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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS - CCSO


DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
DISCIPLINA: EXPERIÊNCIA ARTÍSTICA E CULTURA MODERNA
CURSO DE RÁDIO E TV
SEMESTRE 2022.1
PROF. JUNERLEI LUIS DIAS
DISCENTE: RAFAELLE DOS SANTOS SOUSA

ANÁLISE ESTÉTICA DA SÉRIE STRANGER THINGS

Stranger Things é uma série original da Netflix, lançada em julho de 2016, com 8
episódios de 40 minutos cada. O enredo da trama se dá nos anos 80 na cidade de
Hawkings, uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, onde a população lida
com o misterioso desaparecimento do jovem Will Byers, de 12 anos. O drama se
desenvolve quando a família, amigos e a polícia local, resolvem procurar o Will, e
acabam lidando com um mundo sobrenatural invertido da cidade.
Com um universo narrativo amplo, a série se desenvolveu em mais 3 temporadas,
explorando diversos contextos. Dessa forma, a serie conseguiu conquistar o publico e
cativar a atenção do expectador, trazendo sucesso para a trama.
Na parte estética, a serie se inspirou nas tendências dos anos de 1980 a 1990, essa
caracterização visual, contribuiu positivamente para a identificação do público com a
proposta colocada, uma vez em que a trama é rodeada de referências aos clássicos desse
período, tanto na figuração como maquiagem, roupas e penteados, como na decoração
dos cenários como o uso de cores vivas. Os diretores da série também se inspiraram nas
criações do autor Stephen Kings, com histórias do cotidiano com um toque de
sobrenatural. Outro ponto importante na criação desse universo narrativo, foi conseguir
envolver crianças, jovens e adultos na trama, três gerações cativadas pela produção
através da nostalgia de um período no passado e pela curiosidade presente atualmente.
Na abertura da série, o letreiro digital com a escrita “Stranger Things” relembrou
muito os clássicos cinematográficos dessa época. Além disso, a fonte utilizada no logo é
a mesma do livro Trocas Macabras, de Stephen King.
Comparação entre a fonte utilizada em Stranger Things e em uma obra do Stephen King

A familiaridade também está materializada nos pôsteres e em artefatos como


walkie-talkies. Outros exemplos acontecem quando o quadrinho de “X-Men” é citado
no início da série fazendo uma referência às habilidades de Eleven em Stranger Things,
em relação à Fênix Negra. O clássico filme E.T, de Steven Spielberg, que é uma das
principais inspirações da série, tem, assim como em Stranger Things várias crianças
jogando Dungeons & Dragons - RPG de sucesso nos anos de 1980. Mike encontra
Eleven na floresta, assim como Elliot encontra o E.T. no filme; crianças andam de
bicicleta em ambas as produções durante à noite, entre outras citações.
A trilha sonora, como já dito anteriormente, é um fator bastante explorado pelos
produtores para ambientar o público nos anos 1980. A atmosfera de suspense é
constante. Os irmãos Duffer se preocuparam em fazer um cenário onde “nunca sabemos
o que irá acontecer”. Ao mesmo tempo, as músicas clássicas de Joy Division, The Clash
e New Order aparecem em Stranger Things e ajudam os telespectadores a criarem um
ambiente nostálgico e, de certa forma, reconfortante.
Falando em termos artísticos podemos observar o movimento surrealista muito
presente na série, em termos visuais. Essa perspectiva artística fica evidente em cada
temporada e é possível identificá-las através das formas não realistas e também através
das cores que tendem para o lado mais escuro, trazendo um ar sombrio tanto na arte
como na série.
(Devorador de Mentes ou Monstro das Sombras na série Netflix)

(Spider (1996), Louise Bourgeois. Foto: Nathan Strange)

Assim como no movimento surrealista, observamos que a inspiração dos artistas vinha
de um lado não realista e que advém dos sonhos/pesadelos, na série isso também é uma
prerrogativa constante na vida dos personagens, uma luta entre o mundo real e não real
se perpetua em todas as temporadas, trazendo características como monstros e guerra
(algo recorrente em pesadelos) ao mundo real.

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