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1.1 - INTRODUÇÃO
Ex: Considerando a estrutura abaixo, verificar se ela pode suportar com segurança a
carga de 30 KN, aplicada no ponto B.
1,5 m
A B
30 KN
2,0 m
FBC C
FBC
FAB B
30 KN
FBC C
FBC D F’BC
F’BC
A força interna FBC, representa a resultante de forças elementares que se
encontram distribuídas em toda área da seção transversal da barra BC.
FBC
Àrea σ = FBC / A
Obs: A ruptura da barra depende da força F BC, da área da seção transversal e das
características do material que a constitui.
A tensão em uma barra de seção transversal A, sujeita a uma força axial P, será:
Àrea σ = P / A (N/M2)
P’ P’
Sistema de Unidades:
P = FBC = 50 KN = 50 x 103 N
A = π r2 = π (20/2)2 = 314 x 10 -6 m2
Vamos imaginar agora que a barra BC deva ser de alumínio. Qual deve ser o
diâmetro da barra, para suportar com segurança a carga aplicada?
P = FBC = 50 KN = 50 x 103 N
r = 12,62 mm
d = 2r d = 2 x 12,62 d = 25,2 mm
adotar ϕ 26 mm
1.2 – FORÇAS AXIAIS. TENSÕES NORMAIS
FBC C
F’BC
Logo, a tensão normal emu ma barra sob a ação de força axial, será:
σ=P/A
onde σ, representa o valor médio das tensões na seção e não o valor específico
da tensão em um determinado ponto da tensão.
ΔA
P’
ΔA→0
Notar que, o valor obtido para a tensão no ponto Q é diferente do valor da tensão
média, já que a tensão varia ao longo da seção.
= σ=P/A
“Então, uma distribuição uniforme de tensões só é possível se a linha de ação
das forças aplicadas P e P’ passar pelo Centróide da seção considerada.”
P (carga centrada)
P’
A B A C B A C P
P’ P’ P’
τ=P/A
As tensões de cisalhamento são encontradas em parafusos, pinos e rebites,
ligando dois membros estruturais ou componentes de máquinas.
C A C C
E E’ F F F
E E’
F’ B F’ P
D D
Os parafusos, pinos e rebites também geram tensões nos membros em que estão
conectados, ao longo da superfície de contato ou superfície de esmagamento.
P t F C
d F’
D
t
σE = P / A = P / t x d
CS = σU / σadm
1.6 – EQUILÍBRIO DAS PARTES DE UM CORPO
dv
σz
τzx
τzy τxz
σx
τyz τxy
dz
τyx
σy
dy
dx
y
σx, σy e σz atuam nas faces perpendiculares aos eixos x, y e z, respectivamente.
τm,n : o primeiro índice indica que a tensões consideradas agem em uma superfície
perpendicular ao eixo em referência. O segundo índice indica a direção da componente.
Notar que em cada face atuam uma força normal e duas cisalhantes de
resistência atuantes em direções perpendiculares.
τzy
τyz dz/2
dy/2
dx/2
τzx
τxz dz/2
y
z
τyx
τxy dy/2
dx/2
∑Mx = - ∑τzydxdydz/2 + ∑τyzdxdzdy/2 = 0
B B P
δ δ
C Diagrama Carga-Deformação
ε=δ/L
No caso de uma barra de seção transversal variável, a tensão norma (σ) varia ao
longo da barra, e é necessário então definir a deformação específica em um determinado
ponto Q, considerando um pequeno elemento de comprimento inicial Δx.
ε = lim Δδ / Δx = dδ / dx
Δx→0
Q
x Δx
Q P
x+δ Δx + Δ δ
2.2 – DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO
Um corpo de prova feito de material frágil rompe-se sem qualquer aviso prévio
de variação da taxa de alongamento, enquanto que, um corpo de prova feito de material
dúctil escoa depois de uma tensão crítica σe, chamada de tensão de escoamento, ser
alcançada, isto é, o corpo de prova sofre grande deformação antes da ruptura, com um
acréscimo relativamente pequeno da carga aplicada.
σU
Ruptura
σe
σR
Recuperação
do material estricção
Escoamento ε
AÇO (DÙCTIL)
σ
σU
Ruptura
σe
σR
ALUMÍNIO (DÙCTIL)
σU = σR Ruptura
MATERIAL FRÁGIL
2.3 – LEI DE HOOKE. MÓDULO DE ELASTICIDADE
σ = E.ε
σR U
σs
σp P
σ = E. ε tg ϕ = E
ϕ ε
Região Elástica → o e σp
B B
A σ=P/A
Temos: P / A = E. δ / L ; logo: δ = PL / EA
δ = ∑i PiLi / AiEi
No caso de barras com seção transversal variável, a deformação ε específica
depende da posição doponto Q, e é calculada por:
ε = dδ / dx
δ= P.dx / EA
A fórmula acima deverá ser usada quando a área da seção transversal varia em
função de x e também quando a força interna P depende de x, como é o caso da barra
sujeita ao próprio peso.
Seja a estrutura abaixo, que consiste de três barras elásticas de comprimento L
ligadas em A por um pino rígido. Observe que, quando a força P é aplicada em B, as
três barras se deformam. As deformações das barras AC e AC’ é medida pelo
deslocamento do ponto A, δA, pois essas barras são fixas nos suportes C e C’.
Entretanto, a barra AB tem extremidades livres e sua deformação é medida pela
diferença de deslocamentos δA e δB dos pontos A e B, isto é, pelo deslocamento
relativo de B em relação a A (δB/A).
δA A
C B C’
δB C C’
δB/A = δB – δA = PL / EA
2.5 – PROBLEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS
As forças na barra e no tubo da figura (a), por exemplo, são obtidas por simples
observação; isto significa que a soma delas é igual a P, e que estas causam as mesmas
deformações na barra e no tubo.
PLACA RÍGIDA
δ1 = δ2
RA P RB Figura (b)
A B
δ=0
2.6 – PROBLEMA ENVOLVENDO VARIAÇÃO DE TEMPERATURA
A B
L δT
A B
A B
P’ P
A B
δT = α.( ΔT).L
δp = PL / EA
Como a deformação total deve ser nula, temos:
δ = δT + δp = α.( ΔT).L + PL / EA = 0
Ainda que a deformação específica total na barra seja obviamente nula, isto não
quer dizer que, em barras e vigas que possuam porções de diferentes seções transversais
ou diferentes materiais, as deformações em suas várias porções sejam nulas.
A B
A B
δT
A B
δp
A B
L
2.7 – COEFICIENTE DE POISSON ( ν )
Y σy = 0
σz = 0 σx = P / A
z P
εx = σx / E
εy = σz = - ν σx / E
2.8 - ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
Np P
0 δ δp δ
W=½Nδ (1)
Quando: N = Np e W = Wp
y σy σz
σx
σz σx
z σy
y 1
x
y σy σz
σx 1 + εx
1 + εy
σx
σz 1 + εz
z σy
Logo:
εy = σy / E e εx = εz = - νσy / E
εz = σz / E e εx = εy = - νσz / E
Combinando-se os resultados acima obtidos, vem:
S S1 S’ σ0
-
M G G M E G N
+
P A1 A N y y0 y y0
A0 A dx S σ0 σ
S1
G G
θ
Na peça em estudo, as fibras materiais situadas abaixo do plano neutro
são tracionadas. A seção transversal S sofre uma rotação θ em torno de seu eixo
neutro e assume a posição S1.
Assim temos:
σ = E.ε
σ0 = E.ε0
Então:
Fx/2
(2/3)y0
Compressão
P N E G N
Tração y y
y0 y0
Fx/2 σ = (σ0/y0).y dy
σ0 b
MR = Fx.(2/3).y0
Fx = ʃ S σ.bdy
Estando a força em equilíbrio, torna-se possível a aplicação das equações
de equilíbrio da mecânica. Inicialmente, apliquemos a equação de equilíbrio para
as forças na direção x.
∑Fx = o → ʃ S σ.bdy = 0
M = MR → MR = Fx.y
M = (σ0/y0). ʃ S bdy.y2
M = (σ0/y0).I ou σ0 = (M/I)/ y0
Substituindo: σ = (M/I)/ y
W = I/y
Substituindo: σ = M/W
3.2 – DEFORMAÇÕES NA FLEXÃO
(1/ρ) = (ε/y),
mas ε = (σ/E)
(1/ρ) = (My/IEy)
(1/ρ) = (M/EI)
3.3 – TENSÃO CISALHANTE NA FLEXÃO
Foi estudado que a flexão pura decorre da atuação isolada de momentos fletores.
Quando, além destes, atuam também cargas concentradas ou contínuas, são
induzidas tensões de cisalhamento na flexão que devem ser avaliadas a fim de
que a peça estrutural seja dimensionada considerando-se este aspecto.
y0
E N
B
Com relação ao E.N., o momento estático da superfície hachurada, é:
y0
m= b.dy.y
m = (b/2).[ y02 – y 2 ]
y = y0 → m = 0
τmax = (Q y02)/2I
h/2
E N
τmax = (1,5.Q/b.h)
y0 = h/2
I = (bh3)/12
τmax = [ Q.(h/2)2/2.(bh3/12) ]
τmax = (1,5.Q/b.h)
IV – FLAMBAGEM
N N
Estudaremos, agora, uma haste cilíndrica, cujo diâmetro é muito pequeno em relação a
altura, engastada numa das extremidades estando a outra submetida a carga N axial
compressiva.
N N Nf N N N
N < Nf N = Nf N > Nf
A experiência mostra que, para pequenos valores de N, se for atribuído à extremidade
livre um diminuto deslocamento, a haste reasume a posição inicial, caracterizando o
estado de Equilíbrio Estável. A estabilidade do equilíbrio perdura até um valor limite
para carga N quando, devido ao deslocamento conferido ao extremo da haste, esta não
mais retorna a posição inicial, permanecendo deformada, caracterizando o estado
Indiferente de Equilíbrio.
Neste caso, a carga N = N f passa a ser denominada Carga Crítica, ou ainda, Carga de
Flambagem.
Para o valor de N > Nf, qualquer deslocamento lateral desencadeará um processo brusco
deformativo, levando a haste a ruptura, caracterizando o estado de Instabilidade do
Equilíbrio. Dizemos neste caso, ter havido ruptura da peça por flambagem.
Considerando as hastes, colunas e peças de grande esbeltez, sob a ação de cargas axiais
compressivas, antes de serem atingidas as tensões de ruptura à compressão, são
alcançadas as tensões de flambagem causando o colapso da peça.
λ = ( L/ imin )
imin = Imin/S
4.2 – CARGA CRÍTICA DE EULER
A) Engastada
2L
Comprimento de flambagem
σf = ( π2.E/4. λ2 )
B) Biarticulado
L/2
L/2
Nfl = { π2.E.I/(L)2 }
σf = ( π2.E/ λ2 )
C) Biengastada
L/4
L/4
0,5 L
L/4 L
L/4
Nfl = { 4.π2.E.I/(L)2 }
σf = ( 4.π2.E/ λ2 )
D) Articulada e Engastada
N
0,75L
Nfl = { 1,78.π2.E.I/(L)2 }
σf = ( 1,78.π2.E/ λ2 )
Lf = α.L, onde:
α = 2 (engastado);
α = 1 (biarticulado);
α = 0,5 (biengastado);
V – FLEXÃO COMPOSTA
5.1 – FLEXÃO COMPOSTA EM PEÇAS CURTAS
A tensão σ1 é devida à carga de tração N coincidente com o eixo da peça, cujo valor é:
σ1 = N/S.
A tensão σ2 decorre da ação fletiva ocasionada pela componente Q, a qual, com relação
ao baricentro da seção S, promove o momento fletor M = Q.x, atuante no plano definido
pelo suporte Q e pelo eixo x longitudinal da peça.
σ2 σ1 S A B
N H x h
F M S
C D
Q x b
QL
Qx M
σmax
σ1 σ2
A B
σmin -σ2 C D
a) Que as tensões normais se distribuem, ainda, segundo uma lei linear, sendo σ max
e σmin as tensões de valores extremos, ocorrendo nos pontos mais afastados do
eixo da peça ( superior e inferior ).
b) Que o lugar geométrico dos pontos não solicitados (ponto onde a tensão é nula),
eixo neutro na flexão composta, não é mais um eixo médio, e, sim, um eixo
qualquer, paralelo ao eixo da peça, dele distante de:
σ=0
σ = N/S ± My/I
0 = N/S ± My/I
My/I = N/S
Consideremos agora, uma seção onde ocorram a força normal N e um momento fletor
M, contido em um plano passando pelo eixo OP da seção e perpendicular a essa mesma
seção.
r
N M
O θ
n’
Com a nova posição assumida pelo eixo neutro devido a excentricidade da força normal,
temos que:
σ=0
σ = N/S + My/I
0 = N/S + My/I
1 + (ey/ in2) = 0
(ey/ in2) = -1
Esta expressão conclui que o eixo neutro intercepta o eixo solicitante em um ponto que
fica sempre na semidireção oposta em que fica o centro de ataque, isto é, centro de
ataque e eixo neutro tem, sempre de permeio, o C.G. da seção, e, que poderemos então,
fazer com que o eixo neutro ocupe qualquer posição, jogando com a posição do centro
de ataque.
É claro que as posições limites, a partir das quais o eixo neutro passa a cortar a seção,
ou deixa de fazê-lo, são aqueles em que, apenas tangencia o seu contorno do lado
superior ou do lado inferior, relativamente ao eixo solicitante. A cada uma dessas
posições, ns ou ni, correspondem, respectivamente, uma posição Ki e outra Ks, do centro
de ataque da força normal.
Esses pontos são chamados “pontos nucleares”, inferior ou superior, os quais são os
centros de ataques da resultante geral que conduzem o eixo neutro a serem tangentes ao
contorno da seção no lado oposto às suas posições, relativamente ao C.G.
P
ns σs = 0 σs ≠ 0
ys Ks
yi Ki
ni σi ≠ 0 σi = 0
Claro está que, quando consideramos todas as posições possíveis para o eixo solicitante
OP, fazendo-o girar em torno a O, esses pontos descreverão um contorno fechado
limitando uma zona em torno ao baricentro da seção. Ela é denominada de “Núcleo
Central” da seção, que é o lugar geométrico dos centros de ataques que produzem
tensões de mesmo sinal.
Exercícios
4 cm 4 cm
3 cm
6 cm
y
h z
6.1 – INTRODUÇÃO
Uma peça é torcida quando as ações exercidas de um lado de qualquer seção dão lugar a
um conjugado contido no plano desta seção.
Tais conjugados são chamados de momento de torção ou torque e eles tem a mesma
intensidade, porém, sentidos opostos.
T1 T2
- Convenção de Sinal
T T
(+) (-)
T T
- Representação do D.M.T.
(+)
Eixo
(-)
No estudo da torção nas peças de seção circular, admite-se como básica a hipótese de
Bernouille, que diz: “A seção permanece plana na torção da peça”.
θ θ1
Z Z
T TB
SA C
SB
r o
A0 = B0
T A Φo
Z dθ B B0 Z
S S’
dx
AB = AB = OAdθ
Analogamente:
A0B0 = OA0dθ
AO = r
OA0 = r0
Assim :
AB = r dθ
A0B0 = r0dθ (1)
O ângulo Φ0, distorção relativa entre as seções S e S’, pode ser calculado através da
equação:
A0B0 = dx.tg Φ0
tg Φ0 = Φ0, logo:
A0B0 = dx.Φ0
AB = dx.Φ (2)
r/r0 = τ/ τ0
τ = (τ0/r0).r (3)
dT
r
dr 0
r0