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Sistemas de correção fator de potências.

Fator de potência é a relação entre a potência ativa e a potencia aparente. Com


o fator de potência podemos ver a eficiência dos aparelhos/instalações, isto é, quanto
mais alto for o seu fator de potencia melhor a eficiência.
Em teoria num circuito de corrente alternada puramente resistivo, a corrente e
a tensão estão em fase. Como numa instalação, temos vários aparelhos onde a sua
predominância são aparelhos indutivos, estes irão criar um desfasamento para a sua
correção temos que fazer a adição de componentes capacitivos(condensadores).

Nesta figura, vemos a


montagem de um
condensador junto com
um motor.
Podemos verificar que
parte da potencia reativa
consumida pelo o motor
provem do condensador,
isto trata-se de uma
representação
demonstrativa da
correção da potencia
reativa. Essa
demonstração esta
representada
graficamente, onde
vemos os valores antes e
após a correção.

Todas estas potencias estão relacionadas pelo o triangulo das potencias, onde
através do mesmo obtemos o fator de potência cosϕ, que se trata da relação da
potencia ativa(P) e a potencia aparente(S). Outra formula muito importante e a relação
entre a potencia reativa(Q) e a potencia aparente(S).

Nelson Mendes
Q
Tgφ=
S

Para o cálculo do valor que o condensador deve ter para a correção do fator de
potencia de um determinado valor temos a seguinte formula:
QC
C= 2
U ×π ×f
Onde o Qc e o valor de potencia reativa a ser corrigida, que e dada pela
expressão:
QC =Qi −Qf

Qi=P ×Tgφ

Qf =P ×Tgφ

Neste caso temos que calcular a potencia reativa inicial (Qi) e a potencia reativa
final que queremos atingir (Qf). Este mesmo cálculo pode ser simplificado pelo o
seguinte:
QC =P ×(Tgφf −Tgφ I )

O que verificamos até aqui foi a correção


para uma única máquina, este tipo de
instalação da por nome compensação local. Este
tipo de instalação torna-se desvantajoso a nível
económico.

Nas indústrias onde temos dezenas de


máquinas, o esquema mais usados são a compensação global, que se trata da
instalação de um conjunto de baterias instaladas no quadro principal, ou compensação
sectorial onde as baterias são instaladas em cada quadro parcial. Ambos com as suas
vantagens e desvantagens, na compensação global temos uma instalação mais
económica, pela a só utilização de um conjunto de condensadores, já na compensação
setorial temos a vantagem dos cabos de
alimentação a esses setores não serem
sujeitos a potencias elevadas (P+Q).

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Ao contrário da compensação
local, nos restantes esquemas temos
que ter dispositivos que monitorizem
a instalação para que façam a
compensação necessária para cada
instante. Estes dispositivos são na sua
generalidade compostos por:

Dispositivos de proteção, dispositivos de medição, controladores (relé varimétrico e


contactores ou controlador com tirístores) e condensadores. Em alguns casos ainda
existe a necessidade de filtros para atenuar os harmónicos causados.

Falando um bocado de cada elemento, começando pelo os condensadores


estes são de uma construção especial para o efeito onde esta padronizada pela a
norma IEC60831, onde são definidas algumas características.
No caso do dialétrico e a sua impregnação temos três grandes tipos:
-MKP – Elétrodos de papel metalizado de um lado impregnados gás, resina ou
óleo
-MKK – Semelhantes aos MKP mas mais compactos
-MKV – Elétrodos de papel metalizado de dois lados, impregnados
exclusivamente a óleo.
A nível de correntes de pico os MKV são os que
suportam maiores correntes de pico, podendo
suportar ate 500In.

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Outro aspeto importante é a sua temperatura de funcionamento, que esta
definido na norma em escalões:

De salientar que a norma só define a categoria de A até D sendo as outras já inseridas


pelos os fabricantes a contemplar regimes de utilização mais drásticos.
Outro aspeto de elevada importância é a sua resistência de descarga, esta
resistência assegura que após um condensador ser retirado de funcionamento este
que descarregar a uma tensão de 75V em máximo de 3 minutos. Apesar destes valores
definidos pela norma, todos os fabricantes hoje em dia garantem um descarregamento
para valores de 50V em menos de 1 minuto.

Outro aspeto importante na


construção dos
condensadores e a proteção
de um efeito de degradação
que se chama self-healing,
este defeito, sem entrar em
explicações mais profundas,
provoca a expansão do
mesmo, para a sua proteção
são construídos com ligações
internas que na sua expansão
vai provocar a quebra, quase
funcionando como um fusível.

Nelson Mendes
Para o controlo temos dois dispositivos, mas em ambos temos que ter uma
análise da instalação para isso são usados TI’s para obterem os valores de corrente já
os valores de tensão são obtidos diretamente no controlador só em casos de circuitos
de media tensão existe a necessidade da utilização de TT’s.
Para analise e controlo temos os mais vulgares relé varimetricos com o uso de
contactores e controladores por tirístores, apesar de serem mais rápidos com tempos
de comutação inferiores a 20ms, têm uma limitação na potencia.
Os relés varimetricos, vão ser o cérebro de
todo o sistema de controlo, onde analisam a cada
instante o desfasamento entre a corrente e a tensão,
e ativam ou desativam através de contactores cada
escalão do bloco de condensadores consoante a
necessidade. Salientar que estes têm que ter um
atraso á comutação, para se poder garantir os tempos
de descarga necessários. Hoje em dia alguns já fazem
uma comutação aleatória, garantindo assim que não
são sempre os mesmos condensadores em
funcionamento.

Na figura anterior temos um exemplo de um sistema, onde se verifica o interior


de um relé, neste caso temos 12 escalões, onde cada escalão esta a alimentar uma
bobine, que por sua vez essa bobine fazer a ligação das baterias consoante a
necessidade da instalação.

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Em algumas situações terão que ser instalados filtros passivos, derivado as
distorções harmónicas. Estas são distorções, originadas por comutações de baterias de
condensadores e máquinas, vão afetar não so a vida útil de todos os aparelhos como
da própria instalação.
As distorções harmónicas são mediadas em escalas de 2 até 50, onde cada
escala é um múltiplo da frequência fundamental(60Hz). Sendo assim temos a seguinte
escala:
- Harmónico 2 = 120Hz
- Harmónico 3 = 180Hz

A distorção total da por nome de Taxa de Distorção Total (THD), sendo raiz quadrada
da soma de todas as tensões harmónicas ao quadrado a dividir pela a tensão
fundamental, como este valor vai ser apresentado em percentagem o mesmo
multiplica-se por 100.

Temos que garantir que a qualidade da rede, para isso o valor THD não podes
ser superior a 8% e
nesse caso passa a
ser obrigatório a
instalação dos
filtros.

Nelson Mendes
Exemplos.

Carga com 100Kw com Cosϕ=0.85 quer-se a compensação para Cosϕ=0.93


Cosϕ=0.85 --- Tgϕ=0.619
Cosϕ=0.93 --- Tgϕ=0.40

QC =P ×(Tgφf −Tgφ I )

QC =100 ×(0.619−0.4)

QC =21 , 9 KVAr Neste caso precisamos de um banco de baterias no mínimo de 21 , 9 KVAr .


Neste casousando os escalões de cobrança de energia reativa:
- 1º Cosϕ entre 0.93 e 0.95 – fator multiplicativo 0.33
- 2º Cosϕ entre 0.93 e 0.89 – fator multiplicativo 1
- 1º Cosϕ abaixo 0.89 – fator multiplicativo 3

Assumindo um valor de 0.0246€ por KVAr

Valor poupado assumindo 8Horas trabalho diário 30 dias

W= 21,9 * 8 * 30 = 5256KVAr/H
Como antes da compensação tínhamos um fato de potencia 0.85, estaríamos no
terceiro escalão
€=W*(0.0246*fator multiplicativo)
€= 5256*(0.0246*3)=387,89€

Nelson Mendes

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