UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB / FE- PAD

DISCIPLINA: ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO PROFESSOR DR.: JOSÉ VIEIRA DE SOUSA

AULA 4: Instituição do Estado e da democracia nas sociedades modernas: o surgimento do individualismo (continuação)

Textos:
MARX, K. A questão judaica. Rio de Janeiro: Achiamé, 1991.

Grupo B: Alexandre, Alan, Jully Evelyn, Katia, Miro, Priscila.

CONTEXTO DA QUESTÃO FORMULADA PERGUNTA REFLEXIVA RESPOSTA PARA A PERGUNTA

ALEXANDRE
A questão judaica é uma obra “de juventude” de política realizada na modernidade?
Marx, período no qual o pensador constrói
paulatinamente as bases de sua concepção
materialista de história e sua posição política
posterior. Trata-se de uma polêmica com Bruno
Bauer, em meados do século XIX, envolvendo as
problemáticas do desenvolvimento do Estado e da
cidadania moderna. Já nessa obra, Marx se mostra
muito crítico às bases da sociedade civil burguesa e
sua respectiva proposta estatal. Em contraponto com
o liberalismo, inclusive em suas versões mais
radicais, não via na emancipação e nos direitos
políticos da modernidade uma verdadeira
emancipação humana.
Para Marx, em que consiste a limitação da emancipação
Apesar de ver a emancipação política como
um “grande progresso” (p. 41), Marx
considera que o Estado e a cidadania
modernos se fundamentam e se encerram em
uma dissociação entre o homem público e
privado. Para o autor, “essa dissociação não
é uma mentira frente à cidadania, não
constitui uma forma de evitar a emancipação
política, mas é a própria emancipação
política” (p. 42). Isso porque, o Estado
político moderno, enquanto uma
comunidade com direitos abstratos e
universais, não anula, pelo contrário,
pressupõe a realidade socialmente desigual e
contraditória da sociedade burguesa. Em
diálogo direto com Hobbes, Marx afirma que
o Estado político não elimina a realidade de
guerra de todos contra todos permanente na
sociedade civil. Assim, o direito acaba por se
tornar uma abstração, quase-religiosa, que
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encobre a vida concreta. “Os membros do

Estado político se constituem como
religiosos mediante o dualismo de vida
individual e vida como gênero, de vida em
sociedade burguesa e vida política; o homem
se constitui como religioso, quando se
comporta em relação à vida estatal, que se
encontra além de sua individualidade real,
como se esta fosse sua verdadeira vida” (p.
45).
JULLY EVELYN
O texto "A Questão Judaica" de Karl Marx, escrito Qual a crítica feita por Marx no que se refere ao Karl Marx critica Bruno Bauer em "A
por volta de 1844, emerge em um período histórico entendimento da Questão Judaica defendida por Bruno Questão Judaica" por sua abordagem
marcado pelo surgimento dos primeiros direitos Bauer? condicional à emancipação política dos
humanos, decorrentes das demandas da burguesia judeus na Prússia do século XIX. Bruno
para restringir a intervenção do Estado em suas Bauer argumentava que o problema
vidas, conhecidos como direitos de primeira centrava-se apenas na questão teológica.
geração. Dentro desse contexto, Marx empreende Sendo assim, os judeus deveriam renunciar
críticas contundentes ao constante egoísmo à sua religião judaica e converter-se ao
embutido nesses direitos, que primariamente cristianismo como pré-requisito para
visavam resguardar os interesses burgueses e a obterem direitos políticos iguais. Em outras
preservação de suas propriedades. Em meio a esse palavras, ele defendia que a emancipação
contexto histórico, Marx faz uma crítica ao política deveria ser condicionada à mudança
problema da Questão Judaica defendida por Bruno religiosa dos judeus.
Bauer, filósofo contemporâneo.
Marx rejeita veementemente essa
abordagem de Bauer. Ele considera que a
ideia de condicionar a emancipação política
à conversão religiosa é profundamente
injusta e insuficiente. Marx defende que a
emancipação política deve ser universal e
incondicional, ou seja, deve ser concedida a
todos os cidadãos independentemente de sua
religião, raça ou origem étnica.
Deveria haver uma emancipação da religião
em si, após o Estado se tornar um Estado
laico, político, iria resolver em partes o
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problema. O problema não é do judaísmo, é

do capitalismo que se traduz e se efetiva na
sociedade civil na sociedade burguesa. A
questão era uma questão politica e social.
Seria além do plano das ideias e sim da ação
revolucionária comunista.

A crítica de Marx a Bauer está enraizada em

sua compreensão de que a verdadeira
emancipação não pode ser alcançada apenas
por meio de concessões políticas formais.
Ele argumenta que a verdadeira
emancipação envolve transformações
sociais e econômicas mais profundas, que
vão além da esfera religiosa, mas também
abrangem a luta por igualdade e justiça
social. Em resumo, Marx critica Bauer por
não abordar a questão judaica de maneira
completa e incondicional, focando apenas na
esfera religiosa e negligenciando as questões
sociais e políticas mais amplas.
KATIA
Em "A Questão Judaica" Marx discute a Após a leitura do livro "A Questão Judaica" discorra De acordo com Marx a emancipação política
emancipação política e a emancipação humana. Ao sobre a alienação, segundo Marx. não abole a religiosidade real do homem. E
analisar a emancipação dos judeus o autor reconhece o que prevalece no chamado Estado cristão
a importância da emancipação política, mas não é o homem, mas a alienação. Em um
argumenta que existe outros problemas na sociedade Estado onde figura o egoísmo, a necessidade
que precisam ser resolvidos, como por exemplo os prática e terrestre, o interesse pessoal e o
sociais, para que de fato se alcance a emancipação dinheiro se torna a entidade que domina,
humana. ocorre a alienação. A alienação é um
processo de exteriorização da essência
humana. No processo de trabalho ocorre um
“estranhamento” do produto o que leva à
exploração do trabalho. A partir daí surge as
críticas ao capitalismo e a defesa da
emancipação humana.

Alan Macedo
Karl Marx escreveu, em 1843, o livro “A Questão
Judaica” em um período em que a sociedade
europeia passava por grandes transformações, de
ordem política, social e econômica. O livro faz uma
análise crítica dos estudos realizados por Bauer, que
avaliou a questão da emancipação dos judeus na
sociedade europeia no século XIX.
Bauer dizia: "Não podeis emancipar-vos
politicamente sem de vos emancipardes do
judaísmo” (pg. 20).
Marx contradiz: “Porque podeis emancipar-vos
politicamente, sem renunciar por completo e do
modo absoluto ao judaísmo, é que a emancipação
política em si não é emancipação humana” (pg.21).
MIRO
Tentar ampliar o entendimento entre as relações do
estado, políticas públicas e educação na perspectiva
do estado moderno implica desafios complexos e
contraditórios. Uma vez que sob a ótica do modo de
produção capitalista há, segundo Marx, um
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Marx apresenta a ideia de que a emancipação política
Para Marx, a busca dos judeus por igualdade
pretendida pelos judeus não é suficiente para resolver
legal e cidadania (emancipação política) não
seus problemas sociais. Segunda Marx é preciso é suficiente para resolver seus problemas
perguntar: “Que espécie de emancipação está em jogo?
sociais, apenas uma verdadeira mudança na
Que condições se fundam na essência da emancipaçãosociedade poderia, de fato, gerar uma
que se procura?” (pg.7) emancipação concreta. Marx entende que o
capitalismo, como gerador das grandes
Diante do apresentado, qual seria o o modelo da desigualdades, provoca a exploração
verdadeira emancipação judaica, na visão de Marx? econômica e alienação da sociedade. Karl
Marx considera esses fatores os grandes
obstáculos para a real emancipação para uma
sociedade e reforça: “a não coincidência
entre emancipação política e a emancipação
humana, porque persiste ainda a divisão ou
o hiato entre sociedade civil e Estado”
Portanto, uma emancipação verdadeira só
poderá ser alcançada por meio da eliminação
das desigualdades sociais, pois tal equilíbrio
econômico é que pode proporcionar uma
igualdade concreta para sociedade,
acarretando na real emancipação humana.
Contradição: As condições materiais e históricas da
educação pública brasileira sob o manto do
neoliberalismo, isto é, o currículo pressupõe: a
concorrência, individualismo (protagonismo).
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fenômeno “capital e trabalho” que pressupõe a É possível ofertar uma educação pública de qualidade
existência de classe social mediada pela condição tendo como princípio a coletividade, ou melhor, “a
objetiva e subjetiva da “forças produtivas” e “ soberania popular”?
relações de produção” p. 120. Portanto, ‘O estado é
a organização da sociedade” (Marx, 2010.p.38).