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Entre os devaneios, perda e tristeza.

Muitas vezes pequenos sinais de


esperanças surgem.
Uma história, um poema, uma canção ou uma reflexão.
O Crescimento surge na adversidade.

Aldon - Eu sinto as raízes de nossa primeira mãe, sinto o coração dela bater, em cada ser
vivo.

Delzennlyfterinn- Eu sinto a magia emanada por nossa primeira mãe, em todas as coisas.
Tudo foi gerado por magia, a magia está em cada coisa, cabe a mim aprender a dominá-la.

Aldon - Primo, eu sinto algo diferente. Sinto o falar da grande mãe. O frescor da ventania, o
sabor dos frutos, ao tocar os pés sob o solo gramado, a água… Tudo é simplesmente perfeito.
É como se cada pequena coisa fossem palavras formando uma frase, por nossa mãe, Venha
até mim.

Delzennlyfterinn - Primo, isso é muito especial. Certamente você se tornará um grande


sacerdote da natureza. Mudando de assunto, algo me preocupa muito. Somos jovens, mas
grandes responsabilidades nos aguardam. Nosso destino já é traçado, tanto por nossos pais,
quanto pela grande mãe. A paz é apenas o intermédio entre a guerra, isso me preocupa
bastante… Há muito tempo não há guerra. Eu amo muito nosso povo, que tanto se encontra
desunido.

Aldon - Sim, tem razão. Mas não precisa se preocupar, temos um ao outro. Crescemos nossa
infância juntos. O acaso é o que os tolos dizem para si, diante de sua incompreensão, tudo
ocorre por um motivo.

Delzennlyfterinn - Você é muito sábio desde a infância, primo. Sei que se tornará alguém
muito importante. Outra coisa me deixa inquieto. Acho que é assim que sempre estou,
hahaha. É sobre nossas prometidas… Mais importante que nossa felicidade, será que nós a
faremos felizes? Afinal… São filhas preciosas da grande mãe, as jóias mais belas, nem mesmo
coroas poderiam carregar algo de tamanho valor e brilho.

Aldon - Confie no julgamento. Nossa deusa nada em vão faz. Olhe lá! Miary e a Calen estão
vindo.

- Realizando uma reverência -

Miary - Oi, rapazes. Me agracia vossa presença.


Calen - Oi, gente! Ué… Não precisa disso, Miary! Já conhecemos os meninos!

Delzennlyfterinn - Sim, de fato. Ainda que honrado com vossa presença, não é necessário
maiores cordialidades, afinal, já nos conhecemos. Como se encontram, senhoritas?

Aldon - Você não muda, Lyfterinn… Vocês realmente combinam! Vem Calen, vamos para um
passeio!

Ambos casais se separam, para se divertir de formas simples, como crianças


élficas.
Miary - Delzenn-

Delzennlyfterinn - Me chama de Lyfterinn. Aldon abreviou dessa forma. É mais simples e


íntimo. Eu te dou essa proximidade, Miary.

Miary - Tudo bem. Lyfterinn, você teme o futuro? Você sabe… Nós dois…

Delzennlyfterinn - Na verdade, sim. Eu temo muito, não por medo. Preocupação… Mas eu
lembro que terei você ao meu lado. Sei que ficará tudo bem.

- Miary fala com bochechas rosadas, sorridente -

Miary - Seus pais já te contaram sobre como foi o ritual da revelação?

Delzennlyfterinn - Não. Apesar das dúvidas, não perguntei.

Miary - Foi muito exótico! Nossas mães, grávidas, adentraram no lago. A água se mostrou
completamente estática, mesmo ao entrar delas! Já era um ótimo sinal. Apenas era
necessário aguardar o brilho. Então elas e os sacerdotes aguardaram e aguardaram…
Passaram-se os minutos e nada o brilho azul… Com semblante de desaponto, nossas mães
começaram a se erguer. Foi então que! Todo o lago, num impulso gradual e rápido começou
a tornar-se completamente brilhante! Numa intensidade, jamais antes vista, por qualquer
sacerdote élfico! Foi então… Que nos unimos. Não sei bem o que significa. Mas sabendo que
é com você, posso ficar tranquila.

Passam-se anos e os jovens elfos completam a idade para o início da


provação para ingresso no conselho élfico.

Aldon - Irmão! Que saudades! É nosso grande dia!

Delzennlyfterinn - De fato, meu irmão! Estou bastante ansioso! Nos tornaremos muito
importantes, e poderemos fazer muito por nosso povo, nossas terras e quem amamos.

Aldon - Meu dói o coração, saber que me distanciarei de minha amada por tanto tempo.
Delzennlyfterinn - Sim… Eu entendo perfeitamente. Eu também sinto o mesmo… Na última
lua cheia, me encontrei com Miary, próximo ao lago sagrado. Nós nos beijamos pela primeira
vez.

Aldon - Há algo de errado, irmão. Eu não posso sair dessa forma, preciso fazer algo antes de
ir!

Aldon começa a ir em direção aos aposentos nobres

Delzennlyfterinn - Aldon, espera! Aonde vai? Não acredito… Ele realmente vai fazer isso?

Calen - Você marcou esse encontro comigo? Mesmo diante de sua partida?

Aldon - Sim. Você é muito importante para mim, não poderia partir, sem antes deixar o meu
até logo.

- Calen começa a chorar -

Aldon - Calen, são lágrimas o que vejo em teus belos olhos? Algo a aflige, nosso passeio não é
do seu agrado?

Enxugando as lágrimas ela diz:


Calen – Não é isso... Mas a poucos dias fiquei sabendo da sua partida, Sei que retornará, mas
só de imaginar tantos dias sem vê-lo, meu coração se entristece.

Aldon – Me enche de alegria saber que tenho no meu destino alguém como você. Nosso laço
vai além das tradições familiares. Também fico triste por saber que ficarei muito distante
deste teu sorriso, e desse teus olhos azuis. Mas não chore, minha Calen, pois isso será apenas
uma fase, e por mais que a distância nos doa saiba que estarei pensando em ti em todos os
momentos. Se me permite dizer, eu a trouxe nesse bosque para poder recitar algumas
palavras que tenho em meu coração, destinadas a você.

Calen – Seus sentimentos aquecem meu coração. Adorarei cada palavra!

Aldon – Na doce brisa do vento, ouço a melodia da natureza, na tua voz ouço os mesmos
ventos, e no seu rosto vejo a mesma beleza. Não se mede em palavras o que sinto por você,
seu doce cheiro exala a brisa do anoitecer, enigmática e bela, uma combinação sem igual,
meus olhos brilham quando vêem esse ser celestial.
Calen – Estou atônita. São as mais lindas palavras que já ouvi. (pegando nas mãos de Aldon)
Sentirei sua falta!

Aldon – Também sentirei a sua! O destino nos preparou algo grandioso e bom. Quando eu
retornar, serei um dos elfos mais felizes, tendo você ao meu lado. (segurando a mão dela)
Vamos Calen, nosso passeio ainda não acabou. Gostaria de mostrar a você o restante do
bosque, ele é quase tão lindo como você!!!

Aldon retorna até a frente dos salões do conselho élfico

Delzennlyfterinn - Aldon! O sumo conselho está irritado! Consegui convencê-los a aguardá-lo,


mesmo diante do atraso.

Aldon - Desculpe-me Lyfterinn. Eu realmente precisava fazer o que fiz. Estou disposto a
encarar as consequências.

- Uma coruja próxima de um galho, se transforma em um ser bastante exótico


próximo dos dois elfos -

Criatura Desconhecida - Bom dia, senhores. Acredito que estão um pouco atrasados, não?

Delzennlyferinn - Perdão, senhor. Sua aparência é bastante… Incomum, nunca vi algo


parecido. Posso saber seu nome?

Criatura Desconhecida - Eu sou Verdiel Silvadominus.

Ao ouvir isso, os dois elfos se surpreendem e fazem uma reverência de joelhos.

Aldon - Peço perdão, Lorde Silvadominus, Líder do Sumo Conselho. Eu coloquei meus
sentimentos na frente da minha responsabilidade.

Verdiel Silvadominus - Eu sei. Eu vi tudo. Você irá seguir o caminho da natureza, não é? Se
tornar um sacerdote da natureza. Vocês dois vão percorrer caminhos que já trilhei,
entretanto meu treinamento foi muito mais intenso. já fui tão belo, quanto você, Elfo
Cinzento. Como sabe, sou da casa Silvadominus.

Verdiel Silvadominus - Aldon, você virá comigo. Delzennlyfterinn, Kadanriel irá guiá-lo. Pode
se revelar, Kadanriel.
Uma figura se revela, no meio do nada. A criatura estava oculta, bem ao
lado, aparentemente invisível. Observando tudo.

Abrindo um portal, ela olha em direção de Delzennlyfterinn.

Kadanriel - Venha, Delzennlfterinn. Há muito o que aprender, mais ainda a ser ensinado.

Delzennlfterinn atravessa o portal. Verdiel rapidamente segura Aldon pelo braço e adentra
uma árvore, como se estivesse atravessando a água num mergulho. Ao adentrar ele encontra
um local totalmente diferente. Uma selva extremamente densa.

Verdiel Silvadominus - Sobreviva. Se for digno, conseguirá. Se não…

- Verdiel se transforma numa águia e alça voo. -

Aldon, então observa a vasta e densa selva. A sensações que percorrem dentro de si
são:

Muito vi da natureza, mas só agora percebo o pouco que sei... Esses galhos, essas árvores,
esses sons… Nada disso me é familiar. É como o Verdiel me disse, terei que ser digno. O
medo não me dominará! Minha amada, meu irmão e meu povo confiam em mim. Não irei
desapontá-los. Mas essa sensação é fora do comum… sinto-me como uma criança perdida. É
a primeira vez que tenho medo daquilo que sempre chamei de "Meu lar".
Verdiel Silvadominus Kadanriel

Uma vasta biblioteca, com livros de diversos tipos de capas e cores das mais diversas.
Parece ser infinita.

Kadanriel, após teleportar Delzennlyfterinn. Começa a andar com os braços cruzados, sem
sequer olhar para trás, onde seu novo pupilo estava.

Kadanriel - Se é sua primeira vez teleportando, é natural o enjôo. Você superará isso. Aqui
tem tudo que precisa. Comece pela décima primeira estante de livros, nas seis primeiras
bancadas, até porque você não alcançaria as que estão acima. Comece a ler, são apenas 227
livros com média aproximada de 657 páginas. Esse será seu primeiro teste de resistência.
Não irei ajudar com palavras desconhecidas. Você tem quatro anos e meio para terminar.
Não ouse nem pensar, em caso não consiga. Mas lhe adianto que a morte será o menor dos
problemas.

Delzennlyfterinn - Senhor Kadanri-

Kadanriel - Falar enquanto não lê, não vai ser bom pra quem tem curto prazo. Já li seus
pensamentos. Suas dúvidas são insignificantes, se recomponha. Você é um nobre elfo. Se
você não suportar um simples enjôo, você não servirá quando ver seu povo morrer na guerra
contra o mal. Pode ter certeza, eu estive lá. Eu combati o senhor das trevas. Já chega de perca
de tempo.

Delzennlyfterinn, ao escutar as palavras do Kadanriel, se recompõe e reconhece as


palavras e a seriedade contidas nelas. Se viessem de qualquer outro elfo, poderia significar
arrogância e desdém… Mas esse antigo elfo, não falaria, nem seria direto, se não fosse
necessário.

Aldon vaga e vaga, sem rumo ou destino. Qual o meu objetivo? Sobreviver? Onde
devo chegar? Sobreviver a o quê? Tudo é confuso. Mas é certo… Não irei desistir.
Não existe essa opção, enquanto ainda restar meu corpo, continuarei sem
hesitação.

Uma pequena fada aparece, saindo de algumas vinhas floridas.

- Olá, jovem elfo! Há quanto tempo não vemos um de vocês! Muitos se perdem, outros
falecem! Que chato, não?! Hi hi hi hi hi hi.
Aldon - Quem é você?

Thalita - Meu nome é Thalita! Mas me chamam de Tia! Sabe… você está perdido! Não é?

Aldon - De fato… Aqui é tudo tão denso, que não consigo sequer ver o céu e guiar-me pelo
sol.

Thalita - Sim, sim, sim!!! E sabe o que se faz nesses momentos?!

Aldon - Por favor, diga-me.

Thalita - É simples! Pena que vocês nem sempre entendem! É só pedir ajuda!

Aldon - Mas… Você poderia me ajudar?

Thalita - Eu não. Mas… Conheço alguns amigos que podem! Siga em frente! O máximo que
puder. Você vai encontrar!

A criatura alça voo e rapidamente desapareceu na vegetação do local.

Aldon caminha, até seus pés sangrarem por conta do solo repleto de vinhas ásperas que
cobrem o chão.

Uma trepadeira rapidamente agarra seu pé e o arrasta!

Seus gritos são:

Ó Mãe de todos! Se é de tua vontade que seja este meu fim, que assim seja. Mas caso não, por
favor! Poupa-me. Eterno devoto de ti serei, consagro minhas ações e meu coração.
Concede-me a força que ainda não possuo e te honrarei, perante todos que verem e
duvidarem!

Rapidamente uma criatura quadrúpede, metade cavalo, metade homem. Salta próximo de
Aldon e com uma cimitarra parte a trepadeira.

Centauro - Era simples, jovem elfo. Um pedido de ajuda, não a uma criatura, mas sim a sua
deusa. Aquela a quem você deve devoção. Esse é o primeiro passo, o surgimento da fé, é ela
que nos permite receber poder dos deuses. Conforme sua fé crescer, mais poder poderá
receber.

Aldon - Obrigado. Não sabia que estava sendo observado. Mais grato ainda, sou pela grande
mãe, que usa de seus servos para executar a sua vontade, é a mesma coisa. Por favor,
guia-me pelos caminhos da sabedoria, o caminho da grande mãe. Desejo isso acima de tudo.
Oruatun - Sou Oruatun. Você se demonstrou digno. Venha comigo, suba! Você conhecerá
todas as criaturas feéricas! Todos nós temos coisas a lhe mostrar! Sátiros, fadas, centauros,
ninfas, entes! Você passará muitos anos conosco!

Delzennlyfterinn - Senhor Kadanriel.

Kadanriel - Você me despertou da minha meditação, elfo. Não passaram nem dois anos
desde que fechei meus olhos. O que você quer?

Delzennlyfterinn - Finalizei os livros da estante.

Kadanriel - Impressionante… De fato… Eu não esperava que fosse tão rápido… A maioria
desiste. Talvez haja algo de especial em você. Mas acho bem improvável.

Kadanriel estala os dedos e um livro surge

Kadanriel - Este será seu grimório. Como bem sabe ao ler sobre as oito escolas, se não quiser
ser um generalista, deverá escolher um dos oito caminhos para focar. O grimório é a alma de
um mago. Jamais o perca, se o fizer, tudo que aprendeu se perderá.

Delzennlyfterinn - Sim, senhor Kadanriel. Agradeço profundamente. Mas para ser sincero,
preciso admitir que não me mantive apenas nesta estante. Das oitos escolas, uma
chamou-me maior atenção. A escola de conjuração, convocar criaturas de outros planos,
abrir portais para outros mundos, se deslocar entre continentes com um mero piscar de
olhos. Acredito que esse é o melhor caminho.

Kadanriel - Muito interessante. Faça o que quiser. Agora… Leia a estant-

Delzennlyfterinn - Perdoe-me interrompê-lo, Senhor Kadanriel. Mas… Dos livros que li,
trata-se de idiomas e criaturas que estudei. Não desejo simplesmente invocar uma criatura,
quero ter um laço maior com elas, não forçá-las, mas requisitar sua ajuda. Por isso estudei
diversos idiomas e quero pedir seu auxílio, meu senhor. Por favor, guie-me até os outros
mundos. Quero conversar com essas criaturas.

Kadanriel - Nunca ouvi tamanho absurdo, e olhe que eu sou velho, muito velho! Tenho mais
de mil anos, na verdade… Perdi a conta há algum tempo. Mas… Isso me trás alguma
empolgação. Vamos lá. Estou ansioso para ver você jogar sua vida fora.
Delzennlyfterinn - Meu desejo é a união do povo, mesmo aqueles que estão corrompidos,
desejo sua redenção. Se eu realmente quero estabelecer vínculos e aliança, devo fazer isso
com meus primeiros aliados, as criaturas por mim conjuradas.

Kadanriel - Que perda de tempo… É simples: Invoca, Estabelece a Restrição. Ele irá
obedecer. Mas se você insiste em complicar… Qual plano você deseja ir primeiro?

Delzennlyfterinn - Nos livros, as primeiras criaturas a poderem ser invocadas, são os


celestiais. Assim como as criaturas que aqui residem no plano material, a grande mãe. Nesse
plano também residem estas criaturas, que possuem um certo grau de glória e bondade,
gostaria de ir até lá primeiro.

Kadanriel - Não venha ensinar estas coisas para mim, eu estava lá quando foram escritas.
Bastava um simples: Celestia. Vamos logo.

O velho elfo, retira de sua bolsa de componentes mágicos, um punhado de


sal, desenha um círculo mágico e em seu centro deixa uma pena branca e recita palavras
mágicas. Um portal bastante alvo surge no local.

Kadanriel - Esse é plano da bondade, se em teu coração reside qualquer resquício de


malevolência, saiba que seu fim será próximo.

Delzennlyfterinn - Meu coração é puro, bem como minhas intenções. O que quer que me
aguarde do outro lado, será definitivo para aquilo que almejo.

Apesar de rabugento, Kadanriel se admirou com aquele jovem elfo, por mais que
houvesse pessimismo dentro de si, ele viu algo de especial nele. Ele não busca poder,
simplesmente para engrandecer-se. Ele queria dar uma função àquilo, ele queria fazer
coisas boas. Kadanriel, lembra de memórias muito antigas, ele nem sequer lembrava que
esses momentos haviam acontecido. Quando ainda jovem, ele estava lá, ansioso para
aprender magia e fazer o bem… O mal da guerra… Tudo que se perdeu… Tudo que… Que
eu me perdi.

Galhadaron - Não há muito mais o que aprender entre nós. Já absorveu o suficiente.
Caminho como um de nós.

Drelany - Sim, jovem elfo. Gostaria que ficasse mais tempo conosco, mas tudo que
tínhamos a oferecer-lhe, lhe foi ofertado. Revelamos-lhe nossos locais mais sagrados,
inclusive.
Quíron - Sim, jovem elfo. O caminho da floresta já lhe é conhecido agora. Guarde tudo
e use com sabedoria.

Nibella - Que pena seus votos de matrimônio… Bem… Se mudar de ideia, podemos
nos juntar para um belo nado no lago, Aldon. Ficarei ansiosa por um reencontro.

Oruantun - Adeus, Aldon.

Thalita - Tchauzinhoo.

Uma coruja voa em direção a Aldon, então destransforma-se.

Verdiel Silvadominus - Olá, Aldon. Há quanto tempo, aparentemente você se saiu muito bem.
Conquistou a simpatia de todos.

Aldon - Fico grato pelo reconhecimento, mestre. Mas admito que mais auxílio tive, do que
prestei,

Verdiel Silvadominus - Muito bem então. Irei levar-lhe até O Clã dos Lycanos, As Feras
Encarnadas . Cuidado. Eles são severos. Tenha muita cautela, pois quase tudo, como você
bem sabe, é sagrado. Parte da criação da Senhora Morhanna Grainna.

Aldon - Eu terei, meu senhor.

Galhadaron Drelany
Quíron Nibella Thalita

Oruantun
Verdiel deixa Aldon ao oeste da floresta de Drúendain, próximo a um rio.

Poucos minutos depois, uma alcateia de lobos ligantes se agrupa ao redor de Aldon.

Aldon - Venho em pa-

Um dos lobos rapidamente se transforma numa forma humanóide, uma mescla de lobo e
homem.

Licantropo de lobo - CALE-SE! VOCÊ ADENTRA EM NOSSOS DOMÍNIOS, AGORA É


ALIMENTO DA ALCATEIA, NÃO PASSA DE UMA PRESA LENTA E DÉBIl!

Aldon - Adentro em seus domínios, e com respeito. Se quiser devorar minha carne, faça. Eu
não temo você, pois eu tenho um propósito. Sou enviado de Verdiel Silvadominus, e estou
aqui para me unir a vocês. Se você é o líder, humildemente eu me ajoelho, e peço que me
aceite em sua matilha.

Presa Profundas - Raarrrrgh!! Eu não preciso de uma criatura débil, lenta e fraca! Os filhotes
que não podem caçar, ficam em suas tocas em segurança. Se você não tivesse entrado em
meio território, recomendaria isso! Mas agora você não sairá! Não sem a permissão de mim,
Presas Profundas!

Uma loba fêmea se transforma numa espécie de forma humana. Ela se aproxima de Presa
Profundas e sussurra em seus ouvidos.

Presas Profundas - Muito bem… Você quer fazer parte da matilha? Você fará, mas somente
por conta de Verdiel, do contrário seria devorado aqui mesmo! Mas não pense que está
sendo aceito! Essa será sua prisão! Somente poderá sair daqui, quando eu estiver satisfeito
com seu desempenho! Aqui ou você é presa, ou é predador, filhote de elfo, esse será seu
nome! E começa o treinamentos. Seu primeiro desafio é conseguir nos acompanhar, e
sobriviver durante o caminho.

Transformando-se novamente em lobo, presas profundas parte com sua alcateia.

Aldon tenta acompanhar eles mas não consegue correr de forma a pelo menos os ver de
longe, então ele decide simplesmente seguir em frente na mesma direção que os lobos
foram. Após algumas horas caminhando, ele se depara com um grande lobo, mas esse é
diferente dos que viu antes.

Aldon - Você é um da alcatéia do Presas Profunda?

O lobo reage de forma hostil e parte para o ataque, mas Aldon não se assusta, muito pelo
contrário, ele se ajoelha na mesma direção que o lobo está vindo e estende a mão direita
sorrindo.
Aldon - Acalme-se, amigo! És incrivelmente belo. Gostaria de poder ter um animal tão belo
como companheiro, igual a você, um dia… Desculpe adentrar seu território.

O lobo continuou correndo, na direção de Aldon, mas após sentir que aldon não
representava perigo, o lobo para próximo a ele e se senta calmamente. Aldon então levanta
fazendo uma reverência ao lobo e faz um gesto chamando o lobo para seguir com ele. Após
alguns minutos caminhando e fazendo carinho no lobo, por sua vez, o lobo se abaixa do
lado de Aldon.

Aldon - Você quer que eu suba? Não precisa fazer isso por mim, amigo.

Aldon começa a andar novamente, o lobo se levanta, passa correndo por ele e se agacha
na frente dele mais uma vez.

Aldon - Já que insiste, será uma honra.

Assim que Aldon sobe nele, o lobo começa a correr rapidamente, é até difícil de se segurar,
mas com muito esforço ele se mantém. Após algumas horas eles chegam numa parte mais
aberta da floresta, mais a frente Aldon avista algumas pessoas e um homem se aproxima
deles.

Presas profundas - Estou surpreso, não só conseguiu chegar até aqui como também adquiriu
companhia. Deve ser a primeira vez que me vê nesta forma.

Aldon - Sim, de fato. Ele foi muito simpático comigo. Sou muito grato pela ajuda dele.

Presas Profundas - Acho que está apto a participar, mas não se engane, esse lugar não é fácil,
se você fraquejar a morte é certa.

Aldon - Estou pronto para aprender e disposto a fazer o necessário, desde que nada contrarie
as vontades da mãe terra.

Presas Profundas - Primeiro treinaremos seu corpo, precisa ser minimamente forte se quiser
sobreviver neste mundo. Se você se sair bem, poderemos lhe ensinar algo mais, como a
essência da transformação. Sobreviva, filhote de elfo, e veremos do que é capaz.

Após longos dias de caçadas, muito tempo tentando acompanhar os homens lobos
correndo na floresta, era nítida a mudança no corpo de Aldon, um pouco mais forte e mais
ágil.

Presas Profundas - Muito bem, filhote de elfo. Venha comigo, mostrarei algo a você. Todos os
seres vivos possuem uma personalidade animalesca dentro de si, ela pode ser muito intensa
ou quase impossível de perceber, mas todos têm, não são apenas lobos, mas sim muitas
formas diferentes.

Enquanto Presas Profundas falava isso, Aldon e ele caminhavam mais para dentro do clã,
foi então que Aldon viu, muitas pessoas se transformando e destransformando em várias
formas de animais.

Presas Profundas - Nós somos apenas a linha de frente que protege animais que a muito
foram esquecidos, somos a linha de defesa, para que esses animais não sejam encontrados
nem sequer ameaçados. Aqui você aprenderá a essência da transformação e descobrirá qual
animal sua personalidade representa. Sente-se aqui comigo. Essa é a Pedra dos Sentidos.
Feche seus olhos e canalize sua concentração para o âmago da sua alma. Quando conseguir,
você verá a silhueta do animal.

Aldon - Está bem… Estou vendo algo, é… é verde. Mas não se parece com um animal…
parece…parece… uma floresta.

Aldon Abre os olhos rapidamente como se tivesse se assustado.

Presas Profundas - O que houve, elfo. Você está bem?

Aldon - Você não ouviu? Era como se todos os animais gritassem para mim.

Presas Profundas - Interessante… Isso é incomum por aqui. Deve ser porque estás ligado à
Grande Mãe…

Aldon - Desde sempre eu ouço coisas assim. Sentia a brisa dos bosques me tocar, a chuva
acariciando minha pele… Mas nada tão intenso como hoje.

Presas Profundas - Bem… Isso é muito interessante. Fique por aqui, aprenda mais sobre isso
meditando, para qualquer tipo de transformação é necessário concentração. Seu próximo
desafio é dominar isso, filhote de elfo.

Após semanas, Aldon conseguiu se conectar mais com seu interior, ele também fez treinos
com muitos outros licanos. O mestre Pumba, licantropo de javali, A mestra Tigresa, Mestre
Simba, o mestre Dasfoxxei, e o mestre Crocodile. Esses mestres me treinaram por bastante
tempo, mas as transformações não apareceram.

Presas Profundas - Você está destinado a grandes coisas, não está limitado apenas a um
animal, mas sim a toda a floresta… não é à toa que não consegue. Continue meditando e se
conectando com seu interior, um dia você conseguirá.
Aldon - Muito obrigado a todos vocês, não tive a melhor recepção de todas aqui, mas o calor
das companhias, sem dúvidas, são as mais intensas que já senti. Seus ensinamentos eu
levarei para toda vida.

Presas Profundas - Já não tenho mais nada a lhe ensinar, Aldon, pode seguir seu caminho,
aqui não é mais sua prisão, agora é um segundo lar.

Aldon - Vocês são como irmãos para mim, um dia eu retornarei e regozijarei em vossas
presenças. Adeus, minha família!

Pumba Tigresa Presas Profundas

Simbá Dasfoxxei Crocodile

Aldon é levado a outro local afastado, também desconhecido. Uma floresta


densa, porém bem mais clara. Uma figura que se encontrava de costas, como se
já estivesse aguardando algo fala:
Hyntórion - Meu nome é Hyntórion. Serei eu quem ministrará seu primeiro desafio, Aldon.
Está pronto? Começaremos Já.

Aldon - É uma honra estar diante de um Sacerdote da Grande Mãe. Estou pronto9!

Hyntórion - Como um Druida, você sabe bem os laços que todos os seres têm com a terra.
Porém, nem todos sabem que esses laços devem ser respeitados. Muitos homens fazem mal à
natureza, cabe a você proteger e restabelecer esses laços. Cure todos os animais que
encontrar nessa floresta pelos próximos anos. Não deve ser muito difícil. Mas não deixe a
raiva tomar conta de você.

Aldon passou alguns anos fazendo isso e a cada ferida curada, uma nova criatura ferida
aparecia, e uma também em seu coração. Um dia ele gritou:

Aldon - Hyntórion, Estou cansado... Sinto a dor desses animais. Sinto seu sofrimento. Os
humanos, não, não apenas os humanos, muito outros seres fazem essas atrocidades com os
animais e com a floresta... Não aguento mais. Isso dói. Eles devem ser punidos.

Hyntórion - Basta, Aldon! Mantenha a calma. Seus sentimentos são belos, mas não cabe a
você punir, não cabe a nós punir. Você protege e quando possível impede. Entendeu porque
fiz isso? Apesar de uns fazerem mal aos outros, todos são filhos de Mohranna, todos
merecem o benefício da dúvida e merecem ser ouvidos. É o ensinamento que lhe passo. Seja
neutro para com os seres, bondade você já tem, não deixe que a maldade tome conta de seu
coração...

Aldon - Através da dor eu aprendi. Entendo o que quis me passar. Não quer dizer que devo
ser frio, mas inabalável!

Um ser oculto então fala

- Pois bem, Aldon. Serei seu novo mestre. Me chamo Haméryon. Seu treinamento começa
agora!

Num piscar de olhos, Hyntórion desaparece e Aldon fica confuso.

Hampéryon - Vamos logo, Aldon. Não tenho muito tempo. Sejamos direto. Você precisa ser
forte. Precisa entender os animais... Você já sente sua dor, agora precisa entender seus
instintos. Viva entre eles. Cuidado, eles não são maus, mas são ferozes.

Anos depois, sem muitas notícias, Aldon retorna.


Hampéryon - Você se adaptou bem, mas vejo que só depois de alguns conflitos, hahaha!
Aldon - Sim, eles são bastante organizados. Não agem fora do instinto.

Hampéryon - Entendeu? Para um bom Druida, seguir seus instintos é algo importante. Seja
inabalável, mas não deixe de ser instintivo.

Aldon - Obrigado, grande Sacerdote Hampéryon!

Hampéryon - Percorra o sul! Você está pronto!

E assim Aldon fez, até se deparar com o terceiro druida.

Hyandarium - Você parece ser bem treinado. O que tenho para você é muito difícil está
pronto? A propósito, me chamo Hyandarium.

Aldeon - Não posso falhar, senhor Grande Sacerdote. Estou pronto!

Hyandarium - Sente-se naquela pedra. Você já deve sentir a mana correndo pela terra, é o
poder da nossa mãe Mohranna. É muito poder fluindo, aprenda a controlar... Mas não
deixe-o dominar. Quando se conectar você sentirá a dor que nossa mãe sentiu. Não se deixe
dominar... Ou você se tornará algo que terei de destruir!

Aldon sentou-se na pedra e lá permaneceu por meses. Por muitas vezes, pareceu mudar de
cor, de um cinza azulado como a lua, para um preto como a escuridão. Era nítido que ele
sentiu a dor que nossa mãe sentiu. Ele quase não aguentou. Mas quando começava a
perder o controle ele sussurrava dois nomes. Lyfterinn e Calen. Isso o fazia recobrar a
concentração. Sua coloração retornou a lembrar o brilho da lua. Seus olhos se abriram.
Chorando ele disse:

Aldon - Obrigado, Hyandarium, senti a dor, mas também senti o amor dela para com todos.
Posso não entender agora, mas um dia entenderei.

Os três druidas então, surgem das vegetações e raízes das plantas próximas.

Hampéryon - Agora você encontrará um dos maiores, Aldon. Faça por merecer, como já fez.

Hyntórion - Sim, você encontrará o Ancião. Seu nome é Kiyohime Yotsashi.

Hyandarium - Parabéns. Aprendeu bem até aqui. Agora está pronto para prosseguir. Seja
inabalável, seja instintivo, mas saiba se controlar... Até um próximo dia, Aldon.
Aldon - Agradeço, Grande Sacerdote Hyandarium. Muito obrigado a todos os senhores! Até
um próximo dia.
Hyntórion
Hampéryon

Hyandarium
Verdiel Silvadominus - Olá, Aldon. Somente poderei levá-lo até aqui. Mais a frente você
encontrará o Ancião. Ele se encontra num longo sono, deve tomar cuidado. Este será o
último desafio, você já é um druida. Mas apenas com a aprovação deste último poderá fazer
parte do sumo conselho élfico.

Aldon - Compreendo, Sr. Silvadominus. Seguirei, sou muito grato.

Kiyohime Yotsashi - Quem está aí? Ah, mais um. Jovem, vamos poupar nossos tempos.
Desista e volte feliz com o poder que já possui, assim poderei voltar a dormir... Só dei um
cochilo de 200 anos.

Aldon - Grande Kiyohime Yotsashi, Dragão verde! É uma honra estar em tua presença.
Desculpe atrapalhar seu descanso, mas se me permite dizer; Não posso retornar. Eu preciso
passar pelo seu ensinamento. Sei que após nele, serei um novo Elfo.

Kiyohime Yotsashi - Que petulância! Ousa ir contra minhas palavras? Pois bem, talvez seja
divertido ver você fracassar. Você quer ser alguém melhor do que é agora, tudo bem. Nada do
que aprendeu até aqui vai lhe ajudar, contudo, se você se sair bem, duvido muito, pode ser
que... Bem. Veremos.

Kiyohime faz movimentos com um de seus dedos e diz:

Kiyohime - As maiores guerras são travadas dentro dos corações, quem consegue mover os
corações, consegue o que quiser. Do outro lado desse portal, existe um ser que acreditava
estar destinado a coisas terríveis. Mude-o, convença-lhe do contrário. Use sua bondade para
curar as feridas que ele tem no coração. Esta é minha provação, a provação de Kiyohime
Yotsashi! A mais difícil e longínqua. Redima do coração de alguém que está perdido, aqueles
cujo desprezo tomou conta, cujo os passos são cegos e caminham sobre o caminho tortuoso e
obscuro! Os olhares carregados de julgamento e a vergonha que lhe consome.

Aldon - Que a mãe terra me abençoe.

Passando pelo portal, vejo uma criatura sentada, um ser peludo, parecendo uma mistura de
humano e hiena, era um Gnoll. Parece pensativo. Quando me aproximo e tento me
apresentar ele rapidamente fica alerta

Aldon - Olá! Me chamo Aldon, sou um elfo. Você consegue me entender?

A criatura rapidamente saca duas cimitarras de sua cintura.


???? - Melhor não se aproximar, elfo! Não são apenas minhas presas que são afiadas! Já
devorei vários elfos! Você será mais um!
.

Aldon - Calma! Não quero lhe fazer mal. Entendo seu receio. Meus irmãos costumam ser
bastante céticos quando se trata de outras raças. Mas não tema, como já disse, não quer lhe
fazer mal. Você parece perdido, Sei bem que esse não é seu habitat.

???? - O que você sabe sobre mim?!

Aldon - Sei que você é um Gnoll. Sua espécie carrega uma fama terrível. Entretanto, vocês
são filhos da grande mãe. Não deixaram de ser amados, ainda que sendo uma criação de
Knull. Está tudo bem, deixarei você em paz, mas se precisar. Estarei logo ali

Aldon senta numa pedra e aguarda a reação dele em relação a sua presença.

???? - Porque você não foi embora? O pouco que sei sobre vocês é que não suportam ficar na
presença de outras raças.

Aldon - Sou um pouco diferente. Por ser seguidor da grande mãe, eu aprendi a enxergar as
outras raças um pouco melhor. Ainda fico com o pé atrás, mas preciso aprender a aceitar
todos! Mas o que você faz aqui? Você parece triste, e isso não é comum. Poderia me dizer seu
nome?

Ghirldar - Bem… me chamo Ghirldar… Ghirldar, A Presa da Gula. Eu vim aqui para pensar
sobre as coisas que fiz! Me responda, elfo, talvez possa me explicar. Como alguém como eu,
que nasceu assim e foi criado para fazer o mal, pode sentir culpa pelos atos que cometi? Eu…
Eu escuto! Os gritos! Sim… Eles ecoam em minha mente… Mas… Como?! Eles foram para
minha barriga! Eu não tenho paz…

Aldon - Bem… Acredito que existe algo nos corações de todos os seres, algo que faz com que
eles percebam a dor que causam… Empatia, acho que é o nome que os humanos deram.
Quando se perde isso, muito se perde também. Um coração sem empatia, é um coração
carregado de maldade e perversidade. Se você se sente mal pelo que fez, significa que não
perdeu isso. Isso é bom!

Ghirldar - Não sei… Mesmo que não queira mais, é como se eu ainda sentisse vontade de
retornar, mas não quero. Sei que não sou um ser de bondade. Mas não quero ser assim.

Aldon - É natural. Mas para mudar, tem que partir de dentro, do seu coração! Se quiser
posso lhe ajudar.
Ghirldar - Não tenho nada a perder mesmo…

Nos dias seguintes, mostrei para o Ghirldar a floresta. Ensinei a conectar-se com a grande
mãe, quando ouvia as vozes de suas vítimas. As primeiras semanas foram complicadas,
pois todos os seres da floresta não reagiram bem com a presença dele. Ele era temido e ao
mesmo tempo odiado. Eu entendia, já estive no lugar deles um dia… Na verdade não sei se
mudei de fato.

Aldon - Você está indo muito bem, meu amigo. Não é mais aquela ser que encontrei na
floresta, perdido emocionalmente. Parabéns! (começo a olhar para o alto esperando algo
acontecer, acreditando que compri meu dever, mas nada acontece)

Ghirldar - Obrigado, Aldon. Está preocupado com algo? Está olhando para cima como se
esperasse algo…

Aldon - Eu não entendo. Você mudou, cumpri meu dever. Por que eu não recebi nenhuma
notícia dele?

Ghirldar - Não entendo?!

Aldon - Você era meu teste, pensei que depois de mudar você, poderia retornar… Não
entendo! ( Será que é o nosso destino, estar juntos? )

Ghirldar - Como assim ‘seu teste’ ? Então nada disso é real? Eu sabia, você só me usou! Não
existe isso de ‘empatia’ se eu sentia aquilo é porque nasci assim, você só me enganou para
poder ir embora. Pode ir, seu mentiroso. Adeus!

Aldon - Espere, não foi isso que eu quis dizer… Ou foi?

Algo está errado. preciso encontrá-lo. Ghirldar! Ghirldar! Onde está você?

Aldon não percebe que está sendo seguido. Com sua guarda baixa, um som parecido com
o som que ouvia nos campos de treinamento dos arqueiros. Ao virar-se ele vê Ghirldar
levando uma flechada em seu lugar, sendo atingido e caindo desacordado com a flecha
cravada em seu corpo.

Um Gnoll Escondido - Finalmente achei esse traidor. E de brinde encontrei um lanche! Elfos
não tem tanta carne… Mas dará para saciar um pouco! HiHiHaHaHa. Venha elfo, me divirta
antes de morrer!

Aldon - Por que você fez isso com ele? Ele estava mudando… Espere. Não é diferente do que
eu fiz com ele. Deve ter doído do mesmo jeito que esta flecha! Não tenho tempo para brincar
com você, tenho que cuidar do meu amigo. Vá embora!
Kuhrkah - Vocês não vão a lugar algum! Antes de te devorar, saiba o nome do seu executor,
elfo! Kuhrkah, A Risada Medonha. HaHaHiHi

Aldon - Não queria ter que fazer isso. Que a mãe terra me perdoe. “Que a mana que corre por
meu corpo, estenda-se até as pontas dos meus dedos, que as raízes tornem-se sua prisão e
você não consiga mais se mover. CORRENTE DE VINHAS!” Fique aí, não quero lhe fazer
mal. Logo elas deixarão você se mover. Adeus!

Horas depois e muito distante do lugar onde aconteceu o conflito, eu cuidei de Ghirldar.
Então ele acorda.

Ghirldar - Eu não entendo porque eu o protegi, eu sou mau, não era para eu ter feito isso. Se
nada do que você falou era verdade, então porque eu fiz isso?

Aldon - Porque é real. Sinto muito, meu amigo. Eu não estava enganando só você, mas
também a mim. Eu agi errado, deixei meus desejos se sobreporem às suas necessidades.
Sinto muito. Mesmo sem querer, eu acabei o julgando e achei que você estava aqui só para
que eu pudesse cumprir meu teste, esse foi meu erro. Espero que possa me perdoar!

Ghirldar - Bem… tomei uma flechada por você, acho que você está me devendo uma. Está
desculpado. Mas irei cobrar a você um dia. hihihi!

Aldon - Bem… não sei para onde pretendes ir, mas pode ficar por aqui se quiser. As Dríades
daqui viram o que fez por mim, acho que elas também mudaram um pouco a opinião delas
sobre você.

Ghirldar - Está de partida, Aldon? O verei novamente?

Aldon - Não sei para onde vou, mas seguirei em frente. Minha amada, meu irmão e meu povo
esperam pelo meu retorno. Preciso partir… Fui enviado aqui para mudar alguém e foi você
quem me mudou. Obrigado, Ghirldar! Nos veremos de novo!

Poucos minutos andando e um portal se abre, vejo através dele o rosto de Kiyohime.

Kiyohime - Então você compreendeu? hahaha! Quem diria. Meus parabéns! Não foi uma
perda de tempo completa!

Aldon - Desculpe-me, grande Kiyohime, mas não sei se entendi.

Kiyohime - Para mudar os corações dos outros, precisamos limpar o nosso. Você agiu errado,
desejando ajudá-lo apenas para cumprir seu objetivo. Por isso tudo aquilo aconteceu. Se
tivesse agido de bom coração e ajudado ele desde o início, como deveria ser, teria evitado
toda aquela dor!

Aldon - Agora compreendo! Para limpar outros corações, precisamos estar com nosso
coração limpo. Um valioso aprendizado. Obrigado senhor Kiyohime Yotsashi.

Kiyohime - Leve isso consigo. Um dia você poderá usar (ele toca a ponta de seu gigantesco
dedo na testa de Aldon)

Aldon - Está dentro de mim?

Kiyohime - Deixei um pequeno presente. Um dia você saberá usar, ou não hahaha!!!

Aldon - Obrigado por tudo, Kiyohime Yotsashi. Grande Dragão Verde!

Kiyohime - Antes de partir, os licantropos deixaram um amigo, este será seu companheiro.
Você não o escolheu, mas ele sim! Seu nome é Ankor, ele ficará com você até o fim. Morrerá e
lutará por você.

Kiyohime Yotsashi
Akon

Após viagens planares árduas, Delzennlyfterinn procura os últimos seres


extra-planares.

Kadanriel - Delzennlyfterinn, você tem ideia da imensidão do poder das criaturas na qual
pretende dialogar agora? Não posso garantir que irei lhe proteger… Você já se provou. Não
precisa disso.
Delzennlyfterinn - Me perdoe, Kadanriel. Mas você ainda não compreendeu. Não se trata
simplesmente de me provar. Tenho responsabilidades com meu povo, quero ele unido. Se
meus aliados não estão ao meu lado por não desejarem, não pretendo forçá-los. A paz não
pode ser coagida, deve ocorrer por união entre os povos. Se eu, que sou um conjurador, não
alcanço isso entre os seres que invoco, como conseguirei com aqueles que residem no mesmo
plano?

Kadanriel - Delzennlyfterinn, você me impressiona. Jamais tive um pupilo como você. Você
não só conquistou minha simpatia, mas o meu respeito. Não mais irei me opor aos seus
desejos, vá em frente. Irei lhe aguardar, não desejo sorte, pois isso não existe. Mas que com
os mesmos passos seguros você tinha ido, retorne.

Delzennlyfterinn - Agradeço sua fidelidade, Kandariel. Agora irei partir, até breve, se assim
for.

Delzennlyfterinn atravessa o portal que leva até celestia.

Um anjo ao observar a presença de Delzennlyfterinn, exclama.

Anjo - Elfo… Realmente, percebo bondade em você. Qual seu objetivo neste solo santo?

Delzennlyfterinn - Olá, senhor anjo. Agradeço por não se opor a minha presença. Venho em
busca do Senhor dos Leonais.

Anjo - Tem certeza? Talvez eu possa lhe guiar. Do que se trata?

Delzennlyfterinn - Não desmerecendo-lhe, mas é algo que apenas posso comunicar com ele.

Anjo - Interessante. Irei levá-lo.

Após uma caminhada no belo e agradável plano de celestia, o anjo leva Delzennlyfterinn,
até o trono do senhor dos leonais.

Anjo - Senhor Agamemnon, trago este elfo até sua presença.

Agamemnon - O que deseja, jovem elfo? Você não é nativo deste plano.

Delzennlyfterinn - Senhor Agamemnon, presto as devidas reverências, sou Delzennlyfterinn.


Agradeço por me receber, e quero lhe informar que sou um conjurador arcano.

Agamemnon - Interessante… Estou ansioso e curioso. Revele-me seu desejo, Delzennlyfterinn.


Delzennlyfterinn - Como bem sabe, é comum que conjuradores invoquem seus leais servos
para o uso em batalhas. Entretanto acho muito triste, convocar criaturas tão magníficas, sem
antes sequer, fazer o pedido. Senhor Agamemnon, por favor, dê-me sua permissão para
convocar seus guerreiros santos em batalha, principalmente quando para combater o mal,
pois sei que vocês são os seres mais aptos a isso.

Agamemnon - Incrível… Jamais achei que isso ocorreria, você demonstrou uma atitude e
humildade que jamais vi em toda minha existência. Delzennlyfterinn, eu concedo-lhe
permissão para me invocar, desde que de forma justa, jamais para o mal.

Delzennlyfterinn - Muito obrigado, senhor Agamemnon. Significa muito para mim, não
esperava tamanha dádiva.

Agamemnon - Vá em paz, nobre elfo, vejo grandiosidade em você.

Agamemnon
Delzennlyfterin é levado até os planos elementais por Kadanriel.

Delzennlyfterin - O Senhor da terra, o primeiro dos senhores elementais… Consigo avistá-lo


entre estas montanhas, mas ele não me vê por ser tão grande.

Dezennlyfterin conjura uma magia de luz para chamar a atenção da grande


criatura.

O Elemental de Terra se aproxima

Elemental de terra - O-o-l-a-á, p-e-q-u-e-n-a-a c-r-i-a-a-t-u-r-a-a.

Delzennlyfterin - Senhor das montanhas e da terra que o circunda! Desejo permissão para
convocar suas forças, quando e somente quando, necessário!

Gaia - S-o-o-u G-a-i-a, a-a-l-gu-e-é-m t-ã-o-o pe-que-e-no-o de-se-jan-do-o con-vo-ca-ar-r


al-gue-é-m tã-o-o gra-an-de? Haaa-haaa-haaa-haaa-haaa! Já ou-u-vi-i fa-lar da-a-as suas
ter-rra-a-as, exis-tem ir-mão-os me-u-us lá, sin-to-o sau-da-des de-les. E-u lhe-e
per-mi-to-o, pe-que-no. Ha-ha-ha-ha

Delzennlyfterin - Agora devo ir falar com o senhor dos ventos.

Elemental do ar - Eu sinto sua presença, criatura! Meu corpo entra em suas narinas e
percorre seu corpo! Sou essencial a sua existência e daqueles que em seu mundo vive!

Delzennlyfterin - De fato, é verdade. Sou muito grato. Gostaria de pedir seu auxílio, meu
senhor, ainda que muito me oferte, auxilie este ser que tanto necessita.

Tornadoom - Sou Tornadoom. O ar que respira já não é suficiente? Ainda deseja mais?

Delzennlyfterin - Infelizmente, ou felizmente, sei que apenas com seu poder, poderei
superar desafios do futuro. Por isso gostaria que aceitasse meu pedido, quando o
chamasse magicamente.

Tornadoom - Aceitarei, pelo bom uso de suas palavras. Permitirei que me use.

Delzennlyfterin - Sou muito grato.


Delzennlyfterin - Agora, o plano elemental do fogo, um dos mais difíceis.

Pyros - Eu sou Pyros! Pequeno e ínfimo mortal! Sei que está com encantamentos, do
contrário já teria derretido diante de minha presença!

Delzennlyfterin - Pyros, sou Delzennlyfterin. Quero seu poder para me auxiliar em meus
objetivos.

Pyros - Pouco me importo com seus objetivos, meu único desejo é consumir. Tudo deve se
tornar brilhantes brasas vivas!

Delzennlyfterin - Que bom! Meu objetivo é esse, quero você consuma os opositores daquilo
que é certo. Sei que somente você, grande Pyros, é capaz de tornar as adversidades em
mero pó, cinzas!

Pyros - Está correto! Me convoque, tenho desejo de conhecer seu mundo e envolvê-lo em
chamas!

Delzennlyfterin - Vou pedir que se contenha ao invocar-lhe meu senhor, assim como seu
mundo é envolto de calor e chamas, se o meu mundo for completamente consumido, o que
mais haverá para queimar?

Pyros - Suas palavras tem algum sentido, apesar de que estou acostumado a queimar tudo
rapidamente e não aos poucos, ainda sim… É um pouco de entretenimento a mais para
mim, eu permito! Pode ir!

Delzennlyfterin - Plano elemental da água… Aí vamos nós! Ainda bem que Kadanriel me
encantou com a respiração embaixo d'água.

Elemental da Água - Você… Encontra-se na imensidão de meu corpo… Ousado… Este local
é repleto das criaturas mais diversas e ainda assim, você arriscou-se com sua presença?

Delzennlyfterin - Sim… Eu preciso. Não desejo convocar a suas forças elementais da água,
sem antes um pedido educado. Sei que sua energia já alimenta o plano material de Téa,
assim como o poder de Elevithoan..

Noah - Reconheço. Já que citou o nome de minha senhora, aceitarei. Sou Noah. Vá em
paz, elfo. Aqui não é um local para seres terrestres.
Kadanriel - Delzennlyfteinn, eu o parabenizo. Não esperava algo assim… Eu me curvo,
diante do senhor.

Delzennlyterinn - Não é necessário, vc é meu mestre, sou eu quem agradeço.

Kadanriel - Errado, eu nada lhe ensinei. Você aprendeu tudo por si mesmo, mestre. Quero
lhe confiar algo, somente posso confiar em você. O elfo que vive no deserto, foi
presenteado por uma família de dragões de latão, com um de seus ovos. Infelizmente ele foi
amaldiçoado, o dragão que neste ovo habita, jamais avançará da sua fase de filhote,
independente do tempo. Quero confiar ele a você, Lorde Delzennlyfterinn, somente você
poderá cuidar bem dele, quero vinculá-lo a você, quando seus poderes se tornarem mais
poderosos, esse ovo rachará. E será seu familiar, seu companheiro, ambos unidos, ele é
um dragão, as criaturas mais nobres, precisa de alguém adequado. Somente você pode
fazer isso, meu lorde.

Delzennlyfterinn - Eu não sei bem o que dizer… Se é um pedido seu, aceitarei. Será uma
grande provação, darei meu melhor para cuidar deste pequenino. O chamarei de Palkyan.
Mas cuidar de um ovo de dragão requer muitos cuidados e é preciso mantê-lo num calor de
60°.

Kadanriel - Não se preocupe. Vou vincular vocês dois, duas mentes, uma vida. Enquanto
você estiver vivo, ele não precisará ficar exposto a essa temperatura. Só precisa ficar
próximo a ele.

Delzennlyfterinn - Tudo bem. Eu aceitarei, mestre Kadanriel. Obrigado por tudo. Não poderia
ter melhor mestre.
Tornadoom
Gaia
Pyros
Noah

Após cem anos de treinamento e peregrinação, ambos elfos, finalmente se reencontram nas
entradas dos salões do Sumo Conselho Élfico.

Aldon - Lyfterinn, meu irmão, senti sua falta. Como você está?

Delzennlyfterinn - Eu também, meu irmão. Desenvolvi minhas habilidades, mas ainda sou o
mesmo, como foram suas provações?

Aldon - Difíceis, vários momentos pensei que iria morrer, mas graças a Grande Mãe, pude
superá-los. Fico feliz que esteja bem.
Delzennlyfterinn - Estou muito feliz por nós dois, juntos, sei que iremos alcançar grandes
feitos. Vejo que você está bem acompanhado, quem é?

Aldon - Akon, é meu segundo irmão, sangue do meu sangue.

Delzennlyfterinn - Sim, sim. Compreendo muito bem. Existe alguém muito especial com
quem possuo esse tipo de conexão semelhante.
Aldon
Delzennlyfterinn
Miary
Calen
Ghirldar

Ghirldar , A Presa da Gula

Dentro do clã dos Gnolls, havia um ainda mais terrível, O Devoradores da Carniça, Ghirldar
era mais um Gnoll, mais um no vasto clã destas criaturas sanguinárias.
Ainda jovem, sempre soube que minha fome espontânea jamais poderia ser saciada
facilmente, somente o sangue e a degustação da caça, sim… Algumas horas aquelas
criaturas da floresta poderiam me saciar. Mas as vilas de humanóides… Sim.. Eles podiam
saciar-me por dias, como um êxtase de sensações e sabor, como se aquilo tivesse vida
dentro mim... Desde pequeno eu participava das caçadas, sempre após os ataques, durante
as refeições, eu… Eu ouvia… Aquelas vozes... Só de lembrar… Elas me arrepiam, sim…
Os lamentos, os gritos, o desespero encarnado, assombrando em minhas entranhas, logo
percebi que era só comigo. Aquele tormento acompanhava-me constantemente. Era
insuportável! Chegou um momento que os gritos e berros de toda a vida abatida ecoava
cada vez mais alto e com maior frequência, anos após anos, meses após meses… Dia após
dia… Eu ainda lembro… Aquela mãe e seu filho… Os gritos deles eram insuportáveis, ainda
choro ao lembrar… Mas essa maldição.. EU ERA O ÚNICO QUE A CARREGAVA. Ao
menos a dor se tornava menor ao caçar os animais da floresta, mas minha eterna gula não
era saciada. Eu fugi, aguardei meu fim… Seria consumido pela fome, ou então.. Pelo
tormento de minha maldição, os gritos dos caídos…
Mas… Isso tudo cessou, naquele dia… O dia em que aquele elfo apareceu… Ele me curou,
ele me redimiu. Carregarei comigo eterna dívida… Ao menos agora, minha fome diminuiu,
não ouço mais os gritos. Devorarei apenas as criaturas malignas e as presas de minha
caça.

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