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Índice

Introdução..........................................................................................................................2

Deveres Deontológicos dos Magistrados Judiciais...........................................................3

Deveres gerais................................................................................................................3

Deveres especiais...........................................................................................................5

Domicílio necessário......................................................................................................6

Ausências.......................................................................................................................6

Traje profissional...........................................................................................................6

Conclusão..........................................................................................................................8

Bibliografia........................................................................................................................9
Introdução
No presente trabalho da cadeira de Ética e Deontologia Profissional, de carácter
individual, na qual tem como tema principal Deveres deontológicos dos Magistrados
Judiciais, na pretendo abordar em torno dos mesmos, sabendo como eles se desdobram,
analisar, interpretar, e ver até que ponto são cumpridos.

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Deveres Deontológicos dos Magistrados Judiciais
Antes de mais, importa fazer uma breve contextualização, sendo assim, o
termo Deontologia surge das palavras gregas “déon, déontos” que significa dever e
“lógos” que se traduz por discurso ou tratado. Sendo assim, a deontologia seria o tratado
do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adoptadas por um determinado
grupo profissional. A deontologia é uma disciplina da ética especial adaptada ao
exercício de uma profissão.

Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta codificação da responsabilidade


de associações ou ordens profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por
base as grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético
expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada
grupo profissional.

Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo princípios e procedimentos
explícitos, para os infractores do mesmo.

Os Magistrados Judiciais, são tutelados pela Lei n. o 7/2009, de 11 de Março – Estatuto


dos Magistrados Judiciais (EMJ). Mas também os Magistrados sendo Agentes do
Estado, são tutelados pela Lei n.o 10/2017, de 1 de Agosto – Estatuto Geral dos
Funcionários e Agentes do Estado (EGFAE) e sem deixar de lado a norma normarum
do Estado, a Constituição da República.

O EMJ, no CAPITULO VI (incompatibilidades, deveres, direitos e regalias), na sua


secção II, trata concretamente do Deveres especiais. No n.o 1 do artigo 39, estabelece
que os magistrados judiciais estão sujeitos aos deveres gerais previstos na lei, lei esta,
que é o EGFAE. E portanto começarei falando sobro os deveres gerais depois os
deveres especiais.

Deveres gerais
No artigo 42.o do EGFAE, trata dos Deveres gerais do funcionário e agente do Estado:

Na alínea a), estabelece que tem como dever, "respeitar a Constituição da República, as
demais leis e órgãos do poder do Estado e outras entidades públicas", fazendo a
interpretação do mesmo, nos já sabemos que a CRM é norma mãe, a norma das normas,
então, todos inclusive os Magistrados Judiciais, sendo este Agentes do Estado, também
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têm o dever de respeitar a mesma e, para disto, devem respeitar as demais leis e outras
entidades publicas.

Na alínea b), estabelece que tem o dever de "participar activamente na edificação,


desenvolvimento, consolidação e defesa do Estado de direito e democrático e no
engrandecimento da pátria", fazendo a interpretação, os Magistrados Judiciais para além
de desempenharem aquilo que lhes compete, estes devem fazer-se sentir na edificação,
desenvolvimento do Estado, participando toda vez que for necessário, e ajudar na
consolidação e defesa do Estado de direito e democrático, mantendo a sua ajuda no que
for possível e fortalecer a pátria.

Na alínea c), estabelece que deve "dedicar-se ao estudo e aplicação das leis e demais
decisões dos órgãos do poder de Estado";

Na alínea d), estabelece que devem "defender a propriedade do Estado e de outras


entidades públicas e zelar pela sua conservação";

Na alínea e), estabelece que devem "assumir uma disciplina consciente por forma a
contribuir para o prestigio da função de que esta investido e o fortalecimento da unidade
nacional";

Na alínea f), estabelece que, devem "respeitar as relações internacionais estabelecidas


pelo Estado e contribuir para o seu desenvolvimento";

Na alínea g), estabelece que, devem "promover a confiança do cidadão na


Administração Pública, e na sua justiça, legalidade e imparcialidade";

Na alínea h), estabelece que não devem "praticar o desvio de fundos no Estado";

Na alínea i), estabelece que, não devem "apresentar documentos falsos a instituição".

O EGFAE, também prevê alguns deveres especiais do funcionário e agente do Estado,


no artigo 43.o, dentre os quais passo citar alguns do n.o 1:

Na alínea a), "cumprir as leis, regulamentos, despachos e instruções superiores".

Na alínea b), "cumprir exacta, pronta e lealmente as ordens e instruções legais dos seus
superiores hierárquicos, relativas ao serviço"

Na alínea c), "respeitar os superiores hierárquicos tanto no serviço como fora dele"

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Na alínea d), "dedicar ao serviço a sua inteligência e aptidão, exercendo com
competência, abnegação, zelo e assiduidade e de forma eficiente de modo o processo e o
ritmo do trabalho e a produtividade e as relações de trabalho";

Na alínea e), "exercer as funções em qualquer local que lhe seja designado";

Na alínea f), "não se apresentar ao serviço em estado de embriaguez e ou sob efeito de


substâncias psicotrópicas e alucinogénias"

E as demais alíneas, com o n.o 2, do mesmo artigo.

Deveres especiais
De acordo com dispõe o número 2, do artigo 39. o do EMJ, são os deveres especiais dos
Magistrados Judiciais os seguintes:

Alínea a), "desempenhar a sua função com honestidade, seriedade, imparcialidade e


dignidade";

Alínea b), "guardar segredo profissional nos termos da lei";

Alínea c), "comportar-se na vida pública e privada de acordo com a dignidade e o


prestígio do cargo que desempenha";

Alínea d), "tratara com urbanidade e respeito os intervenientes nos processos,


nomeadamente, o representante do Ministério Público, os profissionais de fórum e os
funcionários";

Alínea e), "comparecer pontualmente às diligências marcadas";

Alínea f), "abster-se de manifestar por qualquer meio, opinião sobre o processo
pendente de julgamento ou de decisão, ou juízo sobre despachos, pareceres, votos ou
sentenças de órgãos judiciais ou do Ministério Público, ressalvada a critica nos autos no
exercício de judicatura ou em obras técnicas";

Alínea g), "abster-se de aconselhar ou instruir as partes, em qualquer litígio e sob


qualquer pretexto, salvo nos casos permitidos pela lei processual".

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Domicílio necessário
De acordo com o dispõe o artigo 40. o do EMJ, os magistrados judiciais não podem
residir fora da sede da área onde se situa o tribunal em que exercem funções, salvo em
casos devidamente justificados e fundamentados, mediante autorização previa do
Conselho Superior da Magistratura judicial.

Ausências
De acordo com o que dispõe o n.o 1 do artigo 41.o EMJ, os magistrados judiciais não
podem ausentar-se da área de jurisdição do tribunal em que exercem funções, sem
prévia autorização do Conselho Superior da Magistratura Judicial.

Mas, existe uma excepção para o anteriormente estabelecido, que é o n. o 2, do mesmo


artigo, em que estabelece que as ausências em exercício de funções, por motivo de
licença ou nas férias judiciais, fim-de-semana e feriados.

E em caso ponderoso de extrema urgência em que não permita a obtenção previa de


autorização, o magistrado deve comunicar e justificar a ausência ao Conselho Superior
da Magistratura Judicial o mais cedo possível e pela via mais rápida, de acordo com o
que dispõe o n.o 3, do artigo supra citado.

Nos termos de que dispõe o n. o 4, do artigo já evidenciado, a ausência nos fins-de-


semana e feriados não pode prejudicar a realização de serviço urgente.

A ausência ilegítima, além da responsabilidade disciplinar, acarreta perda de


vencimento durante o período em que ela se tenha verificado, nos termos do n. o 5, do
artigo supra citado.

E por fim, o n.o 6, do artigo em tela, vem estabelecer que em caso de ausência, o
magistrado deve indicar o local onde pode ser encontrado.

Traje profissional
Nos termos de dispõe o artigo 42. o do EMJ, no seu n.o 1, estabelece que os magistrados
judiciais devem usar beca nos actos judiciais solenes, nomeadamente nas audiências de
discussão e julgamento, conferencias e audiências preparatórias, bem como nas
cerimónias ou actos públicos solenes ligados à magistratura.

No n.o do mesmo artigo, vem estabelecer que o modelo de beca é aprovado pelo
Conselho Superior da Magistratura Judicial.

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A CRM, estabelece nos termos de que dispõe o artigo 218. o, que, os Magistrados
Judiciais, em exercício, não podem desempenhar quaisquer outras funções públicas ou
privadas, excepto a actividade de docente ou de investigação jurídica ou outra de
divulgação e publicação científica, literária, artística e técnica, mediante prévia
autorização do Conselho Superior da Magistratura Judicial.

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Conclusão
Chegando a este ponto do trabalho, pude constatar que os deveres dos Magistrados
Judiciais não se encontram somente no Estatuto dos Magistrados judiciais, mas também
os magistrados, são tutelados pelo Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado
e a Constituição da República, estes deveres subdividem-se em gerais e especiais.

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Bibliografia
República de Moçambique, Constituição da República de Moçambique 2004, alterada e
republicada pela Lei n.º 1/2018 de 12 de Junho.

República de Moçambique, Lei n.o 7/2009, de 11 de Março – Estatuto dos Magistrados


Judiciais.

República de Moçambique, Lei n.o 10/2017, de 1 de Agosto – Estatuto Geral dos


Funcionários e Agentes do Estado.

https://www.psicologia.pt/instrumentos/etica.php

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