Você está na página 1de 3

UNIDADE CURRICULAR: Ética e Práticas de Engenharia

CÓDIGO: 21176

DOCENTE: Rui Ramalho

A preencher pelo estudante

NOME: Ana Francisca Madeira Martins

N.º DE ESTUDANTE: 2203711

CURSO: Licenciatura Engenharia Informática

DATA DE ENTREGA: 04/11/2023

Página 1 de 3
TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1. A ética em termos gerais é o estudo de valores morais e normas que regem o


comportamento humano. Por sua vez, a ética em engenharia informática é um
ramo da ética que se foca em questões morais trazidas pelo uso de
computadores e de outras tecnologias. Cobre tópicos como o acesso à
informação, privacidade, segurança e o impacto da tecnologia na sociedade e
ambiente, entre outros. Ela procura resolver questões morais que surgem da
utilização da tecnologia, assim com propõe recomendações para o
comportamento humano aquando da utilização da mesma. Desta forma, o seu
estudo é da maior importância para os estudantes de engenharia informática e
áreas relacionadas, preparando-nos para avaliar eticamente a tecnologia que
iremos desenhar e desenvolver no decorrer das suas vidas profissionais, uma
vez que a tecnologia informática tem o potencial de alterar drasticamente os
mecanismos de comunicação e de influenciar a sociedade como um todo,
principalmente relativamente a normais sociais e políticas, justiça, economia e
relações pessoais.
2. Walter Maner define “Ética da Informática” como “problemas éticos agravados,
transformados ou criados pela informática”, sugerindo para a sua resolução
abordagens éticas tradicionais, nomeadamente o utilitarismo, o qual se
caracteriza por seguir o princípio da maximização do bem-estar. Assim, pode
avaliar-se as ações no contexto da informática com base no seu impacto em
diversos aspetos sociais, desde a empregabilidade da população, a questões de
integração cultural. Tem como preocupação a mitigação das suas potenciais
consequências negativas, assim como de permitir o acesso e a inclusão digital
de forma universal. Por outro lado, o racionalismo enfatiza que as ações e
decisões relacionadas com a informática devem ser guiadas por princípios éticos
universais, independentemente das consequências como, por exemplo,
assegurar o direito à privacidade e a segurança de sistemas e dados. Com base
nessas abordagens, Maner definiu preocupações e questões éticas relacionadas
à informática além das mencionadas anteriormente, tais como a propriedade
intelectual, responsabilidade profissional, tomada de decisões éticas, educação
ética, uso responsável da tecnologia, considerações éticas na investigação,
entre outras.
A “Ética da Informática” é definida por James Moor como “a análise da natureza
e do impacto social da tecnologia da computação (software, hardware, redes que
conectam computadores e os próprios computadores) e a formulação

Página 2 de 3
correspondente e justificação de políticas para o uso ético de tais tecnologias”.
Moor, ao contrário de Maner, considera que a Ética da Informática constitui um
domínio específico de estudo e aplicação dos princípios éticos em situações para
as quais não existem políticas de conduta específicas e as tradicionais não são
adequadas. É uma área com “vácuos políticos” e “confusões conceituais”, muitas
vezes causadas pelo relativismo cultural, na qual não há uma base conceitual
coerente na qual formular uma política de ação independente. Isto acontece
porque os computadores são logicamente maleáveis sem quaisquer limitações,
ou seja, os sistemas informáticos podem ser modificados e desenhados em
função de inputs, outputs e conexão entre operações lógicas para desempenhar
qualquer atividade que se possa conceber. Desta forma, o papel da “Ética da
Informática” é formular diretrizes para guiar as nossas ações, tendo em conta os
valores fundamentais partilhados por todos os seres humanos,
independentemente da sua cultura ou crença, tais como capacidades, liberdade,
sabedoria e proteção. Isto tem em vista o combate ao abuso invisível (o uso
intencional de um computador para se envolver em conduta antiética) que inclui
a invasão da propriedade e privacidade de outras pessoas, vigilância não
autorizada, utilização de valores de programação e cálculos complexos invisíveis
danosos, entre outros.
As definições e princípios da “Ética da Informática” propostos por James Moor e
Walter Maner fornecem uma base sólida para orientar a tomada de decisões
éticas no processo de desenvolvimento de software em áreas críticas, a saber:
- privacidade de dados: a privacidade é um valor fundamental na “Ética da
Informática”, implicando um cuidado adicional na maneira como os dados
pessoais são adquiridos, armazenados e processados. Apenas os dados
necessários para a finalidade pretendida devem ser adquiridos e devem ser
criadas regras referentes à retenção dos mesmos, de modo a garantir que
apenas são armazenados durante o tempo estritamente necessário.
- viés algorítmico: erros sistemáticos e repetíveis que geram resultados injustos,
violando os princípios de equidade, justiça e transparência defendidos por Moor
e Maner. A responsabilidade profissional e ética é essencial para a criação de
algoritmos imparciais. Assim, torna-se fundamental testar todos os componentes
do sistema, de modo a garantir a sua imparcialidade.
- segurança de dados: a criação de algoritmos envolve a responsabilidade ética
em relação à segurança dos sistemas e dados, implicando a adoção de medidas
de proteção contra ameaças, devendo antecipar-se e prevenir possíveis
violações de acessos, as quais comprometam a segurança do sistema.

Página 3 de 3

Você também pode gostar