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QUESTÕES SOBRE A AULA

Morfologia: artigo e
interjeição

Versão Condensada
Sumário
Morfologia: artigo e interjeição������������������������������������������������������������������������������������� 3

 2

A L F A C O N
Morfologia: artigo e interjeição

1. (FCC – 2018 – CLDF/DF – TÉCNICO LEGISLATIVO)

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro,
que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e
acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu,
porém, que como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a
leitura e metesse os versos no bolso.

– Continue, disse eu acordando.

– Já acabei, murmurou ele.

– São muito bonitos.

Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte
entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus
hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos
amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com
você.” – “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho
Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã;
venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”

Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de
homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando!
Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O
meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar
que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 79-80.)

− No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro (5º parágrafo).

− Contei a anedota aos amigos da cidade (5º parágrafo).

− Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã (5º parágrafo).

Nos trechos transcritos, os termos destacados constituem, respectivamente:

a) pronome, artigo e artigo.

b) artigo, artigo e pronome.

c) preposição, preposição e pronome.

d) artigo, preposição e artigo.

e) preposição, artigo e pronome.

Morfologia: artigo e interjeição 3

A L F A C O N
Em “a dizer” - o termo “a” é uma preposição, pois está seguida de um verbo. Em “Contei a verdade” - o termo “a”
é um artigo, pois é seguido de substantivo. No trecho “...não cuide que o dispenso do teatro amanhã” - o termo
“o” é um pronome que se refere a “você”.

GABARITO: E.

2. (AOCP – 2018 – PM/ES – SOLDADO)

Texto II

Por que essa pressa?

Walcyr Carrasco

Ando surpreso. De uns tempos para cá, as pessoas parecem estar perdendo a noção de fila. Para embarcar no
aeroporto, nem se diga! Assim que o voo é chamado, sempre há um grupo de passageiros que se amontoa em frente à
entrada. Crianças, idosos e deficientes têm preferência no embarque, mas poucos conseguem chegar na frente. Detalhe:
os lugares são marcados previamente. Por que a pressa?

Imagino como sofre o caixa de um bar, tendo de atender várias pessoas que gritam ao mesmo tempo. Em metrô, é um
sufoco. O correto seria esperar que saia quem vai desembarcar. Tentei fazer isso no horário de pico. Fui empurrado, levei
uma cotovelada na orelha e ainda me xingaram! Uma loucura! Quem quer sair empurra, quem quer entrar empurra mais!

Até entre os elegantes, reina a confusão! Fui a uma festa. Serviram o jantar em um bufê, com comida farta, de dar
água na boca. Os mais educadinhos foram se servindo em fila. Dali a pouco entrou uma perua no meio, estendendo as
unhas pintadas:

– Deixa eu pegar só uma saladinha!

Pronto! Outro voou para o prato quente, furando todo mundo. A fila parou. Dois ou três aproveitaram a deixa para
se servir, espetando quem estava na frente com os garfos. […] Quando chego a um restaurante e avisam que tem
espera, vou embora. Ninguém respeita ordem de chegada. A começar dos maîtres, que dão preferência a clientes fiéis,
conhecidos... seja lá quem for. É justo que um cliente tenha suas vantagens. Mas, então, por que não reservar a mesa
com antecedência? […]

Elevador, então, nem se fala. Elevadores, aliás, transformaram-se num purgatório. Não é inferno porque um dia a
gente sai. Os espaçosos espremem os mais corteses. Nunca falta quem use um perfume fortíssimo, desses de deixar a
cabeça tonta. Tudo seria passável se ao menos fosse possível entrar e sair de um elevador cheio sem passar por cenas
de pugilato. Mesmo porque, como nos metrôs, quem vai entrar nunca deixa os outros desembarcar!

É impossível que todo mundo tenha sempre tanta pressa. Minha impressão é que, com o stress da vida moderna,
as pessoas andam esquecendo as regras mínimas do bem viver.

Adaptado de: http://www.itatiaia.com.br/blog/jose-lino-souza-barros/por-que-essa-pressa-texto-de-walcyr-carrasco. Acesso em: 24 fev. 2018.

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) Em “Os mais educadinhos foram se servindo em fila.”, o diminutivo apresenta função valorativa, pois revela que
a educação de tais pessoas é pertinente com a situação narrada.

( ) Em “– Deixa eu pegar só uma saladinha!”, a flexão do substantivo em destaque no diminutivo revela, junto ao
advérbio “só”, uma estratégia linguística utilizada pela falante para justificar e minimizar sua “infração” ao furar a
fila do bufê.

Morfologia: artigo e interjeição 4

A L F A C O N
( ) Em “Os espaçosos espremem os mais corteses.”, os adjetivos em destaque foram substantivados com a fina-
lidade de nomear um grupo de pessoas que apresenta tais características.

( ) Em “[…] quem vai entrar nunca deixa os outros desembarcarem!”, percebe-se a utilização do ponto de excla-
mação com finalidade de realce a uma ordem, um desejo.

a) V, V, V, F.

b) V, V, V, V.

c) F, V, V, F.

d) V, F, V, F.

e) F, V, F, F.

Na ordem em que as afirmativas foram apresentadas:

( V ) Em: “[...] Os mais educadinhos foram se servindo em fila [...].”, o diminutivo apresenta função valorativa,
pois revela que a educação de tais pessoas é pertinente com a situação narrada.

Resposta: Os diminutivos podem ser usados tanto para representar tamanho pequeno quanto para valorar ou depre-
ciar um termo. Exemplo: “Nossa, que pézinho!”. “Amo minha mãezinha”. “Esse advogadozinho não vai me vencer”.

Na questão, “educadinhos” apresenta função valorativa, uma vez que respeitam a fila.

( V ) Em: “[...] – Deixa eu pegar só uma saladinha! [...]”, a flexão do substantivo em destaque no diminutivo revela,
junto ao advérbio “só”, uma estratégia linguística utilizada pela falante para justificar e minimizar sua “infração”
ao furar a fila do bufê.

Resposta: “só uma saladinha” é para minimizar seu ato de furar a fila, como se isso fosse uma ação rápida, algo
irrelevante.

( V ) Em: “[...] Os espaçosos espremem os mais corteses [...].”, os adjetivos em destaque foram substantivados
com a finalidade de nomear um grupo de pessoas que apresenta tais características.

Resposta: Quando termos não substantivos são antecedidos por um artigo passam a ser considerados substan-
tivos, ou seja, são termos substantivados. Ex.: “os espaçosos”, “os corteses”.

( F ) Em: “[…] quem vai entrar nunca deixa os outros desembarcarem!”, percebe-se a utilização do ponto de
exclamação com finalidade de realce a uma ordem, um desejo.

Resposta: A exclamação é um realce de frustração, decepção ou reclamação.

GABARITO: A.

3. (AERONÁUTICA – 2020 – EEAR – SARGENTO-BCT)

Com relação às regras de concordância nominal, relacione as colunas e, em seguida, assinale a alternativa com a
sequência correta.

1 – Anexa à presente, vai a relação das mercadorias.

2 – A candidata emagrecia a olhos vistos.

3 – Elas só passeiam de carro.

Morfologia: artigo e interjeição 5

A L F A C O N
( ) Palavra com valor de limitação é invariável.

( ) Locução adverbial invariável.

( ) O adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número.

a) 3 - 1 - 2.

b) 3 - 2 - 1.

c) 2 - 3 - 1.

d) 1 - 2 - 3.

( 3 ) Palavra com valor de limitação é invariável. O adjetivo “só” (“sozinho”) concorda em número com o substan-
tivo, mas, como palavra denotativa de limitação equivalente a “somente”, é invariável.

( 2 ) Locução adverbial invariável. “A olhos vistos”, no sentido de visivelmente, é invariável.

( 1 ) O adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número. A palavra “anexa” concorda em gênero e número
com o substantivo. Só é invariável quando é escrito “em anexo”.

GABARITO: B.

4. (AOCP – 2018 – TRT/1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO)

Texto I

Os medos que o poder transforma em mercadoria política e comercial

Zygmunt Bauman

O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças
que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas
humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física
e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de
todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da
impossibilidade de fugir da morte.

Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o prin-
cipal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura
como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou
pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos
tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se,
por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os
projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciên-
cia que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu
início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o
transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um
lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando
nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

Morfologia: artigo e interjeição 6

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Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal
das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus
próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo
alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa
sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o-poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo- -de-zygmunt-

-bauman. Acesso em: 26/03/2018.)

O processo de derivação imprópria de palavras compreende a mudança de classe de uma palavra, estendendo-lhe
a significação. Assinale a alternativa cujo excerto apresenta tal processo de derivação na palavra em destaque.

a) “A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível [...]”.

b) “[...] o lugar que ele ocupa na existência [...]”.

c) “[...] todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos [...]”.

d) “Os medos que o poder transforma em mercadoria política e comercial [...]”.

e) “[...] a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno [...]”.

As alternativas A, B, C e D possuem termos que não sofreram nenhum tipo de derivação. A palavra “transitório”,
geralmente, é adjetivo, mas, na oração, tem função de substantivo. Como houve essa mudança de classe gra-
matical, temos o processo de derivação imprópria. A: Incorreta.

B: Incorreta.

C: Incorreta.

D: Incorreta.

E: Correta.

GABARITO: E.

5. (FGV – 2022 – PC/RJ – TÉCNICO DE NECROPSIA)

Texto 1

Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia. Nunca deixo de ler
esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma vez como a língua científica é diferente
da literária. Nesta, a imaginação vai levando as palavras belas e brilhantes, faz imagens sobre imagens, adjetiva
tudo, usa e abusa de reticências, se o autor gosta delas. Naquela, tudo é seco, exato e preciso. O hábito externo é
externo, o interno é interno; cada fenômeno, cada osso, é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica,
a cavidade abdominal, a hipóstase cadavérica, a tetania, cada um desses lugares e fenômenos não pode receber
duas apelações, sob pena de não ser ciência.”

(Adaptado. A Semana, 1830)

Machado de Assis nos diz no Texto 1 que a linguagem literária adjetiva muito; a frase a seguir que exemplifica de
modo mais claro essa afirmação, por conter maior número de vocábulos classificados como adjetivos, é:

a) Devem-se considerações aos vivos; aos mortos deve-se apenas a verdade.

Morfologia: artigo e interjeição 7

A L F A C O N
b) Um cadáver é o produto final; nós somos apenas a matéria-prima.

c) A vida é agradável e a morte é tranquila. O problema é a transição.

d) A morte é uma vida vivida. A vida é uma morte que chega.

e) A morte não é o fim. Sempre resta a briga interminável pelo espólio.

A: Incorreta. Na frase mencionada, não há adjetivos.

B: Incorreta. Na frase citada, temos o adjetivo “final” seguido do substantivo “produto”.

C: Correta. Na frase mencionada, há dois adjetivos, “agradável” e “tranquila”, seguidos dos substantivos “vida” e
“morte”, respectivamente. De acordo com a banca, a assertiva apresenta mais adjetivos do que as outras.

D: Incorreta. Na frase, há um adjetivo (“vivida”) que segue o substantivo “vida”.

E: Incorreta. Na frase citada, há um adjetivo (“interminável”) que acompanha o substantivo “briga”.

GABARITO: C.

6. (CESPE/CEBRASPE – 2021 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL)

Texto 1A18-I

Nos Estados Unidos da América, no século XIX, a passagem da polícia do sistema de justiça para o de governo da
cidade significou também a passagem da noção de caça aos criminosos para a prevenção dos crimes, em um desloca-
mento do ato para o ator. Como na Europa, a ênfase na prevenção teria representado nova atitude diante do controle
social, com o desenvolvimento pela polícia de uma habilidade específica, a de explicar e prevenir o comportamento
criminoso. Isso acabou redundando no foco nas “classes perigosas”, ou seja, em setores específicos da sociedade
vistos como produtores de comportamento criminoso. Nesse processo, desenvolveram-se os vários campos de saber
vinculados aos sistemas de justiça criminal, polícia e prisão, voltados para a identificação, para a explicação e para a
prevenção do comportamento criminoso, agora visto como “desviante”, como a medicina legal, a psiquiatria e, espe-
cialmente, a criminologia.

Na Europa ocidental, as novas instituições estatais de vigilância deveriam controlar o exercício da força em sociedades
em que os níveis de violência física nas relações interpessoais e do Estado com a sociedade estavam em declínio. De
acordo com a difundida teoria do processo civilizador, de Norbert Elias, no Ocidente moderno, a agressividade, assim
como outras emoções e prazeres, foi domada, “refinada” e “civilizada”. O autor estabelece um contraste entre a violência
“franca e desinibida” do período medieval, que não excluía ninguém da vida social e era socialmente permitida e até
certo ponto necessária, e o autocontrole e a moderação das emoções que acabaram por se impor na modernidade.
A conversão do controle que se exercia por terceiros no autocontrole é relacionada à organização e à estabilização
de Estados modernos, nos quais a monopolização da força física em órgãos centrais permitiu a criação de espaços
pacificados. Em tais espaços, os indivíduos passaram a ser submetidos a regras e leis mais rigorosas, mas ficaram mais
protegidos da irrupção da violência na sua vida, na medida em que as ameaças físicas tornaram-se despersonalizadas
e monopolizadas por especialistas.

C. Mauch. Considerações sobre a história da polícia. In: MÉTIS: história & cultura, v. 6, n.º 11, jan./jun. 2007, p. 107-19 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 1A18-I:

A coerência e os sentidos do texto seriam mantidos caso fosse suprimido o artigo “os”, no trecho “desenvolveram-se
os vários campos de saber”, no último período do primeiro parágrafo.

Certo ( ) Errado ( )

Morfologia: artigo e interjeição 8

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Ao empregar-se o artigo definido “os” (no caso, masculino plural), definem-se quais são esses vários campos
do saber, já mencionados no texto.

Ao retirar-se o artigo definido, não se especificam quais são esses vários campos do saber.

GABARITO: ERRADO.

7. (CESPE/CEBRASPE – 2017 – PM/AL – SOLDADO)

Texto CB1A1AAA

1 A palavra violência frequentemente nos remete a


crimes como assassinato, estupro, roubo e lesão corporal, ou
mesmo a guerras e terrorismo. Pensamos que violência e crime
4 violento são a mesma coisa e não levamos em conta que nem
toda violência é considerada crime.
A sociedade, para reafirmar seus valores e se manter,
7 pune as transgressões, com a intenção de que a punição
aplicada ao transgressor seja útil para que os demais indivíduos
não sigam o mau exemplo, tendo em vista as consequências.
10 Nesse caso, considera-se crime a transgressão de regras
socialmente preestabelecidas, que variam de acordo com a
sociedade e o contexto histórico.
13 Lançadas com o intuito de encontrar respostas para as
possíveis causas da violência, hipóteses clássicas na sociologia
do crime acabaram por defender a tese de associação entre o
16 aumento nos índices de criminalidade e a pobreza. Essa
associação sustenta a premissa de que o crime seja combatido
e punido com maior rigor e frequência nas classes
19 economicamente mais desfavorecidas, em contraposição à
tolerância e à impunidade de crimes cometidos tipicamente ou
ocasionalmente por indivíduos detentores de poder.
22 O mito da criminalidade associada à pobreza cria
estereótipos, marginaliza e criminaliza a pobreza — que, em si,
é uma violência. Rotula os que são tidos como pobres e faz
25 uma proporção extremamente grande da população ser
prejulgada por atos ilícitos praticados por uma minoria.
A violência nas cidades deve ser vista sob duas vias.
28 Um tipo de violência é a dos crimes praticados nas ruas,
principalmente nas grandes cidades, que pode atingir qualquer
pessoa. O segundo tipo é a violência praticada pela própria
31 cidade, que massacra os pobres, marginalizando e
criminalizando esses cidadãos. Enquanto se diz que os pobres
da cidade são violentos, a atenção da violência que eles sofrem
34 é invertida. A violência contra quem mora próximo de
condomínios de luxo e mansões fortificadas, sem ter acesso a
bens básicos para garantir razoáveis condições de vida, é
37 esquecida.

Geélison Ferreira da Silva. Considerações sobre criminalidade: marginalização, medo emitos no Brasil. In: Revista Brasileira de Segurança

Pública. ano 5, 8.ª ed. São Paulo, fev. – mar./2011, p. 91-102 (com adaptações).

Morfologia: artigo e interjeição 9

A L F A C O N
No que se refere aos sentidos e às propriedades linguísticas do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir.

O adjetivo “Lançadas” (L.13) refere-se a “possíveis causas da violência” (L.14).

Certo ( ) Errado ( )

O adjetivo “lançadas” é um termo catafórico, ou seja, faz referência a um termo posterior, que será enunciado
mais à frente da oração, assim tem como referente o vocábulo “hipóteses”, como se observa em: “Lançadas
com o intuito de encontrar respostas para as possíveis causas da violência, hipóteses clássicas na sociologia do
crime acabaram por defender a tese de associação entre o aumento nos índices de criminalidade e a pobreza.”

GABARITO: ERRADO.

8. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – FUB/DF – ADMINISTRADOR)

1 Na farmácia ,presencio uma cena curiosa ,mas


não rara :balconista e cliente tentam ,inutilmente ,decifrar
o nome de um medicamento na receita médica .Depois
4 de várias hipóteses ,acabam desistindo .O resignado senhor
que porta a receita diz que vai telefonar ao seu médico
e voltar mais tarde“ .Letra de doutor ,”suspira o balconista,
7 com compreensível resignação .Letra de médico já se
tornou sinônimo de hieróglifo.
Exercício de caligrafia saiu de moda ,mas todos
10 os alunos sabem que devem escrever de modo legível
para conquistar a boa vontade dos professores .A letra dos
médicos ,portanto ,é produto de uma evolução ,de uma
13 transformação .Mas que fatores estariam em jogo atrás delas?
Que eu saiba ,o assunto ainda não foi objeto de
uma tese de doutorado ,mas podemos tentar algumas
16 explicações .A primeira ,mais óbvia( e mais ressentida,)
atribui os garranchos médicos a um mecanismo de poder.
Doutor não precisa se fazer entender :são os outros,
19 os seres humanos comuns ,que têm de se familiarizar com
a caligrafia médica.
Pode ser isso ,mas acho que não é só isso .Há outros
22 componentes :a urgência ,por exemplo .Um doutor que
atende dezenas de pacientes num movimentado ambulatório
de hospital não pode mesmo caprichar na letra .Receita
25 é uma coisa que ele deve fornecer — nenhum paciente
se considerará acolhido se não levar uma receita .A receita
satisfaz a voracidade de nossa cultura pelo remédio ,e está
28 envolta numa aura mística :é como se o doutor ,por meio dela,
acompanhasse o paciente .Mágica ou não ,a receita é,
muitas vezes ,fornecida às pressas ;daí a ilegibilidade.
31 Há um terceiro aspecto ,mais obscuro e delicado.
É a relação ambivalente do médico com aquilo que ele
receita — a sua dúvida quanto à eficácia dos medicamentos.

Morfologia: artigo e interjeição 10

A L F A C O N
34 Os velhos doutores sabem que a luta contra uma doença não
se apoia em certezas ,mas sim em tentativas :na medicina,
“sempre ”e“ nunca ”são palavras proibidas .Daí a dúvida,
37 daí a ansiedade da dúvida ,da qual o doutor se livra pela
escrita rápida .E pouco legível.

Moacyr Scliar. Letra de médico. In: A face oculta. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001, p. 23-5 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o item.

Infere-se do texto que, pelo emprego do adjetivo “compreensível” (L.7), o narrador transmite sua opinião, o que se
confirma pela ponderação exposta no último período do primeiro parágrafo.

Certo ( ) Errado ( )

Pergunta-se para o autor: “Como você viu a reação do balconista ao não conseguir decifrar a letra do médico?”

Autor: Com compreensível resignação. Dessa forma, pode-se perceber que o adjetivo “compreensível” expõe
uma opinião do autor.

GABARITO: CERTO.

9. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

Tendo em vista a oração “Um amigo ganhou a televisão no sorteio”, assinale a alternativa que apresenta, correta e
respectivamente, a classificação gramatical das palavras sublinhadas.

a) artigo definido - verbo - artigo indefinido - substantivo.

b) pronome indefinido - adjetivo - artigo definido - substantivo.

c) artigo indefinido - verbo - artigo definido - substantivo.

d) preposição - verbo - preposição - adjetivo.

e) preposição - verbo - artigo indefinido - adjetivo.

Na classificação das palavras destacadas, temos:

Um - artigo indefinido (qualquer amigo) / ganhou - verbo ganhar / a - artigo definido (define a televisão) / tele-
visão - substantivo simples.

GABARITO: C.

10. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

Na frase “Cuidado! Parece que ouvi um barulho”, temos uma interjeição que possui sentido de:

a) Medo.

b) Desculpa.

Morfologia: artigo e interjeição 11

A L F A C O N
c) Desejo.

d) Afugentamento.

e) Advertência.

A interjeição que temos na oração é “Cuidado!” cujo sentido é de advertência, assim como “Olhe!”, “Atenção!” e
“Devagar!”.

GABARITO: E.

Morfologia: artigo e interjeição 12

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