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Os livros Apócrifos são livros não inspirados, chamados também deuterocanónicos, que os

Católicos incluíram abusivamente no Velho Testamento das suas Bíblias.

Ler: Apoc. 22.18; Prov. 30.6; Deut. 4.2; 12.32.

INTRODUÇÃO:

Foi o Concílio de Trento (1454-1563) que promulgou a «nova» Bíblia, acrescentando-lhe, Tobias,
Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I e II Macabeus, capítulos acrescentados a Ester e a Daniel.
Até 1592 também vigoraram, entre outros, III e IV livros de Esdras e Oração de Manassés.

Um grande número de Judeus encontrava-se disperso pelo mundo, sendo a língua da moda, na
altura, o Grego. O Rei Ptolomeu, rei do Egipto, tinha fundado uma grande biblioteca e quis enriquecê-
la com uma tradução dos livros sacros. Encarregou 70 sábios gregos que efectuaram uma péssima
tradução do hebraico para o grego, introduzindo nas Escrituras livros apócrifos queridos de muitos
Judeus helénicos muito helenizados (entenda-se degenerados). Essa tradução ficou conhecida como a
Versão dos LXX (Setenta). Essa tradução revela no tratamento do texto sacro hebraico, falta de
cuidado, licenciosidade, deficiências de tradução, omissões, acréscimos e alterações ao texto original,
na preocupação de parafrasear, mais do que traduzir. Eles até chegaram ao ponto de evitar
antropomorfismos em relação a Deus. Traduziram mão por poder, boca por palavra. Ao falar nisso o
Velho Testamento apontava, entre outras coisas, para a encarnação do Senhor Jesus.
Despersonalizaram Deus. A tarefa levou várias décadas, concluindo-se em 282 A.C. no reinado do
filho, Ptolomeu Philadelfo.

Os Judeus ortodoxos é que não gostaram nada de ver os seus livros sagrados traduzidos em língua
estranha, tendo considerado esse dia, dia de grande amargura para Israel como aquando do bezerro de
ouro. Durante muito tempo fizeram um jejum anual para o deplorar. Alguns ainda o observam - dia 8
do mês Tabeth.

A difusão da língua grega levou esta obra a ser base para a tradução de outras traduções. S.
Jerónimo foi encarregado, no Concílio de Trento, de traduzir para o Latim a partir da Versão dos
LXX por não conhecer Hebraico na altura. Ele fê-lo, mas escreveu dizendo que reconhecia tais livros
como apócrifos, mas que os traduziu para conformar-se com o uso corrente. O resultado dessa
tradução foi a chamada Vulgata, donde foram traduzidas a maioria das Bíblias Católicas. As Bíblias
Católicas, portanto, são já tradução, de tradução de tradução. A nossa versão de João Ferreira de
Almeida foi traduzida directamente dos originais.

ARGUMENTOS CONTRA

1. Os livros apócrifos não foram escritos na língua em que foram escritos os Canónicos. Os
Canónicos foram escritos na língua em que Deus os revelou - hebraico. Os apócrifos surgiram no
intervalo entre Esdras, que fechou o Cânone, e Cristo. Os apócrifos, mesmo os acrescentos, foram
escritos em Grego. Ora isto soa, no mínimo estranho, não?

2. O testemunho dos Judeus. Os Judeus nunca os aceitaram como inspirados. Josefo, historiador e
sacerdote judaico, contemporâneo do Senhor Jesus, disse: «Nós só temos 22 livros que narram a
história completa da nossa nação, que propriamente são tidos por divinos. Desde o tempo de
Artaxerxes até ao nosso tempo têm sido escritos vários livros, mas não merecem a confiança dos que
os precederam, pois não havia sucessão certa de profetas». Eles tinham os 39 livros em 22 volumes
para fazerem-nos corresponder às 22 letras do seu alfabeto hebraico. Assim, juntaram num só livro, os
4 Profetas Maiores e noutro os 12 Profetas Menores, reunindo ainda num só livro também Jeremias e
Lamentações de Jeremias, e noutro ainda, Juízes e Rute.
O valor do testemunho dos Judeus é muito importante porque foi a eles que os oráculos divinos
foram dados, ou seja a Palavra de Deus (Rom. 3.2). E lembremo-nos que eles sempre estimaram
muito o seu tesouro e tiveram sempre muito cuidado em o preservar intacto e puro.

3. O testemunho de Cristo. Portanto, os Judeus do tempo de Cristo - lembremo-nos do testemunho


de Josefo - rejeitaram tais livros. A Bíblia que o Senhor usou não os tinha. E atenção que não há quem
conteste isto. Se tal fosse um erro o Senhor não deixaria passar em claro tão grave falta. Lembremo-
nos, nesta relação, que o Senhor veio «cumprir a lei e os profetas» (Mat. 5.17), e repreendeu várias
vezes por acrescentarem à Palavra de Deus coisas «menores» (Mat. 15; Mar. 7.9,13). Não é, pois, de
admirar nunca vermos o Senhor fazer uma referência ou leve alusão que fosse a tais livros. E Ele fez
um dilúvio de citações do Velho Testamento. Nunca citou nada desses livros. Então, e, nesta relação,
o que dizemos à expressão «todas as Escrituras» em Luc. 24.27?

Só no Concílio de Trento, 15 séculos depois, é que a Igreja descobriu que à Bíblia faltavam-lhe
livros? Stº Agostinho diz sobre Macabeus: «Este livro não é considerado pelos Judeus como Lei,
Salmos e Profetas, os quais o Senhor testifica que são Suas testemunhas».

4. Evidências internas. Aos apócrifos falta-lhes a autoridade da inspiração divina que os genuínos
reclamam para si. Neles nunca há um «Assim diz o Senhor», ou «E veio a mim a Palavra do Senhor».
Não têm pretensão de falar por inspiração divina. Os escritores não falam em nome do Senhor.

O autor do Eclesiástico diz que o seu avô, movido por vontade própria e pelo desejo de que Israel
fosse louvado pela sua doutrina e sabedoria, lançou mão da obra. Isto contraria e viola o princípio
estabelecido por Pedro em I Ped. 1.21 que diz que os livros inspirados não são produzidos por
vontade de homem algum. É incrível como se pode aceitar este livro que como razão de ser tem um
avô e não Deus!

2 Macabeus diz 15.39: «Se esta obra está bem organizada, e como convém à história, isso é
também o que desejo; mas, se pelo contrário, foi escrito com menos dignidade, deve-se perdoar» O
que é isto? Um homem inspirado por Deus não escreve isto. Inclassificável!

Em 14.42 a um homem que se suicidou diz que «morreu nobremente», justificando o suicídio.
Deus não disse, «Não matarás»? (Êxo. 20.13).

No livro de Tobias o engano e a mentira, proibidos em Provérbios e outros livros, são atribuídos a
um anjo de Deus.

Em 5.7 o anjo diz ser um dos filhos de Israel e no ver. 12 diz chamar-se «Azarias, filho do grande
Ananias», mas em 12.15 confessa a mentira, dizendo: «Sou o anjo Rafael, um dos 7 que assistem
diante do Senhor».

Em 6.1-9 o anjo ensina Tobias a fazer encantamentos (feitiçaria), o que Deus proibe em Deut.
18.10,11; Isa. 8.19.

Em Ester 2.16 lemos que ela foi rainha no 7º ano do rei Assuero e nos vers. 21,22 lemos da
conspiração contra o rei que Mardoqueu descobriu e lhe comunicou a ela e ela ao rei. Porém o
apócrifo 11.2 diz que a descoberta da conspiração foi no 2º ano do reinado do rei - 5 anos antes de
Ester ser rainha.

Em Est. 6.3 lemos que Mardoqueu não foi recompensado. 12.5 diz o contrário.

Eclesiástico 38.16-24 ensina o egoísmo;


Eclesiástico 43.27 ensina o Panteísmo (a natureza é Deus);

Eclesiástico 33.26,28,30; 42.5 permite o tratamento cruel dos escravos;

Eclesiástico 50.27,28 ensina o ódio aos Samaritanos;

Judite apresenta Nabucodonosor como rei dos Assírios em Nínive, entretanto já destruída;

I Mac. 1.1 coloca Dario como rei da Grécia; 1.7 Alexandre o Grande, ainda vivo, reparte o seu
reino com os seus generais. Mentira histórica; 8.7,8 Antíoco prisioneiro dos Romanos. Outra mentira
histórica.

Tobias diz que Tobias teria vivido até aos 137 anos mas ele esqueceu-se e pôs-se a morrer aos 102.

Baruque 6.2 diz que os captivos em Babilónia estariam assim 7 gerações (210 anos) quando
Jeremias diz terem sido 70 anos (Jer. 29.10).

Dan. 14.39 diz que Daniel esteve 6 dias na cova dos leões, mas Dan. 6. 16-22 diz ter sido apenas
uma noite.

Macabeus I e II fazem morrer o mesmo rei de 3 modos diferentes: I Mac. 6.16; II Mac. 1.16; 9.28.

5. Testemunho da Igreja. Durante os primeiros 15 séculos a igreja não reconheceu tais livros.

ENSINAM FALSAS DOUTRINAS

Pre-existência da alma (Sab. 8.19,20).O Salmo 51.5-7; Jer. 17.9; Rom. 3.10-19; Prov. 3.5-7
combatem tal ensino.

Justificação pelas obras (Tob. 12.9) «A esmola livra da morte eterna e apaga os pecados».

Adoração da criatura. Judite foi adorada sem o menor protesto (Jud. 13.30).

Oração pelos mortos (purgatório). 2 Mac. 12.41-46. Invenção pagã. O Sangue do Senhor Jesus
Cristo nos PURIFICA (PURGA) de todo o pecado (I João 1.7).

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