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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA

LUANA ALVES DA COSTA FERREIRA

TALES DE MILETO: UM LEGADO DE


GEOMETRIA , MATEMÁTICA E FILOSOFIA

GOIÂNIA - GO
2023
LUANA ALVES DA COSTA FERREIRA

TALES DE MILETO: UM LEGADO DE


GEOMETRIA, MATEMÁTICA E FILOSOFIA

Trabalho acadêmico apresentado à Universidade


Federal de Goiás (UFG) em cumprimento das
exigências para aprovação na disciplina História da
Matemática II do curso de Licenciatura em
Matemática.
Docente: Me. Humberto de Assis Clímaco
GOIÂNIA-GO
2023

Sumário

INTRODUÇÃO 4

HISTÓRIA PESSOAL DE RENÉ DESCARTES 4

GEOMETRIA 5

FOLIUM 9

OVAIS 9

REGRA DE SINAIS 12

CONCLUSÃO 4

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4
4

INTRODUÇÃO

O trabalho em epígrafe consiste em apresentar as notáveis contribuições de Tales de


Mileto, um indivíduo renomado por sua significativa influência no campo da Geometria.
Não obstante a escassez de informações disponíveis sobre sua biografia e realizações,
Tales foi reconhecido como o progenitor da matemática na cultura grega devido às suas
descobertas e pesquisas que forneceram o alicerce para o desenvolvimento da matemática
subsequente.
Uma de suas descobertas mais proeminentes, denominada Teorema de Tales, emergiu
a partir da resolução de um problema relacionado à medição da altura de uma pirâmide. Tales
logrou obter uma solução notável, fundamentada na análise da sombra projetada pela
pirâmide, o que causou uma impressão marcante entre os egípcios. Essa solução se baseou
inteiramente na aplicação de relações de proporção entre segmentos em conjuntos de retas.
Ademais, Tales também desempenhou um papel relevante no campo da Filosofia, onde
propôs a existência de um princípio fundamental subjacente a todas as coisas.

HISTÓRIA PESSOAL DE TALES DE MILETO

ADESCOBERTADOSINCOMESURAVÉIS

Acerca da descoberta dos incomensuráveis na Grécia antiga existe 2


versões contraditórias de como a mesma se deu. A primeira delas que é a
mais disseminada afirma que tal descoberta foi seguida por uma crise no
pensamento pitagórico de que tudo poderia ser explicado representado por
meio de números. A segunda versão é ainda restrita quase que somente aos
meios especializados da história antiga ou história da matemática segundo
ela as fontes mais confiáveis para o estudo do assunto não trazem nenhuma
evidência de uma crise, que não teria sido se não resultado de uma leitura
pouco rigorosa de fontes menos confiáveis.
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O relato que propõe que tenha havido uma crise em meio aos
pitagóricos foi e tem sido muito usada em introduções de caráter histórico
ao estudo dos números irracionais. Entretanto desde a década de 1960
estudos na área aponta certa imprecisão de que a descoberta dos
incomensuráveis teria gerado uma crise entre os pitagóricos. Para aqueles
que defendem que a descoberta gerou uma crise existe um argumento
central, vejamos:

“Tinha sido uma base fundamental do pitagorismo que a essência de


todas as coisas, na geometria bem como nos negócios práticos e teóricos do
homem, é explicável em termos de arithmos, ou propriedades intrínsecas de
números inteiros ou suas razões.”([3], p.72)

Assim, continua outro autor, “A descoberta da existência de números


irracionais foi surpreendente e perturbadora para os pitagóricos. [...] Tão
grande foi o ‘escândalo lógico’ que por algum tempo foram feitos esforços
para manter a questão em sigilo, e há uma lenda que conta que o pitagórico
Hipaso (ou um outro talvez) foi lançado ao mar pela ação ímpia de revelar o
segredo a estranhos ou (de acordo com outra versão) que ele foi banido da
comunidade pitagórica, sendo-lhe erigido um túmulo, como se estivesse
morto.” ([8], p. 60–61)

Com relação ao tema da punição pela revelação do segredo ,além de


Jâmblico, o historiador Plutarco (c.45-c.120 E.C.) também tem algo a dizer:
“[...] dizem que os pitagóricos providenciaram que seus preceitos não
fossem escritos mas que, antes, fossem preservados na memória viva
daqueles que mereciam recebê-los; e quando algum desses processos
geométricos incomuns e abstratos foi divulgado para uma pessoa não
merecedora, eles disseram que os deuses ameaçavam punir essa maldade e
profanação com um sinal e com uma avassaladora calamidade.” ([20], p.
100–101) Vale a pena também ler o trecho seguinte de Papo (c. 330 – c.
405) em que a morte por afogamento é interpretada de modo figurado:
“Essa ciência (ou conhecimento) teve sua origem na seita (ou escola) de
Pitágoras, mas passou por um importante desenvolvimento nas mãos do
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ateniense, Teeteto [...] De fato, a seita (ou escola) de Pitágoras foi de tal
forma afetada por sua reverência por essas coisas que uma história tornou-se
corrente nela, a saber, aquele que primeiro desvendou o conhecimento de
inexprimíveis ou irracionais e o divulgou entre a massa de gente comum
pereceu por afogamento; o que é mais provavelmente uma parábola pela
qual eles procuraram expressar sua convicção de que, primeiro, é melhor
esconder todo inexprimível, ou irracional ou inconcebível no universo e,
segundo, a alma que por erro ou descuido desvela ou revela qualquer coisa
dessa natureza que esteja nela ou neste mundo, vaga (por isso) aqui e ali no
mar da não-identidade (isto é, carecendo de toda similaridade de qualidade
ou acidente), imersa no fluxo do vir-a-ser e do deixar-de-ser, onde não há
padrão de medida.” (Papo apud Walter Burkert, em [5], p.457–458; essa é
uma tradução para o inglês de [4], de 1962).

Em suma, esses trechos (e outros que não citamos aqui) alimentaram


a versão da história em que descoberta, revelação e punição se seguem uma à
outra.

Em outras fontes, podemos encontrar certos detalhes a mais que


buscam explicar um pouco das dificuldades técnicas que levaram a crise,
como a passagem ilustrativa que veremos a seguir

“Números para os pitagóricos significavam apenas números inteiros.


Uma razão de dois números inteiros não era uma fração nem, portanto, um
outro tipo de número, como ocorre modernamente. Frações verdadeiras,
expressando partes de uma unidade monetária ou uma medida, eram
empregadas no comércio, mas tais usos comerciais de aritmética estavam
fora do campo da matemática grega propriamente. Daí os pitagóricos terem
se surpreendido e perturbado pela descoberta de que algumas razões – por
exemplo, a razão entre a hipotenusa de um triângulo retângulo isósceles e o
cateto ou a razão entre a diagonal e o lado do quadrado – não podem ser
expressas por números inteiros. Uma vez que os pitagóricos tinham se
ocupado com ternos de números inteiros que poderiam ser os lados de um
triângulo retângulo, é muito provável que eles tenham descoberto essas
7

novas razões nesse trabalho. Eles chamavam razões expressas por números
inteiros razões comensuráveis, o que significa que as duas quantidades são
medidas por uma unidade comum, e eles chamavam razões não exprimíveis
assim razões incomensuráveis. Assim o que expressamos como √2/2 é uma
razão incomensurável. A razão de magnitudes incomensuráveis foi chamada
αλογος (alogos, inexprimível). O termo αρρητος (arratos (sic), não tendo
uma razão) também foi usado. A descoberta de razões incomensuráveis é
atribuída a Hipaso de Metaponto (Séc.V a.C.). Supõe-se que os pitagóricos
estavam no mar no momento e lançaram Hipaso para fora do barco por ter
produzido um elemento no universo que negava a doutrina pitagórica de que
todos os fenômenos do universo podem ser reduzidos a números inteiros ou
suas razões.” ([15], p. 32

Para quem defende que a existência da incomensurabilidade teria


sido uma dificuldade fundamental na filosofia pitagórica, vejamos uma
leitura interpretada por Oskar Becker de um trecho do Livro IX dos
Elementos de Euclides.

Becker, partindo dos fatos bem conhecidos de que (a) essas


proposições parecem ter chegado a Euclides a partir de uma tradição
aritmética mais antiga e mais simples do que se encontra no restante dos
livros aritméticos (Livros de VII a IX dos Elementos) e (b) pares e ímpares
constituem um tema de profundo interesse no pitagorismo, conclui que esta
parte dos Elementos é a sistematização lógico-dedutiva da aritmética
pitagórica ([1, 2]). Becker usara também um testemunho de Aristóteles, em
que se menciona que os pitagóricos usavam seixos em conexão com sua
aritmética. Assim, Becker, usando pontinhos representando seixos, elaborou
demonstrações para os teoremas sobre números pares e ímpares como
aparecem no Livro IX dos Elementos. Com isso, sustentava que os
primeiros pitagóricos teriam a seu dispor todo o conhecimento sobre pares e
ímpares necessário para elaborarem a famosa prova por redução ao absurdo
de que o lado e a diagonal de um quadrado são incomensuráveis, reportada
por Aristóteles e presente em alguns manuscritos do Livro X dos
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Elementos.

É a reconstrução de Becker que está na base de textos como os de


Kline. Se os pitagóricos podiam demonstrar a incomensurabilidade do lado
e da diagonal de um quadrado, então teriam encontrado algo que não podia
ser explicado em termos de números inteiros, portanto, algo que contrariaria
seu princípio filosófico de que tudo é número.

Porém , não é apenas nos autores da últimas décadas que a “ crise


dos incomensuráveis” está presente. Uma tradição tão difundida tinha (e
tem) suas fontes, isto é, um conjunto de autores e obras da Antiguidade que
pareciam indicar em primeiro lugar a descoberta dos incomensuráveis como
obra de Pitágoras, tido por matemático, ou por Hipaso, ou pelos primeiros
pitagóricos. Em segundo lugar, o choque da incomensurabilidade com uma
teoria de caráter filosófico afirmando que “tudo é número”, depois o
episódio da revelação de segredos matemáticos pitagóricos (certamente algo
ligado à incomensurabilidade) e finalmente a punição do traidor que fizera
tal revelação

ESCOLAPITAGÓRICA

[...] A maior parte dos estudiosos irá concordar que houve uma
escola pitagórica de filosofia desde o século VI A.C. até provavelmente o
IV, que eles estiveram envolvidos em política e que eles tinham certas
crenças sobre a vida e o universo, incluindo talvez o princípio de que ‘tudo
é úmero’, ou que o número guarda a chave para entender a realidade.

Vislumbra-se ainda a possibilidade de que as


grandezas incomensuráveis, assim chamado os números
irracionais ,tenha tido a escola pitagórica como seio.

Eves (1997 apud MORTELE, 2010, p. 17) dispõe que “os


pitagóricos tinham por costume atribuir todas as descobertas ao fundador,
por isso hoje é tão difícil saber se foi realmente Pitágoras que fez estas
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descobertas ou se foram outros membros que na época eram chamados de


seus seguidores”.

Nesse cenário, evidencia-se que boa parte das descobertas atribuídas


a Pitágoras podem não ter sido de fato realizadas por ele, mas sim aos
seus discípulos e participantes da Escola Pitagórica.

METEMPSICOSE

A doutrina da metempsicose, aborda que a alma é constrangida a


reencarnar-se muitas vezes em sucessivas existências corpóreas, não só em
forma de homem, mas também em diversas formas de animais, para expiar
uma culpa originária cometida. Sobre este ponto concordam as nossas
fontes, da mais antiga, que é Xenofanes! (quase contemporâneo de
Pitágoras), o qual zombava dessa crença, até as mais recentes.

Ora, que o próprio Pitágoras tenha sido o inventor de tal doutrina,


como acreditou Wilamowitz', é totalmente inverossímil: todos os estudiosos,
hoje, concordam em afirmar que Pitágoras a extraiu do orfismo,
seguramente anterior. E se os órficos honravam Dionísio e os pitagóricos,
Apolo, isso, como veremos, explica-se bem, uma vez que o pitagorismo
reformará o orfismo nalguns pontos essenciais, exatamente naqueles que
tornarão possível a sua conjunção com a filosofia e, dai a mudança do nume
tutelar: em vez de Dionísio, para quem a orgia entusiástica é sagrada, Apolo,
a quem são sagradas a razão e a ciência.

Portanto, a alma é imortal, preexiste ao corpo e continua a subsistir


depois do corpo. A sua união com um corpo não só não é conforme à sua
natureza, mas é até mesmo contrária. A natureza da alma é divina e,
portanto, eterna, enquanto a natureza de todo corpo é mortal e corruptível; a
união da alma com um corpo, como se disse, é uma punição de uma obscura
culpa originária por ela cometida e é, ao mesmo tempo.. expiação de tal
culpa. Por consequência, a vida do homem deve ser entendida em bases
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totalmente novas com relação às que, de Homero em diante, a grecidade


assumiu como certas

O homem deve viver não em função do corpo, que é "cárcere" e


"prisão" da alma, lugar no qual a ela paga sua culpa originária, mas em
função da alma. E viver em função da alma significa viver uma vida que
seja capaz de "purificá-la", ou seja, desatá-la dos laços que, por culpa
própria, ela contraiu com o corpo.

Mas se orfismo e pitagorismo coincidem em remeter o sentido da


vida a um ultraterreno fim escatológico e em atribuir as "purificações" o
meio para libertar a alma do ciclo das reencarnações e levá-la a unir- -se
com o divino ao qual pertence, diferenciam-se em seguida nitidamente na
escolha dos instrumentos e dos modos com os quais acreditam obter a
purificação da alma. Os órficos sustentavam que os meios de purificação
eram as celebrações e as práticas religiosas dos sagrados mistérios (que
deviam elevar a alma gradativamente até sentir Deus em si e fazer-se
extaticamente uma com ele), e, portanto, permaneciam ligados à
mentalidade mágica, confiando-se quase inteiramente ao taumatúrgico
poder dos ritos. Os pitagóricos, ao invés, atribuíam sobretudo à ciência a via
de purificação. Nas prescrições pitagóricas que regulavam a vida cotidiana,
permaneceram (e isso é natural) numerosas regras empíricas, ditadas por
superstições ou, em todo caso, totalmente estranhas à ciência, mas a vida
pitagórica diferenciou-se nitidamente da vida órfica, justamente pelo culto à
ciência, que se tornou o mais elevado dos "mistérios" e, portanto, o mais
eficaz instrumento de purificação

Assim os pitagóricos realizaram um tipo de vida que para a


grecidade era totalmente novo e respondia a exigências que as formas de
religiosidade tradicionais não sabiam satisfazer, e que a religião dos
mistérios só imperfeitamente satisfazia: e assim compreende-se bem o
entusiasmo que os pitagóricos suscitaram e os consensos e êxitos que
alcançaram.
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As regras médicas de purgação e as regras ascéticas de abstinência


visavam purificar o corpo para torná-lo dócil à alma. E as práticas de
purificação da alma deviam, primeiro, concentrar-se na música, que, como
sabemos, devia ser como a passagem à teoria dos números e ao sistema
aritmético-geométrico dos pitagóricos. E com isso se esclarece também o
sentido de todo o aparato extremamente complexo através do qual a ciência
era compartilhada pelos novos adeptos. Os noviços, no primeiro período em
que eram admitidos à ordem, deviam somente calar e escutar (atitudes
consideradas as mais difíceis de aprender). Aprendido isso, podiam fazer
perguntas, por questões acerca da música, da aritmética e da geometria (e
escrever o que tinham aprendido). Por último, passavam ao estudo de toda a
natureza e do cosmo. O mestre, ademais, falava escondido atrás de uma
tenda, como para separar o saber da pessoa que fisicamente o comunicava, e
para dar um caráter hierático ao mesmo, como se fosse a resposta de um
oráculo; e a for- mula com a qual o docente comunicava o saber era "arbç
'ga", ipse dixit, ou seja, "disse ele", o nume Pitágoras, a autoridade máxima:
fórmula que se tornou proverbial. O silêncio sobre as doutrinas devia ser
mantido pelos adeptos, e quem o infringia era punido. Em suma: ao ensinar
e ao estudar, os pitagóricos oficiavam, celebravam os sagrados mistérios, os
sagrados mistérios da ciência.

Os pitagóricos foram, assim, os iniciadores do tipo de vida chamado


(ou que, talvez, já eles o chamassem) de "bios theoretikos, vida
contemplativa, e que foi também chamada simplesmente de "vida
pitagórica", isto é, uma vida que busca a purificação na contemplação da
verdade, através do saber e do conhecimento. Platão dará a esse tipo de vida
a sua expressão mais perfeita no Górgias e, sobretudo, no Fédon.
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MISTICISMO

O misticismo pitagórico diferencia-se radicalmente das formas de


misticismo oriental, uma vez que, em lugar de apelar para forças alógicas e
a-racionais, para a anulação da consciência, apela para o logos, para a razão,
a ciência e a consciência. O exemplo dos pitagóricos é o primeiro da união
de misticismo e racionalismo que, ulteriormente, outras vezes se repetirá no
mundo ocidental.

Quando perguntaram a Pitágoras porquê os seres humanos existem,


ele disse, "para observar os céus", e costumava afirmar que ele próprio era
um observador da natureza e que fora por isso que ele passou para a vida.

TEOREMADEPITÁGORAS

A maior parte dos estudiosos pensa, por exemplo, que Pitágoras


nunca descobriu o teorema que leva o seu nome.” ([6], p. 30–31), uma vez
que os babilônios e chineses já conheciam o Teorema. Tal como não havia
certeza da relação entre a aplicação do teorema e a descoberta dos
irracionais ( que nós permitiria concluir que há um lado de um triângulo
retângulo cuja medida é √2 ) ,visto que as civilizações citadas anteriormente
, não chegaram aos números irracionais

Por exemplo, acerca dos babilônios, estes foram além, existem


provas concretas de que conheciam o teorema de Pitágoras. Tabletes de
barro do período 1800 a 1600 a. C. foram encontrados, decifrados e se
encontram em museus. Um deles é o Plimpton, mais especificamente
Plimpton 322, a nomenclatura foi recebida por ser o número 322 na coleção
GA Plimpton na Universidade de Columbia, se trata de uma tabela de quatro
colunas aparentando ser um registro de alguma transação comercial. Porém
ao ser analisado se descobriu que é uma lista com quinze linhas de ternos
pitagóricos. Como expõe Crease (2011 apud Castro 2013, p. 25): A tábua
era evidentemente uma tabela trigonométrica ou um auxílio didático para a
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regra de calcular hipotenusas de triângulos retângulos. Ela não contém


variáveis, e parece que sua intenção era divulgar a regra por meio de uma
lista de exemplos.
O fato é que esses povos antigos que tiveram contato com esses
conhecimentos sobre o teorema não estavam interessados no porquê dessa
relação, assim como de outras que presumivelmente conheciam. Era
suficiente o benefício que as relações traziam, havia interesse apenas na
aplicação e não nas demonstrações (CASTRO, 2013, p. 25)
Quanto a demonstração do teorema há um grande mistério de como
os pitagóricos a fizeram , pois não há registros sobre o mesmo. A partir
disto, veremos uma das demonstrações mais populares, tendo como
pressuposto e base a semelhança de triângulos retângulos. (LIMA, 2004, p.
54)
O ilustre autor, Lima (2004, p. 54) traz-nos a breve e eficaz
explicação:

No triângulo retângulo, cada cateto é a média


geométrica entre a hipotenusa e a sua projeção sobre
ela”. Assim, se m e n são respectivamente as
projeções dos catetos a e b sobre a hipotenusa c,
temos a² = mc, b² = nc, enquanto m + n = c.
Somando, vem a² + b² = c².

Nesse sentido, é notável que esta pequena e notável expressão


constituiu um avanço na ciência, pois a utilização apresenta a harmonia e
utilização do Teorema de Pitágoras que é aplicada em especial na
Geometria, Trigonometria, Aritmética, e dentre outras, sobretudo
contribuindo para as demais áreas da matemática e áreas afins.
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DODECAEDRO

De acordo com Proclo, Pitágoras descobriu a incomensurabilidade e


a construção dos sólidos regulares. Esses mesmos temas aparecem sob uma
luz ligeiramente diferente em Jâmblico (c. 285 - c. 330 E.C.): “Dizem sobre
Hipaso que estava entre os pitagóricos e, por ter exposto e escrito primeiro a
esfera a partir de doze pentágonos [o dodecaedro regular], morreu no fundo
do mar, porque fora ímpio, e ficou com a fama de descobridor, mas dizem
que tudo provém daquele homem [Pitágoras].” ([14], p. 88; o mesmo trecho
é repetido por Jâmblico em [13], 77.18)

Como a medida das arestas do dodecaedro regular é incomensurável


com o raio de sua esfera (inscrita ou circunscrita), viu-se nessa passagem de
Jâmblico a possibilidade de que o descobridor da incomensurabilidade
tivesse sido Hipaso de Metaponto (f. 470 A.E.C.) e que isso se dera no
contexto da investigação geométrica sobre o dodecaedro regular.

Todavia, um dos estudos críticos mais antigos sobre a história da


tradição pitagórica de Eva Sachs, a autora põe em dúvida se os pitagóricos
fizeram uma construção matemática do dodecaedro. Ela supõe que os
pitagórica conhecessem o dodecaedro apenas de uma maneira empírica
([23]). Além disso, Walter Burkert nos diz que a expressão em Platão
(Fedro, 110b) e em Plutarco (Quaestiones Platonicae 5.1.1003d) mostra que
bolas de crianças eram feitas em 12 partes; e, adicionalmente, dodecaedros
de bronze existem como evidência arqueológica do século IX ao VI a.C.[5],
p. 460–461). Assim, é improvável que o dodecaedro tenha se tornado
conhecido fora dos círculos pitagóricos por obra de Hipaso.

Ainda, segundo o livro de “ Filosofia Antiga” Pitágoras assimilava


que o dodecaedro tinha relação com os 4 elementos: terra, fogo, ar e água,
sendo o quinto elemento vindo do Cosmos, a substância dos corpos celestes.

Por fim, e mais importante, Jâmblico não relaciona o dodecaedro a


um conflito com a doutrina de que “tudo é número”.
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ARITMÉTICAPITAGÓRICA

Sua aritmética era indutiva e não continha provas. Era possível obter,
graficamente, generalizações sobre sequencias de números, mas as regras
para obtenção de tais sequencias, como as dos números quadrados, cubos e
outros, eram desenvolvidas para uso pratico. A diferença estava na
reverencia que os pitagóricos cultivavam pelos números, empregados não
apenas para fins práticos. Associadas a forcas cósmicas, as propriedades dos
números não podiam ser consequências lógicas de sua estrutura, o que
banalizaria suas propriedades.

A concepção de Pitágoras sobre a natureza parte da ideia de que há


uma explicação global que permite simbolizar a totalidade do cosmos, e esta
explicação é dada pelos números. Isto levou os pitagóricos a considerarem
que as coisas são números, elas consistem de números. Uma das
características principais das coisas reside no fato de elas poderem ser
organizadas e distinguidas. Sendo assim, as propriedades aritméticas das
coisas constituem o seu ser propriamente dito, e o ser de todas as coisas é
numero.

Os números figurados dos pitagóricos eram constituídos de uma


multiplicidade de pontos que também não eram pontos matemáticos, mas
remetiam a elementos discretos: pedrinhas dispostas em uma certa
configuração.

O primeiro exemplo de numero figurado e dado pelos números


triangulares, em que os pontos formam figuras triangulares (os números
pitagóricos são apenas as coleções de bolinhas, a cifra escrita embaixo e a
tradução de cada um em linguagem atual.
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CONSIDERAÇÕESFINAIS

Após estudo aprofundado sobre a vida e principais obras de Pitágoras encontra-se


uma história cercada por lendas e mitos ,o que nós leva a indagação de que se tais fatos foram
reais ou fictícios, porém cada parte é primacial e de suma importância, para assim amalgamar
as evidências que temos hoje e por vez tentar reconstruir os passos que levaram Pitágoras
hoje ser desacreditado como um possível matemático ,tendo em vista que os principais feitos
que levam seu nome pode ter sido obra da seita Pitagórica ou que teve conhecimento por
outros povos

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

ROQUE, Tatiana; CARVALHO, João Bosco Pitombeira de. Tópicos de História da


Matemática.-Rio de Janeiro: SBM, 2012. 1ª edição. Coleção PROFMAT

Revisitando a descoberta dos incomensuráveis na Grécia antiga


CHB GONÇALVES, C Possani – Matemática Universitária, 2010
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