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A VISÃO RELIGIOSA DE KARL MARX: A APOSTA DO ATEISMO

SOCIOLÓGICO.

INTRODUÇÃO:

Quem foi Karl Marx e o que significa marxismo? Por que Marx
denomina a religião como o “ópio do povo”? Por que Marx abandonou a
religião judaico-cristã e assumiu uma posição ateísta? Quem foi seu maior
influenciador? Essa é a proposta deste trabalho. Determinar os pressupostos
da doutrina marxista no que diz respeito a religião em si. Mostrar que em
alguns aspectos Marx tinha razão em criticar a religião, que naquele período
tomara rumos diametralmente opostos ao verdadeiro ideal cristão, e ao mesmo
tempo expor os erros da proposta marxista para criar uma sociedade sem
classes e perfeita.

OS INFLUENCIADORES DE MARX.
Na Prussia a doutrina de Hegel tornou-se ideologia oficial. Marx teve
influência hegeliana. “[1]Marx aprendeu de Hegel a interpretação dialética da
historia, a essência social do homem, a sigficação do fator trabalho para sua
autocompreensão e o reconhecimento da alienação. Aceitou de Hegel não só o
profundo sentido pela história, mas tambem o carater totalizante e totalitário de
seu sistema.” Contudo, posteriormente Marx veio a criticá-lo por considerá-lo
um filosofo contemplativo. Rejeitou o idealismo hegeliano, substituindo-o pelo
materialismo. Neste ponto predominou a influencia de Feuerbach. Para este
filosofo, segundo Marx, a filosofia é a religião formulada em pensamento e
realizada de maneira pensante. Em Feuerbach, Marx encontra o verdadeiro
mateialismo, a base para o socialismo materialista. Feuerbach, tambem sofre
severas criticas de Marx. Se para Marx, Hegel era contemplativo e abstrato,
Feurbach não tinha atitude revolucionária da praxis. Isso significa que em
primeiro lugar o homem não é “consciência” mas ser, matéria, corpo. Seu
mundo não é o abstrato e sim o mundo das relações sociais concretas.

MARXISMO: A IDEOLOGIA MARXISTA

O MARXISMO é “uma visão otimista dos destinos da


humanidade, acreditando ser possível que na batalha final, os operários
venceriam os capitalistas por serem maioria na sociedade. Com a vitória do
proletariado se construiria um mundo ideal, onde as diferenças de classe
tenderiam a desaparecer, e a igualdade seria estabelecida entre os homens.
Em seu Manifesto Comunista de 1848, afirma que: os proletários nada têm a
perder, a não ser seus grilhões. E têm um mundo a ganhar.” Marx tenta ser
uma espécie de profeta querendo prever o futuro. Não seria o seu marxismo
uma forma de religião? Marx previa que isso aconteceria nos países
industrializados, no entanto aconteceu nas regiões rurais, como na China por
exemplo.
Marx situa o homem historicamente dentro do grande processo das
necessidades sociais. Urbano Zilles descreve esse fato da seguinte maneira:
“(...) [2]Marx analisa a emancipação humana como questão
social do ponto de vista econômico, político e ideológico, não
como problema do individuo, e sim de classes. Marx exige
mudança de atitude em relação à pratica política. Espera a
transformação através da revolução social. Apela à classe
operaria ou proletária para a luta política, luta de classes, luta de
proletariado explorado contra a burguesia exploradora.”

O CONCEITO DE RELIGIÃO EM MARX

Para Karl Marx religião é alienação. É uma forma de iludir a mente


do homem, mostrando-lhe as venturas celestes para encobrir a miséria e a
opressão, que é a realidade humana.
O conceito de religião em Marx é a alienação. Esta alienação deve
ser esclarecida “a partir da situação histórico-social concreta.” Para Marx a
alienação não é o fundamento da religião, mas o resultado. E esta alienação
esta na condição social e econômica das classes menos favorecidas que são
exploradas pelas classes dominantes, ricas. Marx acredita que se essas
barreiras de classes sociais e econômicas forem destruídas, automaticamente
a religião também o será. Pois para ele a religião é subproduto de classe. Para
Marx “são as estruturas econômicas que geram a falsa consciência, que é a
religião.”
Marx diz que a “religião apenas oferece a libertação espiritual do
homem, a libertação imaginária e ilusória.” É desta maneira que a religião age
como “calmante” como o “ópio do povo”. Segundo ele a “religião hipnotiza os
homens com a falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta”
Segundo Marx, na alienação religiosa, “o homem projeta para fora
de si, de maneira vã e inútil, seu ser essencial e perde-se na ilusão de um
mundo transcendente. Para ele a religião nada mais é que a projeção do ser do
homem num mundo ilusório. Insiste que a religião nasce da convivência social
e política perturbada dos homens.”
Por isso, segundo Marx, para libertar o proletariado e a humanidade
da miséria, é preciso destruir o mundo que gera a religião. Marx conclui que
“sendo a religião o reflexo espiritual da miséria real do homem numa sociedade
opressora, a superação da religião não se dará só pela critica intelectual. A luta
contra a religião tem seu aroma espiritual. É a imagem falsa do mundo. A
critica do céu torna-se a critica da terra. Para eliminar a alienação religiosa é
preciso eliminar todas as condições de miséria que a originam.” Se se muda a
infra-estruturara socioeconômica e política, o homem não precisará nem da
religião e nem de Deus.
UMA POSIÇÃO CRITICO-TEOLOGICA À CRITICA DE MARX.

1) – É fato que as previsões de Marx falharam em muitos


aspectos. E constatou-se ao longo da história que é possível a melhoria do
proletariado sem a revolução. Veja por exemplo as organizações sindicais e os
movimentos pacíficos organizados pelas classes operárias.

2) A crítica de Marx deve ser vista como uma critica do


cristianismo burguês de sua época. É um prisioneiro do seu próprio conceito
restritivo de ideologia. Na cabeça de Marx o cristianismo para ser verdadeiro
deveria ser reacionário e sabemos que esse não é o espírito do cristianismo.

3) Fatores psicológicos sobre religião e o conceito de Deus não


permitem concluir a existência ou a não existência de Deus. Da mesma forma a
indiscutível influencia de fatores econômicos sobre religião e o conceito de
Deus não permite concluir a existência ou não existência de Deus. Assim “o
ateísmo de Marx, anterior a toda a sua crítica socioeconômica, não é mais que
uma hipótese, um postulado não provado, uma reivindicação dogmática.

4) Marx vê o mal só fora do homem, na estrutura social e


econômica. É, certamente, muito ingênuo quanto a sua própria estrutura
ontológica. Não percebe a alienação ontológica como fundamento de todas as
demais.

Mais uma vez a palavra com Urbano Zilles:

“A religião e as igrejas foram objeto de terror do partido e da


repressão. Impôs-se a educação atéia nas escolas, conservou-se
a legislação stalinista contra a religião. O ateísmo é matéria
obrigatória nas universidades. A doutrina religiosa é
rigorosamente proibida. Seminários foram fechados. Tudo isso
em nome dos direitos humanos e da liberdade. Apesar de todo
tipo de terror na perseguição religiosa, informações dizem que
um terço da população russa continua dizendo-se cristã
(ortodoxa) e um quinto da população adulta atual é cristã
praticante. Quem faz uma aposta arrisca a possibilidade de
perder o jogo. Nada indica até o presente, que Marx ganhou sua
aposta.” (filosofia da religião p.132).

CONCLUSÃO:

Acredito que o cristão pode ser socialista, mas para ser cristão não
precisa ser socialista. Um ponto positivo da crítica de Marx fica para nós
cristãos: o fato de despertamos para as questões sociais no mundo em que
vivemos, de lutarmos por um mundo melhor e por uma sociedade mais justa.
Mas para isso não precisamos da autoridade de Marx, pois temos a de Cristo e
a regra de fé e pratica que é a Palavra de Deus.

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