Contabilidade e normas

internacionais

Prof. Ms. Valéria Siebel

2021/1
Teste de Recuperabilidade de Ativos -
Impairment– IAS 36 – CPC - 01

• Segundo as normas internacionais, o teste de impairment consiste na comparação

entre o valor contábil do ativo e o seu valor recuperável.

 Valor recuperável é o maior preço de venda líquido de um ativo. (IAS 36)

 Obrigatoriedade de realização anual, quando a vida útil do goodwill exceder a 20

anos, contados da data de sua aquisição. O goodwill ainda é recuperável?
Teste de Recuperabilidade de Ativos -
Impairment– IAS 36 – CPC - 01

• Conforme prevê a Lei 11.638/2007, no seu artigo 138:

• “A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos

valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam:
• I – registradas as perdas no valor do capital aplicado quando houver decisão de
interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando
comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação
desse valor, ou
• II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil
econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.”
Teste de Recuperabilidade de Ativos -
Impairment– IAS 36 – CPC - 01

• Consiste em efetuar uma comparação entre o valor contábil líquido de um ativo e o

seu correspondente valor recuperável.

• O valor recuperável será o maior entre o valor justo (liquido de venda) e o valor
líquido de uso.
Aplica-se a:

• Controladas, coligadas e joint ventures;

• Imobilizado;
• Propriedades para investimento mensuradas ao custo;
• Ativos intangíveis e goodwill
Termos utilizados
Perda por impairment – excesso de valor contábil de um ativo ou de uma ugc sobre seu
valor recuperável

Unidade geradora de caixa – (UGC) – menor grupo de ativos identificáveis que gera
entrada de caixa de forma independente da entrada de caixa de outro sativos ou grupo de
ativos

Valor líquido de uso – valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados do ativo ou da
UGC. Em outras palavras, é o montante de receitas, deduzidos os correspondentes custos,
que se espera obter em determinado período

Valor justo (valor líquido de venda) – valor obtido da venda de um ativo ou UGC,
deduzidos os custos correspondentes a essa venda.

Valor recuperável – maior valor entre o valor justo menos os custos para vender o valor em
uso do ativo ou da UGC
Testes anuais de impairment

Na elaboração das demonstrações contábeis, analisar se algum ativo

possa ter valor recuperável.

a) Ativo intangível que tenha vida útil indefinida;

b) Ativo intangível ainda não disponível para uso;
c) Goodwill adquirido em uma combinação de negócios.
Evidências de perdas por impairment

Fontes externas Fontes internas

• Valor de mercado
• Mudanças adversas de tecnologia, • Ativo obsoleto
mercado, ambiente econômico ou legal • Ativo danificado
• Aumento de taxas de juros de mercado • Ativo inútil
ou outras taxas de retorno sobre os
investimentos • Descontinuidade
• Reestruturação de operações
• Declínio nos fluxos de caixa gerados ou a
serem gerados pelo ativo
Calculando o valor de uso
Elementos para cálculo do valor em uso do ativo:

• estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse
ativo;
• expectativas sobre possíveis variações no montante ou período desses fluxos de
caixa futuros;
• o valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de
risco.
Calculando o valor justo líquido
Elementos para cálculo do valor justo líquido de um ativo:

• Melhor evidência é o preço de um acordo de venda firmado sem

favorecimentos, sem vieses, ajustado pelos custos de venda;
• Na ausência desse acordo, o preço de um mercado ativo menos os custos da
venda;
• Não estando disponível um preço corrente, um preço mais recente pode ser
adotado, desde que não tenham ocorrido mudanças econômicas significativas
• Preço de ativo similar;
• Custos devem contemplar remoção, taxas, impostos, deixar o ativo em
condições de uso.
Exemplo 1 - estimativa do valor recuperável-
teste de impairment

A empresa Alfa possui um bem do ativo imobilizado constando no Balanço

Patrimonial, com os seguintes valores:

Máquina de bordar Barudan R$ 500.000,00

( - ) Depreciação acumulada (R$ 65.000,00)
= Valor contábil liquido R$ 435.000,00
A) Valor líquido de venda

Valor atual estimado líquido de venda R$ 390.000,00

( - ) Custos estimados da venda (R$ 85.000,00)
= Valor líquido de venda R$ 305.000,00
B) Valor líquido de uso

Receita de produção estimada do bem R$ 450.000,00

( - ) Custos estimados dessa receita (R$305.000,00)
= Valor líquido de venda R$ 250.000,00
O valor recuperável do ativo será assumido como o valor líquido de venda, por
ser o maior na comparação valor de venda x valor de uso

O teste de recuperabilidade é definido:

Valor contábil líquido R$ 435.000,00

Valor recuperável R$ 305.000,00
Diferença R$ 130.000,00  perda por impairment
Contabilização

D – Perda com desvalorização de ativo (conta de resultado)

C – Provisão para perda com desvalorização de ativo
(redutora do imobilizado)
R$ 130.000,00
Exemplo 2
Informações extraídas do sistema de gestão patrimonial de uma determinada sociedade
anônima:

Custo Histórico (Aquisição)___________________R$ 10.000,00

Depreciação Acumulada______________________R$ 2.000,00
Valor contábil ______________________________R$ 8.000,00

Valor Justo Líquido das Despesas de Venda_____R$ 6.000,00 Dos dois, o maior.
Valor em Uso_______________________________R$ 7.000,00

Aplicar o teste de redução ao valor recuperável.

R$ 7.000 – R$ 8.000 = R$ 1.000,00

Contabilização

D – Perda com desvalorização de ativo (conta de resultado)

C – Provisão para perda com desvalorização de ativo
(redutora do imobilizado) R$ 1.000,00
Especificidades
Não sendo possível determinar o valor justo, a empresa pode utilizar seu valor de uso
como valor recuperável;

Não existindo possibilidade do valor de uso exceder o valor justo líquido dos custos de
venda, a entidade pode utilizar o valor justo como o valor recuperável;

O teste deve ser feito com base anual, a qualquer momento, desde que na mesma data
todo ano;

Conceito de materialidade – se em uma avaliação anterior o valor recuperável de um ativo

foi consideravelmente maior que seu valor contábil, não se faz necessário reestimar este
valor recuperável, se nenhum evento poderia eliminar a diferença ocorrida.
Unidade geradora de caixa
Não sendo possível calcular o valor recuperável de um ativo individualmente
(depende de outros ativos), deve-se calcular o valor recuperável da unidade
geradora de caixa a qual o ativo pertence.

Exemplo – CPC 01

Uma mineradora tem uma estrada de ferro particular para dar suporte às suas atividades. Essa estrada
pode ser vendida somente pelo valor (residual) de sucata e ela não gera entradas de caixa provenientes de
uso contínuo que sejam em grande parte independentes das entradas de caixa provenientes de outros
ativos da mina.

Não é possível estimar o valor recuperável da estrada de ferro porque seu valor em uso não pode ser
determinado e é provavelmente diferente do valor de sucata. Portanto, a entidade estima o valor
recuperável da unidade geradora de caixa à qual a estrada de ferro pertence, isto é, a mina como um todo.
Unidade geradora de caixa

Exemplo – CPC 01

Uma empresa de ônibus presta serviços a um município que exige serviço mínimo em cada um de
cinco percursos. Os ativos dedicados a cada percurso e os fluxos de caixa provenientes de cada
percurso podem ser identificados separadamente. Um dos percursos opera com prejuízo significativo.

Como a entidade não tem a possibilidade de eliminar nenhum dos percursos, o nível mais baixo de
entradas de caixa identificáveis, que são independentes das entradas de caixa provenientes de outros
ativos ou grupos de ativos, são as entradas de caixa geradas pelos cinco percursos juntos. A unidade
geradora de caixa para cada percurso é a entidade de ônibus como um todo.
Exemplo – CPC 01

Uma empresa opera uma mina em um local no qual a legislação exige que o proprietário restaure
o local ao encerrar suas operações de mineração. O gasto de restauração inclui a reposição da de
terras e rochas removidas no inicio das atividades da mina.

Uma provisão para os gastos de restauração foi reconhecida tão logo ela foi removida. Esse valor
foi reconhecido como parte do custo da mina e está sendo depreciado durante a sua vida útil. O
valor contábil da provisão para os gastos de restauração é $500.
A empresa está testando a capacidade de recuperação do valor investido na mina. A unidade
geradora de caixa da mina é ela como um todo. A entidade recebeu várias ofertas de compra da
mina, a um preço em torno de $400. Esse preço considera o fato de que o comprador assumirá
a obrigação de restaurar o que é necessário. As despesas de baixa da mina são pequenas. Seu
valor em uso é de aproximadamente $800, excluindo os gastos de restauração. O valor
contábil da mina é $1.000.

O valor líquido de venda da unidade geradora de caixa é $800. Esse valor considera os
gastos de restauração que já foram provisionados. Como conseqüência, o valor em uso da
unidade geradora de caixa é determinado depois de considerar os gastos de restauração, e é
estimado em $300 ($800 menos $500).

O valor contábil da unidade geradora de caixa é $500, que é o valor contábil da mina ($1.000),
menos o valor contábil da provisão para gastos de restauração ($500). Portanto, o valor
recuperável da mina é de R$ 400. Deve ser reconhecida uma perda por impairment de R$ 100.
A Cia. Day Light está preparando suas demonstrações contábeis de 30.11.2020. Alguns
itens de seu imobilizado foram danificados em janeiro de 2021. Em 30.11.2020, esses
ativos eram usados na produção e tinham um valor contábil de R$ 5 milhões.

O valor em uso dos ativos em 30.11.2020 foi estimado em R$ 6 milhões e seu valor justo
menos os custos para vender em R$ 4 milhões.

As demonstrações contábeis da empresa foram autorizadas para publicação em

20.01.2021.

Qual o valor recuperável dos ativos da Cia Day Light em 30.11.2020?