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Editor

Kerginaldo Luiz Freitas

Conselho Editorial
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Prof. Ms. Kerginaldo Luiz de Freitas (UECE)
Profa. Kildilene Carvalho Matos Mota (UFC)
Prof. Ms. Marcus Vinicius Franco Pompílio (UFRJ)
Profa. Ms. Maria Aires de Lima (UECE)
Prof. Dr. Roberto Antônio de Sousa da Silva (UFRJ)
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Capa e diagramação
José Domingues

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

M152l Maciel, Regina.


Laboratório de estudos sobre o trabalho [recurso eletrônico]: Teses e dissertações
2007/2022 / Regina Maciel, Tereza Glaúcia Rocha. – Fortaleza: Publicações Integrar, 2022.
154 p.

E -book no formato PDF.


Edição comemorativa.
ISBN: 978-65-00-56465-5
DOI: 10.29327/585663

1. Trabalho informal . 2. Trabalhadores da saúde. 3. Trabalho dos professores. 4. Condições de


trabalho. 5. Ergonomia I. Título
CDD 158.7
Elaborado por Pricylianna Morais - CRB -3/1623

Publicações Integrar
Sumário

▪ Capítulo 01 - Sobre o trabalho informal ..........................................................11


1.1 Percepção de autonomia entre catadores de materiais
recicláveis de associações e organizações privadas de
Fortaleza-CE. .....................................................................................................13
Vieira, M. E. A. & Maciel, R. H. (2011)

1.2 Estudo sobre inserção e permanência do


trabalhador informal em uma feira de confecção. .....................................15
Nascimento, V. S. & Matos, T. G. R. (2013)

1.3 Significado do trabalho entre prazer e sofrimento:


Um estudo com os feirantes da José Avelino,
na cidade de Fortaleza, Ceará. .......................................................................17
Mota, A. H. & Matos, T. G. R. M. (2013)

1.4 Efeitos da exposição ao ruído na saúde dos


trabalhadores de uma feira do município de Fortaleza-CE. ....................19
Batista, A. C. M. & Maciel, R. H. (2013)

1.5 O trabalho informal e o desenvolvimento de redes


socioprodutivas em uma feira de roupas em Fortaleza-CE. ....................21
Hyppólito, K. B. & Matos, T. G. R. (2013)

1.6 Políticas públicas e trabalho informal: Um estudo sobre


os trabalhadores da feira José Avelino em Fortaleza-CE. .........................24
Oliveira, E. S. C. & Matos, T. G. R. (2014)

1.7 As redes de apoio social de catadores de materiais


recicláveis vinculados a uma associação. ....................................................26
Braga, N. L. & Maciel, R. H. (2015)

1.8 O trabalho das mulheres “sacoleiras”:


Modos de trabalhar na informalidade. ........................................................29
Araújo, N. M. & Matos, T. G. R. (2015)

1.9 Redes sociais de trabalho do agricultor


familiar de Maranguape, Ceará. ....................................................................31
Martins, J. W. & Matos, T. G. R. (2017)
1.10 Entre a solidariedade utilitária e o altruísmo
transformador: Um estudo sobre o voluntariado. .....................................33
Lima, A. C. F. B. & Maciel, R. H. (2020)

1.11 A terceirização na visão do terceirizado


e do contratante. ..............................................................................................35
Távora, M. M. & Maciel, R. H. (2020)

1.12 Redes sociais e trabalho entre feirantes:


O caso de uma feira de roupas na cidade de Fortaleza-CE. ....................37
Carvalho, R. G. & Maciel, R. H. (2016)

1.13 Origens, condições de trabalho e redes sociais:


O caso de três empreendimentos econômicos solidários. .......................39
Braga, N. L. & Maciel, R. H. (2019)

1.14 Análise das condições de trabalho e histórias de vida


de mulheres nas confecções do Ceará. ........................................................42
Araújo, N. M. & Maciel, R. H. (2020)

▪ Capítulo 02 - Sobre os trabalhadores da saúde .............................................45


2.1 Psicologia, trabalho e saúde: Um estudo sobre a atuação
dos psicólogos no campo da saúde do trabalhador. ..................................47
Ferreira, M. A. & Maciel, R.H. (2007)

2.2 Burnout entre estudantes de medicina e os efeitos da


prática de atividades físicas. ..........................................................................49
Maia, D. A. C. & Maciel, R.H. (2010)

2.3 Assédio moral e precarização do trabalho em saúde. ...............................51


Nascimento, A. P. T. & Maciel, R. H. (2013)

2.4 Condições de trabalho de técnicos de enfermagem de


um hospital particular: Burnout e estratégias defensivas. .......................53
Barrocas, P. H. N. & Maciel, R. H. (2014)

2.5 O Programa Mais Médicos a partir das


atitudes dos médicos. ......................................................................................55
Baião, D. C. & Lins, C. F. M. (2016)

2.6 As crenças dos gestores, profissionais e usuários sobre


o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador cearense. ..................57
Leônidas, S. R. & Lins, C. F. M. (2016)
2.7 Autonomia profissional de enfermeiros:
Um estudo a partir de incidentes críticos. ...................................................59
Ferreira, M. A. & Maciel, R. H. (2015)
2.8 Condições de trabalho do psicólogo no SUAS. ..........................................61
Sales, A. R. P. & Maciel, R. H. (2017)
2.9 A colaboração no trabalho de cinco equipes de saúde de
unidades de atenção primária em Fortaleza-Ceará. ..................................63
Baião, D. C. & Maciel, R. H. (2020)

▪ Capítulo 03 - Sobre os trabalhadores dos professores .................................65


3.1 Educação ambiental nas escolas públicas municipais de
Fortaleza: Um estudo de práticas ambientais sob a óptica
dos dirigentes e docentes. ..............................................................................66
Oliveira, S. L. & Matos, T. G. R. (2011)
3.2 Os sentimentos do professor gerados pelas suas
vivências na prática docente: Um estudo com docentes em
uma escola pública no Piauí. .........................................................................68
Lima, E. C. & Matos, T. G. R. (2011)
3.3 Representação social da educação infantil:
A percepção dos professores. .........................................................................70
Torres, G. A. & Matos, T. G. R. (2012)
3.4 Autonomia: Reflexos da contemporaneidade na
atividade docente. ............................................................................................72
Vale, S. F. & Maciel, R. H. (2013)
3.5 Significados e sentidos do trabalho docente para
professores do ensino fundamental I na cidade de Fortaleza. ................74
Viana Filho, M. V. C. & Matos, T. G. R. (2013)
3.6 Condições de vida e trabalho: Etnografia de docentes de
escolas públicas de Teresina-PI. ....................................................................76
Vasconcelos, J. W. O. & Maciel, R. H. (2013)
3.7. A condição de trabalho do professor temporário da rede
municipal de ensino de Fortaleza-CE. .........................................................78
Ferreira, G. S. & Matos, T. G. R. (2016)
3.8 Adição ao trabalho em docentes de nível superior no
Ceará. Dissertação de Mestrado. ...................................................................80
Oliveira, L. K. A. & Maciel, R. H. (2018)
3.9 Carga de trabalho do professor de ensino superior:
Construção e validação de um instrumento de medida. ..........................82
Brito Filho, F. H. & Maciel, R. H. (2017)

3.10 A influência da cultura organizacional e contexto de


trabalho das instituições de ensino superior no prazer e
sofrimento de docentes. .................................................................................84
Galindo, M. C. T. & Maciel, R. H. (2017)

3.11 Representações sociais de pais, alunos e gestores


acerca do professor: Influência na prática docente. ..................................86
Vale, S. F. & Maciel, R. H. (2017)

3.12 Trabalho docente e pós-graduação:


Permanências e rupturas. ..............................................................................89
Viana Filho, M. V. C. & Matos, T. G. R. (2018)

3.13 Os efeitos do programa aprendizagem na idade certa


(PAIC) no trabalho dos professores alfabetizadores. ..............................92
Silva, R. & Matos, T. G. R. (2018)

▪ Capítulo 04 - Sobre carreiras, aposentadoria e


inserção no mercado de trabalho .........................................................................95
4.1 O planejamento de carreira na formação universitária. ...........................96
Silva, D. W. G. & Matos, T. G. R. (2011)

4.2 Estressores da atividade gerencial e suas implicações na saúde:


a mediação dos valores básicos e da adição ao trabalho. .........................98
Provazzi, T. S. & Maciel, R. H. (2014)

4.3 A inserção de jovens no mercado de trabalho:


O que eles têm a dizer. ..................................................................................100
Ferreira, G. M. P. S. & Matos, T. G. R. (2015)

4.4 Serviço público: O que pensam os concurseiros? ....................................102


Silva, L. P. G. F. & Matos, T. G. R. (2015)

4.5 Da universidade ao mercado de trabalho:


A perspectiva da transição de jovens graduandos. ..................................103
Oliveira, A. A. A. & Matos, T. G. R. (2016)

4.6 Preparação para o pós-carreira:


Um estudo com executivos. ..........................................................................105
Barros, E. C. & Matos, T. G. R. (2016)
4.7 Representação social do trabalho: A percepção de
jovens oriundos de programas de qualificação profissional. ................107
Carvalho, M. F. F. & Matos, T. G. R. (2017)

4.8 As representações sociais sobre a formação universitária. .....................109


Ferreira, N. M. S. & Matos, T. G. R. (2020)

▪ Capítulo 05 - Sobre condições de trabalho e ergonomia ...........................111


5.1 Vivências de depressão e a sua relação com o trabalho. .........................112
Santos, A. P. O. & Maciel, R. H. (2007)

5.2 Adoecimento e absenteísmo no trabalho na Companhia


de Água e esgoto do Ceará: Um estudo de caso. ......................................114
Alves, D. F. V. & Maciel, R. H. (2012)

5.3 Acidentes de trabalho: A vivência dos trabalhadores do


porto do Mucuripe e do complexo industrial e portuário do
Pecém-Ceará. ...................................................................................................116
Andrade, I. B. & Matos, T. G. R. (2012)

5.4 O contexto de trabalho de cozinheiros e chefes de cozinha:


Vivências de prazer e sofrimento. ...............................................................118
Teixeira, V. M. & Matos, T. G. R. (2017)

5.5 As vivências de prazer e sofrimento dos


contadores no exercício da profissão. .........................................................120
Saraiva, N. L. S. & Matos, T. G. R. (2019)

5.6 Entre o cooperativismo e a gestão privada:


Um estudo sobre as condições de trabalho em uma
indústria de papel reciclado. .......................................................................122
Portugal, G. X. T. & Maciel, R. H. (2020)

5.7 Assédio moral no trabalho, focando o assediador:


Valores humanos, valores organizacionais e
atos negativos no trabalho. ..........................................................................125
Coelho, V. C. & Maciel, R. H. (2015)

5.8 Afinal, o que é Burnout? ...............................................................................127


Pimentel, F. H. P. & Maciel, R. H. (2015)

5.9 Gestão da segurança por eletricistas do serviço


emergencial: Articulando práticas formais e informais. ........................128
Gonçalves, R. C. & Maciel, R. H. (2017)
5.10 A morte como instrumento de trabalho:
A experiência subjetiva dos coveiros. .......................................................130
Andrade, I. B. & Matos, T. G. R. (2020)

▪ Capítulo 06 - Artigos publicados entre2007 a 2022 ....................................133

▪ Capítulo 07 - Participantes do LET nos 15 anos


de sua existência (2007-2022) .............................................................................141
▪ Sobre as autoras ..................................................................................................151

▪ Fotos .....................................................................................................................152
Apresentação

É com muito orgulho que faço a apresentação do livro


Laboratório de Estudos sobre o Trabalho (LET): teses e dissertações dos
últimos 15 anos, que traz um panorama das pesquisas desenvolvidas
por mestres e doutores formados por esse laboratório, vinculado
ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia, da Universidade de
Fortaleza. O livro reúne 54 resumos de pesquisas, desenvolvidas
entre 2007 e 2022, e encontra-se organizado em cinco temáticas
centrais: trabalho informal; trabalhadores da saúde; trabalho dos
professores; carreiras, aposentadoria e inserção no mercado de
trabalho; e condições de trabalho e ergonomia.
Esta publicação afirma a importância do LET para a
formação de docentes, pesquisadores e outros profissionais, nos
saberes e práticas no campo da Psicologia Social e do Trabalho e da
Ergonomia. Em um sentido mais amplo, este livro fala da trajetória e
consolidação de um programa de investigação que, orientado pelos
pressupostos da ciência, tem desenvolvido seus estudos na busca
por respostas a problemáticas sociais relacionadas ao trabalhador.
Essas investigações têm possibilitado o desenvolvimento de conhe-
cimentos sobre as condições de trabalho de diferentes categorias
profissionais (docentes, catadores de material reciclável, feirantes,
profissionais de saúde, portuários, bancários, dentre outras);
a saúde e o bem-estar de trabalhadores; os ambientes sociais,
organizacionais e as interrelações com os modos de produção da
subjetividade, identidade e saúde; os sentidos que o trabalho assume
na contemporaneidade e as formas de interação com diversos
cenários.
Os resultados dessas investigações estão publicados em
muitas dezenas de artigos e capítulos de livros, que contribuem para
visibilizar e fortalecer a literatura científica sobre essas temáticas.
Embora esse seja motivo de muito orgulho, parece-nos que a
principal vocação do LET é a formação profissional. As sementes
do LET floresceram e estão espalhadas em diferentes instituições de
ensino e contextos de trabalho. São profissionais que orientam suas
práticas pela melhoria das condições de trabalho, pelo respeito aos
trabalhadores e pela garantia das condições de saúde e bem-estar
desses sujeitos.
As investigações do LET têm sido orientadas pelo
compromisso social e ético, pela defesa irrestrita da ciência
como meio de desenvolvimento social e pelo foco de interesse
no trabalhador. Esse reconhecimento tem ainda mais relevância
quando se percebe o momento político crítico que vivemos e, nesse
sentido, este livro constitui-se um verdadeiro alento, à medida que,
o conjunto de investigações que reúne, pode inspirar caminhos e
possibilidades na luta pela diminuição das desigualdades sociais e
violências simbólicas que afetam os trabalhadores.
Feita a apresentação, convidamos a todos a conhecer os
trabalhos reunidos neste livro, na certeza que poderão contribuir
para debates, reflexões e ações que favoreçam a compreensão de
fenômenos que constituem o mundo do trabalho e, muitas vezes,
cerceiam ou limitam a participação de trabalhadores nas relações
sociais e na efetivação de direitos humanos.
Parabéns ao LET pelos 15 anos de história! Que o grupo siga
potente nos seus propósitos e que suas coordenadoras, professoras
Regina Maciel e Tereza Matos, sigam conduzindo, inspirando e
formando novos pesquisadores.
Fortaleza, outubro de 2022

Luciana Maria Maia


Universidade de Fortaleza
Capítulo 01
Sobre o trabalho informal

O LET – Laboratório de Estudos sobre o Trabalho, foi criado


em 2007 com o intuito de promover pesquisas e estudos sobre o
trabalho e suas repercussões na vida das pessoas. Um dos primeiros
estudos, que marcou o lançamento do laboratório, foram as
pesquisas sobre os catadores de materiais recicláveis. Nesses estudos
buscou-se compreender o trabalho realizado pelos catadores tanto
de associações de catadores quanto os que trabalham para depósitos
de lixo da cidade de Fortaleza. Verificou-se a precariedade de vida e
trabalho presente nesse grupo e buscou-se fornecer apoio por meio
de exames médicos e encaminhamentos.
A seguir, na linha do trabalho informal, foram realizados
trabalhos sobre os componentes de uma feira informal de roupas
da cidade de Fortaleza: a feira da Rua José Avelino. Trata-se de uma
feira semanal onde roupas populares são comercializadas na rua ou
em galpões. Os compradores são locais ou podem vir de diversas
partes do país ou do exterior, as chamadas “sacoleiras”.
Esses estudos levaram à adoção de uma metodologia
específica: a Análise de Redes Sociais (ARS) com o intuito de verificar
as trocas que ocorrem entre os participantes de um determinado
processo produtivo e seus efeitos sobre a subjetividade e saúde

11
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

dos trabalhadores. Os métodos da ARS foram, posteriormente,


aplicados em outros contextos formais e se mostrou produtivo no
entendimento das relações entre os trabalhadores.

12
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.1 Percepção de autonomia entre catadores de materiais


recicláveis de associações e organizações privadas de
Fortaleza-CE. Dissertação de Mestrado.
Vieira, M. E. A. & Maciel, R. H. (2011)

O estudo aborda a questão do trabalho dos catadores de


materiais recicláveis da cidade de Fortaleza. O objetivo é investigar
como esses trabalhadores se percebem como sujeitos autônomos.
Buscou-se verificar se os catadores percebem diferentemente sua
condição de trabalho, em relação à autonomia, quando ligados a
uma associação de catadores ou trabalhando isoladamente para
“deposeiros”. Esses objetivos se justificam uma vez que o poder
público e organizações não governamentais têm colocado como
importante a formação de associações de catadores na tentativa
de melhorar as condições de vida e trabalho desses grupamentos
urbanos.
Há um movimento e mobilização social em busca de alterna-
tivas que proporcionem a redução da exclusão de grupos margina-
lizados do processo de desenvolvimento econômico e social. Esse
é o caso das organizações associativas de catadores de material reci-
clável. Além disso, trata-se de atores sociais relacionados à questão
da crise ecológica e reciclagem do lixo. Assim, é relevante entender
a relação da percepção da autonomia para a sustentabilidade dessas
organizações, como aspecto importante na relação homem e traba-
lho. Para tanto, foi realizada uma pesquisa quanti-qualitativa com
127 catadores de associações e ligados a depósitos. Foram utilizadas
observações sistemáticas, entrevistas semiestruturadas e questioná-
rios. O uso combinado de diversos instrumentais e técnicas tiveram

13
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

por objetivo possibilitar um olhar sistêmico sobre os dados coleta-


dos e permitir melhores condições de análise diante da complexi-
dade dos conceitos que se pretendia estudar. Para análise dos dados
foi utilizado o IBM-SPSS e o DSC - Discurso do Sujeito Coletivo.
Os resultados apontam que os catadores se percebem como
sujeitos autônomos, no entanto, existem peculiaridades em cada
uma dessas modalidades de vínculos de trabalho. Foi constatado
também que a participação social se torna um espaço que possibilita
a potencialização para o empoderamento e autonomia.

Palavras-chave: autonomia, catadores de materiais recicláveis,


auto-estima, empoderamento, participação social.

14
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.2 Estudo sobre inserção e permanência do trabalhador


informal em uma feira de confecção.
Dissertação de Mestrado.
Nascimento, V. S. & Matos, T. G. R. (2013)

Esta dissertação teve como objetivo analisar os fatores que


influenciam a inserção e permanência do trabalhador por conta
própria na informalidade, mais especificamente, na feira de roupas
da Rua José Avelino, por meio do discurso acerca de suas trajetórias
de vida e trabalho.
No Brasil, muitos trabalhadores se encontram na infor-
malidade, fato que é visto como um problema econômico e social
pela associação que se costuma fazer entre trabalho informal
e precarização laboral. Neste estudo, optou-se pela adoção de
conceito de setor informal estabelecido pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), segundo o qual esse setor compõe-
se de unidades econômicas não agrícolas, que produzem bens e
serviços com o objetivo de gerar emprego e rendimento para as
pessoas envolvidas.
São unidades econômicas de propriedade de traba-lhadores
por conta própria e de empregadores com até cinco empregados,
moradores de áreas urbanas, não importando se se trata de sua
atividade principal ou secundária.
Utilizou-se uma abordagem qualitativa de pesquisa, mediante
a técnica da história de vida. Foram entrevistados oito trabalhadores,
com idades entre 30 e 66 anos e nível de escolaridade entre o
terceiro ano do ensino fundamental e o superior incompleto.

15
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Os dados coletados foram catego-rizados por intermédio da


análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram que a inserção e
a permanência desses trabalhadores na informalidade não é algo
planejado, mas uma situação que vai se definindo no decorrer de suas
vidas, influenciada pelas relações e interesses familiares, amizades,
experiências profissionais vividas, conhecimentos e qualificações
adquiridos, oportunidades de trabalho, necessidade financeira, busca
por melhores condições de renda e vida e características pessoais.
A ideia de que as pessoas se inserem na informalidade pela
falta de oportunidades de trabalho formal ou por não ter opção para
sobreviver não aparece claramente no discurso desses entrevistados,
mas apenas nas entrelinhas, quando falam das dificuldades de
inserção no mercado formal pela baixa escolaridade ou idade
avançada.
O que sobressai nas falas desses trabalhadores são as
vantagens de se trabalhar na informalidade, como a de não ter chefe,
não ser mandado por ninguém, ter horário flexível, poder conciliar
os trabalhos domésticos com os profissionais e a possibilidade de
ganhar mais. Todos os entrevistados afirmaram não querer trocar
a atividade atual por um trabalho formal. Esse fato leva a acreditar
que a permanência na informalidade é uma questão de escolha e
não uma imposição do mercado de trabalho por falta de vagas no
setor formal. As pessoas optaram por ficar na informalidade por
perceberem maiores vantagens nesse ramo do que as oferecidas
pelo trabalho formal.

Palavras-chave: escolha profissional, trabalho informal, feira de


roupas, história de vida.

16
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.3 Significado do trabalho entre prazer e sofrimento:


Um estudo com os feirantes da José Avelino, na cidade de
Fortaleza, Ceará. Dissertação de Mestrado.
Mota, A. H. & Matos, T. G. R. M. (2013)

O trabalho está inserido no contexto econômico, político


e social e é impregnado de subjetividade, levando cada pessoa
a ter vivências distintas, além de significá-lo diferentemente. O
significado do trabalho é algo subjetivo, social e dinâmico e com
isso cada trabalhador tem um significado próprio a respeito do que
é trabalho e do seu trabalho, além da importância que é dada a ele
por si mesmo e pelos outros. Em vista das mudanças na forma de
trabalhar, nas exigências do cenário capitalista e da importância que
o trabalho, hoje, desempenha na vida das pessoas, surgiu o interesse
em estudar o significado do trabalho para as pessoas que atuam na
feira de confecções e o prazer e sofrimento vivenciado por elas.
O presente estudo compreendeu uma pesquisa exploratória
e descritiva, do tipo survey, de natureza quan-titativa e qualitativa. O
método quantitativo foi utilizado com 120 feirantes, com o objetivo
de mensurar e avaliar o significado do trabalho. A abordagem
qualitativa constituiu-se de 12 entrevistas semiestruturadas com esses
trabalhadores, pelas quais se buscou conhecer as vivências de prazer
e sofrimento no trabalho a partir da fala dos participantes. Para a
análise de dados dos questionários, utilizou-se a técnica da estatística
descritiva simples e cruzada (frequências, médias, desvios padrão,
intervalos e valores máximo e mínimo). Para o processamento dos
resultados, foi utilizado o programa IBM-SPSS. Já para a análise das
entrevistas, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Verificou-se

17
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

que o trabalho tem elevado índice de centralidade para as pessoas


que atuam na feira, exercendo uma função instrumental como meio
de obtenção de recursos financeiros. Além da sobrevivência pessoal
e familiar, o trabalho significa reconhecimento e realização e está
associado à dignidade, ao respeito e à honra. Para os feirantes, o
trabalho na feira significa conhecer outras pessoas, fazer novas
amizades, sentir-se parte de um grupo.
Outro ponto investigado foi o prazer vivenciado por esses tra-
balhadores. Segundo os relatos dessas pessoas, o que proporciona
prazer a elas é o retorno financeiro que a feira lhes dá, ou seja, o pra-
zer está associado à realização de boas vendas. Os feirantes também
citaram que o reconhecimento do seu trabalho e a satisfação pelo
que fazem os deixam felizes e com prazer. Já o sofrimento é causado
pelos horários (acordar cedo), pelas vendas não estarem de acordo
com o esperado e por clientes mal-educados.

Palavras-chave: significado do trabalho, prazer e sofrimento no


trabalho, informalidade, feira de roupas.

18
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.4 Efeitos da exposição ao ruído na saúde dos trabalhadores


de uma feira do município de Fortaleza-CE.
Dissertação de Mestrado.
Batista, A. C. M. & Maciel, R. H. (2013)

A poluição sonora é a mais difundida forma de poluição no


mundo moderno e constitui um dos mais comuns e graves riscos
ambientais. No espaço de uma feira pode-se perceber a existência
de fatores de estresse ambientais, como o ruído, o calor, a poluição
e a multidão que causam efeitos sobre o comportamento social,
como agressividade, ansiedade, perturbações do sono, etc. Nesta
pesquisa foi realizado um estudo dos efeitos não auditivos do ruído
na saúde de trabalhadores de uma feira localizada na cidade de
Fortaleza-CE.
Os efeitos do ruído na audição sofrem influência direta de
alguns fatores, tais como intensidade e frequência do ruído, tempo
e local de exposição, além da susceptibilidade individual. O estudo
realizado foi quanti-qualitativo, com 160 feirantes da Feira da José
Avelino, dos quais 106 eram do sexo feminino e 54 do masculino,
seguindo 3 etapas: medição do ruído; aplicação de questionário e do
teste SRQ20; e entrevistas.
Os dados quantitativos foram analisados pelo programa IBM-
SPSS. Como resultado da pesquisa verificou-se que as medições do
ruído nos dias de feira tiveram as médias de valores em todos os
ambientes acima de 70 dBA, o que é preocupante, pois o nível de
70 dB é tido como o nível de desgaste do organismo, aumentando
o risco de infarto, derrame cerebral, infecções, hipertensão arterial
e outras patologias. 142 (88,7%) dos participantes reconhecem o
ruído como agente causador ou agravador de problemas de saúde,

19
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

porém 113 (70,6%) afirmam que o ruído local não interfere nas
atividades da feira. Quanto ao SRQ20, 45 feirantes apresentaram
resultados sugestivos de Transtorno Mental Comum (TMC), dos
quais 33 eram do sexo feminino e 12 do masculino. Desse total
de feirantes com TMC, 19 (42,2%) afirmam trabalhar na feira há
apenas 2 anos. Percebeu-se que quanto maior é o tempo em anos
de trabalho na feira menor é o número de pessoas com resultado
sugestivo de TMC.
A maior média de valores de ruído obtidos durante as
medições foi detectada no ambiente do estacionamento do
viaduto, local onde também houve um maior número de resultados
sugestivos para Transtornos Mentais Comuns (TMC). No entanto,
não foi observado significância estatística nos resultados quando se
relaciona as médias de ruído com os resultados sugestivos de TMC
obtidos por meio do SRQ20.
Na análise das entrevistas surgiram 6 categorias com os dados
colhidos. Muitos entrevistados referem sentir irritação e estresse
como sintomas decorrentes da exposição ao ruído, porém, não
acreditam que esse ruído possa causar danos à saúde física. Afirmam
que o ruído atrapalha um pouco as vendas, porém não conhecem
nenhum meio para reduzir esse transtorno, pois, segundo eles, toda
feira se constitui dessa forma.
Conclui-se que o ruído é de fato um dos causadores de estresse
e incômodo no ambiente da feira. Os trabalhadores mais expostos, de
acordo com as medições, são também os que apresentam sintomas
de TMC com maior frequência. No entanto esses efeitos são pouco
reconhecidos ou minimizados em função da atividade da venda.

Palavras-chave: ruído, poluição sonora, feira, efeitos não


auditivos do ruído.

20
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.5 O trabalho informal e o desenvolvimento de redes


socioprodutivas em uma feira de roupas em Fortaleza-CE.
Dissertação de Mestrado.
Hyppólito, K. B. & Matos, T. G. R. (2013)

Este estudo objetiva analisar o funcionamento de uma


atividade informal e as relações de sociabilidade e de produção,
aqui intituladas de redes socioprodutivas, existentes em uma feira
de roupas de Fortaleza-CE. Em específico, investigar a existência
de uma rede de sociabilidade e de produção e como se constrói;
conhecer o funcionamento de uma rede socioprodutiva; identificar
personagens/agentes dessa rede; contextualizar a infor-malidade
no ambiente de feira de roupas; e caracterizar dimensão/tipos de
relações existentes na atividade informal em uma feira de roupas
de Fortaleza-CE.
Desenvolveu-se uma pesquisa de natureza qualitativa, do
tipo exploratória, cujos dados foram coletados por meio de cartões
geradores, destinados a identificar as pessoas que mais influenciam
o negócio atual, e de entrevistas semiestruturadas. Entrevistaram-se
dez pessoas, partindo-se de um participante e percorrendo-se a rede
em sua extensão.
Considerando-se o método de análise proposto neste
trabalho, cada participante é identificado como um nó. Esse primeiro
participante ou nó se encontrava em um dos boxes, situado em um
dos galpões da feira da José Avelino. A partir daí, as demais entrevistas
foram agendadas e efetuadas, mediante autorização prévia, na casa
desse primeiro contato, local onde funciona a confecção, bem como

21
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

em outros locais indicados pelos demais participantes da rede. As


relações estabelecidas entre os nós são de confiança, sem as quais
não existiria a rede.
A entrada de novos atores, assim como os vínculos, surge das
relações de trabalho, familiares e de amizade que se estabelecem a
partir de indicações, baseadas em relações de confiança, que podem
ser denominadas de capital social. A rede estudada apresenta como
característica, além da centralidade fixada nas três pessoas da família
(pai, mãe e filha), uma grande mutabilidade, evidenciada conforme
as demandas e os atores ou nós, automaticamente, vão se adaptando
às mudanças, à medida que ocorrem.
Redes horizontais relacionam-se ao responsável pela sua
criação e ao mercado consumidor do produto. Se a demanda cresce,
a rede precisa se adaptar, o que caracteriza a relação socioprodutiva.
Vários estabelecimentos de diversos segmentos de negócios surgiram
e se mantêm em função dessa atividade. Muitas famílias dependem
direta e indiretamente dessa feira para a sua sobrevivência.
Ao fim desta pesquisa pode-se considerar que as redes
socioprodutivas são a origem das microempresas, que iniciam
com o capital de um pequeno empreendedor e, a partir dos laços
estabelecidos, geralmente familiares, crescem e quase sempre se
formalizam. O estudo aponta a necessidade de os responsáveis pelas
políticas públicas planejarem, com cuidado e apreço, uma forma de
organizar melhor o espaço em que esses cidadãos, que sobrevivem
nesse segmento, garantindo o sustento de suas famílias, laboram,
para que o façam de forma digna, em instalações mais confortáveis,
com equipamentos de higiene apropriados, que proporcionem
também segurança, tanto física quanto emocional, sem riscos de

22
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

acidentes e de doenças ocupacionais, com a certeza de que suas


mercadorias, que lhes custaram caro e são objeto primordial para a
sua sobrevivência, não sejam apreendidas.

Palavras-chave: informalidade, capital social, redes socioprodutivas,


feira.

23
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

1.6 Políticas públicas e trabalho informal: Um estudo sobre


os trabalhadores da feira José Avelino em Fortaleza-CE.
Dissertação de Mestrado.
Oliveira, E. S. C. & Matos, T. G. R. (2014)

A realidade social, política e econômica atual é marcada por


novos e crescentes modelos de trabalho, entre os quais se insere
o trabalho informal, vertente cada vez mais presente no Brasil,
cujo crescimento significativo resulta em novas formas de relações
estabelecidas entre os seus representantes e o poder público, no
âmbito político-social. Trata-se de cenário propício à realização
deste trabalho, cujo objetivo consiste em conhecer as ações e
projetos políticos voltados para os trabalhadores informais da
feira José Avelino e a percepção dos feirantes sobre eles, analisar
a percepção do poder público sobre a feira, bem como a vivência
desses trabalhadores em relação a essas ações.
Desenvolveu-se uma pesquisa de natureza qualitativa, mediada
por entrevistas semiestruturadas com três repre-sentantes do poder
público municipal e 15 trabalhadores da feira José Avelino, na cidade
de Fortaleza-CE. Os dados obtidos foram submetidos à análise de
conteúdo. Constatou-se que não existem políticas públicas voltadas
especificamente para a feira, tampouco para os trabalhadores que
a promovem, e que as ações realizadas pela prefeitura no local são
de mero ordenamento, para o que se vale da repressão, manifestada
nas apreensões das mercadorias dos feirantes. Sua atual extensão a
coloca como grande problema na pauta do poder público municipal,
que os feirantes consideram omisso e de ações ineficazes. Esses

24
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

trabalhadores avaliam como negativas suas vivências relacionadas


às ações do poder público municipal, porquanto resultam em
tristeza, insegurança, humilhação, constrangimento, revolta,
sofrimento, descrença e apreensão, e consideram que essas ações
apenas interferem na realização da feira e não ajudam a resolver os
problemas existentes em sua realidade.

Palavras-chave: trabalho informal, feiras, políticas públicas.

25
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

1.7 As redes de apoio social de catadores de materiais


recicláveis vinculados a uma associação.
Dissertação de Mestrado.
Braga, N. L. & Maciel, R. H. (2015)

A catação de materiais recicláveis apresenta-se como uma


alternativa frente à reestruturação produtiva e às crescentes exigências
do mercado de trabalho formal. A necessidade aparece como
grande impulsionadora para a inserção de muitos desempregados
no mundo da catação. A organização de trabalhadores em torno de
associações demonstra ser uma alternativa de trabalho mais justa e
igualitária. As redes sociais mostram-se úteis para o entendimento
da importância das relações como instrumento de benefícios, com
potencial de facilitar o acesso a informações e oportunidades e,
consequentemente, possibilitarem melhores condições de trabalho
e de vida.
Diante disto, esta pesquisa teve como objetivo geral com-
preender as redes de apoio social de catadores de materiais recicláveis
vinculados a uma associação, com foco no campo do trabalho. Os
objetivos específicos buscaram identificar o contexto de trabalho
dos participantes (histórico e características da associação, trajetórias
laborais, organização do trabalho na associação e laços existentes
entre os associados); identificar a estrutura e a função das redes de
apoio social no campo do trabalho; analisar as redes e o possível
capital social que transita por elas. Para a produção deste trabalho,
foi realizada uma pesquisa de campo qualitativa em uma associação
de catadores, em Fortaleza-CE, onde foram entrevistados seis

26
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

catadores associados. Para a coleta de dados, utilizou-se entrevistas


semiestruturadas e o Diagrama da Escolta Social. Os dados foram
analisados através da análise do discurso e com o programa UCINET.
No que se refere aos resultados, os seis participantes nomearam um
total de 27 pessoas integrantes de suas redes, onde a menor rede
apresentou uma pessoa e a maior oito pessoas. Constatou-se que as
redes de apoio social dos catadores associados caracterizam-se por
um elevado nível de homofilia, com a presença sobretudo de laços
fortes e com alto índice de localismo.
A família, amigos e vizinhança demonstram oferecer mais
benefícios do que o fato de ser associado, estando nestes campos
a maior fonte de apoio e de recursos. A associação não evidenciou
ser uma fonte de benefícios direta para cinco, dos seis participantes.
A associação demonstrou ser marcada por fortes relações de poder
e de caráter assistencialista, onde os lucros não são distribuídos
igualitariamente e os associados não parecem ter autonomia em
seus trabalhos. Além disso, o trabalho realizado na associação
apresentou-se bastante precário e informal.
Diante do exposto, percebeu-se que, referente às redes, o
baixo capital social que circula por estas aponta para um ciclo de
reprodução da pobreza e dificuldade de ascensão social. Mostrou-
se importante a ampliação das redes sociais dos par-ticipantes para
além de suas fronteiras sociodemográficas, estendendo seu alcance
à pessoas e instituições que possam propiciar benefícios e melhorias
na qualidade e no exercício de seus trabalhos.
Por fim, a pesquisa mostrou que a reunião de trabalhadores
em torno de uma associação não garante por si só a diminuição
da precariedade e melhorias nas relações de poder. Ressalta-se a

27
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

necessidade de práticas mais dialógicas, do desenvolvimento da


autonomia e da busca por melhorias na qualidade de vida e de
trabalho dos associados.

Palavras-chave: catadores de materiais recicláveis, redes sociais,


redes de apoio social, associação de catadores.

28
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.8 O trabalho das mulheres “sacoleiras”: Modos de trabalhar


na informalidade. Dissertação de Mestrado.
Araújo, N. M. & Matos, T. G. R. (2015)

Nos últimos anos, o mundo de trabalho e a dinâmica do


processo produtivo vêm passando por transformações. Mais
especificamente, a partir da década de 1970, os velhos modos de
produção fordista/taylorista se reconfiguraram, assim, novos
processos produtivos se evidenciam, dentre eles, a informalidade. O
termo informalidade, desde a sua origem, foi utilizado para definir
um conjunto amplo de atividades que envolvem trabalhadores em
ocupações heterogêneas e precárias. Acerca da relação trabalho
e gênero, a literatura mostra que, apesar das conquistas vigentes
nas últimas décadas, o trabalho feminino ainda é perpassado por
inúmeros impedimentos, com uma inserção significativa de mulheres
em postos de trabalho desvalorizados e com menores rendimentos.
Nesse contexto, destaca-se o trabalho das sacoleiras brasileiras,
nordestinas, que trabalham por conta própria e viajam em busca de
comprar produtos populares para revender. Desse modo, a presente
pesquisa teve como objetivo geral conhecer o trabalho das mulheres
sacoleiras. Como objetivos específicos, buscou caracterizar o trabalho
dessas mulheres; analisar a trajetória profissional e os modos de
inserção na atividade; retratar o cotidiano dessas mulheres através
da fotografia, identificando as condições de trabalho e de vida para
a realização dessa atividade. Para operacionalização desse estudo,
foi desenvolvida uma pesquisa exploratória, descritiva, de natureza
qualitativa, pautada pelo método etnográfico, da qual participaram
seis sacoleiras de três estados nordestinos: Ceará, Rio Grande do
Norte e Piauí. A coleta de dados se deu através de entrevista individual

29
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

semiestruturada; observação e diário de campo. Associado a isto,


foi utilizado o recurso fotográfico que teve um papel fundamental
no percurso metodológico no processo de imersão ao campo
pesquisado, no qual foi possível vivenciar e fotografar diversas
cenas que concretamente representam o cotidiano do laboral das
sacoleiras. As imagens feitas foram associadas às entrevistas, com
o intuito de intensificar algumas visibilidades do trabalho dessas
mulheres.
Os resultados apontam para uma atividade eminen-temente
feminina e informal, com condições de trabalho marcadas por uma
forte precariedade, insegurança, com uma rotina intensa, carregada
de riscos financeiros e da própria vida. Todas as participantes
conciliam essa atividade com as tarefas do espaço no qual se passa
a vida familiar, o que caracteriza a forte segmentação de gênero
que perpassa a relação de trabalho das sacoleiras, sendo este um
fator fundamental: a flexibilidade de horários para reordenar a vida
pessoal e profissional.
Diante do exposto, considera-se que a experiência etnográfica
possibilitou conhecer os aspectos do cotidiano de trabalho das
mulheres sacoleiras. São mulheres implicadas nessa atividade
laboral pelo sentimento de uma independência financeira e também
de amenizar as condições de pobreza vividas por elas. Com isso,
o trabalho assume uma centralidade na vida dessas mulheres
para obtenção de renda, sobretudo, há uma grande demanda de
esforço físico e psicológico diante dos desafios e situações adversas
enfrentadas, o que acaba contribuindo de forma sutil para a
reprodução das relações capitalistas.

Palavras-chave: trabalho informal, sacoleira, gênero, etnografia,


fotografia.

30
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.9 Redes sociais de trabalho do agricultor familiar de


Maranguape, Ceará. Dissertação de Mestrado.
Martins, J. W. & Matos, T. G. R. (2017)

As mudanças que vêm ocorrendo a partir das últimas décadas


do século XX no mundo do trabalho, em especial no trabalho de
homens e mulheres do campo, têm afetado o modo de sentir, pensar
e viver do agricultor familiar: a sua atividade laboral. Trata-se de
um estudo de natureza exploratória e descritiva com abordagem
qualitativa, que teve como propósito analisar as redes sociais de
trabalho de agricultores familiares buscando identificar os aspectos
estruturais e relacionais presentes nas redes e descrever o contexto
de trabalho dos participantes. Participaram da pesquisa oito
agricultores do município de Maranguape, Ceará, Brasil. Utilizou-se
entrevistas semiestruturadas, obser-vações participantes, fotografias
e o instrumento gerador de nomes para a coleta de dados.
Os dados foram trabalhados com a análise de conteúdo
e a análise de redes sociais, utilizando o software UCINET. Os
participantes falaram da longa jornada de trabalho e do acúmulo
de funções que exercem. As redes de trabalho informal dos
participantes são formadas basicamente por laços de amizade e de
parentesco.
Os participantes utilizam o capital social presente nas redes
para realizar uma produção que não conseguiriam apenas com a
força de trabalho da família. Conclui-se que o contexto de trabalho
é precário podendo gerar sofrimento físico e mental e impactando
a saúde dos trabalhadores. Isto tem sido compensado com as

31
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

redes de trabalho que envolvem amizade, confiança, reciprocidade


e cooperação, influenciando, de maneira positiva, o trabalho e
possibilitando prazer na sua realização, bem como bem estar físico,
mental e social para esses trabalhadores e trabalhadoras.

Palavras-chave: trabalho, capital social, rede social, agricultor


familiar.

32
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.10 Entre a solidariedade utilitária e o altruísmo


transformador: Um estudo sobre o voluntariado.
Dissertação de Mestrado.
Lima, A. C. F. B. & Maciel, R. H. (2020)

Diante de um panorama contemporâneo pautado pela


centralidade do trabalho, que reverbera em tendências ao indi-
vidualismo e utilitarismo, o voluntariado ainda se destaca como
prática, podendo ser discutido a partir de duas perspectivas:
altruísta e utilitarista. A primeira se pauta por uma perspectiva de
impacto social, enquanto a segunda, englobada pelo discurso do
capital, se pauta em demandas de um retorno pessoal. Desse modo,
esta pesquisa tem o objetivo de compreender as motivações de
voluntários cearenses para o voluntariado.
Foram realizados três estudos. O primeiro visou a identificação
das características sociodemográficas de vo-luntários cearenses
e a identificação do significado de ser voluntário, por meio da
Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Os resultados
apontaram a prevalência de mulheres jovens, em início de carreira,
e para significados de voluntariado voltados à prestação de ajuda
e com sentimentos positivos em relação ao próprio voluntário.
Comprometimento do voluntário e posturas engajadas e politizadas
foram identificados como núcleos de significação emergentes.
O segundo estudo foi realizado com membros de uma
ONG de Fortaleza-CE, utilizando-se do Método Q para identificar
concepções compartilhadas acerca do voluntariado por seus
membros. Foram encontrados dois fatores, diferenciados pela

33
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

preferência dada entre aspectos individuais ou coletivos. Pontos


como a geração de impacto social, o relacionamento interpessoal e o
modo de gestão das atividades foram elencados pelos participantes
como auxiliadores no engajamento com a ONG.
O terceiro e último estudo consistiu na realização de entrevistas
semiestruturadas analisadas em seu conteúdo. Foram identificadas
14 categorias de análise, entre perspectivas altruístas e utilitaristas de
motivações para o voluntariado. Considera-se que o entendimento
de questões relativas às motivações para o voluntariado resguarda
complexidades, vinculadas a aspectos históricos e culturais.
Apesar de estar majoritariamente relacionada a significações
positivas, essa prática também pode se encontrar motivada por
aspectos de ordem utilitarista em um mesmo discurso. Entende-se
que as motivações para o voluntariado podem ser discutidas a partir
de tendências de engajamento e não com base em perspectivas
antagônicas.

Palavras-chave: voluntariado, trabalho, contemporaneidade,


motivação.

34
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.11 A terceirização na visão do terceirizado e do contratante.


Dissertação de Mestrado.
Távora, M. M. & Maciel, R. H. (2020)

Esta dissertação focaliza o trabalho terceirizado nas visões do


trabalhador que atua nessa condição e do gestor que o contrata.
Entende-se como terceirização todo processo de contratação de
trabalhadores por empresa interposta, cujo objetivo último é a
redução de custos com a força de trabalho e(ou) a externalização
dos conflitos trabalhistas.
É provável que a terceirização tenha modificado o cotidiano
das organizações nos relacionamentos entre terceirizados e
trabalhadores efetivos, demandando assim, novas intervenções na
gestão dos negócios. Desse modo, esta dissertação possui como
objetivo geral investigar qual a visão do trabalhador terceirizado e
do gestor da empresa contratante sobre o instituto da terceirização
ampla e irrestrita.
Foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa com
a participação de três profissionais terceirizados e três gestores
de terceirizados em duas empresas, totalizando seis participantes.
As entrevistas semiestruturadas foram gravadas e transcritas com
o consentimento dos entrevistados. Os dados obtidos foram
submetidos a uma análise textual com o auxílio do programa
IRAMUTEQ. Os resultados mostraram aspectos divergentes entre
os relatos dos terceirizados e gestores.
Os profissionais terceirizados tendem a buscar assuntos mais
pessoais e individuais sobre angústias, frente a falta de vínculos e a

35
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

imprevisibilidade no processo de renovação de contrato, sobre sua


carreira, salário e demais questões pessoais que podem surgir na
relação com seu trabalho, a empresa e as condições contratuais. Já os
gestores demonstram estar mais associados ao contexto da empresa,
pensando no sistema como um todo, em que o serviço terceirizado
é uma engrenagem necessária para fazer o funcionamento da
organização mais dinâmico, tendo em vista o lucro e a produtividade
com menor custo.
Pode-se concluir que tanto os gestores quanto os pro-
fissionais reconhecem a fragilidade dos vínculos a que estão expostos
e compreendem suas perdas materiais e subjetivas, demonstrando
como a terceirização é um fio condutor para a precarização nas
relações de trabalho.

Palavras-chave: terceirização, precarização do trabalho,


terceirizado.

36
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.12 Redes sociais e trabalho entre feirantes: O caso de uma


feira de roupas na cidade de Fortaleza-CE.
Tese de Doutorado.
Carvalho, R. G. & Maciel, R. H. (2016)

A presente tese trata das relações e das vivências de trabalho


construídas por feirantes que atuam no âmbito da informalidade e
que se organizam por meio de redes sociais. Para tanto, foi utilizada
a abordagem da Análise de Redes Sociais, que envolve teorias,
modelos e métodos de investigação próprios, para identificação dos
laços entre trabalhadores, suas trocas, as normas que compartilham
e sua articulação com a criação e o uso de capital social.
Foram percorridos os caminhos do trabalho na atualidade,
sobretudo os processos ligados à precarização e à informalidade,
e sua articulação com as vivências e práticas dos trabalhadores.
Foram descritos resultados de pesquisas sobre o trabalho na
informalidade, visando a obtenção dos primeiros indícios de modos
de organização dos trabalhadores e da configuração de redes sociais
como um elemento importante desse processo. Assim, definiu-se
como objetivo geral desta pesquisa analisar as redes sociais entre
feirantes e sua articulação com trabalhos e vivências no contexto de
informalidade de uma feira de roupas na cidade de Fortaleza-CE,
optando-se pela investigação de um galpão que faz parte da feira.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que faz uso da observação
direta e de entrevistas na coleta de dados e da técnica de análise de
conteúdo para sua análise. Seguindo o proposto pela abordagem
da análise de redes sociais, foram utilizadas também técnicas de
mapeamento e descrição das características relacionais e estruturais

37
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

das redes sociais identificadas no cotidiano de trabalho dos feirantes.


Como resultados, constatou-se que redes sociais podem ser
criadas e mobilizadas no dia a dia das interações entre os sujeitos
por meio do capital social e se entrelaçar ao trabalho de feirantes,
sendo um arranjo importante em sua ordenação cotidiana.
As redes sociais identificadas refletem o entrelaçamento entre o
sistema produtivo de mercadorias e a sua comercialização no espaço
da feira, envolvendo laços familiares e de amizade, como também
vínculos de trabalho remunerado por produção. Especificamente
no processo de comercialização de produtos, identificou-se a
formação de redes de trabalho e de confiança entre feirantes, que
configuram relações de solidariedade e de reciprocidade, mesmo em
um contexto de concorrência.
A formação de redes de relações entrelaçadas ao capital
social, seja por meio de laços fortes familiares, seja a partir de laços
mais fracos baseados em amizade e construídos no espaço do
galpão, fornece um contraponto às vivências de individualismo e
de fragmentação social, presentes na cultura do capitalismo flexível,
e pode evidenciar aspectos positivos, à medida que produz novos
sentidos e realidades sociais, resgatando o senso de coletividade e
potencializando suporte social e confiança entre trabalhadores.

Palavras-chave: redes sociais, trabalho, precarização,


informalidade, subjetividade.

38
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

1.13 Origens, condições de trabalho e redes sociais: O caso de


três empreendimentos econômicos solidários.
Tese de Doutorado.
Braga, N. L. & Maciel, R. H. (2019)

Nos últimos anos, frente às transformações da economia e


da sociedade, diversos trabalhadores inseriram-se em cooperativas
e associações na busca de formas alternativas de obtenção de
trabalho e renda. A proposta é que nos empreendimentos prevaleça
uma articulação entre as dimensões sociais e econômicas, sem a
predominância de uma sobre a outra. A literatura indica que as redes
sociais podem exercer um papel importante no que diz respeito ao
acesso a bens materiais, informações e acesso a mercados por parte
dos empreendimentos.
Diante disso, o objetivo geral da pesquisa, base desta
tese, foi analisar o funcionamento de três empreendimentos
econômicos solidários, sendo eles duas cooperativas e uma
associação de trabalhadores. Como objetivos específicos buscou-
se: A) Compreender a história de formação dos empreendimentos
e sua influência em seus funcionamentos; B) Analisar e comparar
a vivência dos associados e as condições de trabalho dentro dos
empreendimentos; C) Mapear e comparar as características
estruturais e relacionais das redes sociais dos associados; D)
Identificar e comparar o apoio recebido por parte de atores externos
aos empreendimentos; E) Analisar os fatores que mais se destacam
como influentes para o funcionamento dos empreendimentos.
A pesquisa foi realizada em três empreendimentos: associação
de catadores (Associação A), cooperativa de costureiras (Cooperativa

39
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

B) e cooperativa de produtores de castanha de caju (Cooperativa


C). Como método, utilizou-se entrevistas semiestruturadas, análise
de redes sociais e a técnica netmap. Os resultados mostraram três
experiências distintas: a Cooperativa B, embora seja eficaz em
apresentar um valor social para o grupo, é insuficiente no que
tange a questão econômica, falhando ao não conseguir suprir as
necessidades financeiras de seus membros.
A Cooperativa C consegue atingir objetivos sociais e
econômicos, pois oferece uma renda compatível com o salário-
mínimo e tem trabalhadores unidos pelo sentimento de solidariedade.
Já a Associação A parece ser deficitária em termos econômicos e
sociais. Embora consiga garantir uma renda quinzenal para seus
associados, o rendimento oferecido não é suficiente para atender
suas demandas financeiras.
No aspecto social, foram encontrados trabalhadores
insatisfeitos, em um ambiente de trabalho permeado por conflitos.
Identificou-se que as redes sociais influenciam o sentido interno
e externo do empreendimento. No sentido interno, as relações
influenciam a coesão, reciprocidade, confiança, amizade, capacidade
de gestão democrática, existência de relações de solidariedade e
união do grupo.
Já no sentido externo, as relações destacam-se pelas parcerias
estabelecidas com outros atores e a consequente expansão do capital
social que reverbera em benefício para o grupo, através de cursos
de capacitação, investimento, acesso a mercados, entre outros. Os
dados também indicaram que experiências de coletividade, por parte
dos associados, como a inserção em movimentos sociais, incitam
um desenvolvimento mais próximo dos princípios cooperativistas

40
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

e da economia solidária. Pode-se concluir que existem formas de


cooperativismo e associativismo muito distintas entre si, cada uma
com trabalhadores lutando com suas possibilidades e limitações, na
busca de melhores condições de trabalho.

Palavras-chave: cooperativismo; economia solidária; trabalho;


análise de redes sociais; netmap.

41
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

1.14 Análise das condições de trabalho e histórias de vida de


mulheres nas confecções do Ceará.
Tese de Doutorado.
Araújo, N. M. & Maciel, R. H. (2020)

O mercado de trabalho se constitui enquanto um espaço


onde se constroem e emergem divisões e diferenças entre homens
e mulheres, sendo estabelecidas em espaços de produção e de
reprodução, os quais são posicionados pela divisão social e sexual
do trabalho. A tese tem como foco a relação entre o trabalho e a vida
de mulheres, tendo como pano de fundo o trabalho em confecções,
ramo em que as mulheres se destacam.
Tem como objetivo geral analisar as condições de trabalho e
de vida das mulheres que desenvolvem suas atividades laborais na
confecção, em unidades produtivas formais e informais, na cidade
de Fortaleza e Região Metropolitana.
Como objetivos específicos, busca-se: 1) compreender como
se configuram as condições de trabalho das mulheres no cenário
brasileiro por meio de uma revisão integrativa da literatura; 2) analisar
o trabalho das mulheres em unidades informais e domiciliares de
produção; 3) realizar uma análise ergonômica nos postos de trabalho
de uma fábrica de confecção formal; e 4) analisar as histórias de vida
e trabalho de mulheres que trabalham na produção de confecção
formal e informal.
A pesquisa foi do tipo exploratória descritiva, de natureza
qualitativa, realizada em quatro etapas. As participantes foram
mulheres que desenvolvem suas atividades na modalidade de

42
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

trabalho informal em domicílio e em regime de contratação formal


no espaço interno de uma fábrica, são maiores de 18 anos e se
prontificaram a participar do estudo através da assinatura do TCLE.
O acesso e seleção das trabalhadoras teve por estratégia o sistema
de bola de neve.
Os locais foram pequenas unidades domiciliares conhecidas
como facções de costura (informais) e uma fábrica (formal). Os
instrumentos utilizados para a obtenção dos dados foram: entrevistas
semiestruturadas; observações; diários de campo; questionário de
investigação de condições de vida com questões que contemplam
informações sociodemográficas e o protocolo de análise de trabalho.
Tais instrumentos possibilitaram obter informações sobre os
aspectos gerais do trabalho, compreendendo como se desencadeia
o processo produtivo e os aspectos das situações de trabalho. A
pesquisa permitiu entender as relações de trabalho no interior da
cadeia produtiva da confecção, enfatizando as histórias de vida das
mulheres.
Constatou-se a diversidade das atividades que as mulheres
desenvolvem, sendo sustentadas por modos singulares de conduzir
a vida pessoal e profissional, com divisão de tempo de trabalho,
contratos fixos, temporários ou informais. Todos esses aspectos
limitam a autonomia das trabalhadoras e são reflexos da flexibilização
laboral. Subjetivamente, as mulheres se apropriam do papel de
ser mulher trabalhadora, reconhecem-se nesse lugar e mostram
trajetórias peculiares à condição feminina.
As experiências relatadas demonstram não existir um único
tipo de trajetória profissional, estas se configuram de forma
heterogênea. Tanto no trabalho informal quanto no formal, há uma

43
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

grande variabilidade e imprevisibilidade no que se refere às situações


de trabalho, com repercussão sobre a vida das trabalhadoras. Percebe-
se que fatores intrínsecos e extrínsecos ao trabalho interferem no
ambiente psicossocial e nas condições de trabalho, condições estas
sustentadas pela centralidade capitalista patriarcal. Dessa forma, há
uma indissociabilidade entre o trabalho na produção de confecção,
gênero, precarização e formas de opressão.

Palavras-chave: trabalho e gênero, divisão sexual do trabalho,


precarização, história de vida, patriarcado.

44
Capítulo 02
Sobre os trabalhadores da
Saúde

Durante os primeiros anos de existência do LET, o laboratório


se associou à Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde
do Ceará- ROREHS, coordenada pelo Prof. João Bosco Feitosa
dos Santos da Universidade Estadual do Ceará - UECE. Trata-
se de uma rede de pesquisadores interessados nas questões de
desenvolvimento dos recursos humanos para o atendimento em
saúde, principalmente do Sistema Único de Saúde – SUS, cujas
diretrizes eram estabelecidas pelo Ministério de Saúde.
Nessa linha, foram realizadas várias pesquisas em conjunto
com os profissionais da Secretária Estadual de Saúde – SESA e
pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará – UECE, visando
conhecer os principais aspectos da atividade que precarizam não
só o trabalho dos profissionais, mas, também, os atendimentos em
saúde.
Independente da ROREHS, dada a importância da saúde e
do bem-estar dos profissionais da saúde, foram realizadas outras
pesquisas no âmbito da iniciativa privada e pública, focalizando
vários fenômenos relacionados ao trabalho como a autonomia dos

45
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

profissionais de enfermagem, o fazer dos psicólogos no Centro


de Referência em Saúde do Trabalhador do Ceará - CEREST, o
trabalho dos atendentes e demais profissionais do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, questões referentes ao
Programa Mais Médicos e até o trabalho dos psicólogos no Sistema
Único de Assistência Social.
Nessa época, faziam parte do LET as Profas. Cynthia Melo
Lins e Luciana Maria Maia que muito contribuíram nessa área. Além
de terem sido coorientados trabalhos junto ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva da UNIFOR.

46
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.1 Psicologia, trabalho e saúde: Um estudo sobre a atuação


dos psicólogos no campo da saúde do trabalhador.
Dissertação de Mestrado.
Ferreira, M. A. & Maciel, R.H. (2007)

Este estudo investiga as práticas dos psicólogos do tra-balho,


voltadas para a promoção da saúde dos trabalhadores, com o objetivo
de identificar as atividades desenvolvidas por eles na amenização
do sofrimento dos trabalhadores e para a promoção da saúde no
trabalho. Além disso, analisa como os psicólogos se posicionam
frente às práticas que desenvolvem e como estas vêm atualmente
contribuindo para a promoção do bem-estar dos trabalhadores.
A investigação, de natureza quanti-qualitativa, foi realizada com
psicólogos que atuam em organizações no Ceará. Os dados foram
coletados pela aplicação de questionários, enviados pela internet
para os psicólogos inscritos no Conselho Regional de Psicologia
do Ceará (CRP11), e por meio de entrevistas semiestruturadas com
cinco profissionais da área.
No estudo quantitativo, verificou-se que 56,7% dos pes-
quisados relatam realizar atividades voltadas para a promoção
da saúde e prevenção do adoecimento no trabalho. Em relação à
qualificação dos psicólogos investigados, dos 56,7% que atuam em
saúde do trabalhador, 60% afirmaram possuir capacitação nesta
área.
As entrevistas revelaram que o psicólogo não tem a saúde do
trabalhador como prioridade na sua atuação profissional. Embora
conheçam as principais teorias, o tema saúde do trabalhador parece

47
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

obscuro para os profissionais que não foram capacitados para


realizar uma leitura crítica sobre tal questão. Dessa forma, as ações
desenvolvidas na área enfocada se mostram insuficientes.
Esse quadro se deve, provavelmente, a falhas na formação,
à acomodação dos profissionais, a uma visão excessivamente
empresarial e à falta de articulação da categoria para viabilizar a
troca de informações e conhecimentos. A preocupação com a saúde
física mostrou-se prioritária para os psicólogos em detrimento da
saúde mental.
Os psicólogos do trabalho utilizam de maneira acrítica
modelos e estratégias de ação em saúde na forma de programas
pontuais, sem terem consciência do impacto e das repercussões que
estes exercem sobre os sujeitos.

Palavras-chave: saúde do trabalhador, psicologia organizacional,


saúde ocupacional, trabalho.

48
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.2 Burnout entre estudantes de medicina e os efeitos da


prática de atividades físicas. Dissertação de Mestardo.
Maia, D. A. C. & Maciel, R.H. (2010)

A síndrome de burnout é definida como um comprometimento


decorrente do trabalho, mais especi-ficamente da exposição
prolongada ao estresse na situação de trabalho. No entanto, tem sido
descrita também entre estudantes, pois, embora ainda não estejam
exercendo uma profissão plenamente, o próprio estudo, estágios
e outras atividades acadêmicas podem se constituir em fontes de
estresse.
Este estudo investigou a síndrome de burnout em uma
amostra de estudantes de medicina da cidade de Fortaleza, que se
encontravam regulamente matriculados nos cursos de medicina da
cidade e frequentando periodicamente as aulas.
A amostra, por conveniência, foi de 300 alunos com idade
média de 22,58 anos, sendo 48,3% homens e 51,7% mulheres. Os
instrumentos utilizados para a detecção e mensuração da síndrome
foram o MBI-SS (Maslach Burnout Inventory – Students Survey – MBI-SS).
A versão para estudantes do inventário de burnout foi desenvolvida
para avaliar a síndrome em estudantes e possui um número menor
de itens do que a versão original do instrumento.
O inventário mede três dimensões: Exaustão Emocional (EE),
Descrença (DE) e Eficácia Profissional (EP). Um questionário com
questões sociodemográficas, contendo informações sobre idade,
gênero, satisfação com o curso, tempo livre, horas de lazer, ajuda de
custo etc.; e um terceiro denominado Questionário Internacional de

49
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Atividade Física, IPAQ (versão 6 longa) foram também aplicados


com o objetivo de verificar se essas variáveis têm alguma influência
no aparecimento do burnout nos estudantes investigados.
Os resultados, analisados por meio de regressão multidi-
mensional e testes de Qui-Quadrado mostraram que, segundo o
critério utilizado nacionalmente, os alunos de graduação em medicina
da amostra pesquisada não apre-sentam sintomas de burnout e
que 51,2% dos estudantes da amostra podem ser considerados
sedentários e pouco ativos. Além disso, não foram encontradas
relações entre a prática de atividades físicas e a síndrome nas escalas
EE e DE.
A escala EP apresentou, como variável preditora, o nível de
atividade física, mas as relações não foram no sentido esperado.
Conclui-se que os estudantes da amostra, embora não possam ser
considerados como apresentando burnout, possuem um índice de
atividade física baixa, o que permite afirmar que, pelo menos nos
estudantes investigados, o nível de atividade física não minimiza os
efeitos do estresse do curso de medicina.

Palavras-chave: síndrome de burnout, estresse, atividade física,


estudantes de medicina.

50
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.3 Assédio moral e precarização do trabalho em saúde.


Dissertação de Mestrado
Nascimento, A. P. T. & Maciel, R. H. (2013)

Este estudo busca identificar a relação entre a ocorrência de


assédio moral e as percepções sobre as condições de trabalho em
trabalhadores da saúde das Unidades Básicas de Saúde da cidade
de Fortaleza. O assédio moral é considerado um “ato predatório”
em que o agressor utiliza mecanismos perversos para dominar a
vítima, por meio de atos que desvalorizam, humilham, isolam e
constrangem.
As condições de trabalho dos trabalhadores da saúde são
precárias, em primeiro lugar em função da condição de instabilidade,
de insegurança e de vulnerabilidade das formas de inserção. Em
segundo lugar, em função da intensificação do trabalho e condições
inadequadas dos locais de trabalho.
Trata-se de uma pesquisa transversal de natureza exploratória
e correlacional, utilizando metodologia quantitativa e qualitativa.
Participaram da parte quantitativa do estudo 120 profissionais de
nível médio da atenção primária, trabalhadores da Regional VI de
Fortaleza.
O instrumento utilizado contém perguntas sobre informações
sociodemográficas, escala de estressores ocupacionais e questionário
sobre a ocorrência de assédio moral (NAQ). Na parte qualitativa
foram realizadas entrevistas semiestruturadas e observações dos
locais de trabalho. Os resultados apontam que 2,5% dos participantes
relatam terem se sentido assediados (referindo-se ao assédio

51
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

subjetivo). Porém, 11,7% relatam terem sofrido atos negativos no


trabalho com frequência semanal ou diária nos últimos seis meses
(referindo-se ao assédio objetivo).
Os participantes percebem suas condições de trabalho
como precárias, através de indicadores como a instabilidade no
emprego, equipamentos escassos, baixos salários, jornadas extensas
e condições estruturais depreciadas, submetendo o trabalhador a
exercer suas atividades com prejuízo para a qualidade no atendimento
à comunidade e à sua saúde.
O estudo aponta para a necessidade de ações que levem a
essa categoria de trabalhadores condições mais igualitárias quanto a
vínculos, condições de trabalho, reconhecimento financeiro e social.

Palavras-chave: assédio moral, precarização, condições de


trabalho, trabalhadores da saúde.

52
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.4 Condições de trabalho de técnicos de enfermagem de um


hospital particular: Burnout e estratégias defensivas.
Dissertação de Mestrado.
Barrocas, P. H. N. & Maciel, R. H. (2014)

A enfermagem abrange um conjunto de profissões que


possuem características próprias com atividades frequentemente
marcadas por divisão fragmentada de tarefas, rígida estrutura
hierárquica, prolongadas jornadas de trabalho, ritmo acelerado de
produção por excesso de tarefas, automação por ações repetitivas,
insuficiência de pessoal e material, turnos diversos e complexidade
das ações executadas, entre outros.
Os técnicos e auxiliares de enfermagem de nível fundamental
e médio correspondem à maciça maioria dos funcionários dos
hospitais e são, majoritariamente, mulheres que estão na linha de
frente do processo terapêutico, situando-se no trabalho de cuidado
direto aos pacientes. Assim, os profissionais de enfermagem estão
expostos a uma carga de trabalho que pode causar sofrimento.
Desse, modo, objetivou-se identificar as condições de trabalho
dos técnicos de enfermagem e o impacto que elas causam na saúde
desses profissionais, principalmente o impac-to do contato com o
paciente em sofrimento e seus familiares. Busca-se ainda, identificar
quais estratégias defensivas são utilizadas por esses profissionais
quando se deparam com situações de sofrimento dos pacientes e suas
famílias.
Trata-se de um estudo de caráter descritivo com metodologia
qualitativa. Como técnica de coleta de dados, utilizou-se a entrevista

53
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

semiestruturada, abordando como é o trabalho das técnicas, quais


sentimentos elas vivenciam no trabalho e se possuem alguma
estratégia, individual ou coletiva, para auxiliar a vivência do trabalho
e conviver com o sofrimento do paciente. Ao terminar a entrevista
solicitava-se às técnicas que respondessem ao Maslach Burnout
Inventory (MBI) para fins diagnósticos em relação à presença ou
ausência de sintomas da síndrome de burnout.
Os resultados obtidos apontaram os aspectos principais das
condições de trabalho das técnicas (rotina, trabalho em equipe,
rodízio de leitos, campainhas, faltas e salário) e que esses fatores não
são percebidos da mesma maneira por todos os membros da equipe.
No que se refere às estratégias defensivas foram encontradas
estratégias de separação da vida pessoal e profissional, repressão das
emoções, fuga do confronto, rodízio no atendimento e desabafo
com a equipe. O estudo contribui para dar visibilidade às condições
de trabalho desfavoráveis dos técnicos de enfermagem, fatores de
estresse e sofrimento e possíveis melhorias dessas condições.

Palavras-chave: enfermagem, técnicos de enfermagem, condições


de trabalho, estresse no trabalho, sofrimento no trabalho.

54
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.5 O Programa Mais Médicos a partir das atitudes dos


médicos. Dissertação de Mestrado.
Baião, D. C. & Lins, C. F. M. (2016)

O Programa Mais Médicos foi criado para amenizar o


problema da falta de médicos na Atenção Básica e é alvo de opiniões
divergentes, principalmente no que diz respeito ao posicionamento
por parte da classe médica, fazendo-se importante a realização de
pesquisas sobre o tema.
Esta pesquisa objetiva, em amplitude nacional, compreender
as atitudes dos médicos bolsistas e não bolsistas que residem no
Brasil frente ao Programa Mais Médicos. Para tal, foi utilizado
como referencial a Teoria das Atitudes da Psicologia Social. Trata-se
de uma pesquisa realizada por meio de dois estudos, um qualitativo
e outro quantitativo, que são complementares quanto aos objetivos
e métodos propostos.
No primeiro estudo, exploratório e descritivo, dez médicos
(dois de cada região do país) responderam a um roteiro de entrevista
semiestruturada, sendo os dados analisados por meio da análise de
conteúdo de Bardin. O segundo estudo, descritivo e correlacional,
contou com uma amostra não probabilística, de conveniência,
composta por 377 participantes, que responderam de modo online
a escala de atitudes dos médicos frente ao Programa Mais Médicos,
criada a partir do conteúdo apreendido no primeiro estudo.
Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva,
testes de comparação de amostra e análise fatorial com auxílio
do software IBM-SPSS. No primeiro estudo percebeu-se que os

55
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

médicos apresentam atitudes predominantemente desfavoráveis


frente ao programa, em especial as condições de trabalho, gestões
municipais e participação dos médicos estrangeiros. No segundo
estudo, os participantes apresentaram atitudes mais favoráveis frente
ao programa, avaliando positivamente as gestões municipais, a bolsa
e benefícios recebidos, a implementação e o alcance dos objetivos
propostos e a participação dos médicos estrangeiros. Avaliaram
negativamente o treinamento introdutório, as supervisões e as
condições de trabalho. Conclui-se que existe um reconhecimento do
alcance dos objetivos propostos pelo programa, gerando melhoria
do acesso à saúde e da disponibilidade e distribuição de médicos na
Atenção Básica.
Necessita, todavia, de mudanças em relação aos entraves
de sua realidade operacional, evidenciados por meio das atitudes
negativas dos participantes.

Palavras-chave: Programa Mais Médicos, Atenção Primária à


saúde, médicos, atitudes.

56
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.6 As crenças dos gestores, profissionais e usuários sobre


o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador cearense.
Dissertação de Mestrado.
Leônidas, S. R. & Lins, C. F. M. (2016)

A saúde do trabalhador, garantida pela constituição brasileira,


tem na Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
(RENAST) a sua proposta de construção no interior do SUS, e
nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), o
seu instrumento de execução. Trata-se de uma política pública que
necessita ser regularmente compreendida, para acompanhamento
de sua implementação, operacionalização e resultados.
Deste modo, esta pesquisa objetiva analisar as crenças de
gestores, profissionais, representantes de sindicatos e usuários
sobre o Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador
(CEREST-CE). O método utilizado foi uma pesquisa de campo,
de cunho qualitativo, aplicada, do tipo exploratória e descritiva.
Contou com a participação de um gestor, cinco profissionais,
três representantes de sindicatos e cinco usuários, totalizando
14 participantes, que responderam a um roteiro de entrevista
semiestruturada, composto pelas seguintes categorias: (1) ações
do CEREST; (2) barreiras/dificuldades na operacionalização; (3)
seus aspectos positivos e negativos; (4) possibilidades de ações; (5)
formas de acesso e (6) integração com o sistema. As informações
foram submetidas à análise de conteúdo de Bardin e à análise de
dados textuais, com apoio do software IRAMUTEQ (Interface de R
pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), para
obtenção da nuvem de palavras. Os resultados apontaram aspectos

57
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

negativos que começam na gestão, causados pela rotatividade de


gestores, nomeados por interesse político partidário. Além disso,
podem ser citados os seguintes aspectos: falta de conhecimento
sobre a política de saúde do trabalhador, quantidade insuficiente de
profissionais, falta de autonomia financeira e a falta de clareza sobre
o papel do CEREST.
Entre os aspectos positivos destacam-se as ações de
atendimento ao trabalhador e a capacitação e educação em saúde
realizada pelo referido centro. Conclui-se que a defasagem entre
o trabalho prescrito e o trabalho real, os entraves políticos e os
problemas de gestão estão distanciando as ações do CEREST-CE
do seu objetivo de prevenção e promoção da saúde do trabalhador.

Palavras-chave: Rede Nacional de Atenção Integral a Saúde do


Trabalhador, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador,
crenças, políticas de saúde, saúde do trabalhador.

58
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.7 Autonomia profissional de enfermeiros: Um estudo a


partir de incidentes críticos. Tese de Doutorado.
Ferreira, M. A. & Maciel, R. H. (2015)

A enfermagem compõe um expressivo contingente da força


de trabalho em saúde no Brasil. Trata-se de um grupo profissional
amplamente distribuído e que vem ocupando importante espaço
no contexto público e privado da saúde, nos diversos âmbitos
da assistência. Com a ampliação dos espaços de atuação e das
contribuições do campo, a área vem discutindo cada vez mais
questões ligadas ao seu objeto de estudo, entraves para uma maior
inserção política e ampliação da sua contribuição social, entre outras.
Uma análise da literatura pertinente a essas temáticas evidenciou
a existência de vasto número de estudos que problematizam a
questão da autonomia profissional, assi-nalando-a como direito
e elemento fundamental para a consolidação da enfermagem.
Contudo, a maioria das pesquisas aborda o tema a partir da
percepção dos enfermeiros, que a consideram um fenômeno em
vias de consolidação. Com base no exposto, esta tese ancora-se nos
estudos sobre autonomia profissional e no aparato teórico da clínica
da atividade a fim de compreender como a autonomia profissional
é vivenciada por enfermeiros, a partir do estudo de casos concretos
de seu cotidiano de trabalho.
Os dados necessários à sua concretização foram obtidos
mediante o desenvolvimento de uma pesquisa de cunho descritivo,
exploratório e qualitativo, articulando dois estudos, o primeiro
realizado por meio de entrevistas semi-estruturadas, baseadas no
Método de Decisões Críticas, e o segundo a partir da utilização

59
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

da Técnica de Confrontações por Pares, inspirada na abordagem


da Clínica da Atividade que, posteriormente, foram organizados e
submetidos à análise de conteúdo temática. Dentre os principais
resultados obteve-se que a precarização das condições de trabalho
constitui fator que afeta a atividade do enfermeiro, enrijecendo o
gênero profissional, restringindo o estilo, diminuindo seu poder
de agir e a possibilidade de utilização da catacrese. Verificou-se
que a falta de apropriação do conhecimento configura aspecto
desfavorável para a edificação da autonomia.
Constatou-se nos enfermeiros um movimento dicotô-mico
que, se por um lado assinala o seu desejo de autonomia, manifesto
pelos posicionamentos de descontentamento frente a práticas
e situações que denotam submissão, por outro revela sua inércia
na busca por mudanças, a acomodação diante da atualização
do conhecimento e a ausência de implicação com a postura de
responsabilidade que a condição autônoma enseja.
Desse modo, inferiu-se que os enfermeiros não fazem uso
máximo das prescrições postuladas pelos dispositivos trabalhistas,
legais e de classe e que, notavelmente, o real da sua atividade
apresenta-se mais restrito que o trabalho prescrito, no que se refere
a práticas autônomas.
Assim, o enfermeiro, para vivenciar a autonomia na con-
cretude do seu cotidiano, precisa, para além de lidar com desafios
do cenário externo, rever posicionamentos do gênero que
remetem à abdicação do trabalho prescrito e à renúncia ao poder
de agir em prol de uma atividade ampliada em termos de práticas
independentes e auto resolutivas.

Palavras-chave: autonomia profissional, enfermagem, trabalho, saúde.

60
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.8 Condições de trabalho do psicólogo no SUAS.


Tese de Doutorado
Sales, A. R. P. & Maciel, R. H. (2017)

A presente tese trata do trabalho do profissional de psicologia


no âmbito do Sistema Único de Assistência Social. Tem sido muitas
as indagações e dúvidas sobre a realidade da psicologia no escopo da
assistência social, tendo em vista que a inserção desse profissional
se deu gradativamente ao longo dos últimos 13 anos após a criação
da Política Nacional de Assistência Social. Esta pesquisa teve por
objetivo analisar as atividades do psicólogo no SUAS e verificar
se condizem com o prescrito pelas referências técnicas sugeridas
pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
bem como pelo Conselho Federal de Psicologia. Para isso foram
realizados três estudos.
O primeiro com o objetivo de saber se há um parâmetro para
a atuação do psicólogo no escopo da assistência social e para isso
foi feita uma comparação com a realidade de outros países por meio
de um estudo documental. O segundo estudo foi empírico e contou
com a participação de 1.100 psicólogos brasileiros que responderam
a um questionário disponível em plataforma online que continha
questões sociodemográficas e questões laborais.
O último estudo foi qualitativo e tratou da realização de
entrevistas com um painel de especialistas da área temática em estudo.
As entrevistas seguiram um roteiro semiestruturado e envolveram
questões acerca das atividades do psicólogo no SUAS, bem como
sobre a formação acadêmica e pontos de convergência e divergência

61
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

com o trabalho do assistente social. Além das entrevistas com os


pesquisadores, foram realizadas entrevistas com dois psicólogos que
haviam previamente respondido ao questionário a fim de ouvi-los
e entender sua realidade como trabalhadores da assistência social.
Essas entrevistas foram abertas e as perguntas foram surgindo a
partir do discurso dos participantes. Como resultados constatou-
se que a realidade do trabalho do psicólogo na assistência social
brasileira é bem diferente da realidade norte-americana e canadense.
Não foi constatado sistema semelhante ao SUAS nos países
pesquisados e isso parece deixar o Brasil à frente em termos de
políticas sociais de combate à vulnerabilidade social. O segundo
estudo permitiu concluir que o perfil do profissional de psicologia que
atua no SUAS é o de um profissional concursado, mal remunerado,
que trabalha 40 horas semanais e que não necessariamente pertence
à classe dos recém-formados.
Ademais, percebeu-se que as referências técnicas são vagas
sobre o que fazer como psicólogo na assistência social, mas que o
profissional lança mão de sua criatividade para alcançar os objetivos
previstos na Política Pública do SUAS.
O terceiro estudo permitiu concluir que as atividades
dos psicólogos no SUAS devem se basear em ações multi e
interdisciplinares sem haver tarefas exclusivas da psicologia nesse
escopo. O psicólogo deve conhecer o território, ter uma escuta
ampliada da subjetividade e realizar ações comunitárias, sempre
visando o coletivo em detrimento do individual e é isso que os
psicólogos entrevistados dizem fazer.

Palavras-chave: psicologia do trabalho, condições de trabalho,


psicologia social, assistência social, Sistema Único de Assistência
Social.

62
CAPÍTULO 2 | Sobre os trabalhadores da Saúde

2.9 A colaboração no trabalho de cinco equipes de saúde de


unidades de atenção primária em Fortaleza-Ceará.
Tese de Doutorado.
Baião, D. C. & Maciel, R. H. (2020)

Nas últimas décadas, devido às transformações e expansão do


capitalismo, as demandas no campo da saúde estão cada vez mais
dinâmicas e complexas. Nesse cenário, o desenvolvimento de ações
ou práticas de trabalho que envolvam a colaboração aparece como
uma tendência que busca adequar os serviços e atendimentos às
exigências do mundo atual, garantindo ações mais sustentáveis e
colaborativas.
No Brasil, várias políticas e abordagens foram criadas no
SUS com o intuito de acompanhar essas demandas por meio da
adoção de novos modelos de atenção que levem à potencialização
dos cuidados em saúde. Dentre eles, observa-se o debate sobre
a colaboração interprofissional, em especial na Atenção Básica.
Diante disso, o objetivo geral da tese foi analisar a colaboração no
trabalho de cinco equipes de saúde de Unidades de Atenção Primária
em Saúde (UAPS) de Fortaleza e sua relação com as condições de
trabalho e as redes estabelecidas.
Os objetivos específicos configuraram-se como gerais de
cada estudo, sendo eles: 1) conhecer o ambiente e as condições de
trabalho nas quais as equipes de saúde estão inseridas; 2) analisar a
colaboração no trabalho das equipes de saúde baseado na tipologia
de D´Amour e contextualizar as diferenças em termos do grau
de colaboração existente; 3) mapear e comparar as características
estruturais e relacionais das redes de colaboração no trabalho
das equipes de saúde e; 4) apresentar três práticas colaborativas

63
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

implementadas nas equipes referência estudadas. A pesquisa foi


realizada com cinco equipes de UAPS de Fortaleza-CE, sendo
três consideradas referência na díade ensino-serviço e duas não.
Como método, utilizou-se entrevistas semiestruturadas, tipologia da
colaboração de D´Amour e Análise de Redes Sociais (ARS).
Os resultados mostraram que as equipes vivenciam condições
de trabalho precárias de formas semelhantes, em especial, em
relação à infraestrutura das unidades e baixa disponibilidade de
materiais e equipamentos. Em relação à tipologia da colaboração,
foram observados níveis diferentes, principalmente entre as equipes
referência e não referência.
O estudo evidenciou a importância do objetivo comum, do
sentimento de pertença e das lideranças para o desenvolvimento
da colaboração. Na ARS, foi possível confirmar a relevância e
a influência das redes sociais para o funcionamento das equipes,
bem como para o trabalho colaborativo. As equipes referência
apresentaram redes mais coesas, com relações heterogêneas e
reciprocidade, possibilitando o desenvolvimento da colaboração.
Por fim, as experiências colaborativas evidenciaram a possibilidade
de desenvolver práticas que envolvem a colaboração, mesmo em
condições de trabalho prejudicadas.
Pode-se concluir que a colaboração funciona como uma
proteção às equipes no desenvolvimento das atividades laborais,
configurando-se como um apoio para os seus membros. Quando
a equipe é permeada pela colaboração, ela apresenta relações mais
coesas e frutíferas que impactam diretamente na forma como lidam
com as dificuldades encontradas.

Palavras-chave: colaboração, condições de trabalho, análise de


redes sociais, equipes de saúde, Atenção Básica.

64
Capítulo 03

Sobre o trabalho dos professores

A linha de trabalho que visa os estudos sobre o trabalho


dos profissionais da educação, também bastante profícua, foi, na
verdade, uma motivação genuína trazida pelos nossos alunos da
pós-graduação. Os objetivos desses trabalhos giram em torno do
significado do que é ser professor, desde os profissionais da educação
fundamental até aqueles que trabalham em cursos de pós-graduação,
e de suas condições de trabalho, focalizando a precarização e a falta
de reconhecimento no labor dos professores.
O chamado “subgrupo” dos professores acolhia e ainda
acolhe uma quantidade considerável de alunos da pós-graduação
e graduação, sendo um dos maiores e mais persistentes grupos
dos LET. Além das pesquisas de Mestrado e Doutorado, realizam
pesquisas independentes que dão visibilidade a atividade docente,
suas condições de trabalho e problemas advindos do trabalho.
Os métodos utilizados nesses estudos são bastante variados,
mas destaca-se aqui a utilização da Teoria das Representações Sociais
e da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), bem como
do Programa IRAMUTEQ para as análises prototípicas e textuais.

65
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.1 Educação ambiental nas escolas públicas municipais de


Fortaleza: Um estudo de práticas ambientais sob a óptica dos
dirigentes e docentes. Dissertação de Mestrado.
Oliveira, S. L. & Matos, T. G. R. (2011)

A presente dissertação tem como objetivo analisar como


são desenvolvidas as práticas de Educação Ambiental (EA) nos
ambientes educacionais. A EA é um tema fundamental para a
sociedade, para a educação e formação do público infanto-juvenil, e
a escola é o local ideal para promover práticas ligadas a esta temática.
Foram pesquisadas três escolas públicas de ensino fundamental
em Fortaleza, as quais obedeceram a alguns critérios, a saber: ter
acima de 350 alunos, estarem localizadas em bairros distintos e
terem indicação de órgãos públicos e de pessoas que conhecessem
algumas práticas ambientais desenvolvidas nas escolas.
Utilizou-se uma abordagem qualitativa com técnica etnográfica
e entrevistas em profundidade, visando realizar uma imersão nos
ambientes educacionais selecionados para este trabalho. A pesquisa
teve a participação de 21 pessoas, sendo 9 do corpo diretivo e 12 do
corpo docente.
Os dados foram examinados a partir da análise de con-teúdo
de Bardin, visando entender como são aplicadas as práticas de EA
na óptica da transversalidade, seja com base nas entrevistas, nas
observações, nos documentos escolares, pelos relatos de observações
e, ainda, descortinando os entraves que as escolas enfrentam para
desenvolver essas práticas.
Constatam-se as seguintes necessidades e limitações:
necessidade de melhorar a qualidade de ensino, necessidade de

66
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

acompanhamento sistemático da aplicação das políticas públicas


voltadas para a EA, necessidade de capacitar e sensibilizar os
docentes em relação à EA, não focalização do Projeto Político-
Pedagógico (PPP) numa perspectiva ambiental permeando toda a
escola e pouca articulação dos temas transversais, inclusive do meio
ambiente com as disciplinas curriculares.
Entendeu-se que a EA é parte da educação e que é importante
manter um diálogo constante com ela. Em todo o contexto
desta investigação, compreendeu-se que as práticas de EA nas
escolas precisam deixar de estar em segundo plano e passar a
ser compreendidas como uma filosofia educacional, parceira da
educação pedagógica.

Palavras-chave: educação, escola, educação ambiental, consci-


entização para a educação ambiental.

67
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.2 Os sentimentos do professor gerados pelas suas vivências


na prática docente: Um estudo com docentes em uma escola
pública no Piauí.
Dissertação de Mestrado.
Lima, E. C. & Matos, T. G. R. (2011)

A realidade social, cultural, política e econômica atual colocam


novas e crescentes exigências aos docentes para efetivar um trabalho
de qualidade. Nesse contexto, surgem diversos sentimentos gerados
pelas suas vivências na prática docente. Alguns deles podem ser
considerados positivos para o exercício da profissão, outros, pelo
contrário, impõem contradições e entraves para seu desenvolvimento.
Diante dessa problemática, este trabalho tem por objetivo
conhecer os sentimentos dos professores, gerados na sua prática
docente, quais fatores contribuem para a emergência desses
sentimentos e como eles são vivenciados e representados pelos
docentes.
Toma-se como base a pedagogia critica, considerando ser
relevante não restringir o conhecimento de si, mas compreender
que o saber é expressado e legitimado por uma complexidade de
interesses das relações sociais e por uma pedagogia comprometida
com os dilemas sociais. Acredita-se que a escola engajada nesse
processo considera a aprendizagem um contexto histórico de
relações com a sociedade, tendo a concepção de uma postura
democratizada sobre os aspectos educacionais.
O desenvolvimento da pesquisa foi de natureza qualitativa,
com utilização de entrevistas em uma escola pública do município

68
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

de Água Branca, Piauí, com cinco professores. Os dados foram


analisados através do discurso do sujeito coletivo, permitindo
examinar a dinâmica e a natureza das práticas docentes e conhecer
os sentimentos vivenciados pelos professores no seu cotidiano de
trabalho na escola pesquisada.
Dentre os sentimentos, evidenciou-se a decepção com
a profissão, a falta de credibilidade no trabalho do professor e a
insatisfação com suas atuações, em decorrência de uma diversidade
de problemas enfrentados pelos docentes, tais como: desvalorização
profissional, má remuneração, carga horária excessiva, além de outros
fatores relacionados aos alunos, como indisciplina e desinteresse,
que chegam a ser geradores de sentimentos de desconforto, estresse,
mal-estar, insatisfação e até sofrimento psíquico, ocasionando
desgaste físico, causado pelo cansaço diante das grandes jornadas
de trabalho na procura de melhores condições econômicas.
Todos esses sentimentos incidem no rendimento de sua
prática docente, podendo, até mesmo, comprometer a qualidade de
seu trabalho e gerar uma crise de identidade profissional.

Palavras-chave: prática docente, sentimentos, professor.

69
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.3 Representação social da educação infantil: A percepção


dos professores.
Dissertação de Mestrado.
Torres, G. A. & Matos, T. G. R. (2012)

A educação infantil, vista como primeira etapa da educação


básica, passou por um processo de construção histórica em que
o sentido de infância foi se modificando, produzindo uma nova
estruturação da educação para crianças. A visão dos professores
também foi se construindo levando em consideração essas mudanças.
Este estudo objetiva conhecer as representações que eles têm
a respeito dessa área. Para isso foi feito um apanhado teórico sobre o
tema, falando sobre o processo histórico de constituição do sentido
de infância e da educação infantil, bem como da formação dos
profissionais. Elegeu-se uma meto-dologia de abordagem qualitativa
para a pesquisa, que foi realizada por meio de entrevistas com os
sujeitos envolvidos: oito professores da educação infantil, quatro
que atuam em escola particular e quatro em escola pública.
O método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) foi
utilizado como ferramenta para organização e análise dos dados e
possibilitou identificar, a partir do discurso dos professores, suas
representações sociais sobre educação infantil. Os professores
demonstraram ter uma representação associada à ideia de que é uma
área que vem sendo mais valorizada, sendo uma etapa fundamental
para o desenvolvimento humano. Relataram que a educação infantil
objetiva, entre outras coisas, trabalhar a coordenação motora,
promover o desenvolvimento cognitivo e a formação moral.

70
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

Os resultados permitiram uma visualização dos aspectos


pertinentes às representações, com o intuito de proporcionar uma
abertura de horizontes para os questionamentos sobre essa área,
possibilitando haver uma possível inserção política dos professores,
gerando melhoria da qualidade dessa educação.

Palavras-chave: educação infantil, representação social, professores,


formação de professores.

71
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.4 Autonomia: Reflexos da contemporaneidade na atividade


docente. Dissertação de Mestrado.
Vale, S. F. & Maciel, R. H. (2013)

As mudanças ocorridas nas últimas décadas no Brasil têm


refletido em todos os setores da sociedade. São reformas que atuam
em todos os sistemas, repercutindo em mudanças significativas
no conteúdo do trabalho. A autonomia é priorizada no perfil do
trabalhador.
A educação como um fenômeno social não ficou isenta dessa
revolução. Tais mudanças significativas nas políticas educacionais
tèm resultado em intensificação do trabalho docente, novas
demandas de trabalho e, consequentemente, em maiores desgastes e
insatisfação por parte desses trabalhadores.
A presente pesquisa baseia-se numa análise sobre o
envolvimento dos professores no processo de concepção e
desenvolvimento da autonomia na escola.
Desse, modo, objetivou-se analisar o grau de autonomia
profissional relacionando-a com as condições de trabalho dos
professores da rede pública de ensino da cidade de Mossoró (RN),
correlacionando-as ao IDEB (Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica).
Trata-se de um estudo de caráter descritivo, exploratório e
analítico, baseado numa metodologia de cunho quantitativo e
qualitativo. Para a concretização do percurso quantitativo, foram
aplicados questionário sociodemográfico, a Escala de Autonomia
Profissional dos Professores e a Escala Estressores Ocupacionais
dos Professores, numa amostra de 404 professores.

72
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

No percurso qualitativo foram realizadas entrevistas semi-


estruturadas com 7 professores de diferentes escolas, através
das quais procurou-se conhecer suas percepções acerca da
autonomia e suas condições de trabalho. Os resultados obtidos
apontaram que a autonomia do professor depende das condições
de trabalho oferecidas, visto que o índice geral de autonomia
se correlaciona positivamente com o índice geral de estressores
ocupacionais (r= 0,221; p< 0,01).
Identificou-se que as escolas que apresentam melhor IDEB
são julgadas pelos professores com melhores condições de trabalho
para desenvolver suas atividades (r= 0,177; p< 0,01) e que nessas
escolas os professores se sentem mais autônomos (r=0,304;
p<0,01). Fatores como relacionamento com alunos e responsáveis,
a sobrecarga de trabalho em função, especialmente, do momento
que se vive na educação e das metas que devem ser atingidas são
desencadeadores de estresse.
No discurso dos professores evidenciam-se possibilidades e
limites para desenvolver sua autonomia, sendo o espaço da sala de
aula o local onde esses profissionais sentem-se mais autônomos. A
participação em conselhos ou organizações foi colocada como uma
forma de resistência às imposições ocorridas no espaço escolar.
O estudo contribui para dar consistência à ideia expressa
nos documentos oficiais de que há autonomia do professor, no
entanto, as escolas ainda revelam uma perda de espaço para uma
reflexão, discussão e construção de uma autonomia, alertando para
as condições de trabalho desfavoráveis oferecidas aos professores o
que, consequentemente, afeta o desempenho discente.

Palavras-chave: autonomia profissional, professor, estressores


ocupacionais, desempenho discente.

73
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.5 Significados e sentidos do trabalho docente para


professores do ensino fundamental I na cidade de Fortaleza.
Dissertação de Mestrado.
Viana Filho, M. V. C. & Matos, T. G. R. (2013)

Esta pesquisa tem por objeto conhecer os significados e


sentidos do trabalho docente para professores da rede pública
na cidade de Fortaleza. A reestruturação produtiva ocorrida na
passagem do século XX para o XXI produziu impactos sobre a
formação docente, a realização de suas atividades e a atribuição de
sentidos a essas atividades. A pesquisa desenvolvida, de natureza
qualitativa, teve dimensões exploratória, comparativa e descritiva.
As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram grupo focal e
entrevistas narrativas.
O instrumento de investigação foi elaborado a partir dos
pressupostos teórico-metodológicos do grupo Meaning of Work
International (MOW) e E. Morin. Os sujeitos da investigação são
professores que atuam no ensino fundamental.
Por questões metodológicas, dividiram-se esses sujeitos em
dois grupos de pesquisa: o dos aprovados no concurso de 2001 e
o dos aprovados no concurso de 2009. Houve três grupos focais,
totalizando 22 participantes. Posteriormente, foram realizadas
entrevistas individuais com cinco participantes de cada concurso.
Os dados foram analisados a partir das contribuições de
Bardin e Castro, Abs e Sarriera. Dentre os resultados, observou-se
que o trabalho docente mantém um caráter de centralidade, porém,
os indicadores diferem em ambos os grupos. No que tange aos

74
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

sentidos do trabalho, as dimensões individuais, organizacionais e


sociais apresentaram-se como marcadores de diferenças.
Conclui-se que a formação inicial, o contexto de inserção
laboral, o tempo de serviço, as mudanças na legislação e as
experiências vivenciadas constituem fatores relevantes na construção
dos sentidos do trabalho.

Palavras-chave: trabalho, sentidos do trabalho, docência.

75
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.6 Condições de vida e trabalho: Etnografia de docentes de


escolas públicas de Teresina-PI. Dissertação de Mestrado.
Vasconcelos, J. W. O. & Maciel, R. H. (2013)

O objetivo deste estudo consistiu em observar e analisar


o estilo de vida dos professores do ensino fundamental da rede
pública de ensino da cidade de Teresina, estado do Piauí, que,
mesmo diante das exigências do trabalho que realizam, da baixa
remuneração e das condições laborais, ainda fazem a opção por
permanecer no magistério. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, de
caráter etnográfico, tendo como modo de investigação a observação
do cotidiano de trabalho das professoras selecionadas e a aplicação
de entrevistas. Quatro professoras foram observadas e entrevistadas.
Para as entrevistas, foram eleitas categorias que contemplassem
as condições de trabalho e de vida das professoras. Constatou-se
que as condições de trabalho referentes à estrutura física da escola
são razoáveis, mas que precisam ser melhoradas.
Observou-se que as professoras passam a maior parte do tempo
resolvendo conflitos entre alunos em sala de aula, disciplinando-
os e assumindo funções de pai, mãe, delegado e psicólogo, o que
compromete o seu trabalho como educadoras. Identificou-se que
a pausa para repouso no recreio não é suficiente para repor suas
energias e lhes permitir continuar o trabalho no segundo horário.
Verificou-se que, apesar da excessiva carga de trabalho,
da longa jornada e dos riscos inerentes à profissão, o prazer no
trabalho está relacionado ao rendimento e sucesso dos alunos,
bem como ao reconhecimento que todas relataram sentir por parte

76
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

deles. Verificou-se que o seu trabalho lhes possibilita criar formas


diferentes de realizar a mesma atividade. Identificou-se que as
professoras vivenciam diferentes formas de sofrimento psíquico
decorrente, principalmente, da falta de disciplina dos alunos.
Por outro lado, constatou-se que desenvolvem estra-tégias de
defesa, que lhes permitem amenizar esse sofrimento. Conclui-se
que as condições de vida das professoras são boas, porque possuem
renda extra, proveniente de aposenta-doria, de seus maridos e
ex-maridos, e que, a despeito de as condições de trabalho não
favorecerem o desempenho laboral nos moldes do que preconiza
o discurso da escola ideal, optam por continuar na profissão, por
compromisso com o mister de educar e como forma de realização
pessoal.
Os resultados obtidos neste estudo abrem espaço para
novas investigações de cunho psicológico e com população maior,
abrangendo professores da rede estadual e do ensino privado, que
possam avaliar expressivamente as condições de vida e trabalho dos
professores.

Palavras-chave: condições de trabalho, condições de vida, trabalho


docente.

77
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.7. A condição de trabalho do professor temporário da rede


municipal de ensino de Fortaleza-CE.
Dissertação de Mestrado.
Ferreira, G. S. & Matos, T. G. R. (2016)

Em plena era da globalização, o século XXI é cada vez mais


identificado pela precarização social no modelo de trabalho. O
sistema capitalista funcional, adotado pelas mais diversas instituições,
tem contribuído para que as políticas de gestão consolidem
procedimentos de opressão, de desigualdade e desumanidade para
com os trabalhadores.
É o que vem acontecendo com os professores do ensino
fundamental da rede municipal de ensino de Fortaleza, sobretudo
os que estão na condição de contrato temporário, que têm se
submetido a vender a sua força de trabalho num modelo terceirizado,
precarizado e mal remunerado.
Partindo dessa reflexão, essa pesquisa teve como objetivo geral
investigar as condições de trabalho dos professores temporários
da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Desse modo, os objetivos
específicos foram: conhecer a trajetória de formação profissional
desses professores, analisar suas condições de trabalho e, finalmente,
avaliar as perspectivas profissionais desses docentes.
Como recurso metodológico foi aplicado um questionário
sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada a 15 professores
que atenderam os critérios de inclusão na pesquisa. Os resultados
apontaram que, diante da atual condição de trabalho, os professores

78
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

temporários ressaltam sentimentos significativos de sofrimento e


adoecimento.
Palavras-chave: condições de trabalho, professor temporário,
precarização.

79
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.8 Adição ao trabalho em docentes de nível superior no


Ceará. Dissertação de Mestrado.
Oliveira, L. K. A. & Maciel, R. H. (2018)

A pesquisa teve como objetivo compreender as relações entre


a adição ao trabalho (AT), nível de satisfação com a vida (SV) e
características pessoais e laborais de docentes de nível superior. A
investigação tem como foco as consequências das transformações
ocorridas no mundo do trabalho, por influência da lógica capitalista,
no âmbito da educação.
Essas transformações desenham um contexto sócio histórico
de precarização e flexibilização da docência, que tem legitimado
e naturalizado padrões de trabalho excessivo do professor, tanto
para o atendimento das demandas organizacionais quanto para o
financiamento de suas necessidades pessoais. Esse quadro pode
desencadear a AT nos docentes, mais especificamente nos que
atuam no ensino superior.
O percurso metodológico contemplou dois estudos, um de
abordagem quantitativa onde foi realizada a aplicação das escalas
Dutch Work Addiction Scale (DUWAS) e Escala de Satisfação com a
Vida (ESV) e, outro, de abordagem qualitativa, onde foram realizadas
entrevistas com docentes que apresentaram alta ou baixa adição ao
trabalho na investigação quantitativa.
Os resultados da aplicação das escalas apontaram para um
perfil de risco de AT composto por características pessoais (sexo e
número de filhos) e laborais (mais de um vínculo de trabalho) e a
associação negativa com a SV.

80
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

Os resultados qualitativos apontaram percepções diferen-


ciadas sobre o trabalho e seu contexto entre grupos de docentes
que apresentam AT alta ou baixa e entre os que atuam no ensino
público e privado.
O fenômeno precisa ser tratado com atenção no campo da
saúde do trabalho a fim de propiciar capacitação, ações de prevenção
e intervenção tanto dos profissionais, quanto das organizações e
áreas de gestão de pessoas, gerando novas perspectivas para a sua
resolução e consequente bem-estar dos docentes.

Palavras-chave: docência, adição ao trabalho, satisfação com a


vida, saúde do trabalhador.

81
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.9 Carga de trabalho do professor de ensino superior:


Construção e validação de um instrumento de medida.
Tese de Doutorado.
Brito Filho, F. H. & Maciel, R. H. (2017)

As vivências de trabalho dos professores, assim como dos


trabalhadores em geral, dependem fundamentalmente das relações
entre as exigências e as condições de realização do trabalho,
denominadas genericamente de carga de trabalho, que é derivada do
contexto e das características da organização do trabalho. A avaliação
da carga de trabalho permite ampliar o grau de compreensão acerca
da percepção das condições do próprio trabalho, dos riscos e dos
constrangimentos dele decorrentes.
A presente tese caracterizou-se como um estudo metodológico
que utilizou análise quantitativa com o objetivo de construir e validar
um instrumento de medida da carga de trabalho de professores de
instituições de ensino de nível superior. A amostra foi constituída
por 405 docentes de instituições de ensino superior que atenderam
aos critérios de inclusão.
Com a finalidade de atender aos objetivos, a pesquisa foi
organizada em dois estudos. O primeiro estudo contou com
o embasamento teórico da ergonomia e utilizou técnicas de
observação da atividade docente para a construção da versão inicial
do Questionário da Carga de Trabalho Docente de Nível Superior,
o CATRA-DNS, que foi composto preliminarmente por 39 itens,
distribuídos em 3 fatores denominados físico, cognitivo e psíquico.
O segundo estudo dedicou-se à demonstração das evidências de
validade de construto, semântica e psicométrica do CATRA-DNS.

82
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

A validade de construto e a validade semântica foram confirmadas


após a análise de juízes (psicólogos do trabalho, ergonomistas e
professores) com a exclusão de 3 itens. Para o processo de validação
psicométrica foram buscadas evidências de validade por meio do
uso da análise fatorial exploratória e confirmatória.
A análise da confiabilidade pelo coeficiente de consistência
interna alfa de Cronbach e Confiabilidade Composta revelou que
o Fator 1 apresentou um alfa de Cronbach de 0,92 e confiabilidade
composta de 0,92, indicando ótima consistência interna e o Fator 2
apresentou um alfa de Cronbach de 0,83 e confiabilidade composta
de 0,82, indicando boa consistência interna.
Após as análises pela Teoria Clássica dos Testes (TCT), 10
itens foram excluídos, obtendo-se uma escala final com 26 itens
que, após realinhamento teórico foram distribuídos em dois fatores
denominados de Aspectos Internos (Psico-cognitivos) e Aspectos
Externos (Físico-ambientais). Segundo os resultados obtidos pelas
análises psicométricas, concluiu-se que o CATRA-DNS, apesar
de algumas limitações, é uma escala válida para medir a carga de
trabalho de docentes de instituições de ensino superior.

Palavras-chave: carga de trabalho, docência, ensino superior,


ergonomia, psicometria.

83
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.10 A influência da cultura organizacional e contexto de


trabalho das instituições de ensino superior no prazer e
sofrimento de docentes. Tese de Doutorado.
Galindo, M. C. T. & Maciel, R. H. (2017)

Este estudo tem como objetivo identificar a influência


da cultura organizacional e respectivo contexto de trabalho de
diferentes tipos de Instituições de Ensino Superior-IES (públicas;
privadas com fins lucrativos e privadas sem fins lucrativos) nas
vivências de prazer e sofrimento e os danos resultantes do trabalho
nos seus respectivos docentes.
Assim, a tese proposta é que a cultura organizacional influencia
o contexto de trabalho e que essas dimensões têm um impacto sobre
as vivências de prazer e sofrimento no trabalho dos profissionais de
nível superior, bem como sobre o processo saúde-adoecimento.
Trata-se de uma pesquisa quali-quantativa com o uso de
multimétodos. A pesquisa foi realizada em duas fases distintas.
A primeira identificou e descreveu os elementos da cultura
organizacional dos três diferentes tipos de IES, bem como
aspectos dos elementos que caracterizam o trabalho e os riscos de
adoecimento dos docentes de cada uma delas de forma qualitativa.
A segunda identificou os elementos da cultura nos três diferentes
tipos de IES e investigou as vivências de prazer e sofrimento dos
docentes, de acordo com a sua percepção de forma quantitativa.
Destaca-se que as instituições privadas com e sem fins
lucrativos e a instituição pública apresentam diferenças significativas
tanto na cultura clã-inovadora, quanto na cultura de mercado.

84
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

No decorrer do trabalho, também, ficaram bastantes


evidentes os diferentes tipos de contextos de trabalho apresentados
por cada uma das IES. Este resultado demonstra que as diferentes
culturas organizacionais e os tipos de contextos de trabalho que
delas resultam influenciam as vivências dos docentes. Constatou-
se, em especial, que na realização profissional há diferenças entre a
instituição privada com fins lucrativos e a instituição pública.

Palavras-chave: cultura organizacional,; contexto de trabalho,


professores, educação superior.

85
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.11 Representações sociais de pais, alunos e gestores acerca


do professor: Influência na prática docente.
Tese de Doutorado.
Vale, S. F. & Maciel, R. H. (2017)

As reformas educacionais ocorridas no Brasil na década de


1990 têm privilegiado um tipo de educação voltada para a legitimação
e manutenção da ideologia neoliberal. Consequentemente, a
educação é vista como mercadoria, visando atender as necessidades
do mercado.
Essas reformas trazem consequências significativas que
envolvem tensões, conflitos e novas exigências profissionais no
trabalho do professor. A tese analisou a percepção da influência das
representações sociais do professor desenvolvidas por pais, alunos e
gestores nas situações de trabalho, vivências e práticas profissionais
dos docentes. Foram realizadas quatro pesquisas que se apoiaram na
abordagem qualitativa.
O primeiro estudo identificou a representação social de 181
pais de alunos acerca de ser professor nos dias atuais a partir da
Técnica de Associação Livre de Palavras. Os dados foram submetidos
à análise prototípica, análise de similitude e lexicográfica. O segundo
caracterizou as representações sociais construídas por 75 alunos do
ensino fundamental relacionadas ao professor, utilizando a Técnica
de Desenho História Tema.
O terceiro artigo tinha como objetivo identificar as
representações sociais construídas por 5 gestores educacionais em
relação ao professor por meio de entrevistas semiestruturadas. Por

86
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

fim, o quarto analisou como as representações sociais acerca do


professor, construídas por pais, alunos e gestores influenciam as
situações de trabalho, vivências e práticas profissionais do docente
por meio da Metodologia Q.
A amostra desse último estudo foi composta por 10
professores do ensino fundamental do ensino público municipal
de Mossoró-RN. Os resultados encontrados mos-traram que o
campo representacional do professor tem caráter multidimensional,
envolvendo um profissional/educador capacitado, um professor/
vocacionado e tensões/desafios da profissão.
Os elementos que compõem o campo representacional
apresentam o professor como um profissional que é responsável,
que ensina bem e necessita de constante formação para ser um
bom educador, mas também como aquele profissional que deve
ter paciência, dedicação, doação e envolvimento afetivo. Para os
gestores, o profissional necessita formação complexa, tendo em
vista, as inúmeras demandas existentes nas escolas.
Ainda continua presente uma representação arraigada à
imagem tradicional do professor, orientado para uma prática
envolvida por amor, onde o professor é requisitado a assumir o
papel de pai e mãe, bastante presente nas falas de alunos e pais. A
imagem daquele profissional detentor do saber, que castiga e grita
em sala de aula, está presente na representação apresentada pelos
alunos.
Por outro lado, o professor é visto como um profissional
cercado por tensões, conflitos e obstáculos, desafiado a lutar
por questões salariais, reconhecimento e melhores condições de
trabalho. Observou-se forte influência das representações sociais

87
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

dos alunos, pais e gestores sobre a prática e vivências do professor.


Uma parte dos professores prioriza a formação permanente como
uma estratégia para atender às demandas que envolvem sua prática,
sua vivência enquanto profissional.
Outra parte enfoca as reais condições de trabalho do professor
que vivencia uma prática envolvida por tensões e desafios, afetando
sua imagem e seu trabalho, elementos que estão fora do seu controle.

Palavras-chave: Representações sociais, professor, profissional,


relação professor aluno e família, desafios e tensões.

88
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

3.12 Trabalho docente e pós-graduação: Permanências e


rupturas. Tese de Doutorado.
Viana Filho, M. V. C. & Matos, T. G. R. (2018)

O mundo do trabalho tem passado por transformações


nas últimas duas décadas e, em especial, após o processo de
reestruturação produtiva na passagem do século XX para o XXI. O
estado brasileiro acompanhou tais mudanças com reflexos sobre sua
função e papel social. A educação, do infantil à pós-graduação, não
ficou imune a tais mudanças. No âmbito da pós-graduação, tanto a
estrutura quanto o trabalho dos professores foram impactados por
mudanças.
Este estudo objetivou analisar a trajetória da pós-graduação no
Brasil e suas repercussões sobre o contexto de trabalho do professor
que atua em programas de pós-graduação stricto sensu. Foram
realizados três estudos com diferentes abordagens metodológicas:
histórico-documental, quantitativa e qualitativa. O primeiro foi
composto por um corpus de dezoitos fontes documentais, o qual
foi analisado a partir do programa Iramuteq e de uma compreensão
histórica dos documentos.
Os resultados revelaram como categorias de análises a estrutura
da pós-graduação, compreendendo a avaliação e regulação da
educação superior, e a normatização do trabalho docente. O processo
de organização da pós-graduação em um contexto historicamente
situado mostrou que, nas últimas duas décadas, houve um processo
de normatização do trabalho do professor, através de um conjunto
de competências e atributos que passaram a ser inerentes a atividade

89
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

docente. No segundo, participaram 238 professores vinculados a


cursos e/ou programas de áreas e universidades diversas. Utilizou-
se as escalas de avaliação de contexto de trabalho e a escala de
avaliação do custo humano.
Os dados foram analisados com o auxílio do programa IBM-
SPSS. Os resultados mostraram que os fatores relacionados ao
contexto de trabalho foram avaliados de forma crítica. Na escala
de avaliação de custo humano, o custo cognitivo foi avaliado de
forma grave. Infere-se um processo de precarização das condições
de trabalho, a intensificação e o enfraquecimento dos coletivos e
altas cargas afetivas e cognitivas na realização da atividade.
O terceiro estudo teve a contribuição de 20 participantes do
estudo anterior, distribuídos nas diversas áreas do conhecimento e
de ambos os sexos. Utilizou-se como técnica de coleta de dados a
entrevista em profundidade. A análise se deu a partir do programa
Iramuteq e da análise de conteúdo (AC).
Os resultados foram distribuídos em categorias específicas
a partir das áreas do conhecimento e por categorias comuns a
todos os participantes. Observou-se uma intensificação do trabalho
docente e um descompasso das prescrições do trabalho de algumas
áreas em relação ao sistema de avaliação a que estão submetidos.
Os achados sugerem que a organização do trabalho precisa ser
aprofundada, necessitando haver uma ampliação da discussão dos
efeitos psíquicos dessa organização.
Destacam-se: a existência de uma complexa gama de
prescrições, formais e informais para a atuação do professor, um
contexto de trabalho perpassado por uma intensa naturalização
da lógica gerencialista, um alto custo humano para a realização

90
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

do trabalho na pós-graduação, a inquietação dos professores que


expressaram o desejo de que suas pesquisas impactassem em
melhorias para a sociedade, a existência de grande insatisfação com
as formas de avaliação implementadas neste nível educacional, e a
necessidade de se repensar os parâmetros de avaliação com critérios
mais qualitativos e que estimulem a inovação e criatividade.

Palavras-chave: pós-graduação, trabalho docente, contexto de


trabalho, intensificação do trabalho.

91
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

3.13 Os efeitos do programa aprendizagem na idade certa


(PAIC) no trabalho dos professores alfabetizadores.
Tese de Doutorado.
Silva, R. & Matos, T. G. R. (2018)

O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos do


Programa Aprendizagem na Idade Certa, PAIC, na organização do
trabalho dos professores alfabetizadores e nas vivências de prazer-
sofrimento experienciadas por esses profissionais em seus contextos
de trabalho. A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, descritiva e
exploratória, sendo desenvolvida em três estudos.
No primeiro estudo, o programa foi analisado a partir do
cenário das políticas educacionais pós década de 1990, identificando-
se suas diretrizes, objetivos, metas e os eixos que o estruturam. No
segundo estudo, a análise direcionou-se para o contexto de trabalho
dos professores alfabetizadores, nas dimensões organização do
trabalho, condições de trabalho e relações socioprofissionais.
O terceiro estudo identificou o trabalho realizado e as relações
entre as vivências de prazer-sofrimento, bem como as estratégias
de mediação utilizadas pelos professores para enfrentamento das
dificuldades encontradas diante da organização do trabalho. O estudo
foi realizado em uma das Coordenadorias Regionais de Educação
do Estado do Ceará-CREDE, composta por sete municípios,
compreendendo duas escolas em cada município pesquisado.
Os dados foram coletados mediante análise documental e
entrevistas semiestruturadas, submetidos à análise de conteúdo
temática. Os resultados indicam que o desenho do programa se

92
CAPÍTULO 3 | Sobre o trabalho dos professores

sedimenta nos princípios das políticas de cunho gerencialista, com


enfoque em indicadores mensuráveis através de avaliações externas,
agregando ao trabalho dos professores maior carga de trabalho e
maior responsabilização pelos resultados produzidos. Em relação
ao contexto de trabalho dos professores alfabetizadores, observou-
se uma organização do trabalho permeada pelo rigor nas instruções
e no monitoramento do trabalho prescrito, por um amplo conjunto
de tarefas estabelecido, por ambientes de trabalho precarizados e
por relações socioprofissionais caracterizadas, ao mesmo tempo,
como de apoio e de controle das atividades realizadas.
No que tange às vivências de prazer-sofrimento, observou-se
que essas coexistem e são estimuladas pela busca por resultados de
aprendizagem, aferidos nas avaliações externas.

Palavras-chave: professores, contexto de trabalho, vivências de


prazer-sofrimento, Programa Aprendizagem na Idade Certa.

93
Capítulo 04

Sobre carreiras, aposentadoria e


inserção no mercado de trabalho

A partir de uma nova realidade nas relações das empresas


com trabalhadores em decorrência do aumento da expectativa de
vida, da criação de novas profissões, do estabelecimento de novas
leis trabalhistas e previdenciárias, bem como da precarização do
trabalho e do aumento de registros de adoecimento mental em
trabalhadores, esse bloco pensa como se dá a preparação para o
início da vida profissional, sua trajetória, as mudanças que ocorrem
e que levam ao processo de reorientação profissional, aposentadoria
e novas atividades pós carreira.

95
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

4.1 O planejamento de carreira na formação universitária.


Dissertação de Mestrado.
Silva, D. W. G. & Matos, T. G. R. (2011)

O conceito de carreira tem sofrido mudanças a partir das


transformações no mundo do trabalho, e cada vez mais parece ser
necessária a orientação para o planejamento profissional. Em um
mercado competitivo saber onde se quer chegar e o que precisa ser
feito parece ser um desafio para os estudantes universitários.
Nessa realidade, algumas questões são suscitadas como
problema para o planejamento da carreira na formação profissional:
falta orientação aos jovens para escolhas de acordo com suas
inclinações individuais? Será que a formação universitária assegura
conhecimentos práticos aplicáveis? A lógica de mercado possibilita
o planejamento de carreira? Que afinidades, divergências e lacunas
podem ser preenchidas pela investigação em relação a literatura?
Assim, como acontece o planejamento de carreira durante a
formação universitária? Essa pesquisa teve como objetivo analisar o
planejamento de carreira pelos graduandos durante a sua formação.
No campo empírico participaram 527 estudantes do último ano de
graduação da Universidade de Fortaleza–UNIFOR.
A pesquisa foi de natureza descritiva e utilizou-se da
metodologia quanti-quali, tendo como instrumentos um questionário
e um inventário. O primeiro procurou abordar o significado de
carreira de uma maneira geral, para os estudantes pesquisados, e
o segundo, composto pelas escalas combinadas de Planejamento
e Exploração de Carreira, buscou identificar as estratégias de
construção da carreira dos estudantes.

96
CAPÍTULO 4 | Sobre carreiras, aposentadoria e inserção no mercado

No tratamento dos dados quantitativos foram feitas análises


estatísticas para cada um dos instrumentos de medida utilizados, já
para análise qualitativa foi empregada a técnica de análise de conteú-
do, criando categorias para as respostas das questões dissertativas.
Os resultados mostraram que os estudantes estão focando
seu planejamento de carreira em conseguir um emprego e fazer
cursos, porém, ainda não têm certeza de como fazer para esses
planos acontecerem. Em relação às fontes de informação útil à
construção de suas carreiras, pessoas que trabalham na profissão
ou estão no curso de pós-graduação, professores ou assistentes da
faculdade e livros, são as que mais contribuem com o estudante
neste processo prático.

Palavras-chave: planejamento profissional, estratégias de carreira,


estudantes universitários.

97
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

4.2 Estressores da atividade gerencial e suas implicações


na saúde: a mediação dos valores básicos e da adição ao
trabalho.
Dissertação de Mestrado.
Provazzi, T. S. & Maciel, R. H. (2014)

O presente estudo teve por objetivo investigar os fatores


da atividade gerencial que favorecem o estresse e afetam a saúde
de gestores de diversos setores da economia brasileira, bem como
verificar se os valores básicos e a adição ao trabalho são variáveis
mediadoras na percepção dos gestores sobre os estressores.
A pesquisa é um estudo de caráter descritivo, correlacional
e com abordagem quantitativa. A coleta de dados, no primeiro
semestre de 2014, foi realizada por um questionário online de
autopreenchimento contendo os instrumentos: questionário sócio-
demográfico e laboral, Escala de Estressores da Atividade Gerencial,
Escala de Valores Básicos e Escala de Adição ao Trabalho (Dutch
Work Addiction Scale - DUWAS).
O questionário, enviado por e-mail e disponibilizado na rede
social Linkedin, foi respondido por 246 gestores. Para a análise dos
dados, os resultados dos questionários foram submetidos a uma
análise estatística com o auxílio do programa IBM-SPSS.
Os resultados revelaram que embora os gestores não percebam
seu trabalho como estressante no geral, consideram três fatores de
sua atividade como os mais estressantes: a pouca autonomia na
tomada de decisões, a má comunicação e a ambiguidade de papéis.
Esses estressores produzem impactos na saúde desses profissionais,
sendo o distúrbio do sono o problema mais frequentemente citado.

98
CAPÍTULO 4 | Sobre carreiras, aposentadoria e inserção no mercado

A variável valores básicos não se confirmou como mediadora


na percepção dos gestores sobre os estressores da atividade gerencial,
porém, a adição ao trabalho se confirmou. Os valores encontrados
no estudo que servem de guia para o comportamento dos gestores
foram: os valores centrais de existência (estabilidade pessoal, saúde e
sobrevivência) seguidos dos valores sociais interacionais (afetividade,
apoio social, convivência e honestidade). Contudo, os gestores
considerados adictos ao trabalho, se orientam pelos valores de êxito,
prestígio e emoção. A necessidade de trabalhar excessivamente,
acima de 50 horas semanais, afasta os gestores de outras atividades
de não-trabalho, como a prática de alguma atividade física e diminui
suas horas diárias de sono, tão importantes para a manutenção de
sua saúde.
O estudo sugere investigar melhor a relação entre os valores
básicos e a percepção dos estressores da atividade gerencial, uma
vez que os valores assumidos como premissa servem de guia para
o comportamento dos gestores, fundamentam as escolhas por um
modo de conduta e podem predizer seus comportamentos a partir
das prioridades que são dadas aos valores.

Palavras-chave: estressores organizacionais, saúde, valores básicos,


adição ao trabalho, gestores.

99
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

4.3 A inserção de jovens no mercado de trabalho:


O que eles têm a dizer.
Dissertação de Mestrado.
Ferreira, G. M. P. S. & Matos, T. G. R. (2015)

A conquista do primeiro emprego exige cada vez mais dos


jovens maior escolarização e conhecimentos profissionalizantes.
Nesta dissertação analisou-se a inserção no mercado de trabalho de
jovens que participaram de um programa de formação profissional
e os sentimentos por eles experimentados, a partir de seus discursos
sobre essa experiência. Buscou-se identificar os locais de primeiro
emprego desses jovens, conhecer suas aspirações e os motivos
que os levaram a essas ocupações, bem como sua vivência nessa
trajetória de inserção profissional.
Utilizou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, mediada
pela técnica de entrevistas individuais, aplicada a cinco jovens, três
homens e duas mulheres, entre 18 e 29 anos, que concluíram uma
formação profissional no programa Com.Domínio Digital, em
Fortaleza-CE, derivado de uma política pública estadual.
Trataram-se os dados coletados com a análise de conteúdo
de Bardin, que resultou na elaboração de seis categorias: relevância
da capacitação para o mercado de trabalho, identificação com o
trabalho, trabalho como forma de sobrevivência, sentimentos diante
do mundo profissional, percepção dos jovens sobre a inserção no
mercado de trabalho e expectativas de futuro pessoal e profissional.
Observou-se nos discursos dos/as participantes – todos/
as eles/as jovens atuantes, de iniciativa e condutores, não apenas

100
CAPÍTULO 4 | Sobre carreiras, aposentadoria e inserção no mercado

expectadores, da própria vida - a presença do protagonismo juvenil


e o reforço ao discurso neoliberal de oportunidades para os/as
competentes, esforçados/as e talentosos/as e de responsabilização
do indivíduo pelo seu fracasso, destacando que o seu sucesso
profissional depende de sua dedicação aos estudos, no tocante à
sua capacitação e qualificação.

Palavras-chave: jovens, mercado de trabalho, inserção, formação


profissional.

101
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

4.4 Serviço público: O que pensam os concurseiros?


Dissertação de Mestrado.
Silva, L. P. G. F. & Matos, T. G. R. (2015)

O mercado de trabalho atual tem instaurado um clima de


insegurança. Essa realidade incentiva a busca pelo cargo público, o
que tem aumentado consideravelmente o número de concurseiros.
Esta dissertação teve como objetivo geral investigar as representações
sociais dos concurseiros acerca do trabalho no serviço público,
sendo que o estudo foi fundamentado na teoria das representações
sociais.
A coleta de dados foi realizada em um cursinho preparatório
situado em Teresina-PI. Participaram da primeira etapa 91 sujeitos e,
da segunda, 11. Foi utilizada uma abordagem qualitativa de pesquisa
e, como instrumento de coleta de dados, o teste de associação livre
de palavras e a entrevista semiestruturada.
Os resultados revelaram que o concurseiro busca, através do
serviço público, se proteger da instabilidade do mercado de trabalho.
O estudante acredita que, após a nomeação, poderá gozar
uma vida tranquila, principalmente em virtude da estabilidade.
Verificou-se que há um conhecimento restrito acerca do trabalho
no setor público, sendo este considerado seguro e bem remunerado,
sendo visto somente sob o prisma dos benefícios e desconsiderada
a natureza do cargo.

Palavras-chave: concurseiro, concurso público, serviço público.

102
CAPÍTULO 4 | Sobre carreiras, aposentadoria e inserção no mercado

4.5 Da universidade ao mercado de trabalho: A perspectiva


da transição de jovens graduandos. Dissertação de Mestrado.
Oliveira, A. A. A. & Matos, T. G. R. (2016)

A transição da universidade para o mercado de trabalho tem


se tornado, para os graduandos, um momento de angústia, dúvida
e insegurança, muitas vezes, por não se sentirem preparados para
enfrentar a realidade profissional.
Nesta dissertação, analisou-se como o jovem vivencia o
momento pré-formatura e se prepara para sua inserção profissional,
buscando identificar as ações dos jovens graduandos ao longo da
formação acadêmica que impactaram esse momento de transição,
bem como a visão dos graduandos sobre a realidade do mercado.
Realizou-se um grupo focal com estudantes de IES pública e privada.
Ao todo foram cinco jovens que estavam cursando do penúltimo ao
último semestre.
Os dados coletados submetidos a análise de conteúdo
resultaram em seis categorias: a importância da experiência prática
na transição da universidade para o mercado de trabalho; as escolhas
feitas ao longo do percurso acadêmico; o suporte oferecido pela IES
nesse momento de transição; o mercado de trabalho; a realidade das
profissões; e o projeto profissional.
Os resultados mostraram que os participantes vivenciam
sentimentos de insegurança e dúvidas quanto à inserção profissional
e que também concordam ser de grande importância a aprendizagem
prática para um bom preparo profissional. Comentaram as exigências
do mercado e as condições ruins de trabalho de suas profissões.

103
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Percebeu-se o pouco ou nenhum apoio das IES nesse momento de


transição no que diz respeito a cursos, palestras ou programas sobre
desenvolvimento profissional.
Por fim, os jovens assumiram não saberem como elaborar
um projeto profissional que norteie seus objetivos profissionais.
Em conclusão, a pesquisa aponta como sendo uma necessidade dos
jovens a organização de suas ações para uma melhor inserção no
mercado de trabalho, embora os dados mostrem que os estudantes
não saibam como realizá-la.
Com isso, conclui-se também que o papel de suporte das
IES aos graduandos é de grande relevância nesse período de
transição, auxiliando-os com programas e palestras que orientem o
desenvolvimento profissional.

Palavras-chave: jovens, universidade, mercado de trabalho,


projeto profissional.

104
CAPÍTULO 4 | Sobre carreiras, aposentadoria e inserção no mercado

4.6 Preparação para o pós-carreira: Um estudo com


executivos. Dissertação de Mestrado.
Barros, E. C. & Matos, T. G. R. (2016)

Na contemporaneidade, o trabalho tem assumido lugar de


destaque e vem ocupando um grande espaço na vida do homem,
tornando-se o principal agente de engajamento e inserção social
e exercendo uma função psicológica específica para o indivíduo.
Desse modo, torna-se um desafio o processo de transição entre a
carreira e o pós-carreira de qualquer trabalhador.
No caso específico dos executivos de empresas, essa transição
pode ter significados ainda mais complexos, uma vez que esses
trabalhadores são responsáveis pelos resultados, planejamentos
estratégicos dessas organizações, ocupam a mais alta liderança e
possuem as maiores responsabilidades e autoridades dentro da
organização. Assim, para esses profissionais desvincular-se de suas
atividades e preparar-se para a vida no pós-carreira torna-se tema
bastante relevante.
Nesse sentido, o objetivo desta dissertação é conhecer como
executivos lidam com a perspectiva do pós-carreira, especificamente,
investigar o significado do trabalho e do pós-carreira nessa etapa da
vida, descrever os sentimentos vivenciados por esses executivos em
relação à nova fase que se aproxima e identificar a existência de
ações de preparação.
Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa e exploratória,
utilizando a entrevista semiestruturada como ferramenta de coleta
de dados. Participaram nove executivos com idades entre 45 e 61
anos.

105
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Os dados obtidos foram classificados de acordo com a análise


de conteúdo proposta por Bardin. Emergiram quatro categorias:
significado do trabalho, significado do pós-carreira, sentimentos em
relação a pré-aposentadoria e planejamento.
Como resultado da pesquisa, observou-se que o trabalho
figura como categoria central para esses trabalhadores, que não se
percebem em processo de pré-aposentadoria ou se negam a aceitar
a aproximação desse momento, havendo mínimos indícios de uma
preparação para essa transição.
Prepondera entre os participantes o sentimento de medo,
angústia e preocupação quando precisam lidar com o tema pós-
carreira. Esses executivos realizam no campo financeiro as únicas
ações preparatórias para essa fase, não existindo, assim, um
planejamento com ações estruturadas para a vida futura.

Palavras-chave: centralidade do trabalho, pós-carreira, executivo,


planejamento.

106
CAPÍTULO 4 | Sobre carreiras, aposentadoria e inserção no mercado

4.7 Representação social do trabalho: A percepção de


jovens oriundos de programas de qualificação profissional.
Dissertação de Mestrado.
Carvalho, M. F. F. & Matos, T. G. R. (2017)

Considerando o desemprego crescente entre os jovens, aliado


à busca por pessoas profissionalmente qualificadas, este estudo tem
como objetivo investigar as representações sociais sobre o trabalho,
com a finalidade de conhecer como a juventude compreende esse
fenômeno. Esta pesquisa é exploratória, com abordagem qualitativa.
Participaram da investigação 131 jovens entre 18 e 29
anos, sendo 120 participantes de dois programas de qualificação
profissional compondo o primeiro estudo e 11 jovens trabalhadores,
oriundos de programas de qualificação profissional, compondo
o segundo estudo. No primeiro estudo foi aplicada a técnica de
associação livre de palavras (TALP) e no segundo estudo foram
aplicadas entrevistas não estruturadas.
A análise dos dados de ambos os estudos foi realizada através
do IRAMUTEQ. O TALP e as entrevistas tiveram uma análise de
conteúdo temática. Os resultados indicaram que, para os jovens, o
trabalho está ancorado na expectativa de ser um fator fundamental
para a construção, em primeiro lugar, de uma identidade profissional e
depois, de uma identidade pessoal e familiar, sobretudo representado
por ser responsável.
O trabalho vivenciado também está ancorado nas esferas
profissional, pessoal e familiar, no entanto, com a diferença
contrastante de que a vivência do trabalho transfere o nível de

107
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

importância, primeiro para a satisfação das necessidades familiares


e pessoais e por último, para representá-lo como realização
profissional.
As diferenças entre aquilo que os jovens aprendem nos cursos
de qualificação e a realidade prática, como os pontos negativos e os
esforços para se manterem no mercado, demonstram uma vivência
do não-trabalho. Dessa forma, o trabalho adquire um valor central
quando proporciona o consumo, porém, periférico, quando é
concedido como incerto na sociedade contemporânea.

Palavras-chave: juventude, trabalho, representação social, quali-


ficação profissional.

108
CAPÍTULO 4 | Sobre carreiras, aposentadoria e inserção no mercado

4.8 As representações sociais sobre a formação universitária.


Dissertação de Mestrado.
Ferreira, N. M. S. & Matos, T. G. R. (2020)

A escolaridade é vista na sociedade como possibilidade de


mobilidade social, pois há evidências em pesquisas que confirmam
que, pelos anos dedicados aos estudos, somos capazes de ascender
socialmente. O mercado de trabalho e o senso comum reafirmam
que ter um diploma de ensino superior é projetar-se no concorrido
mundo do trabalho, porém, as altas taxas de desemprego e a recessão,
que mais afetam a juventude, vão na contramão da ideia principal.
Assim, essa pesquisa foi direcionada aos aspectos simbólicos dessa
questão, sendo construídos pelas vivências psicossociais dos jovens
e analisados pela Teoria das Representações Sociais (TRS).
Ressalta-se, portanto, a importância desse estudo, para ampliar
as perspectivas cientificas encontradas sobre as representações
sociais dos universitários, como também o diferencial através dos
jovens que não estão na universidade e suas perspectivas. Com isso,
objetivamos analisar as representações sociais sobre a formação
universitária.
Para conhecer os motivos que levam os jovens à universidade
foi aplicado o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) e
entrevistas on-line. Participaram do primeiro estudo 168 pessoas
entre 18 e 25 anos, que estivessem ou não em um curso superior, para
revelar seus perfis e opiniões sobre o tema. As palavras obtidas no
TALP foram transcritas e analisadas pelo programa IRAMUTEQ e
as frases interpretadas pela análise de conteúdo. Do segundo estudo

109
participaram oito universitários e o critério de inclusão era estar na
graduação em alguma IES do Ceará e ter participado do estudo
anterior.
As narrativas coletadas nas entrevistas on-line, formaram
um conjunto de sentidos que foram interpretados pela TRS para
conhecer as escolhas, motivos e vivências que os levaram a ser
universitários.
Para o grupo dos não universitários, as principais razões que
os impediram de dar continuidade aos estudos foram as necessidades
de sustento e sobrevivência, afastando-os do acesso à universidade.
Contudo, o desejo de estudar foi destacado nas frases e confirmaram
a ideia de que a graduação é um meio para a mobilidade social. Já no
grupo dos universitários, as representações sociais sobre o ensino
superior estiveram pautadas em atender as demandas do mundo
do trabalho, atravessadas pela ordem familiar e social em que estão
inseridos e, mesmo questionando a efetividade das exigências
impostas, acreditam que o diploma os projeta satisfatoriamente.
Conclui-se que o ensino superior é uma via privilegiada para a
ancoragem de representações sociais sobre a trajetória profissional e,
embora existam contradições entre os fatores sociais que validam a
importância da formação universitária junto a realidade de mercado,
eles continuam alimentando essa demanda.

Palavras-chave: representação social, universitários, mercado de


trabalho, profissões.
Capítulo 05
Sobre condições de trabalho e
ergonomia

O estudo das “condições de trabalho e ergonomia”, é central


para quase todos os estudos realizados pelo LET, independente
de se referir a trabalhos formais ou informais, cobrindo diferentes
grupos de trabalhadores.
Nessa linha foram realizados trabalhos com eletricistas e
operadores de sala de controle do sistema elétrico da cidade de
Fortaleza. Trabalho este financiado pela própria empresa, que
procurou focalizar os aspectos cognitivos do trabalho e se utilizou
de algumas técnicas oriundas do campo das Clínicas da Atividade.
Foram realizadas investigações com diferentes grupos de
trabalhadores: coveiros, contadores, cozinheiros e chefes de cozinha,
funcionários da Companhia de Águas Estadual (CAGECE),
portuários e recicladores de papel, além, é claro, dos estudos sobre
o trabalho dos catadores, saúde, professores e confeccionistas
(apresentados nos seus temas específicos).
Em geral, segue-se a metodologia proposta pela Análise
Ergonômica do Trabalho – AET e variantes que respondam melhor
à situação específica sob investigação. Utiliza-se também ideias
oriundas da Psicodinâmica do Trabalho de Dejours e alguns métodos
pertencentes ao arsenal de técnicas das Clínicas da Atividade de Clot.

111
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.1 Vivências de depressão e a sua relação com o trabalho.


Dissertação de Mestrado.
Santos, A. P. O. & Maciel, R. H. (2007)

Este estudo investiga o transtorno mental, especificamente


a depressão, como fator incapacitante para o trabalho. Examina,
também, as variadas interfaces do trabalho com o adoecimento
mental.
O objetivo principal deste trabalho é a investigação e
compreensão dessas interfaces. Foram focalizadas as estratégias
utilizadas pelos indivíduos para o enfrentamento do problema, tanto
nos casos em que o trabalho foi o fator preponderante na própria
etiologia do transtorno, quanto nos casos em que a reinserção no
mercado de trabalho é percebida pelo indivíduo como de extrema
importância para o seu bem-estar emocional.
A pesquisa adotou a metodologia qualitativa e os dados foram
coletados através de um roteiro de entrevista aberto. A pesquisa
foi realizada com dois usuários do CAPS – Centro de Atenção
Psicossocial e uma bancária afastada de suas funções, filiada ao
Sindicato dos Bancários de Fortaleza.
Os pesquisados colocaram o trabalho, concomitantemente,
como propiciador de saúde e doença, ressaltando, assim, o sentido
ambíguo e o caráter multifacetado que o trabalho possui. As
entrevistas abertas revelaram a importância de buscar novos rumos
e novas formas de se relacionar com o universo do trabalho.
Os resultados apontam que um trabalho vazio de sentido e
realizado apenas para a sobrevivência do indivíduo, terá imensas
chances de acarretar prejuízos físicos e emocionais.

112
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

Por outro lado, um trabalho dotado de sentido e propiciador


de autonomia configura-se como uma vivência favorável ao
crescimento humano, possibilitando ao indivíduo a manutenção de
relações saudáveis e construtivas com o mundo do trabalho.

Palavras-chave: Depressão, sofrimento no trabalho, saúde mental.

113
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.2 Adoecimento e absenteísmo no trabalho na Companhia


de Água e esgoto do Ceará: Um estudo de caso.
Dissertação de Mestrado.
Alves, D. F. V. & Maciel, R. H. (2012)

O presente trabalho teve por objetivo investigar o fenômeno


do absenteísmo na Companhia de Água e Esgoto do Ceará–
CAGECE. Foi investigado se o próprio trabalho – aí incluídas suas
condições materiais (temperatura, maquinário, iluminação etc.)
e abstratas (relações interpessoais e hierárquicas, organização do
trabalho etc.) – poderiam estar relacionadas aos adoecimentos dos
trabalhadores. Investigamos a existência de relação, no discurso dos
trabalhadores, entre os episódios de absenteísmo por doença na
empresa e o trabalho nessa instituição.
A pesquisa foi realizada ao longo do ano de 2011 e constou
de duas etapas: uma quantitativa e outra qualitativa. A pesquisa
quantitativa foi levada a termo fazendo uso do programa IBM-
SPSS, analisando os dados dos atestados médicos dos anos de 2009
e 2010, classificados de acordo com seu CID-10.
Na segunda etapa foram realizadas 15 entrevistas semi-
estruturadas com trabalhadores que estavam entre as categorias
que apresentaram maior quantitativo de atestados médicos ou que
apresentaram doenças reconhecidamente associadas ao trabalho.
A pesquisa apontou uma relação positiva, no sentido da
associação no discurso dos trabalhadores, entre os episódios de
absenteísmo por doença na empresa e o trabalho: algumas pessoas
fizeram associação entre o trabalho em si e seus episódios de

114
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

adoecimento, outras fizeram uma relação entre o adoecimento e a


instituição CAGECE e a maneira como a empresa está estruturada
ou as suas instalações físicas.

Palavras-chave: absenteísmo, trabalho, adoecimento, sofrimento


psíquico.

115
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.3 Acidentes de trabalho: A vivência dos trabalhadores do


porto do Mucuripe e do complexo industrial e portuário do
Pecém-Ceará. Dissertação de Mestrado.
Andrade, I. B. & Matos, T. G. R. (2012)

A atividade portuária desde os tempos mais remotos ocupa


lugar de destaque na economia mundial. Essa atividade gera uma
demanda de mão de obra que atue na realização de operações
portuárias, movimentando as cargas transportadas pelos navios.
Porém, as vidas das pessoas que trabalham nas atividades portuárias
revelam que o porto é um ambiente desgastante e que apresenta
condições adversas para os indivíduos. Nesse contexto, os acidentes
de trabalho são comuns.
A reestruturação produtiva dos portos ocorrida na década de
1990 do século passado proporcionou uma mudança organizacional
profunda nas atividades portuárias, nas relações de trabalho e na
forma de prestação de serviços e alterações do modelo de gestão,
o que afetou diretamente as condições de trabalho daqueles que
vivem do porto.
Este trabalho é uma pesquisa exploratória de cunho qualitativo
que visa investigar a vivência dos trabalhadores do Porto do
Mucuripe e do Complexo Industrial e Portuário do Pecém-Ceará,
e proporcionar uma visão geral do significado da experiência vivida
por eles após a ocorrência do acidente de trabalho.
Os participantes da pesquisa foram representantes sindicais
portuários, técnicos do OGMO e trabalhadores portuários
acidentados entre 2004 e 2010. O instrumento para coleta de dados

116
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

foi uma entrevista aberta para representantes sindicais e técnicos do


OGMO e semiestruturada para os trabalhadores acidentados.
A análise das entrevistas foi realizada por um método inspirado
no Discurso do Sujeito Coletivo. Os relatos afirmam que com a
implementação da lei de modernização portuária houve redução do
número de acidentes de trabalho, embora tenham sido introduzidas
novas condições de riscos e cargas excessivas de trabalho, além de
uma maior pressão psicológica sobre os trabalhadores.

Palavras-chave: trabalhadores portuários, acidentes de trabalho,


Lei de Modernização dos Portos, segurança e saúde no trabalho.

117
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.4 O contexto de trabalho de cozinheiros e chefes de


cozinha: Vivências de prazer e sofrimento.
Dissertação de Mestrado.
Teixeira, V. M. & Matos, T. G. R. (2017)

Com base no pressuposto de que as atividades de cozi-nheiros


e de chefes de cozinha envolvem um contexto de trabalho dotado de
sofrimento físico e psíquico, percebe-se a importância de pensar as
condições, organização e as relações socioprofissionais dessa classe
de trabalhadores, e relacioná-las às vivências de prazer/sofrimento
no trabalho.
Assim, o estudo apresenta como objetivo a análise do
contexto de trabalho de cozinheiros e chefes de cozinha, à luz da
psicodinâmica e da ergonomia do trabalho. Para isso, apresenta-se
uma metodologia de pesquisa de cunho quanti-qualitativo, onde os
participantes são cozinheiros e chefes de cozinha.
Dentro dessa perspectiva, num primeiro momento têm-se
como instrumentos a Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho
[EACT] e a Escala de Prazer e Sofrimento no trabalho [EPST],
aplicadas em 100 cozinheiros e chefes de cozinha, e que tiveram
seus dados analisados através do IBM-SPSS.
Num segundo momento, apresenta-se uma observação in
loco que serviu de subsídios para a análise da dinâmica laboral da
atividade de cozinheiros e chefes de cozinha.
Por fim, foram realizadas duas entrevistas, com a finalidade
de aprofundar as questões percebidas através das escalas e das
observações in loco. Os resultados encontrados apontam para

118
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

vivências de sofrimento oriundas de um contexto de trabalho muitas


vezes adoecedor e que pede mudanças.
Nas três dimensões analisadas: organização do trabalho,
condições de trabalho e relações socioprofissionais de cozi-nheiros
e chefes de cozinha, foi encontrado sofrimento. Constata-se que
este aparece estar relacionado às inadequações de ritmos, normas,
postos de trabalho, gestão, cobranças por resultados, assim como,
à falta de reconhecimento. As vivências de prazer, por sua vez,
aparecem relacionadas à autonomia, liberdade para criação e orgulho
pela profissão.

Palavras-chave: contexto de trabalho, vivências de prazer/


sofrimento, cozinheiros e chefes de cozinha, psicodinâmica,
ergonomia.

119
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.5 As vivências de prazer e sofrimento dos contadores no


exercício da profissão.
Dissertação de Mestrado.
Saraiva, N. L. S. & Matos, T. G. R. (2019)

Tendo em vista a importância do contador no contexto


socioeconômico do país e que esta profissão vem sofrendo
alterações ao longo dos anos, bem como diversas atribuições lhes
são imputadas a cada dia, tem-se como hipótese que a atividade do
contador apresenta, muitas vezes, uma rotina estressante em que
o sofrimento pode se fazer presente em virtude das exigências, do
desgaste físico provocado pelas longas jornadas necessárias a fim de
cumprir prazos, muitas vezes sem a possibilidade de intervalos de
descanso ou folgas semanais.
Assim, cabe questionar: Quais as vivências de prazer e
sofrimento enfrentadas pelos contadores no exercício da profissão?
Para tanto, o estudo teve como objetivo investigar o contexto de
trabalho do contador e as vivências de prazer e sofrimento no
trabalho à luz da psicodinâmica do trabalho e da ergonomia.
Utilizou-se uma metodologia quanti-qualitativa em que os
participantes, de ambos os sexos, foram contadores autônomos
ou vinculados a empresas privadas, no exercício da profissão há
mais de dois anos. A pesquisa foi dividida em duas fases, primeiro
foi solicitado que registrassem um dia de atividades realizadas,
associando cada atividade a um sentimento de prazer ou sofrimento.
Foi também aplicado um questionário socioeconômico. Os
dados obtidos foram analisados com o auxílio do programa IBM-

120
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

SPSS. Em um segundo momento foram realizadas entrevistas


semiestruturadas a fim de aprofundar o conhecimento sobre o
contexto de trabalho dos entrevistados e a inter-relação desse
contexto com as vivências de prazer e sofrimento.
Os resultados encontrados apontaram vivências de sofrimento
mais relacionadas às atividades executadas por profissionais
autônomos que, na maioria das vezes, trabalham sozinhos, ou mesmo
quando delegam atividades a outras pessoas com as quais trabalham,
têm o dever de realizar toda a revisão e envio de informações, assim,
sentem-se mais responsáveis e com acúmulo de atribuições.
As vivências de prazer, por sua vez, aparecem mais relacionadas
aos profissionais empregados em empresas privadas, provavelmente
por ter a responsabilidade compartilhada com outras pessoas que
compõem o setor contábil das empresas. Por outro lado, no que
tange ao prazer, o sentimento de orgulho pelo trabalho realizado e
a satisfação em contribuir para a boa gestão das empresas também
proporcionam sentimento de prazer no trabalho dos contadores.

Palavras-chave: contabilidade, contadores, contexto de trabalho,


psicodinâmica, vivência de prazer e sofrimento.

121
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.6 Entre o cooperativismo e a gestão privada: Um estudo


sobre as condições de trabalho em uma indústria de papel
reciclado.
Dissertação de Mestrado.
Portugal, G. X. T. & Maciel, R. H. (2020)

O cooperativismo vem ganhando cada vez mais espaço


no mundo do trabalho, muitas vezes se apresentando como uma
alternativa ao desemprego. Um movimento nessa direção passou
a ser visto no Brasil a partir da década de 1980, momento em
que fábricas em situação falimentar foram reivindicadas pelos
trabalhadores que, por meio da criação de cooperativas, assumiram
a gestão dos negócios e garantiram a conservação de seus empregos.
No entanto, a manutenção desses empreendimentos, em
muitos casos, não é possível e o seu destino é incerto. No caso
aqui estudado, analisou-se as condições de trabalho e a situação de
trabalho de um grupo de trabalhadores que assumiram sua fábrica,
transformando-a em uma cooperativa, mas não obtiveram sucesso.
A fábrica, apesar disso, se mostrou atrativa, despertando o interesse
de empresários e foi reprivatizada, deixando de ser uma cooperativa.
Diante disto, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar
as condições e organização de trabalho do setor produtivo de
uma indústria de reciclagem de papel, que funcionava como uma
cooperativa e atualmente é uma empresa privada. Os objetivos
específicos buscaram des-crever as condições de trabalho de um setor
da fábrica, comparando tarefa e atividade, identificar as percepções
sobre o cooperativismo experienciado pelos trabalhadores,

122
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

compreender e comparar as diferenças nas condições de trabalho


na antiga cooperativa e na atual empresa privada.
A pesquisa pode ser vista como um estudo de caso, onde
se buscou investigar as condições de trabalho em uma fábrica de
papel reciclado, bem como as mudanças ocorridas nessas condições,
relacionadas a transformação da fábrica de uma cooperativa para
uma empresa privada.
Para a produção da pesquisa, incialmente realizou-se uma
análise ergonômica dos postos de trabalho, utilizando a metodologia
da Análise Ergonômica do Trabalho (AET), participaram dessa etapa
cinco operários do setor produtivo. Posteriormente foi realizado um
grupo focal com cinco trabalhadores, também do setor produtivo,
mas que tivessem sido cooperados.
Esse estudo viabilizou o conhecimento das condições de
trabalho em uma indústria de reciclagem, área com pequeno número
de pesquisas publicadas, em sua maioria são estudos internacionais,
reforçando a importância dessa investigação dentro da realidade
brasileira, além de ter se mostrado uma área carente de cuidados e
atenção.
A análise dos postos de trabalho mostrou a necessidade
da implementação de melhorias. No que se refere à cooperativa,
o relato dos trabalhadores, expôs que o trabalho era precário e
informal, a formação da cooperativa não trouxe melhores condições
de trabalho para esses trabalhadores, assim como sua força de
trabalho continuou a ser explorada por uma figura de poder dentro
do empreendimento, exercida pelo diretor da cooperativa. Diante
do exposto, percebeu-se que a cooperativa não seguia os princípios
do cooperativismo, atuando como uma empresa privada, utilizando-

123
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

se dos benefícios de um empreendimento cooperativista.


Em relação ao comparativo a respeito das condições de
trabalho nos dois momentos da fábrica, a empresa privada já realizou
modificações na empresa, proporcionando melhores condições de
trabalho.

Palavras-chave: condições de trabalho, análise ergonômica do


trabalho, cooperativismo.

124
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

5.7 Assédio moral no trabalho, focando o assediador: Valores


humanos, valores organizacionais e atos negativos no
trabalho.
Tese de Doutorado.
Coelho, V. C. & Maciel, R. H. (2015)

A presente tese teve como objetivo estudar o assédio moral no


trabalho, tendo como foco o assediador, através de suas prioridades
individuais em relação aos valores humanos, da percepção de valores
organizacionais e do relato de atos negativos no trabalho.
Uma pesquisa quantitativa foi realizada com a aplicação de
quatro instrumentos: (1) o primeiro investiga dados socioprofissionais
e demográficos; (2) o segundo avalia a percepção que os trabalhadores
têm sobre os valores que acreditam existir nas organizações onde
laboram e os valores que desejariam existir; (3) o terceiro identifica
os valores humanos priorizados pelos trabalhadores; e (4) o quarto
é um instrumento para avaliar a perpetração de atos negativos no
trabalho, ou seja, a frequência com que o participante assume ter
realizado atos negativos em relação a outros no trabalho (assédio
objetivo) e suas percepções sobre ter cometido assédio moral
(assédio subjetivo). Participaram da pesquisa 500 trabalhadores de
diversas organizações, com idade média de 31,03 anos (amplitude
de 17 a 57; DP=8,27); em sua maioria do sexo masculino (60,2%)
e estado civil casado ou vivendo com companheiro (53,4%), com
graduação como o nível de escolaridade predominante (42,4%).
A análise fatorial exploratória sugeriu a pertinência de dividir
o Questionário de Atos Negativos no Trabalho-versão assediador

125
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

(QuAN-VA) em dois fatores: assédio pessoal e assédio relacionado


ao trabalho, embora os coeficientes de confiabilidade (Alpha de
Cronbach) não tenham se apresentado muito elevados (0,691 e
0,757, respectivamente).
Os resultados apontaram uma associação positiva entre o
autorrelato de ter praticado atos negativos (assédio objetivo) e o
autorrelato de ter praticado assédio (assédio subjetivo), sendo que
14,8% praticaram assédio moral, segundo definição de assédio moral
objetivo, mas somente 2,2% reconheceram-se como assediadores.
Foi identificada predominância de assédio moral relacionado
ao trabalho no sexo masculino e em pessoas ocupantes de cargos
de chefia. Foram encontradas associações negativas entre os valores
centrais e sociais e o cometimento de atos negativos, indicando que
não priorizar valores sociais e centrais leva a um maior cometimento
de atos negativos no trabalho do tipo assédio pessoal.
Foram encontrados efeitos moderadores dos valores
organizacionais sobre as relações entre assédio pessoal e valores
básicos, indicando que os valores da organização são aspectos
importantes como facilitadores do assédio moral.
Não foi encontrada predição para o cometimento de atos
negativos no trabalho e a descompensação axiológica, ou seja, a
insatisfação do trabalhador na organização não explicou a prática
de atos negativos. Não obstante os resultados, propõem-se estudos
futuros que visem contribuir para esta área.

Palavras-chave: assédio moral; assediador; valores humanos;


valores organizacionais.

126
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

5.8 Afinal, o que é Burnout?


Tese de Doutorado.
Pimentel, F. H. P. & Maciel, R. H. (2015)

Esta tese é uma investigação do tipo teórica e qualitativa


desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica e documental. Tem
como objetivo responder ao questionamento: afinal, o que é burnout?
A investigação baseou-se em pesquisa bibliográfica e documental,
realizada em bibliotecas e ambiente virtual, e igualmente no
levantamento na mídia, por meio de consulta a jornais de circulação
nacional, disponibilizados em ambiente virtual, e revistas semanais
de circulação nacional, no período de seis anos.
Esse levantamento objetivou desenvolver uma análise de
conteúdo temática sobre como se caracteriza o burnout na mídia
brasileira. Os resultados demonstram que o conceito de burnout,
que tem como principais sinônimos os termos esgotamento, estafa
e estresse, segundo a literatura consultada, caracteriza-se por uma
multiplicidade de causas, definições e sintomas, o que dificulta
sua delimitação e reconhecimento na comunidade científica, é
prioritariamente associado ao mundo do trabalho e tem como
principal característica o esgotamento físico e mental relacionado ao
trabalho. As formas sugeridas para o enfrentamento dos seus efeitos
se relacionam mais a aspectos externos ao ambiente de trabalho.
A dimensão despersonalização é apontada como a
característica que possibilita a diferenciação do burnout de outras
afecções psicológicas relacionadas ao trabalho.

Palavras-chave: burnout, síndrome de burnout, trabalho, estresse,


sofrimento psicológico, análise de conteúdo.

127
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.9 Gestão da segurança por eletricistas do serviço


emergencial: Articulando práticas formais e informais.
Tese de Doutorado.
Gonçalves, R. C. & Maciel, R. H. (2017)

Uma questão recorrente no campo da segurança é a


interdependência entre segurança regulamentada (SR) - que enfatiza
o cumprimento de regras e controle sobre as práticas de trabalho
- e segurança gerenciada (SG) - que se baseia na capacidade dos
trabalhadores em responder às variabilidades e imprevistos. Este
estudo tem como objetivo analisar como os grupos de trabalho
articulam SR e SG para gerir os riscos profissionais.
A tese defendida é que a segurança é uma construção
coletiva que se apoia tanto nas regras formais como na adaptação e
elaboração de regras informais que são compartilhadas nos grupos
profissionais.
A pesquisa empírica foi conduzida com eletricistas do serviço
emergencial de uma empresa prestadora de serviços em rede de
distribuição de energia elétrica. Os métodos e instrumentos de
investigação foram orientados pela Teoria Fundamentada com
uso de observação participante, Método Q, Técnica de Incidentes
Críticos e entrevistas semiestruturadas.
A teoria substantiva que emergiu dos dados refletiu o
fenômeno “construindo a segurança”, que evidenciou o processo
dinâmico e construtivo da segurança. Os resultados mostraram
que, no trabalho dos eletricistas, embora a SR seja alta e a SG seja
baixa, as adaptações acontecem por meio de práticas informais de
segurança.

128
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

Essas práticas informais podem tanto contribuir para a


robustez do sistema como para torná-lo mais vulnerável. Observou-
se também que a gestão e organização do trabalho concorrem
para o enfraquecimento do coletivo de trabalho, repercutindo
negativamente na manutenção das práticas preventivas dos
trabalhadores e transmissão dos saberes de ofício. O estudo
pretendeu contribuir para uma visão mais aprofundada dos aspectos
que envolvem a gestão de riscos na perspectiva dos trabalhadores,
buscando subsidiar futuras ações de gerenciamento de sistemas de
segurança.

Palavras-chave: segurança no trabalho, regras de segurança,


coletivo de trabalho, gestão de riscos.

129
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

5.10 A morte como instrumento de trabalho: A experiência


subjetiva dos coveiros.
Tese de Doutorado.
Andrade, I. B. & Matos, T. G. R. (2020)

O trabalho do coveiro é considerado um dos mais antigos


da humanidade, e faz parte de uma categoria de trabalhos que a
sociedade em geral não deseja atuar por serem considerados
“trabalhos sujos” (dirty work), termo que foi definido por estar
associado a tarefas “manchadas”, degradantes e que causam
rotulações a seus executores.
A presente tese consiste em uma pesquisa de caráter
exploratório com abordagem qualitativa, cujo objetivo é analisar
o trabalho de pessoas que atuam como coveiros em cemitérios de
Fortaleza e Região Metropolitana, de modo a compreender como o
estigma do trabalho sujo afeta seu processo de subjetivação.
A pesquisa foi realizada em três estudos: 1. Análise Ergonômica
do Trabalho do Coveiro (AET), 2. Representação Social do trabalho
do Coveiro pela população em geral e 3. Entrevista em profundidade
com os coveiros. A análise de dados foi feita através do programa de
análise textual IRAMUTEQ e do método hermenêutico-dialético.
Os resultados apontam que apesar dos avanços tecnológicos
existentes na indústria da morte, o trabalho do coveiro continua sendo
precário e classificado nas esferas física, social e moral pelo espectro
de abrangência do trabalho sujo como um trabalho manchado. Isso
produz um peso social discriminatório ao trabalhador, que além de
ser representado pela população em geral como realizador de um

130
CAPÍTULO 5 | Sobre condições de trabalho e ergonomia

ofício estigmatizado, é rebaixado à condição de invisibilidade social,


o que o torna a própria personificação do trabalho sujo e afeta seu
processo de subjetivação.

Palavras-chave: coveiro, representação social, estigma, trabalho


sujo.

131
Capítulo 06
Artigos publicados entre
2007 a 2022

ƒ Braga, N. L., Maciel, R. H. (2022). Cooperativismo e associativismo


no Ceará: Formação dos empreendimentos e trajetória laboral de
seus associados. Psicologia & Sociedade (online), 34, p. e234435.
ƒ Porto, A. R., Maciel, R. H. (2021). Knowledge and practices in
psychology in the social context: The teaching perspective. Trends
in Psychology, 2021, 1-16.
ƒ Carvalho, R. G., Braga, N. L., Maciel, R. H., Matos, T. G. R., &
Martins, J. W. L. (2021). Análise de redes sociais no campo da
psicologia do trabalho: Reflexões metodológicas. Psicología,
Conocimiento y Sociedad, 11, 146-168.
ƒ Vale, S. F., Maciel, R. H. (2021). Representações sociais do
professor pelo gestor. Psicologia da Educação (online), 52, 108-
119.
ƒ Vale, S. F., Maciel, R. H., Costa, M. E. M. (2021). Escala de
Avaliação da Autonomia Profissional dos Professores: Adaptação
e propriedades psicométricas. Avaliação Psicológica, 20, 352-360,
2021.

133
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

ƒ Carvalho, R. G., Maciel, R. H., Matos, T. G. R., Aquino, C. A. B.


(2020). Vivências de trabalho na informalidade: Um estudo com
feirantes de roupas na cidade de Fortaleza-CE. Psico (online), 51,
p. e33744.
ƒ Braga, N. L., Maciel, R. H. (2020). Panorama brasileiro de
publicações sobre análise de redes sociais. Desafio Online, 8, 263-
282.
ƒ Braga, N. L., Carvalho, R. G., Martins, J. W. L., Matos, T. G. R.,
Maciel, R. H., Lopes, I. P. (2020). Analysis of informal social
networks of friendship, trust and learning in a restaurant. Revista
de Administração da UFSM, 13, 1255-1271.
ƒ Maciel, R. H., Vale, S. F., Matos, T. G. R., Viana Filho, M. V. C.
(2020). Contexto de trabalho e custo humano na pós-graduação
stricto sensu no estado do Ceará. Estudos De Psicologia (online),
25, 57-68.
ƒ Viana Filho, M. V. C., Matos, T. G. R., Galindo, M. C. T., Silva, R.,
Vale, S. F. (2019). O trabalho do professor na pós-graduação no
Brasil após a Lei Nº 9394/1996. Avaliação: Revista da Avaliação
da Educação Superior, 24, 127-147.
ƒ Ricardo, D. M. S., Baiao, D., Matos, T. G. R. (2019). O trabalho
como facilitador da reinserção social de assistidos do sistema
prisional do Ceará. Veredas FAVIP (online), 12, 22-37.
ƒ Vale, S. F., Maciel, R. H. (2019). The structure of students’ and
parents’ social representations of teachers. Temas em Psicologia,
27, 265-278.
ƒ Porto, A. R., Maciel, R. H. (2019). The practice of the psychologist

134
in Brazilian social welfare. Temas em Psicologia, 27, 233-247.
ƒ Baião, D. C., Maciel, R. H., Santos, J. B. F. (2019). É possível falar
em colaboração nos hospitais brasileiros? Uma revisão integrativa
da literatura. Revista da SBPH, 22, 5-27.
ƒ Braga, N. L., Araújo, N. M., Maciel, R. H. (2019). Condições do
trabalho da mulher: Uma revisão integrativa da literatura brasileira.
Revista de Psicologia: Teoria e Prática (online), 21, 211-231.
ƒ Carvalho, R. G., Maciel, R. H., Matos, T. G. R. (2019). Redes
de trabalho e confiança em uma feira de roupas. Psicologia em
Revista (online), 25, 402-421.
ƒ Vale, S. F., Brito Filho, F. H., Maciel, R. H. (2019). Propriedades
psicométricas da escala de sentido do trabalho em professores do
ensino superior privado. Revista de Psicologia da UFC, 10, 168-
176.
ƒ Braga, N. L., Maciel, R. H. (2018). Desafios e contradições de
um projeto solidário: O caso de uma associação de catadores de
materiais recicláveis. Interações, 19, 557-568.
ƒ Cavalcante, J. B., Silva Junior, G. B., Bastos, M. L. A., Costa, M.
E. M., Santos, A. L., Maciel, R. H. (2018). Rede de relações em
um serviço de atendimento móvel de urgência: Análise de uma
equipe de trabalho. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho,
16, 158-166.
ƒ Braga, N. L., Maciel, R. H., Carvalho, R. G. (2018). Redes sociais
e capital social de catadores associados. Psicologia & Sociedade
(online), 30, p. e173663.
ƒ Vale, S. F., Maciel, R. H., Rodrigues, S. W. D. M. (2018). Do

135
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

tradicional ao contemporâneo: Representações sociais do


professor construídas por alunos. Roteiro, 43, 861-869.
ƒ Medeiros-Costa, M. E., Maciel, R. H., Rêgo, D. P., Lima, L. L., Silva,
M. E. P., Freitas, J. G. (2017). Occupational Burnout Syndrome in
the nursing context: An integrative literature review. Revista da
Escola de Enfermagem da USP , 51, 1-12.
ƒ Medeiros-Costa, M. E., Maciel, R. H., Rêgo, D. P., Silva, M. E. P.,
Lima, L. L., Santos, N. M. G. (2017). O esgotamento profissional
na enfermagem: Uma análise da produção científica de teses e
dissertações. Revista de Enfermagem UFPE (online), 11, 1731-
1744.
ƒ Galindo, M. C. T., Viana Filho, M. V. C., Silva, R., Maciel, R. H.
(2017). Trabalho docente e seus sentidos no ensino superior:
contribuições de uma revisão de literatura. CIENTEC: Revista de
Ciência, Tecnologia e Humanidades do IFPE, 9, 119-135.
ƒ Brito Filho, F. H., Maciel, R. H., Felizardo, J. M. (2017). Carga
de trabalho do professor de educação superior: O processo de
construção de um instrumento de medida. Revista Labor, 1, 118-
142.
ƒ Braga, N. L., Lima, D. M. A., Maciel, R. H. (2016). Sobrevivendo
só da misericórdia: A vivência de catadores de materiais recicláveis.
Revista Psicologia CES , 9, 1-13.
ƒ Carvalho, R. G., Oliveira, I. A., Maia, L. M., Maciel, R. H., Matos,
T. R. (2016). Situações de trabalho e relatos de dor entre feirantes
de confecções. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 16,
274-284.

136
CAPÍTULO 6 | Artigos publicados entre 2007 a 2022

ƒ Santos, J. B. F., Maciel, R. H., Lessa, M. G. G., Maia, A. L. L. N.,


Guimarães, E. P. A. (2016). Médicos estrangeiros no Brasil: A arte
do saber olhar, escutar e tocar. Saúde e Sociedade, 25, 1003-1016.
ƒ Maciel, R. H., Santos, J. B. F., Rodrigues, R. L. (2015). Condições
de trabalho dos trabalhadores da saúde: Um enfoque sobre os
técnicos e auxiliares de nível médio. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, 40, 75-87.
ƒ Maciel, R. H., Gonçalves, R. C., Matos, T. G. R., Fontenelle, M. F.,
Santos, J. B. F. (2015). Análise da dinâmica do trabalho portuário:
Estudo comparativo entre os portos do Mucuripe e do Pecém, no
Ceará. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 40, 170-182.
ƒ Braga, N. L., Lima, D. M. A., Maciel, R. H. (2015). ‘Não tinha
trabalho, mas tinha reciclagem?: Sentidos do trabalho de catadores
de materiais recicláveis’. Temas em Psicologia, 23, 1051-1059.
ƒ Vale, S. F., Maciel, R. H., Nascimento, A. P. T., Vasconcelos, J. W.
O., Pimentel, F.H.P. (2015). Análise de diagnósticos associados
às licenças médicas de servidores públicos do Ceará. Revista de
Psicologia da UFC, 6, 68-81.
ƒ Vale, S. F., Maciel, R. H., Carlotto, M. S. (2015). Propriedades
psicométricas da escala de percepção de estressores ocupacionais
dos professores (EPEOP). Revista Brasileira de Psicologia Escolar
e Educacional, 19, 575-583.
ƒ Barrocas, P., Maciel, R. H., Maia, L. L. (2015). Condições de
trabalho de técnicas de enfermagem de um hospital particular. O
Público e o Privado, 25, 77-100.
ƒ Ferreira, M.A., Maciel, R. H. (2015). Psicologia, saúde e trabalho:

137
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Um estudo sobre as práticas de promoção de saúde no trabalho


de psicólogos no Ceará. Psicologia Argumento, 33, 1-15.
ƒ Maciel, R. H., Gonçalves, R. C., Matos, T. G. R., Fontenelle,
M. F., Santos, J. B. F. (2015). Análise do trabalho portuário:
Transformações decorrentes da modernização dos portos. Revista
Psicologia Organizações e Trabalho, 15, 309-321.
ƒ Santos, J. B. F., Maciel, R. H., Sato, L. (2014). Trabalhadores
informais e a formação de redes socioprodutivas (RSP):
Considerações teórico-empíricas. Contemporânea - Revista de
Sociologia da UFSCar, 4, 325-350.
ƒ Maciel, R. H., Santos, J. B. F., Matos, T. G. R., Viana, L. M. M.,
Fontenelle, M. F. (2010). Redes sociais e capital social na formação
de redes socioprodutivas: Estudo em uma feira de confecções de
Fortaleza. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 17, 33-47.
ƒ Maia, D. A. C., Maciel, R. H., Vasconcelos, J. A., Vasconcelos,
L. A., Vasconcelos Filho, J. O. (2013). Síndrome de Burnout em
estudantes de medicina: Relação com a prática de atividade física.
Cadernos ESP (online), 6, 50-59.
ƒ Santos, J. B. F., Maciel, R. H., Matos, T. G. R. (2013). Reconquista
da identidade de trabalhador por ex-detentos catadores de lixo.
Cadernos CRH, 26, 377-390.
ƒ Maciel, R. H., Nogueira, C. V., Maciel, E. C., Aquino, R. (2012).
Afastamentos por transtornos mentais entre professores da rede
pública do estado do Ceará. O Público e o Privado, 19, 167-178.
ƒ Maciel, R. H., Lopes, T. A., Gonçalves, R. C. (2012). Ports
modernization and its influence on trade unions. Work, 41, 5775-
5777.

138
CAPÍTULO 6 | Artigos publicados entre 2007 a 2022

ƒ Maciel, R. H., Fontenelle, M. F., Gonçalves, R. C., Lopes, T. A.,


Moura, T. M. S., Monteiro, F. M. (2012). Ports of Mucuripe and
Pecém, Ceará, Brazil: Restructuring process and its impact on
workers? health. Work, 41, 3130-3135.
ƒ Câmara, R. A., Maciel, R. H., Gonçalves, R. C. (2012). Prevenção
e combate ao assédio moral entre servidores públicos do estado
do Ceará. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 37, 243-255.
ƒ Matos, T. G. R., Viana, L. M. M., Maciel, R. H. (2012). Catadores
de material reciclável e identidade social: Uma visão a partir da
pertença grupal. Interação (Cessou em 2001. Cont. ISSN 1981-
8068 Interação em Psicologia, 16, 239-247.
ƒ Maciel, R. H., Matos, T. G. R., Borsoi, I.C.F., Mendes, A. B. C.,
Siebra, P. T., Mota, C. A. (2011). Precariedade do trabalho e da vida
de catadores de recicláveis em Fortaleza, CE. Arquivos Brasileiros
de Psicologia (online), 63, 71-82.
ƒ Maia, D. A. C., Maciel, R. H., Vasconcelos, J. A., Vasconcelos
Filho, J. O. (2011). Acadêmicos de medicina: Sua relação com o
ócio e a prática de atividade física como combate à ansiedade e ao
estresse. Revista da ESP, 5, 62-73-73.
ƒ Maciel, R. H., Santos, J. B. F., Matos, T. G. R., Meireles, G. F.,
Vieira, M. E. A., Fontenelle, M. F. (2010). Work, health, and
organization of street scavengers in Fortaleza, Brazil. Policy and
Practice in Health and Safety, 8, 95-112.
ƒ Maciel, R. H., Santos, J. B. F., Sales, T. B., Alves, M. A. A., Luna, A.
P., Feitosa, L. B. (2010). Multiplicidade de vínculos de médicos no
Estado do Ceará. Revista de Saúde Pública, 44, 950-956.

139
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

ƒ Rigotto, R. M., Maciel, R. H., Borsoi, I. C. F. (2010). Produtividade,


pressão e humilhação no trabalho: Os trabalhadores e as novas
fábricas de calçados no Ceará. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, 35, 217-228.
ƒ Gonçalves, R. C., Maciel, R. H. (2008). A experiência do assédio
moral no Ceará: Prevalência e aspectos sociodemográficos. O
Público e o Privado, 11, 123-146.
ƒ Maciel, R. H., Cavalcante, R., Matos, T. G. R., Rodrigues, S. (2007).
Auto relato de situações constrangedoras no trabalho e assédio
moral nos bancários: Uma fotografia. Psicologia e Sociedade, 19,
117-128.
ƒ Lima, A. F. A., Maciel, R. H. (2007). Condições de trabalho do
cirurgião-dentista na assistência aos pacientes em consultórios
particulares e de convênio. Revista ABO Nacional, 15, 20-30.
ƒ Chacon, I. S., Matos, T. G. R., Farrero, J. M. C. (2007). La formacíon
continuada como cambio necesario en la gestíon hospitalaria del
siglo XXI. Revista de Psicología, 23(1), 41-50.

140
Capítulo 07

Participantes do LET nos 15 anos


de sua existência (2007-2022)

A
Acy Holanda Mota
Adryanno Aguiar de Oliveira
Alice Pereira Carneiro
Aline Vieira de Vasconcelos
Allana Ribeiro Porto
Ana Alzira de Oliveira Pereira
Ana Beatriz Correia Mendes
Ana Claudia Freire Barreto Lima
Ana Clédina Barroso Ferreira
Ana Cristina Guilhon Lobo Ximenes
Ana Cristina Martins Batista
Ana Edwiges Silva Bento
Ana Karoline Sobral de Paiva
Ana Paula Tôrres do Nascimento
André Frota de Sousa
Andreza Almeida Alves de Oliveira
Anne Jamille Ribeiro Sampaio

141
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Antonete Araújo Pimentel


Antônia Daniely dos Santos Freitas
Antonio Enéias Ferreira Uchoa

B
Bárbara Jéssyca Magalhães
Beatriz de Freitas Carvalho
Beatriz Pinheiro Bezerra
Brenda Rodrigues Sanford
Bruno de Resende Matos

C
Camila Pereira de Souza
Carlos Alberto F. Lopes Jr.
Carlos Victor L. Aderaldo
Carolina de Castro Costa
Cecilia Maria Girão Gomes
Cildevânia de Araújo Mota
Claudia Marques Comaru
Claudia Ribeiro de Barros Leal
Cristhiany de Jesus Santos
Cynthia de Freitas Melo

D
Dafna Maria da Silva Ricardo
Daniela Barbosa dos Santos
Daniela Lucia Cavalcante Machado
Danielle Campos Macedo Gameiro
Danielle Fernandes Vasconcelos Alves

142
CAPÍTULO 7 | Participantes do LET nos 15 anos de sua existência

Danielle Rebouças Sá
Daniely Menezes Alencar Gonçalves
Danuzio Weliton Gomes da Silva
DarliChahine Baião
Dauana Vale Cavalcante
David de Alencar Correia Maia
David Paiva Martins
Débora Rodrigues Fábian

E
Edinardo Costa Barros
Elane Silva da Costa
Elayne de Sousa Carvalho e Oliveira
Eliza Pereira Cavalcante
Eloane Coimbra Lima
Emilio de Oliveira Silva

F
Fabiana Neiva Veloso Brasileiro
Felipe Mendes Monteiro
Fernando Hugo Portela Pimentel
Flávia Cecília da Silva Medeiros Pugliese
Francisca Thanisia de Freitas Falcão
Francisco Hercílio de Brito Filho
Francisco Ullissis Paixão e Vasconcelos

G
Gabriel Uchoa Braga
Gabriela Baquit Diógenes Cirino

143
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Gabriela Hissa
Gabriela Melo Paiva e Sousa Ferreira
Gabriela Xavier Torres Portugal
Georgiane Mendes
Germana Albuquerque Torres
Germana Xavier Leite
Gildésio Freire Carvalho
Gilzelia Cristina Pereira de Mendonça
Giovanna Campos
Gledson de Souza Ferreira
Grasiele Belém Almeida
Gustavo Almeida Barbosa

H
Hamilton Viana Chaves
Heráclito Aragão Pinheiro
Hommel Pinheiro Lima

I
Iara Andrade de Oliveira
Ilana Camurça Landim
Ilzenir Freitas
Irlanda Cavalcante de Castro
Isabela Pequeno Lopes
Isaac Bastos de Andrade
Italo Galvão
J
Janaina Miranda Cruz
Jefferson Castro de Oliveira

144
CAPÍTULO 7 | Participantes do LET nos 15 anos de sua existência

Jéssica Hannah Rodrigues Cortez


Jéssica Nunes Apolônio
Joana Paula de Freitas Gondim
João Bosco Feitosa dos Santos
Joice Cândido Camelo
José Doriberto Freitas
José Wilson Oliveira Vasconcelos
José Wilton L. Martins
Juçara Rocha Soares Mapurunga
Juliana Brito Cavalcante
Juliana Cavalcante Assencio
Juliana Costa Cruz
Juliana Fernandes
Juliana Lotif Araujo

K
Kannanda Sheyla Silva Costa
Karen Bomfim Hyppolito
Karina Lima da Fonseca Queiroz
Karla Carneiro Romero Correia
Karoline Holanda Marques
Katia Couto Rodrigues Alcantara
Katiana de Morais Rosa
Ken William Araújo de Sousa
Kerginaldo Luiz de Freitas

L
Layra Patrícia Gerôncio F. E Silva
Lena Gonçalves

145
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Leonardo Barros de Souza


Lidiand Mendes Pereira
Lisley Sinara Oliveira Félix
Livia Araújo
Lívia Morel
Lorena Cristina Cavalcante Nunes
Luana Nascimento
Lucas Gurgel Reis
Lucas Meneses Galvão
Luciana Karine Araújo de Oliveira
Luciana Maria Maia Viana
Luiza de Andrade Braga Farias
Lygia Herayde Gomes de Brito Bessa

M
Manoel Maria Gaia Junior
Mara Aguiar Ferreira
MarcizoVeimar Cordeiro Viana Filho
Marco Antônio Ratts Nobre
Marco Aurélio de Patrício Ribeiro
Marco Flávio Carvalho
Marcos Pompeu de Souza Brasil
Maria Alessandra Soares de Sousa
Maria Eulaidia de Araújo Vieira
Maria IdalinaVinuto de Sales
Maria Luciane Fabrício Rodrigues
Maria Meyrilane Andrade
Maria Verônica Carneiro da Costa Rafaele Lima Batista Oriá
Mariana Aguiar Alcântara de Brito

146
CAPÍTULO 7 | Participantes do LET nos 15 anos de sua existência

Mariana Carvalho Costa


Mariana Domingues
Mariana Freire Pitta Pinheiro
Marina Oliveira Fontenele
Marselle Fernandes Fontenelle
Marta Memória Távora
Martha Julianne Lima Pires
Martha Regueira Alves
Mateus Estevam Medeiros Costa
Maximira Holanda Batista
Melissa Cordeiro T. Galindo
Monique Sá Oliveira Castelo Branco
Murrielle Ferreira

N
Natalia Lopes Braga
Nayana Freire Sousa
Nayana Michelle Silva Ferreira
Niedja de Lima Silverio Saraiva
Noália Magna Araújo

P
Patrícia Moura Araújo
Paula Herbster Nogueira Barrocas
Pedrina Fontenele
Pedro Henrique Freitas de Rezende
Priscila Bezerra Schramm
Priscila de S. Nunes
Priscila Teles Siebra

147
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

R
Rachel de Aquino Câmara
Rafael Sampaio Melo Andrade
Rafaela Bernardo
Rafaela Oliveira da Silva Maia
Rafaelly Rocha Lima
Raphaella Paiva Cardoso
Raquel Lima Pedrosa
Raquel Lima Rocha
Raquel Pinheiro Sá
Rayana Silva de Lima
Raysa Karine Bezerra Facundo
Rebeca Araújo Kraner de Mesquita
Rebeca Moreira Rangel
Regianne Medeiros
Regina Heloisa de O. Maciel
Renata C. Albuquerque
Renata Guimarães de Carvalho
Ricardo Pinheiro Maia Júnior
Roberta da Silva
Rochelle Martins de Oliveira
Rodney Eduardo Soares Bezerra
Rosemary Cavalcante Gonçalves
Rosita de Lima Paraguassú Assumpção

S
Sâmara Augusto Sobreira
Samia Virginia Pinho

148
CAPÍTULO 7 | Participantes do LET nos 15 anos de sua existência

Samila Sousa de Matos


Sanderis Aline Saldanha Lima
Sarah Pascoal
Saulo Cruz Rocha
Scarlett Borges Fernandes
Silvia Fernandes do Vale
Sônia Wan Der Maas Rodrigues
Sueli Lelis Oliveira
Susi Amaral de Sousa
Suzete Rodrigues Leonidas

T
Taís de Andrade Lopes
Taise Araujo Lopes
Taise Nascimento Martins
Talita Sabiá Provazzi
Tallys Newton Fernandes de Matos
Tâmara Maia
Tayana Cavalcante
Tereza Gláucia Rocha Matos
Thais Santos Cavalcante
Thiago Colares Patriota
Ticiana de Vasconcelos do Amaral Vieira
Tuany Maria Sousa Moura

V
Valéria Nogueira de Oliveira
Vanessa Teixeira de Freitas Nogueira

149
LET - Laboratório de Estudos sobre o Trabalho

Virginia Cavalcante Coelho


Virna Sancho Nascimento
Vitoria Sampaio Soares
Vivian Menezes Teixeira
Viviane Clotilde Moreira Chaves Romero

Z
Zemilson Batista de Medeiros

150
CAPÍTULO 1 | Sobre o trabalho informal

Sobre as autoras

▪ Profa. Dra. Regina Maciel


Graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1977),
mestre em Applied Psychology Ergonomics - University of Wales
Institute of Science and Techonology (1981), doutora em Psicologia
(Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1991)
e pós-doutora pela Universidade do Porto, Portugal (2018).
Atualmente coordena o Núcleo de Estudos sobre o Trabalho e o
Laboratório de Estudos sobre o Trabalho (LET) do Programa de
Pós-Graduação em Psicologia da UNIFOR. Editora da Revista
Subjetividades. Possui experiência na área de Saúde Coletiva, com
ênfase em Ergonomia, atuando principalmente nos seguintes temas:
ergonomia, condições de trabalho, saúde do trabalhador, assédio
moral no trabalho e burnout.

▪ Profa. Dra. Tereza Glaúcia Rocha Matos


Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará
(1985) e doutorado em Psicologia - Universitat de Barcelona (2004).
Atualmente é professora titular da Universidade de Fortaleza. Tem
experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia, atuando
principalmente nos seguintes temas: trabalho, representação social,
saúde do trabalhador, trabalho informal e trabalho do docente.

151
Fotos

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