mas é preciso
matéria, todavia não pôde ter lido o relatório do que o diga.
nobre ministro-, e estar ao facto das suas idéas. x A transferencia traz uma violação flagrante de
Não digo só das suas idéas, dos fectos que são a direitos adquiridos ; o officrd que na sua arma,
base, a razão da proposta que se. discute visto que as promoções se fazem por armas,
Disse o nobre ministro que as circumstancias conta com uma vaga, pôde ser transferido para.
são as mesmas que no t-mpo em que foi formu- outra arma para se proteger a um outro offlcial;
lada esta propost ; mas o nobre senador pela Ba- outras vezes a transferencia preenchendo a vaga
hia, que teve a palavra em ultimo logar, nos mata esperanças bem fundadas e justas de dis-
acaba de dizer que as circumstancias íeem mu- tinetos ofiiciaès subalternos E', pois, uma medi-
dado muito; que a guerra entra era nova phase da de summa gravidade, é uma medida que não
a que são necessárias forças consideráveis para pôde ser votada pelo senado sem exame muito
serem organisadas diversas divi-ões, alim de meditado.
acommetterem ao inimigo por differentes lados Reconheço o espirito de justiça do nobre mi-
Reconheço a phase melindrosa em que entrada nistro, mas pôde ser que não "seja S. Ex. que
guerra do Paraguay. mas isto não basta | a nação tenha de executar esta mediria, a qual pôde, em
que faz os maiores sacrifícios, que lá vê em- mãos de outro, tornar-se arma para persegui-
166 SESSÃO EM ri DE MAIO DE 1869

çSea clamorosas. E' preciso, sealiores, proce- sendo possível recorrer as informações offlciaes,
dermos com muita discrição quando se trata de porque o relatório do nobre ministro da guerra
medidas desta natureza, âttendendc ao facto de nos é distribuído neste momento, não extranhará
estar o exercito longe da patria prestando, como S. Ex. que eu lance mão da folha simi-offlcial
tem prestado, serviços da maior importância ; como um adminiculo para esclarecer a questão,
acautelemos tudo que possa ferir os seus direi- ou ao menos como um motivo que me livre de
tos. matar aspirações justas. E', pois, preciso ser taxado de importuno, para pedir a S. Ex.
que o nobre ministro me dê alguns esclareci- que nos esclareça sobre estes pontos importantes,
mentos a este respeito, que diga nos se pre- orientando assim o voto do senado em objecto de
tende no caso de concluir-se a guerra continuar tanta magnitude.
a fazer uso de semelhante autorisaçâo, que só Espero estas informações do nobre ministro,
foi pedida e aceita em vista das circúmstancias e taes sejam ellas, que êu preste de bom grado
excepeionaes da mesma guerra; desejo saber se o meu voto á proposta que se discute, porque
o nobre ministro está disposto a limitar-se no quero, já urna vez o disse, que o ministério entre
uso desta rutoriaação ao que fôr absolutamente no regimem da legalidade, que vá amortecendo,
indispensável, attentos os direitos adquiridos, e até que de todo se extinga, essa paixão entran-
as conveniências do serviço. havel que nutre pelo regimem da dictadura, que
• E'de crer que a guerra esteja a tocar a seu ter- considero fatal ás instituições livres.
mo, ao menos pelo que acabo de ler em uma c-ir- O Si*, liarão de Híuritílm (múiísíro da,
respondencia que me parece offlcial, publicada, guerra)-." Sr. presidente, o nobre senador que
creio que hontem, no Jornal do Commercio, pois, acaba de sentar-se censurou-me por não ter
diz o seu aut-r que tem razões, que não pôde aceitado uma discussão ampla sobre oart. 1°,
confiar á redacção daquelle jornal, para acreditar que ficou encerrada, artigo que comprehendia
que com a retirada do general Mac-Mahon, mi- muitas disposições, ou antes todas as diposições
nistro dos Estados Unidos da America do Norte da lei n. 1-1G1,"que rege o anno financeiro pre-
a guerra se acabará; e, para dar mais peso a esta sente, quanto ás forças ordinárias e extraordi-
revelação, diz o autor da correspondência que as nárias. Não tendo êido chamado á discussão,
roticiãs sobre a guerra, que não se achavam con- parece-me que não era obrigado a discutir esse
tidas naquella carta, são despidas de autheotici- art. 1"; a censura, portanto, não pôde caber-me.
dade, porquanto o que elle noticiava lhe chega- Se eu tivesse de ser interpellado sobre cada uma
ra do quartel-general de Sua AlUza, comman- das disposições que se conteem nessa synthese
dante em chefe do exercito brasileiro. do art lo, êu havia de exprirair-me com toda a
O Sa. F. Octaviano: E r.ada se conta ao par- frBnqueza e lealdade que devo ao senado e ao
lamento. .. nobre senador, se fosso elle quem provocasse
O Sa. Paranaguá:—Em falta de dados e in- esta discussão, como vou agora fazel-o áceroa
formações do nobre ministro da guerra não estra- das interpellações qui S. Ex. dignou-se dirigir-
nhará'S Ex. que me socorra a uma correspon- me.
dência que tem todos os visos de offlcial, e então As informações relativas ao art. 2° § Io eu as
estando a guerra á chegar ao seu termo, desejara darei com o proprio relatório do nobre ex-mi-
saber se porventura, o nobre ministro pretende nistro, apresentado ás camaras o anno passado.
prolongar o uso desta autorisaçâo. São suas mesmas opiniões que esposo...
Não sei se será permittido neste momento pe- O Sr. Paeanagua'Isto me honra muito.
dir ao nobre ministro algumas informações acer-
ca do que acabo de ler em uma correspondência O Sr- ministro da guerra ; — ... acerca da
de Buqaos-Ayres, publicada hoje na folha semi- conveniência da medida que S. Ex. pediu, dis-
official, a respeito de certos contratos feitos pelo cutiu, e afinal approvou na outra eamara em
nobre ministro dos negócios estrangeiros. Nessa tres discussões, e nesta camara era primeira dis-
correspondência se faz algumas censuras ao ple- cussão, não com parcimônia, como que a medo,
nipotenciario brasileiro; se diz que a sua boa fé segundo disse o nobre senador a quem me re-
tem sido illaquesda nos contratos celebrados firo, mas com uma extensão de vistas, com uma
com ex banqueiros, com doutores e com outros expansão em seus discursos, que realmente não
homens de lettras que, emboranão sendo os mais sç podiadesejar discussão mais ampla e satisfac-
habilitados, desejam pagar-se bem dos serviços toria. Trago aqui os Annaes em que vêm repro-
que prestam. Nessa correspondência faz-se men- duzidos os eloqüentes discursos do nobre sena.-
ção expressa de um contrat j celebrado com o ir- dor, quando defendia a lei em geral, em primeira
mão do redaetor de uma folha importante rela discussão, e conseguintemente os artigos a que
cionado em parentesco com pessoas altamente ainda agora me referi.
collocadas naquelle Estado. Tudo isto são negó- Quanto á primeira autorisaçâo, a respeito da
cios de summa gravidade para nós e para esse admissão no quadro do exercito de offlciaes de
alto funccionario, que tendo assento nos con- voluntários no primeiro posto, disposição que é
selhos da Corôa, ora desempenha uma missão um favor innocente o pôde ser de grande utili-
impcrtuntissima nos Estados do Prata. dade para o exercito, eu reproduzirei as pró-
Dando-se-lhes publicidade na folha simi-offl- prias palavras do nobre ex-ministro da guerra no
cial, sem uma explicação conveniente, não nos seu já citado relatório.
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869 167

« Uma medida (disse S. Es.) uma medida de transferencia? Reconheço com o nobre senador
toda a equidade convém adoptar se. Muitos vo- que a transferencia pódê prejudicar ás vezes di-
luntarios da patria, recommendados por serviços reitos adquiridos daquelles que teem os mesmos
relevantes prestados na actuai campanha, cujos postos e que são mais modernos que elles, relati-
riscos esatrificios experimentaram em troca do vamente; mas parece-me que esta pequena diffl-
bem estar e oommodidade que gozavam, desejam culdade deve ser posta de lado, desde que se an-
ser transferidos para os corpos de linha; sujei- t lhar o maior interesse publico, a melhor orga-
tos a todos os ônus, aos dictames rigorosos da nisacão do exercito, conforme a prescripção dada
disciplina militar, é justo que em compensação pela autorisação que se pede.
venham também fruir certas vantagem e favo- Eu reconheço, Sr. presidente, que a medida
res, Peço por tanto que autoriseis o governo que se contém no artigo que se discute é uma
para admittir no primeiro posto de offlcial as medida de pura confiança, que se senão attender
praças dos corpos de voluntários da patria que ás verdadeiras condições em que os officiaes de-
o queiram. » vem ser mudados de uma para outra arma, as
Que melhores razões poderia eu apresentar do injustiças pjdem ser grandes; mas eu não posso
que estas tão bem expostas pelo nobre ex-minis- suppor que haja governo algum, que neste caso
tro no seu dito relatório? nao olhe principalmente para a melhor e mais
A'cerca da outra parte do artigo, da transfe- conveniente organisaçào do exercito, em vez de
rencia de uns para outros corpos, tanto nas attender a interesses particulares, ou cevar odios
armas espeeiaes, como nas outras armas, S. Ex. que se não devem admictir. [Apoiados).
também com mais procedência, se é possível, Mas, reconhecendo que esta medida tem até
pediu estanutorisação ao corpo legislativo, pela certo ponto este caracter, eu aproveito no em-
seguinte maneira:'—« Uma outra medida de tanto, a occasiãopara recordar ao nobre senador
vantagem, aconselhada pela justa apreciação que se assenta á minha esquerda, e que presente-
dos serviços relevantes no theatro das opera- mente não vejo na casa, que a lei do fixação de
ções, é a transferencia dos odiciaes do exercito forças de terra e de mar não é uma lei de con-
de umas para outras armas, quaesquer que se- fiança, não porque o diga esteouaquclle legista,
jam seus postos, conforme as aptidões por elles não porque o dígaeu, mas porque o diz a própria
patenteadas na actuil guerra. Provisoriamente constituição. No seu art. U6 diz ella expressa-
no serviço da campanha, tendo o nosso general mente ;—« emquanto a assembléa geral não de-
em chefe com muita proflcuidade determinado signar a força militar permanente de terra e mar,
estas transferencias, podereis autorisar o go- subsistirá a que então houver, até que pela mes-
verno a fazel-as emquanto durar a guerra, e ma assembléa seja alterada para mais ou para
mesmo terminada ella, por um praso nunca ex- menos. »— Como, pois, pôde ser de confiança
cedente a seis mezes. » uma semelhante lei? O que se pôde é dar mais
Está, pois, justificada a medida pelo nobre se- ou menos, mas negal-a, não. O nobre senador
nador, no trecho a que me retiro. Creio que para dizia que era possival negal-a inteiramente ; é
isso" não preciso examinar se as circumstaneias uma proposição que não pôde ser sustentada por
mudaram ou não neste caso, porque os officiaes maneira nenhuma, e creio que com cfíeito S. Ex.
que existiam no tempo do nobre ex-ministro, e esteve em flagrante contradicçãocom outro nobre
as aptidões que então foram demonstradas, são senador, a quem me tenho referido, porque este
as mesmas de hoje com pouca differença, á ex- dizia que havia de dar ao governo os meios ne-
cessaiios para que e!le vivesse, ainda que não
cepção daquelles que ou falleceram ou ficaram fosse um governo de sua confiança emquanto o
inhabilitados. Dessas aptidões é que trata a au-
torisação que se discute, e que foi pedida pelo nobre senador por Goyaz dizia cousa muito di-
honrado ex ministro. versa, senão diametralmente contraria.
q Ex quer saber se eu por ventura usarei Sr. presidente, o artigo que está em discussão
com prudência desta medida, attendendo aos pe- justiflea-se por si mesmo, justifica-se pelas in-
didos que forem feit.s pelos officiaes dessas formações dadas pelo honrado ex-ministro da
guerra. Agora cumpre-me sómente responder,
armas, ou se, ex proprio Marte, farei as transfe- ou antes fazer uma pequena observação ácerca
rencias nas condições da lei. Responderem S Ex. da ultima parte do discurso do nobre senador
que não poderei deixar de attender aos pedidos, quanto á accusação feita ao meu nobre collega,
ripado nua elles se ajustarem com as condiçoe» o Sr. ministro dos negócios estrangeiros, que se
da mas isto não me inhibirá de transferir acha em missão especial no Rio da Prata, relati-
alguns que teem demonstrado sua aptidao, ainda vamente a fornecimentos.
Srs., esta questão de fornecimentos éum opti-
iSo mesmo^que ^opunhanq5 sTrelatorio mo terreno para especulações, não é no Rio da
Prata, mas em qualquer outro paiz, aqui mesmo
no Rio de Janeiro : aquelles que pretendem to-
mar a si o fornecimento, descobrem sempre mil
tnrd^èxc ell e nt e ífco m m a mlan t es de bata Ihão d e prevaricações nos outros; propalam sempre que
infantaria, que na cavallaria nao podem prestar só elles poderiam fazer melhor e mais barato ;
os mesmos serviços que nesta ult!m* t™ion.ar a mas, quando se trata de pôr em execução o que
prestando; porque razão não poderá te c
168 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

propoem, procuram logo ganhar mais e enganar nador, ministro da guerra, que acaba de sentar-
o mais que podem. E'por ora o que posso dizer se, não com prehendeu a proposição do meu nobre
a este respeito. O nobre senador n5o tem infor-_ amigo o Sr. Paranaguá. S. Ex". não lançou em
mações exactas, não exhibiu senão algumas pa-' rosto ao nobre ministro insinuação alguma.
lavras arriscadas por um correspondente do Rio O Sr. Paranaoua' Apoiado.
da Prata, que não tem authentieidade alguma ;
se ao menos indicasse alguns factos.... O Sr Zacarias-—.. . apenas recordou que
uma folha do peito do governo, uma folha go-
O Sr. Zacarias Indicou, sim ; a compra de vernista, na sua correspondência, publicada hoje,
cavallos que nada valiam, e a de uma loco- do Rio da Prata, articulou em primeiro logarque
motiva. o Sr. ministro dosnegocios estrangeiros, quealli
O Sr. ministro da guerra ; — O nobre sena- se tem oceupado em larga escala de contratos,
dor falia de cavallos comprados no Rio da comprou para uso do Sr conde d'Eu 4 cavallôs
Prata.... sem prestimo. por um preço exorbitante; arti-
O Sr. Zacarias : — De quatro cavallos para o culou em segundo logaf a compra de uma loco-
príncipe, que nada valiam, e de uma locomotiva motiva por 24,000 pesos, a qual não vale nem
por 24,000 patacSes quando não valia nem me- metade.
tade. O Sr. ministro da guerra :—Isto diz o corres-
pondente ...
O Sr. ministro da guerra : — Não litssa cor-
respondência, não sei em que jornal foi ella pu- O Sr. Zacarias Diz o correspondente, Sr.
blicada ministro, do Diário, que é o orgão semi-oípcial
do governo.
O Sr. Zacarias ; — No Diário do Rio. O Sr. ministro da guerra:—Eu não li essa
O Sr. ministro da guerra ; — não tenho correspondência.
conhecimento da correspendencia, não posso por O Sr. Zacarias;—Com certeza durante a ad-
conseqüência responder-lhe. O que e certo é que ministração passada, e durante todas as admi-
accusaeões feitas nos jornaes ou nas correspon- nistrações, semelhantes arguiçõessefízem como
dências* partem sempre de interessados ; existe diz o nobre ministro da guerra.
agora o que existia no tempo do honrado ex- Mas note V. Ex. que no caso presente é o jor-
ministro ; se eu quizesse exeavar as accusações nal semi-offlcial do governo aquelle onde,
dessa época, também teria muito que lançar em ainda hoje, ura ministro da Igreja brasileira as-
rosto ao nobre ex-ministro segura que o partido conservador ha de realisar
O Sr. Paranaguá :—Não lancei em rosto cousa o seu programma, ha de realisar todas as refor-
alguma a "V. Ex. mas de que o paiz carece, com aquella moderação
O Sr. ministro da guerra ; — ou aos e cordura que são característicos do partido con-
seus agentes; também teria muito que dizer a servador. .. é esse jornal que hoje mesmo nos
respeito de fornecimentos feitos por preço altíssi- diz, Sr. presidente, que quatro cavallos de yalor
mo. quando outros diziam que os podfam fazer nullo foram comprados por alto preço pelo nosso
diplomata-ministro para o conde d'Eu, qua
muito mais barato.
O que é certo também, Sr. presidente, é que a uma locomotiva foi comprada por um preço ex-
nossa maneira de fornecer o exercito não pôde orbitante.
ser outra senão aquella que existe, porque não • O Sr. ministro da guerra dá um aparte.
tínhamos nenhuma organisaçâo deste serviço O Sr Zacarias : — Não desdenhe o nobre se-
quando principiou a guerra, que cada diajulga- nador da citação. Se um jornal da opposição,
vamos seria concluída no seguinte, de maneira como eram aquellesque nos accusaram, e a que
que nunca tratámos de estabelecer as necessá- todavia nós davamos immediata resposta, dis-
rias repartições que podessem curar exclusiva- sesse isto, bem ; mas o jornal de que se trata,
mente do fornecimento do exercito E agora di- se não éo orgão s^mi offlcial do governo, aponte
rei mais que nem sei mesmo se o poderíamos fa- o nobre ministro qual é o orgão que elle tem, a
zer desde que no paiz não tínhamos cuidado não ser o Diário Ofílcial e os celebres communi-
deste importantíssimo ramo do serviço de guer- cados do/ornai do Ci.mnureto, tão censurados á
ra. Peço ao nobre senador portanto°que retire administração passada e agora imitados por as-
os seus"reparos, as suas insinuações.... sim dizer a medo e sem a mínima efficacia sobre
O Sr. Paranaguá;—Não faço insinuações. o espirito publico. O Diário do Rio hoje disse ;
« O Sr. Paranhos, desviando-se de sua tarefa....
O Sr. ministro da guerra:—... os seus escrú-
pulos, ou os reserve para quando appareeerem é oOcorrespondente.
Sr. ministro da guerra : — Não é o Diário;
accusações que tenham algum fundamento, que
tenham base ou provas; então procurarei vêr se ' O Sr. Zacarias : — Córte o Diário o que lhe
destruo estas bases, estas provas; actualmente não fizer conta. E' do correspondente ; mas com
são simples asserções que ainda não li e a que a sancçâo do Diário.
não posso responder. O Sr. Furtado : — Ficou sem protesto ; logo,
O Sr. Zacarias —Sr. presidente, o nobre se- assume a responsabilidade.
SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 18G8 169

O Sn. Zacarias:—Mas, Sr. presidente, o hon- O Sr. Zacarias:—E'a garantia da bolsa; é


rado senador cada vez me admira mais. No prin- que o governo não pôde metter a mão na bolsa
cipio da discussão, S. Ex., que devia ser o pri- do cidadão sem seu voto, sem sua determinação;
meiro a pedir o adiamento do assumpto até que é a votação do orçamento. O que digo do orça-
o senado tivesse o qosto de ler o seu relatório, mento, fiigo da lei'das forç is de terra ou de mar:
fez o contrario ; « Quero que se discuta já. que são necessárias e de confiaiiça.
se approve já » ; e o diz, levantando uma dou- Agora quanto á confiança ha isto a considerar.
trina nova (certamente ainda não a vi sustentada Ha umaespecie de confiança, que merece sempre
em nossas camaras): « A lei de forças não e o governo legal do paiz ê que um senador não
uma lei de confiança. » • pôde recusar-lhe ; é por úso, digo eu, que, em-
O Sn. ministro da guerra ••—De certo que não bo-a em opposição ao nobre senador, que. aliás,
é : iá está a constituição. está agora aproveitando os trabalhos, tão com-
batidos por S. Ex., dos seus antecessores sem
O Sr. Zacarias:— A lei de fo»ças não é uma lhe pôr emendas....
lei de confiança, porque,observa S. Es.,oart. Uti O Sr. ministro da guerra :—Por força.
dispõe: (lendo) « Emquanto a assembléa geral
não desiguar a força militar permanente de mar O Sr. Zacarias:—... apezar da opposição em
e terra, subsistirá a que então houver, até que que estou, hei de lhe.dar o meu voto, porque a
pela mesma assembléa seja alterada para mais opposição a que pertenço não é uma opposição
ou para menos. » Quando se promulgou a con- systematica ..
stituição alguma força havia .. O Sr. Paranaguá:—Apoiado.
O Sr. ministro da guerra :—Ah I O Sr. Zacarias:—.... não é uma opposição
O Sr. Zacarias Essa força devia subsistii sjstematica, repito.
até que a assembléa geral, no preenchimento O Sr. ministro da guerra :—Estimarei muito.
de sua missão fixasse definitivamente a força. O Sr Zacarias —Logo,tem o governo denossa
O Sr. ministro da guerra:—Y. Ex. explica parte quanta confiança baste para lhe dar a
assim ? força que as circutnstahcias do paiz exijam. Mas
O Sr. Zacarias ;—Além dessa interpretação (e êsta é uma espeeie de confiança a que, nem
obvia, que occorre ao espirito de qualquer, e"se todos somos obrigados) ha também uma con-
refere ú época em que se promulgou a constitui- fiança implícita que só os amigos polhicos do
ção, eu creio que a disposição do art. 146 da lei governo e seus adeptos lhe podem prestar. A
fundamental applica-se aos tempos posteriores, confiança no primeiro caso conquista-se demon-
entendendo-se, como regra ; que emquantp a strando se a necessidade da medida: no segundo
assembléa geral não resolve sobre a força que todo o esforço dogoverno è desnecessário, e é a
deve ser conservada no paiz, subsiste a que hou- hypothese em que se acham par : com o nobre
ver sido anteriormente estabelecida ; isto é uma nhnistro e seus collegas todos os membros da
medida de alta providencia. camara temporária, e boa parte dos membros
desta casa.
Mas, Sr. presidente, dahi não se segue que o Mas o nobre senador confundindo o senado
aoto da assembléa geral sobre a fixação da força com a sua camara amiga, quer que elle vote por
publica não sejaumacto de confiança. [Aiioiados.] sua proposta sem esclarecimentos, sem ao me-
« Mas, diz o nobre senador, não pôde deixar de nos ter a satisfação de lêr o seu relatório.
haver forças de terra, e porque é indispensável
segue-se que não é lei de confiança. » O Sr. ministro da guerra: —Dou as explica-
O Sr. ministro da gubrra :—Não é. Sempre ções que me pedem; agora mesmo mostrei.
assim foi. O Sr. Zacarias; — O nobre senador diz que
O Sr. Zacarias:—Perdoe-me o nobre sena- mostrou; mostrou o que*?
dor; a mesma necessidade que ha para a lei de O Sr. ministro da guerra:—Não deixarei de
fixação de forças ha para a lei do orçamento, a dar todas as informações que me forem pedidas.
lei das leis. (Apoiados.) O Sr. Zacarias: —O nobre senador responde
O Sr. ministro da guerra : — Isto é outro sem ter coroprehendido bem o que se perguntou.
caso. E tanto é assim que, levantando-se, procurou
mostrar que os §§ em discussão baseavam-se em
O Sr. Zacarias:—Não é outro caso. trechos do relatório do ministério da guerra.
O Sr. Furtado ;—Se não fosse lei necessária Mas o meu collega e amigo, o Sr. Paranaguá,
não se faria lei de confiança. não disse o contrario; se dissesse estava em con-
O Sn. Zacarias :-E comtudo, Sr, presidente, tradicção porque com a sua influencia passou
na camara temporária esta proposta.
ninguém ainda deixou de dizer que a lei de
orçamento é uma lei de confiança. No paiz clás- O Sr. ministro da guerra:—Eu disse que
sico nestas matérias, na Inglaterra, qual é a aceitava as mesmas razões.
garantia que resume todas as garantias*? O Sr. Zacarias :—Disse que aceitava as mes-
O Sr. ministro da guerra E' o dinheiro. mas razões do seu antecessor; mas não era isso
170 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

bastante. Devia declarar as razões pelas quaes se encaminhava ás cordilheiras sem o m inimo
não queria moditicação na proposta apezar de recurso. Tendo, porém, entrado no porto da Ba-
ter sido apieseatada^o anno passado hia o paquete do Sul e dado a noticia da ida
Mas não as deu ; e levou o excesso de falta ds para o Paraguay do Sr. conde d'Eu, rccrescen-
deferencia a ponto de negar o adiamento por 24 tou o relatório; «a guerra entrou em nova phase;
horas, até que o seu relatório fosse lido. e, mudada a phase da guerra, tenhamos muita
O Sr. ministro da guerra:—O senado foi vigilância; porque, dado qualquer descuido, Lo-
que negou, não fui eu. pez pode desfechar golpes certeiros sobre nossas
forças e fazer mallograr-se deste modo todo o
O Sr. Zacarias ;—Perdão. Se V. Ex. adhe- resultado brilhante de Itororó, Avahy, e Lomas
risse ao adiamento, elle tinha passado; porque Valentiuas. »
da parte dos adversários, não appareceria, quanto Então o dictador Lopez, segundo o bem infor-,
mais da parte dos amigos do governo disposição mado presidonie, que na verdade obedece mais
de fazel-o discutir quando o nobre ministro a.os preceitos constitucionaes do que o nobre
dissesse que não queria discutir. ministro da guerra, está ainda em circumstan-
O Sr. A. e Albuquerque Não houve vo- cias de nos inspirar cuidados; porque uma
tação. guerra que acabou, mas que pode renascer ; uma
guerra cujos louros podem murchar repentina-
O Sr. Zacarias: —Não houve votação, mas o mente com uma operação atrevida e bem combi-
nobre ministro não adheriu á sensata reclamação nada da parte de Lopez, não attingiuo apogeu
do meuillustre collega; isto é novo no paiz. da gloria que os documentos offioiaes do ex-com-
As medidas a que tenho adudido, Sr. presi- dante das forças brasileiras inculeam que houve.
dente, de grande confiança que entendem em Na opiuião da cabeça mais guerreira do Impé-
grande parte com direitos adquiridos, e por isso rio, a guerra terminou ; terminou não só a gran-
mesmo muito odiosos, foram lembrados pelo mi- de guerra, como a pequena guerra ; terminou a
nistério p- ssado quando ainda as circumstan- guerra de batalhas campaes e a pequerna guer-
cias eram criticas, quando a phase da guerra era ra de recursos; porque tão miseranda era a con-
assustadora
Mas já que, não o nobre ministro, porém o dição recurso
de Lopez que não lhe restava ao menos o
extremo; mm salus víclU nullam sperare
nobre senador do Império e actusl presidente da
Bahia, nos disso qu * entramos em uma nova salulem — era um misero arrisc-do a cahir em
phase, esta mudança confessada das circura- mãos adversárias, por impossibilidade de fugir.
Disse ao seu governo que Lopez fugitivo, tinha
stancias da guerra, Sr. presidente, exigia uma apenas levado com-igo, ao partir de Lomas Va-
demonstração de como,mudadas as eircumstan- lentinaa, 90 homens, os quaei ficaram reduzidos
cias, as mencionadas providencias ainda eram 20; houve no quartel general do nosso general
reclama ias. O nobre ministro, porém, esqui- aquem contasse cabeça por cabeça a perda de 70
vou-se ao debate. Entretanto, esteja S.Ex. certo, homens; e esse contador que assim falia com
havemos de discuti - em face de documentos ir- tamanlia segurança do numero dos companhei-
refragaveis o estado da guerra actualmeate c as ros di fugida de Lopez,só não pôde agarral-os..
circumstancias da guerra, depois que o nobre que lastima 1
commandante de t idas as forças brasileiras
abandonou o seu posto. Em pouco tempo, porém, os documentos offi-
ciaes foram dando a Lopez maior numero de sol-
, O Sr. ministro da guerra:—Estimarei muito. dados : em pouco tempo, não o Diário do It iods
O Sr. Zacarias ; — Havemos de obrigar ao Jancro, mas o Diário Offiàal do nobre ministro,
nobre ministro da guerra a expender aqui todo dizia-nos que Lopez tinha á margem de um rio
o seu pensamento. 2,oo) homens, em outro logar 1,000. além de
O Sr. ministro da guerra.- —Sim, senhor. 9 000 que formavam o grosso do seu exercito.
Pergunto agora a V. Ex.: se Lopez tem 10 a
O Sr. Zacarias ; — Mas por ora aprovei- 12,000 homens, não poderá dar batalhas cam-
temos as confissões do nobre presidente da paes 1
Bahia ; que a guerra mudou de phase. E como
foi o nobre presidente da Bahia quem nos deu Grande inépcia e o pouco conceito com que
alguns esclarecimentos, S. Ex ha de permittir Lopez tem sido tratado, e granic erro da parte
que, com respeito á mudança das circumstan- do general que tomou o pulso do presidente do
cias, eu me refiro, não ao relatório da guerra, Paraguay,dizer-nos que o dictador não tinha mais
porque S. Ex. he.m vê que não podia consultal-o, recurso algum, quando sabia que toda a repu-
tendo sido distribuído depois que começou o de- blica lhe obedecia e estava com elle nas monta-
bate, mas ao relatório com que o nobre presidente nhas. A experiência de dous annos devia ter
da Bahia passou a administração ao vice-presi- convencido ao general de que Lopez fugitivo,
dente. levando comsigo toda a republica para as cordi-
Ahi, Sr. presidente, se disse a principio que a lheiras, não queria abandonar o seu paiz.
guerra estava acabada; que os dias gloriosos de O Sr. ministro da guerra; — O anno passado
Itororó, Avahy e LomasValentinas tinham posto o nobre senador não chamou inépcia essa e ou-
por terra o dictador Lopez, que, misero profugo, tras cousas.
SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1860 171

O Sr. Zacarias ; — Estou tmalysando um fa- foi violenta e violentos os seus effeitos) os minis-
cto recente, a declaração feita ao Império e ao tros da nova situação devem em primeiro logar
mundo em 14 de Janeiro de que a guerra estava dirigir-se ao paiz, na camara temporária, forti-
acabada, e que a Lopez não restava nem a guerra ficar-se alli com o seu apoio e depois vir ao sena-
de recursos, porque absolutamente não os tinha; do, que é um corpo neutro,para ouvir da opposi-
entretanto que agora incute Lopez ao presi- ção ,a que pertenço) cordatas advertências o de
dente da Bahia o receio de inutilisar todas as seus amigos hosannas incessantes e perennes.
nossas victorias com um assalto bom dado. Tendo dado a hora ficou a discussão adiada.
O Sr. Furtado : — Até por descuido nosso... doOcorrente.
Sr. presidente de i a ordem do dia para24
O Sr. Zacarias : — Bem vê Y Ex. que neste Votação sobre o Io artigo do projecto de fixa-
ponto partilha inteiramente a opinião do nobre ção de forças de terra, cuja discussão ficou en-
presidente da Bahia ; o qual pensa que todos os cerrada;
louros podem murchar; que os títulos confe- As matérias designadas anteriormente e mais ;
ridos podem ter uma significação puramente no- Ia discussão da preposição da camara dos de-
minal na historia, e que não podemos ter nos- putados, determinando que os exames de pre-
sos corações tranquillos emquanto não expel- irios, feitos nas faculdades de direito do
lirraos Lopez do Paraguay. . io, sejam aceitos nas de medicina, ou na
Ora, so é esse o meu pensamento, vè o senado escola central, e vice versa, com o parecer da
que não negarei ao nobre ministro, já não digo mesa n 181.
40 ou CO,000 homens, mais recursos, se o Império Levantou-se a sessão ás 3 horas da tarde.
os poder dar. Exijo, porém, como condição si ne
qua non, suas declarações a respeito do estado
da guerra. O que not"o é que, sendo as duas
questões da actualidade a financeira eda guerra, 2a sessão
e mais a da guerra do que a das finanças, porque
emflm, emquanto a guerra não tiver uma solu- EM 24 DE MAIO DE 1869
ção, nossa dignidade de nação está em perigo, o PRESIDÊNCIA do sk. visconde deabaetk
nobre ministro, orgão de urn partido que fallava
no prompto acabamento da guerra, agora que Summario.— Expediente. — Officios do mi-
tem a faca e o queijo na mão, agora que tem as nistro do Império e do i0 secretario da camara
redeas do governo, não procure dizer á nação dos deputados.—Leitura dos pareceres da oom-
qual é seu pensamento. missão de constituição, e da mesa ns. 182, 183,
O Sr. min stro da guerra Eu já disse hoje 181,185,183,18T, 188, 189 e 190.—Apresentação
mesmo, qual era a força de que havia necessi- de dous projectos do Sr. senador Dantas sobre
dade para acabar a guerra. a guarda nacional, e sobre inhumação e exhu-
mação dos cadáveres nos cemitérios.— Ordem
O Sr. Zacarias O que vejo é que o nobre do dia.—Approvação do art. l0do projecto que
ministro e seus amigos, que, quando naopposi- fixa as forças de terra para o anno de 1869 a
ção, atacaram a declaração de guerra e a direcoãu 1870 —Declaração do Sr. senador Octaviano.
delia, hnje vão more pecudum pelos traços de seus — Discussão do art. 1° additivo com os §§ 1° e
adversários. Tanta honra eu não quizera para o 2°.—Discursos dos Sps. senadores Paranaguá,
ministério de 3 de Agosto, apezar de pensar ministro da guerra o Silveira da Motta.
como o nobre ministro da marinha que aqui
declarou que zelava mais a dignidade áo senado A's 11 horas da manhã fez-se a chamada, e
do que a dignidade do ministério 1 acharam-se presentes trinta Srs. senadores, a sa-
Nas retuaes circumstancias, não só o nobre ber : visconde de Abaeté, Almeida e Albuquer-
ministro como todos os seus collegasteem rigo- que, Jobim, Dias Vieira, Pompeu, visconde de
rosa obrigação de dizer em face da nação o que
ha de essencial sobre o estado do thesouro e da Sapucahy,Dantas, Chicborro, visconde de Jequi-
guerra, o que pensam principalmente sobre a tinhonha, visconde de Suassuna, Diniz, Dias de
guerra, qual é a extensão dos sacrifícios que Carvalho,
barão de S
Fernandes Torres, Teixeira de Souza,
Lourenço, Fonseca, Mafra, barão do
exigem do paiz. Bom Retiro, barão das Tres Barras, Zacarias,
O Sr. ministro da guerra;—Se ha de explicar barão do Rio-Grande, Furtado, Paranaguá, Car-
tudo isso muito bem. neiro de ^ampos, Mendes dos Santos, barão de
O Sr Zacarias Mas a votação do senado Pirapama, barão de Itaúna, Firmmo, Ottoni e
presuppõe essas declarações. barão de Cotegipe.
Compareceram depois da chamada os Srs.
O S;i. MINISTRO DA GUERRA Não fomos UÓS barão deMuritiba, visconda de Itaborahy, Octa-
que gastamos assim. viano, Souza Franco, Sinimbú, marquez de Olin-
O Sr. Zacarias.—Deixo de proposito sem res- da, Silveira da Motta e Nabuco.
posta o aparte Deixaram de comparecer com causa partici-
Depois de uma legislatura terminada violenta- pada os Srs. Nunes Gonçalves, duque de Caxias,
mente (digo violentamente, porque a dissolução Paula Pessoa e Paranhos.
172 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

Deixaram de comparecer sem causa partici- 2 o A designação das faculdadés ou escolas de


pada os Srs tiaao de Aironina , barão de Ma- instrucção superior, bem como os annos dos res-
roim, conde da Boa-Yista, Souza Queiroz e vis- pectivos cursos, em que se autorisa a matricula.
conde de S. Vicente. 3.° A natureza das dispensas autorisadas.
O Sr. presidente abriu a sessão. 4," Os documentos, que acompanham a propo-
sição.
O Sr. 1° secretario deu conta do seguinte: 5.o O numero de estudantes que a proposição
EXPEDIENTE. comprehende.
Além deste quadro acha-se também annexo
Dous offlcios de 22 do corrente do ministro do sobre n. 2 um Índice por ordem alphabetica dos
Império, em additamento ao de 13, remeltendo estudantes contemplados na proposição, decla-
as autbenticas das eleiçOes primarias para elei- rando-se em frente do nome de cada um a facul-
tores especiaes das parocbias do Rio Bonito e da dade ou escola, bem como o anno, em que se
Boa Esperança, 2° districto, e de Santo Antonio autorisa a matricula.
de Sá do 3o districto, e das parocbias de Iguassú, II.
Palmeiras e Marapicú, do município de Iguassú,
da província do Rio de Janeiro —A' commissão Reflexões da mesa sobre a matéria, enunciadas
de constituição. em o relatório de 1867
Dito de igual datado l" secretario da camara
dos deputados, participando que a mesma cama-
ra adoptara a emenda feita pelo senado á propo-
sição da dita camara, concedendo ao Dr. Anto- Antes de informar sobre a proposição, de que
nio Pereira" Pinto um auxilio pecuniário para se trata, a mesa pede licenca para reproduzir as
publicação de sua obra Historia dos Tratados do idéas, que sustentou no § ÍX do parecer ou re-
Brasil e que a vae fazer subir á sancção imperial. latório n. 133 de 27 de Abril de 1869.
—Inteirado. Neste relatório procurou a mesa demonstrar a
necessidade de pôr se um termo a pretenções,
O Sr. secretario leu os seguintes: que não assentando evidentemente no principio
de utilidade publica, em que as leis devem ins-
Parecer da mesa n. deS4 de pirar-se, podem trazer damno á instrucção pu-
liai» de 1S69. blica, descrédito ás leis, que regulara este ser-
viço aliás da maior importância, e perda de
Expõe a matéria de uma proposição da camara força moral ás autoridades, a que incumbe a sua
dos deputados datada de 23 de Junho de 18ti8, execução.
autorisando o governo governo para man- O que a mesa disse naquelle relatório foi:
dar matricular diversos estudantes nas facul- « Excessivo era já por certo o numero de dis-
dades e escolas de instrucção superior do Im- pensas, que a assembléa geral tinha concedido
pério com dispensa de exames preparatórios, no anno anterior de 1866; mas comparando este
e de outras condições legaes. numero com o das de 1867, força é reconhecer
I o augmento assustador, que apresenta o alga-
rismo do ultimo anno.
Objecto do parecer.—Uma proposição da camara « Com effeito, os quadros annexos sob. ns. 23
dos deputados sobre a matricula de 68 estu- o 24 demonstram que as dispensas concedidas
dantes com dispensa de exames preparatórios pela assembléa geral om 1866 foram ;
e outras condições legaes. — Quadro annexo
ao parecer com"diversas declarações.— Indico « Nas faculdades de direito 12
, alphabetico annexo ao parecer. « Nas faculdades de medicina 41
Total.... 53
Está sobre a mesa, afim de entrar na ordem « Differença para mais no anno de 1867.. 88
do dia, uma proposição datada de 23 de Junho
de 1868, que a camara dos Srs deputados enviou « Licito ó, á vista disto, admittir com alguma
ao senado na forma do artigo 57 da constituição probabilidade que o exemplo de 1866, bem como
O objecto da proposição é autorisar o governo o de annos anteriores, tem sido do mais perni-
para admittir a matricula nas faculdades e es- cioso eífeito.
colas de instrucção superior do Império diversos « Revestidos da falsa apparencia de preceden-
estudantes com dispensa de exames preparató- tes, esses exemplos affagaram esperanças que
rios, ou de outras condições legaes. aliás deviam combater-se em sua origeni, e aco-
O quadro annexo sob n. 1, que a mesa mandou roçoaram prètenções que contrariam os preceitos
organisar de conformidade com os precedentes geraes da legislação do Estado, estabelecidos em
estabelecidos, contém os seguintes esclareci- beneficio da instrucção publica.
mentos : « Não h •, lei, por mais j usta e previdente que
l." Os nomes dos estudantes incluídos na pro- seja, cuja dispensa não teiha silo solicitada
posição. pelo interesse individual.»
SESSÃO EU 24 DE MAIO DE 18G9 173
m. Exames que faltam, sem se declarar quaes
elles são ]q
ReflexOes da mesa sobre a proposição.—Nume- Para se aceitarem nas faculdades de m -
ro de estudantes comprehendidos na proposi- dicina exames preparatórios feitos nas de
ção.—Faculdades, em que se auctorisa a ma- direito e vice versa, alguns ha mais de qua-
trícula.—Naturesa das dispensas autorisadas. tro annos
Lapso de tempo depois de encerradas as
Pelo que diz respeito á proposição actualmen- matrículas 2
te sujeita ao exame, e deliberação do senado, Para se poderem matricular em um anno,
é obvio que o estudo e discussão "da matéria não fazendo antes do acto desse anno exame do
poderão deixar de suggerir naturalmente a esta anterior, ou de" matérias pertencentes ao
augusta camara muitas e muito serias consi- mesmo anno . ' 5
derações, que devem mantel-a no firme proposito De idade 4
de proteger ainstrucção publica psr meio da se-
vera execução.das respectivas leis e regulamen- Somma.... 68
tos, emquanto não forem alterados, ou re IV.
dos.
A mesa no desempenho do seu dever limitar- Observações especiaes sobre algumas das dispo-
se-ha ás breves observações, que se seguem: " sições autorisadas.
1.^0 numero de estudantes, a favor dos quaes
se autorisam dispensas, eleva-se a G8.
2." Destes 68 estudantes,38 não apresentam re- O quadro annexo sobn. 1 comprehende alguns
querimento, nem documento algum, que justifi estudantes, e algumas disposições, de que releva
que as dispensas autorisadas; seis apresen- fazer especial menção.
tam requerimento, mas sem documento algum, Declara a proposição no § 35 do art. 2° que o
que demonstre a verdade e justiça de suasallega- governo fica autorisado para mandar matricular
çõss; e 21teem requerimentos, e pretendem jus- no 2» anno medico da faculdade da Côrte, o alum-
tificar as suas allegações com os documentos, no do Io anno Virgílio Horacio de Oliveira, fa-
que juntam. zendo previamente o exame que lhe falta do
3.» Os estudantes em numero de 68, a que a Io anno.
proposição se refere, pertencem ás diversas fa- Na sessão legisladva de 1861 a camara dos
culdades e escolas do Império na seguinte dis- Sra. deputados enviou ao senado uma proposição
tribuição ; datada de 18 de Setembro daquelle anno, autori-
sando o governo para transferir do Io anno do
Faculdade de medicinada Côrte . . .24 curso pharmaceutico da Côrte, em que estava
Dita de dita da Bahia 13 matriculado, para o de medicina d mesmo estu-
Dita de direito de S Paulo 9 dante Virgílio Horacio de Oliveira, ficando obri-
Dita de dito do Recife. 15 gado, a não fazer exame de anatomia do mesmo
Ourso parmaeeutico da Côrte .... 2 anno, sem primeiro passar pelo de latim, ou pro-
Escola central 5 var que já o fizera.
Esta proposição ficou pendente de deliberação
Somma 68 do senado no fim da sessão legislativa de 1867,
4.' As dispensas, que a proposição autorisa como consta do quadro n. 20, annexo ao parecer
pelo modo, e com as condições nellâ declaradas, da mesa n. 133 de 27 de Abril de 1868. o
vem a ser as seguintes co"m relação a cada um Declara a proposição no § 39 do art. 2 que o
governo fica autorisado para admittir Theophilo
dos sessenta e oito estudantes: Benedieto de Vasconcellos, ouvinte do 2" anno
Latim 8 da Escola central, a matricula, ecm tempo com-
Philosophia 2 petente a exame das matérias, que lhe faltam do
Ehetorica 2 mesmo anno.
Arithmetica 1 Do requerimento do supplicante, e dos do-
Geometria 5 cumentos, com que pretende justificai-o, depre-
Francez 1 hende-se claramente que o supplicante repetiu
Inglez 4 em 1867 o segundo anno da escola, e nella foi
Geographia 1 pela segunda vez reprovado nas matérias da
Historia 1 La cadeira.
Latim e philosophia 1 Conforme o aviso do ministério da guerra
Latim e historia 1 n. 30 de 27 de Fevereiro de 1864, a terceira ma-
Geometria e algebra 1 tricula em um mesmo anno da escola central é
Historia e geographia 9 prohibida copio regra geral; mas a respectiva
Mathematicas e philosophia . . . . 1 congregação pôde autoriaal-a como excepção, se
Arithmetica, geometria e algebra . . . 1 os pretendentes mostrarem por documentos ir-
Geometria e algebra com revalidação de recusáveis terem incorrido em falta por moléstia
francez 1 grave, ou accidentes alheios á sua vontade.
174 SESSÃO EU 24 DE MAIO DE 1869

Não é de crér que o supplicante deixasse de O supplicante junta o titulo ou diploma de


recorrer em tempo á congregação, e menos ainda pharmaceutico passado pela faculdade de medi-
que esta o dísattendesse, seporventura estivesse cina da Bahia em 19 de Novembro de 1862, e cer-
o supplicante nas condiçõcsdo aviso. tidões de ter feito em 1858 os exames preparató-
O que se não podo negar é que os documentos, rios de latim, de philosophia, e de arithmetica,
que instruem a petição do supplicante á assem- geometria e algebra, devendo entender-se que
bléa geral, r.ada con*cluem em seu favor. fez também o de francez nntes de completar o
Declara a proposição no § 42 do mesmo artigo curso pharmaceutico, por ser um dos preparató-
que o governo íica autorisado para mandarad- rios que se exigem.
mittir a exame do 4o anno de medicina de qual- Assim que, quanto aos preparatórios, a dis-
quer das faculdades do Império sem prejuiso de pensa, cuja autorisação se solicita, terá o duplo
íempo Bernardo Teixeirade Carvalho Júnior, Joa- effeito de revalidar, contra o disposto na resolu-
quim Cardoso de Mello Reis e Antonio Cons- ção n. 1,212, de 4 de Julho de 1864, exames pre-
tantino do W.lle. paratórios feitos ha mais de 10 annos, e de per-
Estes tres estudantes pertencem ao numero nuittir contra o disposto no §1° do artigo 82 dos
daquelles que não teem requerimentos, nem do- estatutos que biixaram com o decreto n. 1,337
cumentos justificativos de suas pretenções. o na de 28 de Abril de 1854, a matricula no 3» anno
falta dellesnão está a mesa habilitada para bem medico sem os exames de inglez, e de historia e
comprehender a significação da clausula—sem geographia, que aliás devem preceder a ma-
prejuízo do tempo. tricula no l".
E' certo, porém, que do quadro n. 21 annexo Pelo que pertence ás matérias, que se ensinam
ao parecer da me=a n. 133 de 27 de Abril de nos l9 e 2', annos do curso medico e que os
18(58 consta, á respeito do estudante Ber- alumnos devem aprender, e saber para poderem
nardo Teixeira de Carvalho Junnior, que em exercer a sua nobre profissão com vantagem e
virtude do decreto n. 1,269 da 4 de Maio de 1866 interesse da humanidade, do quadro compara-
iicuo o governo autorisado para mandar matri- tivo annexo sob n. 3 vê-se que, matriculando-se
culal-o no 2o anno de qualquer faculdade do o supplicante no 3o anno da faculdade de medi-
Império sem prej uízo de tempo. cina som ter freqüentado os dous anteriores, a
Resulta também da tabella letra C. annexa dispensa solicitada comprshenderá as seguintes
ao parecer da mesa n 105 do Io de Agosto de matérias, a saber:
1867, e vê-se do parecer n. 107 de 7 do mesmo No 10 anno.
mez que o segundo dos pretendentes, Joaquim
Cardoso de Mello Reis, já naquelle anno de Phisica nas suas applicações á medicina.
1867 obtivera da assembléa geral uma resolução, Anatomia descriptiva (demonstrações anatô-
autorisando o governo para mandal-o fazer âcto micas.)
do 2° anno medico na faculdade de medicina da No 2o anno.
Bahia, depois de examinado em anatomia do
1» anno. Zoologia.
Esta resolução foi promulgada pelo decreto Phisiologia.
n. 1,426 de 28 de Agosto de 1867. Repetição de anatomia discriptiva, com dis-
Parece, pois, fora de duvida que se ambos -secções anatômicas.
estes estudantes teem seguido regularmente o Declara a proposição no § 53 do mesmo artigo,
curso medico, o primeiro estaria no anno de que o governo o fico autorisado para admittir á
1868, habilitado para fazer acto do 4° anno, e o matricula do 3 anno medico da faculdade da
regundo sómento poderia fazer acto do 3o. Bahia, Jeronymo Yaz de Carvalho, estudante do
E1 licito, pois, conjecturar que a autorisação 3o anno pharmaceutico da mesma faculdade,
'relativa aos ístudantes Bernardo Teixeira 'de ficando obrigado a fazer previamente exame de
Carvalho Júnior e Joaquim Cardoso de Mello anatomia e dos preparatórios.
Reis, bom como ao outro de nome Antonio Cons- O único documento que o supplicante junta
tantino do Valle, contida ou envolvida na clau- ao requerimento dirigido á assembléa geral,
consiste em uma certidão, pela qual mostra
sula—sem p-ejuizo do tempo—consiste na dis- ter-se matriculado no 3o anno do curso pharma-
pensa completa de freqaentarem ou ouvirem o
4" anno, eliminando se por este modo, para fa- ceutico da faculdade de medicina da Bahia, no
vorecel os e benefieial-os, um anno dos seis, que dia 6 de Março de 1863.
a lei obriga os alumnos a freqüentar para se Assim que, não é temeridade suppôr que, á
doutorarem. excepção do exame de francez, sem o qual não
deveria o supplicante ser admittido á matricula
Declare a proposição no § 51 do mesmo artigo do Io anno do curso pharmaceutico na formados
que o governo fica autorisado para mandar ma- respectivos estatutos, faltam-lhe todos os outros
tricular no 3° anno medico da Bahia a Maximiano exames preparatórios, que devem preceder á
dos Santos Marques, levando-se-lHe em conta os matricula do 1" anno medico, e muito mais a do
exames feitos na mesma escola, e obrigando-se a S», sendo-lhe era tudo o mais applicaveis por
fazer acto o dos preparatórios, que lhe faltam forca de maior razão as observações, que a mesa
antes do 3 anno. acalia de fazer acerca da pretenção de Maxi-
SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869 175

miano dos Santos Marques, aliás pharmaceutieo PARECER


approvado pela faculdade de medicina da Bahia. 0
l. Que a proposição deve entrar em discussão.
Y. 2.o Que o relatório da mesa deve ser impresso,
Observações sobre o modo como está|formu'ada e destribuido na fôrma do estilo afim de se tomar
a proposicSo. na consideração que merecer.
Paço do senado, em 24 de Maio de 1869.—Vis-
Releva ainda accrescentar ás observações, que conde de Abaelé, presidente.— Frederico de Almei-
se tem feito,algumas outras, que serefareramais da e Albuquerque, Io secretario.— José Martins
ao modo como a proposição se acha formulada, da Cruz Jobim.— João Pedro o
Dias Vieira.—Thomaz
ou redigida em quatro dos seus paragraphos, do Pompeu de Souza Brasil, 4 secretario
que a matéria de que ella trata, e que acaba de
analysar-se Parecer da met-ta ia. 183 de SI de Maio
Leudo-se os §§ 37 e 33 do art. 2o, reconhece-se de 1869.
desde logo que ambos conteem apenas uma parte Expõe a matéria de uma proposição da camara
exposiliva, que parece ser o extracto de requeri- dos de jutados datada de 30 de Junho de 1868,
mentos feitos á assembléa geral, omittindo-se nutorisando o governo para mandar matricu-
inteiramente a parte dispositiva, que aliás é es- lar diversos estudantes nas faculdades e esco-
sencial para imprimir nas deliberações da as- las de instrucção superior, com dispensa de
sembléa geral o caracter, e a força de actos exames preparatórios e de outras condições
legislativos. legaes.
A redacção do § 37 é a seguinte : I
« Paulino
o
de Oliveira e Smza matriculou-se
no I anno da faculdade de S. Paulo em 1862, Objccto do parecer.
cursou este anno, mas retirou se por incom-
modos do saúde ; perdeu o pae, e não pôde vol- Um t proposição da camara dos deputados sobre
tar para S. Paulo; quer agora matricular-se no dispensa de exames preparatórios.— Quadro
l" anno da faculdade de medicina da Côrte, e annexo ao parecer com diversas declarações.
requer sejam aceitos os exames, que fez para —índice alphabotico annexo ao parecer.
matricular-se na de direito, com a condição de
fazer o de algebra antes do acto. » Está sobre a mesa, atim de entrar na ordem
A proposição tem unicamente três artigos,
sendo o ultimo aquelle, que declara revogadas do dia. uma proposição datada de 30 de Junho
de 1868, que a camara dos deputados enviou ao
as disposições em contrario
O art. 2o contém cincoenta e dous para- senado, na forma do art. 57 da constituição.
graphos. O objecto da proposição é autorisar o governo
Yendo se entretanto que depois da numeração para mandar admiltir diversos estudantes nas
do § 42 se acham escriptas as palavras.—Artigo faculdades e escolas de instruceção superior do
único -, e depois da numeração do § 44 as pala- império com dispensas, que se referem a exames
vras.—Art. Io—, é manifesto o engano que houve preparatórios, ou a outras condições legaes O
na redacção, e a necessidade que ha de cor- quadro annexo sob. n. 1, que a mesa mandou
rigil-o. organisar de conformidade com os preesdentes
YI. estabelecidos, contém os seguintes esclareci-
Parecer da mesa, e seus fundamentos. mentos :
1." Os nomes dos estudantes incluidos na pro-
posição.
Como resumo, e conclusão das observações
que precedem, a mesa : 2.° A designação das faculdades ou escolas de
Considerando que a proposição foi approvada instrucção superior, bem como os annos dos res •
pela camara dos Srs. deputados, na sessão legis- pectivos cursos, em que se autorisa a matricula.
lativa de 1868, e o tempo depois disso decorrido 3.° A natureza das dispensas autorisadas.
pôde ter alterado as condições, que lhe deram 4.° Os documentos que acompanham a pro-
existência, e o flm que se propunha; posição.
Considerando entretanto que convém dar
5 ° O numero de estudantes que a proposição
prompta solução á proposição da camara dos comprehende.
Srs." deputados;
Considerando mais que, para deliberar com Além deste quadro, acha se também annexo
perfeito conhecimento de causa, pode o senado sob n. 2 um Índice por ordem alphabetica dos
julgsr sufficientes as informações prestadas, ou, estudantes contemplados na proposição, decla-
no caso contrario, pedir quaesquer outras, que rando-se em frente do nome da cada um a facul-
tenha como necessárias. dade ou escola, bem como o anno do curso, em
Oífevece o seguinte: que a matricula é autorisada.
21
176 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

li. A mesa no desempenho do seu dever limitar


Considerações da mesa, feitas em um relatório se-ha s
ás breves observações que se seguem :
de 1863. — Transcripção das palavras do rela- l O numero de estudantes, a favor dos quaes
tório de 183S. se autorisam as dispensas, eleva-se a vinte sete.
2 •' Destes vinte sete estudantes, vinte não teem
requerimento, nem documento algum, que jus-
Antes de informar sobre a proposição de que tifique as dispensas auterisadas ; dobs teem re-
se trata, a mesa pede licença para reproduzir as querimentos sem documentos que demonstrem
idéas que enunciou e sustentou no § IX do pare- a verdade e a justiça de suas allegações; quatro
cer, ou relatório n. 133 de 27 de Abril de 1868. teem requerimentos e documentos, e *a respeito de
O relatório ach-.-se no tomo V da respectiva um ha documentos sem requerimento.
collecção a pagina 3, enelle procurou a mesa 3.° Os estudantes em numero de 27, a que a
demonstrar a necessidade de pôr-se um termo a proposição se refere, pertencem ás diversas fa-
pretenções. que não assentando evidentemente culdades e escolas do Império, conforme a se-
no principio constitucional de utilidade publica, guinte distribuição:
em que as leis devem inspirar-se, podem trazer
damno á instrucção púbica, descrédito As leis Faculdade de medicina da Corte .... 13
Dita dita da Bahia 10
que regulam este' serviço aliás de maior impor- Dita
tância, e perda de força*mcral ás autoridades, a Dita de direito de S. Paulo
dita do Reeife .
2
1
que incumbe a sua execução. Curso pharmaceutico da Bahia .... 1
O que a mesa disse no seu relatório, foi:
«Excessivo era já por certo o numero de dis- Somma . . 27
pensas queaassembléa geral tinha concedido no d." As dispensas que a proposição autorisa,
anno anterior de 1866; mas, c-mparando este pelo modo e com as condições nellá declaradas,
numero como das de 1867, força é reconhecer o vem a ser as seguintes co"m relação a cada ura
augmento assustador que apresenta o algarismo dos 27 estudantes:
do ulitmo anno.
« Com etfeito. os quadros annexos sob ns. 23 e Philosophia l
24 demonstram que as despezas concedidas pela Geometria i
assembléa geral de 1866 foram : Inglez 1
Historia 1
Nas faculdades de direito 12 Latim e philosophia ........ 1
Nas faculdades de medicina 41 Latim e algebra 1
Arithmetica e geometria 1
Total. • • Sg Historia e geographia . . .... 2
Exames que faltam sem se designar quaes
Differençapara mais no anno de 1837. . . 88 ellcs são 7
« Licito é a vista disto admittir com alguma Para se aceitarem nas faculdades de medi-
probabilidade que o exemplo de 1836, bem como cina exames feitos nas de direito, e no se-
o de annos anteriores, tem sido do mais pernicio minário de Olinda .10
so eífeito. Para se fazer acto das matérias de um anno
« Eeveatidos da falsa apparencia de preceden- medico, depois de habilitado com o acto do
tes, esses exemplos afagaram esperanças, que anterior 1
ãliás deviam combater-se em sua origem, e aco-
roçoaram pretenções extravagantes, que contra- Somma ... 27
riam os preceitos ger?es da legislação do Estado
estabelecidos em beneficio da instrucção publica. IV.
«Nam ha lei, por mais justa e previdente que Observações especiaes sobre algumas das dis-
seja, cuja dispensa não tenha sido solicitada pensas autorisadas.
pelo interesse individual.
III.
Eeflexão da mesa sobre a proposição. O quadro annexo sob. n. 1 comprehende al-
guns estudantes, e algumas dispensas, de que
releva fazer especial menção.
Pelo que diz respeito á proposição actualmente Declara a proposição no § 11 do art. 1° que o
sujeita ao exame, e deliberação dõ senado éobvio governo fica autorisâdo para mandar admittir o
que o estudo, e discussão dá materianão poderão ouvinte do 1° anno da faculdade de medicina da
deixar de suggerir a esta augusta camara muitas, Bahia Hermenegildo Pereira de Almeida á ma-
e muito sérias considerações, que devem man tricula, e exame do mesmo anno sem prejuízo
tel-a no firme proposito de proteger a instrucção de tempo, devendo antes do acto mostrar-se ha-
publica por meio da severa execução das res- bilitado nos preparatórios que lhe faltam.
pectivas leis e regulamentos, em quanto não Pertencendo este estudante ao numero dos
forem alterados ou revogados. que não teem requerimento, nem juntam docu-
SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 18(59 177
o
meato algum, -vê-se a mesa na impossibilidade tico que não fazem parfe das cadeiras do I anno
de compreliender a significação, que teem n^ste do curso medico, a saber;
caso as palavras — sem prejuizo de tempo — e D cadeira, abotanica; 2a cadeira, chimica e mi-
bem assim na ignorância dos preparatórios, que neralogia; 3 cadeira, chimica orgânica:
lhe faltam, e que elle seria obrigado a estudar Por ouTros termos; a concessão de matricu-
cumulativamente com as matérias do Io anno lar-se no 3° anuo pharmaceutico eom os exames
medico. sómente das matérias do 1° anno medico, dis-
E' obvio porém que a accumulação de estudos pensa o estudante, de que se trata, não só da
âue a lei sabiamente manda separar, é por via freqüência, mas também de f zer acto de todss
e regra tão prejudicial á sciencia, como é a as matérias do 2° anno do curso pharmaceutico,
dos empregos ao serviço do Estado. que deixou de estudar no 1° anno medico, como
Declara a proposição no § 13 do mesmo artigo botanica e chimica orgânica, ou que seria obri-
que o governo fica autorisado para mandar gsdo a repetir, como chimica e mineralogia.
matricular a Vicente Ferreira Lustosade Lima Declara a proposição no § 21 do mesmo artigo
no Io anno do cu so jurídico do Recife, levando- que o governo fica autorisado para mandar
se-lhe em conta os exames feitos no seminário matricular no 3° anno medico da Côrte a Ray-
deOHnda, e obrigandò-o a fazer, antea do exame mundo Francisco de Yas -oncellos, alferes phar-
do anno, o dos preparatórios, que lhe faltam. maceutico do corpo de saúde do exercito contra
Também este estudante não tem requerimento, o Paraguay, e alumno do 2° anno de pharmacia,
nem junta documento algum, e a íjua pretenção, fazendo os exames que lhe faltam.
além do vicio radical de não ser definida, por Este estudante pertence também ao numero
não se declararem os exames preparatórios, que dos que não teem requerimento, n?m jantam
lhe faltam, é inteiramente contraria a lei, e bem documento algum.
assim acs precedentes na parte relativa á acei- Não sendo o supplieante, como estudante do
tação dos exames preparatórios feitos no semi- curso phirraaceutieo, obrigado para matricular-
nário de Olinda. se no L* anno do mesmo curso a outros exames
Afóra alguns precedentes da sessão legislativa preparatórios, além dos de francez e arithmeti-
de 1867, e de outras anteriores consta, dos pare- ca, e geometria na forma do § 2" do artigo 82 dos
ceres da mesa ns. 153 e 154, de 12 de Ju- estatutos de 28 de Abril de 1854, pôde presu-
nho, e do parecer n. 16Í5 de 6 de Julho, todos de mir-se que lhe faltam, para ser admittidoao
181)8, que na sessão desse anno deixou o senado curso medico, os exames do latim, inglez, his-
de dar o seu consentimento a três-proposições toria e geographiá, phik.sophia racional e moral
da camara dos Srs deputados, que conferiam e algebra.
igual autorisação ao governo. Como se uma tal falta de estudos preparató-
As matriculâs, que as duaso primeiras propo- rios fosse de pouca importância com relação ás
sições autorisavam.eram no I anno da faculdade habilitações scienti ficas, que devem ter aquelles,
de medicina da Côrte, uma do estudante Feli- que se propõem dedicar-se ao estudo, e exercí-
sardo de Assurapção Cavalleiro, aceitando se cio da medicina, vê-se ainda mais que0 a dispensa
para este fim os exames de preparatórios feitos se estende a todas as matérias do l e2°annos
no seminário episcopal de S. Paulo, e a-outra do do curso medico, que elle não estudou no l"
estudante Herculano César da Cunha, levan- anno do curso pharmaceutico
do se-lhe em conta os exames feitos no externato As matérias são as seguintes:
de S. João d'El-Rei.
A terceira proposição autorisava o governo Primeiro anno.
para mandar matricular em qualquer das facul
dades de direito, ou de medicina do Império a Phisica nas suas applicações á medicina.
João Pedro Honorato Corrêa de Miranda, consi- Anatomia descriptiva (cíemonstraçõee anatô-
derando-se validos os exames feitos no collegio micas).
Paraense. Segundo anno.
Declara a proposição no § 17 do mesmo artigo
que o governoo fica autorisado para mandar ma- Botanica e zoologia.
tricular no 3 anno pharmaceutico da faculdade Chimica orgânica.
da Bahia, depois de fazer os exames de chimica Phisiologia.
mineral e pharmacia pratica, e os outros exames Repetição de anatomia descriptiva com dissec-
de lei, o estudante do 2° anno medico Duarte de ções anatômicas.
Almeida Manezes Rocha. Se se admittir por hypothese que o alumno.
Pertence este estudante, como a mór-parte, ao de que se trata, concluiu o 2° anno do curso
numero dos que não teem requerimento, nem pharmaceutico, a dispensa será das seguintes
juntam documento rlgum. matérias ;
Admittindo que esse estudante esteja regular Primeiro anno.
mente matriculado no 2o anno da faculdade de
medicina com todos os exames preparatórios, Phisica nas suas applicações a medicina.
a dispensa que se autorisa é relativa ao exame Anatomia descriptiva (demonstrações rnato-
das matérias do 2" anno do curso pharmaceu- micas).
178 SESSÃO EM M DE MAIO DE 1869

Segundo anno. decorrido pôde ter alterado as condições que


Zoologia. lhe deram existência, e o fim que se proposera;
Phisiologia. Considerando, finalmente, que, para deliberar
Eepetição de anatomia descriptiva com dis- com perfeito conhecimento de causa, pôde o
seeções anatômicas. senado ter por sufflcientes as informações
Declara a proposição no § 23 do mesmo artigo prestadas, ou, no caso contrario, solicitar quaes-
que o governo fica autorisado para mandar quer outras que entender convenientes :
fazer exame doo 2o anno, depois de mostrar-se Offerece o seguinte
habilitado no I , o estudante da faculdade de PARECER.
medicina do Rio de Janeiro, bacharel Francisco
Caetano dos Santos. Ioo Que a proposição devo entrar em discussão.
Consti do requerimento, que se acha junto, 2 Que o presente relatório deve ser impresso,
que este estudante está matriculado no Ioo anno e distribuído na fôrma do estylo.
da faculdade de medicina, e freqüenta o 2 como Paço do senado em 24 de Maio da 1863.—Fis-
ouvinte. conde de Ahaeté, presidente —Frederico de Almei-
A illegalidade do pedido não precisa demon- da e Albuquerque, Io secretario.—Josd Martins da
stração, e a sua inconveniência é manifesta, Cruz Jobim.—João Pedro 0Dias Vieira. — Thomaz
vendo se o grande numero, e a diversidade de Pompeu de Souza Brasil, 4. -secretario.
matérias, que a lei distribue pelas diversas
cadeiras do Io e 2° annos do curso medico. P»i*ccer <lti mesa n. 1S41 <le 34 Maio
E' innegavel que entre nós a instrucção em de «»S9.
todos os seus grãos reclama ha muito tempo re- Expõe a matéria de quinze proposições da ca-
formas, que tornem o ensino mais livre, desem- mara dos Srs. deputados, autorisardu o governo
baracaudo-o de algumas pèas que o encadêam para mandar matricular diversos estudantes no
inutilmente. E' este o meio melhor e mais effl- Io anno da faculdade de medicina da Côrte, com
caz de proteger e desenvolver a instrucção pu dispensa de exames preparatórios ou de outras
blica. condições legaes.
Não "5de dissimular-se que é acto de justiça
attender á diversidade de talento e de applicação I.
dos alumnos. Quem estuda mais pôde e deve,
em igualdade de outras circumstancias, concluir Objecto do parecer. —Quinze proposições da ca-
cm menor espaço de tempo o curso que fre- mara dos deputados, autorisando matãeulas
qüentar. de estudantes. — Quadro annexo ao parecer
Para que pois a obrigação imposta aos alumnos c.m diversas declarações.—índice alphabetico
de caminharem, e de chegarem á méta ao mesmo , annexo ao parecer.
tempo, como se fossem soldados de fileira ? En-
tretanto, se neste ponto, como em outros, a
instruceão publica nos seus diversos gráos, deve Estão sobre a mesa, afim de entrarem na or-
ser meltorada, é certo, todavia, que as reformas dem do dia, quinze proposições, que a camara
devem consistir, não em concessões parciaes e dos Srs. deputados, durante a sessão legislativa
de favor, que nada signiSeam, e nada cream se- do 18)7, enviou ao senado na fôrma do art. 57
não o privilegio, mas em medidas geraes bem da constituição.
estudadas, que se inspirem nos direitos impres Destas proposições, que todas foram approva-
* criptiveis da intelligencia, e nas razões de alta das naquelle anno, duas teem as datas de 17 e
conveniência, que mandam proteger efflcazmente 24 de Agosto, e treze as de 3, 4, 5, 9, 18, 19, 20 e
o estudo e o trabalho. 21 de Setembro.
São estas as nudidas que, pela sua justiça e O objecto das proposições e autorisar o gover-
moralidade, e pelos beneticios que produzem, e no para admittir á matricula no Io anno da facul-
se perpetuam, podem ser praticamente úteis ao dade de medicina da Côrte diversos estudantes
Estado. com dispensa de exames preparatórios, ou de ou-
Y. tras condições legaes.
O quadro annexo sob n. 1, que a mesa man-
Parecer e seus fundamentos. dou organisar de conformidade com os prece-
dentes estabelecidos, contém os seguintes escla-
Como resumo e conclusão das observações que recimentós;
precedem, a mesa: 1.° Os nomes dos estudantes incluídos em cada
uma das proposições.
Considerando que a proposição suspende, em 2.° A data de cada uma das proposições.
beneficio de pretenções individuaes, muitas dis- S.» A natureza das dispensas autorisadas :
osições de lei quê regulam a instruceão pu- 4.° Os documentos que justificam as dis-
lica; pensas.
Considerando, outrosim, que a proposição foi 5.° O numero das proposições, bem como o
approvada pela camara dos Srs deputados na dos estudantes, que cada uma dellas compre-
sessão legislativa de 1837, e o tempo depois disto hende.
SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869 179

Além deste qualro, acha-se tembem annexo mo tempo juntaram documentos para justificar
um indica por ordem alphabetica dos estudantes as allegações.
contemplados nas quinze proposições, decla- Estes d*ous estudantes são :
rando-se em frente do nome década um a fa- Affonso Pereira da Silva e Paulino José Go-
culdade, e o anno do respectivo curso, em que a mes da Costa. o
matricula é autorisada. Refere-se ao I estudante Affonso Pereira da
Silva uma das proposições datadas de 4 de Se-
II. tembro.
Observações sobre as proposições. — Diííerença A proposição autorisa o governo para mandar
entre o numero de proposições e o de estudan- matriculai o, e admittir a acto do Io anno me-
tes.— Documentos annexos. — Natureza das dico da faculdade da Côrte depois de approva-
dispensas autorisadas. do nos exames de philosophia, algebra e geo-
metria.
A parte interessada dirigiu ao Sr. l" secreta-
A mesa disse em um dos períodos do § IX do rio desta oamara, em data de 25 de Outubro de
parecer n. 133 de 27 de Abril de 1868, e já ante- 1867, um requerimento, era que declarou que
riormeaite tinha dito em outros offerecidos na desistia da petição que ás camaras fizera, e soli-
sessão de 1SG7, que em matéria de instrucção citava a entrega das certidões de exames, e de
publica ; « não ha lei, por mais justa e previ- idade, que se achavam annexasao requerimento
dente que seja, cuja dispensa não tenha sido no archivo do senado.
solicitada pelo interesse individual » O requerimento foi deferido com a restitui-
Trata-se actualmente do mesmo assumpto, e ção dos documentos, de que a parte passou re-
por isso , antes de informar sobre as proposi- cibo em 12 de Novembro do mesmo anno.
ções, que estão sujeitas á deliberação do senado, Refere-se ao segundo estudante Paulino José
não pódc a mesa. dirigindo-se nesta occasião ao Gomes da Costa a proposição de 20 de Setem-
senado, deixar de reproduzir as mesmas pala- bro, que autorisa o governo' a mandar matricu-
vras : « não ha lei, por mais justa e previdente lal-o no 1° anno da faculdade de medicina da
que seja, cuja dispensa não tenha sido solici- Côrte, obrigando-se a fazer exame dos prepara-
tada pelo interesse individual. tórios, que lhe faltam, antes do acto do referido
—Clama ne cessa —E' o trabalho sem descanso, anno.
a missão inspirada daquelles, que, sem teme- A parte interessada dirigiu ao presidente do
rem perigos, nem azares, obedecendo á voz da senado, em data de 24 de Setembro de 1867, um
consciência, emprehendem com animoresolnto requerimento, pedindo a restituição de suas cer-
e decidido, reformas úteis á sociedade ou á ex- tiuões de exames, e a de matricula em phar-
tirpa ção de abusos que a prejudicam. macia.
Para a mesa, na esphera de suas attribuições O vequerimento foi deferido pelo Sr. Io secre-
é mais que tudo isto, é o preenchimento de um cretario com a restituição daquelles documen-
dever, e portanto nem pôde ella hesitar em tes, de que a parte passou recibo em 15 de Outu-
cumpril-o, nem o senado desagradar-se de tal bro do mesmo anno, ficando ainda annexos á
procedimento. proposição uma certidão de ter o supplicante
Sendo 15 o numero das proposições, e 14 o dos freqüentado no anno de 1838 as aulas de histo-
estudantes, convém explicar a razão desta dif- ria e de geographia do moste ro de S. Bento, e
ferença, declarando que um mesmo estudante um attestado de moléstia pass do em 31 de Maio
está incluído em duas proposições. de 1867 pelo Dr. Almeida Bastos.
O estudante chama-se Cassio de Ávila Fari- Aà dispensas, que as proposiçõs autorisam
nha, e as duas proposições, que a elle se refe- pelo modo, e com as condições nellas declara-
rem, são: das vem a ser as seguintes, com relação a cada
A primeira de 17 de Agosto, autorisando o um dos 14 estudantes ;
governo para mandar-lhe levar em conta os exa-
mes preparatórios feitos na escola central, para Latim
Mathematica
q
2
que possa matricular-se na faculdade dc medi- Historia e geographia ^2
cina da Côrte sem novos exames.
A segunda de 5 de Setembro, autorisando o Philosophia, algebra e geometria. . . . 1
governo para mandar matriculai o no Io anno Exames que faltam sem declarar-se quaes
elles são 2
do faculdade de medicina da Côrte, fazendo an- Para se aceitarem na faculdade de medicina
tes do acto exames de historia, philosophia e da Côrte exames feitos na escola central,
geometria.
Dos 14 estudantes contemplados nas proposi- na faculdade de direito de S. Paulo, e em
ções, cinco não apresentam requerimento, nem quaesquer faculdades do Império. . . 6
documento algum, que justiüquem as dispen- Somma, ... 14
sas autorisadas; sete apresentam apenas reque-
rimentos, mas sem documento algum, que de- Releva accrescentar que no numero dos estu-
monstre a verdade e justiça de suas allegações, dantes favorecidos com a aceitação na facul-
e somente dous fizeram requerimentos, e ao mes- dade de medicina de exames preparatórios feitos
180 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

em outras faculdades, ou na escola central, al- PARECER.


funs ha que além disto são também dispensa-
os, para poderem roatricular-sc, de exames 1.» Que as proposições devem entrar em dis-
preparatórios, que deverão fazer antes do res- cussão.
pectivo acto. 2.» Que o presente relatório deve ser im-
Uma das proposições, que autorisam a acei- presso e distribuído na fôrma do estylo.
tação de exames feitos na escola central é a que Paço do senado, em 24 de Maio" de 1869.—
se" refere ao estudante Joaquim Duarte Mur- Visconde de Abaeté, presidente. — Frederico de
tinho. Almeida e Albuquerque, 1° secretario.—José Mar-
4. proposição tem a data de 4 de Setembro de tins da Cruz Jobim.—João Pedro Dias Vieira.—
1867, e autofisa o governo para mandar matri- Thomaz Pompeu de Souza Brasil, 4o Secretario.
cular este estudante na faculdade de medicina Parecer na mega n. 195 de 34 de Maio
da Corte no anno de 1868, consider<mdo-fc vali de 1809.
dos os exames descieneias phisicas, e naturaes
feitos na escola central, e mostrando-se habili- Expõe a matéria de uma proposição da camara
do em todos os preparatórios. dos 8rs. deputados, autorisando o governo
Do teor da proposição resulta que não se trata para mandar admittir a matricula do 5o anno
sómente, para favorecer, e beneficiar este estu- da faculdade de direito do Recife, o estudante
dante, de dispensal-o simplesmente de exames Octaviano Cotrim.
preparatórios, mas de freqüência de cadeiras que I.
fazem parte do curso medico; e que pelo decre-
to n. ?.083 de 28 de Abril de 18 j3 não foram, Objecto do parecer.—Uma proposição da camara
nem deviam ser creadas na escola central. sobre a matricula de um estudante no 5o anno
Assim que, sendo a 2* cadeira do 2'' anno da da faculdade de direito do Recife.— Esclare-
escol: central phisica experimental, preceden- cimentos da mesa sobre a proposição.
do as noções in ispensaveis de mecanica, ficará
o suppliôantê, pelo facto desta freqüência, e da
approvaçào, dispensado de freqüentar a !• cadei- Está sobre a mesa, afim de entrar na ordem
ra do I» anno do curso de medicina, que é phisi- do dia, uma proposição que a camara dos Srs. de-
ca em geral, e particularmente em suas applica- putados, durante a sessão legislativa de 1867, en-
ções á medicina. viou ao senado na fôrma do art. 57 da consti-
Assim também, sendo a 2« cadeira do 3° anno tuição.
da escola central, cbimica inorgânica e analyse À proposição tem a data de 20 de Setembro
respectiva, o supplicante, pelo facto desta fre- daquelle anno, e o seu objecto é autorisar o go-
qüência e da approvaçào, ficará dispensado, de verno para mandar admittir a matricula do 5"
freqüentar a 21 cadeira do 2° anno medico que é anno da faculdade de direito do Recife o estu-
chimica orgânica. dante Octaviano Cotrim, que esteve na guerra
Estas observações dispensam outras, que seria do Paraguay, como capitão de voluntários da
fácil fazer no intuito de demonstrar a inconve- patria.
niência da autorisação concedida. Não havendo nem requerimento da parto inte-
ressada, nem documento algum que pudesse ex-
iir. plicar e esclarecer esta pretenção, entendeu a
mesa que era do seu dever ir procurar, para de-
Parecer e seus fundamentos. pois informar com elles o senado, alguns escla-
recimentos nos debates, que pudesse ter havido
na cau ara dos Srs. deputados na occasião de
Como resumo, e conclusão das observações offerecer-se e discutir-se a proposição de que se
que precedem, a mesa : trata
Considerando que as proposições que estão Assim fez a mesa, e tudo quanto consta dos
sujeitas á deliberação do senado foram appro- respectivos Annaes do Parlamento que consultou,
vadas pela camara dos Srs. deputados na sessão é o que passa a expôr succintamente.
legislativa de 1867, e o tempo depois disso II.
decorrido pode ter alterado as condições, que Processo da proposição na camara dos depu-
lhes deram existência, e os fins, quê se pro- tados.
punham :
Considerando, entretanto, que convém dar
prompta solução ás proposições da camara dos Km sessão de 24 de Agosto de 1867, o Sr. de-
Srs. deputados ; putado Souto mandou á mesa o seguinte projec-
Considerando mais que, para deliberar com to, que se julgou objecto de deliberação, e foi a
perfeito conhecimento áe causa, pôde o senado imprimir.
julgar sufficientes as informações prestadas, ou c A assembléa geral resolve:
no caso contrario, pedir quaesquer outras, que « Artigo único.—Fica o governo autorisado para
tenha como necessárias • mandar matricular no 5o anno juridico ao estu-
Offerece o seguinte dante Octaviano Cotrim, que esteve na guerra
SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869 181

do Paraguay, como capitão de voluntários, re- Considerando que a proposição actualmente


vogadas as disposições em contrario. » a
sujeita á deliberação do senado foi approvada
Em sessão de 4 'de Setembro, er.trando em I pela camara dos Srs. deputados na sessão legis-
discussão um projecto, que autorisavao gover- lativa de 1867 :
no para mandar admitir a matricula em qual- Considerando que o tempo decorrido depois
quer das faculdades do Império ao estudante da approvação pôde ter alterado as condições,
Antonio Gurgel Valente, e tendo o Sr. deputado que deram e°xistencia á proposição, e o fim, que
José Avelino requerido, e a camara consentido, ella se propunha;
que o projecto tivesse uma só discussão, vieram Considerando, entretanto, que as proposições
á mesa, e foram lidas, e apoiadas trese emendas que a camara dos Srs. deputados envia ao senado
additivas, que entraram em discussão conjunc- devem ter prorapta solução ;
tamente com o projecto. Considerando finalmente que para deliberar com
Uma das emendas foi offereeida pelo Sr de- perfeito conhecimento de causa, pôde o senado
putado Souto, estando redigida nos seguintes julgar sufRcientesas informações prestadas, ou,
termos: no caso contrario, pedir quaesquer outras, que te-
« Seja matriculado no õ^auno jurídico o estu- nha por necessárias;
dants Ootaviano Cotrim, que esteve na guerra Offerece o seguinte :
do Paraguay como voluntário da patria. » PARECEU
Não se tendo pedido a palavra, e pondo-se a
votos o projecto, foi este approvado com todas 1.° Que a proposição, que se acha sobre a mesa
as emendas. deve entrar em discussão.
Depois disto o Sr. deputado Horta Araújo 2.° Que o presente relatório deve ser impresso
mandou á mesa o seguinte requerimento, que e distribuído na fôrma do estilo.
foi approvado sem debate : Paço do senado, em 24 de Maio de 1869.—Ffs-
« Requeiro que as emendes sejam redigidas conde de Abri et é, presidente.—Frederico de Almeida
em separado."» e A Ibitquerque, 1" secretario. - José Martins da Crus
Em sessão de 16 de Setembro foi com grande Jobtm. - Ji do Pedro Dias Vieira.—Thomaz Pompeu
numero de outras á imprimir, para entrar na or- de SciTza Brasil, 4o secretario.
dem dos trabalhos, a redaeção da emenda addi- Pare-ces* da saesa ei. tSS de S41 de
tiva, que se referia ao estudante Uctaviano Co- Maio de 1869.
trim.
Em sessão de 17 foi a redaeção approvnda, dan- Expõe r. matéria de uma proposição da camara
do-se-lhe a fôrma de projecto pelo modo, como dos deputados datada de 3 de Setembro de
veio para o senado. 1867, autorisando o governo para mandar ad-
Nada mais se lê nos annaes do parlamento, mittir ã matricula do 2° anno medico da fa-
que possa derramar alguma luz nesta questão. culdade da Corte, o estuiante de pharmacia
Thomaz José da Silva,
A' mesa ainda tem a accrescentar que o decreto
. n, 1,311 de 24 de Agosto de 1864, contendo di- I.
versas providencias, aliás limitadas pela con- Objecto do parecer.—Proposição da camara dos
dição de tempo, a favor dos estudantes das deputados, autorisando a malricula de um
faculdades do Império, e das escolas militar, estudante.
central e de marinha, que tivessem ido, ou
fossem para a guen a contra o Paraguay, não
comprehonde por certo a hypothese, a que o Está sobre a mesa, afim de entrar na ordem
projecto se refere. Se as necessidades, ou as do dra, uma proposição, que a camara dos Srs,
conveniências do serviço publico podem acon- deputados, durante 'a sessão legislativa de 1867,
selhar a ampliação do decreto, que a mesa enviou ao senado, na fôrma do art. 57 da consti-
acaba de citar, 'força é reconhecer que isto tuição.
deverá fazer-ss pormeio de umamedidageral, A proposição tem a data de 3 de Setembro da-
que se inspire, como aquelle decreto, no prin- quelle anno, e o seu objecto é autorisar o go-
cipio constitucional de utilidade publica, em verno para mandar admittir a matricula do 2.'
que as leis devem assenta r, e não por meio de cc n- anno da faculdade de medicina da Côrte o es-
cessões parciaes, que attendam sómente a in- tudante de pharmacia Thomaz José da Silva,
teresses de individualidades, e estes mesmos fazendo para esse fim os exames preparatórios
nem sempre'justificados, como devem ser, que lhe faltam.
para não se approvar o desconhecido, ou, por
outros termos, para não se darem saltos no II
escuro. Informações constantes do archivo do senado.—
III. Informações constantes dos annaes da camara
PARECER E SEUS FUNDAMENTOS. dos deputados.

Assim que, como resumo, e conclusão das Da tabella n. 4, annexo^ ao parecer da mesa
observações, que precedem, a mesa : n. 133 de 27 de Abril de 1868, consta que a pro-
182 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

posição foi lida e mandou se imprimir em ses- que derramassem, afim de que o senado, appro-
são de õ de Setembro de 1867, e do quadro n. 20 vando o de:conhecido, não dê um salto no es-
annexo ao mesmo parecer, vê-se que nenhum curo.
requerimento acompanha a pr- posição, accres- Assim que, como resumo, e conclusão das ob-
cendo a circumstancia de não haver requeri- servações que precedem, a mesa:
mento algum da parte interessada. Considerando que todas as proposições, que a
Procurando nos Annaes do parlamento, a res- camara dos deputados envia ao senado na fôrma
peito do processo desta proposição na camara do art. 57 da constituição, devem ter prompta-
* dos deputados, esclarecimentos que podessem meote a solução determinada nos arts. 58, 5'J, e
ser presentes ao senado, o resultado das inves- 62 da mesma constituição;
tigações da mesa é o que ella succintamente Considerando que a proposição, sujeita actual-
passa a expôr. mente á deliberação do senado, foi approvada
Em sessão de 26 de Agosto de 1807 entrou em pela camara dos deputados na sessão legislativa
Ia discussão um projecto, que autorisa o governo de 1867;
para mmdar matricular em qualquer das facul- Considerando que o tempo depois disso de-
dades de medicina do Império o estudante do 1° corrido pode ter alterado as condições, que de-
anno do curso jurídico da cidade do Recife Joa- ram existência á proposição, e o fim que ella se
quim Pacheco Mendes, dispensando-se para isso propuzera;
o referido estudante de repetir o exame das ma- Considerando, finalmente, que para deliberar
térias exigidas naquellas faculdades. com perfeito conhecimento de causa pôde o
O Sr. deputado Horta Araújo pediu, e a camara senado julgar suííicientes as informações pres-
consentiu, que o projecto tivesse uma só dis- tadas, ou, no caso contrario, pedir quaesquer
cussão. outvas, que tenha por necessárias.
Vieram á mesa vinte quatro emendas, que foram Offerecc o seguinte
lidas e apoiadas, e que entraram em discussão
conjunctamente com o projecto. PARECER
Uma das vinte quatro emendas foi offcrecida 1.° Que a proposição da camara dos deputados
pelo Sr. deputado F Vianna, eé a seguinte: deve0 entrar em discussão.
« Fica o governo autorizado a mandar matricu- 2 Que o presente relatório deve ser impresso
lar no 2" anno de medicina da fôrte o estudante e distribuído na forma do estylo.
de pharmacia Thomaz José da Silva, fazendo pa- Paço do senado ora 24 de Maio de 1869.—Fis-
ra este tira os eximes dos preparatórios que lhe conde de dbaeíé, presidente.—Frederico de Almeida
faltam. » e Albuquerque, 1° secretario.—Josd Martins di
Não havendo quem pedisse a palavra e pondo- Cruz Jijbim.—João Pedro Dias Vieira.—Thomaz
se a votos o projecto, foi approvadocom todas as Pompeu de Souza Brasil, 4° secretario.
emendas. Logo depois veio á mesa e foi lido e Parecer tia mesa •». 18í tle S4 tle dia»o
apoiado e approvado sem debate o seguinte re- «3e 19G9.
querimento do Sr. Horta Araújo:
« Requeiro que as emendas sejsmredigidas em Expõe a materia de uma proposição da camara
separado.» dos Srs. deputados, autorisandoo governo para
O projecto foi enviado, com as emendas e o re- mandar matricular a Antonio Josó de Faria
querimento á commissâo de redacção Filho, estudante do 2' anno do curso do phar-
Em sessão de 30 de Agosto, entro outras re- macia, no 3° anno da faculdade de medicina
dacçõas, leu-se e foi a imprimir , para entrar daCôrte.
'na ordem dos trabalhos, a redacção da emenda I.
relativa ao estudante Thomaz José daSilra, ten- Objectodo parecer.—Uma proposição da camara
do a commissâo dado á emenda a forma de pro- dos Srs. deputados, autorisando a matricula
jecto. deumi studanteno 3'anno do curso medico
Em sessão de 2 de Setembro, entre outras
redacções, entrou aquella em discussão, e foi da Côrte.
approVada sem debate.
Está sobre a mesa, afim de entrar na ordem
IH. do dia, uma proposição que a camara dos Srs.
Parecer e seus fundamentos. deputados, durante ã sessão legislativa de 1867,
enviou ao senado na fôrma do art. 57 da consti-
tuição.
A proposição tem a data de 4 de Setembro da-
Estando verificado que nem uma exposição quelle anno," e o sou objecto é autorisar o go-
de motivos precedeu na camara dos deputados verno para mandar matricular no 3» anno da
a apresentação do projecto, de que se trata, e faculdade de medicina da Côrte a Antonio José
que sobre elle não houve debate algum, que o de Faria Filho, estudante do 2'• anno do curso
explicasse, é manifesto que neste caso os An- de pharmacia, dispensando se do lapso de tampo
naes, que a mesa consultou, não derramam luz os exames preparatórios que já fez, e sujeitando-
alguma sobre a questão, como fòra para desejar se elle a exame vago de anatomia.
SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869 183

li. Em sessão de 2 de Setembro entraram sueces-


vamente em discussão ás redacções, epelo
Esclarecimentos constantes do archivo do se- mesmo modo foi cada uma dellas approvada.
nado. — Esclarecimentos constantes dos An- N: da mais se encontra nos Annaes do parla-
naes da camara dos deputados. — Processo da mento, a que a mesa recorreu, que possa derra-
proposição na camara dos deputados. mar alguma luz na questão de que se trata.
III
Da laliella n 4, annexa ao parecer da mesa Comparação das matérias do 1» e 2° anno dos
n. 133 de 27 de Abril de 1868, consta que, em cursos 'medico e de pharmacia, e alcance da
sessão de 5 de Setembro de 1867, foi a proposi- dispensa autorisada. — Dispensa de lapso de
ção lida e mandada imprimir, e do quadro n. 20, tempo para os exames preparatórios.
annexo ao mesmo parecer, vê-se que nenhum
documento justificativo acompanha a proposi-
ção, accrescendo a circumstaneia de não ha- E' certo hntretanto que, comparando-se as ma-
ver requerimento algum da parte interessada térias do 1° e 2° anno dos cursos medico e phar-
Consultando-se os Annaes do parlamento bra- maeeutico, reconhece-se que no curso de phar-
sileiro correspondentes à sessão legislativa de macia deixa de estudar-se;
1867 na camarao dos Srs. deputados, o que se lê No l" anno — Phisica nas suas applicações á
nos tomos 4» e 5 acerca do processo, que alliteve medicina e anatomia descriptiva (demonstrações
o projecío, de que se trata, é o que a mesa passa anatômicas).
a expôr succint-mente. No 2° anno-Zoologia e phisiologia, e repeti-
Em sessão de 26 de Agosto entrou em Ia dis- ção de anatomia descriptiva com dissecações
cussão um projecto, que autorisava o governo anatômicas.
para mandar matricular em qualquer das facul- Assim que, ainda quando o estudante An-
dades de medicina do Império o cstu ante do 1° tonio José de Faria Filho faça exame vago de
anno do curso jurídico da cidade do Recife Joa- anatomia, e nelle seja approvado, virá a matri-
quim Pacheco Mendes, dispensando-se para isso cular-se no 3» anno medico com dispensa do
o referido estudante de repetir o exame das ma- estudo, e aexame de matérias, que aliás fazem
térias exigidas naquellaa faculdades. parte da I cadeira do 1' anno, e das !• e 3»
O Sr deputado Horta de Araújo pediu, e a ca- cadeiras do 2a anno da faculdade de medi-
mara consentiu, que o projecto tivesse uma só cina.
discussão. Além disto, a proposição eomprehende outra
"Vieram a mesa, e foram lidas e apoiadas, e en- dispensa a favor do mesmo estudante, e vem a
traram em discussão conjuDctamente com o ser, a do lapso do tempo de exames prepara-
projecto, vinte quatro emendas additivas. tórios, que já fez, não se declarando ha quantos
Úma das emendas additivas foi a que abaixo annos.
se transcreve, offerecida pelo Sr. deputado Bap- Esta dispensa é contraria não só ao decreto
tista Pereira n. 1,216 de 4 de Julho de 1864, mas também a
« Fica o governo autorisado a mandar matri- uma longa serie de precedentes, que tem esta-
belecido para esta camara, regra invariável de
cular no 3° anno da escola dc medicina da Corte decidir,
á Antonio José de Faria Filho, estudante do 2° leis são fundada no sentimento geral, de que as
feitas e promulgadas para serem exe-
anno do curso de pharmacia, dispensando-se do
lapso de.tempo os exames de preparatórios, que cutadas e obedecidas, como dever de todos e
já fez, e sujeitando-se elle a exame vago de ana- não p'ira serem dispensadas como favor para
tomia. » com alguns.
Não pedindo a palavra nem um dos membros IV.
da camara, e, pondo-se a votos o projecto, foi
este approvado com todas as emendas. • Parecer e seus fundamentos.
Veio então a mesa, foi lido, apoiado, e ap-
provado sem debate o seguinte requerirm nte Como resumo e conclusão das observações
offerecido pelo Sr. deputado Horta de Araújo : que precedem a mesa.
« Requeiro que as emendas sejam redigidas Con iderando que a proposição aetualmente
em separado. » sujeita a deliberação do senado foi approvada
O projecto foi enviado com as emendas e o re- pela camara dos Srs. deputados na sessão le-
querimento á commissão deredacção. gislativa de 1867 ;
Em sessão de 30 de Agosto a commissào de re- Considerando que o tempo deccorrido depois
dacção apresentou com outras muitas redacções da approvação pôde ter alterado as condições
a da emenda additiva ácerca do estudante An- que déram'existência á proposição, e o fim que
tonio José de Faria Filho, convertida em um tivera em vista;
projecto de lei. Considerando entretanto que as proposições
Todas as redacções foram lidas, e a imprimir que a camara dos Srs. deputados envia ao° se-
para entrarem na ordem dos trabalhos. nado, devem ter prompta solução ;
23
184 SESSÃO EM U DE MAIO DE 9186

Considerando finalmente que, para deliberar faculdades de medicina do Império o estudante


com perfeito conhecimento de causa, pôde o se- do Io anno do curso juridico da cidade do Re-
nado julgar sufiBcientes as informações presta- cife, Joaquim Pacheco Mendes, dispensando-se
das, ou, no caso contrario, pedir quâesquer ou- para isso o referido estudante de repetir os
tras, que tenha por necessárias: exames das matérias exigidas naquellas facul-
Offerece o seguinte : dades.
O Sr. deputado Horta Araújo pediu e a ca-
PARECER: mara consentiu que o projecto tivesse uma sô
discussão.
1.° Que a proposição da camara dos Srs. depu- Vieram á mesa e foram lidas e apoiadas e en-
tados deve entrar em discussão : traram em discussão conjuntamente com o pro-
2.° Que o presente relatório deve ser impresso, jecto vinte quatro emendas additivas.
e distribuído na fôrma do estylo. Uma das emendas additivas foi offerecida pelo
Paço do senado, em 21 de Maio de 1869.—Fís- Sr. deputado Ferreira Rabello, estando redigida
conde de Abaeté,opresidente,—Frederico de Almeida nos seguintes termos:
e Albuquerque, I secretario.—dose Martins da Cruz « Fica o governo autorisado paramandar acei-
Jobim.—João Pedro Dias Vieira.—Thomaz Pornpcu tar em qualquer faculdade do Império os exames
de Souza Brasil, 1° secretario. de preparatórios feitos na faculdade de direito
do Recife pelo estudante Manoel Rodrigues de
Parecer da mesa u. l&S de 94 de liai o Carvalho Borias, que marchou como voluntário
de 1369. e ainda se acha em serviço na guerra contra o
Paraguay.
Expõe a matéria de uma proposição da camara Não pedindo a palavra membro algum da ca-
dos Srs. deputados, autorisanclo o governo mara, e. pondo-se a votos o projecto, foi este
para mandar aceitar em qualquer faculdade approvadocom todas as emendas.
do Império os exames preparatórios feitos na Veio á mesa, e foi lido e apoiado, e approvado
faculdade de direito do Recife pelo estudante sem debate o seguinte requerimento ao Sr. de-
Manoel Rodrigues de Carvalho Borias. putado Horta Araújo;
I. « Requeiro que as emendas sejam redigidas
Objecto do parecer.—Uma proposição da cama- em separado. »
ra dos deputados sobre matricula de um es- O projecto foi enviado cora as emendas, e o
tudante. requerimento á commissão de redação .
Em sessão de 30 de Agosto leu se, e com ou-
tras foi a imprimir, para entrarem todas na or-
Está sobre a mesa, afim de entrar na ordem do dem dos trabalhos, a redacção da emenda addi-
dia. uma proposição que, durante a sessão legis- tiva, que se referia ao estudante Manoel Rodri-
lativa de ISôl, a camara dos Srs. deputados en- gues de Carvalho Borias.
viou ao senado na fôrma do art. 57 da consti- Sm sessão de 2 de Setembro seguinte entraram
tuição. successivamente em discussão, e sem debate
A proposição tem a data de 4 de Setembro da- foram approvadas as redacçòes daquella emenda
quelle anno," e o seu objecto é autorisar o gover- additiva, e de todas as outras, sendo conver-
no para mandar aceitar em qualquer faculdade tidas em outros tantos projectos de lei.
do Império os exameg, preparatórios feitos na
faculdade de direito do Recife pelo estudante III.
, Manoel Rodrigues de Carvalho Borias, que mar- Insufflciencia de taes esclarecimentos.
chou como voluntário, e ainda se acha na guerra
contra o Paraguay.
Não havendo requerimento da parte interes- Estando verificado que nenhuma exposição
sada, nem documento algum, que esclareça esta de motivos, precedeu a apresentação do pro-
pretenção, entendeu a mesa que devia procurar jecto, de que se trata, e que sobre elfe não houve
os esclarecimentos, que faltam, nos respectivos
debate algum, que o explicasse, e esclarecesse,
annaes do parlamento ó manifesto que neste caso os annaes, que a
Assim fez, e o que consta do tomo 4° dos an-
mesa consultou, não derramam luz alguma sobre
naes a o paginas 290, 291, 232, 341 e 342, e do
a q1 estão.
tomo 5 a pagina 5, é o que a mesa passa a A mesa accrescentará apenas que o decreto
n. 1341 de 24 de Agosto de 1860, contendo di-
versas providencias, dias limitadas pela condi-
Esclarecimentos constantes dos annaes ção de tempo, a favor dos estudantes das facul-
do parlamento. dades do Império, e das escolas militar, central
e do marinha, que tivessem ido, ou fossem para
a guerra contra o Paraguay, não comprehende
Em sessão de 26 de Agosto de 1867 entrou em por certo a hypothese a que o projecto serefere.
1» discussão um projecto, que autorisava o go- Como quer que seja, se as necessidades ou
verno paramandar matricular em qualquer das conveniências do serviço publico podem a con-
SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869 185

selhar a ampliação do decreto, que a mesa acaba verno para mandar matricular em qualquer das
de citar, força é reconhecer que isto deve fazer- faculdades do Império o estudante André Pau-
se por meio de uma "medida geral, que se ins- lino de Cerqueira Caldas, aceitando-se-lhe para
pire, como aquolle decreto, no principio con- esse fim os exames feitos perante o conselho de
stitucional de utilidade publica, em que as leis intrucção publica da Côrte, sem prejuízo do
devem assentar, e não por concessões parciaes, praso marcado pela lei para a validade de exa-
que attendam somente aos interesses de indivi- mes preparatórios.
dualidades, e estes mesmos nem sempre justifi- II.
cados, como devem ser, para não se approvar o Informações sobre a proposição constante do
desconhecido, ou. por outros termos, para não archivo do senado.—Precedentes.
se darem saltos nas trevas.
IV.
Da tabella n. 4, annexa ao parecer da mesa n.
Parecer e seus fundamentos. 133 de 27 de Abril de 1868, consta que a propo-
sição em sessão do dia 18 de Setembro de 186-7
Assim que, como resumo, e conclusão das ob- foi lida, e remettida para o archivo até a seguin-
servações que precedem, a mesa: te sessão legislativa de 1868, e do quadro n. 21,
Considerando que a proposição foi approvada annexo ao mesmo parecer, resulta que nenhum
pela camara dosSrs. deputados na sessão legisla- documento acompanha a proposição, accres-
tiva de 1867, e o tempo depois disso decorrido cendo a circumstancia de não haver requerimen-
pôde ter alterado as condições, que lhe deram to algum da parte interessada
existência, e o fim que se propunha; Assim que, vê se em primeiro logar que a au-
Considerando, entretanto, que as proposições torisação conferida ao governo suspende, a
da camara dos Srs deputados devem ter prompta favor de uma individualidade, a disposição geral
solução; do decreto n. 1,216 de 4 de Julho de lê64, que
Considerando mais que, para deliberar com determina que os exames preparatórios feitos
perfeito c mhecimento de causa, pode o senado nas faculdades de direito e de medicina do Im-
julgar sufflcientes as informações prestadas, ou pério, e perante o inspector geral de instrucção
no caso contrario, prdir quaésquer outras que primaria, e secundaria do município da Côrte
tenha por necesssarias; tenham vigor, durante o espaço de quatro
Offerece o seguinte • annos.
O que não se vê é a razão de utilidade pu-
PARECER, blica, em que se funda uma tal excepção.
1.» Que a proposição da camara dos Srs. depu- Releva observar que anteriormente ã este de-
tados deve entrar em discussão; creto o praso para a validade dos exames prepa-
2.° Que o presente relatório deve ser impresso, ratórios era de dous annos na fôrma do art. 30
e distribuído na fôrma do estylo. do regulamento n. 1568 de 24 de Fevereiro de
Paço do senado, em 24 de Maio de 1869.— Fts- 1855.
conde de Abaelé, presidente.— Frederico de Al- Assim que, não é licito duvidar que o decreto
meida eAlbuquerque^seareimo.—José Martins da de 1864 já se inspirou nas considerações de equi-
Cruz Jobim.— João Pedroo Dias Vieira.— Thomaz dade, que estavam no caso de ser attendidas, ce-
Pompeude Stuza Brasil, 4 secretario. dendo do rigor dos princípios tantos quanto os
interesses da instrucção publica podiam com-
Purecer «la mesa it. 1S9 tle 24 de maio portar.
de «»69. Como quer que seja, não se constestando que
Expõe a matéria de uma proposição da cama- a validade dos exames preparatórios deve estar
ra dos Srs. deputados, autorisandô o governo sujeita a uma prescripção qualquer; e sendo
para mandar matricular em qualquer das facul- certo que no caso, de que se trata, não se de-
dades do Império o estudante André Paulino de clara o tempo, em que o estudante, a que a
Cerqueira Caldas. proposição se refere, fez os exames preparató-
rios, é manifesta a impossibilidade de saber-se,
I. se elle estaria, ou não incurso nessa pres-
Objecto do parecer.—Proposição da camara dos cripção.
deputados, autorisando a matricula de um es- De outro parecer da mesa deste mesmo
ludante. mez consta que veio ao senado uma proposição,
que autorisava a validade de um exame prepara-
tório de historia e geographia feito no anno de
Está sobre a mesa, afim de entrar na ordem do 1858 por um estudante de nome Manoel Pinto
dia, uma proposição, que a camara dos Srs. de- Damaso.
putados, durante a sessão legislativa de 1867, Admittindo que o praso para a prescripção da
enviou ao senado na forma do artigo 57 da cons validade de exames preparatórios deva ser de
tituição. dez, ou de doze annos, ignorar-se-ia ainda assim
A proposição tem a data de 17 de Setembro mesmo,por falta de prova, se o estudante André
daquelle anno, e o seu objecto é autorisar o go- Paulino de Cerqueira Caldas está ou não incur-
186 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

so nessa mesma prescripção, posto que longi tem- Uma das proposições tem a data de 4 de Agosto
poris, e o senado, como a mesa já o tem dito, daquelle anno, e as outras as de 19, 20 e 21 de
approvsria o desconhecido, ou, por outros ter- Setembro seguinte.
mos, daria um salto no escuro. O objecto das proposições é autorisar o go-
Vè-se em seg ndo log r, dos precedentes que verno para mandar matricular diversos estu-
a mesa consultou que, depois do decreto n. 1216 dantes em qualquer das faculdades de medicina
de 4 de Julho de 1861, o senado tem procurado do Império, julgando sa validos para este fim
manter com firmeza e perseverança o praso que exames preparatórios feitos nas faculdades de
elle estabeleceu e fixou para. a validade dos exa- direito e na escola central.
mes preparatórios. O quadro annexo que a mesa mandou organi-
111. sar de conformidade com os precedentes estabe-
lecidos, contém os seguintes esclarecimentos :
Parecer e seus fundamentos. 1.° Os nomes dos estudantes incluídos em
cada0 proposição.
• Assim que, como resumo e conclusão das ob- 2 A data de cada uma das preposições.
servações que precedem, a mesa ; 3.° A naturesa das dispensas autorisadas,
Considerando que a proposição foi approvada .4.° Os documentos que acompanham cada uma
pela camara dos Srs. deputados na sessão legis- das proposições.
lativa de 1867; 5.- O numero das proposições e odes estu-
Considerando que o tempo decorrido depois dantes.
da approvação pôde ter alterado as condições II
que deram existência á proposição, e o fim que Informação da mesa.
ella se propunha;
Considerando entretanto que as proposições
que a camara dos Srs. deputados envia ao se- Pouco ó o que a mesa, no intuito de com-
nado devem ter prompta solução ; pletar as informações, que constam do quadro
Considerando finalmente que, para deliberar annexo, tem de expôr ao senado.
com perfeito conhecimento de causa, pôde o Sendo quatro o numero das proposições, e
senado julgar sufflcientes as informações pres- cinco o dos estudantes, vè-se que a razão desta
tadas, ou, no caso contrario, pedir quaesquer differença provém de que uma das proposições
outras t[ue tenha como necessárias; comprehende dous estudantes.
Offerece o seguinte A proposição tem a data de 20 de Setembro
PARECER de 1867, e os dous estudantes, que ella compre-
preheude, são:
l.0 Que a proposição da camara dos Srs. de- Antonio Gurgel Yalente e João Porflrio de
putadps deve entrar em discussão. Macedo.
2.° Que o presente relatório deve ser impresso O fim da proposição é autorisar o governo para
e distribuído na fôrma do estilo. mandar matriculai-os em qualquer das faculda-
Paço do senado, em 24 de Maio de 1869.— Fís- des de medicina do Império, levando-se-lhe em
conde' de Abaeíe,presidente.—Frederico de Almeida conta os exames preparatórios feitos, pelo pri-
e Albuquerque. Io secretario.— José Martins da meiro, na faculdade de direito do Recife, e pelo
Crus Jobim.— João Pedro o Dias Vieira.— Thomas segundo, na escola central daCôrte.
Pompeu de Sousa Brasil. 4 secretario. Cumpre ainda informar que, com relação á
Parecei» «la mesa m tOO «le S4I «le Maio identidade de pessoas, os estudantes incluídos
» «le «S6». nas quatro proposições são também quatro e não
cinco; porquanto o estudante Antonio Gurgel
Expõe a matéria de 4 proposições da camara dos Valente, a que se refere a proposição datada de
Srs. deputados, autorisando o governo para 21 de Setembro, é o mesmo estudante Antonio
mandar matricular diversos estudantes, em Gurgel Valente contemplado na proposição de
qualquer das faculdades de medicina do Impé- 20 do referido mez com o outro de nome João
rio com aceitação de exames feitos nas fa- Porflrio de Macedo.
culdades de direito, e na escola central. Como entre os estudantes, de que tratam as
I. proposições, somente um deu-se ao trabalho de
Objecto do parecer.—Proposições da camara dos expor a sua pretenção em requerimento, que di-
deputados, autorisando matrículas de estu- rigiu á assembléa geral, não pôde a mesa saber
dantes.— Quadro annexo com os nomes dos se, além da dispensa para se aceitarem nas fa-
estudantes, e outras declarações. culdades de medicina exames preparatórios fei-
tos nas de direito e na escola central, accresce
também, para favorecer e beneficiar os pnten-
Estão sòbre a mesa, afim de entrarem na or- dentes, a dispeasa do decreto n. 1216 de 4 de
dem do dia, quatro proposições que a camara dos Julho de 1864, que determina que os exames
Srs. deputados, durante a sessão legislativa do preparatórios feitos nas faculdades de direito,
anno_ de 1867, enviou ao senado na fôrma do e de medicina do Império, e perante o inspector
art. 57 da constituição. geral da instrucção primaria e secundaria da
SESSÃO EM M DE MAIO DE 1869 187

Côrte tenham vigôr, durante o espaço de quatro Considerando que as quatro proposições foram
annos. approvadas pela camara dos Srs, deputados na
O estudante, que requereu á assembléa geral, sessão legislativa de 1867, e o tempo depois
expondo a sua preteneão, é o bicharei Antonio disso decorrido pode ter alterado as condições,
José Lopes Rodrigues^ ao qual se refere apropo- que lhes deram existência, e os fins que se pro-
posicao datada Ue 19 de Seiembro de 1867. o punham.
Allega o supplicante que é estudante do 5 Considerando, entretanto, que convém dar
anno da faculdade de direito de S. Paulo, e que, prorapta solução ás proposições da camara dos
devendo uo fim do anno tomar o giáo de bacha- Srs. deputados:
rel formado, deseja depois disso estudar o curso
de medicina em qualquer das faculdades do Im- Considerando mais que,para deliberar com per-
pério. feito conhecimento de causa, pôde o senado jul-
Não podendo,porém, matricular-se no Io anno gar sufficientes as informações prestadas, ou,
medico, sem que passe por novos exames pre- no caso contrario, pedir quaesquer outras, que
paratórios, pois que aquelles, com que se ha- tenha como necessárias;
bilitou para a matricula na faculdade de direito Offerece o seguinte
foram feitos, ha mais de õ annos, pede que se
lhe dispense fazer novos exames, o que lhe pa-
rece de equidade.
Yê-se pois que a dispensa solicitada pelo estu- PARECER
dante Antonio José Lopes Rodrigues compre-
hende também, conforme a sua própria confis-
são, a do decreto n. 1216 de 4 de Julho de 1864, 1.° Que as proposições devem entrar em dis-
não sendo de justiça que o silencio dos outros cussão ;
três estudantes a respeito desta circunstancia
se aceite como prova, ou como presumpção de 2.° Que o presente relatório deve ser impresso,
não estarem no mesmo caso. e distribuído na forma do estilo.
Paço do senado, em 24 de Maio de 1869.—Fts-
III. conde de Abaeté, presidente.—Frederico de Al-
Como resumo, e conclusão das observações meida e Albuquerque,1' secretario.—José Martins
que precedem, a mesa : da Cruz Jobim.—João Pedro Dias Vieira.
188 SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869

QUADRO ANNEXO AO PARECER DA MESA N. 190 DE 2 DE MAIO DE 1869 SOBRE QUATRO PROPOSIÇÕES DA CAMARA
DOS DEPUTADOS, DE SETEMBRO DE 1867, AÜTORISANDO O GOVERNO PARA MANDAR MATRICULAR DIVERSOS
ESTUDANTES EM QUALQUER DAS FACULDADES DE MEDICINA DO IMPÉRIO COM DISPENSA DE EXAMES PREPA-
RATÓRIOS FEITOS NAS DE DIREITO, E NA ESCOLA CENTRAL DA CÔRTE

Numero

^
^
De proposições
Natureza das

De estudantes
Data das pro- dispensas auto- Documentos justi-
Nomes dos estudantes
posições risaãas ficativos
i
Anno

1867 Joaquim Pacheco Mendes 4 de Setembro Dispensa da obri-


gação do repetir o
exame das matérias
exigidas nas facul-
dades de medicina... Nem um, nem mesmo
requerimento 1 1

1867 Bacharel Antonio José.Lo-


pes Rodrigues 19 de Setembro Dispensa dos exa-
m o s preparatórios
feitos na de direito
de S. Paulo Requerimento da
parte,certidão de ter-o
se matriculado no 5
anno da faculdade de
direito de S.Paulo em
14 de Março de 1867,
e bem assim a de fre-
qüência,sendo ambas
datadas de 11 de Ju-
nho do referido anno. 1 1

1867 Antonio Gurgel Valente ... 20 de Setembro Dispensa dos exa-


m e s preparatórios
feitos na faculdade de
direito do Recife.... Nem um,nem mesmo
requerimento.
1867 João Porfirio de Macedo,.. 20 de Setembro Dispensa dos exa-
me s preparatórios 11 2
feitos na escola cen-
tral da Còrte Nem um,nem mesmo
requerimento.

1887 Antonio Gurgel Valente ... 21 de Setembro Validade para a


matricula nas facul-
dades de medicina
dos exames prepara-
tórios feitos na de
direito do Recife.... Nem um,nem mesmo
requerimento 1 1

4 5
*
SESSÃO EM 24 DE MATO DE 1869 189

Da commissão de constituição: O Sr. Dantas :—E porque as não fizeram? A


O Sr. senadoro visconde de Jequitinhonha excepçãode um ou outro a quem"faço justiça e
dirigiu ao Sr. I secretario a carta do teor que querem algumas,reformas como eu as quero,
seguinte: ha outros que nada querem, porque as suas idéas
« Exm. Sr. — Aggravando-se diariamente os e os seus factos são conhecidas nesta casa.
meus soffrimentos, sou forçado por consellio dos O Sr. Furtado: ~ Perdôe-me; a proposição é
médicos a ir procürar nas aguas da Bohemia o muito ampla: dizer que ninguém quer reformas..
allivio e remedio de que tanto necessito. Assim,
pois, impossibilitado de comparecer ás sessdes O Sr. Dantas:—Sr. senador, eu desejava ir
do senado, peço licença para retirar-me logo que adiante com o meu discurso ; mas Y. Ex. com o
um dos paquetes inglezes saia deste porto; o seuaparte força-me a entrar emindividualidades;
que espero que Y. Ex. tenha a bondade de levar as reformas publicadas, muitos dos signatários
ao conhecimento do senado. não as querem; ha algumas, porém, que são since-
«Deus guarde a V. Ex.—Rio, 22 de Maio de ramente adoptadas por V, Ex., pelo Sr. Souza
1869.—Illm. Exm. Sr. 1° secretario do senado — Franco, pelo Sr. Ottoni, pelo Sr. Chichorro
Fisco, de de Jcquilinhonha. » e pelo Sr. Octaviano, porque tenho-òs visto con-
Esta carta foi por ordem do senado á com- stantemente nesta opinião, mas muitos outros
missão de constituição para sobre ella dar não as querem.
parecer. O Sr. Furtado ;—Não as querem ?
A commissão lamenta que o illustrado sena O Sr. Dantas:— Não as querem.
dor se veja forçado a privar-nos do concurso de
suas luzes na presente ses-ão, mas attendendo O Sr. Furtado : - V Ex. não pôde entrar em
a tão justo motivo, é íle parecer que se conceda intenções.
a licença pedida, como se tem praticado com os O Sr. presidente [agitando a campainha):—
membros desta augusta camara em iguaes cir- Peço ao nobre senador que trate de justiticar os
cunstancias, cm o competente subsidio na seus projectos.
formados precedentes da casa Paço do senado, O Sr. Ottoni:— Não podemos aceitar a ex-
em 24 de Maio del869. — Fisconde dêSnpucahy.— cepção.
Marquei de Olinda.—Borão das Tres Barras O Sr. Chichorro :—A excepção é odiosa.
Fica sobre a mesa para entrar na ordem dos
trabalh is. O Sr. Furtado: - Creio que todos querem a
Requerendo verbalmente o Sr. 2° s-cretario reforma que eu quero.
que fossem dispensados os interstícios afim de O Sr. Dantas :—Eu juliro das intenções pelos
ser dado por ordem do dia, assim se venceu factos e pelas palavras ditas nesta casa, e pela
O Sr. Dantas Sr. presidente, peço a pa- força de viver com os meus collegas, sei quaes
lavra. sao_ seus sentimentos políticos. Muitas vezes
assignamos um papel que não o approvami s no
O Se. presidente Tem a palavra o nobre todo e usamos da reserva parlamentar, salvo a
senador. redacção, e as.-im nos libertamos dos embaraços
O Sr. Dantas»—Sr. presidente, lenho de e das promessas futuras.
apresentar alguns projectos; o primeiro é a carta
de emancipação da guarda nacional; a guarda dorO deve Sr. presidente;— Acho que o nobre sena-
limitar-se a justificar os projectos, por
nacional é a nação; a nação pois está escravizada, que das palavras que acaba de proferir a conclu-
suas hber iade°S estão' completamente nulliíi- são seria que não deveria apresentar o seu pro-
cadas.
Esta tarefa, Sr. p esidente, não me pertencia, jecto,
poderia
porque é gastar inutilmente o tempo, e eu
mesmo não aceital-os para que se não
porque no senado lia senadores muito esclare-
cidos e eu reconheço a minha incapacidade. perdesse o tempo que pôde ser aproveitado para
Mas eu não e pero, Sr. presideníe, que re outras cousas; entretanto acho que Y. Ex. não
médios a este mal appareçam aqui, nem do lado pôde praticar um acto que não seja levado a
governante, nem do lado" governado ; do lado eAfeito. Mas V. Ex. pôde continuar.
governante porque quem está na dictadura ; ão O Sr. Dantas:—Dou uma satisfação a V. Ex.
se importa com reformas , não quer reformas Eu iameu caminho, os apartes me desviaram;
administrativas. se eu guardasse silencio podia significar a con-
O Sr. Paranaguá ; — Apoiado. firmação do que diziam os que mo deram os
O Sr. Dantas Quem governa quer ter o di- ou apartes; portanto se no correr do meu discurso
durante a leitura do meu projecto eu receber
reito de matar, ainda que não mate : os que estão apartes,
debaixo não se occupam senão em ajuntar me- V. Ex me defenda.
tralha para derrubar a quem está de cima; e cional Senhores, pela nossa constituição a guarda na-
não ó uma instituição constitucional; por-
nem uns e nem outros querem reformas admi- que o que diz a constituição é que todo o cidadão
nistrativas nem na vida e nem na morte e nem é obrigado a defendera integridade .do Império e
quando resuscitarem. a constituição, dos seus inimigos externos e in-
O Sr. Furtado :—Não pôde fazel-as. ternos.
190 SESSÀO EM 24 DE MAIO DE 1869

A mesma constituição diz que haverá uma para que seja elle o guarda fiel de nossas liber-
força permanente fórá do direito commum, e dades. A guarda nacional pois é a guarda da
governada por uma lei excepcional afim de que nação para contrabalançar esses exercites per-
a maioria da nação ou a mesma nação viva e manentes que são uma ameaça viva na mão do
seja livre. Por e'xemplo, uma nação" que tem governo.
10,000,000 de habitantes pode ter uma força de Mas pergunto ; a guarda nacional entregue á
10,000 homens fóra do direito commum, e reno- disposição do governo, seus ofiBciaes nomeados,
vada de tempos em tempos para que os bens e promovidos e demittidos pelo governo, seus fi-
os males da sociedade pese igualmente sobre lhos e sua família entregues aos caprichos desses
todos, ao contrario, se a nação estivesse toda officiaes é porventura a guarda mais apropriada
militarisada, organisada em corpos, sujeita á para libertar a nação ? Não, Sr. presidente, em
disciplina e á disposição do governo, para quem algum tempo eu julguei que quando a constitui-
seria a constituição? ção diz que todo o cidadão é obrigado a pegar em
A con8tituição"diz que o cidadão não será preso armas para defender a constituição e a integri-
sem culpa formada, que a formação da culpa dade do Império, contra inimigos externos e in-
será feita dentro de tanto tempo,'que sua casa ternos,eu julgava que os inimigos internos eram
será respeitada, que tem o direito de petição, as sedições e rebellíões. Mas não ; hoje entendo
que pôde entrar e sahir, quepóle votar livre- que os inimigos internos são os ministres, pro-
mente, que o frueto de seus trabalhos será para voeadores de todas as desordens por si eseus
si, para sua mulher e para seus filhos; entre- delegados.
tanto , senhores , todos esses benefícios estão E' preciso, Sr, presidente, morar-se nas pro-
nullificados pela instituição da guarda nacional. víncias; aqui na Côrte ainda ha quem falle, quem
Se o guarda nacional diz ; « Eu sou cidadão », tome a defeza de um infeliz e a tyrannia algumas
seus superiores ou seus tyranos lhe dizem «sois vezes recua.
guarda nacional. » Não sei, pois, para qnem é a Mas, senhores, o que se passa nas províncias
constituição. Não é possível que marchemos causa indignação, homens poderosos fazem dos
a^sim. guardas nacionaes verdadeiros escravos, mais
Sr. pnsidente, nós, por que temos um assento escravos dos que os nossos escravos; porque os
nesta casa, porque estamos garantidos de todas nossos escrav s soffrem apenas um tyranno e os
as violências, esquecemo-nos do povo? Deste guardas nacionaesa
soffrem tyrannos de Ia ordem
povo que nos rodeou de tanta consideração e da e tyrannos de 2 ordem.
qual vivemos, deste povo tão opprimido por Todos prendem, todos exercem um poder dis-
mandões, tão sobrecarregado de tributos. cricionário sobre os pobres guardas nacionaes;
o governo tem feito do Brasil um povo official em
O Sr Souza Franco : — Ha muita gente que luta uns com os outros; cada um quer ser mais
nunca o esqueceu. poderoso que o outro; a justiça encontra emba-
O Ss. Dantas:—Sr. presidnte, nós não temos raços, e os criminosos aproveitam-se desta anar-
constituição: e os que dizem que ella existe, .chia official. Continuando pois digo ; o que ó um
porque nos achamos nesta casa, tenham .paciên- guarda nacional nas províncias ?
cia, esperem; existem ainda algumas cabeças le- O Sr. T. Ottoni : — E na Côrte ?
vantadas que teem a ousadia de fallarem liberda- O Sr Dantas :—E na Côrte também?O guarda
des e direitos do povo: essas cabeças se abaixarão nacional ó um ente sem personalidade e sem íá-
a seu tempo. milia : sem personalidade, porque é um escravo,
O Sr. T. Ottoni:—Apoiado. sem família, porque a família do escravo está
' O Dantas:—E quando vejo um decreto do sujeita aos caprichos dos senhores Qual é o
poder executivo nulificar um tribunal que é pobre guarda nacional que pôde dizer: « Eu, do-
pela constituição tão vitalício e independente mingo, hei de jantar com minha família e ro-
como este senado, espero que a mesma violência deado de meus filhos ? » Nenhum, Sr. presidente,
venha até e?ta casa. No momente em que o pre- pôde dizer isto «Ora vá fazer exercício, ora
sidente fôr da nomeação da Corôa a existência acompanhar procissões, ora vá acompanhar en-
dos senadores nesta casa está sujeita aos de- terros, fazer notificações, levar oíficios, ou vá
cretos dos ministros. destacado para uma fortaleza»; e pôde haver per-
O Sr Souza Franco:—Não ^se acabou de seguição mais fatal em uma família e maior
goípe nas fortunas de um paiz que precisa de
pôr ha poucos dias? trabalho e de industria ?
O Sr. Rodrigues Silva : — Oh 1 oh! oh I E Senhores, um pobre homem que vive de seu
esta I ? trabalho e vae ficar dous mezes em uma fortaleza,
O Sr. Dantas : — Sr. presidente, eu disse quando volta acha sua casa senão perdida, ao me-
que a guarda nacional não é instituição consti- nos em perfeita anarchia; a miséria é inimiga da
tucional. E' verdade que «s nações livres teem virtude. No desespero de sua dôr elle maldiz dia
adoptado esta instituição, como uma garantia e noute o paiz em que nasceu.
de suas instituições De posse "o governo de Os estrangeiros são preferidos em todo o gê-
exércitos permanentes, não ha gârantia alguma nero de industria aos nacionaes, porque os brí-
SESSÃO EM li DE MAIO DE 1869 191

sileiros nSo dispõem dos seus dias, s5o ser cos da è príncipe Laíour de Auvergne e o segando o
gleba e não podem ir trabalhar, nem dedicar-se príncipe de Ligne a rogar e a pedir a Pio IX que
a um ge ero de industria sem licença de seu se approxime do çhristianismo E se o governo
senhor. disser: « JVon possumos», então, esperemos com
Não, senhores, a guarda nacional, da maneira resignação, porque quem nega o direito de peti-
em que se acha, é uma instituição summamente ção, chama sobre si a petição de direitos.
desmoralisadora e própria do um governo des- Sr. presidente, o projecto basea-se sobre o se-
potico guinte: elle quer que todos os annos se faça o
Se eu quizesse seguir a opinião mais geral, alistamento das pessoas que podem pertencer á
não só dos meus collegas desta casa, aos quaes guarda nacional.
tenho ouvido, como aos de fora, o meu projecto Feito o alistamento, o governo não tem di-
seria este: « Fica extincta a guarda nacional » reito algum de organisar corpos: assim o povo
O Sr. T. Ottoni : —E é o que deve ser. vive na sua completa liberdade.
O Sr. Dantas : —E' tal o horror que tem cau- Se houver uma guerra externa, o governo
sado no espirito publico a maneira porque existe mandará em cada município organisar um bata-
a guarda nacional, a vexação do povo, o instru- lhão; nomeará (não quero offlciaes permanentes),
mento que delle tem feito o governo para domi- nomeará offlciaes de commissão ou de tropa de
nar as eleições,que todos concordam em que]ella linha, se os houver, quecommandarão o batalhão.
seja extincta. Acabada a guerra externa, ou interna, dissol-
O Sr. Soüza Franco : — Então siga esta ve-se o batalhão; os guardas nacionaes entram
opinião. em sua completa liberdade,e no exercício de seus
O Sr. Dantas : — Mas eu antes de tudo obe- direitos não conhecera senhor que os reduza a
deço á minha consciência. Eu não quero deixar servos da gleba, isentos de exercícios de paradas
o paiz sem defeza em casos urgentes ; o nobre e de destacamento.
senador se estivesse no poder não quereria Se houver espíritos emperrados aos quaes
negar ao governo os meios necessários para de- nada agrade senão a actualidade, então venha o
fender a honra do paiz e a tranquillidade pu- seguinte projecto ; « Fica extincta a guarda na-
blica ; diria muito além das minhas pretenções : cional, »
quero acabar unicamente com esse luxo de escra- Vou ler, Sr. presidente. (Lc),
vidão nacional. A assembléa geral legislativa resolve:
Poder-se-ha dizer « E a França não tem Art. I.0 Fica extincU a guarda nacional creada
guarda nacional? Os Estados-ünidos não teem pela lei de 19 de Setembro de 1850, e substituída
guarda nacional? » Sr. presidente, nós devemos por corpos provisórios que serão organisados da
olhar para o estado de nosso paiz, para os nos- maneira seguinte:
sos costumes, para a sêde de mando e a fome de Art. 2.° Haverá todos os annos um alistamento
posições officiaes, e o pouco amor ao trabalho que em cada município, de todos os cidadãos brasi-
domina a nossa população; o governo faz jogo leiros de 20 a 50 annos. Este alistamento princi-
destes sentimentos e domina tudo, não quero piará no dia 7 de Janeiro de cada anno, inscre-
pois a guarda nacional tal qual existe hoje; é vendo-se os^ que houverem completado vinte
uma fonte da immoralidade governativa. annos, e eliminando-se os que houverem exce-
Eu não quero tambom no meu paiz a guarda dido de 50 annos, os mortos e os que houverem
nacional como na França: eu não quero no meu mudado de domicilio.
paiz a guarda nacional como nos Estados Unidos; Art. 3.° Este alistamento será feito por um
são elementos muito perigosos, principalmente conselho qualiíicador, composto de um delegado
quando se trata da emancipação do elemento do governo e de dous eleitores mais votados do
servil. A guarda nacional eleita"poraquellepovo municipio Se o municipio tiver duas ou mais
é a soberania em acção; e tenho muito medo da freguezias, tirar-se ha os eleitores daquella em
soberania constantemente em acção. que se achar a casa da camara municipal. Con-
O Sr. T. Ottoni;—Não tem razão. cluída a qualificação, será uma lista pregada na
O Sn. Dantas:—Nõs já experimentamos isto, porta da igreja matriz, e outra remettida ao con-
e o abuso que se praticava em suas eleições selho de qualificação.
abriu-lhes a porta ao domínio e á dictadurâ do Art. 4.» Haverá um conselho de revista o qual
governo. conhecerá do individo alistamento de qualquer
Apresento o meu projecto; as cabeças mais cidadão, que para elle recorrer.
illustradas que o emendem, se houver" alguma Este conselho será composto do presidente da
idéa aproveitável, senão, votem contra. Eu, Sr. Camara municipal, ou em sua falta do vereador
presidente, quero unicamente mostrar ao povo mais votado, do juiz municipal e do juiz de paz
quaes são os meus sentimentos; quero invocar em exercício. Esto conselho deverá reunir-se 8
o auxilio dos meus collegas para que supplique- dias depois de acatados os trabalhos da quali-
mos, roguemos, pecamos ao governo que se ap- ficação, e de suas decisões haverá ainda recurso
proxime o mais que fôr possivel á constituição. para o presidente da provincia.
Façamos como fez Napoleão III e Leopoldo da Art. 5.o Se o municipio tiver" mais de uma
Bélgica, que mandaram seus ministros á Roma, freguezia servirá o juiz de paz daquella onde se
o primeiro o general Goyon, marquez de Lavalete achar a casa da camara.
192 SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869

Árt. 6.° O cidadão que houver servido em um gos externos, o governo (precedendo licença do
conselho 0não pôde ser membro d > outro. poder legislativo se as camaras estiverem reuni-
Art. T. Concluídos os trabalhos do conselho das) organisará em cada município ou em
de revista, o presidente deste mandará extrahir alguns, como achar mais conveniente, e menos
duas listas, uma das quaes será archivada na oneroso, um batalhão provisorio, e nomeará
camara municipal e a ^utra será remettida ao officiaes de oommissào, ou de tropa de linha sc
presidente da província. oa houver.
Art. 8 0 O recurso para o conselho de revista Art, 14 No caso de perturbação interna e que
será interposto durante os seus trabalhos, e em para restabelecer a ordem não seja bastante a
igual tempo p-^ra o presidente da província, ou força policial da província, e a militar perma-
para o ministro da justiça na Côrte. nente, o governo poderá da mesma fôrma orga-
Art. t'e Todas as autoridades civis ou ecclesias- nisar um batalhão provisorio uiquelle muni-
ticas serã • obrigadas a prestar informações ne- cípio ou em outro proxímo, em que se der a
cessárias de que precisarem os referidos con- perturbação, e empregal-o até o restabelecimento
selhos. da ordem. Os officiaes serão nomeados na fôrma
Art. 10. São exceptu&dos do alistamento os do art. 13.
seguintes cidadãos; Art 15. Os offieiaes de commissão ou de tropa
1.° Os enfermos incuráveis. de linha, que o governo houver de nomear nas
2.°8 Os senadores e deputados. hypntheses dos artigos antecedentes, não serão
3 Os ministros e conselheiros de Estado. residentes no município do batalhão que se
4.° Os presidentes de província e seus secre- houver de organisar.
taries. Art. 16. Esta força, que em todo o caso será
5.° Os magistrados perpetues. de uma organisação temporária, chamar-se-ha
6.° Os juizes temporários. força provisória, batalhões provisórios, e a sua
7.° Os vereadores e juizes de paz. organisação não poderá durar mais que um
8.° Os empregados de justiça e policia. anuo, exoopto se fôr prorogada por lei, o neste
9.° Os offlciaes e praças do exercito, armada e caso será substituída por outra de differente
archeiros. município, organisada na fôrma dos artigos
10. Os officiaes da guarda nacional, extineta antecedentes.
por esta lei. Art. 17, Acabada a guerra externa ou interna,
11. Os que pertencem aos corpos policiaes. os batalhões raunicipaes serão dissolvidos, e os
12. Os clérigos de ordens, e os ministros de cidadãos alistados entrarão no pleno gozo de
qualquer cullo reconhecido. suas liberdades, e, fóra da foi, não reconhecerão
13 Os matriculados na capitania do porto. superior algum que possa dispor do seu tempo,
14. Os advogados, médicos, cirurgíõe , boticá- dos seus serviços c perturbal-os no exercício de
rios com títulos legítimos suas garantias constitucionaes
15. Os empregados dos hospitaes e estabeleci- Art. 18. Em todo o caso e durante o serviço
mentos de caridade, cujo numero será limitado os batalhões organisados e seus officiaes perce-
pelo governo. berão os vencimentos de tropa de linha.
16. Os professores e estudantes matriculados Art. 19. A tropa provisória, só dep is da or-
que freqüentarem as escolas e academias pu- ganisação dos seus batalhões, estará sujeita a
blicas. exercício e paradas, assim como a fardamento,
17. O proprietário, um administrador ou fei- o qual será fornecido pelo governo sa o sol-
tor de cada fabrica, fazenda rural ou industria dado declarar que para isso lhe faltam meios.
• reconhecida per lei, e que contiver 20 ou mais Art 20. Nenhum outro serviço, senão o que
trabalhadores, e nas províncias de 10 para cima. tiver relação com a guerra, será a força provi-
18. Um vaqueiro e capatsz ou feitor de cada sória obrigada a prestar durante a sua organisa-
fazenda de gado que pioduzir 50 ou mais crias ção, portanto fica prohibido ouso de acompa-
annualmente. nhar procissões, fazer guarda na igreja, acom-
19. Até três caixeiros de cada uma casa de panhar funeraes e assistir aparadas de festas
commercio nacional, ou estrangeira, conforme nacionaes.
sua importância. Art. 21. O cidadão que fôr alistado não perde
20. Os empregados públicos reformados. o direito de locomoção ; portanto pôde entrar e
21. O cidadão viuvo que tiver filhos menores. sahir do seu município sem licença prévia do
Art. 11. O governo poderá dispensar os em- autoridade alguma. Quando porém o fizer com
pregados que fizerem falta ás repartições. a intenção de mudar-se do município, partici-
Art. 12. Este alistamento não dá direito a que pará ao' presidente da camara municipal para
se possa organisar corpos permanentes, e nem que faça nare?pectiva lista a annotação necessá-
a nomear-se cfflcíaes que tenham a menor júris- ria, a qual será rubricada e datada pelo referido
dicção sobre os cidadãos alistados, excepto no presidente.
caso seguinte: Art. 22. Estas annotações só poderão aprovei-
Art. 13. Se a nação fôr obrigada a pegar em tar aos alistados, se as' tiverem feito um mez
armas para sustentar a independência, a inte- antes da data da ordem para a organisação do
gridade do Império e defendel-o dos seus inimi- batalhão do seu município, ou se provar que se
SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869 193

acha alistado no município para o qual foi resi- alguma censura, pois, devia recahir sobre o Sr.
dir, ou que se acha dispensado do serviço. general Abreue Lima e em sua vida,porque quem
Art. 2;5. Os batalhões j.rovisorhs, uma vez or- vive nesta grande sociedade catholica, no que
ganisados, estão sujeitos ás penas e processos da diz respeito ás verdadesesscnciaes se o seu espi-
tropa de linha, mas em caso algum, e detciixo da rito as nãopóde comprehender,como disse aSor-
mais rigorosa responsabilidade do official que os bona, deve ao menos as respeita; ; porém o que
commandar, poderão soffrer pena de pranchadas me admira é que combatendo ao illustre gene-
ouaçoutes de qualquer natureza e denominação. ral irritasse unicamente a um correspondente
Esta" pena será substituída pela de prisão, de Pernambuco a negativa do purgatório, que
guardas dobradas, carregamento de armas e pri- logo calou se c guardou-se duri.nte a vida do
vação de vantagens pecuniari -.s. illustre general o mais mysterioso silmeio. Pa-
Ãrt. 24. Os soldados dos batalhões provisórios rece que o_ correspondente foi avisado que o
poderão quéixar-se ao superior e ao governo das Concilio Tridentino recommenda que se evitem
injustiças que soífrerem, sem que lhes seja ne- questões difficeis sobre o purgatório.
cessário prévia licença. O Sr. T. Ottoni ;—Das almas santas.
Art. 25. Os officiaes da guarda nacional dis- O Sb. Dantas:—O que eu acho de indigno
solvida pela presente lei c >m patentes assigna- neste negocio foi a maneira UMçoeira por-
das pelo Imperad r conservarão suas insignias e que se procedeu contra o general depois da
suss honras. sua morte, julgando-o heretioo sem ser con-
Art. 26. Na organisaçãodos batalhões provisó- vencido a ponto de negar-se-lhe sepultura eccle-
rios serão os alistados tirados á sorte até o nu- siastica. Eu faliu de sepultura ecclesiastiea que
mero completo e necessário para formar um ba- é a sepultura com suffrogioa, por que a se-
talhão em cada município, e da maneira se- pultura material c simples no cemitério não
guinte: pertence ao Sr. bispo negal-a; foi um abuso
1.° Os solteiros. de suajurisdicção que só poderia ser tolerado por
2.» Os viúvos sem filhos ou tendo-os sendo um governo fraco c por um povo que ainda des-
maiores. conhece o que é religiâ e o que é abuso delia,
3.° Oe casados sem filhos. e que sendo a prohibição da inhumação utaa
Art. 27. A deugnação principiará pela pri- pena material não está na C !mpetencia"dos bis-
meira classe e não se passará a segunda sem pos usar delia na suajurisdicção que é toda es-
que estejam designados todos os da primeira e piritual. Diz a constituição : «Ninguém terá pu-
assim por diante. nido por motivos de religião, uma vez que res-
Art. 28. Esta designação será feita em pre- peite a do Estado. » Se o general Abreu e Lima
sença de um delegado do g iverno, do presi- houvesse desrespeitado a religião, do Estado lá
dente da camara, ou do vereador mais votado, e estavam as penas do codigo criminal.
do juiz de paz. Ao Sr. bispo, pois, pertence occupar-se com a
Art 29. O cidadão alistado que f r designado alma dos mortos, e não com o corpo que deve
para entrar na organisisação de um b atalhão, ser ^ sepultado onde as autoridades seculares o
pôde dar em sei lognr ura substituto, com designarem : sepultura nã ) se nega a ninguém
tanto que seja cidadão brasileiro, e que tenha E' uma invenção da theocracia judaica que
a idade de 20 a 40 annos negava sepultura aos blaisphetnos e os dei-
Ficam revogadas todas as disposições em xava no supplicio até serem devorados pelos
contrario. corvos; é uma invenção dos Anazes e dos Cai-
Paço do senado, 24 de Maio de 1839.—Dantas. phazes conderanada por Jesus Christo que or-
O 8r. Dantas s-«Oatro projecto; Y. Ex. dá denou que se sepultassem cs mortos sem dis-
licença 1 tineção, porqub nelles não ha nem judeu nem
Sr. presidente, succedeu em Pernambuco um samarLano. Caim commetteu o mais horroroso
facto horroroS'1 _o_ qual faz-nes reoeiar a resur- dos crimes u Deus lhe disse que ninguém o ma-
reição dos supplieios da meia idade em que tanto taria até que voltasse para a terra donde sahiu
se distinguiu a theocracia catholica; é verdade Judas traniu a seu Mestre, ena occasião em que
que lesse facto eu tenho mais a queixar-me do Jesus lhe lançava em rosto •; seu crime distribuía
governo do quo das pertenções ante-christâs do com elleopãoda Eucharistia,e no momento desua
diocesano, o governo espera sempre as desor- prisão ainda o tratava do amigo. Entretanto aquel-
dens para resovcl-as precipitadamente e quasi les que foram postos no nosso paiz para reger a
sempre amedrontado pela agitação do povo as igreja de Deus esquecem-se que antes de serem
resolve mal. bispos eram brasileiros, desacreditam o clero
Eu me redro, Sr. presidente, a um facto prati- nacional em quem a nação tem confiança, para
cado com um illustre cidadão, em Pernambuco, subsiituil-o por umjosiutismo faccioso'alguns
o Sr. general Abreu e Lima, cuja illustração fazia dos quaes,segundo nos dizem, teemmilitado nas
honra a seu paiz. quadrilhas de Roma o de Nápoles Vou entrar
O Sr. general Abreu e Lima em um folheto na questão das sepulturas, e vejamos o que se
que foi enviado a um dos nossos collegas nesta pratica na França, na Bélgica e em todo o paiz
casa, que me deu para ler, atacou, sem duvida, livre : vejamos o que dizem os jurisconsultos.
algumas crenças e dognas da religião catholica; benhores, no tempo do paganismo os cada-
194 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

veres eram queimados e as cinzas depositadas em Mr.Cormenim diz: «E' bem possível que no cum-
pequenas aberturas nas paredes de uma casa primento de um dever appareçam desordens que
a que chamavam columbario. convém evitar; é prohibido por exemplo nos
Ainda hoje quem fôr a Nápoles ha de ver uma rituaes enterrar em terra santa os meninos pa-
dessas casas junto ao turaulo de Virgilio. Mas gãos e certos peccadores públicos; o cura não
este costucr-e julgou-se barbaro e á proporção tendo a policia do cemitério não pôde oppor-se
que a ciyilisação se foi desenvolvendo foi desappa- sem comprometter-se. Nós pensamos que elle
recendo, sendo os homens mais notáveis sepul- obraria prudentemente limitando se ás supplicas»
tados á margem das estradas para conservarem Vou adiante porque consta-me que esta questão
a lembranças o respeito dos viandantes. do cemiteno pende no conselho de Estado.
Pouco depois do christianismo levantaram-se O Sr. Souza Franco : — Esta questão do ce-
templos para os quae- os christãos conduziram mitério por ora ainda não foi para o conselho
os corpos dos martyres: os christãos, ad instar de Fstado
dos martyres, tamber foram querendo ser sepul-
tados nas igrejas; esse empenho que mostra- O Sr. Dantas:-E se fôr ha de ser condem-
vam os christãos para que suas cinzas repousas- nada a dormir annos como succedeu á questão
sem junto aos martyres despertou a cobiça dos da apprehensão das Bíblias; graças ao Sr. Alen-
padres e fizeram da prohibição da sepultura uma car que já deu uma decisão.
pena contra aquelles que em seus testamentos Ainda continua Mr. Cormenim, elle diz: « Se-
não deixavam á igreja uma parte do sua fortuna, ultura ecclesiastica é a que c feita com sup-
contra os que roubavam cs bens da igreja e con- plicas ; quando o cura não quer dar sepultura
tra aquelles que suicidavam-se sem deixar algu- ecclesiastica não se lhe pôde obrigar a um ne-
ma somma pro remedio anima} suai, essas penas gocio de consciência, mas que se pôde chamar
eram pedidas aos Keis e depois da concessão eram outro padre que pôde pedir a Deus pelos infe-
reforçadas com uma disposição de um Concilio. lizes e que os bispos não podem restringir este
Mas depois com o continuo" apparecimcnto da direito de petição. »
peste julgou-se como medida hygienica a sepa- A lei de 5 de Setembro de 1850 sobre cemi-
ração dos cemitérios das igrejas e para fóra das térios diz : « O governo poderá permittir cemi-
cidades. térios ás pessoas do culto diverso do da religião
Na França operou-se esta mudança em 1789 do Estado» e mais nada. E qual éa conseqüência
e o ministro que a ordenou foi taxado de impio que se deduz desta disposição? Certamente é a
pelo clero porque a sua separação da igreja im- seguinte: «Se o governo não permittir ou não
portava necessariamente a secularisação. houver cemitérios separados, as pessoas de di-
Secularisados os cemitérios vejamos o que verso culto serão sepultadas nos cemitérios
se passou na França : communs. »
Napoleão por decisão de 16 de Julho de 1806 O regulamento do governo de 14 de Junho
para acautelar as exigências dos padres contra de 1851 alterou a lei, e copiando a constituição
aquelles que censuravam mais as suas semonias do bispado da Bahia cujas disposições em sua
do que se afastavam do ensino da igreja ordenou maior parte são nbsoletas e contrarias á nossa
que todo o indivíduo devia ser sepultado segun- constituição e revogadas por nossas leis. Entre-
do o rito que elle houvesse nroteatado durante tanto o regulamento do governo foi além da cons-
a sua vida, a menos que elle não houvesse pedido tituição do bispado, e dispoz que os que não
outra cousa ; isto é, constituiu o defunto juiz da pudessem ter sepultura ecclesiastica fossem se-
sua crença, e diminuiu mais um instrumento pultados em um canto fôra do cemitério; mal
que tinham os padres de vinganças e semonias comprehendeu o regulamento o quo é sepultura
' Esta regra foi sempre observada" pelos bispos da ecclesiastica e determinou uma cousa odiosa,
França durante o Império. que ha de ter más conseqüências nessas fregue-
Catítu Napoleão e veio o governo Bourbon. zias do interior onde os parochos, presidente •> de
Então começaram as reclamações dos bispos grêmios e em lutas políticas com seus freguozes,
que nunca foram attendidas. hão de exercer vinganças e sem recurso.
No diccionario do direito administrativo fran- M. Portalis diz: « Notempo em que se pensava
cezlè se o seguinte na palavra—abuso.—«Em caso que a cremça religiosa e a fôrma do governo de-
de recusa de sepultura por um padre para apre- viam ser iinminentemente unidas, declarar-se
ciar se ha abuso é necessário distinguir o que contra uma, era dcclarar-se contra outra. Estas
toca ás supplicas e cerimooias religiosas e o que não foram, pois. tão atrozes senão porque ellas
toca á administração propriamente dita... O eram políticas e religiosas. O que diz respeito á
cura não é senão o guarda das supplicas pode-as organisação do culto reduzindo-se necessaria-
conceder ou recusar, mas a respeito da inhuma- mente a actos exteriores deve sempre ser sub-
ção ou do deposito no cemitério a opposiçãodo mettido á approvação do poder temporal, a qnem
padre em que o corpo seja posto no logar desig- é dado pesar todos"os interesses de que depende
nado pela autoridade competente ou a acção de a ordem publica em geral e a quem só pertence
ser sepultado em logar inconveniente ou não o nome de poder. »
bento, constitue um abuso susceptível de ser re- Senhores, em matéria de disciplina externa
primido. da igreja, esta só tem a iniciativa, e ao poder so-
SESSÃO EM U D E MAIO DE 1869 195

berano das nações compete aceitar ou recusar derribar essa parede dejesuitas que vae engros
tudo quanto contraria as leis e suas constitui- sando e que não recua diante de todos os cri-
ções; é necessário prégar, ensinar e esclarecer mes para dominar e conservar-nos na mais
âo povo este direito da soberania tão antigo e crassa ignorância.
que nasce com a própria nação. Ha tres annos O Se. presidente ; — Peço licença ao nobre
sustentou Mr. Derbois, arcebispo de Paris, esta senador para observar que está chegada a hora
verdade no senado francez, pelo que mereceu em que devemos entrar na discussão dos objec-
a indignação da cúria romana. tos dados para ordem do dia Diz o regimento
Em matéria pois de disciplina os Reis teem que os senadores justificarão summariamente a
jurisdicção ordinária e superior a dos bispos que utilidade dos projectos que apresentarem; pa-
lhes deu a soberania da nação, não é jurisdicção rece-me que o nobre senador está discutindo o
delegada porque o chefe de uma nação que rece- seu projecto.
besse para defender seus subditos e reger os ü Se. Dantas :—Y. Ex. vê que vou apresen-
seus Estados, uma delegação estrangeira, seria tar um projecto que é de matéria nova nesta
indigno de ser um magistrado supremo. casa e precisa de justificação para que mereça
Vejamos ultimamente o que diz o sábio e vir- ser apoiado pelos meus collegas.
tuoso bispo de saudosa memória. O Sr. Presidente : — Devemos ser os pri-
O fallecido Sr. conde de Irajá, tratando das se- meiros a dar o exemplo de obediência ás leis ;
pulturas disse na sua obra de direito ecelesias- por isso fiz essa observação ao nobre senador
tico: « A palavra sepultura comprehende dous porque talvez não estivesse ao facto de que uma
direitos, comprehende o jus suffragandi e o jus disposição expressa dos nossos estatutos deter-
sepulturas dandi. O direito de suffragar é espiri- mina que os projectos quando são offerecidos
tual; mas o jus sipulluras dandi é completamente sejam justificados summariamente.
material. Mas como, o cemitério é bento, o bispo O Sr. Dantas:— Eu tinha muita cousa a
pôde prohibir que nelle se sepultem pessoas que dizer; vou porém resumir para satisfazer a re-
não são conformes aosdogmas da Igreja.» commendaçâo de Y. Ex..
Sr. presidente, sobre a palavra —bento— eu Na Bélgica um convento, creio que de rederop-
creio que o virtuoso bispo viu-se em torturas, e toristas emittiu bonds de missas; cada bond
Íiroferindo só esta palavra passou, como o re- representava 50 missas por 70 francos. Um boti-
ampago, á outra matéria. cário annunciou á venda por todos os jornaes;
Se a palavra —bento— désse direito de pro- um belga, ridicularisou e ; ispertou o governo
priedade aos bispos, então, a mitra era o mais que mandou processar o boticário, e recolher os
rico proprietário desta cidade, porque quem faz bonds, que lá corriam, como correm aqui os bi-
sua casa a manda benzer; benzem-se as embar- lhetes da barca Ferry. Morre o belga e nega-se-
cações, as armas, as bandeiras, os chafarizes, os Ihe sepultura, O povo resiste; o mesmo succede
caminhos de ferro. Eu que estava renovando com dous homens achados mortos em um bos-
minha casa com intenção de mandal-a benzer, que; o cura suppoz logo que haviam morrido em
não o farei mais porque não quero que fique pro- duello; nega-lhes sepultura, O povo reune-se, e
priedade de mitra. leva os cadáveres pcra o cemitério e os sepulta.
Senhores, a benção quer dizer abundancia: Um deputado apresenta na camara um pro-
quando um pae invoca a Deos para abençoar o jecto contra o abuso do cura, e pede explicações
seu filho, pede-lhe que derrame sobre ellê uma ao govèrno; o ministro do interior respondè»lhe
abundancia de benefícios; a benção do cemitério o seguinte: (Vou lêr um jornal de Paris).
é uma ceremonia edificante qúe reeommenda . « A camaribelga continua a discutir os princí-
aos vivos o respeito e a veneração a um logar pios legislativos que devem regular a questão das
onde dormem os mortos. sepulturas; o ministro do interior foi ouvido, e
Mas dizem «E* sagrado». Senhores, bento e sa- desenvolveu com energia a these da predomi-
grado ó a mesma cousa; alguns dizem; a ceri- nância administrativa nesta matéria, seu discur-
monia do sagrado faz-se com oleo, o bento é so pôde resumir-se nesta phrase. «O acto da in-
com agua. O que é verdade é que nem o oleo humação é um acto puramente administrativo,
e nem a agua dão títulos de propriedade a uma pedida de ordem publica e de hygiene, e a
ninguém. O Ritual diz: « De benediclione cemi- policia dos cemitérios, abstraeção feita do direito
teri. » do propriedade, deve pertencer exclusivamente
Depois, ó preceito canonico que todas as cousas á autoridade administrativa. »
bentas que levam matéria nova, é preciso ben- Portanto, Sr. presidente, aquelles que levaram
zel-as de novo; um templo reedificado, uma ima- o cadaver do venerando general Abreu e Lima ao
gem descorada pelo temp) é preciso benzel-a de cemitério inglez, esses generosos pernambu-
novo. Ora um cemitério que é cavado e recavado canos que foram solicitar da religião protes-
tantas vezes, coberto de aterros, e que,para usar tante a caridade christã, deveriam ter marchado
de uma expressão de um autor acerca do cemi- para o cemitério publico e feito sepultar o ca-
tério do Pòre-Lachaise, coberto de uma terra daver do illustre general, fosse qual fosse o seu
que jã viveu, pôde ainda por causa da benção resultado. Nas leis civis não se encontram penas
entrar no inventario dos bispos. Senhores, a contra aquelles que obedecem a um preceito di-
civilisação nos ha de vir; esforcemo-nos para vino e exercem a caridade christã para com os
196 SESSÃO EM DE MAIO DE 1869

mortos; um prelado deve ter uma ambição mais ORDEM DO DIA.


alta, a de paciScar as suas ovelhas e levar-lhes
a paz aos corações.- Se elle provoca schismas, Procedeu-se a votação do art. 1°, que ficara
se o rebanho revolta se contra elle, se elle quer encerrado, do projecto, fixando as forças de terra
exercer contra uma multidão a severidade dos para o anno financeiro de 1869 a 1870, e foi
cânones, de quem ficará elle sendo pastor? approvado.
O Sr. Oçtaviano mandou á mesa para ser in-
Obedecendo a Y. Ex., vou terminar o meu cluída na ácta a seguinte declaração:
discurso lendo o projecto que tenho de mandar
á mesa. [Lê). « Declaro que votei contra o art. 1° da pro-
posta do poder executivo, fixando as forças de
A assembléa geral legislativa resolve • terra para o anno financeiro de 1869 a lèlO.—
Art. 1.» A inhumação, ou exhumação dos ca- F. Oçtaviano. »
dáveres nos cemitérios, perteocem 'exclusiva- Continuou a discussão do art. 1° additivo com
mente á autoriiiade administrativa. Aos chefes os §§ 1° e 2°.
de policia na Côrte e capitães das províncias, e
em falta a autoridade mais graduada do logar O Sr. Parnuasnín: - Sr. presidente, máo
pertence remover todos os obstáculos que appa- grado meu, vejo-me na necessidade de fazer ainda
recerem contra esta medida de ordem publica, de algumas observações sobre o artigo que se dis-
hygiene e de humanidade. cute, visto como o nobre ministro da guerra
fez-me a honra muito distineta de declarar pe-
Art. 2 » A disposição do artigo antecedente rante o senado que esta lei deve ser discutida e
não prejudica os rendimentos que percebem os votada, não conforme o relatório e informações
proprietários dos cemitérios, e nem as outras de S. Ex., mas pelas informações que se acham
attribuicões a cargo dos respectivos administra- contidas no relatório que, como ministro da
dores. guerra, apresentei o anno passado; se bem que
Art. 3 ° A inhumação de um cadaver em caso muito me maravilhasse este assêrto do nobre
algum, e seja qual fôr o pretexto, não será ne- ministro, pois que entendo que emquanto uma
gada. A exhumação, porém, só será permittida proposta, um projecto qualquer, pende da deci-
para descoberta de algum crime, ou por causa são de uma corporação tão illustrada como esta,
da remoção do cemitério. os últimos esclarecimentos não podem ser des-
Art. 4 o Os cadáveres serão sepultados con- pri zados, as ocourrencias, os feitos importan-
forme a religião dos fallecidos, se porém houver tes que tiveram logar depois da retirada do ga-
algum cemitério sem logares designados, serão binete não podem deixar de ser tomadas em con-
sepultados no cemitério commum. sideração para justificar ou para alterar as
provi d*en cias que se trata de adoptar.
Art 5.° Basta a declaração do fallecido em seu Era por isso que eu dizia que nem o senado
testamento, ou em falta â de pessoas que lhe podia tomar em consideração a proposta, nem
pertencem, para prova da religião que profes- estava no interesse do nobre ministro que ella
sava. entrasse em discussão antes de ser distribuído
Art. 6.° Se o fallecido fôr extranho, e se não o seu relatório ; mas como o nobre ministro en-
» souber qual a sua religião, será considerado ca- tende diversamente, opinando que esta proposta
tholico. deve ser discutida e votada em vista das infor-
mações que tive a.honra de apresentar no meu
Art. 7.° Oofficial ou medico verificador dos relatório, corre-me o dever imperioso de com-
obitos fará menção no seu attestado da declara- pletar essas 'informações , de adduzir outros
ção que exigem os arts. 5» e G0 da presente lei. motivos que, porventura, eu tenha para me-
Art. 8."Feita a declaração acima nenhuma au- lhorar as disposições de que se trata.
toridade, quer civil, quer ecclesiastica poderá Feitos da maior importância se deram depois
impedir a inhumação, seja qual fôr o pretexto. da apresentação deste projecto ; tem decorrido
Art. 9.° Fica prohibido o interdicto local so- um período não pequeno, o Estado e as cir-
bre os cemitérios. cumstancias da guerra não podem ser as mes-
mas ; ella entra em uma nova phase, como nos'
Art. 10. Da declaração indevida feita pelo me- declarou o nobre senador pela Bahia, phase
' dico, ou ofilcial verificador, poderão os parentes cheia de perigos e incertezas, pois que um des-
do morto recorrer para a autoridade policial do cuido pode muito bem, disse ainda S. Ex.,
logar, o que será decidido por uma simples or- mallograr o frueto de tantos combates e bata-
dem da referida autoridade. lhas feridas brilhantemente; e pois a respeito
Ficam revogadas as leis em contrario. do § 1° eu pretendo offerecer uma emenda, que j
Paço do senado, em 24 de Maio de 1869. — se estivesse collocado na posição do nobre
Dantas. ministro não teria dnvida de apresentar da mesma
maneira, ou de pedir a algum amigo meu que o
O Sr. presidente:—Osprojectosdo nobre se- fizesse.
nador ficam sobre a mesa para entrar na ordem Não é novo este procedimento ; não deve ser
dos tiabalhos. estranhado pelo nobre ministro, porque mesmo
SESSÃO EM M DE MAIO DE 1869 197

nesta casa, em occasiSo semelhante, mostrei me tinuarãoa servimos seus postos honorários com
dócil, aceitando algumas emendas offerecidas os vencimentos respectivos, sem importar isso
por alguns nobres senadores, embora opposicio- uma preterição ao direito daquelles que perten-
nistas. As informações supervenientes, baseadas cem actualmente ao quadro do exercito; do 1°
em factos occorridos antes da adopçõo defini- oosto irão successivãmente passando aos postos
tiva de qualquer medida, não podem°jámais ser immediatos até aquelle de cujas honras gosarem,
despresadas por um corpo deliberante ; a expe- e dahi por diante terão as promoções que lhe
riência não pôde deixar de ser sempre utilmente competirem. Desejara, pois, saber se o nobre mi-
consultada: é por isso que entendo que a me- nistro aceita uma emenda nestes termos.
dida do § 1°, nos termos restrictos em que se Quanto ao § 2" que diz respeito ás transferen-
acha, não produz os resultados desejáveis; cias entendo que não pôde ficar como se acha; é
o
Diz o art. I [lendo): « Fica desde já o governo uma autorisação muito ampla que induzirá a
autorisado: l0, para admittir no primeiro posto erros e abusos que podem prejudicar grande-
do exercito os offlciaes e praças de pret dos cor- mente a disciplina, e offender a direitos adqui-
pos de voluntários da patria e da guarda nacional ridos, o que nos cumpre sempre acautelar,
que tenham prestado por dous annos bons ser- quanto em nós couber, como na especie de que
viços de campanha. » Outros haverá muito com- se trata, não se concluindo dahi que desejo sa-
petentes na matéria que desejem esta autorisação crificar ao interesse privado as conveniências do
sem a clausula do primeiro posto; eu, porém, serviço publico. A esse respeito eu poderia so-
querendo respeitar os direitos daquelles que teêm coner-me prescindindo mais desenvolvimento,
feito da vida militar sua profissão, que contam do luminosíssimo relatório apresentado' este
longos annos de serviço, enteado que não lhes anno pelo honrado Sr. presidente do senado,
devo dar de chofre um numero tão considerável trabalho a muitos respeitos digno de ser con-
deconcurrente3,por isso limitei ao primeiro posto sultado pelos nobres senadores e por todos
a admissão no quadro do exercito dos offlciaes aquelles que interessam-se pela causa publica;
de voluntários e guardas nacionaes, porque assim a questão acha-se ahi tratada magistralmente
não offendia o direito de accesso. Mas não se em mais de um logar.
pode desconhecer que, a não ser a possibilidade Quando se tratou de regular o accesso aos
de abusos e erros, fôra de conveniência aprovei- postos de officiaes das differentes armas do
tar tantas vocações manifestadas na presente exercito, comprehende-se que o governo tinha
guerra, que tanto se tem prolongado. necessidade de uma autorisação ampla nesse
Estando, pois, a reflectir sobre este assumpto, sentido, mas ainda assim a lei" n. 585 de ü de
pareceu-me que se podia conciliar as cousas des- Setembro de_1850, não deixou de estabelecer sa-
te modo: admitta-se no 1° posto os offlciaes dos lutares restricoões e limitar o tempo que devia
eorpos de voluntários e da guarda nacional que durar semelhante autorisação.
se tiverem distinguido e cjuizerem pertencer ao Os factos vieram justificar as cautelas do le-
quadro do exercito; assim com eífeito, não se gislador, porquanto, não obstante ellas, appare-
mz injuria a ninguém; mas como a medida limi- ceram queixas e reclamações ; tanto é certo que
tada a estes termos só póie aproveitar a mui pou- é um meio perigosissimo, uma autorisação con-
cos, porque o dfflcial de voluntários e da guar- signada nesses termos em uma lei; póde-se desta
danacional.quese acha emcampanha,três,quatro arte matar de repente as mais legitimas aspira-
emaisannospquetemporactos de bravura alcan- ções ; uma vaga á que um offlcial de uma arma
çado postos superiores não quereráir servir effec- se, julga com direito por seus serviços relevan-
tivamente na simples posição de alferes,nao que- tes, pela sua antigüidade mesmo, pois que a an-
rerá perder o posto honorário que conquistou ex- tigüidade é também um direito, pôde ser preen-
pondo a sua vida o regando o campo Inimigo com chida por um offlcial de arma diversa, se o go-
o seusangue, accrescentemos alguma cousa. Eu verno tiver semelhante faculdade; não haverá
sei que os mais distinctos generaes quecomman- segurança, não haverá tranquillidade de animo
daram as nossas valentes legiões, que as levaram para os offleiaes das differentes armas ; cada um
muitas vezes á victoria.não fazem distincção entre terá pendente sobre a sua cabeça a espada de
voluntários da patria,* guardas nacionaes e pra- Damocles ; e isso, senhores, não será muito in-
ças do exer ito, não temem offender as suscepti- conveniente ? Quando tanto carecemos dos ser-
bilidades do exercito opinando em favor de uma viços dessa classe importante, não ó preciso dar-
medida em termos mais amplos, mas eu não estou mòs-lhe garantias 1
inteiramente de accordo. Adoptemos uma medida nesse sentido, muito
Desejo e procuro conciliar as cousas adoptando embora, mas uma medida que possa servir de
uma providencia nestes termos: admitta-se incentivo e nunca como meio de matar as aspi-
estes offlciaes no quadro do exercito no 1° posto rações justas, como uma causa de desfalleeimento
garantindo-se-lhes as honras do posto que adqui- e abandono das fileiras do exercito pelos mais
riram por actos de bravura, com os respectivos distinctos offlciaes.
vencimentos. Assim, entendo eu que muitos O nobre ministro firmou se em meu relatório e
officiaes que so achem co mm issionados no-exer- portanto tenho necessidade de apresentar consi-
cito, e que serão uma acquisição importante, não derações que seguramente não se acham em
duvidarão abraçar a carreira militar, porque con contradicção com aquillo que eu disse, nesse re-
198 SESSÃO EM 22 DE MAIO DE 1869

latorio. Mais de uma vez Y. Ex, no seu impor- permanente, aquella disposição limitada; essas
tante relatório, fez-mea honra de citar discursos disposições legislativas, fructo da experiência,
meus proferidos nesta casa e onde as minhas tiveram em vista conciliar os direitos do indiví-
opiniões foram manifestadas por occasião de duo com os da sociedade. As autorisações am-
tratar-se de pretenções individuaes desta na- plas deram sempre logar a muitas reclamações
tureza ; fiz sempre vèr o perigo das transferen- no exercito, e é isto o que eu quero diminuir
cias, e os paticmarios não foram attendidos. com a minha emenda — e o requererem.
Não eondemno agora a autorisação, mas quero Eu julgo indispensável esta clausula que mo-
que ella tenha o seu complemento necessário, difica a autorisação, deixando-a assim mesmo
quero alguma modificação, e é porisso que con- muito mais ampla do que a da lei de 20 de Julho
cordando na autorisação tomei a liberdade de combinada com o art. 6. da lei de 11 de Setem-
perguntar ao nobre ministro o modo como pre- bro de 18G1, e isto pelas cireumstancia especiaes
tendia executal-a, declarando nessa mesma oc- da guerra.
casião que eu pretendia fazer delia o uso mais Por isso perguntei ao nobre ministro se pre-
restricto possível conciliando o interesse pu- tendia indefinidamente usar de semelhante au-
blico com o privado, não applicando esta medida torisação, ou somente durante a guerra. S. Ex.
em detrimento dos olficiaes das difíerentes apoiaiido-se no meu relatório, disse que preten-
armas, executando-a. do maneira que a trans- dia usar da medida mesmo depois de concluída a
ferencia nunca pudesse importar em castigo. guerra. E' verdade que o relatório diz que depois
Mas o nobre ministro declarou-nos que, inde- da guerra talvez fosse conveniente o exercício do
pendente da vontade dos officiaes, não só nesta semelhante autorisação por seis mezes. Tanto
como em outras circumstancias,estava disposto reconhecia eu o perigo de tal autorisação que
a fazer as transferencias: cs-propiio ifaríe, foi a queria limital-a não só no modo senão também
expressão do nobre ministro, no tempo ; era uma dictadura limitada (permit-
O Sn. ministro da guerra;—Está enganado, ta-me V. Ex. que eu diga) a um certo tempo;
não-me entendeu. queria que a dictadura não xcedesse a seis
O Sr. Paranaguá :—Folgarei de estar enga- mezes depois da guerra. Mas Vvjo que no artigo
nado, mas em todo o caso a clausula que pre- additivo não se fez essa dúMncção, portanto
tendo apresentar acho indispensável, e creio pôde durara autorisação par 1 .do o anno finan-
mesmo á vista do aparte do nobre ministro que ceiro, pôde mesmo acontecer, '.orno o nobre mi-
ella não pôde deixar de receber o assentimento nistro já nos annunciou, que x hi tenha de reger
de S. Ex. O nobre ministro deve querer todas no exercício de 1870 a 1871, i dde ainda o nobre
as garantias possíveis; estas cláusulas salutares ministro fazer com que esta disposição se torne
sempre foram aconselhadas, e, venham donde permanente.
vierem, uma vez que se fundam na razão ena ex-
periência, parece me que devem ser aceitas. Tudo isso convindo acautelar, estou disposto
Nossa legislação a esse respeito tem sido sem- a offerecer uma emenda nos termos em que disse
pre, quanto po°Sbivel, restricüva do arbítrio. e acredito que o nobre ministro não duvidará
Depois da lei n 58õ de G de Setembro do 18Õ0, aceital-a como uma garantia, que, se preserva o
que continha uma autorisação semelhante, e direito das partes, resguarda também a acção
que já havia caducado, veio a lei n. 1149 de 11 da autoridade.
de Setembro de 1861, a qual, no art 6°, autorisou Nós vemos que o nobre ministro a pag. 11 do
a transfereucqi de officiaes do exercito no pri- seu relatório nos diz o seguinte .— [Lendo] « Os
meiro posto de uma para outra arma, devendo o memoráveis feitos do mez de Dezembro ultimo
oíficial transferido considerar-se o mais mo deram motivo para que fossem promovidos por
derno da arma para que passar, conforme o exi- aetos de bravura muitos olficiaes que nelles to-
firem as conveniências do serviço e a aptidão maram parte. Esta promoção deu logar a alguns
os que o requererem. Veja V. Ex , veja o se- queixumes como sempre temsuceedido por maior
nado quantas garantias daquella sábia disposi- que seja a imparcialidade com que se haja pro-
ão:
0
concede a faculdade somente quanto ao cedido ; entretanto o gov«rno procura apreciar
posto, devendo o oíEcial transferido consi- devidamente a justiça dessas reclamações e se
derar-se o mais moderno da arma para que esforça para não deixar sem recompensa con-
passar, de sorte que não ha aqui offensa de di- digna aquelles que a tiverem merecido. Tal con-
reitos. sidera ser o seu dever, e é o seu mais ardente
Não é isto só ; prescreve-se a clausula de desejo. »
requerimento do oíficial, de maneira que não Yê pois V. Ex. quanto a matéria das promo-
podem ser preteridos os direitos dos outros ções é melindrosa e importante. E o que dire-
como pode acontecer com a autorisação que se mos a respeito das transferencias que tecm com
deixa ao governo para transferir os õfüciaes de ella toda a connexão, toda a analogia, porque
uma para outra arma nos termos do artigo addi-
tivo. pôde importar promoções, supprimil-as, trazer
preterições, em uma palavra, perturbar a disci-
A lei n. 1220 de 20 de Julho de 1861, art. 5o plina do exercito, produzindo desgostos sem
mandou que continuasse em vigor, tornando-a conta, etc. ?....
SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869 199

O nobre ministro nos disse claramente que a para « Quereria o nobre senador que eu aceitasse
promoção ultima occasionou alguns desgostos e promover o governo a medida dc. poder, á arbítrio,
reclamações, que S; Ex trata de apreciar devi- ção? Quereria sem marcar-se o limite dessa promo-
damente com o desejo ardente de attender ás re- o arbítrio de concedero nobre senador que eu aceitasse
clamações que forem justas, de offerecer a esses presente funesto d promover ao general em chefe o
bons servidores do Eit' do recompensas con- sobre o campo de
dignas a seus serviços. Já vê o nobre ministro batalha? A França, estando tão longe do Mé-
que neste terreno não posso senão vir em au- xico, não concedeu ao seu general a promoção;
xilio da S.Ex ; acho que assim deve obrar; tal concedeu apenas o poder provisorio de distri-
é o seu dever. S. Ex. foi o primero a reconbe- buir distineções, condecorações. Eu, Sr, presi-
col-o; é o seu mais ardente desejo, para cuja dente, cedo o logar ao nobre senador; que elle
realisacão faço também os votos mais decididos. venha satisfazer os seus desejos; mas lhe augu-
S. Ex. pôde (ainda é tempo) sanar os incon- rareiexercito,
mil desgostos, mil infortúnios, mil queixas
venientes que porventura tenham resultado do talvez mesmo uma grande anarebia
dessa promoção, contra a qual se levantaram com essas medidas que elle julga necessário
tantos clamores, que em grande parte hão de ser crear como incentivo. »
Dir-se-bia que eiam os écos daquellas pala-
infundados, bastando que haja algum fundo de
verdade, para que o uobre ministro e o illustre meu vras eloqüentes que repercutiam da louza do
general cm chefe se convençam, que nestas chegaram nobre amigo, os clamores que aqui nos
matérias, como em tudo mais. não tem o dom nas cartas, nas correspondências, do
da infalibilidade; forçosamente hão de procurar Prata em conseqüência das ultimas pr-omoções
informações, informações que podem ser in- feitas no exercito; pintava-se elle qua si que' em
exactas/principalmeme colhidas lá de repente, desorganisação, tomado de desgostos, a tal
e logo por cilas fazendo se obra. ponto que tornara-se necessária a nomeação de
O quadro foi excedido cm algumas armas, e ura personagem como aquelle que foi enviado
postes superiores, creio que mesmo em alguns pelo governo, que reconheceu por semelb nte
íiostos subalternos; mas isto não e parte para acto quanto a missão era espinhosa.
Não direi que o exercito se achasse exacta-
que não se façam as reparações, que sendo fun- mente nesse estado em que o pintaram; mas a
dadas em direito e justiça forem possíveis. verdade é que os clamores se fizeram ouvir com
Creio que S Ex. não pôde deixar do reconhe- toda a energia, que as queixas avultaram tanto,
cer, como o illustre general em chefe, que o qua-, que o nobre ministro as mencionou no seu
dro foi excedido. Eu não os crimino por isso; relatório, promettendo uma reparação, e tanto
era factível; e como se podem reproduzir factos que o novo general em chefe, apenas chegou ao
da mesma natureza, como as necessidades da exercito, apresentou-se como reparador, de-
guerra podem reclamar procedimento idêntico, clarou que estava prompto a ouvir a todos e a
desejara saber se S. Ex, deseja a ampliação do advogar perante o governo imperial os direitos
quadro, se o julga insufflciente para premiar os daquelles que porventura se julguem e estejam
feitos queteom enchido e continuarão a encher com effeito offendidos em seus direitos.
dc gloria o nosso valente qxercito. Não crimino a ninguém; mas, vôo nobre mi-
O senado ha de recordar-se de que nesta casa nistro como é facii, na melhor boa fé, cahir-se
um nobre senador pela província do Minas-Ge- em erros, aliás deploráveis nas circumstaneias,
raes, logo no principio da guerra, oilereceu uia em que se acha o nosso exemito de operações.
projecto facultando a ampliação do quadro, As apalavras generosas do illustre príncipe, na
tanto do exercito como da armada. E-se projecto sua I ordem do dia, as promessas meditadas do
ainda existe em uma das commissões da casa; nobre ministro tío seu relatório não tiveram ou-
depois de combatido energicamente pelo meu tro fim se não aplacar as ondas que assoberba-
digno antecessor, com o apoio de muitos hon vam, que podiam transtornar os negocios do
rados membros da maioria do senado, creio Sul.
mesmo com o voto muito competente do nobre O nobre ministro no quadro do exercito tem
duque de Caxias, que nessa occasião sentava-se ensanchas bastantes; pôde e deve faze-lo; neste
naquella bancada, na vanguarda do centro es- momento, quando se trata de pugnar pelos di-
querdo, mais do uma vez o vimos correr em au- reitos de uma classe a cuja testa tive a honra dé
xilio do ministro, que com razão felicitava se do estar, ainda que immerecidamente (não apoiado)
sen apoio, combatendo a ampliação do qualro, não poderia crear estorvos ao cumprimento das
e a faculdade dc delegar ao general a attribui- promessas do nobre ministro, ao contrario,desejo
ção de conferir postos no campo da batalha por auxilial-o, se é que o meu auxilio de alguma
âctos de bravura, o que o meu antecessor consi- cousa pôde servir.
licrava como um presente funesto... Y. Ex O nobre ministro não obstante o excesso que
me faça o favor de mandar o seu relatório. [E' se nota na ultima promoção, tem ainda muito
satisfeilo). com que attender a essas reclamações que S. Ex.
Dizia então o Sr. Ferraz, barão de Uruguayana, tr&ta de apreciar devidamente para fazer justiça
em resposta a um discurso do Sr. visconde de a quem merecel-a como é seu mais ardente
Abaeté; desejo. Assim, percorrendo o quadro do exercito
25
200 SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869

com attenção aos mappas da oficialidade exis- duas em vez de quatro vagas de tenentes-coroneis,
tente,nós vemos que ha muitas vagas nos diffe- e nenhuma de coronel; nem haveria neste posto
rentes corpos. Ko estado maior geaeral ha duas dous. aggregados.
vagas da brigadeiro pelo fallecimento d s Srs. Houve exce-so no quadro como V. Ex. ha-de
Gurjão e Jacintho, nomes que hão de ser sempre reconhecer, o que é contra alei; por exemplo,
caros ao exercito e á patria, pela qual sacrifica- no estado-maior de Ia classe ficou aggregado
ram nobremente suas existências {Apoiados). um tenente-coronel; no estado-maior de 2a classe,
Nos corpos especiaes ha bastantes vagas; no além de 3 ou 4 coronéis aggregados já existentes
de engenheiros, por exemplo ha nada menos desde a organisação do corpo, ficaram aggrega-
de nove, sendo um v pelo fullecimento do não dos mais dous tenentes-coroneis por effeito da
menos digno coronel Frederico Carneiro de ultima promoção.
Campos, cuja, memória é tanto mais saudosa Deu se, pois, mais de um excesso do quadro
quanto foi lastimoso o seu fim, [apoiados) pela marcado por lei.
perfídia de que foi victima, e que mal se podia Foi por isso que perguntei ao nobre ministro
acreditar houvesse um povo capaz de prati- se as necessidades da guerra exigiam a amplia-
cal-a nos tempos modernos. [Apoiados) . ção do quadro, aliás combatida pelo meu digno
No corpo do estado maior dea Ia classe ha 4 antecessor, apoiado pelo nobre duque de Caxias.
vagas; no do estado maior de 2 classe G. Na E' negocio este muito grave; o senado poderia
artilharia também ha vagas; mas aqui preciso consideral-o francamente para resolver aquillo
de alguns esclarecimentos do nobre ministro que fosse melhor. Em todo o caso teríamos a
para poder considerar o quadro, e saber quantas vantagem de chamar o governo á senda que lhe
vagas existem nos postos superiores, parecen- fòra traçada por lei; é nossa missão chamar o
do-me ter havido algum equivoco, á vista da governo para ella, e parece-me que elle não des-
promoção ultimamente feita, e da approvação estimaria isso, porquanto toda a vez que se achar
pura e"simples que S. Ex. lhe deu, seguramente apoiado na lei, ha de ter força suficiente para
depois de muito meditar, porque essa approva- melhor desempenhar sua missão, o que actual-
ção não veio logo (S. Ex. ha de recordar-se disto) mente não acontece, debilitando-se por constan-
õ que deu logar a muitas conjecturas, o até tes infracções.
mesmo a suspeita de ressentimentos, não sei se Na arma de cavallaria também ha vagas, me-
reaes ou phantasticos nos no posto de coronel; não as ha neste
O Sr. Zacarias:—A' arrufos. posto ; mas dão se no de tenente coronel; como
O Sr. Paranaguá . .. ..mas que afinal des- porém ha 4 commandantes de regimentos de ca-
appareeeram pela approvação a que alludi. Não vallaria com a patente de tenente c ronel, se
sei, portanto, quantas vagas conta o nobre mi- estes o merecerem, podem ser promovidos a co-
nistro nos postos superiores, da arrra de ard- ronéis.
Iharia; porquanto, podendo haver de sete a doze Nos corpos de infantarir. ha também bastantes
coronéis naquella arma, seis pertencentes ao vagas; muitos offlciaes commandam corpos
estado-maior, um necessariamente para com- como tenentes coronéis, que se o merecerem
mandar o regimento, e õ que podem ser com- poderão ser promovidos úquelle posto ; podendo
mandantes dos cinco corpos da mesma arma. haver 22 coronéis rra arma de infantaria;
porque sabe o nobre senador que os corpos de existem, creio eu, apenas 10.
artilharia, assim como os outros corpos arre- O nobre ministro, está portanto, muito habili-
gimentados podem ser indistinetamente com- tado a attende ás reclamações justas, que por-
mandados por coronéis ou tenentes-coroneis ; ventura apparecerem, aprémiar serviços q.iees-
ha offlciaeg desta ultima patente no commando tejam provados. E' mu dever, é seu mais ardente
de corpos de artilharia. desejo ; faço votos para que S. Ex. satisfaça a
Tenentes-coroneis de artilharia devem haver de esse desidcralum,q\iQ o faça sem precipitação,fnas
14 a 9, conforme o numero de coronéis ; e como quanto antes. O nobre ministro sabe quê aquel-
existem actualmqnte 1, devendo ser 9 o minimo, les qué eslão na campanha, que se expõem dia--
ha dous logares a preencher-se: isto é o que riamente a todos cs perigos, a maior ambição
deve ser. que teora é obter postos que os distinguam, que
Vejamos agora o que se fez. Foram promovidos lhe proporcionem melhores vantagensí accenan-
na arma de artilharia a coronéis o coronel gra- do ao mesmo tempo com a perspectiva de me-
duado José de Miranda da Silva Reis, e os tenen- lhor futuro a suas desoladas famílias.
tes-coroneis Conrado Maria da Silva Bittencourt, A consideração do meio soldo, das pensões
Manoel da Gama Lobo d'Eça e Manoel Deodoro que deve ser o'bjecto do tanta solicitude, como
da Fonseca. Ha por conseguinte 12 coronéis tem sido, para nós legisladores, que vemos
mas como dous corpos de artilharia estão com sacrificarem-se t.antjs paes de família, não é
mandados por teneutes-c roneis, resulta que 2 motivo bastante forte para actuar no smimo do
dos promovidos ao posto de coronel ficaram como nobre ministro, para induzil-o a preencher essas
aggregados ao estado-maior. Entretanto pare- vagas, logo que lhe seja possível com o interesse
cia-me mais curial,visto que actualmente ha 12 bem entendido que S. Ex. deve ter pçla sorte
coronéis, que se houvese transferido dous tenen- daquelles que trabalham heroicamente em de-
tes-coroneis para o estado-maior ficando assim feza da nossa patria ?
SESSÃO EM U DE MAIO DE 1869 201
Eu, pois, invoco, ainda uma vez, o patriotismo, distinguido por seu nobre proceder no campo
o espirito de justiça do nobre miniátro, sobre de batalha.
este assumpto; que se apresse a satisfazer a O Sr. Silveira da Motta: —Só os estados
essa aspiração justa do exercito, auxiliando assim maiores.
os desejos, os esforços do illustre príncipe que
jâ declarou em ordem do dia, que será o advo- O Sr. Paranaguá : - No estado-maior general
gado de todos os militares perante o governo deu-se, com razão, a medalha de mérito a um
imperial para reparar quaesquer injustiças ou marechal de exercito, a um tenente general, a
direitos que se achem offendidos. dous mareehaes de campo, a seis brigadeiros ;
, E como estes são os desejos de S. Ex., como ao todo dez foram reputados dignos da medalha,
estas são suas vistas, o exercito deve esperar e realmente o são; seus nomes Miam bem alto;
que muito breve suas aspireções serão satisfei- se não fosse o receio de que o nobre ministro
tas. Apartemos tudo quanto possa servir de dissesse que era poesia, eu diria que cada um
justo modvo de descontentamento, ou de qu i- desses nomes resume, por assim dizer, uma
xa d'aquelles que barateiam suas vidas em de- época; Herval, Argolo. .
feza da nossa patria. daquelles que t em sabido O Sr. Silveira da Motta :—E esses mesmos
em terr; estranha elevar tão alto a honra e a não tiveram a maior medalha.
digmdsde do no so pavilhão.
O Sr. Paranaguá ; — E' outra differença que
Se assim obrar o nobre ministro, não receie ver não sei comprehender, porque o decreto não faz
debilitada a forca moral do governo; o descon- semelhante distineção; nem sei a que veio a dis-
tentamento cde h razão e á justiça, e quando tineta bravura, nem os actos reiterados de bra-
elle cresce oen ralisando-se, é preciso investigar vura ! Não vejo quem tenha mais direito do que
as causas e tratar de removel-as. Argolo, do que H ;rval, quando se trata de he-
Eu e-pero também que o nobreministro atten- roísmo.
da ás justas observações feitas pela imprensa,
nas correspondências, em toda a narte, a respei- O Sr. Zacarias : — Mas era preciso um pedes-
to d distribuição da medalha de mérito; que tal para o duque, para não confundir-se com a
trate de colligir esclarecimentos efaça desappa- turba.
recer anomalias que desvirtuam o decretono seu O Sr. Paranaguá No posto de coronel con-
espirito e na sua letra . feriu-se a medalha a 21, no de tenente-coronel
Felizmente acabo de lêr no Jornal do Commercio a 26, no de major a 52, no de capi ão a 15, no de
o seguinte trecho de uma correspondência do tenente a2, e no de alferes a 1. Isto não precisa
exercito • « Sua Alteza considerando o valor que de commentario ! O decreto teve outras vistas,
havia essa partida desenvolvido no ataque, con- e folgo de declarar que expedindo-o achei-me de
decorou logo o seu comraandante e mais dous accordo com o nobre duque de Caxias, que ma-
sargentos com a medalha de mérito, primeiras nifestou-me a conveniência de crear se uma me-
praças depret. que obtiveram esse distinotivo dos dalha que não trouxesse honras militares, que
bravos!» sendo sufficientemente honrosa para os offlciaes
Felizmente-, repito, porque em uma lista tão ex- pode&se sem inconveniente distinguir e premiar
tensa como essa que foi publicada em Fevereiro, os actos de bravura de simples praças de pret,
por occasião da chegada do general em chefe a que teriam gr?.nde honra, vendo brilhar em seus
esta Côrte, causa extranheza e pasmo não encon- peitos a me-una condecoração que ornaria os
trar se uma só praça de pret, e apenas lêr-se o dos seus chefes, e isto no momento, logo após o
nome de um alferesf .Em um exercito de bravos, feito, que ó o que diz o decreto, depois do acto
que se teem assignalado em cem batalhas, ele- de bravura ; não me consta, porém, que lá fosse
vando tão alto a fama do nome brasileiro, é cousa conferida semelhante h ra ; só o foi depois da
notável!.. chegada de Sua Alteza
O Sr. ministro da guerra Cem batalhas Sem querer fazer men ão das injustiças que
eerá poesia. rae parece ter havido u ; acredito hão de ser
O Sr Paranaguá :—Mais de cem combates. reparadas em tempo, nã j posso deixar de recordar
Será poesia!. - mas ass vero ao nobre ministro que o valente, o denodado conde de Porto Ale-
que é inspiiada pelo sentimentoenatural reparo gre....
que desperta uma Injustiça, que a primeira vis- a
logo se manifesta (apoiados),pois não ha no nosso O Sr. F. Octaviano : — Salvador das forças da
exercito muitos alferes, muitos tenentes, muitos alliança ; disse o governo argentino.
capitães dignos de trazer no peito a medalha de O Sr. Paranaguá O intrépido Tiburcio e ou-
mérito militar, que foi conferida ao general em tros não figuram nessa distribuição 1 O paiz que
chefe, que foi dada com profusão a tantos offl- os conhece, que os aprecia, que"o3 admira, que
ciaes superiores ? se enche de orgulho e de pasmo á vista de tanto
Esta medalha foi creada, tendo-se em vi: ta heroísmo, não pode deixar de notar semelhantes
principalmente as praças -de pret que se teem omissões que, eu acredito, hão de ser reparadas
202 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

em tempo. Em vez de fazer opposieao, de crear e no publico a aocusação que o honrado membro
embaraços com o que tenho dito, creio que venho dirigiu ao governo, por não ter conferido a me-
em auxilio do nobre ministro da guerra. dalha de mérito militar senão a um certo numero
de offlciaes, cuja lista S. Ex. começou a ler.
Um Sr. senador :—Já se pediu reparação,
negou-se. O nobre senador, para encarecer mais esta
accusação, chegou aos nomes próprios de al-
O Sr. Paranaguá Talvez se diga que o de- guns distinctos generaes e oíficiaes que não
creto não pôde ter effeito retroactivo, porque foram condecorados com a medalha a que o
a sua data é de Março ou de Abril; mas eu digo
que as medalhas conferidas a alguns dos agra- nobre senador se referiu. Eu, porém, não fal-
ciados referem-se a feitos anteriores ao decreto; larei desses por ora, me occuparei daquelles
se o nobre ministro quizesse ater-se inteiramente offioiaes que, estando no exercito na occasião
á lettra do decreto, as medalhas não podiam ser em que foram distribuídas as medalhas de
mérito, não foram todavia contemplados na
conferidas aqui, mas no campo da batalha, lista que correu impressa.
logo depois dos actos de bravura pratioadcj ..
O Sr. Zacarias:—Apoiado A respeito destes, Sr. presidente, devo dizer
a V. Ex., declarar ao senado e fazer saber ao
O Sr. Paranaguá: —... mas já que partou- publico, como já o fiz pela imprensa, que os
se do decreto, que entendeu-se que a letra mak, seus nomes em tempo competente serão hon-
que o espirito viviflca, o intrépido, o den dado rados com a distincção da medalha de que se
Porto-Alegre não podia ser esquecido; o va- trata. Os offlciaes quê foram condecorados com
lente Tiburcio e outros igualmente dignos não ella receberam-a em conseqüência de informa-
podiam ser postos á margem, ções authenticas do general em chefe que então
era o Sr. marquez, hoje duque de Caxias
Isto, smhores, é o que pôde enfraquecer a
disciplina e até abater o moral do exercito de O Sr. Silveira da Motta : — Sim, senhor.
que carecemos, que ainda tem de effectuar gran-
des commettimentos,.. O Sr. F Octaviano : — E' exacto.
O Sr. F. Octaviano ; — Foi a sancção de pe- O Sr, ministro da guerra : — Receberam-a,
quenos caprichos. porque ellc julgou que eram os mais dignos de
merecer uma tal distincção,
O Sr. Zacarias : — Fazer do decreto meio de
cessar arrufos é máo. O Sr. F. Octaviano : — Perfeitamente. A de-
claração é boa 1
O Sr. Paranaguá:—Não proseguirei; é tempo
de pôr termo ao meu discurso, invocando ainda O Sr. ministro da guerra: — Não esteja V.
uma vez o patriotismo, o espirito de rectidão do Ex. dando já ás rainhas palavras um sentido
nobre ministro para olhar com toda a solicitude, que ellas nao podem ter. Esta declaração não
como costuma, para as cousas da guerra, repa- prejudicará de maneira alguma a reputação do
rando essas faltas que porventura tenh m to- nobre duque de Caxias, nem poderá servir de
mado mais corpo do que deveram, elevando o accusação contra o governo.
moral de nosso exercito, habilitando-o a prose-
guir com o mesmo ardor, com o mesmo patrio- O nobre duque, como disse, designou os offl-
tismo naquella guerra de honra. ciaes, que estando no exercito (note-se bem),
ou tendo delle regressado com S. Ex., eram os
Mandarei as emendas no sentido em que mais dignos de ter a condecoração de que falía-
opinei. mos ;■ e accrescentou que a respeito dos offlciaes
Foram lidas, apoiadas e pos'as também em de que alli se não fazia menção, elle remettia as
discussão as seguintes emendas : partes parciaes dos três corpos do exercito e das
ditTerentes divisões de brigada, para que por
« Ao § l» Os ofQciaes assim admittidos, con- ellas podesse o governo ficar inteirado sobre os
servarão as honras do posto a que houverem sido que também podessem merecer essa medalha ;
promovidos por actos de bravura, com os respec- que pela sua parte elle mão podia naquella occa-
tivos vencimentos.— C. Paranaguá. sião consultar as imuumeras partes que tinham
vindo dos differentcs corpos, divisões de brigada
« A.o § 2.° Accrescente-se o seguinte—o o re- e batalhões.
quererem.—C. Paranaguá. »
Com effeito, estas partes foram enviadas á se-
O Sp. liarão »le Miiritllm (ministro da cretaria de Estado, para proceder-se a um tra-
guerra); —Sr. presidente, respondendo ao nobre balho minucioso a este respeito (que está se con-
senador da província do Piauhy, principiarei cluindo neste momento), para poder-se com
pelo final do seu discurso, para desfazer a im- justiça premiar com essa m dalha aquelles que
pressão que porventura possa causar no senado a merecerem.
SESSÃO EM 3-4 DE MAIO DE 1869 203

Não póed pois, o governo ser accusado de não O Su. ministro da gueera: — Entretanto,
ter contemplado outros cfflciaes e praças senão Sr. presidente, o governo modificando a execu-
aquellea que appareceram na rekção da Diário ção do decreto naquella occasião, para aquellas
Official: alli mesmo se declarou quê o governo ia circumstaacias somente—
preceder a exume nas partes pareiaes, para po-
der conferir esta distineção aos que a mere- O Sr._ Silveira da Motta-—Era melhor não
cessem. haver decreto nenhum.
Como, portanto, aceusar já o governo porque O Sr ministro da guerra:— .. deixou-o em
não tem tido o tempo materialmente necessário vigor para as circumstancias que posteriormente
para examinar as inaumeras e detalhadas par- oocorressem.
tes dos diíferentes combates que se deram no
mez de Dezembro doanno pasmado, que tão alta- O Sr F. Octaviano:—O decreto é a vontade
mente provaram o valor do soldado brasileiro, de cada um.
que tanto illustraram o exercito, e elevaram a O Sr ministro da guerra : — Sua Alteza o
honrada nossa bandeira? (Apoiado-.) Sr. conde d'Eu levou a mesma autorsação para
Mas, disse o nobre senador, porque não lhes conferir a medalha....
foi conferida a elles, no campo da batalha?
Porque não foi? Porque o general não podia estar O Sr. Paranaguá : — E começou pelos sol-
presente em toda a parte; porque o general havia dados.
de confiar nos chefes... O Sr. ministro da guerra . ,. que tinha
O Se. F. Octaviako ■ -Elle só a deu a quem o Sr. duque de Caxias.
se sabe. O Sr. Silveira da Motta :- -Já se lembrou
O Sr. ministro da guerra;— .. dos tres dos. sargentos.
corpos do exercito; porque devia confiar nos O Se. ministro da guerra :—Mas perguntou
commandos das divisões o das brigadas, e estes (e o fez citando cora aemphasede queé capaz o
nes chefes de seus batalhões; porque,senhores, honrado senador pela província do Piauhy) : Por-
o general em chefe não é um argos, nem tem o que cquecaram-ee dos Tiburcios? porque se
dom da ubiqüidade, para presenciar os feitos de esqueceram do condo de Porto Alegre, cuja bra-
cada soldado em particular, e achar-se a um só vura o nobre senador elevou ao sétimo céo, e
tempo em pontos diversos. Pode ser testemunha que eu não contesto?
de um ou outro feito de heroísmo, mas não pôde,
visualmente e a um tempo, abrangel-os atodos. O Sr. Paranaguá: E que V. Ex. não pôde
contestar.
O Sr. Silveira da Motta;—Tem as -informa-
ções dos corpos. O Sr- ministro da guerra; —Não posso con-
testar nem contesto de maneira alguma.
O Sr. ministro da guerra;—Distinguiu, po
rém, a;,uelles cuja relação enviou, e que foram O Sr Zacarias : — Tinha que ver.
premiados com essa medalha. N' o o pôde fazer
•alh, na mesma occasião, porque inmuneros tra O Sr. ministro da guerra ; — — porque os
halhos e suas moléstias o inhibiam de apree ar não contemplou? Para que citou o honrado
detidamente este negocio naquelles momentos e membro este nome proprio ? Foi porventura para
logares. trazer o odioso sobre o governo ?
Sei bem que o decreto delegou no general em
chefe a faculdade ou autoridade para conferir as O Sr. Paranaguá :— Por ser nm personagem
medalhas sobre o campo de batalha ; mas não muito saliente
se tendo podido fazer isto, e querendo o governo
pela sua parte dar uma prova authenticH ao ge- O Sr. ministro da guerra:—Parece-me que
neral e ao exercito do apreço em que tinha os não tinha outro fim.
seus altos feitos de bravura e memorável de- O Sr. Paranaguá:—V. Ex. não pôde attri-
nodo nesse mez, que será sempre caro á nossa huir-me segundas vistas, eu reclamo.
historia, por direito proprio resolveu modificar
a execução do decreto que elle mesmo tinha O Sr presidente ;— Acho que não pôde.
promulgado, dando-lhe então, segundo as cir-
cumstancias, a que era compatível com ellas: O Sr. ministro da guerra:—Se o governo
pôde ser o governo accusado por tel o feito ? Só não contemplou o Sr. conde do Porto Alegre,
se o fôr conjunetamente quem fez o primeiro foi pelos mesmos motivos pelos quães não con-
decreto. templou a muitos generaes que não se achavam
nessa occasião no exercito.
O Sr, Zacarias:—Mas o decreto da concessão
das graças não disse que modificava, disse; nos O Sr. Zacarias :—Fez-se menção do Esta-
termos do outro. belecimento.
204 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

O Sr. ministro da guerra Não se achava O Sr. Paranagua' ; — Felizmente.


no exercito o Sr. conde de Porto Alegre, nem o O Sr ministro da guerra : — Mas, senhores,
Sr. general Polydoro, e a medalha dada aqui isto quer dizer que o governo não tem dado
pelo governo, o foi principalmente pelos altos honras ainda maiores aos nobres militares cujos
feitos commettidos em Dezembro de 18G8. nomes foram referidos pelo Sr. senador pela pro-
O Sr. Zacarias:—Perdoe-me, o Estabeleci víncia do Piauhy, ex-ministro da guerra ? Não :
mento é facto anterior ao decreto e foi men- todos elles toem tido as mais h .nrosas dis-
cionado no decreto da concessão das graças. tinccOes do Império: promoçSes, títulos, con-
O Sr. ministro da guerra . —Perdoe me tam- decoraçães de toda a ordem, que provam factos
bém V. Ex., supponho que não. M.is dou de de bravura commettidos por elles, e recompen-
barato que seja. sados por todas essas promoções, todos esses
títulos, todas essas condecorações.
O Sr. Zacarias : —Não dê de barato. Para cada um dos actos que elles praticaram
O Sr. ministro da guerra : — Estavam no uma medalha, um titulo, uma fita, uma pensão;
exercito esses generaes ? Tinham elles assistido esses actos, por conseqüência, póde-se dizer
aos combates gloriosos do mez de Dezembro? que estavam remunerados.
Não estavam no exercito nessa occasião, não O Sr. Zacarias;—E o Sr. duque não estava?
tinham assistido a esses combates, e as meda-
lhas eram para aquelles que efifectivãmente ti- O sr. ministro da guerra :—Deixe-me fallar
nham tomado parte nos trabalhos gloriosos das e depois responda: V. Ex. bem sabe que não
batalhas que se pelejaram nesse mez. posso responder aos apartes.
O Sr. Zacarias;—As medalhas eram para pre- E ainda uma distincção muito honorífica está
miar os actos prestados de valor reservada para .esses cuja bravura distincta es-
O Sr. ministro da guerra:—Aprecie cada um tiver verificada quando se acabar a guerra; esta
como quizer este negocio. é a verdadeira medalha que foi creada para
remunerar actos de bravura distincta; esta me-
O Sr. Zacarias;—Este negocio como quizer, dalha não fói creada por mim, foi creada pelo
não. nobre senador, digno ex-ministro da guerra: é a
O Sr. ministro da guerra Então havia que por excellencia se chama de bravura dis-
de se contemplar a todos, o geoeral devia pro- tincta, e que deve brilhar nas fardas daquelles
curar os vivos e desenterrar os mortos, resusci- que tiverem praticado os actos a que me refiro.
tal-os, para condecorar a todos!
Essa que se deu ultimamente é de actos par-
O Sr. Zacarias: — Isto agora é que não é sé- ciaes ; a outra é de actos reiterados e consecu-
rio ; isto da resurreição não é poesia ... tivos de bravura, emfim é por excellencia, como
O Sr. ministro da guerra:—Podia até ser disse, a ultima recompensa do valor militar,
ouvido o nobre senador pelo Rio da Janeiro, está decretada, não foi ai ida conferida a nin-
porque assistiu á passagem dos corpos lá no guém, mas ha de sel-o quando a guerra estiver
Passo da Patria, em que da sua embarcação viu acabada; então terá o nobre senador de arguir-
passar, aduaslegoas de distancia, algumas ba- me, se eu viver ainda, como Deus ha de permit-
las, queria dizer... tir, e não conferir essamelha aos distinctos ge-
O Sr. F. Octaviano A cem legoas... Eunão neraes, offlciaes e praças que a merecerem.
estive no Estabelecimento... S. Ex. procurando dar mais força ás accusa-
O Sr. presidente ;—Attenção! ções, que dirigiu ao governo e creio que especial-
mente ao senador que immerecidamente é mi-
O Sr ministro da guerra :—. a duas braças nistro da guerra ...
de distancia. O Sr. Paranaguá : — Não apoiado.
O Sr. F. Octaviano ; — E' engraçado o Sr.
ministro, sem duvida ; sim senhor... O Sr ministro da guerra : — .. disse que ..
(Permi ta o nobre senador que me recorde bem
O Sr. ministro da guerra : — Eu teria muito de suas alnvras ; escapou-me, sou velho, tenho
prazer em concorrer para que o nobre senador fraca a memória), disse que—(rtwdo).. real-
fosse também condecorado; mas na occasião mente não posso fallar com muita seriedade a
não se tratava.... esse respeito ..disse que nos decretos que con-
O Sr. Paranaguá : — V Ex. engana-se. feriram a medalhada honra, se declarou em uma
O Sr. ministro da guerra; — Repito: na oc- que era por actos de distincta bravura, e em
casião eu não tratei senão de fazer condecorar a outros por actos de reiterada bravura. Ora os
quem se achava comprehendido nessa relação Srs. grammaticos que fazem questão de qual-
que me foi presente. quer palavra, a estes é bem licito estar a excavar
significações para achar motivos de accusação,
O Sr. Paranaguá: —O meu caracter está mas aquêlle que olhar com boa fé para este "ne-
acima disto; felizmente sou muito conhecido. gocio. ..
O Sr. ministro da guerra;—Eis ahi a razão O Sr. presidente:—Como ha sempre nos que
porque não foram outros condecorados. fazem censura; deve se pre- umir.
SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869 205

O Sr. ministro da. guerra:—Y. Ex. tem ás camara, que apresentassem uma emenda neste
vezes sua aspereza para comigo ., creio que sentido; assim se verificou; foi este negocio
usando da palavra aspereza, não offendo a V. Ex. amplamente discutido na camara dos Srs. depu-
de maneira alguma... . tem para comigo al- tados pela opposição que hoje esta abraçada com
guma aspereza, apezar da amizade com que me o nobre senador; °S. Ex. venceu em duas dis-
trata em outras occasiões. cussões a passagem dessa idéa, convenceu a op-
O Sr. presidente:—Limito-me - observar que posição, convenceu a camara dos Srs. depu-
deve se presumir boa fé da parte dos que cen- tados . .
fiiiram. O Sr. Paranaguá: ■ E agora quero vèr se
convenço a Y. Ex.
O Sr. ministro da guerra;—Senhores, a fal-
lar a verdade não faz nada ao caso essa pe- O Sr. ministro da guerra : — .. talvez con •
quena diffei" nça ou falta quehouve na redaeção. venceu ao publico com a consignação dessa idéa
no seu relatório; mas S. Ex., como homem pru-
O Sr. Silveira da Motta:—Não foi falta, foi dente, muda boje de conselho, acha que é um
accrescentamento de redaeção. largo arbítrio, perigoso e funesto, como dizia uma
O Sr. ministro da guerra ; — A bravura tem voz eloqüente nesta casa. a disposição a que me
na verdade suas gradações: pôde ser maior ou refiro; teme que os ministros da guerra que não
menor, conforme o espirito daquelles que julgam forem S Ex. mesmo, abusem, calcando aos pós
desses actos. Eu não tenho, Sr. presidente, se- todos os direitos dos officiaes que pertencem
não a declarar que não foi intenção do governo hoje a certas armas, o que possam ser transferi-
elevar mais alto a bravura do nobre duque de dos por utilidade publica para armas que não
Caxias do que a dos outros distinetos generses; são as suas, mas para as quaes tenham as ne-
referi-me apenas á qualidade e occasiào era que cessárias habilitações.
ella se manifestara. O Sr.ministro da marinha. — Cousv que
O Sr. Zacarias :"-Aceite-se isto ao menos: elle fez sem lei.
O Sr. F. Octaviano ;—Isto não basta. O Sr ministro da guerra :— Ora, isso não
O Sr Zacarias:—Não basta, mas aceite-se. pode deixar de fazer impressão no animo de to-
dos, porque, com efPeito,seo artigo é susceptivel
O Sr. F. Octaviano :-Não precisa V. Ex. de abusos, não so pôde deixar de confessar isto,
suppôr má fé da parte dos que censuram. mas pergunto, como é que o nobre senador
O Se_ ministro da guerra:—Eu precisava, quando ministro da guerra não temeu que se
Sr. presidente, fazer esta declaração e vgradeço lhe desse, antes pediu essa «Atribuição? S. Ex.
ao nobre senador por Piauhy o ter me feito a que é homem, não podia também abusar? Acha
honra de chamar este negocio á discussão, por- somente que cs seus successores ó que poderão
que em certo tempo, em um entrelinhado de abusar largamente de todas as regras da disci-
gazeta, fallou-se muito a respeito de distineta plina militar,contra as regras hierarchicas.emfim
bravurae de actos reiterados de bravura, A ex- suffooar os direitos, e as aspirações legitimas
plicação está d . da. dos officiaes! Ora vamos a vôr se o perigo é tão
O Sr. Zacarias:—E' péssima . grande como o nobre senador figurou.
O Sr. ministro da guerra : —O governo não O artigo, Sr. presidente, declara que nas armas
quiz dizer que os actos de uns eram mais ex- especiaes poderá o governo fazer transferencias
de uma para outra; o arbítrio portanto não é em
plendidos do que os dos outros. O facto da me- relação a todo o exercito, mas a uma certa parte
dalha é igual para todos, a concessão delia mos-
tra a intenção do governo; e de que. servem pa- dellê. A respeito das armas especiaes de caval-
lavras, quando ha factos 1 laria e infantaria o arbítrio é um pouco maior,
porque o quadro é mais extenso; mas não ha
Sr. presidente, como disse, comecei pelo fim também o risco que figurou o nobre senador.
do discurso do nobre senador, para poder até Supponha se, porém, que ha este risco; primei-
certo ponto attenuar a impressão que suas pala- ramente não ha nenhuma automação qualquer,
vras eloqüentes podiam causar geralmente, pois que não seja susceptivel, que não possa ser causa
que até a mim mesmo causaram grave emoção; ao abuso.
agora vou responder ao que o nobre senador
disse sobre o artigo, seguindo a mesma ordem O Sr. F. Octaviano.—Apoiado.
por que elle expoz á casa as suas ohservaçQps O Sr. ministro da guerra; — Mas o interesse
Servir-me-hei dos apontamentos que tomei quan- do exercito, o interesse publico do Estado, que
do o nobre senador fallava, e que não sei se são é superior aos interesses individuaes de alguns
falhos. militares, poderá ter preferencia ou não sobre
O nobre senador foi o autor desta proposta, esses últimos interesses? Quando no exercito
como todos o sabem eS Ex. o c nfessa: tambpm se tem provado que muitos officiaes de certas
S. Ex. não só indicou no seu relatório a medida armas não são cs mais proprios para continuar
que se acha consignada no § 2o do artigo em nellas,mas que teem manifestado sua proficiência
discussão, como pediu a seus amigos na outra em armas distinetas, o interesse publico ó cha-
206 SESSÃO EM M DE MAIO DE 1869

mar estes homens a taes armas, para que mos- tenentes coronéis da arma, algum dos quaes
traram vocação,comtanto que tenham os estudos teria sido elevado a coronel se não tivesse ha-
necessários. vido a transferencia.
Diz muito bem o general Trochu em um livro Os prejudicados não serão os que passarem, são
que se pôde chamar de ouro, que em casos taes aquelles que ficarem e muitas vezes ainda que
o governo tem obrigação de respeitar os direitos tão habilitatos como os que entrarem. O mesmo
dos ofíiciaes, m s também tem maior obrigação acontecerá nos outros postos. Os que reque-
de fazer predominar os interesses do Estado*, a rerem teem assegurado os seus direitos salvo se
disciplina e a boa organisação do exercito. renunciando a estes preferirem ser os ultimes
Diz elle também, e é uma verdade, Sr presi- no posto em que forem transferidos.
dente, que as guerras não organiaam os exér- Esta emenda, por conseqüência, quasi nada
citos: é, pelo contrario, a paz que os organisa. previne, Eu a aceitaria,se não entendesse que al-
Parece isto um paradoxo, mas é uma verdade gumas vezes 6 preciso obrigar algum offlcial a
pratica. Aquelles que estão constituído' muitas passar de uma para outra arma, por exemplo,
vezes nos logares m .is proeminentes do exercito, um official de cavallaria que não possa montar
desapparecem com a morte ou outra qualquer a cavallo, como exige o rigor deste serviço.
causa, e assim a qrganisação do exercito des- O Sr. Paranagua' :— Este pede a transferen-
apnarece ás vezes completamente; as necessida- cia com medo de alguma quéda.
des do momento chamam este ou aquelle para O Sr. ministro da guerra:—Como ha de con
preencher as vagas que se dão; e pois, reco- tiouar a pertencer a esta arma? O que aconte-
nhecidas as vocações dos que foram chamados cerá é que se permanecer na cavallaria o serviço
para taes logares. como não obedecer ao preceito será prejudicado i m quanto que na infantaria o
da experiência que demonstra e assignala a espe prestaria excellentemente e daquelle modo im-
cialidade que convém á boa organisação e disci- peça oaccesso a optimos ofiíc aes de cavallaria.
plina do exercito ? Portanto tive razão, quando disse que ex-pro-
Eu não posso presumir que haja ministro da prio Marte, podia fazer uraaou outra transferen-
guerra, que por motivos menos confessaveis, cia, mas não creia o nobre senador que sedava
tenha interesse em offender o direito de offlciaes entender esta phrase por uma expressão que
beneméritos; e, se o nobre senador também não exclua as informações dos chefes legi limos, e
o pôde presumir, já vê que dada uma prudente competentes, e as verdadeiras exigências do
execução a esta autorisação, não haverá receio serviço.
de abuso, nem o perigo é tão grande como se A outra emenda é com efieito para mim in-
afigurou a S. Ex. Pôde dar logar a preterições, é comprehensivel; não poi-so conhecer a sua utili-
verdade, mas pergunta-se : este sacrifício não é dade; talvez por esta mesma falta de compre-
necessário ao interesse do Estado ? hensâo minha acho muita inconveniência nesta
Isto quanto ao modo de usar da autorisação ; emenda. O que quer„o nobre senador? quer que
agora a respeito do tempo. A lei que está em dis- um tenente coronel da guarda nacional vá fozer
cussão limita o tempo em que deve esta dispo- o serviço de alferes em um corpo de cavallaria,
sição ser executada. Esta lei é annua; ha de vi ncendo (note bem o senado) o soldo e as van-
principiar no Io de Julho proximo e acabar em tagens de tenente coronel, e exercendo entre-
30 de Junho do anno que vem. Assim, a autori- tanto as funeções da alferes?
sação não pôde ser posta em execução serão du-
rante a guerra e quando seja concluída, dentro O Sr Paranaguá Não é isto.
do anno da lei, expirando a concessão que agora O Sr. ministro da guerra ( depois de ler a
a assembléa geral se dignar conceder ao governo emenda):— O que quer istr dizer? Quer dizer
para fazer*as transferencias de uma para outras que um tenente-coronel honorário, que pôde ser
arma», na fôrma que está consignada no artigo. alferes de cavallaria ou infantaria, vá fazer o
Faça-me sgora V. Ex., Sr. presidente, o favor serviço deste posto, mas tendo vencimentos de
de mândar-me as emendas do nobre senador, tenente-coronel Como se poderá manter a dis-
porque desejo já dizer duas palavras sobre ellas. ciplina militar desde que um tenente-coronel fôr
[E' satisfeito.) commandado por um simples tenente ?
Sr. presidente, a emenda do nobre senador ao O Se. Paranaguá dá um aparte.
§ 2' limita-se ao accrescentamento das palavras
— se o requererem. - O que aproveita isto contra O Sr. ministro da guerra : — Ficam cora as
o arbítrio do governo ? Só approveitará ao offi- honras, mas o que são as honras do posto? O
cial de cuja transferencia se tratar ; mas isto tenente coronel da guarda nacional não ha de
por ventura previne què o direito dos outro fique servir de alferes em um corpo qualquer de linha;
obliterado ? ha de fazer o serviço de tenente-coronel; isto
Por exemplo, um tenente coronel mais antigo está marcado nos regulamentos. Eu estou ana-
de infantaria passa para cavallaria e vice versa, lysando a emenda; pôde ser que não lhe al-
um de cavallaria mais moderno passa para cance o mérito por falta de comprehensão ;
aquella arma: dá se vaga de coronel de infan- repetirei portanto o que disse.
taria por antigüidade, aquello tenente coronel Comprehendo que um tenente-coronel hono-
ha de ser promovido a coronel preterindo os norario váservir sob as ordens de um outro de
SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869 207

linha honorário; mas sob', as ordens de official O Sr. ministro da guerra;—Mas, Sr. presi-
de patente inferior á sua, não. Esta emenda dente, eu vou provar ao nobre senador o não
ficará sem execu ão, porque nenhum tenente- quero outra prova senão cs próprios actos de
coronel ou official de posto superior quererá S. Es., que é exacto o que eu disse: hei-de pôl-o
servir de capitão, de tenente, de alfsres ; é no seguinte dilemma: ou a minha proposição é
uma medida irrealisavel completamente ; não verdadeira, ou S. Ex praticou uma serie de âctos
conhecendo no exercito os factos que se dão, illegaes. A. lei do fixação de forças para o anno
pódo ser que esteja em erro. Suancei o de 1867—08 não foi promulgada senão
Nas nossas repartiçOes civis acontece ás vezes, em 25 de Setembro de 1S67; até ahi não havia
que um homem que é um dia ministro, em outro lei de forças anterior, de 1860, tinha expirado
é empregado subalterno; mas não assim no no dia 30 de Junho do mesmo anno do 1857:
regimen militar. Isto c inexequivel. Eu, por- ora, desde o Io de Julho até 25 de Setembro
tanto, Sr. presidente, não posso aceitar ss desse anno. o nobre senador, presidente do
emendas offerecidas pelo honrado senador, não conselho enião teve um exercito de Co,000 ho-
porque eu queira reluctar, mas sómente porque mens aqui, fóra daqui, em teda a parte; fez as
entendo que ellas hão toem cabimento. despezas n.ceasarias com elle: porque titulo?
qual a lei em que se fundou? foi a lei de fixação
Se o nobre senador não tem confiança nos de forçrs? Não a tinh-.; logo, devia ter cessado
seus successores, quasquer que elles sejam, a forçi. Tinha outra lei cm que sc fundava, era
porque eu posse não ser ministro amnnhã; se a constituição.
não tem confiança nelles para fazerem justiça e Portanto,' ou vós praticastes uma grande ille-
cuidar dos interesses públicos como elle mesmo galidade, ura acto dc dictadura, ou então haveis
cuidaria, então vote e faça passar a emenda : Eu de r conhecer que o art. 14 > da constituição está
reconheço que não mereço a confiança do nobre em sua plena execução; tanto que o governo,
senador! qualquer que elle seja, tem sempre a força ne-
O Sr. Paranaguá :—Merece muito. Eu acho cessária que tiver sido decretada pelo poder le-
que V. Ex. deve querer isto ; isto é que está nas gislitivo antes da nova fixação.
conveniências publicas: a emenda é até emi- O Sr. Silveira daMotta : — Em caso de ne-
nentemente governamental. cessidade póie ter muito mais.
O Sr ministro da guerra E por fallar em O Sr. ministro da guerra :—Creio que assim
confiança direi algumas palavras ainda porque tenho satisfeito o empenho que contrahi para
fui como que um pouco maltrado pelo nobre se- com o sen 'da quando proferi aquella proposi-
nador, meu digno collcga pela província da ção. Uma lei que pôde ser'escusada não é lei
Bahia, a respeito do art. 146 da constituição O Ue confiança.
nobre senador na posição de sabedoria que tem Tornando á matéria do artigo em discussão,
conquistado julgou que eu tinha proferido uma lembrou o nobre senador pala província do
grande blasphemia, e nisto parece-me que outro Piauby que uma autorisação semelhante muito
nobre senador, pela província do Rio de Janeiro, mais ampla tinha sido dada era 18-50, quando se
o apoiou. publicou a lei de promoções porque ainda hoje
O Sr. F.Octaviano Não. Tenho sido hoje se rege o exercito, e que esta disposição foi de-
sua victima, não sei porque : está com uma raa- pois cassada. Aqui labora o nobre senador em
levolencia contra mim... um engano, eu,peço licença para lho dizer; pois
O Sr. ministro da guerra :—O nobre senador que a própria lei clizia—dentro de um anno - já
disse que este artigo a que me referi para mos- continha limitação como tem esta.
trar que a lei de forças não é uma lei de confian- O Sr Paranaguá: — Dentro de um anno; no
ça, porque o ministério sempre tem a força exis- fim do anno foi cassada.
tente emquanto não se promulga uma nova lei, o O Sr. ministro da guerra:—E V. Ex., Sr,
nobre senador disse; «Isto foi uma disposição presidente, me perdoará (eu lhe peço mil per-
transitória, foi para aquelle tempo. » dões e com a maior humildade possível) que
O Sr Zacarias Eu não disse isto. diga que Y. Ex. também no seu retatorio não
O Sr. ministro da guerra Foi o que ouvi e disse tudo quanto havia para autorisação de
de que tomei nota. transferencias, porque Y. Ex. se esqueceu, assim
como o nobre senador ae esqueceu tambem de
O Sr. Zacarias: —Não. Y. Es. não ouve bem que quando se decretou a creação do corpo do
O Sr. ministro da guerra:—O nobre senador estado-maior de artilharia, tambem se decreta-
disse: « Tanto é lei de confiança, que depois que ram estas transferencias e foram ellas usadas
ha governo representativo, o governo e as ca- largamente, por uma vez sómente. De maneira
maras teem os cordões da bolsa » confundindo que os direitos dos offlciaes de artilharia antigos
assim a votação de fundos para os serviços ficaram preteridos por offitiaes de outras armas.
públicos com a lei de fixação de forças. Isto fez-se, o nobre senador o sabe perfeita-
mente.
O Sr. Silveira da Motta; —-h' a mesma
cousa. O Sr Paranaguá: —Sei.
26
208 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

ü Síl. MINISTRO DA. GUERRA: — jCom effeitO O Sr Paranagua' : — A minha emenda não
o estüdo maior de artilham1 contém officiaes contraria isto.
sabidos do estado-maior de l classe e do corpo O Sr. ministro da guerra :—Ahi está a razão
de engenheiros; elies abi estão. Entretanto mui- desta disposição ; é a consagração daquillo que
tos officiaes de artilharia ficarão prejudicados já se acha feito: nem haverá governo que vá
nas promoções futuras. transtornar no fundo essas alterações.
O Sr Paranagua' : — Mas quantas preterições, Fallandosobre transferencias, o nobre senador
quantas reformas e quantas demissões não* re- tratou também das promoções dó exercito, cousa
sultarão dahi"! E'para evitar iguaes calamidades que, na verdade, não tem inti na ligação com
que eu quero a restricção. isto, mas apenas alguma analogia.
O Sr ministro da guerra • — Que suseepti- O Sr. Paranaguá :—Trouxe como argumento.
hilidade ! Tanto não éisto matéria nova, que eu O Sr. ministro da guerra ; - Tratando se de
í.ão pedi esta autorisação, foi o nobre senador transferencias futuras, não bo tratava das pro-
quem a pediu; eu concordei no relatório, e con- moções ultimamente feitas; pois que por ellas
cordo aqui na casa. Mas, por desgraça, o papel não houve transferencia alguma de officiaes de
de S. Ex. trocou se. umas para outras armas.
O Sr. Paranagua' Apenas tratam do ma- Vou, porém, tratar da matéria de que o no-
terial. bre senador se occupou.
O Sr. ministro da guerra : — Agora, Sr. pre- S. Ex. disse que as ultimas promoções feitas
sidente, devo dizer, esta idéa nem é do nobre no Império tinham causado geral descontenta-
senador, nem é minha. mento,uma desorganisação quasi completa,e que
o exercito estava quasi a"narchisado; de maneira
O Sr. Paranagua'; — Assim como todas as que tinha sido a salvaguarda do exercito a no-
idéas, que não são de ninguém e são do domínio meação de um novo general que prometteu fazer
publico. justiça a todos os direitos dos officiaes que sof-
O Sr. ministro da guerra:—V. Ex. sabo freram preterições.
muito bem donde vem. O nobre senador, depois de citar algumas
palavras do mou relatório acerca de alguns quei-
O Sr. Paranagua' : — Quid indet xumes que appareceram no exercito sobie pro-
O Sr. ministro da guerra: — Vem do exer- moções, disse que espera que eu attenda ás
cito, e dictada pelas necessidades palpitantes reclamações que porventura sejam faltas; mas
que a estavam reclamando ; eu achei-a nos pa- não sei a que qualidade de reclamações alludiu
peis que Y. Es. me transmittiu. S. Ex. As promoções feitas em 14 de Janeiro não
O Sr Paranagua':—Sem duvida; e ú por isso o foram segundo" as regras geraes das promo-
que eu constantemente invoco a experiência, os ções, mas segundo a autorisação concedida nas
esclarecimentos vindos da guerra, etc. últimas leis em caso de guerra, suspendendo
alguns artigos da lei de 1850 que trata de pro-
O Sr ministro da guerra :—Ora, bem vê que moções ; quero dizer, as promoções feitas em
com esta idéa V. Ex. concordou; eu concordei 14 de Janeiro não foram por antigüidade ou
cora V. Ex., agora torno a concordar e V. Ex. merecimento, foram por actos de bravura pra-
discorda J ticados no campo de batalha.
O Sr. ministro da marinha: — Não, elle não E' verdade que alguns queixam-se de não te-
discorda. rem sido suas acções apreciadas da mesma ma-
O Sr Paranaguá;—Não, eu apenas modifico : neira porque o foram as daquelles que tiveram a
trago em meu auxilio a experiência de cá e felicidade de ser promovidos.Todos querem seros
de lá. mais bravos, todos entendem que tinham direito
aos postos que foram dados; ora 6 bem difficil
O Sr. ministro da guerra:—Esta idéa é a ao governo procurar informações taesque hajam
consagração dnquillo que já esteiem execução de provar claramente que õs actos de bravura
no exercito: cfflciaes de artilharia estão servin- praticados pelos reclamantes foram iguaes ou
do em corpos de infantaria, outros de infantaria semelhantes aos daquelles que foram promo-
e de cavallaria, engenheiros, etc., servem ou- vidos.
tras armas, e quasi todos teem ganho postos na Em geral, Sr, presidente, nas promoções por
sua arma: esta é que é a verdade. merecimento póde-se não ter feito inteira justiça;
Estando o exercito assim organisado naguerra, mas nas promoções por actos de bravura, êm
como destacar um coronel, ou outro offlcialdos geral, não é fácil admittir-se reclamações por
corpos em que serviram com brilho, que foram engano. O nobre senador que fez dessas promo-
testemunhas de todos os seus actos de mereci- ções em grande escala ..
mento e de bravura? Como destacal-os para O Sr. Paranagua': — Apoiado; devia ter feito
unil-Qs a outros corpos onde deixaram de servir ainda mais.
e cuja tactíca já talvez esqueceram? O Sr. ministro da guerra ;—... sabe muito
O Sr. Paranaguá; —Trouxe como argu- bem disso. Não se dá nesse caso a preterição
mento. que se dá nas promoções feitas pelo systema*da
SESSÃO EU 24 DE MAIO DE 1869 209

lei de 1850 em circumstancias normaes. Pôde Janeiro. Com eífeito, senhores, os quadros fo-
ser attendida uma ou outra parte que não foi ram excedidos em 16 offlciaes; a proposta para
bem estudada, se porella se provar que o recla- a promoção não teve em vista as vagas que ha-
mante commetteu actos de bravura iguaes aos via, e eu" desejando premiar pi r actos de bravu-
daquelles que foram promovidos; 6 o único meio n^aquelles offlciaes que se tinham distinguido,
de reparar qualquer descuido que possa ter fuialém daquillo que os quadros comportavam.
havido nessas promoções E' destas reclamações Estes offlciaes estão ainda sem destino; mas.
que eu fallo em meu relatório; acho que o gover- poderão ser designados para os differentes cor-
no tem obrigação de attendel as e eu tenho o pos. Tomei sobre mim a responsabilidade de
maior desejo dê concorrer para isto não fazer descer dos postos aquelles que os ti-
Agora se o nobre senador quer também refe* nham ganho no campo de batalha ; entendi que
rir-se a outras promoções, não no mesmo anno, devia vir pedir ás camaras um bill de indemni-
mas um anno antes, e que não foram feitas por dale; se nisso pequei, estou prompto a receber
mim, ha realmente contra ellas algumas recla- o castigo, se porventura mereço condemnacão
mações por ter excedido os quadros, como V; Ex , Sr.
O Sh/Pahanaouá A V. Ex. cumpre atten- presidente, disse no seu bem elaborado parecer
Excederam-se os quadros na proposta, o eunão
del-as.
O Sb. ministro da guerra:—., de ofBciaes duvidei sanccionar isto : eu sabia que havia esse
mais antigos que se dizem preteridos, consi- excesso e todavia confirmei a proposta ; entendi
derada a promoção pelo systema ordinário. A que não podia attender por outra fôrma aos emi-
nentes serviços ijue esses dignos offlciaes tinham
estes também desejo fazer justiça. prestado nos combates de 6 dc Dezembro em
O Sr. Pahanagua' ; —Eu mesmo faria, se re- diante.
conhecesse. Kote o senado que, havendo 16 offlciaes que
O Sr. ministro da guerra:—Os offlciaes estão além dos respectivos quadros, o nobre sena-
que chegam da província de Matto Grosso repe- dor fallou só das vagas da artilharia para a pro-
tidamente reclamam contra a sua exclusão... moção ; não reflectiu que nesse corpo a maxima
O Sr. Paranaguá :—São dignos de ser atlen- parte das vagas hão de ser preenchidas, algumas
por offlciaes já promovidos, que pertencem a
dido».
O Sr. ministro da guerra;—... das promo- essa alguns
arma, restando assim muito poucas em
pestos.
ções que se fizeram. O nobre senador continuando a desenvolver
O Sr. Paranaguá :—Isso póda ter acontecido suas observações, declarou que existem dous
por falta de informações; Matto Grosso fica a 400 coronéis agregados á arma de artilharia. Eu
' léguas. não sei onde ó quo o nobre sonàdor achou essa
O Sr. ministro da guerra :—Perguntou o agregação. Havia vaga de coronéis e foram pro-
nobre s nador: « Porque não fazeis já as promo- movidos alguns; o que falta é designar os cor-
ções, se existem taes e taes vagas no quadro? » pos em que hão de servir ; mas isto não é ser
Ê então foi soccorrer-se das vagas que achou agregado. Agregado é aquelle que excede o
mencionadas no relatório. Ha com efleito algu- quadro.
mas vagas, Sr. presidente; mas sabe o nobre O Sr. Paranagua' ; — Os quadros estão pre-
senador porque não as tenho preenchido? E' enchidos ; sendo a promoção feita na artilharia,
porque quero deixar sempre o caminho aberto ha excesso de dous.
ao valor e ao merecimento verdadeiro que se ma- O Sr. ministro da guerra •.—Não estão desig-
nifeste no campo de batalha. nados os corpos em que devem servir: se devem
O Sr Paranaguá : — Nullus est dies em que servir nos corpos de artilharia ou no respectivo
não se pratiquem actos de bravura. estado maior.
O Sr. Silveira da Motta dá um aparte. O Sr. ParanagUxA' :— Os coronéis não podem
servir no estado maior.
O Sr. ministro da guerra; — Em toda aparte
a fortuna da guerra o essa, a occasião é tudo; O Sr. ministro da guerra : — O nobre sena-
outros pelo passado já receberem muito. De ordi- dor explicou perfeitamente á casa quantos coro-
nário, senhores, este mundo é assim; muitas néis e tenentes-coroneis podia haver nos cor-
vezes não é o melhor aquelle que recebe o maior pos de artilharia; é exacto o que disse o nobre
prêmio.. . senador. Os corpos de artilharia ,além dos seis
coronéis do estado-maior de artilharia, teem
O Sr Silveira da Motta: — Isto é verdade. mais outros seis coronéis ou podem ter ; um no
O Sr ministro da guerra : — • • • está isso nas regimento a cavallo é necessário, e nos cinco
condições humanas; mas está na intenção de differentes corpos de artilharia podem ser tenen-
alguém? Não; não pôde estar na^ intenção do tes-coroneis ou coronéis, mas, se existirem doze
governo, não pôde estar na intenção de nenhum coronéis, não hão de existir senão oito tenentes-
homem que se prezo. coroneis, porque os corpos não hão de ter offl-
O nobre senador também fallou no excesso ciaes deste posto, desde que forem commanda-
que houve nos quadros com a promoção da 14 de dos por coronéis.
210 SESSÃO EM 24 DE MAIO DE 1869

Sr. presidente, não sei se deixei de towr em constitucional, e por isso aclio-lhe muita impor
algum dos topioos sobre que fallou S. Ex ; sup- tancia) que reforce a sua hermenêutica, para en-
ponlio ter respondido ao essencial, e peço mui- tender este artigo da constituição.
tas desculpas ao nobre senador, se não satisfiz O artigo da constituição por certo que devia
ás suas perguntas. Estou prompto a dar as in- estabelecer uma providencia para o primeiro
formações que S. Ex. se dignar de exigir. anno em que se fixasse a força publica; pode,
Conheço a proficiência do nobre senador nestas pois, ser considerado como uma disposição
matérias, conheço os importantes serviços que transitória, para accommodar a hypothese de não
prestou na pasta da guerra por quasi22 mezes ; estar fixada a força, visto que o corpo legislativo
conheço tudo isso, e são outros tantos motivos não funccionou senão perto de dous annos de-
para que eu me esforce por satisfazer a S. Ex. pois que a constituição do Império foi promul-
em tudo quanto estiver ao meu alcance. gada e então alguma força devia subsistir.
Mas, supponhamos mesmo que a disposição
O Sr. Silveira da Moita : — Sr. presi- deste artigo da constituição manda subsistir a
dente,eu pretendia tomar parte mais larga neste força anterior, emquanto o corpo legislativo
debate a que deram logar as informações e razões não estabelece outra; nem ainda assim ficaria
ue o nobre ministro da guerra apresentou nesta destruída a doutrina de que as leis de força são
iscussão; mas a hora está adiantada, e eu não leis de confiança, desde que o corpo legislativo
terei tempo para tocar na questão com alar- pode diminuir ã força que subsisto; assim como
gueza que tencionava. Ha, porém, um ponto no pode haver confiança em augmental-a, pôde
discurso do nobre ministro, ao qual entendo que haver confiança em diminuir a que existe.
devo dar desde já resposta, mesmo porque é Portanto, não sei em quo a intclligencia que se
ponto doutrinai. dá a esta disposição transitória da constituição
O Sr. ministro da guerra': — Receberei a pôde debilitar a' theoria do que leis de forças
lição. são leis de confiança.
O Sr. Silveira da Motta Eu disse, a pri- O Sr. ministro da guerra;—A theoria, a
meira vez quo fallei nesta matéria, quando se pratica e a intelligencia que se tem dado, mesmo
tratou do adiamento, que leis de forças eram pelo ministério passado.
leis de confiança. O nobre ministro estranhou O Sr. Silveira da Motta -—A intelligencia
á minha doutrina, considerando as leis de forças, que deu o ministério passado é a intelligencia
como de confiança, e ainda hoje S. Ex., para que se tem dado noa casos em que não se vota
tornar frisante esta sua estranheza, nos inter- a nova lei de fixação de forças, subentende-se
pretou o art. 146 da constituição, de modo que a que subsiste. Ma*s ainda assim, Sr. presidente,
esta minha doutrina ficava sendo uma doutrina o nobre ministro não pôde invocar, para des-
falsa de direito constitucional. E' justamente truir a doutrina que taes leis são leis de con-
neste ponto, em que eu faço muito esforço para fiança, a pratica do ministério anterior porque
não commetter peccado. . .* estou convencido que, entendida a constituição,
O S . Zacarias;—Para evitar degenerações. como ella deve ser radicalmente entendida,
O Sr. Silveira da Motta:—. . .para evitar de- desde quo o corpo legislativo não fixa annual-
generações do systema representativo. E'justa- mente a força, o ministro não pôde deixar sub-
sistir esta força; quando muito poderá respeitar
mente neste ponto que o nobre senador tocou na os direitos adquiridos da officialidade do exer-
minha tecfcx, e, pois, aproveito estes poucos mo- cito, visto que estes direitos firmam-se em leis
mentos para desde já oppor algumas idéas ás que não são annuas.
de S.Ex.
Sr. presidente, o artigo 140 da constituição não O Sr. F. Octaviano :—Apoiado.
pôde ser invocado para destruir atheoria' cons- O Sr. Silveira da Motta : — Mas, a fixação
titucional que as leis de forças, assim como as do numero das praças de pret é um acto de con-
leis de impostos são de leis "confiança... fiança do corpo legislativo, assim como é a de-
O Sr. Zacarias :—Apoiado. cretação de fundos para essa força. E senão per-
guntarei, se não é lei de confiança, podeis pagar
O Sr. Silveira da Motta:—A constituição soldados sem que a lei do orçamento vos decrete
do Império tanto as equiparou que usa dos fundos para esse pagamento? Logo, a conexão
mesmos termos para designar a fnncção que tem em que estão as duas leis lhes dá a mesma natu-
o corpo legislativo de marcar anfiualmente tanto reza ...
o imposto coipo a força.. .. O Sr. ministro da guerra :—Pôde ensinar isto
O Sr. Pahanagua' ; — E a iniciativa è da ou- nas escolas, aqui não.
tra camara... O Sr. Silveira da Motta:— Não senhor, não
é na escola que posso explicar isto... é mesmo
O Sr. Silveira da Motta: —... usa da aqui no senado. ..
mesma frase— fixar. — Se acaso o art. 146, que
o nobre ministro invoca, dispõe para a hypothese O Sr. ministro da guerra dá ainda um aparte.
de não ser fixada a força, referindo-seá qu? sub- O Sr. Silveira da Motta O que se tem de
siste, eu peço ao nobre ministro, (isto é ponto fazer é aquillo que se deve entender, e não aquil-
SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869 m

lo que abusivamente se tem feito. O nobre mi- Sa sessão.


nistro não pode invocar o precedente abusivo do
ministério anterior para defender o que preten- EM 2õ DE MAIO DE 1869.
de fazer agora. PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABABTÉ.
O Sr. ministério da guerra dá ainda, outro
aparte. SíuiiEtiavio.'—Offereoimento e leitura de 8
projectos do Sr. Dantas.—Ordem do dia.—
O Sr Silveira da Motta:—Não appello para Approvação do parecer da commissão de con-
as academias, nem para as escolas, nem para ou- stituição*sobre a licença pedida pelj Sr. viscon-
tras reuniões onde prégo estas doutrinas, ap de de* Jequitinhonha!—Di-cussão do parecer
pello para os homens intelligentes da doutrina da mesa sobre a publicação doa debates do se-
cõns ti tucional que estiverem fora das prevenções, nado.—Observ; coei dos Srs. Octaviano, pre-
das posições oíliciaes, que muitas Vtzes no'-: le- sidente, Silveira'da Motta, Dantas, Zacarias,
vam a tómar como disposição permanente da e visconde de Jequitinhonha.—Approvação do
constituição aquillo que foi feito unicamente para parecer.—Discussão da preposição da 'outra
ácautelar o primeiro anno da vida constitucional camara sobre a pensão úe D. Ermelinda dos
do Império. Guimarães Peixoto e outras.—Observações do
Não é,pois, com esta interpretação que se pôde Sr. presidente e Dantas.—Approvação da pro-
estabelecer a pratica; não se a invoque. Nem o posição —Continuação da discussão do art.
nobre ministro que fez opposição ao ministério additivo e §§ do projecto de fixação de forcas
passado, que fez opposição á esta lei... de terra para 1869 a 1870 —Discursos dos Srs.
O Sr. ministro da guerra:—A lei, não. Zacarias e ministro da marinha,—Adiamento
O Sr. Silveira da Motta;— . pode vir agora da discussão.
invocar como precedente a razão da subsis- A's 11 horas da manhã, acharam se presentes
tência delia, o que o anno passado allegou trinta e sete Srs. senadores, á saber: 'visconde
contra ella ; posso fazer eu que fiz opposição ao de Abaeté, Almeida e Albuquerque, Jobim, Dias
ministério passado ., Vieira, Pompeu, Oitoni, barão de S. Lourenço,
O Se. Zacarias-—E é radical. visconde de Jequitinhonha, Carneiro de Cam-
O Sr. Silveira da Motta:—... e afaço ao pos, visconde dc Suassuna, barão de Pirapama,
ministério actual, porque não me esqueço,*nem Chichorro, Diniz, Mafra, Mendes dos Santos, vis-
da minha escola, nem da minha academia, nem conde de Sapucahy, Teixeira da S uza, barão do
me esquecerei jamais das doutrinas que prégo Rio Grande, marquez de Olinda, Firmino, barão
aqui e a respeito das quaes estou disposto" a das Tres Barras. Sinimbú, Fonseca, Fernandes
conversar com o povo, para ensinar-lhe a co- Torres, barão de Muritiba, barão do Bom Retiro,
nhecer os erros dos que nos governam, Zacarias, Furtado, Paranaguá, Dantas, visconde
Tendo dado a hora íicou a discussão adiada. de Itaborahy, Octaviano, Nunes Gonçalves, ba-
rão de Itaúna, Souza Franco, Silveira da Mot-
O Sr. presidente deu a ordem do dia para 25- ta. e barão de Cotegipe.
1*parte.—Ia discussão do parecer da commis- Deixaram de comparecer com causa participa-
São de constituição sobre a licença pedida peio da os Srs. Paula Pessoa, Paranhos e duque de
Sr. asenador visconde de Jequitinhonha. Caxias.
2 do parecer da mesa sobre a publicação dos Deixaram de compaiecer sem causa participa-
debates do senado. da os Srs. barão de Antonina, barão de Maroime
3a d;scu3são da proposição da camara dos de- conde da Boa-Vista, Souza Queiroz, Nabuco, ,
putados, approvan.io diversas mercês pecuniá- visconde de S Vicente.
rias concedidas pelo poder executivo em atten- O Sr. presidente abriu a sessão.
cão a serviços de guerra, com o parecer da mesa Leu-se a acta da sessão antecedente, e não ha-
n. 175. vendo quem sobre ella fizesse observações, foi
Segunda parle.— Continuação da discussão do apprcvada.
projecto fixando as forças de terra para o anno Não houve expediente.
financeiro de 1869 O Sr. Dantas;—Sr. presidente, peço a palavra.
As matérias anteriormente designadas. O Sr. Presidente:—Tem a palavra o nobre se-
Discussão das proposições da camara dos de- nador.
putados, a que se referem ospareceres da mesa O Si*. Dasitag: — Sr. presidente, vou apre-
ns. 183, 183, 184, 185, 186, 187, 183,189 e ICO so- sentar um projecto que versa sobre a liberdade
bre matricula de estudantes. do ensino.
2.» discussão da indicação do Sr. Ferreira Todas as nações que se vão constituindo nos
Penna propondo disposições para serem addicio- tempos modernos vão consignando nas paginas
nadas ao regimento interno do senado, com o de sua legislação ahberdadedo ensino. Portuo-al
parecer da mesa n, 169. quando se constituiu, uma das suas primeiras
Levantou-se a sessão ás 3 horas da tarde. leis foi: «O ensino primário é livre.»
212 SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869

Na Italia da mesma m-sneira Na França a tres brasileiros de reconhecido saber e probida-


constituição de 18i8 no art. 3» diz : « O ensino é de e os substitue. com profunda magoa, do povo
livre » Na Prússia e em quasi toda a A,!lema«Iia por um clero estrangeiro que põe de parte o
o ensino é livra ainda que obrigatório. verdadeiro ensino religioso para ensinar patra-
E' uma herança do feudalisrao; e, a proporção nhas á mocidade.
quo o feudalismo se foi destruindo, a famiiia foi- O mesmo, Sr. presidente, succede em Pernam-
se emancipando, o pae fd reconhecido o juiz com- buco. Pernambuco teve sempre um clero muito
petente dos interesses de seus filhos tanto no en- illustrado; nos bancos da Academia jurídica e
sino temporal como no religioso. no meu tempo assentaram-se dous sacerdotes
Quando um Estado declara a um pae de famí- que podiam substituir na falta dos lentes, um
lia, o vosso poder expira na porta da rua de vos- delles foi o muito virtuoso bispo conde de Irajá,.
sa casa,então elle estabelece a sua omnipotencia; de saudosa memória. Hoje esse clero vê-se des-
é a eentralisação a mais barbara que pode haver. prestigiado po- seu bispo e reduzido a ser tran-
Quando se ensina a um filho doutrinas contra cado em um convento e de portas fechadas para
a vontade do pae,abre-se uma luta entre a faosi- receber dos jesuítas Peões de cathecismo e
lia eo Estado, c este acaba por ser vencido no aprender os meios de minar o poder civil. Se
infeliz paiz onde o ensino é offlcisll estes prelados querem-se apresentar em Roma
Em um paiz livre onde se escreve tudo, o en- com estas provas do fidelidade apostólica, então
sinodeve ser livre. permitia que lhes diga, são máos brasileiros.
A nossa constituição vendo que o ensino pri- Senhores, o ultramontanismo é o maior inimigo
mário é tão necessário como o pão para a vida, do catholicismo, é uma facção, como disse La-
garantiu a instrucção primaria gratuita, não cordaire. Elle nega a soberania do Esbdo vis a
coarctou a liberdade do ensino; se os paes teem vis ã igreja, elle separa a piedade do patriotismo
direito de ensinar a seus filhos podem o dele- e o sentimento christâo do sentimento nacional;
gar a outro e ahi temos uma e cola; se porém o o ultramontanismo é uma alavanca para derribar
delegado só pode ser da escolha do governo pro- todas as instituições que não conhecem o predo-
va-se com isto a incapacidade dos paes, e por mínio exclusivo °da theocracia catholica o cujo
conseqüência é necessário cassar-lhes o direito ponto de apoio está em Roma.
que teem elles de ensinar a seus filhos. Montes- Senhores, para que tenhamos um clero nacio-
quieu diz que c um absurdo querer o governo es- nal é necessário quo tenhamos mestres brasilei-
tabelecer no Estado o monopolio do ensino, se o ros, que conheçam que uma das principaes obri-
governo quer fiscalisar as escolas considere-as gações da igreja é respeitar a soberania nacio-
como sociedades. nal _e respeitar suas leis e suas instituições. A
Eu receio que monopolisada ou seqüestrada igreja fui instituída por Jesus Christo, pôr bem,
a instrucção publica pelo governo, e invadido o da humanidade, e não a humanidade por bem
paiz por jesuítas, não venha a instrucção eccle- da igreja; o sabbado foi feito para o homem, e
si-stica e secular cahir nas mãos do clero mais não o homem para o sabbado. O bem da socie-
desmoralisado do mundo catholico O clero ea- dade civil ó o principal; a igreja é uma socieda-
tholico em geral não cíferece garantias de mora- de santa e sem duvida muito respeitável, mas
lidade por ialta da família; porém, ode Roma, uma sociedade necessária c auxiliar da socieda-
Nápoles e Hespanha é reconhecido em todo o de civil; a igreja que não reconhece este dogma
mundo como o mais immoral simoniaco e segi- não deve ser protegida,não é a regilião de Chris-
lista; querem uma prova, vejam as quadrilhas de to, o qual disse, eu não vim ao mundo para ser
Roma e-de Nápoles, esse povo de lazaroni que servido mas para servir. Bossuet diz. que depois
leva a devastação e o terror a todos os viajan- de Deus a sociedade civil é a primeira cm sua
tes; se est^ padres são typos da moralidade por ordem.
que não moralisaramo seu paiz? Luiz XIV vexado com as exigências da corte
' O general Cabrera que conhece a Hes. auha a do Roma, a quem ameaçou com o patriarcado,
palmos diz « que havendo 17 mil padres na Hes- conheceu quo aparte mais importante do ensino
panha um terço pertence as quadrilhas: ca; fruc- da moral são os deveres dos cidadãos para como
ttbus eorum cognoscetis eos. governo e para com o Estado,e assentou que de-
Entretanto é o clero com quo os nossos bispos, via dirigir em Roma o ensino dos seus subditos
pretendem desmontar o clero brasileiro, depre- que para alli f issem com destino á vida clerical.
mil-o, ultrajai o e entregar a essa horda de es- Creou, pois,dous seminários em Roma dirigidos
trangeiros ignorantes o ensino dos nossos semi- por padres francezes, aos quaes o governo tem
nários etodas as posições lucrativas daigrej i. No confiado officialmente o ensino catholico a seus
Brasil quasi dous terços das freguezias estãobc- subditos: um é a congregação do Santo Espirito,
cupados por estrangeires contra as nossas leis, o outro é a casa de S Luiz dos francezes. Os
contra os interesses da igreja e contra os direitos superiores dessas duas casas são nomeados pelo
da Corôa. Fénélon disse a Luiz XIV que os pa- governo francez, e os outros empregados como
rochos provisórios eram um grande mal para a capellães são nomeados pelo embaixador, aue
igreja. exerce uma rigorosa fiscalisação para que alli
O bisp do Rio de Janeiro passa uma rasoura senão ensinem doutrinas subversivas aos direi-
no seminário episcopal e enxota todos os mes- tos da Corôa franceza, e examina as tendências
SESSÃO EM 25 DE MÃIO DE 1869 213

das iiiéas ultramontanas. Resonlieço, Sr. presi- missão ao governo, que deverá julgar deste pe-
dent0,que os bispos teem o direito de intervir na dido conforme as conveniências do Estado ; se,
boa escolha do mestres para os seus seminários, porân, o culto que se pretende estabelecer, pro-
mas o que é verdade é que mesmo m exercício fessar a moral christã, essa permissão lhe nãose-
dos nossos direitos convém sermos discretos, rá denegada.
quem faz tudo quanto pôde está proximo a fazer Art. 5.° Logo que qualquer _ culto com a de-
aquillo que não pôde. Os seminários tem patri- vida permissão entrar no Estado estará debuxo
mônios: donde vieram esses patrimônios? Ou da protecção das leis e das autoridades.
foram doaçães do estado ou dos brasileiros; em Art. 6» Nas escolas livres não poderá o gover-
qualquer dos casos os Srs. bispos não teem um no dictar aos professores a matéria do ensino
direito tão arbitrário que exclua os brasileiros e litterario. Quanto ao religioso os alumnos o re-
chame os estrangeiros para os vir disfruetar. ceberão como fôr prescripto por seus paes, ou
Senhores, causa indignação ver o desprezo em falta, por suas famílias.
com que 6 tratado o clero brasileiro, nossos Art. 7.» A liberdade do ensino não se estende
irmãos, nossos parentes, nossos amigos e nossoâ a contrariar a disposição do art. 278 do codigo
compatriotas, as cadeiras de um bispo só arras-, criminal, a obediência ás leis, e á constituição
tam-se para sentar-se um jesuíta; os padres bra- do Estado.
sileiros são tratados com mais desprezo do que Art. 8." Se constar ao governo por provas irre-
tratamos os nossos criados. ! cusaveis que em algumas escolas paiticulares
Antigamente os bispos entre nós prestavam se viola a disposição do artigo antecedente, ou
juramento de obedecer ao Rei e não praticarem1 commettcm se actosprejudiciaes aos bons costu-
cousa alguma que podesse perturbar a tranquili- mes, poderá mandar fechal-as, salvo ao respecti-
dade do Império; hoje elles não prestam outro vo director o recurso para o conselho de Estado,
juramento se não a Santa Sé, antes de receber a g_o Qa seminários, e escolas ecclesiasti-
mitra; cesse juramento se reduz, a trabalhar para cagi ou g3jam cay10jjcagj ou outira qualquer
j a a/.
engrandecer os direitos da Santa Sé e matar he- , C0n g ss j 0j e qUe forem mantidas pelo Estado, es-
reges. tarão sujeitas á flsealisação do governo.
Aqui está o juramento. [Lê.)
Art. 10. Esta flsealisação do governo (salvas
« Que farei tudo por conservar, defender- as verdades fundamentae°s da igreje catholica, e
acrescentar e engrandeceros direitos,honra, pri, as essenciaes de cada confissão) só se estende a
vilegios e autoridade da Santa Igreja romana e coarctar os pontos de disciplina que contrariarem
do Papa, nosso senhor, e de seus successores. Eu a constituição do Estado, as leis do paiz, ou cau-
receberei humildemente as ordens apostólicas e sarem perturbações publicas, ou tenderem a ata-
as porei em execução com grande zelo e pontua- car a liberdade dos outros cultos.
lidade. Eu prometto e juro de perseguir com to- Art. 11. Continuam as disposições legislativas
dos os meus esforços, e do combater violenta- ácerca das escolas publicas mantidas polo Es-
mente os hereges,* sehismaticos c os rebeldes, tado.
ao Papa nosso senhor. » Ficam revogadas as leis em contrario.
Ora, em um paiz que quer colonisação, que Paço do senado, 24 de Maio de 18ó9.— Dantas.
recebe toda a população, seja qual fôr o seu culto,
pôde, na verdade, ter esperança de que serão O Sr. Dantas : — Tenho outro projecto.
respeitados os direitos de consciência, á vista O Se. presidente Pôde apresentar.
deste juramento? Pôde porventuracncarregar-se. 0
do ensino da Igreja, na parte das relações comrP . Sr. Dantas ; — Sr. presidente, o projecto
a sociedade, quem presta semelhante juramento? vou apresentar e sobre a liberdade de xm-
Sr. presidente, é chegada a hora de passar a prensa.
a
2 parto da ordem do dia. O paiz, Sr. presidente, que tem a liberdade de
You ler o projecto. [Lê.) pensar e de queixar-se quando o governo não se
A assembléa geral legislativa resolve: comporta bem, não precisa de sociedades se-
cretas, nem de punhaes, nem de revoluções,
Art. l." E' livre o ensino primário, secundá- nem dos pasquins.
rio, e superior; qualquer cidadão poderá abrir Por isso, Sr. presidente, 6 preciso sustentar
escolas sem prévia licença. este direito, a maior de todas as gaiantias
Art. 2." Todavia cs titulos litterarios, que ha- das liberdades publicas; quero que a imprensa
bilitam os cidadãos para os empregos públicos, seja completamente livre e em todos os casos,
e para o uso da medicina, serão passados pelos muito principalmente naquelles casos de cri-
cursos, ou escolas mantidas pelo Estado. mes indefinidos; indefinidos o que deixam um
Art. 3.° Na liberdade dos cultos comprehen- grande arbítrio aos magistrados, por exem-
de-se o direito que teem os seus ministros de plo na classificação de crime de injuria, consi-
abrir escolas para o ensino das matérias de suas dera-se tal tudo quanto pôde prejudicar a repu-
crencas religiosas. tação de alguém, até digestos ou signaes repu-
Art. 4.° Logo que algumas familias, que não tados insultantes na opinião publica. Acho que
professarem o christianisrno desejarem ter suas até os magistrados desejarão ver-se livres da
escolas, e suas assembléas, poderão pedir per- difflculdade dessa classificação.
214 SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869

Eu vou ler o projecto. [Le.) as suas attribuiçõos serão exercidas por todos
A assembléa geral legislativa resolve ; os advogados dô fôro commum.
Art l" Os crimescommettidos pela imprensa, Art. 2.o O conselheiro de Estado ordinário
seja qual for a sua natureza, serão julgados pelo ou extraordinário, quer esteja ou não em exer-
jurj. o . i cício, vencerá a gratificação determinada pelo
Art. 2 Todos os artigos commumcados, cor- art. 8.° da lei de 23 de Novembro de 1841.
respondências, e em geral tudo quanto for pu Ficam revogadas todas as disposições em
"blicado pela imprensa será assignado por seu contrario.
autor, excepto quando nelle houver queixas ou Paço do senado, 24 de Maio de 1869,—
denuncias de abusos das autoridades Dantas.
Art. 3o O impressor não poderá fazer publi- Ficam todos sobre a mesa na forma do regi-
cação alguma que não tenha assignatura do mento.
próprio responsável, pena de ser considerado o
autor da publicação. ORDEM DO DIA.
Ficão revogadas todas as disposições em con- a
trario. Entrou em I discussão e foi approvado o pa-
Paço do senado em 24 de Maio de 1S69.—Panías recer da commissão de constituição, sobre a
O Sr. Dantas: — E' o ultimo, versa sobre licenca pedida pelo Sr. visconde'de Jequiti-
os advogados do conselho de Estado. nhonlia.
Sr presidente, o previlegio deve ser fundado Entrou em 2a e ultima discussão o parecer da
na utilidade publica, e esta utilidade publica mesa autorisando o contrato da publicação dos
quem a reconhece é o polerlegislativo; não vejo debates do senado com a empreza do Diário do
pois utilidade em quo meia dúzia de advogados R{o de Janeiro.
tenham o monopolio de advogar perante o con- O Sr. F. Octaviano Não pretendooppor-me
selho de Est ido, com prejuízo dos outros e ve- a esta autorisação dada á mesa, porque não
xacâo das partes posso encontrar no senado cavalheiros mais
Óuço por ahi dizer-se que um requerimento distin ctos do que os membros da mesa; o que pre-
para ó conselho de Estado, que munas vezes não tendo sómente é pedir-lhes que na occasião de
é feito pelo advogado piivilegiado, custa quan- fazerem o contrato não resuscitem uma cláu-
tia enorme; e cu não sei porque rodando no sula que me parece estranha, offenriva, não digo
fôro commum, questões judiciarias, por quan- do senado, não digo da imprensa, mas da mora-
tia millionaria, seja necessário para o conse- lidade do nosso paiz, istoé, a clausula que coage
lho de Estado um advogado privilegiado, e de o jornal que publica as discussões do senado a
profundo saber p ra requerer ordinariamente não dirigir insultos ou não aceitar publicações
cousas muito pequenas quando aliás teem assen- insultuosas aos senadores.
to no conselho de Estado homens provectos e il- Sr. presidente, creio que já temos chegado
lustrados que não precisam desta garantia. a um ponto de civilisação que repelle essa
Por conseqüência quero que acabe-se o privi- clausula.
legio e tenham os advogados do fôro commum Um dlstincto membro do parlamento inglez,
o mesmo direito ; é um beneficio para as partes, Lytton Bulwar, dizia já ha 14 annos : « Se en
que soffrem posadas exigências que em grandes tivesse de dar um documento da grandeza da
casos mattam os recursos. A lei não f z menção Inglaterra, não mostraria ao estrangeiro suas
de taes advogados, é um luxo do regulamento docas, nem mesmo esta casa do parlamento em
que nos achamos; mostraria um numero do
como todos oso outros sempre vexatório ao povo. — Times. — » Se a imprensa deste paiz é tão
Diz o ajt. 2 do projecto: desmoralisada que seja preciso pôr-lhe freio
« O conselheiro de Estado ordinário ou extra- para evitar o insulto e a calumnia, essa impren-
ordinário, quer esteja ou não em exercício, ven- sa nem deve ter entrada nesta casa.
cerá a gratificação determinada pelo art. 8o da Peço, pois, á mesa que não resuscite essa clau-
lei de 26 de Novembro de 1811».—A razão deste sula,'que é offensiva á civilisação do paiz. Alem
artigo é tirar a espada de Damocles de cima dos
conselheiros de Estado; a mór parte d'elles são disto, Y. Ex. sabe que ha muita difficuldade em
senadores, e devem ser independentes ; quero definir o que é insulto, quando se trata de^obser-
alivia-los desta servidão que pesa sobre todos vações sobre homens políticos; a susceptibilidade
os empregados públicos : o governo quer conse- faz cáracterisar dc insulto e de con vicio a sim pies
lheiros que deem conselhos conforme a sua von- argumentação, a confrontação mesmo das idéas
tade; ainda lhe resta o recurso de os pôr no nu- actuaes com as idéas antigas de qualquer homem
mero dos extraordinários, vá ao menos não lhes de Estado. Portanto, veja Y.Ex que a ura jornal
tirará a gratificação. político, como o Diário do Rio, çiue folgo de re-
conhecer que ó bem dirigido, a imposição dessa
Eis o projecto [U]: clausula vae crear a difficuldade de não poder
A assembléa geral legislativa resolve: mais discutir as questões em que intervenham
Art. 1.' Fica revogado o art. 37 do decreto senadores, porque pôde a susceptibilidade de
n. 124 de 5 de Fevereiro de 1842, o qual creou algum mais delicado dizer que ó convicio aquillo
advogados especiaespara o conselho de Estado; que não passa de uma simples argumentação
SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869 215

Assim, Sr. presidente, votando pela autorisa- trabalho, não se lembra a folha official? De cer-
çao dada a mesa, peco que não se supponlia obri- to que nem o governo, nem seus prepostos, a
gada á aceitar essa clausula anterior. administração ou redação do Diário Official po-
O Sr. Souza. Franco F podia accrescentar deriam vir fazer uma proposta em concurrencia
que o Jornal do Commercio não cumpriu jamais com as emprezas particulares; mas está da nos-
semelhante clausula. sa parte averiguar se acaso, independente das
O Sr. presidente ;—Eu peço licença ao senado emprezas particulares, o governo pode incum-
para accrescentar uma informação a'o que acaba bir se da publicação dos debates do senado, e
de dizer o nobre senador. A informação é a se- talvez do corpo le*gislativo todo.
Eu vejo, Sr. presidente, que uma grande parte
guinte : Em virtude dessa clausula, a que o
nobre senador se refere, muitas vezes ame-a se dos stenographos são empregados públicos, e
pela penúria que ha de stenographos o governo
reuniu paru ver se devia ou não impôr a multa tem muito bem facilitado a dispensa de certos
respectiva á empresa ; foi então que praticamen-
te reconheci a difficuldade da execução dessa serviços
clausula ; á excepção de uma única vez não foi O Sr. Zacarias:—Eu não facilitei.
possível que se vencesse a idéada condemnação O Sr. Silveira da Motta;—....para que se
A experienoin, portanto, mostrou á mesa que a possa conseguir a publicação dos debates. ..
clausula era inútil O Sr. Zacarias: —Acumulavam vencimentos
O Sr. F.Octaviano : — Apoiado. do emprego e de tachigraphos, o que não con-
O Sr. presidente ; — Ora, se ella é inútil, se- senti.
jam as razões disto quaesquer que sejam, pare- O Sr. Silveira da Motta : — Sabe se que ha
ceu á mesa anterior a esta, que era conveniente muita falta entre nó: de stenographos, e por
não inserir esta clausula no contrato. Um dos isso as emprezas particulares já se teem habi-
membros da mesa que nisto mais insistiu, devo tuado á d ipendencia dos que são empregados
dizel-o, foi o nobre senador por Minas, o Sr. Dias públicos, nem os teem mandado vir do estran-
de Carvalho; elle está presente, sabe perfeita- geiro, nem creio que os ha aqui.
mente disto. Todos os membros da antiga mesa Consta-me, Sr. presidente, que o governo até
estavam nessa disposição, senão pelo motivo mandou comprar um prélo com proporções para
que o nobre senador acaba de expender, por ter- poder fazer a publicação dos debates das camaras
se verificado que é absoluamente inútil seme- legislativas, e o governo que tem os principaes elo
lhante clausula, porquo não tem execução, e uma mentospara esse trabalho, podia crcar mesmo
lei ou disposição que não tem execução, não deve com o ? empregados que teem habilitações steno-
subsistir. (Apoiados ) graphicas um bom pessoal para este serviço. Por-
O Sr Silveira daMottu«— 3r. presidente, que razão, poisjha de o governo sacrificar a des-
cada vez desejo mais que as camaras legislativas peza feita, que está inutilisada, não aproveitar os
adoptem expedientes muito adequados e effec- elementos essenciaes que tem (os stenographos
tivos, para que as sessões do parlamento che- e vir encarregar-se da publicação dos debates í
guem ao conhecimento do paiz; já bastam as Eu declaro, Sr. presidente, que prefiro que o
limitações que a nossa imprensa tem, para que governo seja incumbido desta publicação a que
nós membros do corpo legislativo, aspiremos sejam incumbidos delia jornaes de uma côr po-
vivamente que as opiniões emittidas nas casas lítica foncé (carregada).
do parlamento sejam muito conhecidas do paiz; [Ha oparlcs.)
é preciso que os homens públicos tenham amor E a razão, Sr. presidente, porque usei desta
a responsabilidade de suas opiniões, tenham na phrase (visto quo os nobres ministros estão sus-
publicação dellas o correctivo que lhes pôde dar ceptíveis a respeito de minhas expressões) é
a coherencia, a constância necessária, para que mesmo porque desejo- que a publicação dos de-
ellas mereçam a fé do paiz. bates seja feita na folha official, porquê ao menos
Por isso, Sr. presidente, já algumas vtzesque a responsabilidade dos abusos recahirá sobre o
tem apparecido nesta casa a idéa de limitar a pu- governo, não ficará disfarçada, sendo feita em
blicação dos debatesdo senado: eutenho-meop- urna folha que pode ter todas as tendências abu-
posto°sempre. Agora que se trata dc discutir o siv-.s nessa publicação, todas as tendências abu-
parecer da mesa a respeito desta publicação, eu sivas mesmo a gosto do governo, sem que se
devo aproveitar a ocasião para perguntar *ao go- possa inerepar ao mesmo governo, porque elle
verno porque rasão elle que tem uma typogra- dirá—não tenho nada com isto, é uma empreza
phia nacional, com que faz uma despeza não particular. E então, senhores, se o Diário do A ío
pequena Ycreio que de 170 contos), que foi mon- ha de fazer a publicação muito a gosto do go-
tada expressamente, ou ao menos com desejo de verno, porém sem a responsabilidade, prefiro que
que se podesse fazer a publicação dos debites na se faça tal publicação com toda a responsabili-
folha offlcial, porque varias vozes nos temos dade do governo.
preoccupado da necessidade de tei essa publica- Penso que não emitto uma opinião que seja
ção mais prompta, mais fácil, porque, digo, ten aggressiva ao governo, desde que sou o pri-
do a mesa feito o seu edital, convocando em- meiro a querer que a publicação seja feita na
prezas particulares para se encarregar deste folha official. Creio que a despeza que a admi-
27
216 SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869

nistração psssada fez para moatar a folha official, tregou este discurso no dia do encerramento,
em ponto" a sarvir para a publicaçSc dos debates ficou condemnado a esperar que o Sr. presidente
excedeu a 30;000g ; e então era um modo que do conselho, cujas occupações poderiam retardar
teríamos de aproveitar essa despeza, que está a redacção das notas stenõgraphicas, publicasse
perdida. seus discurBOS.
Reconheço, repito, que o governo nem seus Eu fallo nesta historia unicamente para funda-
prepcstos podiam fazer proposta; creio que com- mentar minhas a; prehensões a respeito das prc-
pete no senado interpelJar ao governo, para que dilecções que teem as omprezas particulares, ou
nos diga se acaso o seu estabelecimento official, mesmo prevenções que teem contra certos ora-
a sua folha official está habilitada para fazer este dores. Assim, p"orque nos havemos de cntrege.' a
serviço. Se o governo declarar que sim, eu man- uma empreza particular, cujas opiniões políticas
darei'uma emenda á mesa, para que, em logar se manifestam com ardor, com azedume tal contra
de ser a publicação dos debates feita pela em- certos membros desta casa, que é de receiarque
preza única que apresentou proposta, seja feita toda a sua imparcialidade não chegue para sup-
na folha official, precedendo por parte da mesa o perar estas pretençõest
estabelecimento das regrás que sua prudência, o Por isso desejava saber se acaso o estabelcei-
conhecimento especial desta matéria lhe ha de mento Diário Official está habilitado para fazer
sugerir, porque é preciso que, ou seja o governo á publicação dos nossos debates, porque prefiro
ou seja empreza particular, se estabeleçam re- a publicação com a responsabilidade do governo
gras, como algumas que fazem parte do con- á publicação segundo o gosto do governo, mas
trato, quando a empreza é particular. sem sua responsabilidade. Se o governo nos in-
Eu não tenho presente se acaso a mesa no formar que o seu estabelecimento está montado
seu pirecer estabeleceu algumas regras a res- para isto, eu mando á mesa uma emenda ao
peito da publicação dos debates; mas V. Ex. e parecer, para que V. Ex. fique autorisado a en-
o senado conhecem que esta publicação tem tender-se com a typographia nacional para este
sido feit'*. com muita imperfeição, com muita fira.
demora. Já ss exigiu que a empreza particular O Sr Sr. presidente, ha nesta
tivesse redactores para pouparem a muitos dos matéria duas questões : ajprimeira creio que foi
oradores o trabalho de corrigir discursos ou ao proposta pelo Sr. Octaviano e já e.-tá resolvida
menos para rectificar as notas dos stenographos, por V. Ex.; com effeito, prcvalecermo-nos do
que não team obrigação senão de traduzir essas contrato para a publicação dos nossos trabalhos
notas, sendo a redacção o complemento desti e introduzirmos nelle uma clausula para o jor-
operação; isto já se "exigiu: mas Y. Ex. sabe nal não receber contra nós correspondências in-
que sé tem publicado discursos dons ou tros sultuosas, é certamente um facto digno de toda
mezes talvez depois da sessão encerrada, profe- a censura; sofframos todos os abusos da im-
ridos aqui. prensa, assim como gozemos todo dos seus be-
Uma Yoz.—São posthumos. neficios.
. O Sh. Silveira da Motta;—As empresas par- Resta a outra questão, que vem a ser: se o
iculares se arrogam o direito de ter certas pre- Diário Official pôde encarregar-se da publicação
erencias, de ter certas prcdilecções, que são dos nossos debates. Ha dous annos fallei a este
muitas vezes offensivas do direito dos oradores respeito nesta casa. Se eu fôra ministro diria ao
'neslacasa, eprejudiciaes ao publico, porque não nobre senador pela província de Gojaz : « Muito
se fica sabendo, como se deve saber, as opiniões obrigado a V. Ex. pela sua caridade; não quero,
que ffiram aqui emittidas. Eu recordo-me, Sr. desconfio do seu presente. »
presidente» e V. Ex. hade recordar-se, que até Não comprehendo, senhores, como um radi-
fiz uma reelamação á mesa de que um discurso cal, um senador que quer cortar todos os abu
que proferi nesta casa em opposição a> minis- sos desde a raiz, um senador que todos os dias
tério do Sr. conselheiro Zacarias, *e sobre a lei está se queixando dos abuzos do governo, quer
do orçamento, foi publicado dous ou tres mezes entregar-lhe a publicação dos nossos debates. O
depois. nobre senador quer um motivo para matraqueav
Eu fiz A mesa uma reclamação, dizendo que o governo
tinha entregue as notas stenographicas no dia O Sa. Silveira da Motta i—Matraquear?
do encerramento da assembléa geral; mas como O Sr. Dantas—Permitta-me a palavra.
havia no contrato uma clausula que estabelecia
que os discursos deviam ser entregues tantos O Sr. Silveira da Motta Não permitto, a
dias depois de proferidos, senão ficariam para o imprópria.
appendice, o que succedeu foi que se publicaram O Sr. Dantas Pois bem, direi que o nobre
outros discursos na ordem chronologica em que senador quer um motivo para quebrar os ouvi-
tinham sido pronunciados, e o meu que era an- dos do governo; por que todos os dias achare-
terior a esses ficou condemnado a ser publi ado mos uma infidelidade, um augmento, uma sup-
depois que o Sr. presidente do conselho entre- pressão.
gasse ccrrigidos os seus discursos. De sorte que O Sr. Silveira da Motta:—O que V, Ex. quer
um orador que proferiu um discurso sobre uma é que não haja demonstrações contra o go-
lei importante nos últimos dias da sessão, e en- verno.
SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869 217

O Sr. Dantas;—Perdoe-me, V. Es. quer dar O Sr. Silveira da Motta manda á mesa o se-
um voto de confiança ao governo, e eu não quero, guinte requerimento Que entra em discussão
não quero nada do governo. Quando fallo do go- depois de lido e apoiado:
verno, é o dominante e é o dominado, porque o « Requeirò quo se peçam informações ao go-
que um faz hoje, o outro fez hontem. O nobre verno Sobre os meios qiie tem para fazer a pu-
senador não pôde dizer de mim, que cortejo ao blicação dos debates do senado na folha offlcial,
governo, porque nunca recebi favor nenhum do e que"a mesa fique autirisada para preferir a
governo. folha cfflicial, se o governo informar affirmati-
O Sn. Silveira da Motta:— Estamos iguaes. vamente. »
O Sr Dantas:—Não sei. Fallo de mim so- O Sr. Presidente:—Devo dar ainda uma in-
mente ; appello para os nobres senadores que formação de que talvez o senado precise ter co-
são, ou que foram ministros. Se o ministério que nhecimento, e é que em 1867 o ministério desse
tempo informou á mesa que a typographia na-
cahiu estivesse ainda no poder, minha lingua- cional tinha os meios necessários para encarre-
gem seria a mesma para com o nobre sena or. gar-se da publicação dos debates.
Quer o nobre senador que a folha du governo O Sr. Dantas : — Ha quatorze dias que nós
se encarregue da publicação dos nossos debates, trabalhamos, ç ainda não se contratou a publi-
e eu não quero, porque quando houver alguma
inexactidão, a quem nos dirigiremos? Aos no- csção dos nossos trabalhos ; ora, pergunto eu,
bres ministros? Temo a sociedade com o leão. importando o requerimento do nobre senador
Quando presentemente se dá alguma inexacti- um adiamento, a folha que presentemente se
encarrega da publiccção dos nossos trabalhos,
dão, nós nos dirigimos ao Sr. presidente, e este continuará a fazeí-a p°or extenso, na espectativa
se entende com o emprezario que contratou a de que afinal V. Ex. decida se contrata ou não
publicação, e tomam-se £S necessárias provi- com ella? Eu quizera saber-re essa folha secom-
dencias ; mas a quem nos havemos de dirigir promette a publicar nossas discussões até que
quando a publicação fôr feita pela Elha do go- te decida a questão.
verno? Y. Ex. tem acção sobre o governo? Pode O Sr Silveira da Motta ; — A demora é de
multai o ou rescindir o contrato? dous dias, quando muito.
Senhores, emancipemo-nos completamente do O Sr. Dantas;—Não sei se a demora será tão
governo ; o governo que tem interesse em de- pequena, e ahi vem a resposta á falia do throno,
fender se, em occultar as accusações, retardará a fixação das
naturalmente a publicação dos nossos discursos, importantes. forças Não
de mar e outras matérias
desejo que se interrompa a
até achar conveniente a publicação. publicação dos nossos debates.
Votarei, portanto, contra o rêqueri nento, se Parecla-me que a idéa proposta pelo nobre
fôr apresentado. Contrate V. Ex. com a folha senador poderia ter logar para o anno que vem.
que pôde ser mais exactae interessar-se em bem Se S. Ex. offerecerura requerimento ou emenda
servir o senado. nesse sentido, não me opponho. Acho que prin-
O Sr. presidente : — Tenho de informar ao cipiada a publicação dos nossos trabalhos em
senado e ao nobre senador que fallou em pri- boa fé com um jornal, a não devemos interrom-
meiro logar, que o parecer da mesa declara as per pormos-nos debaixo da tutella do governo é
condições a que sujeita-se a empreza. A empreza muito máo, mas taos razões apresentará o nobre
sujeitâ-se a todas as condiçõesque foram estipu- senador que me obriguem a votar para que se
ladas no contrato de 1868, celebrado com o Cor- faça isso para o anno. Por ora, voto contra o re-
reio Mercantil. As condições deste contrato são querimento e a favor da conclusão do parecer
idênticas ás do de 18G7. No contrato de 1867 ad- que autorisa aò Sr. presidente a contratar com
mittiram-se algumas modificações dos anteriores. a unici empreza, que se propoz a fazer essa pu-
As modificações consistiram em ser dispensado blicação)
o Correio Marcanlil, em 1867 e depois em 1868, O Sr. Zacarias: —Sr. presidente, ha ur-
de ter dous redactores, ficando apenas com um, gência em votar-se o parecer que se discute; mas
e de dar, além dos annaes, quinhentos exem- acredito quo com essa urgência se pôde com-
plares da collecção de actas em separado: pelo binar a ioéa do nobre senador pela província de
que daquelles annos não ha collecção de actas, Goyaz. A mesa pôde ficar autorisada a fazer o
ha unicamente os annaes onde ellas vêm. contrato ouvindo previamente o governo. Se o
Quanto ás reclamações que teem havido, e a Sr. ministro da fazenda hoje ou amanhã infor-
uma das quaes se referiu especialmente o nobre mar que a typographia nacional não pôde en-
senador pela província de Goyaz, é exacto e tam- carregar-se de fazer no Diário Official a publica-
bém é certo que a mesa deu conta de tudo isso ção dos nossos debates, V Ex. hoje mesmo ou
ao senado na sessão de 1868 Para essas recla- amanhã poderá firmar o contrato com a em-
mações ha sempre da parte das emprezas ara- preza que se propoz fazer a publicação dos de-
mas allegações, que não se podem desprezar bates. Hoje logo que o Sr. ministro da fazenda
inteiramente. Uma destas allegações é a grande dê verbalmente ou por escripto resposta a Y. Ex.
demora que costuma haver na revisão das notas O que V. Ex. ha pouco disse é verdade. Varias
tachygraphicas depois de decifradas. vezes a mesa do sanado perguntou ao ministro
218 SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 18G9

da fizenda se a typograpHa nacional estava ha- tráto da outra camara a clausula que prohib
bilitada a publicar os nossos debates, e só depois fazerem-se reflexões injuriosas.
de resposta negativa é que a mesa contratava com Aqui se disse—fallar de nós. Não, nós nunca
algum jornal. Tendo-se repetido muitas vezes a poremos nos contratos que os redaetores ou
pergunta, entendi que devia preeaver-me, e íiz publicadores dos discursos proferidos nas ca-
as despezas necessárias para a typographia na- maras não fallem de nós, nunca diremos isso;
cional desempenhar esse mister Estando assim filiem quanto quizerem; façam tantas quantas
a typographia nacional habilitada a desempe- observações lhes vierem, á cabeça; mas o que
nhai o, houve interrupção no estylo, não se fez temos dito é que não injuriem os representantes
a pergunta, e a typographia nacional entendeu da nação, e esta clausula está unida a outra, e
que não devia concorrer com as emprezas par- é que nós não temos processos, os processos
ticulares, fazendo proposta á mesa do senado. são muito custosos, não são populares; na
Não entro na averiguação dos motivos porque Inglaterra, para se punir um jornalista que in-
se abandonou a pratica de perguntar ao gover- juria um representante da nação, chama-se o
no se a typographia nacional estava habilitada odioso sobre a camara. Na França. Finalmente
a fazer a publicação dos nossos debates ; com- sem essa clausula póde-se muito bem dizer que
prehendo que seja difflcil ao governo aceitar essa o representante da nação fica sem garantia
tarofa.e,que algumas das objecções apresentadas alguma. Eu não sou que o digo, mas póde-se
prevaleçam contra a medida. O que desejo é que dizer.
o contrato se faça quanto antes, mas que V. Ex. Emquanto á susceptibilidade tem razão o nobre
ouça previamente o governo, e que em vista da sen- dor que assimse exprimiu. Eu, por exemplo;
resposta decida. Neste sentido voto pelo reque- ora que me importa que digam que este governo
rimento do nobre senador pela provincia de é tão forte que pôde até mudar o curso dos rios?
Goyaz, porque não importa adiamento nenhum. Pois mudou o curso dos rios... Mudou também
o curso do rio Jequitinhonha? mudou também o
O Sr. visconde de Jrquiti^ilionlia;— curso de outros riosl Se a proposição é verda-
Recordo-me de que o anno passado trouxe ao co- deira, quem a disse estava na rigorosa obriga-
nhecimento do senado uma proposta do Jornal do ção de proval-a, sob pena de ter proferido uma
Commercio para fazer esta publicação por meio proposição indigna de si, indigna do represen-
de extractos muito bem feitos (tão bem feitos tante que se dirige agora ao senado, indigna da
que teem sempre merecido a approvação dos no- casa, e se acaso elle provasse a proposição, tanto
bres senadores) por uma dada quantia, obrigan- melhor para o systema, porque é isto uma pêta,
do-se a redacçío do Jornal do Commercio a todas é isto uma cadêa que pôde prender o governo,
as condições ou claasulas postas nos contratos quando quer fazer desses milagres de mudar o
anteriores. V. Ex., tomando conhecimento dessa curso dos rios, a situação das montanhas, e
proposta, teve a bondade de a examinar e offe- as.-im por diante.
recel-a á consideração do senado. O senado vo-
tou nessa occasião approvando que se fizesse o O Sr Zacarias:— E o alargamento dos portos.
contrato com o Correio Mercantil. O Se. visconde de Jequitinhona Como diz,
Eu sempre fui inimigo de publicações offlciaes, senhor?
e sempre amigo das publicações f itas por pes- O Sr. Zacarias ;—O alargamento dos portos.
soas ou companhias que tivessem por fim o in- O Sa. visconde de Jequitinhonha:—Ah!
tereise proprio sujeitando-seáresponsabilidade Por isso, Sr. presidente, é realmente uma clau-
das publicações, como acontece nospaizes onde sula que pôde não parecer necessária, e eu não
o systeman-epresentativo é fiel e rigorosamente me embaraçava de votar também pela sua revo-
executado, iito é, fiel o rigorosamente executado, gação, porque a susceptibilidade pôde dar-se;
tanto quanto ó possível ser fiel e rigorosamente mas, se nós aqui fizéssemos de redaetores, por-
executado um systema fundado no equilíbrio. que não havíamos de perguntar; e que força
Agora eu pedia aV. Ex. que me desse licença
para cbamar a sua attenção para essa mesma teve o ministério passado para mudar o curso
proposta ; mas, creio que isso já não é possível, dos rios ? Porque parece-me que também mu-
visto como deixou de ser approvada na sessão dou. Que fez esse ministério? Elle que o diga,
passada. está vivo e são.
Pelo que diz respeito ás questões aqui levan- Mas, Sr. presidente, encarando a questão pra-
tadas ácerca deste assumpto, Y Ex. também ticamente, como deve ser encarada, no meu con-
permittirá que eu diga que parece-me razoado ceito, desprezando todas essas anomalias do
que se não prohiba com a clausulaordinaria- systema, esses precalsos da vida política, pondo
mente posta nos contratos fazerem as folhas que de parte tudo isso, digo eu que a revogação da
publicam cs debates reflexões sobre os repre- clausula não é bastante, desde que subsiste na
sentantes da nação; mas, pergunto eu, isto que camara temporária, porque se não temos aqui,
nós aqui fazemos será também adoptado na temos lá.
camara temporária ou não será? Se não fôr, en- O que é verdade, o que me parece digno de
tão íolliiur questio; quer dizer, não é necessário attenção é que a despeza que se faz com esta pu-
é inteiramente illuaorio, pois que existe no con- blicação não é recompensada pelos seus effeitos.
SESSÃO EM 25 DE MilO DE 1869 219

E' o que me parece e tenho dito constantemen- Vou pôr a votos o parecer.
te ; por isso o anno passado fui portador da pro- Foi approvado o parecer da mesa, sendo re-
posta do Jornal do Commercio. jeitada a emenda.
O Sr. presidente :—Se não ha mais quem peça O Sr presidente;—Peço a attenção do senado.
a palavra, vou pôr a votos o requerimento de (Lendo.) Yae entrar em 3a discussão a proposição
adiamento. dacamara dosSrs. deputados, approvando apen-
O Sr. F. Octaviano Parece-me que a classi- são concedida a D. Ermelinda dos Guimarães
ficação que V. Ex. acaba de dar ao requerimento Peixoto e outras.
chamando-o de adiamento não está no modo por Pedi a attenção do senado para estas pensões,
que foi apresetítado pelo seu illustre autor. As e peço-a para todas as outras que vierem á dis-
vistas do senador pela província de Goyaz, se- cussão, porque, segundo um requerimento ha
gundo já declarou, é, não que se adis a votação pouco tempo feito e approvado na camara dos
do parecer, mas sim que, votado o parecer,Y Êx. Srs. deputados, uma pensão se diz, e na minha
tenha de consultar o Sr. ministro da fazenda opinião com pouca exactidão, que fôra conce-
sobre as forças da typographia nacional relati- dida pelo ministério passado ob e subrepticia-
vamente a esta questão. Neste sentido é que voto piente.
pelo requerimento. Quando esta pensão tiver de vir ao senado
para ser approvada, a mesa, como tem feito até
O Sr. presidente:—Não posso regular-me agora, a examinará cuidadosamente para infor-
senão pelo que está esêripto. Se sobre o que mar ao senado. Entretanto é do meu dever dizer
está escripto ha duvidas, quanto mais se eu pu- desde já que, tendo procedido aos exames que
zer a votos o que não está escripto. Se o nobre estavam ao meu alcance, entendo que essap.n-
senador quer alterar o seu requerimento, ainda são foi concedida preoedendetodas as informa-
é tempo. ções que são de estilo em casos taes. Por isso
O Sr. Silteira da Motta; — Sim, senhor, peço ao senado para ouvir com attenção a leitu-
mando á mesa a seguinte emenda: ra desta proposição; assim como a hei de pedir
« Que fique approvado o parecer da mesa salvo sobre todas as outras que se referirem a pensões
se o governo informar que a folha official pôde concedidas pelo governo.
fazer a publicação cos debates do senado, pre- A mesa do senado nesta matéria tem tido o
ferindo-se a folha official em tal caso.—S. lí — maior escrúpulo : os seus trabalhos correm im-
Silveira da Moita. » pressos e podem ser examinados por todo o se-
O Sr. presidente Continua a discussão do nado. E tenho o prazer de declarar que o go-
parecer. verno do Brasil, comprehehdidos todos os minis-
Devo declarar ao senado que, quer pelas térios, podem talvez ser arguidos de premiar com
razões apresentadas pelo Sr. senador Dias de generosidade os serviços, aliás importantes,
Carvalho, quer pela experieireia que tenho tido feitos na guerra, por meio de concessão do pen-
ha muitos annos, convenci-me de que aclausula sões, mas não de conceder ob e suprepticia-
a que se referiu o nobre senador pela província mente.
do Rio de Janeiro não deve continuar a in- O Sr. Dantas;—Peço a palavra.
serir-se no contrato. (Apoiados). O Se presidente ;— Ainda não acabei de dar
O Sr. Zacajuas : — Pois é eliminal-a. informações a respeito da proposição que se acha
O Sr. presidente ; —Não sei como pensam os em discussão.
outros membros da mesa actual... A proposição' que acabei de ler, da camara dos
O Sr. Zacarias ; —Não ha quem discorde. Srs. deputados, comprehende 4 pensionistas,
sendo o primeiro nome D. Ermelinda dos Guima-
O Sr. presidente ; — .. .mas eu hei de sus- rães Peixoto, viuva do tenente-coronel comman-
tentar esta opinião nas conferências da mesa. daate do batalhão de infantaria, Francisco Ma-
Portanto, se o senado não deseja que esta idéã ria dos Guimarães Peixoto, fallecido em conse-
possa prevalecer, é preciso... qüência de ferimentos em combate, a pensão é
O Sr. Silveira da Motta : — Supprimir. de 1:200^ annur.es.
O decreto que se refere a esta pensionista tem
O Sr. presidente Creio que sim. Pela mi- por fim elevar á quantia de l:200jj annuaes a
nha parte hei de votar pela suppressão ; acho pensão mensal de 48j?ü00 que lhe fôra concedida
que não deve subsistir esta clausula. (Apoiados) por decreto de 4 de Maio de 18C8.
O Sr. F. Octaviano Faço justiça aos mem- A concessão desta pensão funda-se não só em
bros da mesa. alguns piecedentes, mas, também nos relevantes
O Sr. presidente Eu tenho sido um dos serviços prestados pelo marido do agraciada',
que mais teem insistido no cumprimento desta que marchou para guerra, e desde logo comecoii
clausula. Tenho convocado por diversas vezes a distinguir-se por honrosos ferimentos no ata-
conferências da mesa, e só em uma destas con que de Paysandú, no Estado Oriental.
ferencias foi que se venceu a imposição da mul- Eis-aqui o que ha a respeito das quatro pen-
ta; entendo hoje que aclausula deve suppri- sões de que trata a proposição; o senado delibe-
mir-se. rará o que fôr mais acertado.
no SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869

O Sr. Dautas s — Sr. presidente, não pedi impossível que o nobre senador não achasse re-
a palavra para me oppôr ás pen-ões. Eu pela lação entre o projecto de fixação de forças o
minlia parte agradejo mu\to a V. Ex. a fiscali- tudo quanto diz respeito á guerra. Neste senti-
saçâo que exerce acerca dessas pensões, porque do estava o nobre senador na ordem, mas em
no*s habilita a votar sob suas informações. Mas outro, isto é, conforme os estilos da casa, não
eu não quizera que V. Ex. fiscalisassê somente por certo.
as pensões em relação á maneira-por que são Não reclamo, porém, sobre isto, Sr. presi-
concedidas, se ob c subrepticiamento ; V. Ex, dente; desejo toda a liberdade da discussão,prin-
faria um grande serviço se se habilitasse a infor- cipalmente aqui no senado, onde pouco abusa-
mar nos se estas pensões excedem aquillo que mos da palavra. Quero somente dar a razão por
opae ou marido das agraciadas recebiam em vida. que, pedindo a palavra quando está quasi a dar
Deu-se um escândalo a este respeito. Um co- a hora, não posso tomar cm consideração muitas
ronel em cuja companhia se achavam duas ir- das principaes proposições do nobre senador;
mãs, por sua morte, estas duas irmãs vieram a entretanto promctto que opportunamente, nos
perceber entre pensão e meio soldo maior quan- difierentes projectos em que s'o admitte a dis-
tia do que recebia cm vida o referido coronel cussão da política geral, e de preferencia na fi-
Ora, isto que se deu uma vez, pôde ser repetido xação de forças de mar, dizer ao nobre senador
em muitas outras e é bsm fácil pesar as con- o meu pensamento com toda a franqu.za.
seqüências que podem resultar quando nma
mulher vê-se em melhor f ondieão do que aquella O Sr presidente : — Y. Ex. permitte que eu
em que se achava em vida do 'seu marido faça uma obserçaeao?
Faço esta reflexão; Y. Ex. fará o que entender. O Sn. ministro da marinha : — Perdoe Y. Ex.;
O Sn. presidente : — Quem fiscalisa ou ap- reata-me muito pouco tempo: o que Y. Ex. vae
prova as mercês pecuniárias concedidas pato dizer, eu desde já concordo ; Y. Ex. não precisa
governo, são as camaras e principalmente, tal- justificação para mim.
vez, a camara dos Srs. deputados; a mesa não Se a questão colloca-se no ponto de saber se
faz mais do que dar informações [apoiados]; c ha quem estáem erro, éinutilaexplicação do V.Ex.;
de dal-as completas, Compete n camara dos Srs declaro que estou eu; entra mime*V. Ex. não
deputados e depois ao senado, ou ao senado e pôde haver a menor duvida a esse respeito: por-
á camara dos Srs. deputados fiscalisar a conces- tanto permitia que continue.
são do mercês pecuniárias. O Sh. presidente: — Desejo dar uma explica-
Eu já disse (não agora, mas lia mais tempo) ção ao senado. Se ou estou actualmente em
pode o governo do paíz ser porventura arguido erro....
de facilitar as pensões, mas nunca de as conce-
der ob e suprepticiamente ; não, nenhuma O Sr. ministro da marinha: —Sou eu, Sr.
absolutamente eatá neste caso. Oro, se se désse presidente.
este caso, de certo a mesa o denunciaria áo O Sr. presidente : — pensando que o no-
senado, bre senador que acaba de fallar estava na ordem,
O Se Dantas; — Eu não quero fazer de V. Ex. então eu e os membros da mesa já estávamos
um delactor, não senhor ; lembrei a V. Ex. uma nesse mesmo erro, quando todos confeccionamos
medida de economia c de utilidade publica. o relatório da mesa, que foi apresentado ao se-
Agora guanto ao direito de fiscalisar que tem nado,porque ella entendeu, quando osenadonão
o senado, 6 quasi impos-dvel o excrcicio deste estava ainda reunido,que a apreciação das medi-
direito por todos os senadores. das que se pedem no art. 2o e seus paragraphos
As matérias são fiscalisadas por meio das dependia do modo como o senado podesse con-
commissões; c tal tem sido a multidão de pen- siderar o estado actual da guerra. Portanto, se
sões que se tom prescindido desta formalidade. estou em erro, sou coherente com o que disse
Posta a votos,a pr. posiçao foi approvada. com os outros membros da mesa, lia muito tempo.
Proseguiu a discussão, 'que ficára adiada, do
artigo additivo e parsgraphos do projecto do O Sr ministro da marinha - — Fui chamado
fixação de forças de terra para 1839—1870. á autoria pelo nobre ex-ministro da guerra e
O Sr. conselheiro Zacarias pronunciou um pelo distineto senador pela minha província....
discurso que publicaremos depois. Permitta-se-me a expressão sem que a palavra—
distineto—queira dizer que seja S Ex. o melhor
O Sr. toarão ele Cotegijie ( ministro da de todos.
marinha) ?r. presidente, gr.mdcparte do dis- O dietineto senador pela minha província ar-
curso do nobre senador pela Bahia podia caber guiu-me de contradictorio, porque voto actual
em qualquer outra discussão, especialmente na mente pela presente proposta, tendo aliás sus-
da resposta á falia do throno ou do Io artigo da tentado o anno passado, que era superior ás-
lei de que nos occupamos; actualmente trata-se necessidades do paiz, em tempo de paz, o nu-
de uma emenda restricta cm seus termos, e para mero de 20,000 praças, ora também pedido.
ue esss emenda dessa motivo ao longo evr.ria- Tanto este como o outro nobre senador enga-
o discurso do nobre senador, seria mister, como nam-se, e o que mais admira é o engano do
foi, uma interpretação um pouco forçada. Era nobre senador que occupou hoje a attenção do
SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869

senado, dando essa minha opinião como ennn O Sr. ministro da marinha.:—Não fallo em
ciada na discussão da fixação de forças no anno emenda material, refiro-me r, emenda moral.
passado. O Sr F. Octaviano :—Ninguém já se lembra
Senhores, em o anno passado não entrei na desses males á vista dos que se seguiram.
discussão da fixação de forças de terra. Foi em O Sr, ministro da marinha: — Não'sei se o
o anno atrazado que eu disso que em minha-vida nobre ex-ministro tem a pretenção de que eu
parlamentar, já não pequena... deixe de votar por uma proposta que o meu
O Sr. Zacarias : — A proposta actual manda honrado collega, o Sr. ministro da guerra, aceita,
quando votei por essa mesma proposta apresen-
vigorar a que Y. Ex. impugnou. tada pelo nobre senador a quem fazia opposiçãò,
O Sr. ministro da marinha : ■ Tenha paciên- não radica!, corno o meu nobre.amigo o senador
cia. Ouça. [ or Goyaz, mas, franca e decidida
Disse e declarei aqui quejámais havia tomado Onde está, pois, acontradicçao"! Fui chamado,
parte na discussão da fixação de forças de estando cu ausente, a Porque não vera o minis-
terra, e que se o fazia naquella occasião era tro da marinha justificar-se de sua c jntraiclic-
porque o senado achava se então baldo deprofis- ção? » Senhores, ou temos objcctos importantes
sionaosque podessem melhor do que eu conside- de que tratarmos ou não temos; se tomes deixe-
rar a matéria. mo-nos destas.. .
Já so vê, que quando entrei nessa questão fui O Sr. Piéapama:—Misérias!
obrigado pelas circurastancias, e portanto qual-
quer opinião minha devia ser... O Sr. ministro da marinna ; — Não usarei do
termo.
O Sr. Zacarias:—Ah!. . isso sim...
O Sr. ministro da marinha:—... relevada pelo fazendo O Sr. F. Octaviano - -—Entretanto V, Ex está
nobre senador e especialmente pelo meu honra-" principal esta questão, *
do collega ex-ministro da guerra, porque eu era O Sr. ministro da marinha ; — Fui chamado
um novel na discussão, eo nobre senador era já a este terreno ; não o provoquei.
profissional pelo tempo que tinha de adminis- Disso o nobre senador, ao menos foi isto o que
tração. li no resumo dos trabalhos do senado, que eu
Mas, ainda não preciso por esse lado da bene- devia também aconselhar o m u honrado collega
volência dos nobres senadores, edevo ressrv»l-a a soguir o systems, que me parece mais oonsen-
para outra cccasião mais oportuna, porquanto taneo com a constituição, de se fixarem as for-
talcontradicção não existe em meu discurso. Pe- ças ou para cireumstanoias ordinárias ou para
ço-lhes que'.*. Não valo a pena que os nobies circumstancias extraordinárias, e não conjunta-
senadores distraiam a sua attençào dos objectos mente para um e outro caso. Mas, meu Deus, o
tão importantes que os oceupam' para procura- que disse eu?
rem o que cu disse em 1867 ; mas ee tal é seu Disse que sempre tinha votado por lei fixando"
máo gosto, peço-lhes que leiam com attenção o forças ao mo mo tempo para circurastancias or-
que eu então expendi. dinárias, como para 'oircumstancias extraordi-
Já cu estava certo, S.rs , do que os nobres sena- nárias, enunciando apenas aquella opinião que
dores não me apanhavam facilmente em con- tinha e que ainda conservo.
tradieção; podia ser que eu tivesse mudado de A constituição, na minha opinião, não quer,
opinião, mas confessal-o-ia francamente; não nem podia querer, que em circurastancias ordi-
seria a primeira vez que se houvessem modifi- nárias fossem" fixadas forças para circurastan-
oaáo_ as minhas idéas sobre diversos pontos de cias extraordinárias, porque circurastancias ex-
administração. Mas, não houve isso. traordinarias nunca podem^er previstas de an-
Disse eu então que 20,000 praças em tempo temão. Entendo desta sorte o artigo da consti-
de paz, ou era muito ou era muito pouco. Era tuioun ; aassembléa geral fixa as forças em cir-
uma força pequena,se acaso o estado do paiz re- cumst-noias ordinárias, quando o paiz está em
clam isse ainda a occupação de alguma parte do paz, quando as circumstancias forem normaes, e
território paraguayo, além da guarnição de em circurastancias extraordinárias a uando ellas
nossas fronteires; então 20,000 praças não se- são como as actuaes.
riam sufficientes, embora a paz j'á estivesse No meu entenier bastaria no presente caso
feita; mas, era muito se o paiz estivesse cm suas fixar o_ numero de CO,000 homens, que se pede
condições normaes, e só para fazer internamente para circumstancias extraordinárias, e accres-
a guarnição de suas praças e fortalezas, centar um artigo, dizendo; « Finda a guerra
esse numero será reduzido ao estado de paz.»
Esta foi a minha opinião, senhores mas con- Mas, em que contradicção estou com o meu
clui votando pela proposta do^ nobre ministro... collega por não seguir elle a minha opinião?
do nobre ex-mmistro; longe vá que aindi o seja. ^ Não votei pela proposta do nobre ex-ministro?
Fizeram tantos males, que Deus nos livre que Se por isso não briguei com o nobre ex-ministro,
voltem ao poder; só se se emendarem. hei de brigar agora com o meu honrado collega?
O Sr. Paranaguá -.—Se nos emendarmos fica- Portanto,os nobres senadores não feriram o alvo
remos mais compridos. quando atiraram a ruim.
SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1809

Passo agora a considerar a mudança que fez o O Sr. ministro da marinha : —Se posso, pois,
nobre ex-ministro, pretendendo pôr pèas aó go- ligar minha phrase, continuarei.
verno actual, nesse additivo que ella proprio Creio que dizia que o nobre ex-ministro
advogou na camara dos Srs. deputados e que havendo proposto esta emenda, que julgara
julgava necessário para o bom andamento dos muito conveniente para a boa administração mi-
negocios militares. O nobre senador procede litar, agora quer pôr-lhe taes pêas que tornam a
como se costuma dizer... Perdoe-me a expres- autorisação quasi inútil ; procedia desta fôrma,
são ; e se uso delia é porque também o honrado se me é licito a expressão, como aquelles que
senador pela minha província, que não está sangram-?e na veia da saúde, querendo demon-
agora presente, usou de outra analoga... strar que as circumstancias do paiz eram muito
O Sr. presidente ; — Devo declarar ao nobre differentes e portanto que cabiam as restricoões
senador que o Sr. senador Zacarias teve a bon- que elle propunha na sua emenda.
dado de dizer-me que era obrigado a retirar-se Eu dizia.que se me relevasse a expressão, por-
por motivo urgente. que o honrado senador que se acha ausente, e
que foi motivo cia interrupção, philologo como
0'Sb. ministro da marinha:—S. Ex. tam- é, usou de uma expressão analoga quando disse
bém honrou-me com a mesma participação, não que não venderia seu peixe caro. Portanto releve
extranho que elle se retirasse, falloi niss"o como o meu honrado collega se me exprimo por esta
um meio de designar ; Y. Ex com a interrupção fôrma, isto é, que elle sangrou se na veia da
tirou-me o melhor da phrase. saúde.
O Sr. presidente ;—Se V. Ex. me permit- O Sr. Paranaguá;—V. Ex. o diz.
tisse uma ultima interrupção, eu lhe ficaria
muito obrigado. O Sr ministro da marinha E vou provai o,
como V. Ex. vae ver; e, de boa fe como é, e pe-
O Sr. ministro da marinha :— Pois nãol ro que ha de concordar comigo e retirar a sua
O Sr. presidente: E' para justificar o meu emenda.
procedimento Quando me assento nesta ca- Senhores, os additivos que vieram ao projecto
deira, não sou homem de partido [apoiados), sou, de fixação de forças e a que o honrado ex-mi-
ou pelo menos procuro ser, como já disse uma nistro agora propõe algumas sub-emendas, con-
grande autoridade parlamentar antes de mim, sistiam em dous pontos; o direito de admissão
o homem da lei, o magistrado a quem o senado nos primeiros postos do exercito áquelles ofü-
confia o deposito da sua autoridade no que per- ciaes de voluntários e da guarda nacional, que
tence á direcção dos seus trabalhos, e princi- se tivessem distinguido na guerra e com dous
palmente a integridade das suas discussões, e annos de serviços: e a autorisação ao governo
a applicação imparcial e equitativa do regi- para transferir de umas para outras armas os
mento. offlciaes, que praticamente tivessem mostrado
Ora, como membro da mesa, no relatório, que que -eram mais aptos para umas do que para
esta apresentou na actual sessão, escrevi o se- outras, tendo os estudos requeridos na lei.
guinte, c nisto concordaram os outros membros O que teem estes dous negocios com o exame
da mesa: [le) « O modo como o senado tiver de do estado da guerra, par» dizer-se ; a íi. guerra
nesta ou naquella circumstancia exigia que a
apreciar o estado em que actualmente se acha a autorisação não tivesse restricções e agora
guerra eontra o governo do Paraguay deverá tenha. »*
necessariamente influir ria admissão ou rejeição O que comprehendo é que, quer a guerra con-
das duas autorisações de que se trata, porquanto tinue, quer a paz se faça, aquellas duas dispo-
evidente é que as Saculdades que.se conferem ao sições são sempre necessidades publicas.
governo são excepcionaes e extraordinárias, e Concorda o nobre senador em que se abram os
para justificar medidas de tal natureza não basta
a existência da guerra, é indispensável além quadros do exercito áquelles que se teem dis-
disto attender ás circumstancias espeeiaes em tinguido, não fazendo differença entre offlciaes
que a guerra possa estar, ou deva considerar-se.» de 1a linha, guarda nacional e voluntariôs ? Con-
Portanto, nestas palavras está a razão porque corda. Qual é,pois,o motivo que o leva a apresen-
não chamei á ordem o nobre senador que fallou tar suas sub-emendas? E' que talvez aquelles
antes de S. Ex o Sr. ministro da marinha. que estão em postos superiores não queiram
E' a ultima interrupção que faço, e peço des- servir no exercito no primeiro posto.
culpa ao nobre senador, cuja bondade'muito Sr. presidente, a sub-emenda do honrado se-
agradeço. nador está muito defendida pelo seu collega que
O Sr ministro da marinha (conímiiando) ; — se senta a seu lado; todavia, desculpe-me o
Se posso ligar o meu pensamento depois do que nobre senador a liberdade que tomo de dizer,que
V. Ex. acaba de dizer, para mim certamente ella é inintelligivel como legislação militar enão
inútil, porque Y. Ex. neste caso préga a um se pôde comprehender o que quer o nobre sená-
convertido, ninguém respeita mais as decisões dor: o nobre senador quer, nem mais nem mo-
e o procedimento de V. Ex. do que eu... nos, o ser e não ser ao mesmo tempo!
A sub emenda do nobre senador diz: seja
O Sr. barão de S. Loürenço:—E eu também. admittido no 1° posto do exercito, isto é, nes
SESSÃO EM 25 DE MAIO DE 1869 223

postos de alteres ou 2o tenente, o voluntário ou O Sr. Jobim : — A concessão da patente ao


guarda nacional que se tiver distinguido ou Sr. barão de S. Gabriel nunca veio ao corpo
que allegar em seu favor taes e taes circum- legislativo.
stancias; mas se esse official hoje for apitão, O Su. ministro da mariniia Vamos á outra
msjor, tenente-coronel, coronel ou brigadeiro emenda, isto é, á que autorisa o governo para
de commissão, terá não só as honras como os passar de umas para outras classes os officiaes
vencimentos deste posto superior, até que pela de differentes armas que tiverem mostrado ap-
antigüidade possa chegar ahi. tidão para ellas. Foi também alterada pelo no-
Mas, grande Deus! se esse homem já é um bri- bre senador com a sua sub-emenda, que diz:
gadeiro com as respectivas honras e soldo, o que «quando o requererem. »
quer elle mais? Qual é o meio para que um bri-
gadeiro alferes suba de alferes a brigadeiro? Srs., entendamo-nos. O que queria o nobre
Como pode o nobre senador jamais combinar o senador com esta autorisação, que pedia e lhe foi
serviço de um coronel, que tem o direito de com- conferida o anno passado" pela eamara dos Srs.
mandarum corpo, com osdeveres de um tenente deputados? Julgava acaso que era objecto de
favor, ou objecto de serviço publico? Quando o
ou de um capitSo, que cummanda uma compa- honrado senador pediu esta autorisação para
nhia, ou de um alferes?
Eu deaejàra que o nobre senador pratica- transferir officiaes do umas para outras "classes,
mente me demonstrasse como esse mecanismo, por ventura teve em vista o melhor commodo, as
como esta roda militar poderia funccionar; é maiores conveniências dos officiaes, ou as con-
um impossível. veniências Oo serviço publico ?
Senhores, ou a admissão no primeiro posto, Creio que o nobre senador tinha em vista as
ou dar patentes honorárias áquolles que tiverem conveniências do serviço publico; mas, deve fazer
maior graduação, ou francamente admittir nos a mesma a seus adversários; se o nobre senador
postos em que estão os officiaes de voluntários não era capaz de abusar da faculdade, nós tam-
e guarda nacional, que se mostrarem dignos bém não somos; salvo se o nobre senador receia
delles, isto é que é logico; porque se se prete- que o patronato tenha tal força, que esta autori-
rem direitos, não se pretere as regras da disci- sação seja por nós mal executada. Neste caso,
plina. está no seu direito, nada tenho que lhe res-
Mas o que quer o nobre senador ; duvida que ponder.
praticamente podesse pôr em execução, ou por Mas vir encapotadamente dizer; « Quando o
outra: não quer mais o nobre senador do que official o requerer » . . Supponha que não re-
dar os postos e os vencimentos sob o pretex- quer; (e são justamente aquelles que estão mais
to.... não digo bem o pretexto, levado pela no caso de passar para outras classes que não
idéa de que entram nes primeiros postos do hão de requerer) o que fará o governo? Não
exercito. pôde transferir; continuam as cousas no mesmo
Se o meu honrado collega, ministro da guerra, estado 1
a quem nestas matérias abaixo a cabeça, qui- O nobre senador sem lei que o autorisasse,
zesse uma autorisação para admittir até o posto consentiu que o commandante em chefe ( a res-
de capitão, eu certamente lh'a daria, porque ponsabilidade do commandante em chefe é a do
muitos officiaes dignos, e que hojeteem-se exclu- governo quando os seus actos são approvados)
sivamente dedicado á carreira militar, poderiam transferisse officiaes de umas armas para outras.
ser aproveitados, e então limitar se-hia a dis- Viu-se assim no exercito brasileiro officiaes de
posição, de sorte que elles não tomassem a dian- artilharia commandãndo corpos de cavallaria,
teira nas classes a que pertencessem os oíficiaes officiaes de cavallaria em empregos de estado
de linha ; por exemplo: se fossem capitães se- maior, officiaes' de engenheiros servindo na
riam considerados os mais modernos ; se fossem arma de artilharia, e vice-versa; e porque? Cen-
tenentes ou alferes, também os mais modernos. suro eu o nobre senador por ter consentido em
Teem adquirido seus postos por bravura nos taes aberrações das leis militares ?
campos de batalha, e sem duvida são tão dignas Não, não o censuro; porque é justamente em
como os de tropa de linha, que os adquiriram occasião de guerra que as aptidões se revelam ; o
pelo tempo. O que não quero é que o sejam não se havia de sacrificar a aptidão de um offi-
aquelles que foram feitos capitães ou majores lá cial para um certo emprego, só porque alettra do
nas províncias onde se formou o corpo. regulamento inhibia que um official desta classe
Assim, se o nobre senador oífereeesse a fosse empregado em serviço differente do que
emenda e o meu honrado collega a eceitasse, eu lhe estava marcado. O que s*equer : gora? Auto-
também vetaria por ella. De outra forma limi- risar por lei aquillo que o nobre senador fez
to-mo a votar pela primeira parte e não pela se- sem lei. E' mister que acabada a guerra, ou mes-
gunda, embora reconheça que muito poucos mo que continue, os officiaes vão sendo colloca-
officiaes hão de aproveitar-se desta vantagem dos nas classes para que mostram aptidão. E para
para entrar no primeiro posto do exercito. isso não se deve esperar requerimento alo-um
O Sr. F. Octaviano ; — Para mim o systema é delles ; deve ser acto espontâneo do governo^ ou
o adoptado ; como se fez com o Sr. Andrade Ne- naphraseenergica do meu nobre collega, ea; pró-
ves e barão de S. Gabriel e o corpo legislativo.,.. prio Marte.
m SESSÃO EM 2G DE MAIO DE 1869

Portanto, Sr. presidente, as duas sub-emendas Deixaram de comparecer com causa partici-
do honrado senador indicam falta de c. nfiança, pada os Srs. duque de Caxias, Paula Pessoa e
que aliás era de esperar d* S. Ex.; mas é dei - Paranlios.
ment-.r que S Ex. não tenha a fran [ueza que tí- Deixaram de comparecer sem causa partici-
nhamos o direito de esperar de su"S virtudes. pa') a os Srs. conde da Boa-Vista, Souza Queiroz,
Conceda nos ou não, e-táno seu direito ; porém, barão de Maroira e Nabueo.
com esses recursos, se me é per ! ittid.a a ex- O Sr. 1° secretari deu conta do seguinte
pressã -, estratégicos, com linhas de circurnval-
lação, reductos, etc.,náo; assim, ent.ndo que EXPEDIENTE.
não devemos aceitar, e rejeito as duas emennas Onze oíücios datados de boje, do Io secretario
do nobre senador, como inconvenientes ao ser- da camara dos Srs. deputados, acompanhando
viço publico. as seguintes preposições:
Seria agora occasião de passar aos pontos Ia A assembléa geral resolve :
mais importantes da discussã. , isto é, á distri- Art. 1." Ficam approvadas as seguintes pen-
buição de medalhas, fim da guerra, nomeação do sões concedidas pelos decretos de 16 de Novem-
general em chefe, etc., etc ; mas não continuarei bro de 1867 : de 400 rs, diários ao soldado do 14°
a abusar da attenção dos collegas que aqui es- batalhão de infantaria Francisco Felippe de
tão; temos muito'tempo para iss -; o primeiro Freitas : de 15$ roensaes a D. Maria MagUalena
golpe já partiu do h nrado senador pela Bahia, Basse. viuva do forriel do 4° corpo de voluntá-
que estava soffrego para dal o,e deu-o com mão rios da i atria João Geraldo Basse; de 42$ men-
de mestre; teremos, porém, occasião de explicar saes a D. Emilia, Constança de Brito Varella,
com a singeleza dt verdade quaes são os fuctos, mãe do 2° cirurgião em commissão do corpo de
e aguardar a justiça que nos ha de ser feita. saúde do exercito Ulisses da Silveira Bastos Va-
Tendo dado a hora ficou a discussão adiada. rella ; de 400$ annuaes ao carpinteiro Eustaquio
O Sr. presideute deu a ordem do dia p ira 2G. Manoel José Porto, residente na província da
2» discussão do parecer da cominissão de con- Bahia, que invalidou-se em 186.5 no arsenal de
stituição, sobre a licença pedida pelo Sr. senador marinha da Córte quando trobalhava na con-
visconde de Jequitinhonha e as outras matérias strucção do encour^çado Tamandaré; por decre-
designadas. tos de 23 do Novembro de 1857; de 33$ mensaes
Levantou-se a sessão as 3 horas da tarde. a D. Ignez Maria Callado de Bittencourt, viuva
do alferes em c. mmissão do corpo de pentonei-
ros Francisco Luiz de Bittencourt: de 1.800$
9.a sesgão. annuaes e repartidamente para D. Ignacia Leo-
cadia Pereira de Carvalho, O. Rosa Joaquinade
EM k6 DE MAIO DE 1869. Carvalho e D. Maria Benedicta Pereira de Car-
vilho, irmãs solteiras do fallecido conselheiro
PRESIDÊNCIA. DO SR. VISCONDE DE ABAETE1. cirurgião mór do exercito Manoel Feliciano Pe-
reira do aCarvalho.
Snmmarlo —Expediente.—Officios do 1" se- Art 2. Estas pensões serão pagas desde as
cretario da outra caínara ac mpanhando onze datas dos decretos que as concederam.
proposiçOes da mesma.—Ordem do dia.—A.p- Art. S" Revogam-se as disposições em con-
provaçãô do parecer da commis ão de consti- trario.
tuição' sobre a licença pedida p. Io Sr. visconde Paço da camara dos deputados, em 25 de maio
de J^uitinhonha *-Discussão e approvsção de 1869.— Visconde de Camaragibe, presidente. —
do projecto de fixação de forças de terra para Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque. D secre-
186d a 1870.—Discursos dos Srs. Carneiro de tario.- Voaçium Pires Machado Porlella, 29 secre-
Campas e oarao de S. Lourenço.—Discussão tario.
de outros projectos da outra cair a-a. 2» A assembl a geral resolve ;
A's 11 horas da manhã, acharam-se presentes Art. 1.° Fi :am aprovadas as pensões men-
40 Srs. senadores, á saber: visconde de Abaeté, saes concedidas por decreto de 18 de Setembro
Almeida e Albuquerque, Jobim, Dias Vieira, de 1867, a saber ; de 20$, repartidamente, a D.
Pompeu, barão das Três Barras, visconde de Maria Ignez de Andrade Pessoa, e D, Izabel
S. Vicente, visconde de Jequitinhonha. Teixeira Carolina de Andrade Pessoa, irmãs s dteiras do
de Souza, Mendes dos Santos, Ottoni, Carneiro soldado particular do 2 '>0 corpo de voluntários
de Campos, Chichorro, Firmino, barão do R-o da patria João Zeferino Pesioi; de 12$ a D. Deo-
Grande, visconde de Sapueahy, marquez de linda Maria de Azevedo, mãe do guarda nacional
Olinda, Dantas, visconde do Suassuna, Nunes da província do Rio de Janeiro Manoel José de
Gonçalves, barão do Bom Retiro, barão de S. Azevedo; de 30$, sem prejuízo do meio soldo
Lourenço, barão de Muritiba, barão de Pira- que por lei possa competir-lh», a Etelvina, filha
prma, Dias de Carvalho, Mafra, Zacarias, barão legitimada do capitão do D.0 batilhâo de infan-
de Cotegipe, Fernandes Torr.s, Paranaguá, taria Affonso de Lima e Silva; de 60$ a D.0 Anna
Furtado, Sinimbú, Diniz, barão de Ant. nina, Angélica de Mattos, mãe do capitão do 4Í corpo
Fonseca, barão do Itaúna, Silveira da Motta, de voluntários da patria José Joaquim Rodrigues
Octaviano, Souza Franco e visconde deltaborahy. de Araújo.
SESSÃO EM m DE MAIO DE 1869 m

Art. 2 0 Estas pensões serão pagas da data Guedes, sendo estas pensões pagas da data dos
dos respectivos decretos. respectivos decretes.
Art. 3 ° Revogam-se as disposições em con- Art. 2.» Revogam-se as disposições em con-
trario. trario.
Paço da camara dos deputados, em 25 de Maio Paço da camara dos deputados, em 25 de Maio
de 1869.—Viscondí de Camaragibe, presidente. - de 1869 —Visconde de Camaragibe, presidente.—
Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1° secre- Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque. 1° secre-
tario.—ioaçwim Pires Machado Portella, 2o secre- tario.—Joaquim Pires Machado Portella, 2° secre-
tario. tario.
3.11 A assembléa geral resolve ; 5.» A assembléa geral resolve:
Art, Io íicam approvadas as seguintes pen- Art. 1» Ficam approvadas as pensões conce-
sões; de 400 réis diários, ao soldado do 21» didas por decretos de 18 de Janeiro de 1868, a
corpo de voluntários da patria, Lauriodo Fran- saber: do 18$ mensaes, sem prejuiso do meio
cisco Ferreira, ao do 3> Francisco Joaquim das soldo que lhe competir, a D. Albina Teixeira de
Chagas:.de 500 réis diários ao cabo do 2° corpo Alcantara, viuva do alferes do 2° regimento de
de voluntários da patria Francisco Torres; e de cavallaria ligeira, Rogério Pedro de Alcantara; de
144$ annuaes ao 2» marinheiro da armada, Ma- 21$ mensaes, sem prejuizo do meio soldo que lhe
noel José Frazão, concedidas por decretos de 2 competir, a D. Donatila Adelia de Earros Rangel,
de Outubro de 1867 ; de 100 réis diari s ao cabo viuva do alferes do 6° batalhão de infantaria e
do l" batalMo de infantaria, Lueiano José Joa- tenente de commissão Antonio Rodrigues Por-
quim; de36$ mensaes é D. Flaubiana Nieira d tugal; de 100$ mensaes sem prejuizo do meio
Conceição, viuva do alferes do 5o corpo provi- soldo que lhe competir, a D. Antonia Franeisca
sório da guarda nacional Florencio Pereira da Ferra:' de Carvalho, viuva do tenente-coronel do
Trindade; de 30$ mensaes, sem prejuízo do corpo de engenheiros Dr José Carlos de Car-
meio soldo, á D Franeisca Barreto de Castro, valho; sendo estas oosões pagas da data dos
viuva do capitão do 3o batalhão de infantaria Ja- respectivos decr 1 s que as concederam.
eintho Barreto de Castro; de 60$ mensaes, á Art. 2.» Rev ■. in-se as disposições em con-
D. Feliciana Maria da Silva, viuva do capitão do trario.
13° corpo provisorio de cavallaria da guarda na- Paço da camara dos deputados em 25 de Maio
cional Luiz Pedro Alves da Silva, concedidas de 1869. — Visconde, de Camaragibe, presidenta.—
por decretos de 5 de Outubro do mesmo annõ ; Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, l» secre-
de 30$ mensaes, sem prejuízo do meio soldo, á tario —Joaquim Pires Machado Portella, 2 . secre-
D. Raymunda Laura deo Araújo filhaiegitima do tario.
fallecído capitão do 7 batalhão de infantaria, d.1 A assembléa ge;al resolve;
José Antonio de Araújo, concedida por decreto
de 9 do mesmomez e anno ; sendo todas estas Art. 1.» Ficam approvadas as pensões conce-
pensões pagai da data dos respectivos decretos. didas por decretos de 31 de Agosto de 1867, a
Art. 2., Revogam-se as disposições em con- saber:
trario. Pensões diarias; de 400 rs. aos soldados do
Paço da camara dos deputados, em 20 de Maio 1° regimento de artilharia a cavallo João Bap-
da 18 .9 —Visconde de Camarigibe, presidente.— tista deMacena, do 4° batalhão de artilharia a
Diogo Velho Calvacanti de Albuquerque, Io secreta- pé Manoel Domingos Carneiro, do 1° batalhão
rio.— Joaquim Pires Machado Portella, 2o secre- de infantaria José Antonio Cavalheiro, do 3» Be-
tario. nedicto da Silva, do 11» Luiz Baptista dos Reis,
4.1 A assembléa geral resolve: do 12» Francisco Ferreira dos Reis, do 13» Lean-
dro José de Medina, do 3° corpo de voluntários
Art. l.» Ficam approvadas as seguintes pen- da patria Manoel Euzebio Machado, do 4° Adol-
sões concedidas por decretos de 6 de Novembroo pho Sabino de. Almeida, do 7° Francisco Fer-
de 1867; de 400 réis diários, aos soldados do 2 reira de Araújo, do 24» Diogo Casirairo de Oli-
corpo de voluntários da patria Antonio José veira e José Antonio da Silva, do 26» Luiz Ro-
Teixeira de Aragão, do db'1 João Monte, do 13» drigues H llanda, do 32° Francisco Alexandrino
batalhão de infantaria Vicente de Carvalho, do Caneca e Manoel Jacintho Pereira da Cruz, do
3° batalhão de artilharia a pé Francisco Dias da 31» Januário Gonçalves da Silva, do 36° Ber-
Silva; de 24g000 mensaes, sem prejuizo do meio nardo Joaquim de Oliveira, Felippe Monteiro
soldo, á D Carlota Severiana de Amour Maciel, Belfort e Mathias Barbosa de Sá Bezerra, do 37°
viuva do alferes do exercito e tenente de com- Manoel Luiz Peixoto e Leandro Sotter dos San-
missão Francisco Raymundo Maciel; de 60$000 tos, do 40» Francisco Antonio Rangel, José Mon-
mensaes, áD Franeisca Rodrigues Alves Fer- teiro de Lima e Chrispim José Alves, do 42»
reira, viuva do capitão do 26» corpo de voluntá- Antonio Diogo de Oliveira, do 47° Florencio Ro-
rios da patria Domingos Alves Ferreira, á D. drigues da Costa, do 51° Raymundo Aquino de
Francis.a Carolina dos Santos da Fonseca, viuva Souza, do 13» corpo de cavallaria da guarda na-
do capitão do 31» corpo de voluntários da patria cional do Rio-Grande do Sul Narciso José Rodri-
Bartholomeu José da Fonseca; de 141g000 an- gues, do 1° corpo de caçadores a cavallo de
nuaes ao imperial marinheiro Raymundo José voluntários da patria Jacob Calsimy, de volun
SESSÃO EM m DE MAIO DE 1869

tarios da patria addido ao 2o batallião de infan- do Nascimento ; do 47.° dito João Cabral de Ma-
taria Antonio Tavares da Silva, aos músicos do cedo e Manoel Euclidio do Sacramento ; do 49.°
4o batalhão dea artilharia a pé Braz José da Fon- dito Francisco Gomes de Oliveira; do 10.» corpo
seca, ao de 2 classe de voluntários da patria de cavallaria da guarda nacional do Rio-Grande
addido ao 3° batalhão de infantaria. Firmino José do Sul Isidoro Ferreira dos Anjos: do 1.° regi-
de Almeida, do2> c rpo de volunt srios da patria mento ai-tilharia a cavallo Eduardo Rodrigues
Estevão José Ayrosa; de 500 rs. aos cabos do 40° de Azambuja, e ao musico de 2.a classe do 1.°
corpo de v luntatios da pr.tria José da Silva batalhão de artilharia a pé Ernesto João An-
Santos Carrilho, do 42° Victoriano Olyrnpio de tonio; de 500 rs. diários ao cabo de esquadra
Cerqueira e Manoel Bezerra de Carvalho, do 1° do batalhão de engenheiros Manoel do Nasci-
batalhão da guarda nacional Tacob Crette, aos mento do Carmo; ao dito do 5.» batalhão de
anspeçadas do 6° batalhão de infantaria Silvestre infantaria Felisberto José de SanfAnna; ao ans-
Alves'do Nascimento, do 31° corpo de voluntá- pecada do 16,° dito João Ferreira da Silva; ao
rios da patria Hygino Clemente da Silva, todos cabo de esquadra do 26 "corpode voluntários da
invalidados em combate. patria Luiz Francisco Lopes; ao anspeçada do
Art. 2.° Estas pensões serão pagas da data 29.s dito Francisco Vivas Barbosa, todos invali-
dos respectivos decretos. dados em combate ; de 39jJ mensaes, repartida-
Art. S.o Revogam se as disposições em con- mente e sem prejuízo do melo soldo, aos três
trario. filhos menores do tenente do batalhão de infan-
Paço da camara dos deputados, em 2õ de taria n. 20, e capitão de commissão João Damas-
Março de 1869. — Visconde de Camaragibe, presi- ceno de Albuquerque, D. Augusta Maria de Al-
dente. — Diogo Velho Cavalcanti de Albuquirque, buquerque, D. Maria da Gloria Albuquerque e
1° secretario.— Joaquim Pires Machado Pcrlella, Francisco de Paula Martins de Albuquerque,
2" secretario. tendo este ultimo direito á pensão sómente até
7.' A assembléa geral resolve : a sua maioridade : de 432fí annuaes ao commis-
sario de 3.» classe da armada Marciano Marques
Art. 1." Ficam approvadas as seguintes pen- dos Santos c de ]44g também annuaes ao impe-
sões diarias, concedidas por d- cretos de 25 de rial marinheiro reformado Joaquim José dos
Janeiro de 1863: de 500 rs. ao cabo de esquadra Santos, ambos invalidados em combate; e por
do 31° corpo de voluntari s da patria Jo' é M tr- decreto de £0 do mesmo mez e anno a de 48;?
cellino da Costa; aos anspeçadas do 9o bata- mensaes' sem prejuízo do meio soldo, a D. Pro-
lhão de infantaria Luiz da França Bispo e do 14° picia Prestes Menna Barreto, viuva do tenente-
dito José Ferreira da Silva: dê 400 rs. aos sol coronel Antonio Prudente da Fonseca.
dados do 1° corpo de cavallaria d; guarda na- « Art 2 ° Estás pensões deverão ser pagas da
cional do Rio Grande do Sul Martiniano José de Jata dos referidos decretos.
Figueiredo, do 1' batalhão de artilharia a pé « Art. 3 ° Revogam-se as disposições em con-
José Timotheo dos Santos, do 2° batalhão do in- trario.
fantaria Miguel Xavier de Argolo, do 3" dito « Pzco da camara dos deputados, em 25 de
João de Carvalho, do í" dito João Baptista Nunes Maio dê 1869. — Fisconáe de Camaragibe, presi-
dos Santos, do é» dito Fr ncisco Rodrigues da dente.—Biojo Velho Cavalcanti de Albuquerque,
Cunha, do 16° dito Benedicto Soares de Oliveira, 1° secretario.— Joaquim Pires Machado Portella,
todos invalidados em combate. 2.° secretario. »
Art. 2.° Estas pensões serão pagas da data 9." « A assembléa geral resolve;
dos respectivos decretos. « Art. 1.° Fica elevada a 600 rs diários, na
Art. 3.° Revogam-se as disposições em con- conformi lade do decreto de 30 de Outubro do
trario . 1867, a pensão diaria de 400 rs. concedida por
Paço da camara dos deputados, em 25 de Maio decreto de 27 de Fevereiro do mesmo anno ao
do 1869.—Ftscowds de Camaragibe, presidente.— sargento do 8° corpo de voluntários da patria
Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1 secre-
tario.—Joaçurn Pires Machado Portella, 2° secre- João Gomes Ribeiro, de que faz menção a resolu-
ção n. 1,407 do 10 de Agosto também do mesmo
tario. anno.
8.a A assembléa geral resolve: Art. 2.° Este augmentoscrá pago desde a data
« Art. 1 Ficam approvadas as seguintes pen- do decreto de 27 de FtTereiro de 1867 ; revoga-
sões concedidas por decreto de 26 de Outubro das as disposições em contrario.
de 186": de 400 rs diários aos soldados do 2.° « Paço da camara dos deputados, em 25 de
batalhão de infantaria Manoel Felix Gaspar; do Maio dê 1869.— Vüconde de Camaragibe, presi-
S.* dito Benedicto Paulo dos Passos; do 10 dito dente.—Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque,
Manoel José da Luz; do 13.° dito Herculano Jisé 1° secretario.- Joaquim Pires Machado Portella,
da Rosa; do 11.° corpo de voluntários da patria, 2° secretario. »
Zeferino Francelino deLima; do 20.° dito Manoel 10.11 A assembléa t eral resolve;
Piranha; do26.° ditoRaymundo Carlos da Costa; Art. 1.° Ficam approvadas as seguintes pen-
do 27.° dito Josélgnacio de Freitas;
0
do 33.° dito sões concedidas por decreto de 21 de Setembro
Francisco José Teixeira; do 31. ditoJosé Anto- de 1867: de 400 rs. diários ao soldado Januario
nio de Oliveira; do 41.° dito Marcelino Barbosa Lanes de Oliveira, do 15» corpo de cavallariepn
227
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869

aruarda a licenca pedida, como se tara praticado corn os


°Alves
, j nacional
de *t Hn do Rio Grande
Nascimento fiíio de
do 53»
du Sul, e José
de voluntários
voluntários da membros desta augusta camara, em iguaes cir-
da cumstancias, com o competente sub-idio confor-
pa ria; e de 42S mensaes a D. Feliciísitna jMaria „„ me os precedentes da casa. — Visconde de Sopu-
da Conceição, mãe do tenente do 6* corpo de vo- cahy. — Marquez de Olinda. — Barão das Tres
luntários da pat.na Matlxias Jose berrei a Oua~
rany, m^^rto em combate. 1
Prcsefuiu a discussão, que ficaraaddiada, do
Art. 2.° Estas pensões serão pagas desde as
dat-s dos respectivos decretos. art. 1» additivo e paragraphos do projeedo de
Art. 3.° Ficam revogadas as disposições em fixação de forças de terra para o anno Iman-
contrario. ceirô de 1869 a ISTO, com as emendas anterior-
Paco da camara dos deputado, em 25 de Maio mente offerecidas.
de 1S69.—Fiscomde de Camaragibe. presidente.— O Sr. Carneiro de Campos Sr, pre-
Diogo Velho Cacalcaníi de Albuquerque, l» secre- sidente, á lei de fixação de forças de terra, que
tario.—Joaquim Pires Machado Portella, 2° secre- ora se discute, offereceram-se duas emendas,
tario. das quaes uma me parece referir-se a objecto da
11a A assembléa geral resolve: maior importância, e por isso entendi que devia
ofieiecer ao senado também algumas considera-
Art. 1° Ficam approvadas as seguintes pensões ções minhas, e que me levam a votar pelo pro-
concedidas por decretos de 28 de Setembro jecto, tal qual está, mas com ã modificação que
de 1861 : indicarei e que me parece ser o meio de satisfa-
De 1:150$ annuaes ao capitão de fragata Eh- zer todos os grandes interesses que devem ser
siario José Barbosa, 9 qual perdeu um braço na attendidos na decretação de>ta lei.
passagem de Curupaity; de 500 rs diários ao As duas emendas supponho que foram apre-
anspecada do 11° batalhão de infantaria José sentadas pelo nobre ex-ministro da guerra; em
Ricardo da Paixão, invalidado em combate. uma deseja o nobre senador que os ofnciaes da
Art 2° Estas pensões serão 1 agas da data dos guarda nacional, de corp s de voluntários e
respectivos decretos ; revogadas as disposições outro» que tiveram postos no exercito em ope-
em contrario rações, e que o mereçam por certas condições,
Paço da camara dos deputados, em 25 de Maio entrem para o corpo âo exercito, dando-se-lhes
de 1869 —Visconde de Camaragibe, presi iente.— o primeiro posto, isto é o de alferes Em outra
Diogo Velho Calvacauti de Albuquerque, l» secre- emenda o nobre senador procura acautelar a in-
tario.—Joaquim Pires Machado Portella 2» secre- justiça com que algumas vezes offlciaes do
tario. exercito teem sido preteridos, não obtendo postos
Foram todos a imprimir. a que teriam direito, em conseqüência das trans-
Foram apoiados ostras projectos offerecidos ferencias de umas para outras classes.
pelo Sr. visconde de S. "Vicente na sessão de 22 O nobre senador entende, e eu também, que
do corrente, que haviam ficado sobre a mesa, tae-i injustiças não se devem permittir, porque
A imprimir. um dos interesses maiores que teem os offlciaes
ORDEM DO DIA. do exercito é adiantarem-se nos seus postos,
Entrou em 2a discussão e foi approvado o se- não só porque traz-lhes isto honra e vantagens,
como porque suas famílias depois de sua morte
guinte parecer; participam dessas vantagens, e na verdade é
« O Sr. senador visconde de Jequitinhonha summamente doloroso, é injustissimo que, por
dirigiu ao Sr. 1° secretario a carta do teor se- um acto de simples transferencia, offlciaes que
guinte : por antigüidade teriam seus accessos, sejam
Illm. e Exm. Sr. — Aggravando se diaria- delles privados.
mente os meus soffrimentos, sou forçado por Sr. presidente, conheço como ha pouco disse,
conselho dos médicos a ir procurar nâa aguas toda a importância desteassumpto, e a necessida-
daBohemia o allivio e remedio, de que tanto de que ha de acautelar de modo quetaes injusti-
necessito. Assim, pois, impossibilitado de com- ças senão deem. Não sei se ha toda exactidão na
parecer ás sessões do senado, peço licença para imputução que muitos fazem de repetidas injus-
retirar-me logo que um dos paquetes ihglezes tiças deste genero ; não tenho podido, nem e-tá
saia deste porto ; o que espero que V. Ex. tenha ao meu alcance, examinar inteiramente est i
a bondade de levar ao conhecimento do senado. assumpto, e como não gosto de facilmente pro-
« Deus guarde a V. Ex. Rio, 22 de Maio de ferir o meu juizo, sobre tudo quando dellé re-
1869.—Illm. e Exm. Sr. 1° secretario do senado. sulte desar para alguém, ahstenho-me de entrar
—Fisconde de Jequitinhonha-. » nisto : tomo a asseveração de qua se tem prati-
cado injustiças, e basta que ellas sejam possí-
Esta carta foi por ordem do senado ácommis- veis, para que o corpo legislativo deva providen-
são de constituição, para sobre ella dar parecer. ciar, afim de que não se realiêem. O meu desejo,
A com missão lamenta que o illustrado sena- portanto, é que os officiaes do exercito possam
dor se veja forçado a privar-nos do concurso de contar com seus accessos nas promoções ordi-
suas luzes na presente sessão ; mas attendendo nárias por antigüidade, pondo de parte as pro-
a tão justo motivo, é de parecer que se conceda moções que são justíssimas por actos de bravura
228 SESSÃO EM 26 DE MAIO DE Í8GÍJ

e merecimeato, e que não haja meio de se os o interesse publico o exigia, como porque se
preterir, e prejudicar a sui carreira e sorte de entendeu que ella seria leal e rasoavelmente exe-
suas farriilias cutada ; me parece que hnje não pôde ser ne-
Mas, Sr. presidente, o expediente lembrado gada; as circum tanci is actu es não nos auto-
pelo nobre senador ex-ministro da guerra de rizam a negai a, sobretudo attendendo-se á que
admittir as transferencias de uma classe para a guerra não está em condições melhores do que
outra, collocando.poré a,o offlcial transferi !o em anteriormente se achava, dê modo que pôde con-
ultimo logar na nova classe, e só se favenlo a tinuar a dar-se a necessidade de empregar ofii-
transferencia a seu pedido, será suficiente p ira ciaes de uma classe no serviço de outra dasse.
acautelar injustiças? E' este o ponto que passo Isto entendeu-se que era necessário admittir se
a examinar, porque ma parece que vale a pena ate agora , como não admittir-se d'- ra avante ?
que a lei seja adoptadu com inteiro conheci Melhorou o estado da guerra? E' ella mais fácil
mento, que não leve disposição que á primeira hoje? Eu julgo, pelo c.ntrario, mais difflcil;
vista pareça satisfazer, mas que na realidade julgo que a pi sição do inimigo exige da nossa
não remove ou não põe embaraço a que injusti- parle m iores esforços, mais intelligencia, mais
ças e façam aotividade : e demais, o exercito está entregue á
Suppjnhamo', Sr presidente, que em nma um general que merece inteira confiança, e não
classe ha 5, 6, 1, ou 8 tenentes coronéis : que um pôde merecer menos do que o que o comman-
tenente coronel dó outra cla-se requer ao governo dava anteriormente; não se pôde esperar menos
transferencia para essa outra classe; supponha- d discrição, da prudência, da justiça do com-
se mesmo que este requerimento é feito já com mandante"act,uaL do exercito em operações ; por
intenção de melhorar do posição, e que se acha isso, que motivo ha para negar-se a autorisação
protecção para isso; o ofílcial e transferido, vae que se costumava conceder ?
ser o 6", T0, 8o, ou 9o tenente coronel; pensa o Senhores, para mim a questão hoje é saber-se
nobre senador que com a sua emenda toda a jus- se ha necessidade dtsta autorisação, e se, con-
tiça está acauteladn ? cedida, não ha um meio de fazer com que
Eu julgo que não, e antes penso que todos os outros interesses muito grandes, muito legi -
capitães e majores dessa classe teera direito a timos dos officiaes do exercito não possam vir
queixar-se, pjrquev.éem a porta trancada áseus a ser prejudicados.
iiccessos; dá-se a injustiça em toda a escala que Eu estou mettehd j um pouco a mão om seára
partir d sse 1° posto para baixo, e então per- alheia: mascada um diz o que lhe occorre, o
gunto eu, porque se ha de deixar que com trans- que lhe parece mais razoavel, e o senado admit-
ferencias succes-ivas os majores fiquem sempre tirá ou regeitará o que lhe parecer. Mas será
á olhur, sem poder dar um passo para diante? impossível dar-se ao governo autorisação para
Não é isto possível? Acho que sim. transferir os officiaes, e ao mesmo tempo con-
Com que direito se ha de attender, servir os servar para esses offleiaes o direito a sarem pro-
intere-ses desse tenente coronel neste caso, movidus por antigüidade, qua: do lhes houvesse
e pisar direitos imporiantes de muitos offtciaes? de tocar a promoção na classea que pertenciam?
E', portanto, a meu ver, Sr. presidente, uma Supponhamos que ha, como dwse ha pouco, 2
providencia incompleta, uma provideucii que coronéis em uma classe; um official de outra
não acautela suficientemente, providencia que classe que é tenente coronel pede passagem para
abre espaço para se adiantar em postos alguns aquella que tem dous coronéis : fica elle em d»
a quem, se' queira dar protecção com preterição logar pela emenda; mas, na classe a que elle
de muitos ofticiaes distinetos. pertencia estaria em 5o ou C" logar; pela emenda
Sr. presidente, o negocio é grave; no estado elle lucra sempre, além de preterir todos os que
actual da guerra, no estado em que o governo estão para baixo, porque passou do 5o ou 6o logar
precisa de empregar nas opereçães os officiaes para o 3°. Mas se elle conservar para ser pro-
segundo a aptiâão que vão mostrando, pode c jm movido o direito de antigüidade que tinha na
efifeito tíar-se, nem um dos nobres senadores o ch sse a que pertencia; se conservar-se no ou
desconhece, a necessidade de incumbira um offl- 6° logar, e só puder ser promovido, quando hou-
cial d í uma classe, serviço em outra classe; por vesse de ser, so continuasse a pertencer á classe
isso os nobres senadores, mesmo o que fez as de onde foi transferido, dava se preterição a al-
emendas, entenderam que se devem admittir as guém ?
transferencias; mas o nobre senador as quer com Isto é lembrança que tenho: não sei se ella
cautelas; entretanto,como acabo demostrar, as trará eornsigotincbiiveniente pratico; mas, me pa-
suas emendas não acoutelam os inconvenien es rece que pôde conciliar dous grandes interesses
que receia. Mas seas cautelas que o nobre ex mi- que são a faculdade do gove' no aproveitar as ca-
nistro propõe não impedem injustiças, ha de se pacidades, ou as aptidões que ee mostram no
por outro lado votar a providencia tal qual está exercício, nos feitos de guerra, e ao mesmo
sem cautela alguma? tempo respeitar os direitos de antigüidade da
Sr. presidente, no estado das cousas, e ten- todos os officiaes do exercito, conservar-se aos
do-se dado esta autorisação em outras leis ante- tran-.feridos, como únicos direitos, os que já ti-
riores, mesmo ultimamente durante o ministério nham, a serem promavidos, quando lhes tocasse
do nobre senador, ex-minisvro ; não só porque nas classes de que sahiram.
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869 229

Permitta o nobrn ex-ministro da guerra que « As transferencias não collocarão os officiaes


lhe observe que pela sua emenda acontece o que transferidos em posições de antigüidade, para
acabei de ponderar; o official pe^e uma transfe- serem promovidos, differentes, das que tinham
rencia; o governo que o quero favorecer transfe- antes.
re-o, e assim elle, que erao o 5 ou 6o na sua cias-
se, passa a ser o 2° ou 3 . Supponha agora que O Sr. Carneiro de Campos : — Sr presidente,
o governo nào quer causar taes preterições : em V. Ex, como que me obrigou a mandar a mesa
este caso fica tolhido de fazer transferencias que um papel inintelligivel, porque eu, á pressa,
o serviço publico exigiria o que ainda ó máo. escrevo muito mal e depois a redscção de re-
Senhores, eu lembro esta providencia, não sei pente não acho própria para exprimir o meu
se o nobre ministro da guerra quererá tomal-a pensamento. Mas, o sen. do ouviu e é que um
em consideração ; mas, me-parecia que era um official transferido de uma classe para outra
meio de conciliar te, dos os interesses. só possa ser promovido «o posto immediato
Transfira o governo não só a pedido, mas ex quando o tenha de ser, se persistisse na classe
prnprio Marte, como aqui se disse; não épor inte- anterior; isto é, que a transferencia não sltere
resse dós officiaes que cs transferencias se nada as antigüidades e a regra da promoção
devem fazer, é pelo interesse das operações da em favor do transferido. Se esta redacção ex-
guerra ; transfira pois o governo, quand» o inte- prime isto, eu não posso dizer bem a Y. Ex.;
resse publico assim o exija ; mas, note-se bem, mas o pensamento é este.
sem que j official transferido vá com a trans OSr. harão «1eS. I,oiireuço.«—Sr. pre-
ferencia prejudicar a outros officiaes; que seja sidente,
promovido quando o pudesse ser, se continuasse mar partevinha pouco disposto este anno a to-
na classe de que sahiu Será impossível ao go- das duas nos debates ; até por que no intervallo
verno ter assentamentos preparados, para que geraes da sessões estudei pouco os negocios
política do paiz, á falta de tempo ;
isto se realise? E' o que espero que o Sr. mi- cessei mesmo de ler os jornaes. Meus trabalhos
nistro da guerra considere, e diga se a minha
lembrança é um despropósito como natural- não me davam momentos de folga para taes
mente persuado-me que será, porque não tenho distrações. Vejo, porém, que me será difflcil con-
servar-me sempre neste proposito, por que serei
pretenções.
Concluindo, direi que o meu fim era expôr ao provocado, como o fui hontem pelo nobre sena-
senado que a p uvideucia proposta n) projecto dor, meu collega, pela Bahia, qur.ndo entendeu
não deve ser rcgeitada, e que a emenda não poder fazer de meu mesquinho relatório á as-
deve ser adoptads porque não é um negocio sembiéa provincial de nossa província uma
de interesse privado, mas do interesse publico; arma de at ique contra o governo. Serei, pois,
deem se as transferencias quando o serviço pu- obrigado por esta forma a aventurar-me nas dis-
blico o exigir, sobretudo; mas admitto que o cussões sem estar preparado.
governo transfira a pedido; estabeleça-se, po- Sr. presidente, quero hoje confessar a V. Ex.
rém, que em caso nenhum os transferidos pode o meu fraeo 1 Sympathisei muito com areparti-
rão galgar promoções que lhes não pertenceriam ; Ção dt guerra; persuadia-me que tinha vccacão
consideração e: ta que poderá também, como já para a milícia, não ligeiramente, porém em vista
ponderei, afastar o governo, de fazer transferen- da vida de lutas como tem sido a miuha. Mas,
cias necessárias; não seja isto negocio para gal- a pasta da guerra metem escapado 1 (Risadas.)
gar postos; não se deixe aberta pari; que an es Sem duvida porque outras vocações, mais pro-
dos faotos mesmo se levantem clamor ;s. e se nunciadas, que meu egoísmo não permittiu reco-
possa dizer que o corpo legislativo não attende nhecer, deram melhor direito a quem a tem oc-
conveni ntemente aos direitos dos officiaes, aos cupado, embora casacas como eu. E tanto é isto
seus sccessos na ordem de suas antigüidades. verdade, que mais de uma vez tenho sido força-
Repito, refere, se isto a interesses mui grandes, do a combater o excesso dessas alheias tendên-
a uma classe das mais importantes, que já ha cias militares, quando me parecia que ultrapas-
annos tem feito os maiores sacriflcios; cumpre savam oa limites da indispensável militarisação.
ao corpo legislativo adoptar providencL.s que Este procedimento não é novo, tive-o desde o
interessem ao serviço publico, mas que ao começo de minha vida política, combatendo mais
mesmo tempo resguardem direitos tão atten de uma vez os militares. Em algum tempo o fal-
diveis, como os dos offluiaes. Parece-me que leeido senador Yasconcellos, de saudosa memó-
a minha indicação poderia conciliar uma e outra ria, me chamou ante-militar.
cousa; apresento a no senado, e peço ao Sr, mi- Ha de Y. Ex. lembrar-se, Sr. presidente, que
nistro que se achar algum cabimento, diga o o anuo passado ousei discutir taes matérias com
que lhe pirecer. o nobre ex-ministro da guerrn, senador pelo
O Sr. presidente ; — O nobre senador quer Piauhy, que se apresentou nesta casa com opi-
mandar alguma emenda? niões exageiadamente guerreiras; sentindo elle
O Sr. Carneiro de Campos;- Eu vou escre- não poder organisar o exercito brasileiro á prus-
vei a ca mandarei. siana, e guardar na força proporção de 1 para
Em eeguida o nobre eenador mandou á mesa 100, ou para b0 da populac&o, como se observa-
a seguinte emenda: va entre as nações bellicosas da Europa. Era sua
m SESSÃO EM 26 l»E MAIO DE 1869

opinião que a sociedade devia ser o reflexo O Sr, barão de Itauna : —Apoiado.
do exercito, contra a minha que entendia dever O Sr. barão de S. Lourenço :— Quem pôde
ser pelo avesso. ser o juiz competente da apreciação do mérito,
O Sr. Paranaguá:—Isto não é exacto ; fci despresado o do general? qual o juiz superior ?
justamente o contrario que eu disse. Sr presidente, naadminist^ação do nobre ex mi-
nistro da guerra, e de seus antecessores conversei
O Sr. barão de S. Lourknço; —Os nossos dis- com muitos militares vindos da guerra, ouvi
cursos foram publicados. delles amargas queixas, preterições escandalo-
O Sr. Paranaguá ; — Eu disse que quizera sas, segundo elles. mas não as reproduzi nesta
que a sociedade se reflectisse no exercito; re- casa, nem designei nomes.
feria-me á lei da ccnscripção, a um systeiv.a O Sr. Paranagua': — V. Ex. e seus amigos
novo. o disseram aqui da tribuna, e não querem que
O Sr. barão de S. Lourenço : — Queria pois, eu hoje o diga; eu hoje sou que devo ter menos
crear um systema militar novo. Hoje continúa direito do que os nobres senadores? O partido á
o nobre ex-ministro a alimentar as mesmas ten- que pertenço não tem os mesmos direitos que o
dências guerreiras, que eu então attribuia á ne- partido dos nobres senadores? Como quer to-
cessidade de sua posição offieial, e qu« vejo com lher-me este direito?
S. Ex. identificadas, quando vejo disputar á seu O Sr. barão de S. Lourenço;—Estes apartes
successor a pasta que deixára. não são da escola ingleza a que pertence V. Ex.,
O Sr. Paranaguá: —Eu não disputo pasta; Sr. presidente.
Y. Ex. está enganado se suppõe que é esta a O Sr. presidente ;—V. Ex. dê-me os meios
minha intenção : declaro mesmo que não a de- de evitar os apartes.
sejo.
O Sr. barão de S. Lourenço :—Mas são apar-
O Sr. presidente : — Attenção. tes discursos.
O Sr. barão de S. Lourenço:—Não é isto ex- O Sr. presidente :—Y. Ex. dê-me os meios de
tranhavell quando um distincto parlamentar es- execução que tem a escola ingleza.
colhe sua especialidade ...
O Sr. Paranaguá;—Nunca pretendi agarrar O Sr. Ottoni:—Apoiado.
pasta nenhuma. O Sr. presidente :—Peço aos nobres sena-
O Se. T. Ottoni:—Apoiado. dores que não deem apartes, dão-os, V. Ex.
dê-me os meios da escola ingleza.
O Sr. barão de S. Lourenço:—. e nella des-
envolve seus talentos, nada mais natural do que O Sr. barão de S. Lourenço : — Como ia di-
a successão, porque ha de substituir o que sabe zendo, Sr. presidente, estive sempre na estacada
aquelle que o fez descer, e se mostrou mais ha- e nunca elevei minha voz para reclamar contra
bilitado nos negocios da repartição. Vejo que o a preterição de João,Manoel ou Joaquim, que de-
nobre ex ministro da guerra ataca com vehe- vera obter graças de preferencia a outros, por-
mencia seu successor... que me reputava incompetente, e perigoso este
caminho de opposição. Minhas censuras reca-
O Sr. Paranaguá: —Não ataco o nobre minis- hiam antes sobre a predigalidade de taes des-
tro, respeito-o, e até o estimo muito; saiba disto pachos, lamentando que se désse por actos não
o nobre senador. extraordinários 3, 4 e 5 recompensas, nada re-
O Sr.'barão de S Lourenço :—Fico sciente; servando para iáçanhas posteriores, e fazendo
não disse atacar no sentido üe oífender, querer descer o preço de taes remunerações, á que to-
mal; nunca ousei offender os nobres ministros dos se julgavam com direito.
da guerra quando minhas tendências militares Estas reclamações com declinação de nomes
me levaram a atacal-os ou censural-os. Também além de inconvenientes descobrem ainda um vi-
mêus ataques não eram de natureza perigosa, cio, tem o mesmo defeito accusado. Embora se
nem de possíveis más conseqüências como os declare em sentido generico em favor das praças
que tenho agora ouvido. Nunca ou^ei querer de pret, dos sargentos e dos alferes, noto que
entrar na apreciação do mérito nas batalhas, somente se declina os nomes aristocratas! Não
nem declinar nomes para estabelecer a prefe- vi ainda dizer-ee que o soldado João, o sargento
rencia nas recompensas, procedimento perigoso José, ou oalferesJoaquim.mereceram recompen-
e pouco favorável á disciplina Reputa o nubre sas que lhe não foram dadas ; e sim se advoga a
ex-ministro da guerra inoffensivo, e sem conse- causa de um conde, de um general; e sómente
qüências proclamar na tribuna, ainda no estado de nomes de vulto. Porque diz o nobre senador,
de guerra, que se tem roubado ao heroísmo das não se deu ao Sr. conde tal a medalha, que teve
praças de prel as recompensas que lhes são dev:das, o Sr. duque de Caxias? Porque não teve mais
as preterições dos sargentos e dos alferes? Não será, e te 5" despacho? Não nos demoremos nesta
em tempos críticos, plantar o descontentamento, questão inconveniente. Na apreciação da justiça
a insubordinação nas fileiras do exercito, e de da concessão da medalha ao Sr. duque de Caxias
uma maneira tão vaga á que não se ; óde res- entrou-se em uma séria discussão philologica,
ponder ? na qual receio tomar parte, pois ignoro se sou
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869 231

um dos excluídos pelo nobre senador por minha O Sr. Silveira da Motta; — Porque tem es-
província, á falta de habilitações. tado muito oceupado.
O Sk. ministro da marinha : — Àquelle que O Sr, barão de S. Lourenço: —Sr presi-
escreve, ouvir com h. dente, distineto vem de distinclus, e este do
O Sr. barXo de S. Lourenço .— Ccnsinta verbo—disÍMifjfito.—A distinccão não é synonimo
V. Ex. que cheio de acanhamento ouse fazer al- de diverso, d fferente: não se refere propriamente
guns reparos, confessando não ser forte na scien- aos predicados do indivíduo, e mas á sua pes-
cia philologica, que se pertende restringir á soa : não importa a comparação para determinar
sciencia de palavras, quando ella tem domínios a preferencia. A bravura distineta do general
mais vastos. Na alta antigüidade grega se cha- não exclue bravura de qualquer gráo de seus
mava philologia o gosto da palavra, e da con- subordinados ; é uma bravura especial, e que
versação; foi depois a sciencia alargando seu illustra sua alta posição, a verdadeira e efllcaz
horisônte, e o philolcgo era o homem versado do commando supremo, Muitas vezes não con-
noa diversos e variados conhecimentos, com es- virá que o chefe de um exercito tenha a bravura,
pecialidade de historia e de litteratura. Já no a intrepidez de um soldado, de qualquer official.
tempo de Cicero se addicionava á denominação Ha generaes muito distinetos que talvez não
de philolcgo a de grammatico, especialisando o fossem em um combate individual, em um
o conhecimento das línguas, particularmente as duello.
etymologieas; e devendo sero philologo versado O Sr. Silveira da Motta:—Acho peior a
na historia e na leitura dos poetas. Com estas emenda do que o soneto.
poucas palavras pertendi justificar minha inge-
rência na questão importante aqui levantada, O Sr. barão de S. Lourenço : ■ Seria melhor
acerca da intelligencia da palavra distincla que explicasse o seu dito, tanto mais quanto
Quer se forçosamente achar um segredo, um V. Ex gosta de fallar a linguagem ao alcance
ue de suspeito no emprego da expressão bravura de todos que é sempre o melhor. Ontinúo a
istineta do decreto que conferiu a medalha ao dizer que a bravura do general c especial, dis-
nobre duque de Caxias. O que ha portanto de tineta, sem prejuízo do mérito de seus comman-
mysterioso e de incógnito? A opposição cáe no dados, ainda do mais subido gráo.
erro que combateu o velho Horaci quando disse; O Sr Silveira da Motta : —Eu já conheci
Transvolat in médio posita, et fugientia captat: um general que dizia que nunca tinha carregado
querèmos achar o mysterio, deixando ou des- uma pistola.
presando o que é natural. Contentou-se a legali-
dade dn concessão de tal medalha ao nobre duque O Se. barão de S. Lourenço : — O mérito de
de Caxias, com o fundamento do proprio decreto quem commanda me chefe uma batalha está no
de sua creação ; entendendo-se que só podia ser sangue frio, na comprehensão fácil das diver-
conferida no campo da batalha, aos que se acha- sas situações que ella apresenta, na rapidez das
vam na guerra, e não á quem estava na Côrte. deliberações, na apreciação dos movimentos do
Pois, Sr. presidente, porque o governo imperial inimigo, o do alcance dò qualquer suecesso oc-
em seu decreto limitou a faculdade do general corrente; emflm no conhecimento da opportu-
em chefe a dar semelhante distinccão no campo uidade de uma dedicação pessoal para reani-
da batalha, com razões muito justificadas e psra mar seus soldados, ou'inspirar-lho um "valer
evitar o abuso, inhibiu-se de dar elle governo a heroico. Vê-se portanto que hadistincçãoes en-
mesma medalha, quando entendesse conveniente cial, inherente ao posto, e que o governo julgou
e á quem a merecesse? Picou o governo inha- que o nobre duque desempenhou satisfatoria-
bilitado para conferit-a ao proprio generel, que mente, assim como eu o julgo Se fôra pois mi-
esteve na acção, que praticou actos de distineta nistro da guerra responderia aos nobres sena-
bravura, sómente porque se havia retirado pos- dores:—Sim, o nobre duque de Caxias mereceu
teriormente, e que no momento a não podia dar a expressão empregada — de bravura distineta ;
a si proprio ? não recuava.
O Sr. barXo de Itauna Apoiado. O Sr Zacarias ;—Apoiado. E' por isso que eu
disse que V. Ex. tem o mérito da franqueza.
O Sr. barão de S. Lourenço ; — Onde está o
crime, a irregularidade, ou o que mais feio se O Sr. Silveira da Motta : Bem disse eu que
chame neste aeto racional e conveniente? Dese- a emenda era peior do que o soneto.
ja-se achar motivos de censura na differença de O Sr. barão de S. Lourenço : Ora, explique
expressões, quando a outros beneméritos se"con- este peior que o soneto.
feriu a medalha por actos repetidos de bravura, e O Sr Zacarias:—Põe em relevo a desculpa.
ao nobre duque por bravura distineta'! "Vejamos
esta grande questão de palavras. O Sr. Silveira da Motta :—Não posso.
O Sr. barão de S. Lourenço : - Sr. presidente,
O Sr. Silveira da Motta;—Vem agora a phi- quero abordar de frente a" questão duque de
lologia. Caxias; quero apreciar as accusações que se
O Sr. barão de S. Lourenço ; — Eu não posso repetem contra este benemerito do Brasil quanto
entrar nas questões philologicas; não hei de ter a seu procedimento na guerra do Paraguay,
licença para tanto, nem estou habilitado. (Apoiados.) Nau receio a tarefa, porque marcho
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232 SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869

neste particular em perfeito aecordo cora o nobre e ver em que ou como desmereceu elle desta
ex-presidente do conselho, quando na camara confiança geral, que comprehendeu os próprios
doa. deputados se gloriava de haver nomeado o adversados políticos.
nobre marquez de Caxias para ir restabelecer a Sr. presidente, a autoridade impõe na religião;
ordem e disciplina no exercito; quando affirmava a experiência domina na chimica e na physica; o
que sua pessaa eqüivalia a um terço da exercito calculo e a observação regem na astronomia; as
ou üOjOOO homens; quando emüm nesta casa demonstrações convencem nas mathematicas;
asseverava ao senado que havia de viver e morrer na política regula o successo; na guerra decide
com o nobre marquez! a victoria Dizei-me, pois, senhores, onde e
O Sn. Zacarias : — Mas depois de 14 de Janei- quando foi derrotado esse general que levou para
ro certamente havia de ter outro procedimento e a guerra a confiança de nós todos ? Que batalha
outra linguagem que o ministério não teve. perdeu o nobre duque de Caxias para descer do
alto conceito de que gozava ? Se o nobre ex-
O Sr. barão de S. Lourenço; —Eu sou, pois, presidente do conselho asseverou que o nomeara
autorisado por tal identificação de sorte ajulgar para reorganisar o exercito, também lhe ouvi
o nobre ex-presidente do conselho, co-réo na de- declarar, que elle preenchera esta i; issão, res-
serção do general, responsável por todas as suas tabelecendo a disciplina.
conseqüências, porquanto não descubro no seu O Sr. Zacarias;—E'verdade. Mas depois dei-
enthusiasmo de então alguma restricção, excepto xou o exercito mais desorganisado do que o
se a houve mental. achou.
O Sr. ZacariasEstá entendido que em- OSr.barão deS.Lourenço:—Reorganisoupor-
quanto tivesse a minha confiança teria de sus- tanto e exercito, deu nova clirecção á guerra, pe-
tentai-o; não havia de andar com meias medidas, netrou no paiz inimigo, conquistou todas as suas
e essas explicações que se teem dado aqui. praças fortes, (todas, sem excepção) occupou a
O Sr. barão de S. Lourenço : — Bem previ- própria capital; forçou o inimigo a abandonar
nido fui eu quando fiz reparo no enthusiastico todo o território,erefugiar-se ás brenhas eás ser-
amor do meu nobre collega pela Bahia, e o cen- ras ;desembaraçou a navegação dos rios, e desfez
surei por elle, dizendo-lhe que era excessivo, e emsuccessivas batalhas das mais sanguinolentas
o collocava na impossibilidade de continuar no que tem visto a America, com excepção dos úl-
governo do paiz, desde que não podia iiscalisar timos combates dos Estados-ünidos" do Norte,
a conducta de seu subordinado, com o qual se todas as forças inimigas.
identificava. Se a victoria justifica o general, como e por
que o condemnaes?
O Sr. Zacarias : -O governo sempre esta iden- Sr. presidente, o motivo apparente das accu-
tificado com o seu delegado. sações feitas ao nobre duque de Caxias, é de
O Sr. barão de S Lourenço:—Não para vi- ter* S. Ex tido a imprevidencia de julgar aca-
ver e morrer com elle, pois neste caso perde o bada a guerra.
direito de julgar de seus actcs. O nobre ex-mi- O Sr. Zacarias:—Basta, que seja o seu en-
nistro foi prodigo em elogios. gano, como confessou o Sr. presidente do con-
O Sr. Zacarias ; — Não fui, não. selho, e V. Ex. diz—imprevidencia: é só o que
O Sít. Silveira da Motta ; — Deixe acabar o eu digo.
soneto. O Sr. barão de S. Lourenço;—Também se
O Sr. barão de S. Lourenço; — Dizia-lhe eu lhe imputa o crime de deserção : o nobre ex-
então—amanhã,quando o espirito de partido que presidente do conselho disse: desertou, fugiu
vos separa do nobre marquez, retomar sua in- —evasit, erupit.
fluencia, tereis de desfazer quanto agora edificaes. O Sr. Zacarias:—Isto é de Y. Ex.
Está pois verificado, que o nobre marquez O Sr. barão de S. Lourenço.—Ouço porém ao
partiu para o exercito, não só levando a con- actu il nobre ministro da guerra, que o nobre du-
fiança de seus amigos políticos, como pknissima que se retirara com licença do governo, que estava
do ministério que o nomeou. para isto autorisado. Também ouço dizer ao
O Sr. Paranaguá:—Apoiado. nobre ex-presidente do conselho, que não eslava\
Repetem-se as asserções e negativas, que me
O Sr. Zacarias:—Está claro; o contrario seria fazem recordar uma scena interessante do anno
inépcia. passado! Ella se passou entre o nobre ex-presi-
O Sr. Paranaguá: —E que lhe demos tudo. dente do conselho e o nobre senador por Ala-
O Sr. Zacarias;—Teve uma confiança plenis- goas, o Sr. Cansansão : Houve decreto de no-
sima ; elle está no Rio de Janeiro: que venha meação do ministro para o Rio da Prata- não
dizer se lhe faltou alguma cousa; não corres- houve : houve e não houve 1 O senado até hoje
pondeu porém de 14 de Janeiro em diante. ignora a verdade do facto [ Hilariedade) Sra.
nesta luta de autoridade e de verdade, eu oue
O Sr barão de S. Lourenço: — Resta-nos apenas costumo lamber os vidros por fóra (Não
portanto examinar a conducta do nobre general apoiados) recorro ás regras que devem dirigi'"
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869 233

um critério circumspecto, e examino os factos O conceito que mereceu o general em chefe de


que estão ao alcance de todos. Correu-como certo todo o seu exercito foi subido, e não disputado:
que o nobre duque de Caxias tinha pedido um tive, Sr. presidente, oceasião de ò conhecer de offl-
substituto, e que lhe fora enviado na pessoa do ciaes e soldados beneméritos, e tive também o
Sr. marechal Guilherme. prazer especial de o ouvir do nobre general Argolo,
O Sr. ZíCarias: — Sempre houve um general hoje visconde de Itaparíca, pessoa de minha
designado para as eventualidades. maior confiança, e cujos passos acompanhei des-
O Sr. barão de S. Lourenço ; — Este substi- de sua primeira praça, em 1837, nos campos de
tuto foi mandado com urgência não ordinária. Pirajá, onde me acfiava com seu illustre pae,
cercados de perigos e no começo de uma porfla-
O Sn. Zacarias — Foi mandado com urgência da luta. Como que fui o padrinho deste seu pr-
para o exercito não ficar sem chefe. meiro passo; approvando como amigo o acto de-
O Sr. barão de S. Lourenço : — O negocio se dicado de seu pae, offerecendo-o, apenas sahido
me apresentou mais extraordinário, e indicativo joven do collegio, para dfffender a integridade
de alguma cousa mais do que uma substituição do Império. Meu interesse o acompanhou sem-
eventual. pre por toda a parte; e nosso encontro, quando
Pelo que observei, pois, vendo seguir-ss a re- agora regressou coberto de gloria, mas também
tirada por doente do nobre duque, acreditei que em nm estado de soffrimentos e de perigo, foi
para ella se achava elle autorisado ; ficando de expressivo e muito sensível a ambosl Esse illus-
todo convencido com a asserção competente do tre militar deu-me as melhores informações do
nobre ministro da guerra,que falia de facto pró- nobre duque de Caxias, lhe fez os mais* enthu-
prio, não succedendo o mesmo ao nobre ex-pre- siastlcos elogios, e o reputa um distineto cabo
sidente do conselho. Voltemos ao erro do nobre de guerra, e optimo chefe de um exercito. E hei
duque quando julgou acabada a guerra. Todos, de despresar todas estas informações, o que leio,
menos os senhores da passada situação, podiam o que observo, os facto s incontestáveis, para
censurar este engano : quem hão se recorda de acreditsr no que o espirito de parcialidade po-
. terem sido repetidos erros iguaes de apreciação, lítica diz para macular, e desconsiderar a pri-
não digo bem quando digo iguaes. muito menos meira gloria brasileira? (Apoiados.) Cumpre que
fundados, nos tempos anteriores? Não se deu a nos resignemos, senhores, em taes casos, a ver
guerra por acabada pelo acontecimento de Uru o triumpho de nosso rival, de um desaffecto.
guayana? Creio que nessa occasião se mandou Ponhamos em primeiro logar a patria.
suspender o recrutamento e a remessa de for- O Sr Fonseca.—Diz muito bem, primeira glo-
ças 1 Pelo successo da passagem do Passo da Pa- ria brasileira.
lm não vimos a opinião que aqui se procurou O Sr. barão do Bom Retiro.—Uma gloria na-
fazer prevalecer ? Invoco o testemunho do nobre cional.
visconde de S. Vicente, contrariado acremente O Sr. barão deS. Lourenço.—Agora, Sr. pre-
por ter ousado asseverar—que o facto era mui- sidente, vou defender meu* pobre relatório á
to importante, porém quC muito havia ainda assembléa provincial da Bahia, que serviu de
para fazer, e que o inimigo defenderia sen ter fundamento para uma censura ao Sr. ministro
ritorio palmo a palmo, tendo posições fortes da guerra, que eu sinceramente apoio. Ando
o ide se abrigar depois de perder as primeiras, pouco em dia cora o que se pensa e se faz nas
e successivas. O proprio nobre marquez de Caxias altas regiões da política, e por esta razão podia
então apoiava o nobre visconde; e ambos eram sem o querer contrariar as opiniões do gabi-
reputados pessimistas, e suspeitos como perten- ne^, mas desta vez creio que não succedeu isto.
centes á política differente. Em também julguei a guerra acabada, mas
Estes mesmos senhores, fáceis e crédulos para como velho desconfiado, quando instado para
dar a guerra por acabada, são os que criminam dar começo ás festas de sua conclusão, quiz
hoje o nobre duque porque fez um juizo seme- aguardar as ultimas noticias, o final desfecho.
lhante, mas depois da destruição completa do
exercito inimigo,da occupação de suas praças de O Sr. Zacarias ; — E1 o que eu fazia cá.
guerra, inclusive sua capital, depois, emflm O Sr. barão de S. Lourenço : — Tinha sem-
de desbaratado seu material das batalhas, refu- pre presente o exemplo do México, quando a
giado nas serranias Lopez, de quem não se sabia França julgava a guerra concluída e firmado o
senão a fuga precipitada e desacompanhada ! império de Maximiliauo, e Juarez nas monta-
Para mim ainda é um ponto a esclarecer, como nhas sem séquito importante e sem recursos ;
Lopez tem podido reunir estes meios de combate e aguardava, como disse, as ultimas noticias.
que se lhe dál Quero crer ás vezes que elles não Creio que á retirada do nobre duque de Caxias
existem, e o futuro resolverá a questão. A. opi- a posição hostil de Lopez nas montanhas não
nião de estar acabada a guerra foi geral, foi de era facto averiguado, nem mesmo acreditável.
todo o exercito, a ouvi a muitos offlciaes que Apezar de lhe não dar eu grande importância
combateram nas ultimas pelejas, foi das repu- para embaraçar o desfecho favorável da luta,
blicas do Prata; emflm, como disse, foi geral e comtudo entendi que não podíamos deixar de
não um engano do nobre duque, capaz de lhe providenciar e adoptar os meios de ácção na
fazer murchar toda a gloria adquirida. nova direcção que tomava a guerra. Senão ti-
23-4 SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869

nhamos de combater um exercito, e de apresen- des contra o infeliz povo paraguayo, cuja des-
tar-lhe forças proporcionaes, pedia a prudência truição jiyou completar, degolando mulheres,
que pozessêmos os differentes pontos occupados velhos e meninos que não podem de prompto
por nossas forças a coberto de um ataque im- seguir o caminho que lhes indica o tyranno,
previsto, de uma sorpreza, tendo o inimigo é lambem de estar preparado o Brasil para
quasi a escolha do logar atacado: em cada sec- qualquer desfecho de tantos sacriflcios fei-
cão do exercito era preciso portanto conservar tos, foi indispensável substituir o prestigio
superioridade sobre o ataque. do heroico duque de Caxias por uma persona-
A guerra em grande, geral, de batalhas cara- gem tão altamente collocada, que se presta a
paes. está acabada; porém essa outra que lhe sustentar o nome elevado do Brasil naquellaa pa-
suecede é ineommoda. e exige talvez mais cau- ragens, inhospitas, que os mais illustres guer-
tella, vigiando o inimigo nos seus escondrijos e reiros pediam abandonar, pensando que os pe-
cavernas. rigos tinham cessado, e portanto a colheita de
O Sr. Silveira da Motta:—Lopez ainda não gloria.
entrou em cavernas, isso é poesia. « A tarefa de hoje se não é de combater um
inimigo forte e arrojado, é não menos diffieil de
O Sr. barão de S. Lourenço: Está o Sr. affrontarseu desespero, osestragos de ura clima
philologo a disputar o emprego'das palavras, e indomito, e as escabrosidades dos escondrijos
eu não estou habilitado para aceitar a provo- onde se tem refugiado. Um descuido, uma sor-
cação. preza, podem pôr em risco o frueto obtido de
O Sr. Silveira da Motta:—O que eu digo é tantas fadigas. »
que essa expressão é poética. O Sr. Silveira da Motta Isso é relatório
da guerra.
O Sr. barão de S. Lourenço;—Poesia está O Sr. barão de S. Lourenço ; — Eu disse já
V. Ex. fazendo continuadamente; poesia é o seu que tinha tendências militares, e aspirava a
radicalismo, impraticável e insustentável. pasta da guerra. (Uilaridade.) Este relatório não
O Sr. Silveira da Motta Depois veremos pôde occupar as alturas de relatório de mi-
O Sr. barão de S. Lourenço Não aceito o nistro.
desafio, porque espero fallar pouco. O Sr. Silveira da Motta: — Pois parece.
O Sr. Silveira da Motta Estou fallando O Se. barão de S Lourenço : —Pôde elle ser
a respeito de um facto. objeeto de discussão contra mim apenas, e para
elle não recebi instrucções.
O Sr F. Octaviano :—Que tem o radicalismo
com as cavernas? O Sr. Silveira da Motta : — Até deviam ter
O Sr. Silveira da Motta :—Está muito ca- dado instrucções neste sentido aos presidentas.
vernoso. O Sr barão de S. Lourenço; Está isto reser-
O Sr. barão de S. Lourenço Dando noti- vado para o governo dos radicaes ; por ora não
cia de taes occurrencias á ass'embléa da minha chegamos lá.
província, na minha meia lingua, sem suspeitar Sr. presidente, em sessões anteriores se discu-
que poderia dar armas á opposição, escrevi o tiu nesta casa muito sobre questões de confiança;
trecho que foi lido pelo nobre senador pela Ba- não sei se ainda o meu nobre collega pela Bahia,
hia, »que peço licença para tornar a ler. Pare- ex-presidente do conselho, segue a opinião de
ceu-me que a crença geral de estar concluída a que o senado não faz politica, não pôde negar os
guerra, e haver cessado o perigo e por tanto a meios de governo, tanto em hypothese geral,
colheita de gloria, havia produzido em muitos com-; e especialmente durante uma .guerra ex-
offlciaes distinctos a vontade de regressar á suas terna, que a actual politica não iniciou, rece-
famílias, e de cuidar de sua saúde deteriorada, bendo-a de seus adversários, e proseguinfio
sendo indispensável um novo impulso para sus- nella em defezada dignidade e da honra do paiz.
pender esta direeção inconveniente. Este im- Se continua S. Ex na mesma opinião, nessas
ulso entendi quê era dado com a nomeação discussões não irão muito longe.
o príncipe, por considerações que a todos "se- As emendas do nobre ex-ministro da guerra
rão presentes. Pareceu-me também, que tendo indicam que S. Ex. começa a ver os negocies
cessado o commando em chefe dos exércitos differenterpente; e foi pelo Sr. ministro da mari-
alliados, conviria rodear de prestigio o novo nha combatido exuberantemente, até com argu-
commando das forças brasileiras, que seria um mentos ad hominem.
centro natural de influencia na direeção da nova O Sr. Paranagua' : — Os argumentos ad ho-
guerra. minem não são os melhores ; se eu tivesse ainda
São estas as razões do seguinte trecho do a palavra mostraria a nenhuma applicação do
meu relatório. que disse o nobre ministro da marinha, ê havia
« Na necessidade de encetar novas operações de ler os seus proprios discursos.
em perseguição do inimigo audaz que a abrigo O Sr. barão de S. Lourenço ; — Nesta occa-
das Cordilheiras, e ahi fortificando-se ameaça sião são procedentes os argumentos ad hominem,
sorprender nossas forças, quando porventura in- tendo sido o nobre ex-ministro da guerra "
feriores, e exercer as "mais revoltantes cruelda- autor da própria proposta que combate.
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869 235

Neste terreno, pois, nada vejo que eu possa Seguiram do mesmo modo em Ia discussão as
fazer, e tendo dito o que desejava sobre outros proposições da mesma camara, a saber:
pontos, paro aqui para ouvir o que se possa ou 1.a SÔbre o compromisso da irmándande das
queira mais dizer. (Muito bem.) Almas da freguezia de S. Lourenço da Mattaem
Finda a discussão foi approvado o artigo ad- Pernambuco.
ditivo e §§, e foram rejeitadas as emendas do 2.a Sobre a antigüidade dos magistrados.
Sr. Paranaguá, offerecidas na sessão de 21, e As seguintes relativas á dispensas a diversos
bem assim a do Sr. Carneiro de Campos, dando- estudau t-s .-
se por npprovída na forma da constituição a que 1.aa José Bemardino Cezar Gonzaga e outros.
converte a proposta em projecto deo lei. 2. Arthur Jeronymo de Souza Azevedo, e
Seguiu-se a discussão do art. 2 additivo do outros.
mesmo projecto. 3.aa Affonso Pereira da Silva.
O Sr. uar&o de Muiutiba ; —Eu tinha pedido 4. Paulino José Gomes da Costa.
a palavra sobre o artigo. 5.aa Ca-sio de Ávila Farinha.
6.a José Martins Carneii o Leão.
O Sr. presidente :—■Disseram-me os Srs. se- 7. José Leopolio Ramos.
crefarios que V. Ex. não tinha pedido a pa- 8." Joaquim Duarte Moutinho.
lavra,.. l a
J. Cassiu de Ávila Farinha.
Vozes; — Falle na S" discussão. 0. Frauc sco de Paula Andrade Júnior.
O Sr. ba.rX.0 de Muritiba:—Bem; darei algu- li Antonio Jansen de Mello Bocha.
mas explicações na 3a discussão. Eu tinha de 12. José Bernardo de Loyola Júnior.
fallar, linh i de dar resposta a alguns Srs. se- 13. Virgílio Horacio de Oliveira.
nadores; eraquauto me mudava do logar em que 14. Ambrosio Vieira Braga.
estava para aquelle em que costumo sentar-me 15. .iosé Antoaio de Mesquita.
Y. Ex. pôz em votação o artigo- 16. Pnulino Lúcio de Lemos.
Nao se persuadam*que não desejo fallar sobre 17. Francisco José Coelho de Moura.
a matéria para dar explicações aos nobres sena- 18. Oetaviano Cotrim.
dores. 19. Tnumaz José da Silva
20. Antonio José de Faria Filho.
O Sr. presidente:—Não conflando nos meus 21. Manoel Rodrigues de Carvalho Borias.
ouvidos e muito menos nos meus olhos, pergun- 2 i. André Paulino de Cerqueira Caldas.
tei aos Srs. secretários se o Sr. ministro tinha 23. J ov.uim Pacheco Mendes.
pedido a palavra, e elles me disseram que não. 24. B icharei Antonio José Lopes Ro.drigues.
Ha ainda uma emenda que na minha opinião 25. Antonio Gargel Valente e outros.
não é emenda, mas vem como tal da camara dos 26 Antonio Gurgel Valente.
Srs deputados. E' a que d z —a assembléa ge- De todis estas proposições ficou a discussão
ral legislativa decreta—, convertendo assim a encerra ia pornâo haver quorum.
proposta do governo em projecto de lei. Eu tenho Entrou ttirdmente em 2a discussão, que tam-
teimado em julgar que isto não é emenda ao bém ficou encerrada a indicação do Sr. Ferreira
projecto vindo da camara dos Srs. deputados, Pcnna propondo addicções ao regimento inter-
mas ellatem teimido que é. no do senado, com o'parecer da mesa n. 169
Põe-se a votos. de 1868.
O Sr. Silveira, da Motta:—Não passou; não Foi então mandado á mesa, pelo Sr. visconde
vi levantar-se Srs. senadores em numero para de Sapucahy, o seguinte parecer
approvar. « A com missão de constituição em desempenho
O Sr. presidente :—E ou entendo que está do dever de verificar os poderes do Sr. conse-
approvada pela constituição. lheiro de Estado'Francisco de Salles Toíres Ho-
O Sa. Silveira da Motta;—Não pela casa! mem, nomeado semdor do Império por carta
por ella não foi a emenda approvada. imperial de 22 de Julho de 1868, que lhe foi re-
mettida de o:dem do senado, examinou as actas
O Sr. presidente:—Quando se ler a redaceão, das asserablé s paroehiaes, e dos cdlegios elei-
reclame-se, acho que a constituição é que dis*põe toraes, da apuração geral de votos, e a lista
neste caso. tríplice, resultante Ia eleição feita em Setembro
Foi approvado, bo n como a emenda de nume- de 1867, para preencher-se°a vaga acontecida por
ração, e passou o projecto para Ia discussão. fallcciménto elo senador D. Manoel de Assis Mas-
Entraram successlvamente em 3a discussão carenhas. Examinou além disso t ido quanto
com os respectivos pareceres da mesa as propo- acompanh u a carta imperial, e bem assim a
sições da camara dos Srs. deputados: cópia authentica do parecer da secção do conse-
ia sobre concessão de licença ao bacharel An- lho do Estado, que cousultasobre oa negoeios da
tônio Rodrigues da Motta Cunha. repartição do Império. Não encontrando nesse
2a sobre aposeitadoria do conferente da alfân- acérvo de papeis documento novo que appare-
cesse depois do referido parecer, comj o qural
dega da Côrte João Nascent s Pinto. concorda, e não tendo de propôr medidas da pri-
Foram ambas regeitadas. vativa competência do senado (que proporia se
m SESSÃO EM 2o DE MAIO DE 1869

os eleitores proce lentos desta eloição tivessem turmas de eleitores da fregnezia de S. Gonçalo,
ainda de ter exercício) pede respeitosamente rc- pertencente ao collegio da capital, como fôra por
nia a esta angusta camara para o tr nscrsver: é este resolvido.
do teor seguinte: « A apuração deu o seguinte resultado :
« Senhor. Em cumprimento da ''rdjm de Dr Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti 241
"Vossa Idagestade Imperial, expedida em aviso de Conselheiro de Estado Francisco de Bai-
30 de Março proximo passado, a secçâo dos ne- les Torres Homem . . 222
gócios do Império do conselho de Estado exami- Consolhebo Raphael Arehanjo Galvão . 215
nou os papeis que acompanharam o dito aviso,
concernentes á eleição ultimamente feita na pro- « Dr. Gabriel Soares Raposo da Camara. 211
víncia do Rio-Grande do Norte, para preenchi- « Dr. Manoel Antonio de Oliveira. . . 194
mento da vaga acontecida no senado porfdleci- « Coronel Antonio Galdino da Cunha. . 187
mento do senador D. Manoel de Assis Mascare- « Dr. Luiz Francisco da Silva. ... 6
nhas. « E mais alguns com muito poucos votos.
« Esses papeis são : Compõem por únto a lista tríplice os tres mais
« 1.°0 Actas da eleição primaria e secundaria. votados, e é com effeito c ta que a camara mu-
« 2 A da apuração geral feita pela camara nicipal da cidade do Natal apresenta ao poder
municipal da cidade do Natal. moderador,
« 3.» Lista tríplice. « Coneluida a apuração o Dr Joaquim Theo-
« 4.* Reclamação do alguns eleitores da capi- doro Cisneiros de Albuquerque offereceu um
tal, annexa ao cfflcio do presidente da província protesto, que. a camara com razão não aceitou,
de 1 de Janeiro. contra a preferencia dada aos cinco collegios
« 5.o Oíficio do presidenta de 12 de Março, re- apurados tngiobadamente.
mettendo actns e informações offlciaes, ejustiíl- « O vereador Tinoco divergiu da maioria da
cando seu procedimento a re-peito da ciei ão. 'camara nessa preferencia, declarando os fun-
« 15.'' Finalmente uma memeria intitulada — damentes do seu voto, os quaes foram com-
Considerações ácerca da eleição senatori 1 a que batidos pela maioria.
ultimamente se procedeu na provincm do Rio- . « A secção nada oppoe á parte ariíhmetica da
Grande do Norte, aeompanh da de 15 documen- apuração; c a somma exacta dos votos pronun-
tos, cscripta e assignada pelo Dr. Francisco Go- ciados nos collegios não contestados e naquel-
mes da Siiva Júnior, presidente da camara mu- les que >,t camara, usando do direito conferido
nicipal. pelo art. 87 da lei n. 387 de 19 de Agosto de 1846,
« A secção tem a honra de apresentar o resul- considerou mais legítimos. Nadaoppõe, cutrosim
tado do seu exame, começando pela ás habilitações dos eleitos.
« Nota apenas que o coronel Antonio Gal-
Lis a triplica. dino da Cunho, que aliás está fora da lista trí-
plice, não podia ser votado por incompatibi-
«Consta da acta da apuração geral que só foram lidade proveniente do exercício dos cargos de
directamente remeltidas ãesmara xnunicipsl da juiz municipal substituto o de delegado de po-
capitai da província, com officiosdas respectivas licia no dibtricto e na época da eleição, con-
mesas, as autheuticas de sete collegios eleito- forme a disposição do § 14 do art, 1.° do decreto
raes; as dos outres sete for^-m á requisição da n. 1082 de 18 de Agosto de 18G0.
mesma camara, enviadas pelo presidente da pro- « E' por tanto, sob este aspecto, regular a
vincia. lista tríplice e idônea para servir de base á esco
« Consta igualmente que tendo-se já dado co- Iha do poder moderador.
meço á apuração, e depois de apurados os votos « Tendo a secção desfarte ennunciado sua
da authentisa do collegio da capital, emquanto opinião ácerea da regularidade, por assim dizer,
se apurava a do colkgro de Apody (sâo palavras material da lista, ciô que Vossa Magestade Im-
da actü) foi entregue ao presidente por um empre- perial, ordenando a iritcrposição de parecer á
gado do correi.) ura manso de cfficios, os quaes, rebpcito da eleição, quer mais, quer que ella
em virtude de indicoçào do vereador Tinoco, fo- exponha seu pensamento sobre a legalidade de
ram abertos e examinados, encontrando-se ts todo o processo eleitoral.
actas que íaltavam, e que se havia pedido so « Neste presnpposto vae a secção entrar no
presidente da província, assim como l ínco de exame particular da eleição. Mus antes disto
outros collegios eleitoraes de Papary, Caguare- pede respe.tosamente a Vcssa Magestade Impe-
tama, S. Bento, Assú e SanfAnna de M; ttos. rial ve.nla para confessar que não pode contar
« Apresentando-se rssim duas actas diversas de co.n a enunciiição de umjnizo em todo o ponto
cada um desses cinco collegios, a camara apu- carecedor do cbjecção: falta o conhecimento de
rou englobodamentc, por considerar n ais legí- algumas circumstancias importantes.
timos os votos das autbenticas que lhe tiDham « Sete dos quatorze] collegios eleitoraes da
sido directamente remettidas pelas r» e-as, e to- província deixaram de enviar as actas de sua or-
mou em separado os das outras que acabavam de ganisnção. Algumas da eleição primaria são in-
ser-lhe apresentadas, e bem assim cs das duas completas.
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869 237

« Sendo a eleição a dentemente disputada « Que-ontinu tn lo a proceder regularmente


por duas parcialidades tenazes no proposito de !a mesa eleitoral no paço da camara muni-
vencer cada uma a todo o custo, e parecendo (cipal e sob a presidência do legitimo juiz de
que uma dellas mereceu a benevolência offlcial, ipaz, embora deixassem do comparecer três mem-
difflcil é descobrir a verdade cm um labyrinth.0 1bros da mesa, que foram substituioos na fôrma
de testemunhos apaixonados, e sem a indispen- ida lei, a nenhuma outra eleição se podia proce-
savel Coníiança naquellas informações que de- ider depois daquella,
viam servir de pharol em tanta escurifião. A sec- « Que a eleição feita na igreja matriz, »Iém de
ção fez quanto pôle para vencer difflculdades; ,outros vícios *é presidida por um indivíduo
mas não tem segurança de que sempre a conse- incompetente e que não é juiz de paz.
guisse. « Mas a acta da continuação da eleição na
« No progresso deste trabalho a secção irá matriz em 18 de Setembro, presidida pelo 5o
manifestar do o que achar digno de notar-se em votado na lista doa juizes de paz, narra os acon-
relação a cada collegio e começará pelo da tecimentos de outro modo, negando a inter-
venção das autoridades policiaes e da guarda
Capilal. nacional.
• O presidente da província também parece
« Constitue-se com os eleitores das freguezias negar a existência dos abusos, e ajunta parti-
da cidade do Natal, da villa de S. Gonçalo, era cipações officiaes noste sentido, entre as quaes
numero do 37, a saber ; 22 daquella e 15 desta. uma do Dr. chefe de policia.
Falta a acta da organisação; mas na ausência « A1 vista do que, a secção tem duvida em
de reclamação contra ella a secção não a con- achar justificada a t: ansferencia da eleição feita
demnará. pelo Io juiz de paz para a casa da camara. Mas
« Neste collegio foram tomados em separado nem por isso acha legal a continuação da elei-
os votos doa eleitores da freguezia de S. Gon- ção da matriz; antes a considera inelficaz pelas
çalo, que su apresentaram em duas turmas, uma seguintes razões :
proveniente da eleição feita n.i matriz, presidida « l.» Incompetência da pessoa qua n, presidiu.
pelo 5." votado da' lista de juizes de paz, N i- Para ser legal a presi íenei» do 51 votado da lista
poleão Rsperidião Pedroso de Góes, outra da. dos juizes rte paz, era necessário que ello tivesse
eleição feita na casa da camara municipal presi- entrado paraoquadro dos quatrojirzes dc pazdo
dida pelo 1» juiz de paz do districto o capitão quatriénnio, na falta de algum dolles por morte,
Joaquim Manoel Teixeira de Moura. ausência do districto, ou por qualquer outro
motivo fundado em lei.
« A maioria da mesa fura de parecer que se « As próprias actas e uma certidão mostram
englobassem os votos da eleição da casa da ca- que existiam todos os quatro juizes de paz do
mara pelas razões constantes do parecer junto quatriénnio O fneto anormal qus se allega do
á memória do presidente da camara muniSipal exercício do cargo un taes circumstancias de-
apuradora, as quaes são tiradas; 1.° da acta pende de explicaçõer que, sejam quaes forem,
da installação da assembléa parochial presidida não podam ter força de darem competência para
pelo 1 " juiz de paz, na matriz,em 15 de Setem- a presidência das eleições a quem não é cha-
bro: 2.° do protesto assignado por dous mem- mado pela l i, que ne ta matéria prescreve
bros da primeira mesa, e transcripto na acta da regras especiaes.
eleição continuada na casa da camara no dia 17
pelo 1.» juiz de paz. « 2.a Irregularidade do processo eleitoral. A
leitura das actas manifesta que é impossível
« As razões são as seguintes : fazer-se uma eleição no espaço de tempo ahi
declarado, ec fôr ' b^ervada a fôrma da lei. Era
« Que começada no corpo da igreja matriz 17 de Setembro cfiectuaram-se duas a
chamadas
d quclla villa a eleição pre idida pelo Io juiz de l,t)'.)7 votentes. A 18 houve a 3 ; c a apuração
de paz, foram os seus trabalhos suspensos em de 601 cédulas com 15 nomes realisou-se em
conseqüência da intervenção e abusos da auto- 19 e 20,
ridade, sendo o povo convocado para a casa da « A eleição continuada pelo 1° juiz de paz na
camara municipal, afim de alli c ntinuar-so no casa da camara, «lem da mudança do logar não
processo eleitoral. justificada sátisfactoriamente, labora no mesmo
« Que em vista dos mesmos abusos, e exis- vicio dc, inobservância da lei.
tindo em frente da igreja, próxima a esta, em « Em 19 de Setembro frz-se a 3a chamada;
constante ameaça uma casa ttbndc sahiram ar c; ntaram-se e emma-saram se 629 cédulas, escre-
mados os indivíduos que accorometteram a mes- veu-se uma sicta de-comraunal, e comecou a
ma igreja, c por todos os fundamentos do pro- apuração que acabou em 21.
testo lavrado pelo T.0 juiz de paz e pelo raesario « Por onde a secção entende que foi curial a
José Leitão do Rego Banos são plenamente; deliberação do collegio ern não apurar nenhuma
justificados os motivos da transferencia dos tra-■ das duas eleições, que são nullas em seu con-
balhos da eleição de um para outro logar ceito.
238 SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1860

« O» votos dos eleitores da freguszia da capi- que motivou a separação da alguns eleitores e
tal, que se reputaram legaes, e coastituiram o supplentes, os quaes, com o 3o juiz de paz, e
collegio foram distribuidus assim; grande numero de votantes se dirigiram para a
« Ao conselheiro de Estado Torres Homem 12 casa da camara municipal, onde se realisou a
« Ao Dr. Amaro 11 eleição sem defeito substancial, A secção diz sem
« Ao conselheiro Galvão II defeito substancial, porque uma irregularidade se
« Ao Dr. Oliveira 10 deu, a qual todavia nenhuma influencia teve no
« Ao coronel Galdino 10 processo eleitoral. Sendo 24 os eleitores da pa-
« Ao Dr. Raposo 8 rochia, outros tantos devem ser os supplentes.
O juiz de paz, porém,considerando erradamente
2.° Extremos. como taes todos os votados depois dos eleitores,
« Este collegio compõe-se dos eleitores das a todos convocou. Delles só compareceu um,
parochias de Extremoz è Touros, em i úmero de, cujo voto nada influiu, por isso que não decidia
57, a saber: da primeira 40 e da segunda 17. do resultado da eleição. Cinco cédulas se reco-
Compareceram sómente 49. lheram da turma dos supplentes, e cada um dos
« Nada ocaorreu de extraordinário nas elei- votados obtivera quatro votos. Nestes termos
ções primaria e secundaria, notando-se apenas a secção tem por boa a eleição da casa da
â falta a acta da orgiaisacão do collegio, contra camara.
a qual não appareceu reclamação. « Não pensa do mesmo modo a respeito da
eleição da matriz, embora presidida pelo 6» juiz
« Obtiverão votos; de paz. Ella está radicalmente viciada pela ex-
« Dr. Amaro 32 travagante composição da mesa parochial, onde
« Coronel Galdino 32 assentaram indivíduos não eleitos , além da ir-
a Dr. Oliveira 30 regularidade de não se declarar o numero de
<i Dr. Raposo 18 cédulas recebidas e os nomes dos que fal-
« Conselheiro Galvão .18 taram
« Conselheiro de Estado Torres Homem . 17 « Sendo este o juizo da secção sobre essas duas
eleições, já se vè qua ella não pôde aceitar o col-
3.° Mipihú. legio que se figura reunido na matriz, attenta a
« E' formado sómente cora os eleitores da mcuriahdade do saus elementos. Accresco que
parochia da ci ia le, que dá 28. Falta a acta da até soo torna duvidosa a sua existência ; porquan-
organisacão do collegio, contra a qual não ha to ; I , dizendo se instállada pelo Io juiz de paz-
reclamação. mostra se por documentos que este tinha pas'
sado a j arisdicção por doente ao 2"', o qual tam-
Obtiveram votos ; bém a passara ao 3° pelo mesmo motivo; 2.° affir-
« Dr. Amaro 21 manclo-se na acta da apuração que não houve
« Dr. Oliveira 20 cerimonia religiosa por falti dos necessários
« Coronel Galdino 20 preparativos, o vigário da freguezia attesta o
« Conselheiro de Estado Torres Hom im . 10 contrario.
« Conselheiro Galvão 7 « Admitte, porém, o collegio presidido por
« Dr. Raposo 6 Thomaz José de Moura por consideral-o menos
defeituoso na fôrma expedida.
4.° Papary. « Obtiveram votos neste collegio :
a Compõe-se dos eleitores da pnrochia da « Conselheiro de Estado Torres Homem .., 21
villa em numero de 21. Duis actas se apresen- « Conselheiro Galvão •... 24
tam, e segundo as informações prestadas á sec- « Dr. Rapozo 24
ção, d us collegios se figuram organisados por 5.° Canguaretama.
eleitores de duas eleições primarias, uma feita « Dão eleitores a este collegio a freguezia de
na matriz, presidida pelo juiz do paz mais vo- Goyaninha e da Penha, aquelía 12 o esta 24.
tado Francisco Fernandes Lima, e outra na casa « Duas actas apparecem de outras tantas re-
da camara municipal sob a presid meia do 3.° uniões, ambas na matriz, uma presidida por
juiz de paz, tenente-coronel Alexandre Frau- José da Costa Villar, outra por Felix Antonio
cisco de Oliveira. Da acta da installaçao da as- Ferreira de Almeida, cada uma composta de
sembléa parochial na matriz consta que alguns eleitores provenientes do eleições primarias
eleitores e supplentes, tendo tomado parte na duplicadas cm duas freguozias, como se paosa a
formação da mesa, recusaram assignal-a, sem mostrar.
motivo justo, mas na acta da eleição da casa da Freguesia de Goyaninha.
camara, e no protesto a!li transcrípto, se declara
que dera causa á recusa o f ;Cto extraordinário e « Uma eleição foi feita na matriz e presidida
monstruoso de tomarem assent), como mesa- pelo 20 juiz de paz do districto o capitão José
rios, não os eleitos, mas indivíduos diífe Pedro da Luz, no impedimento do mais votado ;
rentes. outra em casa de Antonio Euphrosino Barbalho,
« Houve reclamações desatteu lidas, seguindo- presidida pelo 2o juiz de paz do districto de Arez,
se tumulto favoneâdo pelo delegado de policia Pedro José de Mello.
SESSÃO EM 26 DE "MAIO DE 1869 239

« Na primeira, segundo suas actas, nada oc- « Entretanto, prosegue a acta, appareceu o de-
correu de extraordinário, que mer ça especial legado de policia Antonio Galdino da Cunha e
menção. Mas as actas da outra começam pela deu voz de prisão ao dito juiz de paz man-
transcripção de um protesto contra a interven- dando dispersar os cidadãos votantes sob pre-
ção das autoridades policiaes, e contra vicies texto de ser aquella reunião um ajuntamento
intrínsecos da eleição. O protesto é assim con- illicito. »
cebido : « Nestas palavras da acta está a origem da du-
« Organisada a mesa parochial sob a direcção plicata. Grave:- são as accusações feitas á eleição
do delegado de policia Antonio Galdino da Cu- da matriz—intervenção de autoridades policiaes
nha e seu irmão o padre João Jeronyo o da — prévio lançamento de cédulas na urna —re-
Cunha, que se tendo retirado, segundo afflr- cusa do exame desta—repulsa da transcripção do
maram, reappareceram hoje 15 do corrente de protesto.
ordem do governo, e não podendo obter o legi- «A intervenção policial faz-se crivei em pre-
timo triumpho diante da grande maioria dos sença das três cartas e do offlcio junto á me-
partidos contrários, fizeram depositar na urna, mória do presidente da camara apuradora. O
que mandaram buscar, com cédulas da chapa de lastro da urna, além da asseveração da acta e
sua parcialidade. Os abaixo assignados recla- protesto, se deduz do juramento das duas teste-
maram contra o procedimento irregular e cri munhas da justificarão eomecada arequerimento
minoso, rcquereram o exame da urna antes i ue de Antonio Euphrosino Barbalho.
nclla se depositassem as cédulas dos votantes, « A secção não pôde, á vista do que fica ex-
que fossem chamados, mas a mesa toda orga- posto, ter por boa a eleição da matriz. Não pôde
nisada sob as inspirações do sobredito delegado, tão pouco aceitar a da casa particular, que se diz
recusou-se a prurncher semelhante formalidade feita em espaço detempo insufficiente, se fossem
rccommendada pela lei, quo se tornava'tanto observadas as prescripções da lei.
mais necessária, quanto havia sciencia do de- « Contra a existência delia se pronunciam o
posito prévio das cem cédulas referidas. O me- vigário da freguezia e camara municipal em of-
sario padre João Jeronymo da Cunha, não se ficios dirigidos ao presidente da província, que
atrevendo a negar o ficto allegado, e menos de- affirmam não ter havido outra eleição senão a da
fender-se, disse em resposta ás reclamações dos matriz. E' certo, porém, que estas asserções são
abaixo assignados, que fosse n se queixar âo bispo, contrariadas por depoimentos de testemunhas
e que quando estivessem no poder fizessem a mesma naçustideação já citada.
cousq.
« Não podendo os abaixo assignados consentir Freguezia da Penha.
em que os votantes do seu partido concorressem
em uma eleição substancialmente viciada, «Uma eleição foi feita na matriz e presidida
sendo improfleuos os seus esforços diante das pelo juiz d s paz mais votado do quatriennio
ameaças e da prepotência da autoridade e da hndo, deis,
tenente coronel Manoel Salustiano de Me-
por tor sido annullada a eleição do actual
mesa,' protestaram e requereram que se inscre- e nao estar ainda approvada a segunda que sé
vesse o se.u protesto em uma das actas da mesma fez. Nella nada occorreu de extraordinário, mas
eleição. Isto, porém, lhes foi ainda negado, e
não tendo outro recurso senão reunir-se em as omittiram-se declarações importantes. Não se
sembléa parochial, convidaram os juizes de paz diz como se fizeram a 1« e 2« chamadas, e qual
deste districto para que na casa da camara mu- foi alista de qualificação que serviu. A apura-
nicipal se installasse a respectiva mesa, e- não dia de
ção 553 listas com 24 nomes figura-se feita no
18 de Setembro até ás 4 horas da tarde.
comparecendo nenhum dos quatro juizes convi-
dados, dirigiram-se ao districto de Arez que é « Outra eleição se diz feita em casa do tenente
mais vizinho, e convidaramo o 2o juiz de paz Pedro coronel José da Costa Villar, presidida pelo 3°
José de Mello na falta do I João Pegado d3 Si- juiz de paz alferes Cust jdio Rodrigues Ferreira
queira Cortez, que está ausente daquelle dis- Maia, na^ falta do 1° e 2.° As causas que deram
tricto, e comparecendo o mesmo 2° juiz de paz, origem á esta dupliçata são assim narradas em
em suas mãos depositaram o presente protesto um protesto transcripto na acta respectiva:
para que seja transcripto na acta da formação « Hoje pelas 9 horas da manhã dirigindo-se os
da mesa.» abaixo assignados para a igreja matriz, foi-lhes
« Transcripto este protesm continua a acta: vedada a marcha pelas autoridades policiaes e
commandantes da guarda nacional, que, acom-
« Em virtude do que dirigindo-se hontem (15 panhados por homens armados de granadeiras,
de Setembro do 18.67) á casa da camara muni- hajunetas, clavinotes e facas deponta, se haviam
cipal, achou-a invadida pelos agentes das auto- preparado de antemão para todas as scenas de
ridades, que vedaram o ingresso á quem quer sangue, ameaças e terror, como se propalava.
não fosse de^ua parcialidade. Nem poderam approximar-se da igreja, que se
« Então reuniu-se o povo na casa do cidadão conservava cercada desdè o amanhecer, e menos
Antonio Euphrosino Barbalho, e shideu ellejuiz ainda concorrer com o seu voto para a eleição de
de paz principio ao processo da organisação da eleitores, a qual não sabem os abaixo assignados
mesa. se se procedeu, ou nào,
30
0
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869

« Na impossibilidade de se apresentarem no da paz Manoel Machado de SanfAnna, e depois


corpo da igreja, e de verificar se fazia-se alli al- por Antonio Luciano da Costa Teixeira; outra
guma eleição, os abaixo assignados não querendo na casa de Luiz José Rodrigues Cajapió, por
deixar de dar seus votos, assim c mo a grande Manoel Guedes Ferreira, e antes pelo 2o juiz de
maioria dos votantes da parcialidade dos abaixo paz da freguezia de Santa Cruz José da Silva
assignados, que, não obstante as ameaças refe- Ferreira Na primeira concorreram eleitores da
ridas, se haviam reunido nesta villa" dirigi- freguezia de S. Bento com declaração de que em
ram-se aos diversos juizes de paz deste distrieto Santa Cruz não houvera eleição. °
para que viesse um installar a mesa parochial. « Deram eleitores a estes" dous collegios as
Mandando convidar o Io e 2°, e não compare- duas eleições primarias da freguezia de Santa
cendo nem um nem outro, convidaram o d» que Anna, outra em casa de João C .rrèa da Cunha
dirigindo-se á casa da camara com os abaixo as- pelo 2» juiz de paz de Santa Cruz, José da Silva
signados, e grande numero de votantes, achou-a Ferreira.
occupada pela gente armada, que negava alli, « A secção não aceita nenhuma destas elei-
como na matriz, a entrada a todos quantos se ções, e por conseqüência nem os collegies resul-
apresentaram. tantes delles pelas seguintes razões:
« Representaram o Io papel nestas scenas de « Nos papeis juntos não se encontra funda-
terror o subdelegado de policia tenente Manoel mento attendivel para a eleição da casa particu-
José Henriques Trigueiro, e o commandante in- lar, cuja existência aliás é contestada.
terino do batalhão, Pedro Paulo de Medeiros, ca- « Diz a acta respectiva que concluída a for-
pitão Joaquim do Araújo Mello, capitão José Joa- mação da mesa, tomando assento os membros
quim de Medeiros, tenente Manoel Quintino de delia, appareceu um grande grupo de homens
Medeiros e Manoel Francisco de Araújo, sendo os armados , capitaneados por Antonio Luciano da
guardas commandados por elles e as escoltas Costa Teixeira e coadjuvsdos pela autoridade
que em nome do governo dispersavam os cida- policial, Bento de Araújo Lima, os quaes com
dãos, os cidadãos votantes que não eram do seu grande vozeria invadiram a igreja, pondo-a de-
partido. baixo de cerco.
« Não podendo reunir se a assembléa paro- « Então retiraram-se o juiz de paz presidente,
chial nem na igreja, nem noo paço da camara eleitores e supplentes, deixando de assignar a
municipal, endereçou-se o 3 juiz de paz .. acta da installação da assembléa parochial. Os
para a casa do tenente-coronel José da Costa mesarios para escapar á fúria dos desordeiros,
Villar, que lhe foi franqueada, e ser dentro desta procuraram reunir-se no paço da camara muni-
villa; ahi procedendo-se na fôrma da lei, perante cipal, qne acharam também occupado com gente
elle protestaram os abaixo assignados, e pedem armada.
que seja o seu protesto inserido na acta da « Senhores assim da igreja e da casa da ca-
formação da mesa parochial. mara, os agentes da autoridade cm nome do go-
« A mesa foi organisada por cidadãos cha- verno declararam que não admittiam que nin-
mados pelo presidente na ausência de eleitores, guém alli votasse. Por onde resolveram os
de supplentes e de juizes de paz immediatos ao mesarios dar providencias legaes afim de conti-
presidente, sem declaração especial dos eleitos nuar no processo eleitoral. E como quer qu: o
por cada um dos cidadãos representantes das presidente juiz de paz tivesse desamparado o seu
respecüvas turmas, e tal é a redacção da acta ogar e chamado os eleitores que com elle des-
que ate parece ter sido a eleição feita pelos cida appareceram, os mesarios convidaram os outros
dãos e o juiz de paz conjunctamente. Não consta juizes de paz do distrieto, os quaes, não compa-
que a pessoa que serviu de escrivão prestasse recendo,tiveram de recorrer ao mais vizinho, da
juramento. freguezia de Santa Cruz, João da Silva Ferreira,
« Dosfactos expostos no protesto nenhuma que tomou assento e continuou o processo da
prova se apresenta. eleição. As asserções desta acta não se acham
« Não pôde portanto a secção julgar válida provadas como cumpre. A acta da outra eleição
esta eleição, contra a existência da qual se offe- nada diz a este respeito, e as informações do
recem os officios da camara municipal e do vigá- parocho e coadjuetor juntas ao ofiicio do presi-
rio da freguezia, que affirmam ter havido eleição dente da província negam a existência de eleição
sómente na matriz, nem pôde tão pouco aceitar que não sejam da matriz A secção não pôde
aquella pelos defeitos que enumerou. pois admittir semelhanta eleição. Não pôde tão
« Nestes termos os collegios eleitoraes de pouco aceitar a da matriz, porque nella não se
Canguaretama compostos dos eleitores destes guardou a fôrma legal.
freguezias não merecem approvaeão. « A chamada dos votantes, e a apuração dos
o
6 collegio de S. Bento. votos, não podiam ser feitas no espaço dê tempo
que as actas declaram, se fosse executado o art.
« Compõe-se o collegio desta villa de 34 eleito- 54 da lei. Sendo, como pensa a seccão, nullas as
res da freguezia de S. Bento, e 10 do de Santa eleições primarias da freguezia de S Bento,
Cruz ou Santa Rita. nullos serão os collegios compostos de seus elei-
« Apresentam-se actas de duas reuniões, uma tores. O presidido por Antonio Luciano da Costa
na matriz presidida interinamente pelo !• juiz Ferreira, onde figuram eleitores da freguezia de
SESSÃO Eüil 26 DE MAIO DE 1869 241

anno, embora não se houvesse reunido o conse-


Santa Rita tem ainda o defeito de que esses lho municipal de recurso, uma vez que se verifi-
eleitores não são producto de ele^So legitima cou não ter sido interposto recurso algum das
deve a sua existência, que e duvi ^osa a vista da deliberações da junta, segundo decidiu o presi-
acta do outro collegio. Nella nota-se o negmate dente da província.
não se declaram o numero de votos que obti- « Continuou o processo da eleição até que sen-
veram os eleitos para membros da mesa paro- do uma hora da tarde (diz a aeta) entrou o ls juiz
cliial. A l" cbamada se fez em 1(5 de Setembro. de paz, o Sr. João Carlos Wanderley, acompa-
A 2a em IX a 3a em 18, sendo 981 os qualificndos nhado de seu genro, o vigário da freguezia e mais
e a apuração de 884 listas com 10 nomes efifec-
tuou-se no dia 19. alguns cidadãos, em virtude do que o Sr. juiz de
«Entende portanto a secçaoque-os votos de paz presidente offereceu-lhe a presidência da
ambos os collegics não devem ser contados mesa, para que continuassem os trabalhos elei-
como legítimos. toraes. e não querendo elle aceitar esse tão regu ■
7o Assú. lar offerecimento, insistiu em querer organisar
uma outra mesa. o que não podendo conseguir
« Tres parochias fornecem eleitores a este col- levar a effeito pela falta de apoio que encontrou
legio, a do Assú 13, a de Angicos 17, ca de Cam- na grande massa de povo que marchava reunido
P0 G depositando já os seus votos na urna que estava
« Naultima houve uma só eleição priinaria, em sobre a mesa, retirou-se com os mesmos que o
cada uma das outras figuram-se duas. Daquella acompanhavam; o
rejeitada assim a presidência da
só vieram as aotas da installaçao d i assemb.ea mesa pelo I juiz de paz, continuou o mesmo Sr.
parochial e da apuração de votos, faltando a do juiz de paz presidente na chamada dos votantes,
recebimento das cédulas. Como, porem, nao hou- na fôrma começada, etc.
vesse reclamação em contrario, a secçao P'!0 re- « Fez se a 2» chamadas em 15 de Setembro
ieita a preaumpção de que o acto nao toi legal- e a 3a em 16, recolhendo-se 592 cédulas, e come-
mente praticado. Quanto ás outras duas paro- çando a apuração, que findou em 17. A outra
chias, consta dos papeis juntos o seguinte: eleição desta parochia foi feita no paço da cama-
Parochia da cidade. ra municipal pelas razões que a acta declara do
« Uma eleição fez-se na matriz e foi presidida seguinte modo:
pelo 1° juiz de paz do distiieto mais vizinho, o « Que tendo o 1° juiz de paz do districto João
maior Óvidio de Mello Montenegro Pessoa, na Carlos "Wanderley appareoido ás 9 horas da
falta dos juizes de paz do districto, que foram manhã na igreja matriz com o escrivão interino
chamados e não compareceram. A acta narra as o grande numero de cidadãos qualificados para
sim os accidentes desta eleição; organisar a mesa parochial, encontrou dentro da
« Sendo iá 11 horas da manhã e nao compare- mesma matriz já organisada uma outra mesa
cendo o juiz de paz mais votado do districto da presidida pelo juiz de paz da Yarzea do municí-
matriz, o cidadão João Carlos Wanderley, nem pio de Santa Anna de Mattos Ovidio de Mello
algum dos seus supplentes, resolveram os elei- Montenegro Pessoa, e postada ahi uma força da
tores e supplentes mandar pelo official de justiça guarda naeioml de ordem do delegado de policia
do juizo de paz desta cidade, Vicente Ferreira o capitão Thomaz José de Sena, a qual já havia
Lins, que presente se achava, eoo.vidar ao dito posto um assedio á igreja matriz desde a noute
1» juiz de paz para presidir a mesa joarochid, e do dia antecedente, e violentado pelas 11 horas
respondendo este que estava empachalo, man- da noute as portas da mesma igreja. Efazendo o
daram convidar ao 3' oo coronel Manoel Luiz mesmo juiz de paz perante aquella mesa consi-
Wanderlcy, por es! ar o 2 , o tenente coronel João derações no sentido de demonstrar a irregula-
Carlos de Carvalho, na freguezia de S inti Anna ridade de sua reunião e composição, passou a
de Mattos, respondeu que não comparecia, pelo organisar a mesa legal no corpo da mesma
que mandaram convidar o 4o o juiz de paz capi- igreja matriz, o que lhe foi obstado pelo referido
tão João B iptista Ferreira do Carvalho, o qual delegado, o qual declarou em altas vozes que
respondeu que não comparecia por não ser de não consentia alli alguma outra reunião, e que
tripeça, como tudo certificou o mesmo official de tomava a responsabilidade do seu acto : em con-
justiça, em virtude do q-e constando aos mes- seqüência do que se dirigira o mesmo juiz de
mos eleitores o supplentes aohar-se nesta cidadeo paz, e povo ao paço da camara municipal para
o major Ovidio de Mello Montenegro Pessoa, I onde foram convocados por edital tanto os elei-
juiz do paz do districto mais vizinho, oo manda tores e supplentes como os cidadãos qualifica-
ram convidar, como prescreve o art. 4 das ins dos nesta freguezia.
trucções annoxas ao aviso de 28 de Juuho de « Não comparecendo nenhum eleitor nem sup-
1849 e aviso de 6 de Janeiro do 1861, e aceitando plente, organisou-se a mesa pelo modo deter-
este, compareceu ao meio dia, e tomando assento minado no decreto n. 1812 de 23 de Agosto
no tono da mesa, procedeu nos termos da lei. de 1856.
« Organisou-se a mesa regularmente, e no « Não consta que fosse j uramentado o escrivão
mesmo dia começou o recebimento das cédulas, interino Innocencio Francisco da Costa.
sendo feita a chamada pela qualificação deste « Organisou se a mesa, no dia 15 come cou a
242 SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869

1* chamada e se concluiu a 16 ; fez-se a 31 em 17 « Contra ella, porém, estão dous documentos,


e recolheram-se 681 cédulas com 13 nomes, que enviados pelo presidente da provincia. ü Dr. juiz
foram apuradr s no dia 18. de direito Luiz Gonzaga de Brito Guerra, em
« As actas narram os factos, segundo o inte- oflieio de 26 de Dezembro de 1867, diz que nos
resse de cada uma das parcialiadades. Onde dias 19 e 20 de Setembro ultimo, em ambos os
está a verdade t Difflcil (ás vezes impossível) é quaes elle presidiu a sessão do jury no salão da
achal-a em negocios eleitoraes, sendo as provas camara municipal da villa de Angicos, quo é na
exhibidas quasi sempre por pessoas suspeitas. cadêa publica , não se procedeu naquelle edi-
« A favor da eleição da casa da camara estão fleio, ou casa da camara, eleição alguma para
os officios da câmara municipal e do vigário da eleitores especiaes, e accrescenta—chegando eu,
freguezia confirmando as asserções da acta res- porém, áquella villa pela tarde do dia 18 de Se-
pectiva. tembro, talvez pelas seis horas pouco mais ou
« Auxiliam-na também os documentos juntos menos, referiu-se me geralmente que naquella
ao officio do delegado de policia Thomaz José de parochia fizeram as parcialidades políticas duas
Sena. De todas essas peças o qu ? a secção deduz eleições, a que se acabava de proceder, tendo uma
com segurança é que nâ matriz fez-se uma elei- logar na matriz e outra na casa da camara mu-
ção presidida por autoridade incompetente. nicipal.
« A causa justificativa deste procedimento « A camara municipal, em officio de i de Ja-
não está demonstrada, como cumpria visto que o neiro ultimo, diz ao presidente da provincia quo
juiz de paz mais votado compareceu e não ó li- não houve eleição nenhuma no dia 15 de Setem-
quido que lhe fosse offerecida a presidência, bro e seguintes no edifleio, que até se achava
antes é provável o contrario, quando consta que fechado na ordem do costume, sendo tão sómen-
lhe fôra vedada a entrada na igreja. Não é pois te aberto nos dias 19 e 20 para as sessões do jury
absurda acquieseencia ao recurso de que o mes- Assim, que ambas as eleições são arguídas de
mo juiz de paz lançou mão, fundado em dispo- falsas; mas as pvovas-não sã) perfeitas e em todo
sições de instrucções eleitoraes, e autorisado o ponto concludentes.
por precedentes das camaras 1 gislativaspara não
ficar grande numero do cidadãos privados do Campo Grande.
uso de seu direito, não querendo aliás cooperar « Desta parochia foram presentes á sccção
para consummação de um acto evidentemente sómonte as actas da installação da assembléa
nullo. ,
parochial e da apuração dos votos. Nellas não
Parochia de Angicos. occorreu successo algum extraordinário, mas a
falta da acta do-recebimento das cédulas nas
tres chamadas é grave, e a secção não pôde sem
« Uma eleição foi feita na matriz e presidida ellasajuizar da eleição.
pelo l" juiz de" paz do quatriennio findo Vicente
Ferreira Xavier da Cruz, conforme as retas da Collegio eleitoral.
installação da assombléa parochial,da 1* chamadaa
e da apuração, faltando as indispensaveies da 2 « Apresentam-se actas da dous collegios reu-
e 3a chamaâas. nidos na matriz do Assú, Um installado pelo
« Os documentos juntos-á memória do presi- juiz de paz mais vizinho Vicente Ferreira Xavier
dente da camara apuradora arguem de falsa esta da Cruz e presidido pelo capitão Luiz Francisco
eleiçãol porque a matriz achava-se em obras; de Araújo. Picado, composto dos eleitores das
não podia ella fazer-^e alli. Mas o vigário Felix freguezias da cidade do Assú o de Angicos, pro-
Alves do Souza contradiz esses documentos em venientes das eleições primarias feitas nas ma-
officio dirigido ao presidente da provincia, afir- trizes ; outro installado pelo 1» juiz de paz do
mando que a igreja, salvo um peq .eno andaime Assú, João Carlos Wanderley, e presidido pelo
que existia em torno de um púlpito, não tinh i padre José do Mattos Silva, composto dos elei-
na nave e corredores materiaes que impedissem tores provenientes das eleições primarias, feitas
a marcha do processo eleitoral. na casa da camara municipal, e dos da fregue-
« Este vigário é acoimado de pouco escrupu- zia de Campo Grande.
loso em seus attestados pelo juramento das tes- « Da acta do 1° destes collegios collige se que
temunhas de uma justificação aqui junta. se fez essa duplicata porque o l" juiz deI, paz
« Outra eleição se diz effectuada na casa da Wanderley chamara para organisação do 2 col-
camara municipal, pelo embaraço da matriz, legio, como eleitores indivíduos que o não eram,
e presidida pelo 2° juiz de paz do quatriennio das parochias do Campo Grande e de An-
findo, Alexandre Avelino da Costa Martins, por gicos.
não comparecer o l", e a mesa foi organisada « O primeiro não deve subsistir porque ;
pelos supplentes do juiz de paz, por não estarem 1° o motivo allegado para a separação não é suf-
presentes nem eleitores nem supplentes. O de- ficiente; 2° porque foi presidido por autoridade
poimento de tres testemunhas, uma certidão da incompetente, estando presente no logar o juiz
camara municipal e um attestado do presidente de paz mais votado, até em trabalhos eleitoraes,
desta sustentam a existência desta eleição, como e não se provando que todos os outros do dis-
a expõe a acta respectiva. tricto estivessem impedidos.
SESSÃO EM 26 ÜE MAIO DE 1869 243

« O segundo tem o defeitoMe não contar como receu-lhe a presidência que occupava, mas este
foi organmdj, havendo a accusação de o ter recusou aceiWl-a de um modo inconveniente, como
sido illegalmente. Todavia a secçâo inclina se se exprime na acta.
a aceital-o como menos defeituoso, faltando pro- « O mesmo presidente pediu providencias ao
vas de accusação. subdelegado eth exercício, que não as deu. Os
« Obtiveram votos os Srs.: turbulentos, porém, vendo a firmeza dos cida-
Conselheiro Galvão 37 dãos amigos da ordem, promptos a repellir o as-
Conselheiro de Estado Torres Homem. . 36 salto, -evacuaram o corpo da igreja; restabele-
Dr. Raposo 33 ceu-se a ordem e continuou o processo eleitoral
Dr. Amaro o 6 até o dia 17
8 Sant'Anm de Mattos. « Cumpre investigar se houve as duas eleições,
« Dous collegios se apresentam com este conforme as actas, e neste caso qual é a legi-
nome, reunidos na casa da camara municipal, tima, ou se houve uma só eleição regular ou
um installado pelo Io juiz de paz da parochia, irregular.
capitão Hermenegildo Pinheiro de Vasconcellos Os documentos que foram presentps ú secção,
e presidido pelo commandante superior Manoel além das actas, são os seguintes; 1.° attestaAos
de Mello Montenegro Pessoa, e outro installado do ooadjutor padre João Manoel de Carvalho, e
pelo <2° juiz de paz mais vizinho do districto da do bacharel LuizAntonio Ferreira Souto Júnior,
matriz da cidade do Assú, tenente-coaonel José membro da assembléa provincial; 2.» um offlcio
Carlos de Carvalho, e presidido por Antonio do vigário padre João Theot nio de Souza e
Rodrigues Baracho. Silva, dirigido ao presidente da província. Aquel-
« São elles compostos d s eleitores proveni- ies affirraam ter havido sómente a eleição pre-
entes de duas eleições primarias, que se ofigu- sidida pelo 2.° juiz de paz do Assú. O vigário,
ram feitas na matriz, uma presidida0 pelo I juiz porém, informa que ihe constava terem figurado
de paz da parochia, outra pelo 2 juizdepaz na parochia duas turmas de eleitores, uma pro-
mais vizinho. cedente da eleição presidida pelo 1.° juiz de paz
«As actas da eleição do l0 juiz de paz nada do districto, outra por uma çutra eleição, e que
dizem que indique a existência de outra. Attes- dizem ter sido presidida pelo 3.° juiz de paz do
tam que no dia 15 de Setembro designado pelo districto do Assú. »
presidente da província, compareceu na igreja « Apresentando-se as turmas dos mesmos elei-
matriz ás 9 horas da manhã o dito juiz de paz tores, continúao vigário,acompanhadas de força
com 16 eleitores e outros tantos supplentes, or- para se hostilisarem, resultou que os eleitores
ganisou regularmente a mesa e fez a eleição que presididos pelo 1° juiz do paz do districto eífec-
terminou a 17. Não fazem menção dos acciden- tuaram o seu collegio na casa da camara muni-
tes contados nas actas da outra eleição presidida cipal desta villa, os outros reuniram-se em casa
pelo 2o juiz de paz mais vizinho, e que parecem particular; deixando de reunir-se na igreja ma-
ser a origem da duplicata. triz, porque achando se o espirito de opposição
« Referem estas que no dia designado reuni- de tal forma ateado entro os partidos que ameaça
dos na igreja matriz os eleitores supplentes, e com aspecto pernicioso a ordem, e a tranqüili-
grande numero de cidadãos qualificados, não dade publica, e contra esse estado de conflagra-
tendo até ás 11 horas comparecido o Io, 2o e 3o ção convinha adoptar alguma providencia, ainda
juizes de paz, únicos juramentados, e achan- mesmo na ordem particular, porque funceiona-
do-se presente o 2" juiz de paz mais vizinho, do rios públicos não dispunham da necessária força
districto da matriz da cidade do Assú, tenente- para que conseguissem a repressão de qualquer
coronel José Carlos de Carvalho, assumira este motim que parecia aproximár-se, intervim eu
a presidência do aeto, começando por nomear neste negocio offerccsndo aos chefes das turmas
para esctivão a Antonio Getulio Ferreira Souto, políticas, que se apresentaram, o facto de não
por não estar presente o escrivão do juiz de paz, occuparem o recinto da matriz para que se não
que é o mesmo do subdelegado, e passando a agitasse o coflicto de opposição, que se apresen-
orgaoisar a mesa com dous eleitores e dous sup- tava sob um vulto de grande perigo, visto que o
plentes que unicamente compareceram, prose- maior empenho, que hoje dominava era celebrar
guiu nos trabalhos até que já começada a Ia cha- o seu acto dentro da matriz com o sello de sua
mada, á 1 hora da tarde, appareceram, com o legalidade.
subdelejcuiçlo de policia em exercício João Fran- « Concordaram todos nesta minha proposição,
cisco Uihôa Costa, homens armados com facas e e foi es*a razão que os determinou a fanccionar
cacetes de jurema verde, capitaneados pelo com- em casas diversas, única providencia que em
mandante superior Manoel de Mello Montenegro pircceu capaz de sanar os effeitos de extrema
Pessoa, e o ex-subdelegado Juvenal de Macedo exaltação do que se achavam possuídos, etc. »
Cabral, que mais de uma vez ameaçou com uma « Os documentos não tiram toda a duvida
pistola ao iriesario Francisco Martins de Oliveira mas a secção na hypothese de duas eleições, da-
Barros. ria preferencia á do primeiro juiz de paz pelas
« Nesta occasião o presidente da eleição des- seguintes razões : 1» competência do presidente
cobrindo entre os turbulentos o 2» juiz de paz d«, 2' concurso da quasi totalidade dos eleitores c
parochia o tenente João Casimiro de Souza, ofíè- supplentes para a formação da mesa,
M4 SESSÃO EM m DE MAIO DE 1869

« O que não obstante a secção não se atreve se guardassem a fôrma da lei, apurando em um
a dar por boa essa eleição : âs actas mostram só dia 1,072 listas com 21 nomes.
que não foi observada a lei nas phases impor- « Não pôde .-onseguintemente vigorar o col-
tantes da chamada e da apuração. legio, composto de eleitores procedentes desta
« Installou-se a assembléa parochial no dia 15 ehdção.
ás 9 horas da manhã,a e fizeram-se a Ia e 2a cha-
madas, a 16 fez se a 3 e começou a apuração de 11.° Acary.
587 cédulas com 21 nomes, qué findou em 17. « Não consta como foi organisado o collegio,
« E' muito curto espaço para tanto trabalho, que se compõe dos eleitoies das freguezias do
seguindo-se a fôrma da lei. Acary e Jardim, em numero de 33, a saber, 17
« A outra eleição não merece tão pouco appro- da primeira e 16 da segunda.
yação da secção. Foi presidida por autoridade « A respeito do processo da votação, a acta é
imeompetente—o juiz de paz mais vizinho—som lacônica e defectiva. Não declara s'e a acta foi
prova de impedimento de todos os do districto, transcnpta no livro das notas, nem se o papel
estando até um delles—o mais votado—presi- das cédulas foi fornecido pela mesa.
dindo a eleição na mesma igreja. Além disso in- « Quanto á eleição aprimaria da freguezia da
correu na irregularidade da outra. No dia 15 ás villa, falta
a
a acta d i I e 2a chamadas; mas da
11 horas da manhã, começaram os trabalhos, a acta da 3 , do dia 17, se eollige, que foram am-
16 fez-se a Ia e 2a chamadas de 931 votantes, em bas a 10,e que então se recolheram 800 listas que
17 procedeu-se á 3a chamada, contaram-se e em- se apuraram do dia 18.
massaram-se 702 cédulas com 21 nomes o deu-se « Não consta qual a qualificação que serviu.
principio á sua apuração, que se concluiu a 18. « Na organisação da mesa não se diz quantas
« Os dous collegios formados com eleitores, cédulas dos eleitores e quantas dos supplentes
filhos de taes eleições primarias, não podem ser se acharam na urna.
considerados legítimos pela secção. « Na freguezia do Jardim, além da confusão na
redacção da acta, deram-se alguns dos defeitos
9° Macáo. que ficam notados na outra eleição.
« Não consta como foi organisado este colle- « Consta da acta da apuração que o presi-
gio, mas a respeito delle nenhuma reclamação dente da eleição apresentara um protesto assig-
apparcce que taxo de viciosa a orgsnisaeao. nado por vários cidadãos que a mesa não aceitou
« Cuintudo não está em tomos do ser appro- por ser inexacto e exagerado.
vada a sua votação, pelo defeito da eleição pri- » A secção entende que não sendo substan-
maria da fregueziada villa, cujos eleitores con- ciaes os defeitos notados, e não havendo denun-
stituem o collegio. Este defeito consiste na pre- cia ou representação de fraude, a eleição pôde
sumpção de fraudo, que transluz da acta da 3" ser approvada.
chamada. Ala se nota que não houve regulari- « Obtiveram votos os Srs.:
dade nas chamadas. Diz a certi lão da acta:— « Dr. Amaro
« Certitico que estão descriptos por extenso os no- « Dr. Oliveira . 23
mes de quatrocentos e cincoenta cidadãos,edepois « Coronel Galdino . 21
desses nomes segue a acta na oração seguinte ; o K Conselheiro de Estado Torres Homem . 11
mais alguns poucos nomes de cidadãos que pela « Conselheiro Galvão . 10
cvnfuaão das listas deixam de ser enumerados (( Dr. Raposo . 2
por extenso.»
« A confusão das listas que não permittiu a 12» imperatriz.
transoripção de todos os nomes dos votantes, « Compõe-se este collegio dos eleitores das
que não compareceram, revela a imperfeição do parochias da Imperatriz, Patú e Porto Alegre; a
trabalho. Este collegio é composto de 20 elei- I dá 15 eleitores, a2a 13, e a3a 12.
a
tores.
« Na eleição primaria da parochia da Impera-
10' Villa do Príncipe. triz, presidida pelo 4» juiz de paz, no impedi-
mento dos outros, deram-se as seguintes irre-
« Compõe-se o collegio dos eleitores das fre- gularidades.
guezias da villa, que dá 21, e da Serra Negra, « Não comparecendo no d:a 17 por incommo-
que dá 6 : ao todo 27. dados dous mesarios, o presidente por si só
« Não consta como foi constituído por faltar a nomeou quem os substituísse devendo tal sub-
acta da organisação.Nada apuração nota-se que stituição ser feita por votação da mesa.
não sc declarou ter havido transcripção no « (/acto da apuração não foi praticado na fôr-
livro dotabsllião ma da lei; se o fôra não era possível que 901
« Quanto á eleição primaria, só foram pre- cédulas, com 15 nomes, fossem apuradas em
sentes á secção as actas da freguezia da villa, um dia.
não as da Serra Negra, cujos eleitores figuraram « A eleição da parochia do Patú, presidida pelo
também no collegio. 2» juiz de" paz Cosme Damião Leite Pinto, no
« Esta eleição não pôde subsistir no conceito .impedimento do mais votado, figura-se feita em
da secção, por ser impossível que na apuração dous dias.
SESSÃO EM 26 DE MAIO DE 1869 245
« A 15 organisou-se a mesa parochial e foram m Seguem:
feitas a Ia e 2' chamadas: a 1(5 realisou-se a 3* Dr. Eapozo 107
e a apuração de votos em 115listas com 13 no- Dr. Oliveira 105
mes. Não"consta que a 3a chamada fosse annun- Coronel Galdino 103
ciada comas solemnidades prescripta na lei.
« Da eleição de Porto Alegre é a acta imper- a A secção confessa que este resultado não é
feita e de um laconismo inadmissível. Não dá livre de objecções, mas é o que ella pôde com
conta circumetanciada do modo como fôra orga- probabilidade conseguir.
nisada a mesa. Não se escreveram os nomes « Duvidas sérias lhe occorreram principal-
dos que faltaram. São 63'J os qualificados, dos mente sobre os collegios de Aoary e db Assú.
quaes compareceram 126. Fez toda a eleição em Documentos podem haver que façam alterar a
dous dias. 15 e 16. lista tríplice, mas por ora não lhe foram apre-
« Na organisação do collegio, o processo da sentados.
eleição secundaria, não houve irregularidade, « A' vista do exposto é a secção de parecer
mr s* sendo illegaes os eleitores que o constituí- que a lista apresentada está no"caso de servir
ram, a secção não pôde aceitar sua eleição. de base á escolha.
« Depois de concluído este parecer a seccâo
13,a Pão do Ferres. recebeu uma representação do Dr. Amaro Car-
neiro Bezerra Cavalcanti, acompanhada de 47
« Este collegio consta só dos eleitores da fre- documentos que examinou; mas não obteve
guezia deste nome, que são 30. O traslado de com este auxilio solução das duvidas; perma-
suas actas tem a falta do concerto do escrivão, necendo por isso na opinião enunciada.
da camara ou tacellião. a Este é o parecer que a secção respeitosa-
« Não obstante, porém, este único defeito, to mente leva ao conhecimento dê Vossa Mages-
davia sufHciente para não serem apurados os « tade Imperial.
votos deste coilegio pela camara,ha vicio radical n Sala das conferências da secção dos negocios
na eleição primaria. do Império do conselho de Estado, em 16 de
« Gemo é possível que 1,473 listas com 30 no- Março de 1868.
mes fossem apuradas em dous dias— 10 e 20 de « Estava rubricado pelos Srs. conselheiros de
Setembro—se fosse guardada a forma da lei ? Estado visconde de Sapucahy, Souza Franco e
14.a Apody. marquez de Olinda. »
A' vista do exposto ó a commissão de parecer
« Tres são as freguezias que fornecem eleito- que seja appiovada a eleição de que se trata, e
res a este collegio; — a de Apody, a de Caraúba conseguintemente reconhecido senador do Im-
e a de Mossoió, a primeira contribua com 12, a pério o Sr. conselheiro Francisco de Salles Tor-
segunda com 6 e a terceira com 16. res Homem.
« As actas attestam a regularidade da eleição Phço do senado, 26 de Maio de 1869 —Visconde
do collegio. de Sapucahy.—Alai quez de Olinda.—Barão das Tres
« Quanto ás freguezias, na de Apody não se Barras.—Foi a imprimir.
escreveram os nomes dos votantes que faltaram; Esgotada a matéria da ordem do dia, o Sr.
na de Caraúba nada ha que notar; na de Mos- presidente deu para a de 28 do corrente:
soró, somente o silencio sobre a lista que serviu Votação sobre as proposições, e a indicação,
para a chamada. cuja discussão ficou encerrada.
« Não havendo protesto ou reclamação, que
aceuse de fraudulentas estas irregularidades, a Discussão do parecer da commissão de consti-
secção entende que a eleição deve subsistir. tuição, sobre a eleição da província do Rio-
« Obtiveram votos os Srs. : Grande do Norte, em virtude da qual foi nomea-
do senador do Império, o Sr. conselheiro Fran-
« Dr. Amaro 32 cisco de Salles Torres Homem.
«Dr. Oliveira ! 22 Havendo tempo, trabalhos de commissSes.
. «Galdino (coronel) . 20 Levantou-se a sessão á 1 3/4 hora da tarde.
«Dr. ilapozo 13
« Conselheiro de Estado Torres Homem. 8
« Conselheiro Galvão 4
Conclusão. ACTA DE 28 DE MAIO DE 1869,
« Na hypothese de serem attendidas as obser- PRESIDÊNCIA DO SR VISCONDE DE AKAETE'.
vaçóes da secção, a lista tríplice, apresentada
pela camara municipal apuradora, terá cs mes- A's 11 horas da manhã fez-se a chamada e
mos nomes e nos mesmos logares, mas com acharam-se presentes vinte e nove Srs. senado-
muito reduzido numero de votos, como se vê do res, a saber; visconde de Abaeté, Almeida e Al-
seguinte apanhamento: buquerque, Jobim, Dias Vieira, Pompeu, barão
das Tres Barras, Nabuco, Mafra, Diniz, Carneiro
Dr. Amaro. 136 de Campos, Chichorro, Fonseca, Souza Queiroz
Conselheiro de Estado Torres Homem 118 Firmmo barão de S. Lourenço, Nunes GoncaD
Conselheiro Galvão ... 111 ves, Mendes dos Santos, barão do Rio Grande,
m SESSÃO EM 29 DE MAIO DE 1869

marquez de Olinda, Teixeira de Souza, Zaca- marquez de Olinda, Firmino, Furtado, Souza
rias, barão deAntonina. visconde de Suassuna, Queiroz, Dias de Carvalho, barão de S. Louren-
barão de Muritiba, Silveira da Motta, Dias de ço, Oeiaviano, barão de Pirapama, Zacarias,
Carvalho, visconde de Itaborahy, Ottoni e barão Fernandes Torres, barão de Muritiba, Mendes
de Itaúna. dos Santos, Sinimbú, visconde de Itaborahy,
Deixaram de comparecer com causa partici barão de Itaúna, Nabuco, visconde de Sapucaiiy,
pada os Srs. barão do Bom Retiro, duque de barão de Cotegipe, e Paranaguá
Caxias, Paula Pessoa, Paranhos, visconde de Deixaram de comparecer com causa participa-
Sapucahy e barão de Cotegipe. da os Srs. duque de Caxias, Mafra, Paula Pes-
Deixaram de comparecer sem causa partici- soa, Paranhos e visconde de Jequitinhonha.
pada os Srs. Dantas, barão de Maroim, barão de Deixaram de comparecer sem causa participa-
Pirapama, Souza Franco, conde da Boa Vista, da os Srs. barão de Maroim, conde da Boa Vista
Furtado, Octaviano, Paranaguá, Sinimbú, Fer- e Silveira da Motta.
nandes Torres, visconde de Jequitinhonha e O Sr. pres.dente abriu a sessão.
visconde de S. Vicente. Leram-se as actas de 26 e 28 do corrente, e não
O Sr. presidente declarou que não havia ses- havendo quem sobre ellas fizesse observações,
são por lalta de numero legal, mas que ia dar- foram approvadas.
se conta do expediente que se achava sobre a O Sr. Io secretario deu conta do seguinte
mesa.. o expediente
O Sr. I secretario deu conta de um ofíicio EXPE.DIENTE.
datado de hoje do Sr. visconde de Sapucahy,
communicando que, por incommodo de pessoa Duas cartas imperiaes, datadas de 25 do cor-
de sua família, não podia comparecer á sessão rente, nomeando senadores do Império: pela
de hoje.—Inteirado. província da Parahyba do Norte, o Sr. barão de
O Sr. presidente convidou os Srs. senadores Mamanguape; e pela de Pernambuco, o Sr. vis-
para se occuparem com os trabalhos das com- conde de Camaragibe. — Foram remettidas á
missões, e declarou que a ordem do dia para commissâo de constituição para dar parecer com
29 era a mesma já designada. urgência.
Oito officios datados, quatro de 25 do corrente
e quatro de 26, do 1° secretario da camara dos
Srs. deputados, remettendo as seguintes pro-
IO.1 Sessão posições :
EM 29 DE MAIO DE 18G9, A' assembléa geral resolve:
Art. 1.° Ficam approvadas as seguintes pen-
PUESIOENCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETE' sões diarias concedidas pelos decretos de 11
Summafio.—Expediente.—Cartisimpemes de Janeiro de 18,68: de 400 rs. ao soldado do 23
nomeando senadores aos Srs. barão de Maman- corpo de voluntários da patria João Baptista
guape e visconde de Camaragihe.— Officios do Alonzo, de 500 rs. ao anspeçada do 5» batalhão
1° secretario da camara dos deputados, re- de infantaria Ascanio Antonio Pires, e ao cabo
mettendo oito proposiçães.—Ordem do dta — de esquadra reformado Jesuino Paulo Bispo.
Discussão da proposição da outra camara Art. 2.° Estas pensões serão pagas desde a
sobre a irmandade das almas da íreguezia de data dos decretos que as concederam.
S. Doureneo da Matta, de Pernambuco.—Re- Art. 3.° Ficam revogadas as disposições em
querimento do Sr. senador Dantas.—Discus- contrario.
são de outra proposição da mesma camara, Paço da camara dos deputados, em 25 de
relativa a antigüidade "dos magistrados.—Vo- Maio de 1869.— Visconde de Camaragibe, presi-
ta ão de outras proposições sobre estudante-'. dente.—Bío^o Velho Cavalcanti de Albuquerque,
—Requ rimentos do Sr. senador Octaviano Io secretario.—Joaquim Pires Machado Portella,
sobre as proposições relativas aos estudantes 2° secretario. i
Cutrim e Boriar.—Rejeição de outras propo- Assembléa geral resolve:
sições no mesmo sentido.—Discussão do pa- Art. I.0 Ficam approvadas as seguintes pen-
recer da commissâo de verificação de poderes sões mensaeír, concedidas pelos decretos de 8 de
sobre a tleição do Sr. Salles Torres Homem Janeiro de 1868: de 24$ som prejuízo do meio
para senador.—Discurso e emenda do Sr. Za- soldo que lhe competir, a D. Mariana da Rc-
carias.—Emenda do Sr. senador Fonseca. surreição Vieira, viuva do alferes da companhia
A'S onze horas da manhã acharam-se presen- fixa dê Sergipe e tenente de commissâo Fran-
tes trinta e nove Srs. senadores, a saber : vis- cisco Severiano Benicio de Carvalho; de 3'é)J a D.
conde de Abaeté, Almeida e Albuquerque, Jo- Joaquina Rodrigues Maia Fhlho, viuva do al-
bim, Dias Vieira, Pompeu, barão das TresBir feres do 45 corpo de voluntários da patria,
ras, Carneiro de Campos, Diniz, Ottoni, Teixeira Francisco da Silva Fialho; de '.W# a D. Ernestina
de Souza, visconde de S. Viconte, Chichorro, Hennqueta Muniz Bahienso, viuva do alfaresdo
Nunes Gonçalves, Dantas, barão do Bom Retiro, 54 dito José Diocleciano Martins Bahiense.
visconde dé Suassuna, barão do Rio Grande, Art. 2.° Estas pensões serão pagas desde a
Souza Franco, Fonseca, barão de Antonina, data djs decretos que as concederam.
SESSÃO EM 29 DE MAIO DE 1869 247

Art. 3 0 Eevogam í-e as disposições em con- A assembléa geral tesolve:


trario. « Ar. 1." Ficam approvadas as seguintes pen-
Paço da camara dos deputados, era 25 de Maio sões concedidas pelos decretos de 4 de Janeiro
de ltí69. — Piscor/dc de Camaragibe, presidente.— de 1868: de 400 rs. diários aos soldados do 12
Diogo Velho Cavalcanti de A iftuçuerçí/e,!'secreta rio. batalhão de infantaria Antonio de Jesus, do Si.
—Joaquim Pires Machado Portclla, 2o secretario. corpo de voluntários da patria José Yeira dos
A assembléa
0
geral resolve: Santos, do 52 dito Clementino Fernandes Bahi».,
Art. I. Ficam approvadas as seguintes pen- e ao soldado reformado Julião Antonio da Silva
sões : Corrêa; de 15jJ mensaes a D. Anna Maria dos
§ 1.° Pensões dia ias concedidas por decreto Santos Pinto, mãe do cabo dc esquadra do 12
de 0 de Novembro de 18G7; de 400 rs. diários aos corpo de voluntários da patria Alexandre An-
soldados do 10° corpo de cavallana da guarda tonio Pinto.
nacional do oRio Grande do Sul a José Cândido da « Art. 2." Estas pensões serão pagas desde a
Rocha, do 2 regimento de cavallaria ligeira Pe- data dos decretos que as concederam.
dro Antonio de Oliveira, do 53 corpo de volu - « Art. J." Revogam-se as disposições em con-
tarios da patria José Francisco da Silva, do 39 trario. '
dito Luiz Carvalho da Cunha, do 38 dito José « Pa"0 da camara dos deputados, em 25 de
Clemente de Moura, do 31 dito Antonio Narciso, Maio de 186.'.— Visconde de Camaragibe, presi-
do 27 dito Antonio José da Cunha e Antonio dente —Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1°
Ribeiro da Cunha, do 25 ditoGregorio Joaquim secretario.—Joaquim Pdres Machado Portella, 2"
da Silva, do 20 dito José Bernardino de Souza, secretario.»
do 15 dito José Leonel de Souza, uo 2° bata- A asnemhléa geral resolve :
lhão0 de infantaria Manoel dos Anjos de Souza, Art. I.0 Picam approvadas as pensões con-
do G dito João Sabino do Nascimento, do 10 cedidas por decretos de 22 de Fevereiro de 1888,
dito João Sabino dos Santos, Augusto Aquino a saber:
Brandão eFranciscoPereiradaSilva, do 13 dito Pensões diarias: do 600 rs. ao 1° cadete 1° sar-
João Antonio dos Santos, do 1G dito Benedicto gento do 37 corpo de voluntários oda patria Ro-
Marceliino e Luiz Rodrigues de Oliveira ao vo- zendo Garcia Rosa, ao 2° cadete I sargento do
luntário da patria addido ao asylo da inválidos 2a batalhão de infantaria Francisco Jose Couto;
da côrte Joã^ Gonçalves dos Sahtos, e ao 2» ca- 1e 500 rs.: aos cabos do 13 corpo de cavallaria
dete do 21 corpo de voluntários da patria Fir- da guarda nacional do Rio Grande do Sul Bene-
mino Jc sé Custodio de Oliveira; de 500 rs. ao venuto Acacio Torres, do 37 corpo do voluntá-
forriel do *39 corpo de voluntarirs da patria rios da patria Cândido José da Silva,Mo 29 dito
Saturnino de Araújo Rego, ao cabo do esquadra Pedro Joaquim da Cunha, do 14 corpo de caça-
doSõdito João Venancio Maria, aos anspeçadas dores a cavallo dc voluntários da patria lívarist >
do 32 dito Quirino Pereira de Carvalho, 0*0 12 Soares de Oliveira, e aos anspeçadas do 5° bata-
batalhão de infantaria Firmino Jo=é dos Santos, lhão de infantaria José Evaristo Pires, do 48
e do 4o dito Joaquim Pinto Ferreira da Costa; corpo de voiuntrrios 0
da patria João Baptista
de (300 rs. ao 2o sargento do Io corpo de caça- Apostolo, e do G batalhão de infantaria Lae.o
dores a cavallo Joaquim José da Rosa Alv s.
§ 2." Pensões rensaesconcedidas por decretos Art. 2.o Estas pensões serão pagas da datados
de 13 de Novembro de 1867: de 12Í! a Anua Joa- respectivos decretos.
quina de Faria, viuva do soldado do 13 bata- Art. 3.° Revogam-se as disposições em con-
lhão do infantaria' Silverio de Faria; de 36$ a trario.
Francisca Maria da Conceição, viuva do alfcrcs Paço da camara dos deputados, em 26 de Maio
do zunvos bahianos Nicoláo Tolentiuo Alberto de 18'6.1,.— Visconde de Camaragibe, presidente.—
Pituba. DiagoVelho Cavalcanti de Albuquerque. Io secreta-
§ 3." Pensões annuaes concedidas por decre- rio.— Joaquim Pires Machado Portella, 2° secre-
tos de 9 de Novembro do 1867 : de 180$ a Maria tario.
Manoela do Pinho, residente na capital da pro- A assembléa geral resolve ;
víncia de Matto-Grosso e mãe do imperial mari- « Art. 1." Ficam approvadas as seguintes
nheiro Ricardo José Rodrigues ; do, 180)? a Ànna pensões concedidas por decretos de 29 de Feve-
Peixoto, residente na barra do Aricá-Mirim da reiro de 18G8, a saber:
dita província, e mãe do ex-imperial marinheiro Pensões diarias; de 400 rs. aos soldados, do
Diogo de Almeida. "G corpo de voluntários da patria Guilhermino
Art. 2." Kstas pensões serão pagas desde as Francisco de Almeida, do 34 dito Manoel Fran-
datas dos decretos que as concede:am. cisco da Paixão, do 8» batalhão de infantaria
Art. 3.° Revogam-se as disposições em con- João André do Nascimento, todos invalidados
trario. em combate.
Paço da camara dos deputados, cm 25 dc Maio Pensões mensaes sem prejuízo do meio soldo:
de 1869 —Visconde de Camaragibe, presidente.— de 39J? a D. Deolinda de Campos o
e Oliveira
Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, l" secre- Netto. viuva do tenente do 2 regimento de
tario —Joaquim Pires Machado Portella, 2° secre- cavallaria ligeira, e capitão de comaiis-ào Fran-
tario. cisco Lúcio de Oliveira Netto; de 42^ a D. Leo-
81
2 48 SESSÃO EM 29 DE MAIO DE 1869

poldina Augusta Osorio de Lima, viiva do ORDEM DO DIA,


alferes de cavallaria de linha e capitão de com-
missão do 49 corpo de voluntários da patria Votou-se em l" discussão, que ficara encer-
Albino Justiniano Barbosa de Lima; de igual rada, e passou para a 2a a proposição da camara
quantia a D. Carlota Pimenta da Silva Pinto, dos Srs deputados sobre o compromisso da ir-
viuva do alferes reformado do exercito e capitão mandadè das Almas dafreguezia de S. Lourenço
de commissão do 40" corpo de voluntários da da Matta, província de Pernambuco.
patria Luiz Joaquim da Silva Pinto. Entra em discussão o artigo 1°.
Art. 2.° Estas pensões serão pagas desde a O Sr. ]>aiitus>—Sr presidente, eu ha tem-
data dos respectivos decretos. pos examinei esta questão, mas hoje talvez não a
Art. 3.° Ficam revogadas as disposições em poderei expôr com toda a clareza ao senado; é
contraria. natural mesmo que na minhaexposição eu omitta
Paço da camara dos deputados, em 26 de alguma cousa ; mas o que V. Kx. acaba de expôr
Maio de 1869 —Visconde de Camaragibe, presi- completará os meus esclarecimentos.
dente.—Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, Trata-se de uma questão constitucional, de uma
Io secretario.—/oaçwún Pires Machado Porlella, questão entre a assembléa provincial e o presi-
2' secretario. dente da província.
A assembléa geral resolve ; Em uma villa, cujo nome não me recorda
Artigo único. Ficam approvadas as seguintes agora, creou-se uma irmandade des Almas. Os
pensões concedidas por decretos de 1 de Março creadores desta irmandade pediram licença ao
de 1868 : de 42g000 mensaes a D. Josepha San- bispo quanto á parte espiritual, e ao presidente
ches de Carvalho, mãe do tenente do 5a batalhão da província a approvoção interina. Pai aram os
de infantaria José Anastácio de Carvalho ; de direitos e pediram a approvação definitiva á as-
144)5000 annuaes ao imperial marinheiro Antonio sembléa provincial. Dizem que esses papeis fo-
Francisco Segundo, invalidado em combate ; as ram remettidos á camara dos Srs. deputados e
quaes deverão ser pagas da data dos decretos se sumiram ; e Sumiram-se porque na questão
que as concederam ; revogadas as disposições cm estava envolvido o interesse de partido.
contrario. Entretanto o partido creou outra irmandade
Paço da camara dos deputados, em 26 do Maio na mesma igreja, para o que teve o beneplácito
de 18*63.—Fiscoíide de Camaragibe, presidenta.— do bispo, e em vez de ir ao presidente, levou
Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1° secre- directamente á assembléa provincial, que appro-
tario. — Joaquim Pires Machado Porlella, 2' se- vou o compromisso.
cretario. A primeira, porém, queixa-se de que tinha
pago os direitos, estava na posse da igreja e a
A assembléa geral resolve : irmandade tinha entrado em exercício, do qual
Art, 1.° Ficam approvadas as seguintes pen- a assembléa provincial não podia privar.
sões mensaes concedidas por decreto de 4 de Eu não sei em que lei fundou-se o presidente
Março de 1868 ; de 30)5, sem prejuízo do meio da provincia para approvar interinamente o
soldo, a D. Libania Emilia Alves de Azevedo, compromisso dessa irmandade.
viuva do capitão do 3° regimento de cavallaria O Sr. Nunes Gonçalves;— No acto addicio-
ligeira Manoel Alves de Azevedo ; de igual quan- nal.
tia ao operário das obras civis e militares do ar-
senal da marinha Domingos Pires, por ter sof- O Sr. Dantas;—Elle citou uma lei, creio que
frido amputação dos braços em conseqüência de 1855 ou 1856, não estou bem certo. Pelo acto
dos ferimentos causados pela explosão que se addicional compete ás assembléas provinciaes a
deu na pedreira do mesmo arsenal; do GOjJ, a approvação das sociedades ecclesiasticas. Qual o
D. Francisca Maria do Carmo, viuva do capitão compromisso deve vigorar? O que foi approvado
do 46 corpo de voluntários da patria Antonio pelo presidente ou o que foi approvado pela as-
José Leite Bastos. sembléa provincial ? Creio que é o que foi appro-
Art. 2.° Estas pensões serão pagas da data dos vado pela assembléa provincial
respectivos decretos: revogadas as disposições Como quer que seja esta questão não é para
em contrario. decidir assim, á uma questão constitucional;
Paço da camara dos deputados, em 26 de Maio convém, portanto fazer justiça sem ferir a consti-
de 1869.— Visconde Camaragibe, presidente.— tuição
Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1° secre- Eu não sei o que fazer com isto.
tario — Joaquim Pires Machado Porlella, 2» se- E' preciso que o senado seja bem esclarecido
cretario. porque é um principio quecumpre fixar. Já houve
Foram todas a imprimir. parecer de-alguma commissão do senado? (O
Sr. Dias Vieira faz signal negativo.) Pois então re-
Foram apoiados cinco projectos offerecidos queiro que vá á commissão de constituição para
pelo Sr. Dantas e lidos, dous na sessão de 24 do dar seu parecer: não decidamos este negocio
corrente e três na de 25, que haviam ficado so- precipitadamente, elle é de algum peso.
bre a mesa. Eis o requerimento;
SESSÃO EM 29 DE MAIO DE 1869 149

' « üequeiro que o projecto, que se discute vá vindo ao seu paiz, e creio mesmo que já lhe não
ás commissões de constituição e de assembléas é necessário este favor, visto que já se tem pas-
provinciaes para darem os seus pareceres.—Paço sado muito empo.
do senado, 29 do Maio de 1869.—Danlas. » Para que o senado não vote ás escuras fazendo
Depois de apoiado e posto em discussão, foi talvez uma iniqüidade, chamo sua attenção para
approvado o requerimento. a este facto e peço que a proposição vá a qualquer
Foi igualmente
a votada em aI discussão, pas- commissão que indague os motivos que teve esse
sou para 2 , e desta para a 3 a proposição da 1 moço para pedir a dispensa de que se trata e se
mesma camara, relativa á antigüidade dos ma- ainda o favor lhe é necessário, de modo que não
gistrados. odesattendamos in Umine.
Foram suocessivamente votadas e rejeitadas Eis o requerimento:
a
em I discussão que flcára encerrada, as seguin- « Requeiro que o projecto vá á commissão de
tes proposições da mesma camara relativas a ins'rucção publica.- F. Octaviano. »
dispensas a estudantes, a saber: Poáto a votos, foi approvado o requerimento.
1.a João Bernardino César Gonzaga e outros. Foi do mesmo modo a
votada em Ia discussão
e passou para a
2." Artbur Jeronymo de Souza Azevedo e ção da mesma camara, relativa 2 na qual entrou, a proposi-
outros. ao estudante
a
3. Aífonao Pereira da Silva. ( Manoel Rodrigues de Carvalho Borias.
4."a Paulino José Gomes da Costa. i O Sr. predentb [depois de ler o relatório da
5.a Cassio do Ávila Farinha. 1
i mesa sohre esta proposição.): — Não ha informa-
6.a José Martins Carneiro Leão. ção nenhuma, nem mesmo requerimento da
7. José Leopoldo Ramos. parte; não se sabe se o estudante ainda está
8." Joaquim Duarte Murtinho. ausente ou já aqui.
9." Cassio de Ávila Farinha. O Sr. Octaviano depois de justificar mandou
10. Francisco de Paula Andrade Júnior. á mesa o seguinte requerimento, que foi apoiado
11. Antonio Jansem de Mello Rocha. c posto em discussão;
12. José Bernardo de Layola Júnior. « Requeiro que se ouça a commissão de in-
13. Virgílio Horacio de Oliveira. strucção publica.—F. Octaviano. »
14. Ambrosio Vieira Braga. Posto a votos, foi igualmente approvado.
15. José Antonio de Mesquita. Yotaram-se successivamente e foram rejeita-
16. Paulino Lúcio de Lemos. das em Ia discussão quo flcára encerrada, as
17. Francisco José Coelho ade Moura. proposições da mesma camara, relativas aos estu-
Votou-se igualmente em I discvssão e passou ' ■dantes
a
para a 2a, na qual entrou, a proposição da mesma ; ].a Thomaz José da Silva.
camara, relativa ao estudante Octaviano Cotrim. ; 2.a Antonio José de Faria Filho.
3. André Paulino do Cerqueira Caldas.
« Sr. F. Octaviano [pela ordem)-. — Sr. 4.a Joaquim Pacheco Mendes."
presidente, ouvi nomear nesse projecto Octavia- 5.' Bacharel Antonio José Lopes Rodrigues.
no Cotrim. 6 aa Antonio Gurgíl Valente e outro.
O Sr. presidente ; —Sim, senhor. 7. Antonio Gurgol Valente.
O Sn. F. Octaviano ; — Esse moço abandonou Votou-se depois em 2a discussão, que também
os seus estudos para, como voluntário da patria ficara encerrada, e passou para 3', a indicação
ir prestar serviços valiosos que foram menciona- do Sr. Ferreira Penna, com o parecer da mesa
dos em ordem "do dia. Recordo-me que quando n. Iü9, propondo addições ào regimento interno
voltou para o Brasil pediu-mo elle para o recom- do senado.
raendar ao governo o creio que ofliciei recla- Entrou em discussão o parecer da commissão
mando que lhe fosse levado em conta para ser de constituição, sobre a eleição do Rio Grande do
matriculado o tempo que tinha estado no Rio da Norte, em virtude da qual foi nomeado senador
Prata, visto que a congregação da faculdade na- do Império o Sr. conselheiro de Estado Francisco
turalmente não se julgava com poderes de dis- de Salles Torres Homem.
pensar-lhe isso. Elle não pedia dispensa de exa- O Sr. conselheiro Zacarias pronunciou um dis-
mes, pedia attenção ao seu timpo de serviço curso, quo publicaremos depois , e cujo final é a
para não perder o anno; pareeia-me isso de conclusão seguinte, que mandou á mesa como
muita equidade e uma animação para outros emenda ao parecer, a qual depois de lida e apoia-
estudantes. da foi posta em discussão
Um Se. senador:—De que anno é? ].a Que se considerem validos os votos dos
eleitores t a freguezia do S. Gonçalo, proceden-
O Se. presidente ;—E' do 5° anno. tes ada eleição da matriz.
O Se. F. Octaviano ; — Não posso precisar o 2. Que se annullem os votos de ambas as elei-
anno, mas posso informar d casa que esta pro- çõesa de Papary.
posição distingue-se das outras que íeem sido 3 Que se e.msidcrcrr valides os votos dos
hoje" guilhotinadas. Trata-se de um estudante eleitores, resultantes da eleição da matriz do
que não pôde matricular-se porque estava ser- Assú.
250 SESSÃO EM 29 DE MAIO DE 1869

4.a Que sejam (leclaii.dos validos os votos dos de pensar. Nem sei proceder de outra sorte.
eleitores da eleição da matriz do Anguns. (Apoiados). Portanto se alguma carta existe neste
5.» Que se declarem validos os voios dos elei- sentido, ó apocrypha, nunca a escrevi.
tores1 da eleição da matriz de San^Anua ds Mattos. O que houve entre mim e o Sr. Saldanha Ma-
6. Que sê considere de nenhum effeito a carta rinho eu vou expor ao senado, e se isto é hypo-
imperial que nomeou senador pela província do theear o voto, então eu o hypothequei.
Eio Grande do Norte o Sr. conselheiro de Estado Chegando qualquer presidente á província
Francisco de Salles Torres Homem. de S. Paulo, eu, na qualidad de vice-presidente
T1 Que altere-se devidamente a lista tríplice que tenho sido, e como senador, tenho-mo
procedente da eleição celebrada em Setembro de sempre dirigido aos presidentes recem-chega-
1867, para preenchimento da vaga do senador dos, fazeodo-lhes os meus comprimentos e offe-
D. Manoel de Assis Mascarenhas.—S. R.—Za- recendo-lhes o meu pequeno prestimo; isto fiz
carias. » também ao Sr. Saldanha Marinho; mas o
O Si". Foissccn. i »- Sr. presidente, o que Sr. Saldanha Marinho não se apercebeu que
disse o nobre senador que acaba dc fallar, ou, quem se tinha dirigido a elle era quem tem a
antes, a sua analysa sobre a verificação de pode- honra de agora dirigir-se ao senado.
res, que nos occupn, fizeram sobre "mim muita Recebi prompta e attenciosa resposta do Sr.
impressão; tenho de votar contra esta eleição, Saldanha Marinho em que dizia: « Agradeço
pelos mesmos principies, porque votei ha pou- muito a Y. S.. e os seus cumprimentos etc,,*e
cos dias contra a outra eleição que o senado an- também por minha parte offereço a V. S. os
nullou ; ha identidade de razões, e o senado que meus prestimos. »
sempre é coherente, ha de segundo eu entendo, Emíim pela resposta conheci, que o Sr. Sal-
annullar também esta eleição. danha Marinho não tinha sabido quem lhe tinha
O Sr. Zacarias :—Ao menos isto; só quem dirigido aquella carta e eu não quiz ficar como
diz que o peior é o melhor, é que deve ap- commettendo uma falta, não commettidi por
provar. mim, o assentei, que devia escrever-lhe outra.
O Sr. Fonseca —Eu não p^sso deixar de con- Então disse-lho, que pela minha posição em
cordar com o nobre senador, discordando, toda- relação ao governo geral e mesmo provincial,
via, quanto ás conclusões, que escreveu, e man- era meu costumo dirigir-me, sempre, aos Kxms.
dou á mesa, para serem votadas, querendo o presidentes, rocem-ehegados á província, fazen-
nobre senador approvar, em parte, a eleição, e do os meus comprimentos e offerecendo o meu
annullal-a em outra parte, para que o senado pouco prestimo que eu havia cumprido para
faça uma nova lista. Isto é novo, a constituição com elle este dever; mas, que pela sua resposta
o não supõe, não tem por si precedente algum. eu via, que elle so não apercebeu de quem foi a
Mandarei emenda, se precisa fôr, para que in to- pessoa, que se lhe dirigiu.
tum seja annullada a eleição, procedendo-se á Reiterei então os meus comprimentos e o offe-
nova como se tem feito : c basta que o senado não recimenío de meu pouco prestimo. E querendo
approve o parecer, para que isto se dê dizer quem eu era, sem todavia declarar que
era senador e c imo então, o Sr. Saldanha Mari- .
Sr. presidente, estou velho, no ultimo quaríel nho estava na lista sextupla pela província do
da vida, e ainda não aprendi a substituir a minha Ceará, disse-lhe na conclusão da carta « e como
consciência individual pela consciência política, considero a V. Ex. com um pé no senado, e
e, estando assim velho, não é mais tempo de quem sabe so a esta hora com ambos, permitta-
aprender semelhante cousa; hei-de pois votar me V. Ex. a liberdade de assignar-me V. Ex.,
também contra esta eleição, assim como votei collega affectuoso e obrigado. »
contra a outra; porque estou convencido danul- Se isto é hypothecar o voto, então eu o hypo-
lidade tanto do uma, como de outra. thequei ; mas se não é, não o hypothequei, nem
O Sr. Zacarias; —Muito bem. nunca o hypothequei a ninguém.
O Sr. Fonseca : —Mas, fazer nova lista, julgo E a esto respeito eu podia declinar o nome de
isto inconveniente, nem a constituição o admitte. uma pessoa de quem sou muito amigo e a quem
muito devo, e que, por curiosidade, quiz saber
O Sr. Zacarias E' uma idéa nova, que es- qual seria o meu voto na questão do bano; e
capou no relatório da justiça... eu lhe respondi quo eu mesmo o ignorava; por-
O Sr. Fonseca Sr. presidente, aproveito a que depois da discussão, no ultimo momento,
occasião, para declarar, qua vários amigos me é que eu tomaria deliberação; quo queria, até
teem dito, que se tem propalado por ahi que então, estar solto. Era isto" uma verdade; mas
escrevi uma carta ao Sr. Saldanha Marinho, este amigo queixou-se da minha falta do fran-
hypothecando-lhe o meu voto. Isto não pode vir queza para com elle, e quem sabe se tinha al-
do Sr. Saldanha Marinho. Nunca hypothequei o guma razão.
meu voto a ninguém, nem ao meu maior amigo; Assim pois, eu, que nunca hypothequei o
procuro conservar-me solto sem compromissos, meu voto a ninguém; que, assim procedi para
para, sem cahirem contradicção, votar pela inspi- aquelle meu amigo, quo me está ouvindo, havia
ração do momento, stgnndóininhas convicções de de hypothccal-o ao Sr. Saldanha Marinho, com
então, podendo a discussão influir no meu modo quem apenas troquei algumas cartas, quando
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 18G9 251

mo encontrei com elle umi vez, no dk 11 de Continuação da discussão adiada, do parecer


Julho do anno pasaado, cm uma das ante-salas da acommissão de constituição.
da camara dos deputados, onde nos comprimcn- I discussão da proposição da camara dos
támos ligeiramente? Se o encontrar na rua, deputados, determinando que os exames de
talvez não o conheça. A este senhor, a quem, preparatórios feitos nas faculdades de direito do
aliás muito respeito, mas quasi-estranho para Império, sejam aceitos nas de medicina e escola
mim, é que eu havia de hypothecar o meu voto? central e vice versa.
Se apoio algum lado político, é porque minhas Levantou-se a sessão ás 3 horas da tarde.
convicções mo levam para ahi: quero que se
me faça just'ça.
Certamente"cu estimaria muito ver o Sr. Sal-
danha Marinho em uma destas cadeiras; elle é íf' sessão.
muito digno disto ; o na minha província (honra EM 31 DE MAIO DE 1869.
lhe seja feita) foi um cxcellente administrador: PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETE
a província de S Paulo, tolos os paulistas lhe
são muito agradecidos. Stammario.—Expediente —Offlcios do 1"
O Sn. Queiroz : — Apoiado. secretario da camara dos deputados, remetten-
do 8 proposições —Requerimentos do escrivão
O Sr. Zacarias E«timo a declaração. dos africanos livres Balbino José da França
O Sr. Fonseca:—Na província de S. Paulo Ribeiro.— Leitura úo parecer da mesa n.
elle se houve muito bem : agradou a ambos os 191.—Observações do Sr. presidente e ordem
lados políticos; foi sobremodo _ apreciado por do dia —Discussão do parecer da commissão
todas as pessoas as mais proeminentes do par- do verificação de poderes sobre a eleição do
tido conservador e do partido liberal: no essen- Sr. S lies Torres Homem para senador.—Dis-
cial elle servia ao seu partido, está bem visto : cursos dos Srs, barão das Tres Barras e conse-
elle é muito esperto {risadas); mas no acciderital lheiro Zacarias.
servia a todos, e todos ficaram muito contentes A's 11 horas da manhã acharam-se presentes
com elle. Sahiu de S. Pauto, abençoado p-.dos 41 Srs. senadores, a sabsr: visconde de Abaeté,
dous grandes partidos em que se divide a pro- Almeida e Albuquerque, Jobim, Dias Vieira,
víncia. Pompeu, barão das Tres Barras, Fonseca, Dantas,
O Sr, Queiroz ; — Apoiado. visconde de Sapucahy, Carneiro de Campos, vis-
O. Sr. Zacarias: —Ha outros que nem ao conde de Suassuna, Diniz, Mendes dos Santos,
partido agradam. Furtado, Chichorro, Mafra, barão do Bom Retiro,
barão deS Louronço, barão do Rio Grande, Souza
O Sr Fonseca : — E foi tão feliz, que o acnso Queiroz, visconde de S. Vicente, Ottoni, Teixeira
collocou junto a si sombras, que o fizeram me- do Souza, barão de Aotonina, Firmino, barão de
lhor sobresahir no moderno quadro da adrainis Cotegipe, Ootaviano, Fernandes Torres, marquez
tração daquella província. de Olinda, barão de Itaúna, barão de Muritiba,
Dizem, qu : a província de S. Paulo e de mui Zacarias, barão de Pirapama, Nabuco, Dias de
difhcil administração; talvez assim seja; mas, Carvalho, Nunes Gonçalves, Silveira da Motta,
isto, so assim é, ainda mais eleva a administra- visconde do Itaborahy, Siuimhú, Paranaguá e
ção do Sr. Saldanha Marinho. Soube haver-se: Souza Franco:
foi um excellente presidente.
Deixaram de comparecer com caiua partici-
O Sr. Queiroz.--Apoiado. pada, os Srs. duque de Caxias, Paula Pessoa, Pa-
O Sr. Fonseca.—Ora eu não desejaria, tam- ranhos e visconde de Jequitiuhonha.
bém, que o Sr. SallesTorres Homem, este vulto Deixaram de comparecer sem causa partici-
litterario, estivesse cm uma destas cadeiras auxi- pada, os Sr. barão do Maroim e conde da Boa-
liando-nos maxime na sua especialidade, a que Vista.
tão poucos se dão proficientemente, com a illus - O Sr. presidente abriu a sessão.
tração.e talentos que pos>ue? De certo que mui- Leu-se a seta da sessão antecedente, e não ha-
to estimaria; mas não posso votar pela eleição vendo quem sobre ella fizesse observações, foi
do Sr. Salles Torres Homem. approvada.
O Sr. Paranagüa':—Apoiado. O Sr. 1° secretario deu conta do seguinte •
O Sr Zacarias:—Muito bem. Isto é de quem expediente.
não tem hypothecas. Sete oíacios de 28 do corrente, e um de 29, do
Foi lida, apoiada e posta em discussão a se 1° secretario da camara dos Srs. deputados,
guinte emenda: acompanhando as seguintes proposições;
« Que a conclusão seja— que in totum seja a A assembléa geral resolve :
eleição declarada nulla e que se proceda a outra.
«Senado, 2.) de Maio de 1869.—Fonácca. » Art. 1." Fica elevada a 28g200 mensaes, na
Tendo dado a hora ficou a discussão adiada, e conformidade do decreto dc 28 de Outubro da
o Sr. presidente deu a ordem do dia para 1 do 1867, a pensão mensal de 18^000, concedida por
corrente; decreto da 19 de Junho ao 2' sargento refor-
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

mado e alfores honorário do exercito José Nieo- A assembléa geral resolve;


láo do Oliveira, de que faz menção o decreto n. Art. 1.® Ficam approvadas as seguintes pen-
1515 dc 28 de Setembro, fimbos também de 18b7; sões concedidas pelos decretos de 19 de fevereiro
e sendo este augmento reunido ao vencimento de 1868: de 84? mensaes a D. Clara Olinda de
de 260 réis diários que perc be, como 2o sar- Andrade Lemos, viuva do major de commissão
gento reformado, fique o mesmo alferes perce- Leopoldino Machado de Lemos; de 60? mensaes
bendo a pensão de 36S000 mensaes, igual ao para cada um, aos capitães do 32 corpo de vo-
soldo de sua patente. luntários da patria José Maria de SanfAnna
Art. 2.° E-te ajgmento será pago desde a Mattos, e do 43 dito João Capistrano Fernandes:
data do decreto de 19 de Junho de léfil, appro,- de 42? mensaes ao tenente do 42 dito Valentim
vado pelo decreto n. 1515 de 28 de Setembro do José da Rocha Galvão; e finalmente de 400 rs.
mesmo anno. diários ao soldado do 1® batalhão do infantaria
Art. 3." Ficam revogadas as disposições em Antonio Francisco.
contrario. Art. 2.o Estas pensões serão pagas da data dos
Paço da camar* dos deputados, em 23 Je Maio decretos que as concederam
de 1669—Visconde de Camaragibe, presidente.— Art. 3.® Revogam-se as disposições em con-
Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1Jo secre- trario.
tario.—Joaquim Pires Machado Portella, 2 secre- Paço da camara dos deputados, em 28 de
tario. Maio de 1869 — Fisconcíe de Camaragibe^ presi-
A assembléa geral resolve: dente. — üiogo Velho Cavalcanti de Alhurquerque,
Art. 1.» Fica approva ia a pensão de 500 rs. 1° secretario. — Joaquim Pires Machado Portella,
diários, concedida por decreto de o28 de Dezem- 2® secretario.
bro de 1867, ao anspeçada do 2 batalhão de A assembléa geral resolve :
infantaria Manoel José do Nascimento, invali- Art. 1.® A viuva do capitão Xilderico Cícero
dado em combate. de Alencar Araripe, D. Romana Candida de Ara-
Art. 2."' Esta pensão deverá ser paga da data
do referido decreto; revegadas as disposições em ripe, e suas duas filhas menores teem direito
contrario. á pensão que lhe foi cencedida por decreto de 24
Paço da camara dos deputados, em 28 de Maio de Setembro de 1865, e confirmada pela reso-
de 1869.—Visconde de Camaragibe, presidente.— lução n. 1386 de 26 de Junho de 1837, desde a
üiogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, Ioo swie- data de sua concessão.
tario.—Joaquim Pires Machado Portella, 2 secre- Art. 2.® Revogam-se as disposições em con-
tario. trario.
Paço da camara dos deputados, em 29 de
A assembléa geral resolve: Maio*de 1869. —Ftsconde de Camaragibe, presi-
Art. 1." Fica elevada a 500 rs. diários, na con- dente.—Rioí/o Velho Cavalcanti de Albuquerque, Io
formidade do decreto de 28 de Agosto de 1867, a secretario.—Joaçium Pires Machado Potella, 2® se-
pensão diaria de 400 rs., concedida por decreto cretario. "
de 17 de Outubro de 1861 ao anspeçada do 4° ba-
talhão de infantaria, Luiz da França Marinho, A assembléa geral resolve:
de que faz menção a resolução n. 1504 de 25 de Art. 1.® Ficam approvadas as pensões concedi-
Setemb'ro também de 1867. , das por decretos do 8 de Fevereiro dc 1868, a sa-
Art. 2' Este augmento será pago desde a data ber: de 84? mensaes a D. Anna Ludomilla da
do decreto de 17 de Outubro de 1866: Silva, viuva do major do 17 corpo de voluntários
Art. 3.° Kevogam-se as disposições em con- da patria Vicente Ferreira da silva; de 60,1 men-
trario. saes a D. Anna Carolina Godinho, viuva do ca-
Paço da c imara dos deputados, em 23 de Maio pitão do 39 corpo de voluntários da patria Joa-
de 18*69.— Pisconie de Camaragibe, presidente. — quim Ignacio Godinho;a D. Marcollina Furtado
üiogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1® secreta- do Mendonça, viuva do capitão da guarda na-
rio.— Joaquim Pires Machado Portella, 2o secra- cional da província de Pernambuco Francisco
tario. de Oliveira Cabral; a D. Helena da Cunha Pal-
A assemblé: geral resolve: mar Tavares, viuva do capitão do 12 corpo pro-
Artigo único. Fica approvada a pensão de visório de cavallaria da guarda nacional Antonio
60? mens.tes, concedida por decreto de 21 de Palmar Tavares; de 42? mensaes a D. Eufrosina
Dezembro de 1867, a D. Pulcheria Pires da Motta Candida Soares Caldas, viuva do tenente do 22
Gomes, viuva do capitão do 25 corpo de volun- corpo de voluntários da patria Vasco Martins
tários da pátria, Francisco Coelho Gomes, folb- Caldas; aD.Josephina das Trevas Lima, viuva do
cido em conseqüência de moléstia adquirida em tenente do 40 corpo de voluntários da patria
campanha;1 esta pensão será paga da data do Innoconcio da Costa Lim»; a D. Alexandrina
decreto qm a concedeu ; revogadas as disposi- de Jesus Ferreira, viuva do tenente em commis-
ções em contrario. são do 22 corjm de cavallaria da guarda nacio-
Paço da camara dos deputados, em 28 de Maio nal da província de S. Pedro do Rio Grande do
de 1869.— Visconde de Camaragibe, presidenta— Sul, Maurício de Jesus Ferreira; de 30? mensaes
üiogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, 1° secreta- sem prejuízo do meio soldo a D. Josefa Philo-
rio.—JoaquimPires Machado Portella, 2°secretario. mena Rubim, viuva do capitão do 11 batalhão
SESSÃO EM 3i DE MAIO DE 1869 253

de infantaria Antonio Rubim ; de 22|200 mensaes mesmo mez, em virtude do que fleou a mesa aue-
a Gertrudes Baptista Fernandes de Lima, viuva torisadapara contractar com a empreza do Diário
do mestre de musici do 10 batalhão de infanta- do Rio de Janeiro, sob as condições mais vanta-
ria Belarmino Duarte de Lima; de 400 rs. diários josas que podesse obter, a publicação dos deba-
ao soldado do20 batalhão de infantaria Ray mundo tes e a impressão dos Annaes do Senado na
Roberto do Nascimento: devendo estas pensões actual sessão legislativa de 1869.
ser pagas0 da data dos respectivos decretos. Com o fim do dar cumprimento á deliberação
Art. 2 Revogam-se as disposições em con- do senado, reuniu-se a mesa em conferência no
trario. dia seguinte 26, como se vê da acta annexa por
Paço da camara dos deputados, em 28 de Maio cópia sob n. 1, e depois de ter discutido a ma-
de 1860. —Fiscondc de Camaragibe, presidente.— téria com o proprietário do Diário do Rio de Ja-
Diogo Yelho Cavalcanti de Albuquerque, 1° secre- neiro, o Sr. Dr. Custodio Cardoso Fontes, veio
tario.—Joaquim Pires Machado Portella, 2° secre- a celebrar com elle o contracto transcripto no
tario. documento junto sob n 2.
A aasembléa geral resolve : O ultimo contrato sobre publicação dos deba-
es do senado era o que a mesa celebrou com a
Art. I.0 Ficam approvadas as seguintes pen- empreza do Correio Mercanlü em 20 de Maio de
sões annuaes concedidas pelos decretos de 15 de 1868.
Fevereiro de 1868: de 141$ para cada um dos im- O novo contracto, que a mesa acaba de cele-
periaes marinheiros de 1* classe Deodato Luiz brar com o proprietário do Diário do Rio de Janei-
Francisco Monteiro, e de 'ò' dita João Nepcmu- ro. contém todas as condições daquelle com ex-
ceno; de 480$ a Magdalenade Oliveira Carvalho, cepção de uma, e additame*nto de outra.
viuva do 2° machinista da armada João Isidoro A'condição exceptuada é a que secontinha na
de Carvalho. 2» parte dó § 11 do referida contracto, a saber-.
Art. 2.° Estas pensões serão pagas desde as « Não poderá também publicar artigo ou cor-
datas dos decretos que as concederam. respondência que co-teeha cffensa pessoal a
Art. 3.° Revogam-se as disposições em con- qualquer dos membros da assembléa geral, sal-
trario. vo o caso de defeza própria sob a firma de quem
Paço da camara dos deputados, em 23 de Maio tiver de defender-se. »
de 1869.—Fiscoítds de Camaragibe, presidente.— O additamento refere se ao § 2o do con-
Diogo Velho Cavalcmli de Albuquerque, Io secreta- tracto de 18J8, e consiste em obrigar-se o proprie-
rio.—JoaçutmPiVts Machado Portella, 2'' secretario. tário pelo contracto deste anno a ter dous redac-
Foram todas a imprimir. tores, que assistirão ás sessões, e redigirão os
Requerimento datado de hoje do escrivão dos discursos á vista das notas decifradas pelos ta-
africanoslivres, Balbino José da França Ribeiro, chygraphos.
pedindo que soja autorisado o pagamento de
vencimentos a que tem direito.—A' commissão n.
de fazenda. Parecer e seus fundamentos.
O Sr. 2." secretario leu o parecer da mesa
n. 191 de 29 de Maio de 18G9.
PARECER DA MESA N. 191 DE 29 DE MAIO DE 1859. Assim que, como resumo, e conclusão .Ias
Expõe o modo como a mesa deu cumprimento observações que precedem, a mesa:
á deliberação do senado de 25 do corrente mez Considerando que o contiacto, que a mesa ce-
de Maio, em virtude do qual ficou autorisado a lebrou com o proprietário do Diário do Rio de
contractar com a empreza do Diário do Rio de Ja- Janeiro, o Sr. Dr. Custodio CardosoFontes,acha-se
neiro, sob ss condições mais vantajosas que pu- de inteira conformidade com o que o senado re-
desse obter, a publicação dos debates, e a im- solveu, e nos limites da auetorisação, que con-
pressão dos Annaes do Senado, na actual sessão cedeu á mesa por deliberação de 25 do corrente
legislativa de 18G9. mez de Maio ;
í. Ofierece o seguinte ;
Objecto doparecor.—Contracto com a empreza do PARECER:
Diário do Rio de Janeiro, para a publicação dos l.o Que o presente relatório soja, para conhe-
debates na sessão legislativa ae 1869."—Al- cimento do Senado, impresso e distribuído com
terações feitas no novo contracto.—Elimina- os documentos que o acompanham.
ção de uma clausula do de 1868. — Addita- 2,o Que do contracto se tirem duas cópias de-
mento de uma clausula que nam existia no vidamente authonticadas, remottcndo-sc uma a
de 1868. S. Ex. o Sr. presidente do conselho, ministro da
fazenda, e outra a S. Ex. o Sr. ministro do Im-
pério. Paço do senado, cm 29 de Maio de 1869.—
Visconde de Abaeté, presidente,—Fredenco de Al-
Da acta da sessão de vinle cinco do corrente meida e Albuquerque, lo secretario —José Martins
mez, consta que nesse dia foi approvado em ul- da Cruz Jobim.—Thomaz Pompeu de Souza Brasil,
tima discussão o parecer da mesan. 174 de seíedo 4o secretario.— João Pedro Dias Vieira-
254 SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

.lota »Iií «fonlevencifi «Ja mesa ciio se- clausula, que a experiência tem provado de
nado, em 96 de Maio de £869. muito difflcil execução.
Observou-se mais ao proprietário do Diário
PRESIDÊNCIA DO SR. VISCONDE DE ABAETE'. do Rio de Janeiro qua em alguns contractos an-
Anuo de 1869. Maio 26.—Objocto da ecmfe enoia. teriores a 1867 a empreza do Correio Mercantil
— Contracto com o proprieíaiio do Diário do si obrigara a ter dous redactores, que deviam
Rio de Janeiro, sobre a publicarão dos debates assistir ás sessões e redigir os discursos dos se-
na sessSo legislativa de 1869.—Desistência da nadores á vista das notas decifradas pelos tachi-
mesa a respeito de ema das cláusulas dos con- graphos, sendo depois submettidos ao exame
tractos anteriores.—Proposta d-i mesa para ter dos oradores; mas que esta clausula se eliminá-
a empreza dous redactores. —Declaração feita ra nos contractos de 1867, e 1838, Entretanto tendo
a este respeito pelo proprietário do Diário do mostrado a experiência a conveniência do haver
Rio de Janeiro.—Terminpçõo da conferência. dous redactores para o serviço do que se trata,
N. 148. — A"s 10 horas da manhã, achando-se e tendo-se por diversas vezes feito neste sentido
pre.- entes os Srs. senadores membros da mesa algumas observações no senado, no interesse da
visconde de A' aeté, presidente; Dredeiico de própria empreza'do Diário do Rio dc Janeiro, a
Almeida e Ali uquerque, 1° secrrt rio; José Mar- mesa propunha o restabelecimento de dous re-
tins da Cru", Jobim, 2o secretario; Joãj Pedro dactores para que a publicação dos debates se
Dias Vieira, o" secretario ; Thomaz Pompeu de fizesse com maior brevidade e perfeição.
Souza Brasil, 4' secretario, abriu se a confe- Tendo declarado o proprietário do Diário do
rência. Rio d: Janeiro, o Sr. Dr. Custodio Cardoso Fon-
Leu-se e approvou-se a acta da conferência tes, que annuia a esta clausula, embora onerosa
antecedente. á empreza, conveio-se finalmente em que o novo
O Sr. presidente disse que tinha convocado contracto sc celebrasse com as mesmas condiçõesa
a mesa afim de celebrar-se com a empreza do do de 20 do Maio de 1868, eliminando-se â 2
Diário do Rio de Janeiro o contracto relativo á parte do art. 11, de que já se fez a transcripção,
publicação dos debates, e impressão dos annaes e estipulando se a obrigação de ter a empreza
e actas do senado na sessão legislativa do cor- dous redactores.
rente anno de 1869, sob as condições mais van- E por nada mais haver a tratar-se, deu-se a
tajosas que se poderem obter, conforme a aueto- conferência por finda ás 11 horas menos 5 mi-
risaçâo conferida á mesa por deliberação desta nutos, do quo para constar rnandou-se lavrar a-
augusta camara, approvando em sessão de 25 presente acta —Visconde de Âlaelé, presidente —
do corrente mez de Maio o parecer n. 174 de 7 Rrederico de Almeida e Albuquerque, l" secreta-
deste mesmo mez. rio.—José Martins da Cruz Jobim, 2° secreiario.—
Comparecendo o proprietário do Diário do Rio João Pedro Dias Vieira, 3" secretario.— Thomaz
de Janeira, o Sr. Dr. Custodio Cardoso Fontes, Pompeu de Souza Brasil, 4° secretario.
declarou-se-lhe o seguinte:
Que a mesa julgava-seauetorisadapara desis-
tir no contracto,que ppr ventura houver de cele- Conlracto celebrado pela mesa do senado com a em-
brar-se, da condição, que se acha estipulada na prezr do Diário do Eio de Janeiro, em 26 de
2a parte,do § II do contracto celcbr do entro a Maio de 1869, acerca da publicação dos trabalhos
mesa do senado e a empreza do Correio Mercantil, da sessão legislativa.
no dia 20 do Maio de 1868, e nos anteriores con- Aos 26 di-ss do mez de Maio de 1869, aohando-
tracto?. se reunidos no paço do senado os Srs. visconde
A condição que terá de eliminar-se do novo de Abaeté, presidente, Frederico de Almeida e
contracto é a seguinte, que aqui textualmente se Albuquerque. José Martins da Cruz Jobim, João
transcreve : Pedro Dias Vieira, e Thomaz Pompeu de Souza
« Não poderá também publicar artigoou corres- Brasil, 1°, 2o, 3o e 4o secretários ; compareceu o
pondência que contenha offensa pessoal a qual- Sr. bacharel Custodio Cardoso Fontes, proprie-
qu .-r dos membros da assembléa geral, salvo o tário da empreza do Diário do Rio de Janeiro, a
caso de defesa própria sob a firma de quem tiver quem se communicou a deliberação tomada pelo
de defender-so.» senado na sessão do dia antecedente, pela qual
Acerescentou-se que do documento letra D. ficou a mesa auetorisada para contraotar cnm a
anncso ao parecer da mesa n. 48 de 5 de Maio mesma empreza a publicação dos trabalhos da
de 1836, constava que a eliminação desta condi- actual sessão de 1869, e depois de conferencia-
ção já tinha sido proposta á mesa em 30 de Abrü rera sobre este ohjecto, resolveram fazel-o sob
daquelle anno pelo proprietário do Correio Mer- as seguintes :
cantil, o qual declarou que a obrigação de nnm CONDIÇÕES.
publicar tacs artigos era um dever d.â sua parte, l.a O proponente obriga-se a fazer imprimir
mas que nam devia admittir que esse dever lhe diariamente no Diário do Rio de Janeiro, e evo.
fosse imposto. bom typo, os trabalhos do senado, desde o dia
Posto que nessa ^ceasiâo nam fosse admit- onze de Maio do corrente, em que se abriu a as-
tida pela raesa a suppresEão que so pretendia, semhléa geral, transcrevendo por extenso, e com
agora desiste-se espontaneamente de uma tal toda a exactidão, nam só o teor das actas e dos
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

projeetos, emendas, pareceres, indicações e re- 8.» Haverá entre a publicação dos debates no
querimentos apresentados em cada sessão, mas Diário do Rio de Janeiro e a impressão das folhas
também os discursos que se proferirem. para os Annaes um intervnllo de 72 horas ao
2.* Para conseguir-se a exactidõo que é indis- menos. Si os oradores tiverem alguma cor-
pensável na publicação de que acima se trata, o recção a fazer em seus discursos, mandarão as
proponente obriga-se a ter dous redaotires, que emendas á typograpbia, antes de findar-se esse
assistirão ás sessões, e redigirão os discursos á praso, ficando porém intendido que taes emen-
vista das notas decifradas pelos tachigraphos, das deverão limitar-se á correeção de erros ty-
sendo depois submettidos ao exame dos orado- pographicos, e á suppressão, addição ou substi-
res na forma da condição 5«. tuição de uma ou outra palavra. Si o erro ou en-
3.' A referida publicação será feita no termo gano fôr sobre matéria própria dao acta, far-se-ha
mais breve possivel, permittindo-se unicamente a correeção como indicar o Sr. 2 secretario do
a demora até a manhã do quarto dia depois do de senado.
cada sessão, quando a importância e exten-ão 9 a Os discursos que os oradores nam resti-
dos debates o exigirem, e atéa manhã-do quinto tuirem á typographia a tempo de serem publi-
dia, si deixar de ser opportunamente restituido cados pelo Diário do Rio ade Janeiro, nos prasos
algum dos discursos sujeitos á revisão dos ora- que marca a condição 3 , entrarão na m^sma
dores. folha logo que isso* seja possivel, sem prcjuizo
da publicação regular das sessões diariss, e
4.a Sempre que a folha do dia immediato nam serão annexados aos Annaes com o titulo de
publicar pela maneira prescripta na condição 1* appendico. Encerrada a sessão legislativa, nsm
todos os trabalhos do uma sessão, deverá dar será obrigado o proponente a fazer publicar no
resumida noticia de quanto nesta tiver occorrido Diário do Rio de Janeiro, nem a inserir nos An-
com especificação das matérias designadas para naes os discursos que os oradores deixarem de
a ordem do dia da sessão seguinte. restituir á typographia no praso de 10 dias.
5.11 O proponente obriga-se a fazer entregar aos Na falta desses discursos far-se ha menção no
oradores com a maior brevidade possivt-l, depois fim do appendice, declarando-se os nomes dos
de redigidos, como recommenda a condição 2*, oradores, as datas das sessões a que pertence-
os discursos que estes tiverem proferido, quando rem, e as matérias sobre que versarem.
os exijam para rcvel-os ecorrigil-os, c a mandar 10. Pelasecreíariado senado serão franqueados
inserir immediatamenie na folha, as rectiflcações ao proponente todos os papeis, do que precisar
ou reclamações que lhe forem enviadas por qual- para o desempenho de sua tarefa.
quer dos Srs. senadores. 11. O Diário do Rio de Janeiro não poderá pu-
6.* Fará outrosim distribuir todas as manhãs blicar noticia alguma do que se passar em sessão
a cada Sr. senador na casa de sua residência um secreta do senado.
exemplar da folha do dia.e entregar na secreta- 12. Pela falta da entrega dos Annaes nos pra-
ria as que faltarem para completar o numero de sos que marca a condição 7a, incorrerá o propo-
cem. A folha será entregue no paço do senado nente na multa de 4| por. cada dia de demora,
aos Srs. senadores que morarem ein logar para e pela falta de cumprimento de qualquer das ou-
onde nam haja distribuidor, bem como aquelles tras condições do presente contrato, na de 20$
que isso exigirem. Além daquelles cem exempla- a 100$000 Estas multas serão impostas por deli-
res deverá o proponente dar cento e quarenta beração da mesa depois de ouvido o proponente,
para a camara dos Srs. deputados, observando quando julgue improcedentes as razões por elle
na sua distribuição o que ti a prescripto a res- allegadas.
peito dos destinados aus .-'rs. senadores. 13.a Por todos os trabalhos especificados neste
7." O proponente aproveitará a mesma com- contrato receberá o proponente do thesouro na-
posição da folha para fazer cm volume de •t.0 com cional a quantia mensal de 5:800jJ, fazendo-se a
o titulo de Annaes do Senado do império do conta desde o dia seguinte ao da abertura da
Brasil uma segunda edição dos trabalhos pu- assembléa geral até o encerramento, ainda que
blicados, accrescentando-lhe um indice geral na publicação doa últimos discursos haja a de-
por matérias. mora permittida pela condição 3.a
Cada um desses volumes conterá as sessões, 14. A mesa flscalisará a execução do presen-
de um mez, e o proponente fará entregar na te contracto que terá vigor por todo tempo da
secretaria do senado mil exemplares brochados, sessão de 1869, salvo o caso de resolver o sena-
a saber: duzentos, pelo menos, até o fim do mez do a sua rescisão por faltar o proponente ao
immediato, e os restantes, bem como todos os cumprimento de algumas das condições. Ainda
exemplares do ultimo volume, dentro do praso não se verificando este caso, poderá qualquer-
de sessenta dias depois do encerramento da das partes desligar-se das obrigações que tem
sessão. contraindo, com tanto que previnâ a outra com
O piimeiro volume deverá comprehender tam- antecedência de um mez ao menos.
bém os trabalhos das sessões preparatórias do E para constar mandou se lavrar o presente
senado, e a acta da sessão imperial da abertura termo que vae assignado pelas partes contractan-
da assembléa geral, assim como o ultimo a da tes.—Visconde de Abaeté, presidente.—Frederico
sessão imperial do encerramento. de Almeida Albuquerque, 1° secretario.—iose Mar-
'A')
256 SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

lins da Cruz Jobim,secretario.—icôo Pedro Dias só. Não poderei, porém4 fazer o mesmo a respeito
Vieira, 3' secretario.—Th maz Powpeu de Souza de outros topicos. quando envolvam censuras
Brasil, á" secretario.—Cwsíodio Cardoso Fontes. que a cornmissão não pode aceitar e tem por mal
O Sr. presidente :—Antes de entrarmos na cabidas.
ordem do dia, tenho de informar ao senado que Assim, o nobre senador pela Bahia, expli-
em um dos dias desta semana pretendo dar para cando os motivos porque so oppoz á escolha do
discussão a proposição da ca rnara dos Srs depu- Sr. conselheiro Francisco de Silles Torres-
tados, que restabelece o recurso á Coroa dos Homera, disse que julgava a eleição nulla, e
actos praticadss ex informala conscienlia a res- que, portanto, achava melhor, mais acertado que
peito dos seus subditos pelos bispos. Devo ainda a escolha racahisse sobre outro da lista, porque
declarar ao s nado que este projecto está aqui, (se pude bem ouvir) seria mais fácil annullar o
creio que ha dous annos: em segundo logar que diploma de um Amaro ou de um Galvão, do que
ha reclamação de partes que ped-m que sobre o de um conselheiro de Estado. Peço licença ao
elle haja urna decisão, qualquer que seja. nobre senador para protestar contra a sua*pro-
posição, para dizer-lhe que não attenderaos
ORDEM DO DIA. neste logar se o candidato é ou não conselheiro
Proseguiu a discussão, que ficara adiada, do de Estado. {Apoiados-.}
parecer da cornmissão de constituição sobre a O nobre senaeor levantou-se e impugnou com
eleição do Rio-Grande do Rorte, para um se- toda a energia o diploma apresentado pelo con-
nador selheiri de Estado; ha de permittir que outros
O Sr. líariso rtits Tf es Barras» — Sr, phssam ter a me-ma independência de caracter
presidente, peço desculpa ao senado de tomar a {apoiados}, o proceder como S. Ex.
palavra antes da minha vez O parecer da com Censurou o nobre senador a demora na esco-
missão de constituição e poderes, que se dis lha dos senadores pelo expediente ás vezes adap-
cute, refere se ao da secção do conselho de Es- tado d ) se mandar ouvir a secção respectiva do
tado que consulta sobre os negocios da repar- conselho dc Estado. Eu peço <âo nobre senador
tição do Império, e o adopta. Nestes casos os que attfenda que censurou a si proprio ; não ha
nomes valem muito; o parecer da secção do regra nenhuma que prescreva este expediente e
conselho de Estado é dos Srs. visconde de Sapu- usam delle os ministros, á livre arbítrio; e no
caby, Bernardo de Souza Franco e marquez de caáo de que se trata a audiência do conselho de
Olinda; o da corarcissão de constituição está Estado foi ordenada pelo seu collega, ex-minis-
assignado pelos mesmos Srs, visconde de Sapu- tro do Império, o Sr. Fernandes Torres.
cahy e marquez de Olinda, e em ultimo logar Não levou a bara o nobre senador que a corn-
por mim missão do constituição adaptasse como seu o
A palavra- autorisada de qualquer dos nobres parecer da speção do conselho de Estado; ma-
sanadares, que aeibo de nomear, prenderia me- nifestando, para dar relêvo a esta censura, como
lhor a attenção do senado sobre um objecto tão a anteeedenti, o pezar de não se achar presente
importante, tratando-se de uma eleição cm que o nobre senador por Goyaz, afim de tomar nota
o pezo da autoridade, os recursos'oíHciaes aocu- para mais um capitulo do raiicdlismo.
mularam tantas complicações ediíficuldades.Mas- O Sti Silveira da Motta —As notas já esf o
quando acabava de combater o parecer do, corn- tomadas.
missão o nobre senador pela Bahia, aquelles se- O Fr, barão das Tres Barras ;—Fazendo esta
nhores não se achavam na casa : portanto foi- censura, parece que o nobre senador não atten mu
me necessário tomar a dianteira pedindo a a que dous dos membros da commissão de con-
palavra. stituição são os mesmos conselheiros do Estado
Por parte da cornmissão eu preciso de to la a at- que já tinham indo parecer a este respeito, e
tenção do senado; não se trata de uma questão que, portanto, haviam de copiar o parecer ante-
pessoal, não éuma questão partidária, mas do or- rior ou usar do expediente censurado. Nem ha
dem mais elevada e muito importante, sobre aqual diílorcaç»! em ura e outro trabalho; a s coào do
o senado, illuslrado como é, tem de formar o seu conselho dc Estado, quando é ouvida nestes as-
juizo segundo as provas que lhe foram apresen- tumptos, examina, procura f-rmar s a o; inião
tadas. Não pretendi occupar-me senão de expôr com tanta exactidão quanta permittem os docu-
os dados com que pude formar minha opinião mentos que )h ; são presentes ; não vejo razão
que o senado tomará na considcraçâ r que mere- para que no senado seus membros tenham de
cer, por isso não distrahirei sua attenção para proceder dc outro modo.
jjiversos topicos do discurso do nobre senador Passando a considerações que mais immedita-
pela Bahia. mente interessam á questão de que so trata,
Não discutirei o Libello do povo e sua CorPro- principiarei p:.r confessar ao senado que eu era
riedode, nem a questão, já muitas vezes agitada, do numero dos que tinham p.evcnçâo contra a
da responsabilidade dos ministros nos actos do regularidade da eleição do Sr conselheiro Totres
poder moderador, agora, aperfeiçoada com a Homem, não porque faltassem a este candidato
nova theoria do exercício da attnbuição de no- os recursos legitimos para ser eleito pela pro-
mear livremente cs ministros, delegantlo-a a um víncia do Rio Grande do Norte, visto como sua
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869 257

candidatura foi apoiada, e com todo o esforço O Sr. Zacarias : —Era impossível que ss-
sustentada pelos chefes dos dous partidos legiíi- signasse esto trabalho ; não ha precedente em
mos da provincia, o conservador e o liberal, minha vida que autorise essa illação ; b.iguei
nSo excluindo a cooperação desse m ço preten- com meus amiges por cau a de verificação de
dente que se achava aqui na Côrt-o, bicharei podere .
de Bruxelias, que o senado daqui ha pouco co- O Sr. barão das Tres Barras — Parece-me
nhecerá, nem também pela cireumstancia do que o nobre senador não me ouviu bem
não ser filho da provincia, nem lá ter habitado O Sn Zacarias:—Hoje estou incommodado
ou ido ; porquanto o nobre senador que se lem deste ouvido.
brou da província de Matto-Grosso para censurar
a eleição do filho de um ministro, que aliás não O Sr. barão das Tres Barras Eu disse que
está presente, não devia esquecer se que essa o nobre senador pela Bahia, colbcado no meu
provincia na ultima eleição de senador furmou logar e nas mesmas circumstancias, não deixava
sua lista do tres nomes, nenhum dos quass era de assignar o parecer ...
de filho delia, nem lá tinha ido; e tão discreta- O Sr. Zacarias: —Deixava.
mente que todos em pouco tempo para aqui O Sr. barão das Tres Barras —Bem; exporei
entraram, sendo aetualmente ornamentos desta as razões que tenho para assim pensar.
casa. Ilpoiados.) , _ . ,
Sennores, a constituição do Império, quando O Sr. Zacarias :—E' outra cousa.
permittiu a livre eleição, sem attender ao logrr O Sr. barão das Tres Barras ,—E parece-me
do nascimento ou do domicilio, teve m-llo., que na couseiHncia dos nobres senadores ficará
razões do que o nobre senador. liqu do que o nobre senador pela B hiatem suas
As províncias pequenas muitas vezes nao ten- singularidades...
do flluos seus que se proponham a tomar o en- O Sr. Zacarias; — Antes isso.
cargo de advogar todos os seus interesses, pre-
cisam eleger homens eminentes de outras provín- O Sr. barão das Tres Barras : — ... porque
cias ... , . vou mostrar que qualquer ou ro em consciên-
O Sn. T. Ottoni:—Protesto contra isto. cia, não procedia de modo differente.
O Sr. uarXo das Tres Barras:—E o tem lei- Honrado pela nomeação do senado para fizer
to por esta ou outras razões, não só as provín- parte da commissão de constituição, logo de-
cias que tem pequena representação como as pois entendeu-se comigo o honrado relator da
mais importantes. mesma cotnmissâo. O nobre relator da commis-
O Sr. ministro ba marinha : —Nao se esqueça são, o Sr. visconde de Sapucahy, disse-me que
do Sr. Assis, eleito pela província de Matto já tinha examinado quer no conselho de Estado,
Grosso, onde ninguém sabia do seu nome, e no quer na commissão mesmo, esta matéria : que
dia seguinte ao da chegada do presidente. estava de acdardo com o Sr. marquez de Olinda
O Sr. Zacarias : — Que argumento é esse? cm offerecer ao sena.ío o parecer que haviam
abusos dessa ordem servem? d ido no conselho de Estado, porque imi opi-
nião era ainda a mesma.
O Sr ministro da marinha : — Foi no tempo O Sr. Silveira da Motta;—Não devia servir
do seu ministério. pira o senado, porque as competências são di-
O Sr. barXo das Tres Barras;—Na provincia versas.
do Rio Grande do Norte os dous partidos que se O Sr. barão das Tres Barras:—Respondi a
uniram para poderem lutar contra os candidat -s
favorecidos com os recursos do governo, na or- S. Ex. que, visto se achar de accord i com o ou-
ganisação de sua lista não fizeram senão o que tro illnstre membro da cornraissão, o Sr. marquez
províncias maiores teom feito, sem lhe virdahi de Olinda, podia a maioria da mesma redigir o
censura, e ás vezes com approvação geral. parecer, que depois eu examinaria. Assim acon-
Mas Sr presidente, parecia-me que se nãio era teceu; o nobre relator passou-me o parecer, com
impossível, devia encontrar grandes difflculda- a sua assignatura e a do Sr. marquez de Olinda.
des a eleição do Sr. SalleS Torres Homem, as- Ei-o ; fiz_ o exame que podia exigir a confiança
sim como a do Sr Galvão naquelle tempo, por que me inspiram os outros honrados membros
uma das razões allegadas pelo nobre senador, o a necessidade de attender a outros trabalhos
em que e meordo. Dominava outra situação, a urgentes da commissão. Na mesma oceasião de-
província estava montada nos interesses de ou- clarou-me o nobre relator da commissão que ella
tro candidato, cuja importância avalio co ■ o havia adoptndo a regia do offerecer á considera-
o nobre senador pela Bahia. Isto não obstante, ção do senado os outros pareceres verificando
o senado vê que foi por mim assignado q pare er poderes pela data da antigüidade das cartas im-
da commissão que reconhece a legitimidade dos periaes; e o senado sabe que ao exame da. com-
poderes do Sr. Salles Torres Homem, e conclue missão estão submettidas as eleições de Minas e
pela approvação de sua eleição Estou certo, pe sso do Rio de Janeiro e ultimamentea as da Para-
quasi afflrmar, que o mesmo nobre senador pela hyba e Pernambuco.
Bahia, collocado no meu logar e nas mesmas Os honrados membros da secção do conselho
circumstancias, assignaria também o parecer. de Estado, dous dos quaes são tâmhem da com-
258 SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

missãs, por sua illustração, e outras qualidades, petência para a decisão, podendo-sc perseindir
me inspiram inteira confiança; demais sua maio deste exame, que em todo caso deve ser feito no
ria é nesta questão inteiramente insuspeita, por senado; mas isto é outra questão
que seus membros são adversados politicos do O Sr. Silveira da Motta :—Sim, senhor.
Br. Salles Torres-Homem.
Examinada a matéria por homens tão eminen- O Sr. barão das Tres Barras:—Se o governo
tes accrescendo a circumstancia de sTem ad- manda, como mandou neste caso,sendo ministro
versados políticos do candidato, julguei que o Sr. Fernandes Torres, que a secção dô parecer
não devia p otellar as deliberações do senado, sobre a u oralidade da eleição, e regularidade
offenderdireitos de outros senadores nomealos, do processo eleitoral, este exame tem de ser mi-
tomando o enfadonho o esteril trabalho de com- nucioso ; não importa saber o fim para que, nem
pulsar, examinar minuciosamente de novo este o effeito que terá.
monte de papeis, que V. Ex. está vendo, e exco- O Sr Silveira da Motta : O fim, o conselho
gitar contra a eleição do amigo político vicios de Estado o sabe, e tanto sabe que fez uma nova
ou defeitos que síus adversados não tinham apuração da eleição.
achado; neste caso eu firia o papel de advo- O Sa barão das Tres Barras;—O senado
gado do diabo. (Rüo). Comquanto seja muito verá que não fui leviano em dizer que o nobre
honrosa uma cadeira n > senado, comtudo não senador; cempulsando este maço de papeis em
pó le ter a importância de uma canonis içã grande parte contradictorios.não lhe foi possível
O trabalho de examinar este acervo de papeis, descobrir ra .ões convincentes parasustentar sua
como se exprime a commissáo, é temível, des- impugUNÇão que se funda em dados inexactos.
anima a qualquer que não tenha as forças do
nobre senador pela Bahia. O Sa. ministro da marinha.—E para isto
O Sa. Zacarias ;—E do nobre senador, que é teve pouco tempo: algumas horas apenas.
mais forte do que eu. O Sr. barão das Tres Barras : — Disse o no-
O Sr. barão das Tres Barras:—O nobre se- bre senador que a eleição do Sr. Salles Torres
nador(os factos estão provando) tomou a si este Homem fôra imposta á'província; não disse por
trabalho; entretanto commetteu muitas inexacti quem, mas, no correr do seu discurso, nomeou
dóes; formou uma opinião errônea. Como adver- um bacharel de Bruxellas que se arvorou em
sário da eleição do Sr. Salles Torres Homem tem presidente da camara municipal da capital.
explicação ú procedimento do nobre senador O Sr. Zacarias ; — Eu não disse isto.
eu, porém, repito, não podia emprehender se- O Sr. barão das Tres Barras:—O senado
melhante trabalho para descobrir defeitos na talvez não conheça a pessoa a que se referia o
eleição de um correligionário que os adversários nobre senador pela província da Bahia: é um
não'acharam! moço, filho da província, de uma família nume-
O Sr. F. Octaviano:—E' o que eudisseha rosa, e influente na política pelo lado conserva-
dias. dor : alli proprietário da typographia e redactor
O Sr. barão das Tres Barras:—Tomaria este de um jornal político, deputado provincial em
trabalha se tivesse de apresentar voto em sepa- diversas legislaturas, e actualmente deputado á
rado, para fundamental-o. assembléa geral com assento na respectiva casa:
Não podia deixar de concordar com o pare- agora o sen >do fica sabendo que não é pessoa
cer da secção do conselho de Estado subscripto de tão pouca importância como o indica o des-
pelos Srs. visconde de Sapucahy, Scuza Franco prezo com que o nobre senador o tratou.
e marquez de Olinda, sem expôr com igual des- O Sr. Zacarias ;—Não indica tal; não me re-
envolvimento razões convincentes. feri a elle com desprezo, perdôe-mc V. Ex. [ha
O Sr. F. Octaviano Iguaes nomes encon- outros apartes que não podemos tomar) ■
trei diante de mim qua .do examinei a eleição do O Sr. barão das Tres Barras :—Então retiro
Ceará. a expressão.
O Sr. S. da Motta :—Um parecer do conse- O Sr Zacarias O que eu disse foi que este
lho de Estado não altera a validade da eleição; doutor tem sido o mantenedor da eleição do
o ponto de vista é diverso. Sr. Salles lá e cá, só.
O Sr. F. Octaviano : — Appoiado ; isto é que O Sr barão das Tres Barras :—Bem ; o no-
é verdade. bre senador já declarou que não teve o propó-
O Sr. barão das Tres Barras:—Peço aos no- sito de tratar com desprezo a esse moço
bres senadores que me dispensem de tomarem O Sr. Zacarias : —Não , tenho até com elle
consideração os apartes; não quero desviar a relações particulares.
atte ção tio senado da matéria que nos occupa.
Entretanto em poucas palavras responderei ao O Sr. barão das Tres Barras :—Retirei a
nobre senador. O parecer do conselho de Estado expressão.
serve muito para esclarecer a questão; é o resul- O Sr. Zacarias :—E' doutor da Bélgica.
tado de um exame minuncioso que merece ser O Sr. visconde de Sapucahy : — Não senhor,
considerado; concordo, porém, que não tem com- de Paris.
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869 259
0_Sií. Zacarias:—Ali 1 de Paris. preferindo a camara apuradora a que lhe pareceu
O Sr. barão das Três Barras ;—E' formado mais legitima. Um dos vereadores (o único dissi-
em Paris. dente que havia na camara) levu escripto um
protesto contra a regoição de caia uma dessas
O Sr. Zacarias: — Pois a univer-idade da duplicatas, que foi inserido na acta da apura-
Belgici é também importaate. ção ; isto consta de uma memória que o Sr. Dr.
O Sr barão das Tres Barras:—Retirei a ex- Francisco Gomes da Silva, presidente da cimara
pressão com tanto mais satisfação quaeto estou municipal da capital, rubmetteu á consideração
corto que o nobre senador nío podia querer tra- di secção do conselho de Estado, procedimento
tar por esta manJra a um membro da outra muito acertado porque, de outra maneira, pesa-
camara. riam sobre elle todas estas accusações e proce-
deria, por f dta do esclare- imentos, a impugna-
O Sr. Zacarias;—Ta 'o quanto Y. Ex. es'á di-
zendo em relação a esse moço é por mim conlie- çaoE do nobre sonador.
eoiao, porém,aa actas entregues pelo correio
cido. Eu não disse que ellc arvorou-se em pre- ajultima hma eram as-duplicatas que pareciam
sidente
o
da camara . era2o vereador, mas como o a camara menos legitimas, as rejeitou; e então na
I incompatibiliaou-se, elle foi para a presi- sua memória o Sr. Gomes, presidente da ca-
dência. mara municipal, menciona que foram rejeitadas
O Sr. barão das Tres Barras: - O presidente as recebidas depois, não como razão da r jeFão
da camara (ponhamos de parte o que não vem au mas para designar quacs as duplicatas menos
caso), o presidente da camara da capital, dinso o legitimas.
nobre senador, abusou na apuração, aceitando Mas, isso pouco importa. Deixou de apurar a
sdmente as actas que lhe foram entregues em camara uma só acta de legalidade não contes-
mão.... tada? Não; proferiu nos casos de duplicata umas
O Sr. Zacarias ; — Esta é a questão. as outras ; o que é de sua aUribuição. A scccão
do conselho _dc Estado, e a commissão tambom
O Sr. darão das Tres Barras : — dei- nao achou a irregularidade que o nobre senador
xando da apurar as que lhe vieram remettidas accusa. A regulaiidado do procedimento da ca-
pelo correio. Eu notarei, em primeiro logar, ao mara municipal não pôde ser posta em du-
senado que o presidente da camara municipal vida.
não é quem faz a apuração. Yô o sen do que a camara municipal da capi-
O Sr. Zacarias : — Eu não disse — o pre i- tal não calcou o direito de 8 freguezias.
dente — dis e — a camara —ellc presidin 'o a ca- O nobre senador censura o presidente da ca-
mara. mara por ter, depois da eleição, acompanhado
as actas ate a Côrte. Saiba o senado que o pro-
O Sr. barão das Tres Barras :—O nobre se-
nador reforiu-so sempre ao presidente, e nunca cedimento do presidente da camara apuradora
é antes para louvar, comparado com o do presi-
á cam ra. dente da província. Acabada a eleição pela apu-
O Sr. Zacarias Como presidente da c ■ ara ração nada lha restou a fazer senão explicar
comprehendia toda a cim-ra. seus actos, procurar esclarecer a matéria, O
O Sr. barão das Tres Barras : — Foi um dos presidente da província como procedeu?
argumentos do nobre senador, que, perdôe-me O nobre senador que fez reparo na demora da
que lhe diga, revelam o proposito de tornar encolha o do exame das actas no conselho da
odio a ao semido a eleição do Sr. Salles attri- Estado, devia reparar também que o presidente
buindo sua inclusão na íista triplico exclusiva- da província domoroua remessa das actas quasi
mente a um instrumento incmvenienie. tres mezes depois da apuração...
O Sr Zacarias : —Por influencia do Dr. Gomes; O Sr. barão de Itau'na : — Apondo.
isto disse e sustento. O Sr. barão das Ires Barras. .. quando ».
lei mar ando o praso do dous mezes entre a
O Sr. barão das Tres Barras :—Primeira apuração c a votação,deu tempo maisque razoa-
inexactilão do nobre senador; mas vamos á \el aos candidatos para as convenientes recla-
questão. Consta dos documentos que se acham
na pasta da commisfão, consta da acta da apu- mações. -das não se fez assim na província do Bio-
ração que na vespera da eleição a camara muni- Grande do Norte. O presidente da província
cipal não tendo em seu poder todas >s actas, as não remetteu as actas senão tres mezes depois
requisitara ao presidente da província. dt apuração, mand ndo neste lapso de tempo
O Sr. Zacarias Apoiado. (consta dos documentos) que certas autoridades
O Sr barão das Tres Barras ; — No dia da procedessem a uma syndicancia inquisitorial a
apuração e na hora delia éque pela administra- respeito .h eleição de determinadas freguezias.
ção dô correio lhe foram apresentadas essas Disse o nobre senador que a c mmíssão a ca !a
actas, duplicatas de outra eleição que estavam passo i presenta duvidas, não tom uma opinião
p
«lli dstidas. Também consta dos competentes s gura s ihro a va.idade da cl icão, cinaaprro-
documentos, que a apuração se fez confor me a v ção | ropõe,e,p«rajusti0car,referiu-se'a alguns
lei, considerando-se ambasasactasporsua vez, e topicos do parecer da secção do conselho do Es-
200 SESSÃO EM DE 3J MAIO DE 1869

tado, qu é o musmo da cammissão. O paracer (j.o Que se considere de nenhum effeito a carta
da com mias o não tem o sentido qujonoure imperial que no neou senador pela província do
senador 1 e ttribua. Não acíu-indo no animo Rio Grande d) Norte o Sr. conselheiro d'Estado
da comn-issão o interesse da pa ti io, nã se p o- Franci-co de Salles Torres-H ^mern.
i ondo a sustentar a t ido custo a cau-a da umi T 0 Que altere-se devidamente a lista triplica
parcialidade, nnl >8 entendento ser s^u rig iroso procedente da eleição celebrada em Setembro de
. ever informar ao scnad . da verdade com in- 1867 pura preenchimento da vagi do senador D.
teira i . parcialidade, habilitando-o assim ] «ra Manoel d; Assis Mascarenhas.
liroferir uma doeisão justa, não p edia em vista Vejamos se estas emendas teem bom funda-
de f.llegações encontra.ia . » documentos op- mento, se valem as objecções de que fallou a
postos, reVestidos ontretant) de formalidades commissão, se significam á verdade das occur-
idênticas, d ixar do manifestar ás vezes suas renoas de eleições duvidosas de que falia o
hesitações e as difAculdados nue tove d vencer nobre senador.
para cíiegar a com lusã ■ que ih3 pare -e melhor. A primeira versa sobre a eleição da freguezia
Mesmo quanto aos colle.dos do Assúe Acary, de S Gonçalo do collegio da capital.
em qu. estas difficuldadcs S; apresentam em H.iuve 'nesta freguezia duas eleições, uma
maior gráo, a commissão propõe uma solução coiueçada na matriz, continuada e coucluida na
come a mais segura. E note o senado que estes casa da camara municipal com sciencia de todos,
dous coliegios náo pertencem exclusivarn. nte annunciad v por edital do Io juizde paz. oA outra,
a uma parcialidade. E' causa das notadas hesi- a mosma começada na matriz pelo I juiz de
tações o rigor com que procedeu a commig£.ão paz, continuada* no mesmo logar por tres me-
O Sr visconde de Sapucahy: — Foi severa s irios a principio, oonstimmdo-se depois a mesa
da mais. sob a presidência de um 5J juiz de o
paz. que ora
O Sr. Silveira da Motta : — Até não aceitou é designado assim, ora como I supplente dos
a apuração da camara municipal apuradora. juizes de paz.
O Sr.* barão das Trss Barras:—Disse o A maioria da mesa do collegio eleitoral jul-
nobre senador que as próprias eleiçõos appro- gou válida a eleição presidi la pelo Io juiz de paz,
vadas pela commissão são duvidosas, por que achando justificado o motivo porque se retirara
só teem a seu favor não haver contra elUs recla- da matriz (força armada aquartelada em uma
mação, lendc-se a cada passo no parecer da com- casa fronteira á igreja) e deu neste sentido seu
missão « não houve reclamação ». Perdoa o no- parecer: a maioria, porém, do collegio resolveu
bre senador o observar lhe que esta em engano. t .mar emssparado ambas as eleições, uma por
A commissão não adoptou, como lhe argue o incompetência do juiz que a presidiu, além de
nobre senador, a regra de approvar e dtr como outros defeitos, a outra por incompct-ncia do
boa uma eleição só porque não houve reclamação. Jogar. Isto consta dos documentos. A commis-
Não. a commissão approvou essas eleições por são annullou ambas; a emenda do nobre sena-
outras razões; as expressões de que muitas dor quer a validade da da matriz. Para justili-
vezes usa a não houve reclamação .. servem só cal-a leu o nobre senador uma certidão, que mos-
mente para distinguir e assignalar as eleições tra q.e o presidente da eleição da matriz estava
de que qão ha duplicatas. juramentado como supplente dos juizes de p-<z,
As razões da approvação são outras, e estão e tivera em oxercicio no quatrienuio e pre idira
desenvolvidas no parecer. Tanco é certo, que a até a uma juuta de qualificação.
commissão não procedeu do modo arguido que Quando argumentava assim o nobre senador,
annullou a eleição da villa d > Príncipe contra ouvi que de djversos lados da c^-sa se a segurava
a qual não houve reclamação que isto não tem resposta. Ousei protestar con-
Rogo a V Ex. tenha a bondade d > mandar-me tra esta asseveração, e é occasião de desempe-
as emendas (E' satisfeito]. nhar este compromisso
O nobre senador em resultado do exame a
que procedeu em todos os papeis em que se A incompetoncia do juiz de paz que presidiu
envolve esta complicada questão, apresenta as a el-içâo da matriz não é o único defeito que a
seguintes emendas; (Lendo) commisfio achou nesta eleição, como pareceu ao
i.o Que se considerem válidos os votos dos nobre senador; examinemos, porém, a razão tam-
eleitores da freguezia de S. Gonçalo, procedentes bém allegada da incompetência.
da eleição da matriz. E' verdade que o presidente da eleição da ma-
2 o Que se annullem os votos de ambas as elei- triz foi t-m cena occasião juramentado S" juiz de
ções de Papary. paz, oe exerceu jurisdicçào mas no impedimento
* 3.o Que se considerem válidos os votos dos do I juiz de paz, que occupava a esse tempo o
eleitores resultantes da eleição da matriz de cargo do substituto do juiz municipal, e pelas
Assú. decisões do governo então vigentes, tinha sa-
4.° Que sejam declarados válidos os votos dos bido d., quadro dos juizes de paz. Posteriormente
eleitores da matriz de Angicos. em vista de novas decisões volt< u o juiz de paz
5.' Que si declarem válidos os votos dos elei- impedido pa~a o quadro dos juizes de paz da fre-
tores da eleição da matriz de SanfAima de guezia, que ficou assim completo com a exclusão
Mattos. po chamado 5° juiz de paz. A lei não admitte
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869 m
nem reconhece em cada distncto senão 4 juizes : Veja o senado cnmn eram diligentes esses me
de paz; é entidade illegitima um 5° juiz de paz, ' sariot (Continúa a le.r ) « No intento de adiantar
ou 1» supplenle como ás vezes o denominam. j os trabalhos o mais possivel mandou a mesa
O Sr. visconde de Sapucahv:— Os quatro j lazer 4 offlcios. um para o Io juiz de paz do dis
juizes de paz substituem-se reciprocamente. ■ tricto de Utinga, por ser o mais vizinho, outro
lra 0 o
OSr.barXodasTres Barras:—Sr.presidente, i P'ara 2 . outro para o 3°, e outro finalmente
examinei esta eleição com animo desprevenido; j Pc omo 4», e entr.-gando-oa ao offlcial de justiça,
não tenho o proposito de favorecer determinada | r ? raendou lhe que se qualquer o um dos ditos
parcialidade, não tenho o empenho de fazer juizes de paz, a começar pelo I , não respondesse
entrar para esta casa o Sr. Salles Torres Homem omcialmente e declarasse não poder comparecer
som que devidamente lhe ccmpita aqui um as- tosse entregando cada officK. ao juiz a quem era
sento. Exponho a opinião que formei com a ses dirigido, suppondo, entretanto, que nenhum des-
maior sinceridade. juizes quizesse comparecer, consultou por
ofii 'io ao Exm. presidente da província, nesse
O Sr, Zacarias;—Apoiado. mesmo dia, ss nesta hypothese devia convidar
o
O Sr. barão das Tbes Barras;-Não duvido o I supplente dos juizes de paz do districto
que errasse, rna v o erro é de intelBgencia. desta vala Napoleão Esperidião Pedrosa deGóes,
Os Sus Zacarias e barXo de S. Lourenço: | quaHennio j que está juramentado e já tem fnnccionado no
Apoiado presente, c até mesmo no trabalho
O Sr. barXo das Tres Barras ;—Querendo 1 da qualiflcação
formar um jnizo imparcial, e mais seguro, para Sendo já 5 horas da taide foi a mesa infor-
assim melhor desempenhar o dever que me im- mada de que existia afllxado um edital na portao
poz o senado de dar iuformaçQes que possam da casa da camara municipal, assignado pelo I
„guiar seu voto, declaro a Y. Ex. que . nesta im juiz de paz Joaquim Manoel Teixeira de Moura,
meusidtde de papeis, que conteem allcgações^e convidando a cila e ao povo para no dia seguinte
documentos oppostos e que se contradizem, não aiii E0 reunir e proceder á e'eição, e julgando
' aoredito na maior parte delles. | illegal um tal procedimento officiou ainda ao
O Sr V Ogtaviano ;—Muito bem. I Exm, presidente da provincia pedindo provi-
0 Sr. Zacarias.—Apoiado. j dencias a semelhante respeito. ..»
O Sr- barão das Tres Barras:—Procurei j A' vista, dútq é fóra de toda a duvida que o
achar a verdade em outras fontes. Aos docu- quadro dos juizes de paz da freguezia e-tava
mentos, porém, apresentados por uma parta não : p eenchido com os quatro juizes, cujos nomes
se nóde recusar fé naquillo que lhe prejudica, i veem mencionados na acta, sendo esta enti-
Na acta da eleição presidida.pelo 5" juiz de paz, dade 5° juiz de paz, uma excreeeDcia que a lei
cuja approvaoSo se proprõe na emenda do nobre | desconhece, e manifestamente incompetente
senador, se 16 o seguinte ; [lendo). | neste caso.
«No dia 1(5 reunido o povo pelas nove horr.s da 1 Sr. presidente, po Pa não ir por diante no
manhã, comparoccu o 1° juiz de paz, o assumin- j exame da eleição de que trata a emenda do no
do a presidsncia da mesa, deu começo á primeira tjrc senador, mas nãoquero eccultar circumstan-
chamada dos votantes; mas tendo impugnado o cja alguma,porque o meu dever é expor os faetoa
recebimento da cédula de um votante, a pretexto eni toda a su< verdade. O presidente da provin-
de não ser o mesmo qualificado, e tendo a mesa cia a quem caut-losamente alguns me^arios
reconhecido sua identidade, abandonou os tra- haviam officiado, respondeu qu- o S" juiz de paz
balhos. .. devia presidir a mesa, apoiando se em um aviso
« Era seguida officiou se ao 3o juiz de paz deste governo, que citou, e em um precedente da
districto Mauool Joaquim o
Teixeira de Moura, carnara doa grá. (j,.pUtados, que não especificou,
no impedimento do a , que já tinha sido eha-I _ , .. ,.
mado no dia antecedente, convidando-o para o vir | , Qnftndo tivi-sm boa applicaçao para o caso a
presidir os trabalhos; doclarou.porém, o 3 juiz decisão ao governo em hypüthese differente,
de paz ao ofilcial de justiça, Francisco Antonio 1 Dí,0 P0^la ya'or oo que a lei que só reco-
de Lima, que logo respondia, segando se vê da i Hj13®6 (lua^r0 J"126® em ca^a districto. A dcci-
fé do mesmo offlcial. Então officiou a mesa ao tra são ada camara dos deputados muito competente
4° juiz de paz do mesmo districto Jcsé Francisco memaros t ndo-seIia0 da verificação dos poderes de seus
de Moura Pegado convidando-o para o mesmo 'ccu a pdde servir de modelo para o
fim, o qual respondeu em offlcio do mesmo dia o P ndo-se de eleições di provincia
1G qu não comparecia por motivo de mo-; ®10 Grande do Norte,
lestia. Nesta occasião officiou também a mesa Deve estar na lembrança do sen-ado que, nãi
ao Exm presidente da oprovincia, communican-1 ha muito tempo, pareee-mo que na ultima le-
do-lhe que havendo o I juiz de paz abandonan- gislatura, foi a eleição de deputados pleiteada
do os trabalhos, e já tendo ella convidado aos ! alli pelos progressistas de um lado, e pelos li-
seus iramediatos 2o, e 3o e estes não tendo com-, beraea de outro, creio que ajudados peloscon-
parecido, officiou ao 4°, cuja resposta ficava : servadores. A provincia do Rio Grande do Norte,
aguardando » 1 como o senado sabe, dá dons deputados.
262 SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

Cada um dos lados liolii um só caodiduto ox- de paz tenente-coronel Alexandre Francisco de
clusivo, e completou a sua chap com o nome Oliveira.
do Sr. Leão Valioso, quo ficou sendo candidato « Da acta da installução da assembléa paro-
aceito p»l .s duas parcialidedos. A luta loi re- chial na matriz consta que alguns eleitores e
nhida, fizeram-se tantas duplicatas como gora, supplentes, tendo tomado parte na formação da
até houve dUj licata de camara municip-jl. mesa, recusaram assignal-a, sem motivo "justo;
Em resultado cada um dos candidatos exclu- mas na acta da eleição da casa da camara, e no
sivos teve um diploma, o o Sr Leão Velloso ob- protesto alli transcripto, se declara que dera
teve dous. Verificados os pcdercs, o Sr. Leão causa á recusa o facto extraordinário e mons-
Velloso foi o excluido. truoso de tomarem assento, como mesarios, não
Os próprios mesarios da eleição da matriz de os eleiL.s, mas indivíduos differentes.
S.0 Gonçalo r ao acreditivam na competência do « Houve reclamações desattendidas, seguin-
õ juiz de paz, tanto assim que segundo se vê da do-se tumulto favoneado pelo delegado de poli-
acta convidaram um por um os -ijuizes de paz cia que motivou a separação de alguns eleitores
do districto de Utinga, e eat e os documentos e supplentes, os quaes, como o S" juiz de paz, e
acha-se o attestado de um delles que compare- grande numero de votantes se dirigiram para a
ceu e depois retirou-se pelos motivos que expõe. cisa da camara municipal, onde se realisou a
O documento a que me refiro é este: [lendo]. eleição sem drfeito substancial. A secção diz sem
«O proprietário Jtão Rodrigues Machado defeito substancial, porque uma irregularidade
Castro, capitão d i guarda nacional e 3o juiz de se deu, a qual todavia nenhuma influencia teve
paz do districto de Utiaga, do município do no processo eleitoral. Sendo 24 os eleitores da
S. Gonçalo: parochia, outros tantos devem ser os supplentes.
« Attesto que sendo chamado no dia 1(5 do « O juiz da paz, porém, considerando errada-
corrente, pel .s 6 horas da tarde, para presidir a mente como taes todos os votados depois dos
eleição, a que se procedia na igreja matriz desta eleitores, a todos convocou. Delles só compare-
viliâ para eleitores cspeciaes da parochia, ceu um, cujo voto nada influiu, por isso que não
alli aprosentn-me ás 9 horas da manhã do decidia do resultado da eleição. Cinco cédulas se
dia 17, Encontrei a urna arrombada, e sentido recolheram da turma dos supplentes, e cada um
no topo th mesa q cidadão Napohão Esperidião dos votados obtivera quatro votes. Nestes ter-
Barroso de Góes. Á vista disso, e não querendo mos a secção tem por boa a eleição da casa da
metter-me em um negocio quo não pareceu-me camara.
legal, e não apparectndo também ninguém, « Não pensa do mesmo modo a respeito da
que de novo me fallasse acerca do convite que eleição da matriz, embora presidida pelo Io juiz
me fora feito, fiz a minha oração e retirei-me. de paz. Ella está radicalmente vichda pela ex-
E por verdade dou o presente attestado, e travagante composição da mesa parochial, onde
jurarei se preciso fôr. Vüla de S. Gonçalo, 25 assentaram indivíduos não eleitos, além da irre-
de Setembro del867.-/oão Rodrigues Machado gularidade dc não se declarar o numero de cédu-
Castro. » las recebidas e os nomes dos que faltaram.
A firma está reconhecida por tabellião da ca- « Sendo este o juizo da secção sobre essas
pita1. Noto o senado esta occurrencia, e também duas eleições, já se vô que ella não pôde aceitar
a circuifiatancia constante da i.cta, que ha pouco o collegiô que se figura reunido na matriz, at-
li. que estos mesa ios procederam assim tendo tenta a incurialidade de sous elementos. Ac-
conhecimento do edital do 1" juiz de paz, que os cresce que até se torna duvidosa a sua existência;
convidava e ao povo para comparecerem na casa porquanto: 1°, dizendo se installada pelo Io juiz
dacamara municipal. de paz, mostra se por documentos que este tinha
Se se houvesse de dar preferencia a uma destas
eleições, me parece mais aceitável o parecer da passado a jurisdicção por doente ao 2°, o qual
maioria da mesa do collegh eleitoral, que pre- também a passara a"o 3° pelo mesmo motivo; i ,
feriu a eleição presidida pelo 1° juiz de paz. afíirmando-se da apuração que não houve cere-
A commissã j julga ambas nullas. monia- religiosa por falta dos necessários prepa-
Creio ter ademonstrado que não pôde serap- rativos, o vigário da freguezia attesta o con-
provada a I emenda do nebre senador. trario.
A 2a emenda tem por fim a tmaullação de am- « Admitts, porém, o collegio presidido por
bas as eleições de Papary. Thornaz José de Moura, por considcral-o menos
A commissão apreciou assim estas eleições ■. defeituoso na forma expedida.»
{Lendo.) A eleição cuja annullação é proposta na emen-
« Compõe se dos eleitores da parochia da villa da do nobre senador pelâ Bahia, é uma das mais
em numero de 24. Duas acta ee '.presentam, e legitimas de entre todas da província do Rio
segundo as informaçõ s prestadas áseceão, dous Grunlo no Norte, ao passo que a ontra contra
collegios se flgur.un organlsados p-r'eleitores quo se pronunciou o parecer da secção do con-
de duas el -içõss primarias, uma feita na ma- selho do Estado não é simplesmente defeituosa,
triz, presidida pelo juiz de paz mais votado mas falsa e clandestina.
Francisco Fernandes Li i a, e outra m casa da Os escrúpulos com que procedeu a secção do
camara municipal sob a presidência do 3'juiz conselho de Estado a levaram a não se pronun
SESSÀO EM 31 DE MAIO DE 1869 263
ciar do modo por que o faço, bem certo de pro- bendo que haviam eleitores resultantes de ou-
va-lo. tra eleição-
A acta doo collegio eleitoral que se diz presi- Estas e outras considerações que podia acres-
dido pelo I juiz de paz Francisco Fernandes centar fazem crer que é verdadeira a allegaçâo
Lima, é manifestamente falsa, semelhante colle- dos que sustentam como única e válida a eleição
gio não se reuniu, e a falsidade delia prova presidida pelo 3° juiz de paz na casa dacamâra
também a falsidade da figurada acta da eleição para onde se retirara com o povo, por causa da
parochial de que ella procede. violência com que o delegado pretendia fazer
Na mencionada acta se diz que o collegio valer a fraude empregada para constituir a mesa
fôra organisado pelo juiz de paz mais votado com pessoas que para isso não tinham sido vo-
Francisco Fernandes Lima. O outro collegio foi tadas. retirando-se também o
nessa occasião e
organisado pelo 3° juiz de paz Alexandre Fran- abandonando a eleição o I juiz de paz, homem
cisco de Oliveira Diz se na mesma acta que não pacifico, e que não pòdia prestar-se a acom-
houve cerimonia religiosa por falta de necessá- panhar o delegado em seus planos.
rios preparativos. Esta eleição, presidida pelo 3° juiz de paz do
Entretanto attenda o senado aos documentos zinho, proprio districto, e não por juiz do districto vi-
que vou ler. {Lendo ) cimo por engano disse o nobre senador,
« Illm. Sr.—Cumprindo-me presidir á eleição édefeito a única verdadeira, em nada prejudicando o
para senador, queo se vae proceder no dia 15 do tes dos de terem sido convocados como supplcn-
eleitores todos os votados abaixo do nu-
corrente, como I juiz de paz, e o não poden lo mero destes, pela razão exposía pela commissão,
fazer por motivo de moléstia em minha pessoa, e portanto esta emenda também não pode ser
o corarnunico para sua intelligencia. approvada.
« Deus guarde a V. S. Engenho Bodaoó, 12 de Propõe o nobre senador em outra emenda que
Outubroo
de 1867.-Illm. Sr. Sebastião
o
Felix Tor- sejulguem válidos os votos dos eleitores resul-
res, 2 juiz de paz presidente. — O I juiz de paz, tantes da eleição da matriz do Assú.
Francisco Fernandes Lima. »
, « Illm Sr. — Passo a V. S. o trabalho da elei- naFizeram se "duas eleições nesta freguezia, uma
matriz presidida por juiz de paz do districto
ção que tem de haver amanhã para senador vizinho e outra ona casa da camara municipal
por esta província, para que V S. presida essa
mesa como lhe compete por impedimento meu, presidida pelo I juiz de paz. O nobre senador
pretende que seja válida aquella; para isso leu,
uma vez que por doente de ura pé não como se fosse da commissão. a narração dasoceur-
posso presidir essamesa e trabalhos. Deus guarde
a V. S. Curraes, 14 de Outubro de 18ü'7.—Illm. rencias, que ella extractou da respectiva acta ;
convém agora que o senado ouça também a nar-
Sr. tenente-coronel Alexandre Francisco de Oli-
veira, 3o juiz de paz de Papary —Se6asíião Fe- ração extratada da acta da outra eleição, e em
lix Torres, 2.° juiz de paz. » guida a apreciação da commissão. /'Lendo.)
« A outra eleição desta parochia foi feita no
O padre Basilio Freire de Alcantara Navarro, paço da camara municipal pelas razões que a
presbjtero secular e vigário encommendado da E^cta declara do seguinte modo:
villa de Papary:—Attesto que no dia 16 de Ou- , « Que tendo o 1" juiz de paz do districto João
tubro deste anno celebrei missa na matriz desta Carlos Wanderley apparecido ás 9 horas da ma-
freguezia, cumprindo assim a cerimonia reli" nhã na igreja matriz com o escrivão interino e
giosa de que falia o art. 12 da lei de 19 de Agosto grande numero de cidadãos qualificados para or-
de 1816, afim de que tivesse logar a reunião d.: ganisar a mesa parochial, encontrou dentro da
collegio eleitoral para eleger um senador por mesma matriz já organisada uma outra mesa
esta província. Villa de Papary, 12 de Dezem- presidida pelo juiz de paz do districto da Vár-
bro de 18.,7.—O vigário encommendado, Basilio zea, do município de SantAnna deMattos, Ovi-
Freire de. Alcantara Navarro » dio de Mello Montenegro Pessoa, o postada ahi
As firmas estão reconhecidas pelo tabellião do uma força da guarda nacional de ordem do dele-
logar em todos estes documentos, ea deste pelo gado de policia o capitão Thomaz José de Senna,
da capital. o qual já havia posto um assedio á igreja ma-
A'vista destes documentos éfórade duvida triz desde a noute do dia antecedente, e violen-
que não o
existiu o collegio que se dizorganisado tado
ma
pelas 11 horas da noute as portas da mes-
igreja.
pelo I juiz de paz Francisco Fernandes Lima,
sendo falsa a respectiva acta. Este facto assim « E fazendo o mesmo juiz de paz perante
provado, prova por sua vez que não existiu tam- aquella mesa considerações no sentido de de-
bém a eleição parochial, que se diz presidida monstrar a irregularidade desua reunião e com-
pelo me mo juiz de paz, sendo igualmente falsa posição, passou a organisar a mesa legal no
a sua acta; porquanto se a parcialidade do dele- corpo da mesma igreja matriz, o que lhe foi
gado de policia tivesse eleitores resultantes de obstado pelo referido delegado, o qual declarou
uma eleição qualquer boa ou má, não deixaria em altas vozes, que não consentia alli alguma ou-
deformar com elles collegio ; nem o 2o juiz de tra reunião e que tomava a responsabilidade do
paz se dirigiria ao 3" paraorganisar collegio com seu actq -. em conseqüência do que se dirigira o
os eleitores da eleição a que presidira, sa- mesmo juiz de paz e povo,ao paço da camara mu-
33
264 SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

nicipal, pxri omie foram convocados por edital, até ás 11 horas da manhã para fazel-o a 1 hora
tanto os eleitores e sdpplentes, como os cidadãos da tarde depois de ad antados os trabalhos, sé-
qualificados nesti freguezia. mente para o fim de recusur a presidência da
« Não comparecendo nenhum eleitor nem sup- mesa que lhe foi offerecida, legahsando por esta
supplente, organisou-se a mesa pelo modo de- fôrma a eleição de seus adversários.
terminado no decreto n. 1812 de 23 de Agosto E' mai provável, senão certo, o que narra a
de 1856. acta da eleição feita na0 casa da camara municipal,
que apparecendo o l juiz de paz na matriz, ás
« Organisou-se a mesa, no dia 15 começou a 9 horas da manhã já encontrou uma mesa organi-
Ia chamada e se concluiu a 16; fez-se a 3a em sada com um juiz de paz de distr cto e municí-
n e recolheram se 681 cédulas com 13 nomes, pio differente, e postada ahi a força da guarda
que foram apurados no dia 18. nacional, de ordem do delegado de policia, a
« As aetas narram os factos, segundo o inte- qual havia cercado a igreja matriz desde a nòute
resse de c da uma das parcialidades. Onde está antecedente e violentado as portas da mesma
a verdade ? Difficilfás vezesimpossivel) é achal-a igreja.
em negocies eleitoraes, sendo as provas exhibi A violência feila á igreja prova-se por uma re-
das quasi sempre por pessoas suspeitas. presentação dirigida pelo p tracho ao vigário ca-
« A favor da eleição da casa da camara estão pitular, sem contar outros documentos, que te-
os officios da camara municipal e do vigário da nho como suspeitos, porque procedem de pessoas
freguezia confirmando as asserções da acta res- envolvidas no pleito eleitoral.
pectiva. Quanto á existência da força da guarda na-
« Auxiliam-a também os docamentos juntos cional e o assedio da igreja desde a noute ante-
ao officio do delegado de policia Thomaz José de cedente, os que combatem esta eleição negam o
Senna. De to das essas peças o que a secção deduz facto, e dizem que alguns cidadãos da parochia
com segurança é que na matriz fez se uma elei- passaram a noute em torno da matriz em reu-
ção presidida por autoridade incompetente. nião inerme e pacifica, ao toque de instrumen-
« A causa justificativa deste procedimento tos. Avalie o senado esta explicação.
não está,demonstrada, como cumpria, visto que Em favor desta eleição depõem os documen-
o juz de paz mau votado compareceu enão é li- tos que resultaram do inquirito, a que mandou
quido que lhe fosse offerecida a presidência, an- proceder o presidente d ; província, e portanto
tes é provável o contrario, quando consta que lhe insuspeitos.
fôra vedada a entrada na igreja. Não é pois ab- Contra ella articulou o nobre senador as cos-
surda a acquiescencia ao recurso de que o mes- tumadas gentilezas do Sr. João Carlos Wander-
mo juiz de paz lançou mão, fundado em disposi- ley. O Sr. Wanderley não é pessoa desconhecida
ções de instrucções eleitoraes, e autorisado por dos nobres senadores, já teve assento na camara
precedentes das camaras legislativas para não dos de putados, é um antigo chefe do partido li-
ficar grande numero de cidadãos prmdos do beral na província do Rio Grande do Norte, cm
uso de seu direito, não querendo aliás cooperar favor do qual o nosso illustrecollegaoSr. D. Ma-
para consummação de um aeto evilenteme .te noel, de saudosa reco-dação, tantas vezes levan-
nullo. » tou nesta casa sua voz euergica.
Ainda aqui apparecem os escrúpulos com que Parece-me que se dissipam as duvidas a res-
procedeu a seccção do conselho de Estado re- peito desta eleição; vamos á de Angicos de que
ceando "afrirmar cousa que depois podesse, com trata a 4a emenda do nobre senador.
novos documentos, soffcer objecção. Duas eleições se fizeram nesta freguezia, se-
Em minha opinião está bem provada a validade gundo rezam as actas respectivas. Ambas são
da eleição presidida na casa dacamarapolol» ju.iz urguidas de falsas. Cada uma das parcialidades
depaz;"porquantosendo a arguição principal, que no intuito de sustentar sua arguição, recorreu a
contra ella se faz a de falsidade, o documento todos os meios de provas de que podia dispor:
que para justificar esta accusaçâo se apresenta é attestados, justificaçõ- s judiciaes, etc. Resultou
somente um attestado do porteiro da casa da daqui apresentarem-se documentos que mutua-
camara: mas em contrario ha attestados da pró- mente se destroem; como uma justificação
pria camara municipal, do parocho. do tenente processada perante o 3° substituto do juiz mu-
coronel da guarda nacional, e outras pessoas nicipal em exercido, contrariada por outra do
autorisadas i° substituto que se diz também em exercício
A eleição da matriz que a emenda pretende Um attestado do vigário, a que o nobre senador
que seja válida, é manifostamente nulla pela in- dou tanto valor, contrariado por outros, e pelos
competência do juiz de paz do districto extra depoimentos judiciaes e até certo ponto por
nho, a mais de 10 léguas de distancia, que se elle mesmo, pois deu dous attestados e embora
diz casu Imente presente ás 11 horas da manhã. não se contradigam inteiramente, deixam per-
A narração da acta da eleição presidida pelo ceber a facilidade com que procedeu. Em
l" juiz de paz parece a verdade*ira, sendo capeiosa vista disto não podia a commissão formar um
a da outra acta. Não é presumível que o l0juiz juizo seguro, e portanto não o pronunciou.
de paz, a quem se attribue uma eleição clandes- Inclino-me a crôr que a eleição presidida pelo
tina, sendo convidado deixasse de" comparecer 2° juiz de paz na casa da camara é a melhor, por-
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869 265
que reunindo-se na cidnde do Assú doua colle- piz, únicos juramentados e achando-se presen-
gios eleitoraes, compostos dos eleitores proce- te o 2° juiz de paz mais vizinho, do districto
dentes das duplicatas das duas parcialidades, da matriz da cidade do Assú, tenente co-
que pleitearam a eleição em Aesú e Angicos, os ronel José Carlos de Carvalho, assumira este a
eleitores, da freguezia de Campo Grande, onde presidência do acto, começando por nomear para
não houre duplicata, e não eram contestados, escrivão a Antonio Getulio Ferreira Souto, por
incorporaram se ao colleado que reconhecia legí- não estar presente o escrivão do juiz de paz, que
timos os eleitores da duplicata de Angicos presi- ó o mesmo do subdelegado, e passando a orga-
dida pelo 2o juiz de paz, abandonando o outro nisar a mesa com dous eleitores e dous sup-
collegio. plentes que unicamente compareceram, prose- l
Não podiam os eleitores da freguezia do Campo guiu nos trabalhos até que já começada a l cha-
Grande, cuja legitimidade era incontestável, mada, á 1 hora da tarde appareceraín, com o sub-
querer misturar seus votos com os de eleitores delegado de policia em exercicio João Francisco
falsos. Aquelles eleitores pertencem á parciali- ülhôa Costa, homens armados com facas e cace-
dade do Sr. Dr. Amaro Bezerra, como se vê de tes de jurema verdes, capitaneados pelo com-
um dos artigos publicados por elle sobre a elei- mandante superior Manoel de Mello Montene-
ção do Rio Grande do Norte. O procedimento dos gro Pessoa, e o ex-subdelegado Juvenal de Ma-
eleitores do Campo Grande, é pois um testemunho cedo Cabral, que mais de uma vez ameaçou com
que não deve ser desprezado. uma pistola ao mesario Francisco Martins de
Em todo o caso, propondo a emenda do nobre Oliveira Barros.
senador, que se declarem válidos os votos dos « Nesta occasião o presidente da eleição des-
eleitores da eleição da matriz, não pôde ser cobrindo entre os turbulentos o 2» juiz do paz
approvada pelo senado, porque esta eleição ainda da parochia o tenente João Casimiro de Souza,
que esteja isenta da falsidade arguida, tem ou- offereceu-lhe a presidência que occupava, mas
este recusou aceital-a de um modo inconveniente,
tros defeitos, acomo a falta das indispensáveis como se exprime na acta.
actas da 2" e 3 chamadas, o que foi notado pela
cómmissâo. , , « O mesmo presidente pediu providencias ao
E' a 5" emenda para que se declarem validos subdelegado em exercício, que não as deu. Os
os votos dos eleitores da eleição da matriz de turbulentos porém vendo a firmeza dos cidadãos
SanfAnna de Mattos. amigos da ordem promptos a repellir o assalto,
A comraissão expoz as ocourrencias da eleição evacuaram o corpo da igreja; restabeleceu-se a
primaria desta freguegia deste modo: {Lendo). ordem e continuou o processo eleitoral até o
dia 17.
SanfAnna de Mattos.
« Cumpre investigar se houve as duas elei-
« Dous collegios se apresentam com este ções, conforme as actas, c neste caso qual é ü
nome, reunidos na casa da camara municipal, legitima, ou se houve uma só eleição regular ou
um installado pelo 1° juiz de paz da parochia, irregular
capitão Hermenegildo Pinheiro de Vasconcellos
e presidido pelo commandante superior Manoel « Os documentos que foram presentes á seccão,
de Mello Montenegro Pe-soa, e outro installado além das actas, são os seguintes, 1», attestaÃos
pelo 2' juiz de paz mais vizinho do districto da do coadjutor padre João Manoel de Carvalho, e
matriz da cidade do Assú, tenente coronel José do bacharel Luiz Antonio Ferreira Souto Jú-
Carlos de Carvalho e presidido por Antonio nior, membro da assembléa provincial; 2», um
Rodrigues Baracho. officio do vigário padre João Theotonio de Souza
« São elles compostos dos eleitores prove- e Silva, dii- gido ao presidente da província,
nientes de duas eleições primarias, que se figu- Aquelles affirmam ter havido sómente a eleição
ram feitas na matrizj uma presididaI, pelo 1° juiz presidida pelo 2° juiz de paz do Assú. O vigário
de paz da parochia, outra pelo 2 juiz de paz porém informa que lhe constava terem figurado
mais vizinho na parochia duas turmas de eleitores, uma pro-
« As actas da eleição do 1° juiz de raz nada cedente da eleição presidida pslo 1° juiz de paz
dizem que indique a' existência de outra. Attes- do distriQto, outra por uma outra eleição, e que
tam que no da 15 de Setembro designado pelo dizem ter sido presidida pelo 3° juiz d*e paz do
presidente da província, compareceu na igreja districo do Assú »
matriz ás 9 horas da manha o dito juiz de paz
com dezeseis eleitores e outros tantos supplen- As duas eleições se dizem feitas na Matriz, e
tes, organisou regularmente a mesa e fez a elei-
ção que terminou a 17. Não fazem menção dos ambas são nullas no parecer da commissão ; a
ãccidentes contidos nas actas da outra eleição emenda pois não precisa a eleição que quer va-
presidida pelo2° juiz de paz mais visinho e que lidar; entende se, porém, facilmente que é a pri-
parecem ssr a origem da duplicata. meira.
« Referem estasque no dia designado reunidos Em minha opinião não houve na matriz senão
na igreja matriz eleitores e mpplentes e grande uma só eleição, sendo portanto falsa uma das
numero de cidadãos qualificados, não tendo até actas O nobre senador pensa que a acta falsa é
3s 11 horas comparecido o 1°, 2° e S'juizes de a do juiz de paz do districto vizinho...
266 SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

O Sh. Zacarias;—E' verdade. que a sua freguezia desde 1860 tem sido admi-
nistrada por diversos coadjutores, pro parocho,
O Sa. barão das Tres Barras ; — ... e que E' verdade que a firma do attestado do vigario
a verdadeira é a do Io juiz de paz : eu penso di- eslá reconhecida pelo tabslliâo do logar, mas o
versamente. que se segue é que este facto precisa de averi-
o
Em favor da eleição que se diz presidida pelo guação.
I juiz de paz. ha somente a acta que não falia Outras considerações se offerecem que me per-
dos graves conílictos aceusados eircumstancia suadem da falsidade da eleição que se diz feita
damente na outra acta, e um attestado^do vigá- na matriz com o 1" juiz A actn da eleição presi-
rio, receuhecido por tabellião O vigario é pes- dida pelo juiz de paz do districto vizintiq, tam-
soa conhecida um respeitável ancião. Em con- bém na matriz, dá conta circumstanciada de
trario do attestedo do vigario ha a do coadjutor. occurrencias da maior gravidade, c que se pres-
Ó Sr. Zacarias Coadjutor que compro- tivailí a ficil averiguação, e nem podiam passar
mette o vigario ! isto não é coadjuvar, é pôr um desapercebidas; tal é a aggressão do subdelega-
homem no matto. do de policia João Francisco ülhôa Costa, em
O Sr barão das Tres Barras-.—O coadjutor companhia de homens armados de facas e cace*
attesta qus houve só uma eleição, e esta presi- tes capitaneados pelo commandante superior, á
' dida pelo juiz de paz do districto visinho. uma hora da tarde, no proposito de perturbar os
O Sr. Zacarias;—Não ne mostrou este. trabalhos começados ás 11 horas da manhã.
Na mesma acta estão mencionados os nomes
O Sr. barão das Tres Barras:— Estava entre de outras pessoas, como do 2o juiz de paz, que fi-
os papeis. guraram em semelhante occurroncia. Pois bem :
O Sr. Zacarias;— Eu quizera que dissesse áo o presidente da província que demorou pelo lon-
menos a data. go e-maco do tres mezes a remessa das actas, em-
pregando esse tempo em inquirir das eleições
O Sr. barão das Tres Barras:—Não o tenho decerta s freguezias, á respeito desta não apre-
agora á mão. senta de novo senão um officio do vigario, o mes-
O Sr. Zacarias:—Escondeu-se entre os papeis mo a quem se attribue o attestado que o nobre
O Sr barão das Tres Barras ; — [Procurando, senador leu, no qual se falia na existencia_ de
e depois de alguma paosa,] E' este o attestado; duas eleições, e na reunião de dous collegios,
está assiguado pelo padre João Manoel de Carva- sem adiantar cousa qua não estivesse no
lho ; õ nobre senador pó ie examinal-o. attestado que foi produzido e apresentado por
parte interessada; quando, como o senado ve,
Na eontradicção em que está o attestado do fácil era colherem-se provas que descobrissem
vigário com o do coadjutor não contesto, antes perfeitamente a verdade.
concordo com o nobre senador, que se devia dür Quanto á mim n -o se fez na matriz senão uma
mais credito ao do vigario, se ó vigario o hou- única eleição presidida pelo juiz_ de paz do dis-
vesse passado; mas entre os documentos ha uma tricto vizinho, que occupandoa igreja talvez por
declaração feita cm nome do vigario por um pa- sorpreza, ahí se manteve com os de sua pa cia-
dre. que fora educado por elle, e reside em sua lida-te, abandonando os adversários o processo
casa, de que não passara aquelle attestado ; as regular da eleição, para reccorrcrem ao expedmn-
signando o dito padre a declaração do vigario que tode uma acta"que dá como feita uma eleição,
não podia escrever por seus iucommodos nervo- que não existiu. , j i
sos Há além disto um attestado do bacharel A commissão entendeu, e eat ndeu ham, que
Luiz Antonio Ferrreira, Souto Júnior, depu- os dous collegios formados com eleitores, filhos
tado provincial, e advogado residente na villa de taes eleições primarias, não podiam ser con-
de SanfAnna de Mattos, affirmando que e íalsa, siderados legítimos.
e que não existiu a eleição de eleitores que so A emenda do nobre senador, em vista do que
diz feita na matriz sob a presidência do 1° juiz, fica exposto, não pôde ser approvada pelo_ se-
qus não houve senão a eleição presidida pelo nado Accrescc que, quando fosse real a eleição
juiz de paz do districto vizinho. Ainda, hoje, que o nobre senador julga válida, não poderia
este senhor que se acha na Côrte, e está nos ou- ser approvada, á vista das irregularidades que
vindo nesta casa, como ouviu ao nobre senador a commissão aponta, exprimiudo-se assim : « Na
na ultima sessão, me dirigiu por escripto esta hvpothese de duas eleições dana preferencia a
informação (mostrando) que não lerei, por não do Io juiz d: paz pelas seguintes razões; 1% com-
me parecer curial este meio e para não alongar petência do presidente; 2\ concurso da quasi
o meu discurso; li u,itar-me-hei a dar uma noti- totalidade dos eleitores e supplentes para a for-
cia ligei a desta info.-mação. mação da mesa.
E-te
e foi senhor que,
testemunha comojá
occular dasdisse, reside
occnrren noinsiste
cias, logar « O que não obstante, nao se atreve a dar por
boa essa eleição. As a'tas mostram que não foi
em que o vigario João Theotonio de Souza e Si lva observada a lei nas phases importintes da cha-
não deu nem podia dar o attestado de que fallou mada e apuração. Installou-se.a assemblea paro-
o nobre senador, visto como a muitos annos nao chiai no dia 15 ás 9 horas da manha, e fizeram-se
escreve, não pode escrever, e nem se quer exerce a a a
funeção alguma do seu ministério, tanto assim a I e 2 chamadas, a fez-se a 3 , e começou a
SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869 267
»puraç5o de 587 ceduJas com 24 nomes que fin-( discurso declarou que esta eleição é nulla Se a
^
dou emmr 17. E' muito curto espaço para tanto I eleição é nulla n5o póde ter \cgaT uma nova
trabalho, seguindo-se a fôrma da lei » apuração.
São estas as emendas que o nobre senador of-
fereceu ao parecer da commissão ; nellas se euOresponderei. Sr. Zacarias A eleição do Sr. Salles ;
traduzem todas as objecções, que o nobre sena-
dor tere de oppôr, e havendo eu mostrado que O Sr. barão das Tres Barras.-— A lista trí-
nenhuma tem bom fundamento, fica o mesmo plice que subiu á presença da Coroa contém os
subsistente em todas as suas partes, e justificado nomes dos candidates mais notáveis dsstres
o receio que, á principio manifestei de que seria parcialidades que concorreram ás urnas, plei-
esteril o trabalho empregado para descobrir mo- teando encarniçadamento a eleição : os progres-
tivos de impugnação. sistas, os liberaes eos conservadores, cada uma
De outro modo pensa o nobre senador ; ao se- das parcialidades alcançou um logar na lista
nado compete decidir. para o seu candidato ; o mais ficou dependente
Com a approvação
1, 1. da destas
-í. apuração, emendas,
i ^ o^ ^nobre I da1',■escolha
„ pretende que alte- ãn do poder omoderador.
ram o resultado ão np.vin
devia ne f o r» asatisfeita
estar f -I* O -P„ 14^ ,>a parcialidade
^ pro-
senador, e o propõe em outras emendas: I , que na lista tríplice occupandodoo Sr
o gressista com a inclusão Amaro Bezerra
primeiro logar? O
sa declare sem effeito a carta imperial que no- Sr. Galdino é incompatível nesta
meou senador o Sr. Solles Torres Homem; 2», que Oliveira, outro candidado que ficoueleição, excluído
o Sr.
da
se faça nova apuração para a formação da lista lista, é, segundo me irfurmam, pessoa de excel-
tríplice.
Quando fosse admissível este expediente, quan lentes qualidades, mas que tem completa nega-
do podesse ser adoptada a nova pratica de pre- Çao para a política e para funeções publicas,
ceder-se a nova apuração depois da escolha rea- taato que sendo formado em direito, nunca foi
lisada, creio que outra devia ser a ordem das aproveitado para entrar na lista dos vice-presi
emendas dentes em uma província onde não podem abun
A apuração devia preceder á annullação da ^ homens liabilitados P^ra o exercício deste
carta imperial, porquanto é esta que mostraria 0 Sr oliveira não toma interesse pelos par
a alteraçao na lista tríplice. tidos, vive retirado, tanto que sendo candidato
Não faço esta observação sem boas rasões. Ap- da chapa contraria, no collegio do logar de sua
provadas as emendas do nobre senador a lista residência, onde seus parentes teem influencia
se comporia, é verdade, dos Srs. Amaro Bezerra, o Sr. Torres Homem foi votado. Que aspirações!
Galdino e Oliveira, mas os votos que recahiram pois, foram supplantad as, que direitos oílendidos?
no Sr. Galdino, devem ser reputados nullos em O que mais queria a parcialidade progressista?
virtude do disposições expressas da lei. Se queria mais alguma cousa não o pôde con-
Está provada por documentos que acompa- Kess!ir*
nharam as actas da eleição, e a secção do con- consc A severidade
bo
com que procedeu a secção do
selho de Estado assim reconheceu, a incompati- en ^116 a
Estado no exame de uma eleição
bilidade do Sr. Galdino, porque era delegado de ) .fi '."debita intervenção da autoridade
policia em um dos termos da província, em effee- originou muitos defeitos, deu Jogar a ficar, pela
tivo exorcicio mesmo no dia da eleição primaria, | annullação de muitos collegios, reduzido o seu
o a província do Kio Grande do Norte fôrma um numero, e com poucos votos não só o Sr. Salles,
só districto eleitoral, não podendo por isso ser mas também o Sr. Amaro Bezerra e os outros
votado em nenhum dos seus collegios. candidatos. Se a parcialidade adversa ao Sr. Sal-
Sondo,como são nullos os votos que recahiramo les Torres Homem tivesse sido supplantada, e
no Sr. Galdino, é o Sr. Salles Torres Homem o 3 excluídos da lista todos os seus candidatos, eu
da lista triplice. E não ó só neste caso, como não hesitaria um momento em declarar que a
beste Eení or lla0 ev a r va ecer
quer que so faça a apuração, ainda mesíno dio í ^ ^ P ? ^
que116 aconteceu
aconteccu no no Ceará, que o nobre
modo que
n™ artigos o Sr.
«.-«n-no que Amaro
rmo publicou,Bezerra
rmKi;™,, cQ estãojulga
«o+sí.—°„ o mais legal à Ceará,Aque o
em reunidos em um I| a^senador
BU!luor trouxe para comparação.
urou e
trouxe para comparação. A commissao
commissão
folheto. Ahi o Sr. Amaro Bezerra concede ao Sr. P ' verdade, os votos de mais de 600 elei-
Torres Homem 79 votos iegitimos, e ao Sr. Gal- ma
? Pel0 exa™e. da secSa.0 do ÇOns?lho de
Vão 69 Estado este
KStftnn Psta n numero ■foi muito nimimnnn
fVvi rmufr» ciiminuido, fiP.nrtnr»
ficando
o20 candidato escolhido com menos di 400 votos
Nem seria defeito o pequeno numero de votos ainda sujeitos á duvidas; numero seguramente
com que nesta hypothese ficava na lista insufflciente para supplantar todos os candida-
Sr. Torres Homom, para os que seguem o pro- tos da parcialidade contraria, que assim ficaram
gramma do partido liberal, recentemente publi- excluidos da lista, que resultou de uma eleição
cado, onde com appauso meu, se pugna pelo á que concorreram mais de 1,300 eleitores.
direito de representação das minorias. Não quero reviver uma questão para todos
Sr. presidente, confesso que.não pude com-1 nos desagradável, podendo-se porém enxergar
prehender o alcance da ultima emenda do no- nas palavras do nobre senador uma censura
ore senador, desde que no principio de seul de incoherencia aos que tendo votado pela an-
m SESSÃO EM 31 DE MAIO DE 1869

nuilação daquelia eleição, approvarem esta, peço Yai-se fazer nova eleição; eu e todos os amigos
licença para expôr Bimplesmente uma observa- do governo confiamos, que collocando-se acima
ção que completará as que acabo de offerecer á dos interesses partidários, se esforçará para que
consideração do senado. Em um folheto ha pouco nenhuma aspiração legitima seja estorvada no
distribuído com o titulo Eleição de senadores pela uso de seus recursos, o possa a eleição ser a ver-
província do Ceará em 1867, se acham transcriptos dadeira manifestação da vontade da província.
dous officios dirigidos ao governo imperial, in- Sobre a eleição da província do Rio Grande do
formando sobre aquella eleição : um do Sr. Leão Nor.e, em cujo debate coube-me entrar como
Velloso, presidente da província, depois da elei- membro da commissão de constituição, acabo de
ção ; outro do Sr. Alvim, presidente da provín- expôr, com inteira sinceridade, o que penso. O
cia, antes e na < poca da eleição. Ahi o Sr. Leão meu voto, Sr. presidente, ha de ser de accordo
Velloso diz que no Ceará só haviam dous par- com a opinião manifestada. Mas, os nobres se-
tidos políticos que se equilibravam em quasi nadores ouviram a discussão; não me céga a vai-
toda a província. dade de pensar melhor do queelles, tão illustra-
No ofâcio do Sr. Alvim se lê o seguinte« A dos como são ; votando cada um segundo a sua
liistoria do rompimento da coalicçâo entre pro- cmsciencia, o que fôr decidido pela maioria do
gressistas e conservadores do Ceará está no do- senado é que terei como o melhor.
mínio da publicidade.
« Semelhante alliança alcançada á custa da O Sr. Zacarias pronunciou um discurso que
apostasia, que nada hon|-a a facção chamada con- publicaremos depois.
servadora daquelia provínciá, terminou depois de Fica ainda a discussão adiada pela hora.
feitos os eleitores geraes e especiaes pela perfídia
a mais insólita.» O Sr. presidente dá para a ordem do dia se-
Não obstante, o senado sabe que nem um dos guinte a mesma já designada.
candidatos do partido conservador entrou na Levantou-se a sessão ás 3 horas eeg minutos
lista sextupla. Paro aqui. da tarde.
índice alphabetico

DA.S

Matérias apresentadas, discutidas e votadas, no senado, nas sessões de


27 de Abril a 30 de Maio de 1869, e contidas neste

I VOLUME

Abertura. • Da 1.» Se.ssão da 11a legislatura da — Da proposição da camara dos Srs. deputados
aesamblóa geral, em 11 de Maio de 1869, j,ag. concedendo licença ao Dr. Luiz de Carvalho
108 e 109. Paes de Andrade,'pag. 154
APOSENTADORtA : Ao conferente da alfaudega da — Da proposição da mesma camara autorisando
côrte João Nascentes Pinto, pag. 23o o pagamento da quantia de 26;325j!000 ao ma-
Carta • Do Sr. visconde de Jequitinhonha par- rechal de campo Soares de Andréa e sua ir-
ticipando ao Sr. 1.» secretario do senado que mã, pag. 154.
em rasão de encomraodos de saúde pede li- — Do parecer da mesa n. 170 sobre o requeri-
cença ao senado para ir a Europa, pag. 189. mento do alferes João Zeferino de Hollanda
Declarações : Do Sr .senador F. Octavianno so- Cavalcanti e outro, pag. 155.
breo projecto de fixação de forças de terra para — Do parecer da commissão do constituição,
o anno de 1869 a 187Ó, pag.196. sobro reformas no regimento interno do sena-
DiscussXo : Do parecer da commissão de consti- do, pag. 155.
tuição sobre a eleição de um senador pela pro- — Do projecto da camara dos Srs. deputados li-
víncia da Bahia, pag- 119. xando as forças de terra para o anno de 1869 a
Do parecer da commissão de constituição so- 1870, pag. 155 a 171, 196 a 211, 220 a 224, 227
bre a eleição de dous senadores pela provín- a 2 .5.
cia do Ceará, pag. 119 a 138.
— Da proposição da mesma cimara sobre o com-
— Do parecer da mesa n 174, sobre a proposta promisso da irmandade das almas da fregue-
para a publicação dos debates do senado na zia de S. Lourenco da Matta, em Pernambuco
sessão de 1869, pag. 138. pag. 235, 248. '
— Da proposição da camara dos Srs. deputados — Da proposição da mesma camara sobre a an-
approvando a pensão concedida a D. Herme- tigüidade dós magistrados, pag. 235, 249.
linda dos Guimarães Peixoto e ourras, pag. — Da proposição da mesma cam • ■a sobre dis-
144, 219 e 220. pensa de preparatórios á diversos estudantes,
— Da indicação do Sr. Ferreira Penna sobre ad- pag. 235, 249.
diccões ao'regim3ijto interno do senado etc., Emendas: Do Sr. senador Silveira da Motta,
pag. 144 e 235. sobre o parecer da mesa relativo á publicação
— Dos pareceres da mesa ns. 172 e 173, do cor- dos debates do senado, pag. 219.
rente anno, pag, 145 e 219. — Do Sr. senador Fonseca sobre o parecer da
— Do projecto do senado de 1867, determinando commissão de constituição relativo a eleição
quaes os preparatórios para serem matricula- de um senador pelo Rio Grande do Norte, pag.
dos os estudantes no curso medico, pag. 145 251.
— Do projecto do senado, autorisando o gover- Falla do throno : Lida na sessão imperial da
no para conceder licença por 10 mezes ao des- abertura da l.a sessão da 14." legislatura da
embargador Antonio de Barres e Vasconcelios, assembléa geral; em 11 de Maio de 1869, uag.
pag. .145 e 154. 108 e 109. ^
ÍNDICE

Indicaç3es: Do Sr. senador Ferreira Penna, mesma data, sobre a matricula no 5o anno da
sobre addiçSes ao regimento interno do sena- faculdade de Direito do Recife, do estudante
do, p:ig. 144, 235. Octaviano Cotrim, n.o 186, da mesma data, so-
Licenças ; Ao bacharel Antonio Rodrigues da bre a matricula do 2 anno medico, da facul-
Motta Cunha, pag. 235. dade de medicina da Côrte, do estudante de
pharmacia Thomaz José da Silva, n.187 da
— Ao desembargador Antonio de Barros e Vas- mesma data, sobre matricula do 3* anno me-
concellos, pag. 145 e 154. dico da Côrto, do estudante de pharmacia An-
— Ao Dr.Luiz Carvalho Paes de Andrade,pag 154. tonio José]de Faria Filho,n.183 da mesma data,
— Ao Sr. senador visconde de Jequitinhonha sobre os exames preparatórios do estudante
para ir aEuropa tratar de sua saúde, pag. 189 Manoel Rodrigues de Carvalho Borias, feitos
214, 231. na faculdade de Direito do Recife, n. 189 da
Pareceres: Da mesa n. 172 de 27 de Abril de mesma data. sobre a matricula do estudante
André Paulino de Cerqueira Caldas, e n. 190
1869, expondo os actos legislativos e outros da mesma data, sobre os exames preparatórios
assumptos da competência do senado, que feitos em qualquer faculdade do Império,
foram sujeitos á sua deliberação, durante a pag. 172 á180
sessão legislativa de 1868, pag. 1 a 88.
— Da mesa n. 173 de 27 de Abril de 1869, expon- — Da commissão de consütuição sobre a licença
do o numero de senadores presentes na Côrte que pediu o Sr.senador viconde de Jequitinho-
nha para ir a Europa tratar de sua saúde,
no dia 27 de Abril de 1869, etc., pag. 88 a 96. pag. 189, 214, 227.
— Da mesa n. 174 de 7 de Maio de 1809, expon- — Da commissão de constituição sobre a elei-
do o modo como a mesa procedeu no trabalho ção de um senador pelo Rio Grande do Norte,
de colligir, e preparar informações para o se pag. 235 á 245, 256 á 268.
nado poder deliberar sobre a publicação dos
debates da sessão legislativa de 1869, etc , Projectos: 3 do Sr.senador visconde de S.Vicen-
pag. 99 a 106, 214 a 219. te,sobre a organisação do nosso systema elei-
toral,pag. 149 á 154.
— Da mesa n. 175 de 15 de Março de 18G9, ex-
pondo a matéria de uoia proposição da camara — 2 do Sr. senadorI>
Dantas: o Io, sobre a gualda
dos Srs. deputados de 18 de Julho de 1818,ap- nacional; o 2 , sobre a exhumação dos cadá-
provando diversas mercês pecuniárias por ser- veres nos cemitérios, pag. 189 á 196.
viços militares prestados na guerra contra o — 3 do Sr. senador Dantas: o Io, sobre a liber-
Paraguay, pag. 112 a 114. dade de ensino ; o 2-, sobre a liberdade da im-
— Da mesan. 176 de Maio de 1869, expondo o prensa; o 3-, sobre os advogados do conselho
modo como a mesa tem procedido na organisa- de Estado, pag. 211 á 214, 249.
ção da livraria do senado etc., pag. 114 a 119. — Da mesa n. 191 de 29 de Maio de 1869, sobre
— Da mesan. 177 de 17 de Maio de 1869, expon- as condições para as publicações dos debates
do a circumstaneia de terfallecido o 1.° official do senado, pag. 253 á 256.
da secretaria do Império, etc., pag. 139 e 140. Requerimentos: Do Sr. senador Jobim, pedindo
— Da mesa n. 178 de 17 de Maio de 1869, expon- para que fosse remettido á c mmissão de ins-
do a circumstaneia de ter fallecido o 1.° con- trucção public o projec o do senado sobre
ferente da Alfândega da Corte, pag. 140. matricula de estudantes no curso medico,
; pag.145.
— Da mesa n. 179 de 17 de Maio de 1869, expon-
do a matéria de uma proposição da camara — Do Sr. senador visconde de Jequitinhonha, da-
dos deputados, mandando sanccionar, uma tado de 22 de Maio deste anno,pedindo licença
resolução da assembléa provincial de Per- ao senado para ir á Eurora tratar de sua
nambuco sobre a approvacão do compromisso saúde,pag. 148.
de uma irmandade, pag 140 á 142. — Do Sr. senador F.Octaviano pedindo para que
— Da mesa n. 180 de 17 de Maio de 1869 expon- fosse ouvida a commissão de fazenda sobre a
do a matéria de uma proposição da camara dos pretenção do general Andréa, pag. 155.
deputados de 30 de Maio de 1868, acerca da — Do Sr. senador Paranaguá sobre a discussão
intelligencia que deve dar-se ao final do art. do projecto do fixação de forças de torras para
3° do Decreto de 20 de Dezembro de 1830, o anno de 1869 a 1870, pag, 157.
pag. 142 á 144.
— Do Sr. senador Silveira da Motta, sobre a
— Da mesa n 181 de 20 de Maio de 1869, expon- mesma discussão, pag. 167.
do a matéria de uma proposição da camara — Do Sr. senador Dantas sobre o compromisso
dos deputados, de 21 de Setembro de 1867, da irmandade de S. Lourenço da Matta de
sobre os exames preparatórios feitos nas di- Pernambuco, pag. 249.
versas academias do Império, pag. 146 e 147. — Do Sr. senador F. Octaviano sobre a discussão
— Da mesa n. 182, 183 e 184 de 24 de Maio de relativa a dispensa de preparatórios a diver-
1869 sobre matricul i de estudantes,n. 185 da sos estudantes, pag. 249.

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